FACULDADE DE PARÁ DE MINAS Curso de Enfermagem Dênia

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FACULDADE DE PARÁ DE MINAS
Curso de Enfermagem
Dênia Avelino de Oliveira
DETERMINANTES NA ASSISTÊNCIA AO IDOSO COM DOENÇA DE ALZHEIMER
PELO CUIDADOR FAMILIAR
Pará de Minas
2015
Dênia Avelino de Oliveira
DETERMINANTES NA ASSISTÊNCIA AO IDOSO COM DOENÇA DE ALZHEIMER
PELO CUIDADOR FAMILIAR
Monografia apresentada á Coordenação de
Enfermagem da Faculdade de Pará de Minas
como requisito parcial para a conclusão do
curso de Enfermagem.
Orientador: Prof. Ms. Edson Alexandre de
Queiroz.
Pará de Minas
2015
Dênia Avelino de Oliveira
DETERMINANTES NA ASSISTÊNCIA AO IDOSO COM DOENÇA DE ALZHEIMER
PELO CUIDADOR FAMILIAR
Monografia apresentada á Coordenação de
Enfermagem da Faculdade de Para de Minas
como requisito parcial para a conclusão do
curso de Enfermagem.
Aprovada em: _____ / _____ / _____
________________________________________
Prof. Ms. Edson Alexandre de Queiroz
________________________________________
Prof. Dra. Edna Lúcia Campos Wingester
Dedico esse trabalho a Deus, a meus
pais, irmãos, tios, avô, padrinhos e
amigos e todos aqueles que de alguma
forma contribuíram para a concretização
desse sonho.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, razão do meu viver, por ter guiando meus passos
me proporcionando força, e me levantando a cada tropeço.
Agradeço aos meus pais Djalma e Luzia, por me ensinarem valores, e não medirem
esforços para realização desse sonho.
Aos meus irmãos Dayane e Wellington, pela presença, companheirismo e amor.
Agradeço aos meus tios, padrinhos e amigos por acreditarem e estarem sempre
presentes, em especial minhas amigas Elisângela e karine pela paciência e carinho.
Ao meu avô Afonso, grande exemplo de humildade e caráter, pelo carinho.
A minha amiga e preceptora Cleydiane, por abdicar-se de seu tempo para passar
seus conhecimentos.
A todos os funcionários do PSF São José pela paciência e dedicação.
Ao meu orientador Edson Alexandre, pela dedicação, presença, incentivo e
paciência nas orientações.
A todos os professores do curso, por estarem presente nessa jornada.
Ao coordenador do Curso Wesley Castro pelo convívio, apoio, compreensão e pela
amizade.
A todos que de alguma forma fizeram parte dessa caminhada, que acreditaram e
dedicaram todo seu carinho e amor. O meu muito Obrigado.
“É curioso observar como a vida nos oferece resposta aos mais
variados questionamentos do cotidiano...
Vejamos: A mais longa caminhada só é possível passo a
passo...
O mais belo livro do mundo foi escrito letra por letra...
Os
milênios
se
sucedem,
segundo
a
segundo...
As mais violentas cachoeiras se formam de pequenas fontes...
A imponência do pinheiro e a beleza do ipê começaram ambas
na
Se
simplicidade
não
fosse
a
das
gota
não
haveria
sementes...
a
chuva...
O mais singelo ninho se fez de pequenos gravetos e a mais
bela construção não se teria efetuado senão a partir do
primeiro
tijolo...
As imensas dunas se compõem de minúsculos grãos de
areia...
Como já refere o adágio popular, nos menores frascos se
guardam
as
melhores
fragrâncias...
É quase incrível imaginar que apenas sete notas musicais
tenham dado vida à Ave Maria, de Bach, e à Aleluia, de
Hendel...
O brilhantismo de Einstein e a ternura de Tereza de Calcutá
tiveram que estagiar no período fetal e nem mesmo Jesus,
expressão maior de Amor, dispensou a fragilidade do berço...
... Assim também o mundo de paz, de harmonia e de amor com
que tanto sonhamos só será construído a partir de pequenos
gestos de compreensão, solidariedade, respeito, ternura,
fraternidade, benevolência, indulgência e perdão, dia a dia...
Ninguém pode mudar o mundo, mas podemos mudar uma
pequena parcela dele: esta parcela que chamamos de Eu.
Não é fácil nem rápido... Mas vale a pena tentar!”
LISTA DE SIGLAS
DA- Doença de Alzheimer
COX-1, COX-2 – ciclooxigenase 1 e 2
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 ...................................................................................................................16
QUADRO 2 ...................................................................................................................17
QUADRO 3 .....................................................................................................................
21
RESUMO
A doença de Alzheimer (DA) é caracterizada como uma afecção neurodegenerativa
progressiva e irreversível, de aparecimento insidioso que acarreta perda da memória
e diversos distúrbios cognitivos. Foi descoberta e descrita pelo neuropatologista e
psiquiatra alemão Alois Alzheimer, em 1907, através da avaliação pós-morte no
tecido cerebral de uma paciente de cinquenta e cinco anos acometida de demência
progressiva. No entanto, a doença ficou pouco conhecida por muitos anos e
somente a partir de 1960 houve uma evolução nos estudos da histologia das
demências senis. O estudo objetivou identificar fatores que impactam na abordagem
do enfermeiro em relação aos aspectos de educação e orientação aos familiares e
cuidadores de idosos com a doença de Alzheimer. Realizou-se uma pesquisa
bibliográfica qualitativa-integrativa, feito por meio de levantamento nos bancos de
dados eletrônicos do Scielo através do endereço eletrônico http//:www.scielo.br.com.
Os resultados apontam fatores que facilitam e dificultam o manejo dos cuidadores,
tais como: estado emocional, contexto familiar e social, participação em grupo de
orientação e abordagem multiprofissional. Concluímos que é importante a formação
e capacitação dos cuidadores de idosos com a doença de Alzheimer, para
possibilitar um melhor cuidado.
Palavras-chave: Doença de Alzheimer, família, enfermagem, cuidadores, idosos.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................
8
2 OBJETIVOS............................................................................................................
14
2.1 Objetivo Geral.....................................................................................................
14
2.2 Objetivo Especifico............................................................................................
14
3 METODOLOGIA.....................................................................................................
15
4 RESULTADOS........................................................................................................
17
5 DISCUSSÃO...........................................................................................................
24
5.1 Qualidade de vida...............................................................................................
24
5.2 Educação em Saúde..........................................................................................
27
5.3 Subjetividades do cuidador..............................................................................
29
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................
32
REFERÊNCIAS..........................................................................................................
33
8
1 INTRODUÇÃO
A doença de Alzheimer (DA) foi descoberta e descrita pelo neuropatologista e
psiquiatra alemão Alois Alzheimer, em 1907, através da avaliação pós-morte no
tecido cerebral de uma paciente de cinquenta e cinco anos acometida de demência
progressiva. No entanto a doença ficou pouco conhecida por muitos anos e somente
a partir de 1960 houve uma evolução nos estudos da histologia das demências senis
(PASCALE,
2002).
Tal
doença
é
caracterizada
como
uma
afecção
neurodegenerativa progressiva e irreversível, de aparecimento insidioso que
acarreta perda da memória e diversos distúrbios cognitivos. (SMITH, 1999).
Embora a etiopatologia ainda não seja conhecida sabe-se que o déficit
cognitivo da DA tem como base a deficiência do neurotransmissor acetilcolina. O
córtex se atrofia e os ventrículos se ampliam, os neurônios criam mutações que são
marcas gerais da doença, sendo perceptíveis somente após a morte (PASCALE,
2002). Os primeiros sintomas que se manifestam na doença é o comprometimento
da memória, principalmente de fatos recentes, prejuízo da linguagem e dificuldade
para realizar tarefas do dia a dia, ocasionando perda da autonomia e da
independência, por esse motivo se julga tão necessário a presença de um cuidador
na vida do idoso, proporcionando-lhe uma melhor qualidade de vida (LEITE et al.
2014).
A doença de Alzheimer é frequentemente comum nos dias atuais, atingindo
cerca de 25 milhões de pessoas em todo o mundo. 90% dos casos se manifestam
aproximadamente aos 65 anos de idade. Estima-se que, em 2050, mais de 25% da
população mundial será idosa, aumentando a prevalência da doença (SERENIK et
al., 2008). Segundo Aprahamian et. al, 2009, a prevalência da doença nos países
desenvolvidos, é de aproximadamente 1,5% em torno dos 65 anos, até alcançar
30%, em média ao redor dos 80 anos. Nos Estados Unidos 3% a 11% das pessoas
com 65 anos ou mais e 25% a 47% daquelas com mais de 85 anos apresentam
demência. Ainda neste país, em 1997, a prevalência da doença de Alzheimer atingiu
2,3 milhões de pessoas, passando para 4,5 milhões em 2000, com um gasto anual
aproximando-se de 100 bilhões de dólares, ocasionando alto impacto social
(APRAHAMIAN et. al, 2009). No Brasil, a estatística é muito semelhante à mundial.
Em um estudo populacional realizado em Catanduva, município com 100 mil
habitantes, no Estado de São Paulo, 25% dos idosos apresentou prevalência de
9
demência. Foi observado uma prevalência de 7,1% de casos de demência (118
habitantes) em uma população de 1.656 indivíduos com idade igual ou maior que 65
anos. A taxa de incidência anual foi de 7,7 casos por 100.000 habitantes. Os
estudos brasileiros apresentam prevalência e incidência próximas aos estudos
estrangeiros (APRAHAMIAN et. al, 2009).
A etiologia mais frequente da síndrome demencial foi a Doença de Alzheimer,
pois a prevalência da demência aumenta progressivamente com o envelhecimento,
sendo a idade o maior fator de risco para a doença. A partir dos 65 anos, sua
prevalência dobra a cada cinco anos. Entre 60 e 64 anos apresenta prevalência de
0,7%, passando por 5,6% entre 70 e 79 anos, e chegando a 38,6% nos
nonagenários. A incidência parece não diminuir mesmo na faixa etária dos muitos
idosos, acima dos 95 anos. O envelhecimento cerebral está associado a uma
diminuição de grupamentos neuronais de áreas do córtex e subcórtex, contribuindo
para os sintomas da demência. Alterações genéticas também estão associadas ao
aumento de risco da demência de Alzheimer, mesmo que em menor incidência
(APRAHAMIAN et. al, 2009).
O tratamento farmacológico da Doença de Alzheimer pode ser definido em
quatro níveis: Tendo como o primeiro a terapêutica específica, que tem como
objetivo reverter processos patofisiológicos que conduzem à morte neuronal e à
demência. O segundo a abordagem profilática, que visa retardar o início da
demência ou prevenir declínio cognitivo adicional uma vez deflagrado o processo. O
terceiro, o tratamento sintomático, que visa restaurar ainda que parcial ou
provisoriamente as capacidades cognitivas, as habilidades funcionais e o
comportamento dos pacientes portadores de demência. E por último a terapêutica
complementar, que busca o tratamento das manifestações não-cognitivas da
demência, tais como depressão, psicose, agitação psicomotora, agressividade e
distúrbio do sono (FORLENZA, 2005).
Com base nas evidências que estão relacionadas ao tratamento da doença de
Alzheimer e aos processos inflamatórios envolvidos em sua patogênese, o uso de
drogas antiinflamatórias não esteroidais e glicocorticóides esteroidais como opção
de tratamento, tem a habilidade de reduzir a inflamação. O ibuprofeno,
indometacina, celecoxibou o ácido acetilsalicílico demonstraram reduzir os níveis de
Aβ (peptídeo β-amilóide), principal componente das placas senis encontradas no
cérebro dos pacientes, formado pela ação de radicais livres), acima de 80% em
10
cultura de células. Estudos demonstram que neurônios tratados com inibidores da
ciclooxigenase, COX-1, como o ibuprofeno e o ácido acetilsalicílico, são mais
resistentes aos efeitos da Aβ, em comparação aos neurônios tratados com inibidores
da COX-2. A administração da indometacina também produziu neuroproteção por
inibir a indução da COX-2, a qual foi capaz de potencializar a excitoxicidade e
aumentar a produção de radicais livres e fatores de necrose (SERENIK et al., 2008).
O tratamento realizado através da administração de inibidores da enzima
acetilcolinesterase vem demonstrando eficácia sintomática e redução na progressão
da patologia. Esses medicamentos produziram algum tipo de melhora em
aproximadamente 30 a 40% dos pacientes portadores da doença de Alzheimer leve
a moderada. A rivastigmina é um dos medicamentos mais utilizados no tratamento.
É relevante ressaltar a importância de tratar a depressão em pacientes portadores
da doença de Alzheimer podendo proporcionar, indiretamente, melhora substancial
na cognição, tendo como drogas de primeira escolha para esse tratamento
inibidores da recaptação de serotonina, no entanto, os antidepressivos tricíclicos não
devem ser utilizados como primeira opção terapêutica. A monitorização da
hipotensão postural também se torna um fator indispensável (SERENIK et al., 2008).
Outros fármacos podem ser utilizados para o tratamento da Doença de
Alzheimer. A tacrina foi o primeiro inibidor reversível da acetilcolinesterase, aprovado
para tratamento da Doença de Alzheimer. Apesar de sua eficácia, apenas um
percentual baixo dos pacientes foi capaz de tolerar doses elevadas mais eficazes,
devido, sobretudo a hepatotoxicidade. O donepezil é um inibidor reversível e
seletivo, com meia-vida de aproximadamente 70 horas. A rivastigmina é um inibidor
pseudo-irreversível, a inibição simultânea é aumentada nos pacientes em fases mais
avançadas da doença, é um fator que pode eventualmente prolongar o benefício do
tratamento. A galantamina é um inibidor reversível e apresenta adicionalmente ação
de modulação alostérica de receptores nicotínicos Considerando as evidências de
que o estresse oxidativo pode contribuir para a patogênese da Doença de
Alzheimer, a utilização de medidas antioxidantes parece ter um lugar no tratamento,
por exemplo, com a vitamina E (alfa-tocoferol). São utilizadas também estatinas
onde diversos estudos mostram influência dos níveis de colesterol na via metabólica
do amilóide, entretanto clinicamente não há ainda resultados consistentes em
relação ao uso de estatinas na Doença de Alzheimer (ENGELHARDT et al., 2005).
11
Outras formas de tratamento da DA é a reabilitação cognitiva, pois esta
estabiliza o quadro por períodos variáveis em indivíduos com a doença de gravidade
leve a moderada. A aprendizagem sem erro e uso de técnicas que utilizem a
memória de procedimento parecem ser as mais adequadas. O treinamento cognitivo
de habilidades específicas não se generaliza para a vida diária, devendo-se utilizar
tarefas que possam ser adaptadas pelos cuidadores no dia a dia do paciente. A
utilização de intervenções para o controle não farmacológico pode se mostrar útil em
diversas situações, existindo algumas evidências quanto à sua eficácia. São
indicados também programas educacionais e treinamento do cuidador podendo
melhorar os níveis de estresse de ambos, distúrbios de comportamento do paciente
e
reação
do
cuidador
aos
mesmos.
Educação
e
suporte
retardam
a
institucionalização, principalmente com programas com intervenções educacionais,
sociais, suporte psicológico, auxílio aos serviços de saúde, encaminhamentos.
Essas intervenções de modo isolado mostram eficácia em muitos casos, evitando o
uso de fármacos, e quando em associação com medicação psicotrópica, a eficácia
pode ser aumentada, além de permitir a redução da medicação ou mesmo a sua
interrupção. Com isso se fazem necessários as seguintes recomendações para um
tratamento mais eficaz: inclusão de programas educacionais e treinamento para que
os cuidadores possam melhorar o estresse (opção prática); a redução de problemas
de comportamento que podem ser obtidas por diversas intervenções, como música,
passeios, exercícios brandos (opção prática). Outras intervenções podem ser
eventualmente úteis, como presença simulada (familiares em fita de áudio ou de
vídeo – opção prática), como explicitado por Engelhardt et al,. 2005.
Além das estratégias farmacológicas e de reabilitação, os cuidados diários ao
portador de Alzheimer se efetivam geralmente por um parente familiar ou um
profissional contratado pelos familiares do portador da doença, onde a pessoa
assumirá o papel de cuidador e estará sujeita a produção de demandas de cuidado.
Porém esse cuidador deve receber um preparo adequado para determinado fim,
como orientações médica e de outros profissionais de saúde, para exercer com mais
destreza e conhecimento sua função. Além disso, é necessário que o cuidador
conheça a enfermidade, pois a partir deste conhecimento saberá lidar melhor com o
idoso e sentir-se seguro para controlar os sintomas psicológicos e comportamentais
da patologia, os quais podem incomodar até mais do que o próprio déficit de
memória (FREITAS et al.,2014, OLIVEIRA et al., 2012).
12
As mudanças ocorridas na vida do cuidador podem atingir seus sentimentos,
alterando suas atividades cotidianas. Estudos relatam uma grande sobrecarga
emocional e de atividades na vida daqueles que se comprometem a assumir a tarefa
de cuidar. Os cuidadores devem ser orientados enquanto as etapas da evolução da
doença, sua características, procedimentos adequados e ações de cuidado. Isso de
acordo com a realidade cotidiana, sendo assim será possível observar que para um
melhor cuidado não é necessário somente informações, mais solidariedade do ato
de cuidar (SANTANA; ALMEIDA; SAVOLDI, 2008).
O cuidador é envolvido por um emaranhado de emoções que podem ser
prejudiciais a sua vida, podendo refletir no seu ato de cuidar. Por isso se julga tão
necessário o apoio da família, a participação de grupos de ajuda para conhecer
melhor sobre a doença e aprender a conviver melhor com idoso. A enfermagem
possui um importante papel no cuidado, podendo oferecer aos cuidadores subsídios
para instrumentalização e orientá-los quanto à adaptação e o melhor convívio no
contexto domiciliar (GAIOLI et al., 2012).
Com isso pode-se dizer que o acompanhamento do idoso portador da doença
de Alzheimer, pelo cuidador, vem se tornando cada vez mais difícil devido ao
desgaste emocional, psicológico e financeiro para o mesmo e sua família. Essa
situação exige redimensionamento da vida dos membros familiares para que seja
possível estabelecer uma melhor convivência. Quando não cuidado pode causar
uma interferência muita grande na vida dos mesmos (INOUYE et al., 2010). O
cuidador e a família exercem um papel fundamental na vida do idoso sendo de
extrema relevância que haja compreensão, dedicação, esforço, vontade, preparo
físico e psicológico por parte de todos, pois é através do vinculo proporcionado por
eles que o idoso portador da doença de Alzheimer terá uma boa evolução e melhor
qualidade de vida (FALÇÃO et al.,2010).
Diante de algumas dificuldades do cuidador, apresentadas acima, este
trabalho tem como finalidade conhecer e aprofundar nessas dificuldades, descobrir
as facilidades apresentadas pelo cuidador e a família frente ao idoso com doença de
Alzheimer. Além disso, é possível avaliar a convivência, o perfil e o relacionamento
entre o cuidador e o idoso com a demência, desvendando as melhores formas para
lidar, compreender, ajudar e conviver com o idoso portador de DA, proporcionando a
ambos uma boa qualidade de vida.
13
A escolha desse tema justifica-se devido à necessidade de conhecer, com
mais clareza, as dificuldades dos familiares em cuidar do portador da doença de
Alzheimer. O trabalho enfatizará as dificuldades e facilidades do cuidador familiar em
lidar com o idoso portador da doença. Pois, é evidenciado na literatura que a DA,
embora seja uma doença neurodegenerativa incurável e que se agrava ao longo do
tempo, o cuidado pode ser executado tanto por um profissional de saúde como por
um familiar. Essa necessidade requer uma preparação adequada desse cuidado,
tanto
físico
quanto
psicológico.
14
2 OBJETIVO
2.1 Objetivo Geral:
Conhecer as facilidades e dificuldades apresentadas pelo cuidador familiar
que presta cuidados a paciente portador da doença de Alzheimer.
2.2 Objetivo Específico:
Conhecer o papel da enfermagem frente ao cuidador.
15
3 METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica qualitativa-integrativa,
baseado no referencial de Mendes, Silveira e Galvão (2008), o qual tem a finalidade
de reunir e sistematizar resultados de pesquisas sobre um delimitado tema ou
questão de maneira sistemática e ordenada, contribuindo para o aprofundamento do
conhecimento do tema investigado. A pesquisa constituiu-se das seguintes etapas:
definição do problema; busca e seleção de artigos; definição das informações a
serem extraídas e a analise das mesmas; discussão e interpretação dos resultados;
por fim a síntese do conhecimento.
O levantamento e a escolha dos artigos foi realizada no banco de dados
eletrônicos do scielo através do endereço eletrônico <https//:www.scielo.br>.
Utilizou-se como descritores, previamente selecionados e em suas várias
combinações: Doença de Alzheimer, família, enfermagem, cuidadores, idosos. Os
critérios de inclusão foram: artigos publicados cuja temática respondesse ao
problema de investigação e que tiveram como participantes cuidadores familiares de
portadores da doença de Alzheimer; artigos em português publicados de 2004 a
2014. Após a leitura do titulo e do resumo foram selecionados 14 artigos a partir do
tema desse trabalho. Porém foi excluído 01 artigo devido não estabelecer nexo com
o objetivo proposto, pois tratava do conhecimento de enfermeiros de unidades de
internação clínica acerca da Doença de Alzheimer. Procedeu-se à leitura, análise e
discussão de seus conteúdos na íntegra, para assegurar-se de que os mesmos
contemplavam a questão norteadora e atendiam aos critérios de inclusão. Após esta
etapa, as cópias destes 13 artigos foram adquiridas.
O quadro 1 abaixo sintetiza as diversas combinações dos descritores
utilizados, o número de artigos encontrados na pesquisa das bases citadas acima, o
número de artigos excluídos após leitura do título e resumo, e por fim o número de
artigos incluídos após leitura do título e resumo. Retirando-se os artigos repetidos, o
artigo por não adequação ao tema, chegou-se ao número final indicado no quadro
abaixo (artigos lidos e trabalhados na íntegra).
16
Quadro 1 - Síntese da execução da pesquisa de Revisão Bibliográfica.
Palavras-chave
(descritores) utilizadas
Número de
Artigos
Encontrados
Número de Artigos
Excluídos após leitura
do título e resumo
Número de Artigos
Incluídos após
leitura do título e
resumo
Doença de Alzheimer;
Cuidador.
30
22
8
Doença de Alzheimer;
Cuidador; Família.
8
3
5
Doença de Alzheimer;
Cuidador; idoso.
9
8
1
Doença de Alzheimer;
Enfermagem.
14
9
5
Doença de Alzheimer;
Família; Enfermagem.
6
3
3
Número Total de artigos: 22
Número de artigos repetidos na pesquisa de revisão: 8
Artigos excluídos por falta de adesão ao tema: 1
Número de artigos incluídos na Íntegra na pesquisa de revisão: 13 (amostra final)
17
4 RESULTADOS
Inicialmente, para facilitar e sintetizar as idéias principais, os 13 artigos
selecionados foram organizados com a citação dos autores responsáveis pelo
estudo, o ano de publicação, os objetivos principais, os métodos utilizados e os
resultados principais.
Quadro 2 - Estudos que mostram como o cuidador age e atua diante de um idoso
com doença de Alzheimer (estão organizados segundo autor/ano, objetivo, método e
resultados principais).
Autor/ ano
Pinto
2009
et
Gaioliet
2012
Falcão
BucherMaluschke,
2009.
Objetivo
Método
Resultados Principais
al.,
Avaliar
a
qualidade de vida
de cuidadores e
relacioná-la
ao
Índice de Katz
dos pacientes e
ao escore do
Inventário
de
Depressão
de
Beck
dos
cuidadores.
Estudo transversal,
investigativo
que
mostra a correlação
entre o índice de
Katz do portador de
DA e o inventario
de depressão de
BECK.
Os resultados comprovam que quanto
maior for o Katz maior será o Beck.
Maior será a depressão desenvolvida
pelo cuidador.
al.,
Analisar o perfil
dos
cuidadores
frente
a
DA,
associado
a
resiliência.
Estudo
exploratóriodescritivo. Foram
utilizados
o
Inventário
de
Depressão de Beck
e
Escala
de
Resiliência.
A maioria dos cuidadores eram
mulheres, sem depressão, recebia
ajuda de outras pessoas para cuidar e
possuía alto grau de resiliência. O
idoso será mais beneficiado quando o
cuidador é mais resiliente. O
conhecimento dos cuidadores sobre a
doença é de grande valia para os
cuidados, sendo extrema importância
a abordagem do enfermeiro e
abordagem educativa para o cuidador
e idoso para promover uma melhor
resiliência.
e
Discutir o papel
dos
cuidadores
suas implicações
no
contexto
psicossocial,
trazendo à tona
uma
reflexão
pautada
na
literatura
psicogerontológica.
Estudo analítico, de
revisão, ancorado
nos
seguintes
aspectos:
O artigo revisa e expõe as diferentes
classificações dos cuidados, variando
de
formal,
informal,
primários,
secundários e terciários. Cita ainda
fatores relacionados a quem exerce o
papel de cuidador do idoso portador
da doença de Alzheimer, tais como
proximidade física, por viver junto, e
proximidade
afetiva;
condições
financeiras e personalidade dos
envolvidos; disponibilidade de tempo
características
dos cuidadores de
familiares
idosos
com demência;
motivos
favorecem
que
a
18
atividade de cuidar
e suas dimensões
multifacetadas;
- sobrecarga de
papéis
dos
cuidadores
familiares e suas
consequências nas
relações conjugais
e intergeracionais.
Leite
2014
et
al.,
Analisar de forma
sistemática
o
conhecimento da
doença
de
Alzheimer (DA) e
as
estratégias
adotadas
pelo
cuidador
para
lidar
com
os
sintomas
apresentados
pelo idoso com
Revisão
literatura.
de
DA.
Oliveira et al.,
2012
Investigar
as
repercussões do
cuidado na vida
do
cuidador
familiar de idoso
com DA.
Epistemologia
qualitativa
Freitas
2008
et
Descrever
e
analisar
a
convivência com
o portador DA sob
a perspectiva do
familiar cuidador.
Abordagem
qualitativa
análise
conteúdo
modalidade
temática.
Lopes
2013
et
Investigar
o
impacto de uma
intervenção
psicoeducacional
dirigida
a
cuidadores
Estudo
experimental
e
análise estatística
descritiva
al.,
al.,
familiares
de
idosos com DA.
ou preparo para lidar com a situação e
expectativa da família de origem em
relação a eles. Reflete o papel do
cuidador em diferentes culturas.
Revisa os principais motivos que
favorecem a atividade de cuidar e
suas dimensões multifacetadas e
analisa sobrecarga de papéis dos
cuidadores
familiares
e
suas
consequências nas relações conjugais
e intergeracionais.
Foram eleitos 12 artigos para analise.
Os artigos foram classificados em três
categorias: 1) Conhecimento acerca
do declínio cognitivo e funcional da
doença
de
Alzheimer;
2)
Conhecimento acerca dos sintomas
psicológicos e comportamentais da
demência (SPCD); 3) Conhecimento
acerca do comprometimento da
linguagem. Na maioria dos estudos,
verificou-se que a orientação a
respeito do que e a enfermidade e a
sua evolução podem interferir na
maneira como o cuidador planeja e
executa as ações de cuidado.
Os resultados mostram que as
renúncias aparecem nos depoimentos
como uma repercussão significativa do
cuidado. Com isso julga-se necessário
um gerenciamento da vida pessoal e
profissional do cuidador para uma
diminuição da sobrecarga melhor
enfrentamento e valorização do ato de
cuidar.
por
de
e
Os resultados mostram que devido a
falta de conhecimento sobre a doença,
cuidadores não aceitam a condição do
seu familiar, tornando-se deprimidos,
angustiados, sentimentos de conflitos.
Quando
é
mais
informada
à
convivência se torna mais facilitada.
Com
isso
o
enfermeiro
é
imprescindível no acompanhamento
aos cuidadores.
Os resultados mostram que os
cuidadores apresentaram aumento de
respostas nos domínios psicológico
positivo e social positivo sobre a
percepção da situação de cuidar após
a participação no grupo. Ao comparar
os valores que correspondem às
diferenças entre pré e pós-teste dos
domínios psicológico, social e físico
entre sexo, idade, renda, tempo de
convívio e relação de parentesco,
19
observou-se que não houve diferença
estatisticamente
significativa.
Os
cuidadores do sexo masculino, com
idade superior a 60 anos e os que
cuidavam há mais de 12 meses foram
os que apresentaram benefícios em
mais domínios; 90% dos cuidadores
cônjuges não dividiam a tarefa de
cuidado e 80% dos cuidadores irmãos,
netos e sobrinhos dividiam essa tarefa
com alguém. Esses foram os que
apresentaram aumento da percepção
de benefícios em todos os domínios
avaliados.
Coelho et al.,
2004
Descrever
as
vivências
e
experiências
desses familiares
no convívio com o
idoso e analisar
aspectos
que
interferem
nas
transformações
da
dinâmica
familiar a partir da
manifestação da
doença.
Pesquisa
qualitativa realizada
com
familiares.
Aplicou-se
o
conceito
de
educação dialógica
para
produzir
dados
nas
dinâmicas
de
criatividade
e
sensibilidade.
Os resultados mostram que os sujeitos
compartilharam a realidade de se
conviver com o doente nas mais
diversas situações de vida, seus
sentimentos, suas angústias, o
relacionamento interpessoal, suas
expectativas e as estratégias dos
familiares no convívio domiciliar.
Os doentes passam por fases da
doença – inicial, intermediária e
adiantada, e apresentam os mais
variados comportamentos. Decisões
familiaresgeram uma situação de
crise, quanto à questão de quem
assumirá este papel de cuidador e
aspectos
financeiros,
pois
boa
condição financeira, não determina
que esse cuidado seja realizado com
qualidade.
Seima
2014
et
al.,
Interpretar
a
relação
no
cuidado
entre
cuidadores
familiares
e
idosos com DA.
Estudo quantitativo,
de
corte
transversal,
e
qualitativodescritivo.
Os resultados mostram que a
enfermagem tem papel fundamental
no estimulo a participação dos demais
familiares no processo de cuidar, de
modo
que
o
cuidador
possa
desenvolver
relação
de
intersubjetividade e permeabilidade
mutua com eles.
Seima
2011
et
al.,
Identificar o nível
de sobrecarga do
cuidador familiar
do idoso com DA
de
uma
comunidade.
Estudo quantitativo
de
corte
transversal.
Os resultados mostram que dos 208
cuidadores, 47 (22,6%) apresentaram
sobrecarga pequena, 96 (46,2%)
sobrecarga moderada, 54 (26%)
sobrecarga moderada a severa e 11
(5,2%) sobrecarga severa. O processo
de cuidado dos profissionais da saúde
junto aos cuidadores não pode ser
apenas prescritivo, esse deve ser
desenvolvido sob demanda, com
intuito de minimizar as sobrecargas,
que enfrentam nas situações de
cuidado com o idoso portador DA.
20
Santana et al.,
2009
Descrever
a
orientação
recebida
pelo
cuidador
do
portador
de
Alzheimer antes
da
sua
participação
no
pólo
de
Neurogeriatria.
Estudo qualitativo,
descritivo
e
exploratório
Os resultados mostram que o
aprendizado e sua aplicabilidade são
um processo continuo onde ocorre
esclarecimento da maneira de cuidar e
aplicar esses cuidados, aos cuidados
físicos e relacionamento terapêutico.
mecanismos de enfrentamento são
utilizados para a adaptação a
situação, podendo ser amenizada pelo
apoio educativo e emocional recebido
nos grupos de orientações.
Borghiet
2011
al.,
Identificar
a
qualidade de vida
do idoso e do seu
cuidador com a
aplicação de uma
escala.
Estudo
descritivo
exploratório.
Os resultados mostram que os itens
moradia (98%) e família (72%)
apresentaram maior satisfação para
cuidadores e idosos e os itens
memória e tarefas (92%) para os
cuidadores e lazer (52%) para os
idosos alcançaram maiores índices de
insatisfação. A qualidade de vida do
cuidador reflete diretamente no
cuidado
prestado,
deve
ser
considerada no planejamento e
implementação da assistência ao
idoso com DA.
al.,
Objetivo
de
identificar
as
características do
familiar cuidador
de portador da
doença
de
Alzheimer.
Estudo
abordagem
exploratória
descritiva.
Os resultados mostram que o cuidador
principal é do sexo feminino com idade
a partir de 30 a 70, inclui-se filhas e
esposas idosos, geralmente quem
assume o cuidado do idoso é a família.
O familiar que encarrega sozinho do
cuidado no domicilio, quando não se
sente apoiado pelos demais, manifesta
desconforto e sentimentos de solidão.
Arruda
2008
et
de
e
Em seguida, a fim de facilitar o entendimento do trabalho realizado, o tema
central foi divido em categorias temáticas da seguinte forma: qualidade de vida do
cuidador; educação em saúde para o cuidador; e subjetividade do cuidador. Foi
confeccionado o quadro abaixo para avaliação agrupada dos temas comuns nos 13
artigos, discriminados os fatores que contribuem para a capacidade aumentada ou
para a capacidade reduzida do cuidador em prestar cuidados ao portador de DA.
21
Quadro 3 – Fatores que contribuem para a capacidade aumentada ou reduzida do
cuidar do cuidador de idosos com DA, por categorias.
Categorias
Fatores para Capacidade Aumentada
Fatores para Capacidade Reduzida
- Quando a divulgação e esclarecimento
-
Qualidade de vida
das
comprometida
do cuidador
senescência e a senilidade eram de
2009).
conhecimento dos cuidadores. (Falcão,
-
2009).
troca/revezamento
- Autopercepção dos cuidadores diante
(Borghi, 2011).
dos papeis desempenhados na vida dos
- Morar com o paciente, ser mulher e
idosos (Falcão, 2009).
cuidador do paciente por muitas
- Educação permanente em saúde e
horas semanais (Borghi, 2011).
apoio das redes sociais aos cuidadores
- Sobrecarga de tarefas para o
(Seima, 2011).
cuidador (Seima, 2011).
- Boa situação financeira da família do
- Conflitos de quem vai assumir o
idoso (Coelho, 2004).
papel de cuidar entre os familiares
- Ações voltadas ao bem estar do
(Coelho, 2004).
cuidador e participação em dinâmica de
- Falta de apoio de profissionais
grupos (Seima, 2011).
especializados
- Inserção do cuidador no plano de
referencias e assistência a saúde do
assistência ao paciente com DA (Pinto,
idoso (Falcão, 2009).
2009).
- Falta de apoio e intervenção das
Temáticas
informações
sobre
DA,
a
Capacidade
do
funcional
idoso
(Pinto,
Impossibilidade
de
em
de
cuidadores
centros
de
redes sócias e políticas publicas.
(Seima, 2011).
Educação
Saúde
cuidador
para
Apoio
educativo
emocional
- Falta de conhecimento e orientação
em
recebidos nos grupos de orientações
gera não aceitação, tornando os
o
ajudam os cuidadores a liderem melhor
cuidadores deprimidos, angustiados,
com a sobrecarga (Borghi, 2011).
e com sentimentos de conflitos.
- Orientação do cuidador sobre etapas
(Arruda, 2008).
de
-
evolução
da
e
doença
(Santana,
O
familiar
que
se
encarrega
2008).
sozinho do cuidado no domicilio,
- Informação por parte dos cuidadores
quando não se sente apoiado pelos
gera
demais, manifesta
respeito
sobre
a
doença
e
sentimentos
2008).
2008).
- Papel imprescindível do enfermeiro na
- A não aceitação do diagnostico, o
informação e no acompanhamento dos
estresse crescente, a administração
cuidadores (Freitas, 2008).
dos
Participação
dos
cuidadores
em
2013).
conflitos
solidão
e
convivência mais facilitada. (Santana,
-
de
desconforto
familiares
(Arruda,
(Lopes,
22
grupos de autoajuda mútua (Arruda,
2008).
- intervenção psicoeducacional pode
contribuir para avaliação positiva dos
cuidadores sobre a situação de cuidar
no âmbito psicológico e social (Lopes,
2013).
- Idoso é mais beneficiado quando
-
Subjetividades do
cuidador tem maior resiliência, e possui
manifestarem
sentimentos
cuidador
conhecimento
Impaciência,
medo,
solidão,
compaixão,
felicidade,
especifico
sobre
a
Quanto
mais
os
cuidadores
de
doença. (Gaioli, 2012).
vergonha,
- A enfermagem tem papel fundamental
retribuição de cuidados recebidos,
no estimulo a participação dos demais
obrigação,
familiares no processo de cuidar, de
paciência, frustração, mais reduzida
modo que o cuidador possa desenvolver
estará
relação
cuidar.(Gaioli, 2012).
de
permeabilidade
intersubjetividade
mutua
com
e
eles.
-
sobrecarga,
sua
perda
capacidade
Sentimentos
como,
de
raiva,
(Seima, 2014).
impaciência,
- A esperança, quando formada no ser
vergonha
individual não permite o desespero e o
vivenciados pelos cuidadores em seu
medo
consiste
cotidiano, que se alternam com
naaceitação da situação que se impõe,
sentimentos de satisfação, felicidade,
ela atua na vida como uma força
compaixão e de retribuição. (Oliveira,
secreta,
2012).
do
cuidador,
tendo
a
pois
capacidade
de
medo,
de
solidão
são
e
a
sentimentos
transformar a realidade em processo
- Devido à falta de conhecimento
criador (Seima, 2014).
sobre a doença, os cuidadores se
-
Sentimentos
como
realização,
tornam
deprimidos,
angustiados.
felicidade, amor, satisfação, retribuição,
(Freitas, 2008).
solidariedade
filhos,
- Os cuidadores manifestam solidão
social,
quando
aos
responsabilidade
responsabilidade
pelo
cuidado,
não
recebem
ajuda
da
fé,
família no cuidado com o idoso, se
esperança, cumprir o dever cristão,
tornando prejudicial no desempenho
demonstraram um significado positivo
e na responsabilidade do cuidar.
na tarefa de cuidar aumentando o bem-
(Oliveira, 2012)
estar psicológico do cuidador. (Oliveira,
- A perda da paciência se faz
2012).
presente no cotidiano do cuidador,
- Quando os cuidadores recebem ajuda
em
de outros membros da família, amigos e
repetição de erros e agressividade
de profissionais se torna relevante o
do idoso doente.(Oliveira, 2012)
desempenho adequado do seu papel, e
- A compaixão é um dos sentimentos
virtude
das
limitações,
da
23
fortalecimento do sentimento de apoio e
manifestados pelos cuidadores onde
envolvimento (Gaioli, 2012).
os mesmo sofrem pelo sofrimento do
-As crenças, a fé, espiritualidade e as
idoso doente (Oliveira, 2012).
práticas religiosas são aderidas pelos
cuidadores como estratégias eficazes
de
enfrentamento
da
sobrecarga,
angústia, estresse depressão (Gaioli,
2012).
- Os cuidadores manifestam esperança
de um futuro diferente podendo conduzilos a transcendência, e aceitação ao
enfrentamento dos obstáculos da vida
(Seima, 2014).
24
5 DISCUSSÃO
O conhecimento organizado do cuidado, prestado pelo cuidador familiar, ao
portador de DA é relevante para melhorar a condição de vida dessas pessoas.
Conhecer, com mais clareza, as dificuldades do familiar em cuidar do doente é
enfrentar melhor a condição de dependência que a doença traz consigo. Também,
aprofundar nas facilidades é passo importante para ajudar àquele cuidador que
enfrenta dificuldades em realizar o seu cuidado.
A primeira categoria temática a ser discutida será a qualidade de vida do
cuidador, pois essa afetará diretamente na qualidade de vida do portador de DA.
5.1 Qualidade de vida
Nos estudos analisados para essa revisão, percebe-se a necessidade da
divulgação e esclarecimento de informações decorrentes da DA e a importância da
inserção do cuidador em um plano de assistência ao paciente com a demência em
questão. Falcão et al. 2009 relata que é fundamental que haja um esclarecimento
enquanto senescência e senilidade para aquele que cuida. Senescência é o declínio
físico e mental, lento e gradual de todos os aspectos fisiológicos e psíquicos de
qualquer pessoa, já senilidade é o declínio físico que se torna mais acentuado e
acompanhado por desorganização mental. A partir do momento em que o cuidador
tiver mais informação sobre o assunto, mais facilidade terá de desempenhar melhor
o cuidado.
Ainda, de acordo com o mesmo autor, citado acima, é de extrema importância
que o cuidador desenvolva sua autopercepção quanto aos cuidados prestados, a fim
de estar mais atento aos papéis que são desempenhados na vida do idoso. Dessa
forma, quanto mais o cuidador se torna autoperceptivo, mais facilidade ele terá em
lidar com o idoso com DA.
Segundo Coelho et al. 2004 há uma serie de conflitos relacionados à troca e
revezamento entre os familiares que irão assumir o cuidado com o idoso com a DA,
no entanto
Borghi, 2011, apresenta solução, dando ênfase a questões do
revezamento entre os familiares para prestar o cuidado, responsabilizando-os em
assumir o papel de cuidar, ao passo que, quando assumido por uma pessoa
25
somente, sem nenhum apoio, pode acarretar a uma sobrecarga física e emocional
muito grande, podendo interferir tanto na vida do cuidador como do idoso. É
imprescindível destacar que a maioria dos cuidadores mora com os idosos, são
mulheres e esposas, praticando seu cuidado por muitas horas semanais, e isso
acarreta uma sobrecarga imensa, onde o cuidador começa a manifestar sentimentos
de cansaço, angústia e sofrimento. Por isso se torna tão importante a divisão das
tarefas, apoio e ajuda dos demais familiares, para possibilitar ao cuidador a
continuar sua vida diária, não tendo que se privar de seu bem estar e lazer.
Os mesmos autores citados a cima, também dão ênfase à questão financeira,
onde colocam que a carga financeira da DA se torna um fator estressante, pois o
cuidador além de administrar suas questões financeiras terá de administrar a do
idoso também. Borghi, 2011 refere que uma melhor condição financeira
proporcionará uma melhor qualidade de vida ao idoso. Porém, Coelho et al., 2004,
concorda em partes com as ideias do autor anterior, ressaltando que ter uma boa
condição financeira, isolada, não determina a qualidade do cuidado.
Segundo Coelho et al. 2004 as demandas do processo do cuidar, na fase
inicial da doença, exige muita dedicação do cuidador. O autor revela que nessa fase
o cuidador deve estar focado na supervisão do idoso, principalmente com vistas à
prevenção de acidentes. O mesmo coloca a importância da utilização de
medicamentos próprios da doença, de proteção e de um ambiente tranquilo que não
ofereça riscos, sendo de extrema importância que o idoso com a DA esteja inserido
no convívio social da família, garantindo sua liberdade e autonomia através de
estratégias de cuidado, estratégias que o autor não explicita no seu artigo.
É importante frisar a participação do cuidador em grupos de autoajuda
voltados ao cuidado, educação permanente e apoio de redes sociais, tais como
centros especializados de referência à saúde do idoso e outros aparatos das
políticas públicas voltadas ao idoso, que devem ser dados aos cuidadores e seus
respectivos idosos. A falta de apoio dos profissionais especializados, nos centros de
referência em assistência aos idosos, e das redes sociais de políticas públicas pode
interferir de forma direta na vida do cuidador e do idoso, impossibilitando o mesmo
de desempenhar o ato de cuidador com mais tranquilidade, recursos e dedicação,
não sendo possível concluir o cuidado em sua plenitude (SEIMA et al. 2011).
Existem varias políticas públicas voltadas ao idoso. Dentre essas estão
aquelas que priorizam o atendimento domiciliar, através da estratégia de saúde da
26
família; além da política nacional de saúde a pessoa idosa e a portaria
interministerial, 2.528 de 2006, que foi criada para reduzir o percentual de idosos
institucionalizados e atender integralmente o idoso e a sua família, cujo objetivo é
capacitar recursos humanos nas diferentes modalidades de cuidadores: domiciliar e
institucional, portarias criadas com objetivo de alicerçar o atendimento domiciliar.
Todos esses programas tem o intuído de ajudar as famílias e os idosos portadores
da DA a executar um melhor atendimento, conforto, segurança e bem estar,
atendendo suas necessidades emocionais, financeiras, e psicológicas. (SEIMA et al.
2011).
A educação permanente se torna importante na vida do cuidador, pois ira
possibilitar o mesmo à busca de diferentes caminhos a serem traçados e a
descoberta de novas estratégias para a prestação de cuidados ao idoso com DA,
sendo assim poderá adaptar-se ao seu novo cotidiano sem ser necessário anular
suas necessidades (SEIMA, et al., 2011).
Os grupos de autoajuda, conforme Seima, et al., 2011, se tornam de grande
valia para o cuidador, pois facilitará o seu ato de cuidar e ajudará a conhecer melhor
o idoso. Nesses grupos os cuidadores têm a possibilidade de trocar informações, e
experiências vivenciadas, adquirir novos conhecimentos e retomar a vida em
sociedade, podendo desenvolver seu nível pessoal e coletivo. É indispensável citar a
importância de um bom convívio familiar para uma melhor pratica do ato de cuidar.
Pinto et al. , 2009 revela que a qualidade de vida do cuidador mostra-se pior
quando a capacidade do idoso estiver mais comprometida. Com isso desvenda a
importância da inserção do cuidador no plano de assistência ao paciente com DA,
pois uma atenção ao cuidador ira garante-lhe, não só uma melhor qualidade de vida,
mas, sobretudo, ao paciente com DA.
Segundo Falção et al., 2009 a falta de apoio dos profissionais especializados
em centros de referência e assistência do idoso pode interferir no papel do cuidador,
destacando que o papel dos cuidadores profissionais é ajudar os cuidadores
familiares a desenvolver melhor seu papel.
Conclui-se que há uma grande necessidade de divulgação e esclarecimento
de informações decorrentes da DA e da importância da inserção do cuidador em um
plano de assistência ao paciente com a demência, pois isso ira facilitar o convívio e
a pratica de cuidado entre o cuidador e do idoso.
27
É de grande valia para o cuidador, que desenvolva sua autopercepção frente
ao idoso, com isso terá mais facilidade em exercer seu cuidado e perceber as
dificuldades recorrentes da demência. Sendo relevante ressaltar a importância da
troca e revezamento entre os familiares, que cuidam do idoso com DA, para que não
ajam conflitos, nem sobrecarga das tarefas.
Com isso pode-se concluir que a partir do momento que o cuidador possui um
conhecimento sobre a doença, desenvolve sua autopercepção frente ao cuidado,
participa de eventos, como grupos de autoajuda, educação permanente, possui o
apoio das redes sociais, e é inserido em planos de assistência ao idoso com DA,
mais facilidade terá em exercer o cuidado, portanto, aumentando sua capacidade de
cuidar.
5.2 Educação em Saúde
A educação em saúde, voltada especificamente para o cuidador de portador
de DA é um tema relevante e definidor da qualidade do cuidado.
Borghi, et al., 2011 Revela que o apoio educativo e emocional recebidos nos
grupos de orientações ajudam os cuidadores a liderem melhor com a sobrecarga,
cita que há uma sobrecarga muito grande na vida daqueles que assumem o papel
de cuidar. As mudanças que ocorrem em sua vida acabam gerando um emaranhado
de sentimentos, suas atividades do dia a dia acabam sendo alteradas, e alguns
familiares até distanciam de sua vida sócio familiar. A sobrecarga emocional e de
atividades acabam transformando a vida de quem assumi a tarefa de cuidar. Por
esse motivo se julga tão importante que o cuidador seja orientado enquanto as
etapas da evolução da DA, suas características, e seus procedimentos adequados,
tudo isso de acordo com a realidade, podendo ser transmitas através de dinâmicas
de grupos, educação continuada, oficinas, jogos, tudo da melhor forma possível para
que os cuidadores possam ter uma adesão e compreensão mais facilitada. Sendo
assim os mesmos manifestarão mais respeito sobre a doença e uma convivência
mais facilitada, sendo fundamental que os cuidadores além de adquirirem
informações, manifestem também solidariedade no ato de cuidar.
Segundo Arruda, et al., 2008 A falta de conhecimento e orientação gera não
aceitação, tornando os cuidadores deprimidos, angustiados, e com sentimentos de
conflitos. Revela que o familiar que se encarrega sozinho do cuidado no domicilio,
28
quando não se sente apoiado pelos demais, manifesta desconforto e sentimentos de
solidão, com isso percebe-se que os grupos de autoajuda exercem um papel
indispensável na vida dos cuidadores, pois, através desses, os cuidadores se
tornam mais hábeis e integrados no ato de cuidar, aprendem a lidar melhor com
idoso e a consigo mesmo, a desempenhar o papel de cuidar com amor e dedicação,
diminuindo a sobrecarga e o estresse que são desenvolvidos no período do cuidado
devido à evolução da doença.
Segundo Lopes et al., 2013 É de grande valia que o cuidador participe de
grupos psicoeducacionais, pois estes contribuem de forma relevante para o ato de
cuidar, tendo o intuito de conhecer o processo da doença e compreender as
diversas realidades do cuidado, buscando a melhoria para o bem estar emocional do
cuidador, e o enfrentamento do processo da doença. Sendo indispensável colocar
que a falta de conhecimento, a não aceitação do diagnóstico, o estresse
desenvolvido e a má administração dos conflitos familiares podem contribuir de
forma direta na vida do cuidador e do idoso, dificultando o cuidado.
Freitas et al., 2008 fala da importância da intervenção do enfermeiro no
aprendizado e acompanhamento do cuidador, da importância de assumir o papel de
educador, pesquisador, e se envolver-se diretamente na assistência prestada. O
enfermeiro pode contribuir de várias formas no cuidado, possibilitando que as ações
de saúde se tornam mais resolutivas e permanentes de forma que não sejam
tratadas como questões passageiras e sem fundamento, podendo oferecer aos
cuidadores subsídios para uma boa instrumentalização do cuidado, e orientá-los no
contexto domiciliar. O enfermeiro também pode esta atuando enquanto cuidador
direto e educador, dirigindo seus conhecimento tanto para o cuidador como para o
idoso, ele pode estar identificando as manifestações da demência e orientar os
cuidadores e suas famílias enquanto as medidas preventivas, e a busca de
orientações e cuidados necessários. É fundamental acrescentar que quando se trata
da abordagem educativa do enfermeiro é importante conhecer o grau de
escolaridade do cuidador e do idoso, conhecer as necessidades de cada indivíduo a
fase da doença do idoso e as possibilidades do cuidador e da enfermagem em
relação à família. O diagnóstico realizado pelo enfermeiro frente o cuidador
possibilitara valiosas informações que poderá promover sua própria capacidade
resiliente.
29
Segundo Santana et al. , 2009 O cuidador deve ser orientado enquanto todas
as etapas e evoluções da DA, tudo isso de acordo com a realidade, sendo assim
será mais fácil realizar o cuidado. Tornando-se indispensável que o cuidador
compreenda que dia após dia a capacidade do idoso com a DA ficará comprometida,
necessitando de mais dedicação e cuidado. O autor citado afirma que Informação
por parte dos cuidadores gera respeito sobre a doença e uma convivência mais
facilitada.
Conclui-se que é de grande valia a participação dos cuidadores em grupos de
orientação e psicoeducacionais, pois estes iram ajudá-los a liderem melhor com a
sobrecarga. Sendo de extrema importância que o cuidador seja orientado enquanto
as etapas da evolução da doença, e entenda seu processo, pois a falta de
conhecimento sobre a doença gera a não aceitação do diagnostico, tornando os
cuidadores deprimidos, angustiados, e com sentimentos de conflitos. Com isso
pode-se dizer que educar a família e os pacientes se torna apreciável, pois o
conhecimento sobre a doença diminuirá os conflitos estabelecidos entre o paciente e
o cuidador, proporcionando, a ambos, um vinculo maior e melhores condições de
cuidado.
É fundamental acrescentar o importante papel do enfermeiro no cuidado, e na
orientação dos cuidadores. O enfermeiro também pode esta atuando enquanto
cuidador direto e educador, dirigindo seus conhecimentos tanto para o cuidador
como para o idoso, podendo orientar os cuidadores e suas famílias enquanto as
medidas preventivas, e a busca de orientações e cuidados necessários.
5.3 Subjetividades do cuidador
Segundo Gaioli et al.,2012 A Doença de Alzheimer é uma demência que
muda significamente o cotidiano das famílias, e na medida em que a doença vai
evoluindo, mais difícil se torna o convívio familiar com o idoso, mas isso varia de
família para família, pois há aquelas que possuem uma rede de suporte maior e que
enfrentam com mais facilidade a situação. No entanto quando os cuidadores
recebem ajuda de outros membros da família, amigos e de profissionais se torna
relevante o desempenho adequado do seu papel, e fortalecimento do sentimento de
apoio. O autor mostra que o Idoso é mais beneficiado, quando o cuidador tem maior
resiliência, e possui conhecimento especifico sobre a doença, segundo o mesmo as
30
condições sociodemográficas, hábitos de vida e condição de saúde influenciam na
capacidade de resiliência do cuidador.
Afirma que apesar das dificuldades para
cuidar do idoso com DA, os cuidadores conseguem realizar essa atividade com mais
eficácia quando possuem conhecimento sobre a doença e recebem ajuda de outras
pessoas. Ainda o mesmo autor, coloca que quanto mais o cuidador manifesta
sentimentos de impaciência, medo, solidão, vergonha, compaixão, felicidade,
retribuição de cuidados recebidos, obrigação, sobrecarga, perda de paciência,
frustração, mais reduzida estará sua capacidade de cuidar.
Gailoi et al., 2012 também da ênfase, a respeito das crenças, fé,
espiritualidade e as práticas religiosas que são aderidas pelo cuidador como
estratégia eficaz e para um melhor enfrentamento da sobrecarga, angústia, estresse
e da depressão. O fato dos cuidadores possuírem uma religião faz com que se
sentem mais fortes e dispostos. As crenças em um ser superior, a fé também
contribuem para uma melhor realização do cuidado.
Seima et al., 2014 relata que a esperança, quando formada no ser individual
não permite o desespero e o medo do cuidador, pois consiste na aceitação da
situação que se impõe, ela atua na vida como uma força secreta, tendo a
capacidade de transformar a realidade em processo criador . O autor mostra, que os
cuidadores manifestam esperança de um futuro diferente podendo conduzi-los a
transcendência, e aceitação ao enfrentamento dos obstáculos da vida.
Ainda o mesmo autor fala do importante papel da enfermagem no estimulo e
participação dos demais familiares no processo de cuidar, de modo que o cuidador
possa desenvolver relação de intersubjetividade e permeabilidade mútua com eles.
Oliveira et al., 2012 da ênfase em sentimentos como; realização, felicidade,
amor, satisfação, retribuição, solidariedade aos filhos, responsabilidade social,
responsabilidade pelo cuidado, fé, esperança, cumprir o dever cristão, onde
percebe-se que os mesmos manifestam um significado positivo na tarefa de cuidar,
aumentando o bem-estar psicológico do cuidador. No entanto relata que deve-se
evitar sentimentos como; raiva, impaciência, medo, solidão e a vergonha, estes são
sentimentos vivenciados por cuidadores, porém alteram de forma direta no seu bem
estar e na sua capacidade de cuidar. A perda de paciência também é frequente no
cotidiano do cuidador, devido às limitações que são apresentadas pelo idoso em
virtude da repetição de erros e da agressividade que se manifesta ao decorrer da
doença. Relata que a solidão manifestada pelo cuidador se deve devido à falta de
31
apoio dos familiares frente ao cuidado com o idoso, e que isso se torna prejudicial no
desempenho e na responsabilidade do cuidar.
Segundo Freitas et al., 2008 Muitos familiares cuidadores que lidam
diretamente com a DA, não possuem conhecimento a respeito da doença, com isso
acabam não aceitando que seus familiares tenham sido acometidos com tal
patologia, tornando-se deprimidos e angustiados. É daí que começa a gerar por
parte do cuidador sentimentos e conflitos diários, à medida que a patologia vai se
progredindo. Contudo, é fundamental acrescentar que uma boa qualidade de vida
para o cuidador e para o idoso inclui uma serie de fatores que se sobrepõe em
apenas um, que é a orientação dos cuidadores. Um cuidador bem orientado realiza
o cuidado com mais destreza, dedicação e amor, terá facilidade em lidar com a
doença, a conduta a ser tomada, e a controlar seus sentimentos, e assim
desempenhara com facilidade o cuidado, não prejudicando o idoso nem a si mesmo.
Conclui-se que o idoso é mais beneficiado quando o cuidador tem maior
resiliência, possui conhecimento especifico sobre a doença e, que apesar das
dificuldades para cuidar do idoso com DA, os cuidadores conseguem realizar essa
atividade com mais eficácia quando possuem conhecimento sobre a doença e
recebem ajuda de outras pessoas. No entanto quanto mais o cuidador manifestar
sentimentos de Impaciência, medo, solidão, vergonha, compaixão, felicidade,
obrigação, sobrecarga, perda de paciência, frustração, mais reduzida estará sua
capacidade de cuidar, com isso pode-se dizer, que o cuidador que possui uma
religião se sente mais forte e disposto. As crenças em um ser superior, a fé também
contribuem para uma melhor realização do cuidado.
32
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Acredita-se que conhecer a doença de Alzheimer, seu autocuidado, a
convivência no contexto familiar, o apoio dos profissionais de saúde, dos membros
da família, amigos e redes de apoio, influência muito no tratamento e manuseio da
doença.
Pode-se visualizar também a importância da participação dos cuidadores e
ate mesmo dos respectivos idosos portadores da demência em grupos
psicoeducacionais e de autoajuda mútua, pois os mesmo vão capacitar e facilitar o
cuidador em sua prática de cuidado.
O estudo possibilitou fatores que contribuem para a capacidade aumentada
ou reduzida do cuidar de idosos com doença de Alzheimer.
Neste contexto, depara-se com a necessidade de formação e capacitação dos
cuidadores, para atenderem melhor as dificuldades dos idosos com a demência. A
capacitação dos cuidadores e o conhecimento deles sobre a doença fará com que
os mesmos desempenham suas atividades com mais destreza.
Diante disso pode-se constatar que a participação dos cuidadores em
grupos de autoajuda e a intervenção do enfermeiro contribuirão para realização dos
cuidados necessários e seus hábitos diários, proporcionando ao cuidador um melhor
esclarecimento sobre a doença, facilitando na realização das atividades e convívio.
33
REFERÊNCIAS
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