Maria Brasileiro Kiss miguitos fofitos :) A Revolução Americana: Países que possuíam territórios na América do Norte, em 1774: França; Inglaterra; Espanha; Holanda… Motivos que conduziram os povos dos primeiros Estados independentes na América à revolta contra a Inglaterra: Os conflitos entre as colónias americanas e a Inglaterra intensificaram-se após a guerra dos 7 anos, uma vez que o governo inglês na tentativa de recuperar as suas finanças tomou um conjunto de medidas que provocaram um sentimento de revolta entre as colónias. Entre essas medidas está o aumento dos impostos sobre o selo (que levou a que em alguns jornais estivesse presente uma caveira, que substituía a símbolo de imposto de selo. Como geralmente a caveira está associada à morte os editores dos jornais pretendiam criticar o lançamento de mais um imposto por parte da Inglaterra sobre as colónias americanas), o chá, o açúcar, vidro, chumbo, papel e outros produtos coloniais. As colónias inglesas foram ainda obrigadas a suportar despesas militares da Inglaterra na América e viram recusado o pedido de representantes no parlamento britânico. Estes motivos de descontentamento aliados à difusão das ideias iluministas e liberalistas, iram contribuir para o crescimento do sentimento de revolta entre os colonos americanos. Acontecimentos referentes ao processo revolucionário americano: O conflito crescente entre as colónias americanas e as autoridades inglesas. Os colonos americanos recusavam-se a aceitar o pagamento de mais impostos e em 1770 na cidade de Boston deu-se um dos primeiros incidentes antes da revolução. Um grupo de colonos que se manifestava contra o pagamento de impostos foi recebido a tiro pelas tropas militares inglesas (Massacre de Boston). O “Boston Tea Party” foi uma revolta contra o imposto britânico sobre o chá em que os colonos americanos disfarçados de índios lançaram ao mar a carga de chá de vários navios ingleses. Estes dois acontecimentos levaram a que, como forma de represália, os ingleses lançassem as chamadas leis intoleráveis, que provocaram o corte definitivo das relações com a Inglaterra e deram inicio ao movimento revolucionário americano. Princípios ideológicos que nortearam os políticos da revolução americana de 1776: Na declaração de independência americana de 1776 reafirmaram-se dois princípios fundamentais do movimento iluminista: o princípio da igualdade, todos os homens nascem iguais e com um conjunto de direitos inalienáveis, o direito à Página 1 de 8 História 11º ano Maria Brasileiro Kiss miguitos fofitos :) vida, à liberdade e à felicidade; o princípio da soberania popular , ou seja o poder reside no povo e como tal os governos só são legítimos, quando mandatados pelo povo. De que forma o regime político adotado pelo Estado Americano, após a revolução é coerente com os princípios defendidos na Declaração da Independência: É coerente, no sentido em que a aplicação dos princípios iluministas deu origem à criação de uma republica federal, associado de forma livre todos os Estados americanos. Deste modo, através da constituição definiram-se os direitos e os deveres essenciais de todos os cidadãos. No entanto o princípio da igualdade e da soberania popular nem sempre foi respeitado, porque a escravatura era legal e o direito de voto não era extensível a todos os cidadãos. A Revolução Francesa: Causas da crise económica vivida, em França, entre 1770 e 1790: - Os maus anos agrícolas: Originaram uma profunda crise cerealífera, uma crise na produção de vinhos e na criação de gado. - A crise comercial e industrial: Deve-se às guerras com Inglaterra, que fizeram com que a França perde-se muitos das suas colónias na América e até no Oriente (Ásia). Este facto irá originar uma diminuição do comércio externo e consequente contribuir para tornar a balança comercial francesa deficitária. Por outro lado industria francesa foi afetada por esta crise comercial e registava um grande atraso nos processos de organização do trabalho e de mecanização levando à falência muitas fábricas e aumento do desemprego. - A crise financeira: Devido aos elevados gastos da corte francesa e às despesas de guerra, o orçamento de estado era deficitário, originando o aumento da dívida pública e a insolvência financeira. – Défice orçamental: as receitas do estado francês estavam um pouco acima dos 400 milhões de libras enquanto as despesas era muito superiores, 600 milhões, o que foi agravar ainda mais o défice orçamental e a divida de estado. Principais queixas do povo francês na segunda metade do século XVIII: O povo constituía cerca de 90 % de população francesa e estava sobrecarregado de impostos, vivia em condições miseráveis, não tinha direitos políticos, etc. O povo queixava-se também das ordens privilegiadas não serem produtivas, de estarem praticamente isentas de contribuições para o estado, de Página 2 de 8 História 11º ano Maria Brasileiro Kiss miguitos fofitos :) sobrecarregarem o povo com taxas, impostos, rendas e de ocuparem os principais cargos políticos e administrativos do país. Principais queixas da burguesia francesa na segunda metade do século XVIII: A burguesia queixava-se de que, apesar do grande contributo económico, político e cultural que proporcionava ao estado francês, não possuía um estatuto jurídico semelhante à nobreza e ao clero e também dos entraves aos seus negócios por parte do rei e da nobreza. Justificações dadas pelo rei quando convocou os Estados Gerais: A crise económica e financeira vivida no reinado de Luís XVI (instabilidade dos preços, diminuição dos salários, aumento do desemprego, aumento da mendicidade e da marginalidade…) conduziu a um agravamento das tensões sociais deste modo o rei e o seu governo entenderam que era necessário o lançamento de um novo imposto, aplicado em condições de igualdade a todos os grupos sociais e que recaísse sobre os rendimentos fundiários. O rei sabia que a aplicação deste imposto originaria descontentamento por parte das ordens privilegiadas como tal entendeu que seria necessário ouvir as sugestões dos diversos grupos sociais e convocou os Estados Gerais. Posição tida pela nobreza perante os Estados Gerais: A nobreza, tal como o clero, manifestava uma forte oposição às medidas que o governo do rei Luís XVI pretendia aprovar (lançamento do imposto de subvenção territorial, perda de privilégios) e desta forma opunham-se a qualquer medida que implicasse perda de privilégios. Esta posição da nobreza irá causar uma grave crise política e conduzirá ao início da revolução francesa. Importância do decreto para as transformações sociais ocorridas em França com a Revolução de 1789: O decreto contribuir de forma decisiva para a desagregação do antigo regime em França. Essas medidas determinaram igualdade fiscal entre as ordens sociais, a anulação de todos os direitos feudais e privilégios senhoriais, a extinção da dízima eclesiástica. Está assim presente a ideia de igualdade social, que é uma ideia revolucionária e com consequências extraordinárias para a sociedade francesa. Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) e Constituição de 1791: Página 3 de 8 História 11º ano Maria Brasileiro Kiss miguitos fofitos :) A declaração instituiu em França uma nova ordem social e política, baseada nos direitos individuais e na liberdade de uma das suas ideias chave e de que “todos os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos”. A constituição tem presente duas ideias fundamentais: a ideia de liberdade (opinião, associação, propriedade...) e a ideia de igualdade. A declaração significou o fim da sociedade de ordens e proclamou uma nova ordem política: o liberalismo, uma vez que defendia que o poder da nação residia no povo e que o rei era apenas o seu mandatário. Deste modo consagra-se o princípio da separação dos poderes. A constituição de 1791 era um documento mais moderado que procurava estabelecer um compromisso entre os interesses do rei, das ordens privilegiadas com a nova ordem política e social. Em termos políticos cria-se a monarquia constitucional, em que a separação dos poderes e o primado da lei sobre todos os órgãos políticos estão consagrados. No entanto o direito de voto estava limitado aos que pagassem um determinado imposto (voto censitário), deste modo a soberania nacional só era exercida por uma minoria da população. Assim a constituição, apesar de acabar com a sociedade de ordens e defender a igualdade social e política, beneficiou a burguesia que passa a ter acesso aos cargos políticos e administrativos. A maioria do povo só se conseguiu libertar de muitas das imposições senhoriais através do pagamento de quantias avultadas em dinheiro. Só após a morte do rei foram abolidos todos os vestígios do regime feudal. O fim da monarquia constitucional e a implantação do Governo republicano da Convenção: Os jacobinos criticavam aqueles que continuavam a apoiar o réu Luís XVI, não só a nobreza e o clero mas também os elementos da burguesia que se aproveitaram do povo para chegar ao poder, mas que depois oprimiam as classes mais baixas da sociedade. Esta situação aumentou o descontentamento social que se vivia em França agravou as tensões políticas e ideológicas, a crise económica e financeira acentuou-se originando revoltas e violência. A França encontrava-se assim à beira de uma guerra civil e ao mesmo tempo sentia-se a ameaça de uma invasão externa por parte das potências absolutistas europeias. Nesta conjuntura perante a inação do rei, a quem o povo acusava de estar a conspirar contra a revolução que se irá dar um golpe de estado que irá decretar a prisão da família real, dissolver a assembleia legislativa constituinte (convenção nacional) encarregada de criar uma nova constituição e um novo regime político: a república. Linhas de força do governo de Convenção: Página 4 de 8 História 11º ano Maria Brasileiro Kiss miguitos fofitos :) O governo de convenção englobou partidários de vários grupos políticos, sendo no entanto constituído maioritariamente por elementos da pequena burguesia. A convenção defendia uma ação radical e violenta contra todos os que se opunham às suas medidas. Durante este período tomaram-se várias medidas: - O recrutamento militar obrigatório; - Empréstimo forçado por parte dos mais ricos; - Criação da “Lei dos Suspeitos”; - Repressão dos movimentos contra revolucionários; - Criação da “lei do Máximo”. O Terror desta época: Este período corresponde ao segundo governo da convenção, de maioria jacobina e que defendia a ação revolucionária violenta e organizada contra os grupos privilegiados. Esta época foi liderada por Robespierre, que instalou um governo centralizado e que adotou medidas radicais e violentas que incluíam a perseguição e execução de tais adversários políticos. Justificação da promulgação da “Lei do Máximo” pelo governo da Convenção: Esta lei foi promulgada com objetivo de proteger os mais desfavorecidos, tabelando os preços dos bens de primeira necessidade. Seguiu numa conjuntura de instabilidade política e social em que os produtores e os intermediários aproveitavam para aumentar os preços desses bens. Esta medida juntamente com outras como a uniformização dos preços e medidas, a regularização e fiscalização económica, a repartição dos impostos e outras medidas de caráter social transformaram-se num exemplo e numa inspiração para outros governos democráticos. Situação económica francesa a partir do 9 do Termidor de 1794: Nesta data deu-se um golpe de Estado que pôs fim ao governo da Convenção (período do terror) que tinha posto em prática uma política radical e violenta, que tinha conduzido à morte de milhares franceses. Neste período a situação de crise económica e financeira agravou-se ainda mais. A produção agrícola era insuficiente para a procura que se fazia sentir; o comércio externo decaíra; os preços subiram após a abolição da “lei do Máximo” e deste modo os bens essenciais não eram acessíveis às classes Página 5 de 8 História 11º ano Maria Brasileiro Kiss miguitos fofitos :) populares mais humildes, originando revoltas e manifestações de descontentamento perante os governos do diretório. Mudanças políticas a partir do 9 do Termidor de 1794: Em termos políticos manteve-se o regime republicano, mas suprimiu-se o sufrágio universal, através da adoção do voto censitário; o poder legislativo foi entregue a dois novos órgãos; o executivo passou a ser exercido por um Diretório constituído por cinco membros que nomeavam os ministros, chefiavam o exército, dirigiam a administração e diplomacia. Entre outras medidas pode-se salientar a elaboração de uma nova constituição mais conservadora e burguesa que irá limitar os direitos de liberdade e igualdade, decretar a separação entre a igreja e o Estado criando um Estado laico. O final do Diretório: A França no final do período do diretório continuava numa situação extraordinariamente difícil. Os sucessivos governos eram incapazes de resolver a crise económica e financeira que o país atravessava vivendo num caos interno. As manifestações e revoltas eram permanentes e obrigavam ao recurso do exército para manter a ordem pública, reprimir as revoltas e controlar os adversários políticos. A rápida ascensão política do general Napoleão Bonaparte: Napoleão era um general com grande prestígio devido às inúmeras batalhas que tinha vencido. Em 1799, quando a França era ameaçada por invasões externas e o governo do Diretório tinha levado a um impasse negativo, Napoleão irá liderar um golpe de estado que porá fim ao Diretório e dará origem ao governo do Consulado. Este governo era constituído por 3 cônsules e Napoleão foi adquirindo um poder cada vez maior, uma vez que devido à sua ação conseguiu a pacificação interna; a paz com a igreja, através da elaboração de uma concordata; assegurou a paz externa através da assinatura de acordos com a Áustria e a Inglaterra; criou um novo código civil; reformou o sistema fiscal e monetário e fundou o primeiro banco de França. “Em maio de 1804, um novo plebiscito transformava o cônsul napoleão um imperador hereditário. A Revolução chegara ao fim!” Esta frase pretende salientar que a chegada de Napoleão ao poder pôs fim à instabilidade política, social e económica que se vivia após a Revolução Francesa. Ao mesmo tempo Napoleão conseguiu, graças à popularidade Página 6 de 8 História 11º ano Maria Brasileiro Kiss miguitos fofitos :) que tinha tornar-se imperador pondo fim à república. A primeira república francesa terminava assim em 1804 e só seria restabelecida, embora de forma provisória em 1848. Principais focos revolucionários entre os finais do século XVIII e meados do século XIX: Portugal, Grécia, Espanha, França, Bélgica. Principais motivos que conduziram às revoluções liberais: - As revoluções francesas e americanas, que defendiam os ideais de igualdade, liberdade e fraternidade, despertou nos povos que viviam sob regimes autoritários, a esperança de liberdade e autodeterminação. - Surgiram as forças políticas que defendiam o fim de regimes autoritários e absolutistas e no caso das colónias defendiam a independência. Em ambos os casos pretendia-se estabelecer regimes liberais e democráticos. -As decisões do congresso de Viena tomadas pelas potências absolutistas da Europa que definiram artificialmente as fronteiras de vários países na Europa, impedindo a afirmação destes movimentos independentistas. Movimentos autonomistas: Movimentos que defendiam uma maior concessão do poder por parte dos governos nacionais a favor dos governos locais ou regionais. Estas concessões poderiam ser políticas, económicas e fiscais. (Exemplo: caso americano e espanhol) Princípio das nacionalidades: Principio que se baseava novo conceito de soberania nacional e defendia a nação como uma unidade linguística, religiosa e histórico – cultural, que se deveria governar a si própria com total liberdade: “ A cada povo corresponde uma nação, a cada nação deve corresponder um novo estado. Revoluções liberais ocorridas na América Latina: Paraguai (1811); Venezuela (1811); Uruguai (1815); Argentina (1816); Chile (1818); Colômbia (1819); Peru (1821); México (1821); Equador (1822); Brasil (1822); Bolívia (1825). Página 7 de 8 História 11º ano Maria Brasileiro Kiss miguitos fofitos :) Relações estabelecidas entre as mudanças ocorridas na Europa e na América durante o século XIX: Há uma relação direta entre a Europa e a América. Na Europa o princípio do nacionalismo (o direito dos povos à independência e à autodeterminação, servindo assim de inspiração aos países da América Latina. Por outro lado quase todos os países da América Latina pertenciam aos espanhóis e aos portugueses e também estes dois países sofreram revoluções liberais em 1812 e 1820 que conduziram posteriormente a movimentos de independência nas respetivas colónias. Página 8 de 8 História 11º ano