CARACTERÍSTICAS PRÉ E PÓS MATURAÇÃO FISIOLÓGICA NA DIVERGÊNCIA GENÉTICA EM MILHO SOB DIFERENTES NÍVEIS DE NITROGÊNIO Eliane Aparecida Rotili1, Flávio Sérgio Afférri2, Joênes Muci Peluzio3, Edmar Vinícius de Carvalho3, Ana Luiza Lopes Ernesto Reis4. 1 Doutoranda. Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da rede BIONORTE. Universidade Federal do Tocantins – UFT ([email protected]), Gurupi-Tocantins-Brasil 2 Professor. Doutor. Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR, Buri-São Paulo-Brasil 3 Professor. Doutor. Universidade Federal do Tocantins – UFT, Palmas-TocantinsBrasil 3 Mestre. Doutorando. Universidade Federal do Tocantins – UFT, Gurupi-TocantinsBrasil 4 Graduada em Ciência Biológicas. Universidade Federal do Tocantins – UFT, Gurupi-Tocantins-Brasil Recebido em: 31/03/2015 – Aprovado em: 15/05/2015 – Publicado em: 01/06/2015 RESUMO Em virtude da escassez de trabalhos envolvendo o efeito das características, com ênfase naquelas mais precoces, na divergência genética em milho cultivado sob condições de alto e baixo nitrogênio, no estado do Tocantins, foi realizado o presente estudo. No ano agrícola 2012/13, foram realizados dois ensaios de competição de genótipos de milho na Estação Experimental da Universidade Federal do Tocantins, Campus de Gurupi, sendo um representado pelo maior fornecimento de nitrogênio em cobertura (150 kg ha-1 - alto N) e outro pelo menor fornecimento (0 kg ha-1 baixo N). Em cada ensaio, o delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados com 12 tratamentos e três repetições. Os tratamentos foram constituídos de 12 genótipos, representados por seis populações de polinização aberta e seis linhagens. Foi realizada a análise de variância nas características para procedimento da divergência genética, empregando-se as técnicas multivariadas. A divergência genética foi avaliada por meio de procedimento multivariados: distância generalizada de Mahalanobis, método de agrupamento de otimização de Tocher e método proposto por Singh. O fornecimento de nitrogênio influenciou na divergência genética e na contribuição relativa das características. O teor de clorofila pode auxiliar na identificação prematura de genótipos divergentes, propiciando redução de tempo e custos. PALAVRAS-CHAVE: Melhoramento genético, stresse nutricional, Zea mays L. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11 n.21; p. 2940 2015 TRIATS BEFORE AND AFTER PHYSIOLOGICAL MATURITY IN GENETIC DIVERGENCE OF MAIZE UNDER DIFFERENT NITROGEN LEVELS ABSTRACT This studty was conducted because there were little studies about the effect of traits (with an emphasis on those earlier) in genetic diversity of maize under high and low nitrogen conditions, in Tocantins state. In the season 2012/13, they were conducted two field experimetns with maize genotypes in the Experimental Station of the University of Tocantins, Campus Gurupi, and each one was represented by the nitrogen level: high supply of nitrogen in coverage (150 kg ha-1 - High N) and; low supply (0 kg ha-1 - low N). The experimental design was a randomized block with 12 treatments and three replications. The treatments were consisted of 12 genotypes, and they were represented by the six open-pollinated and six lines. The analysis of variance was done for the genetic divergence procedure, and they were using multivariate techniques. The genetic divergence was evaluated by multivariate methods: Mahalanobis distance, Tocher grouping and the method proposed by Singh. The supply of nitrogen was influenced the genetic divergence and the relative contribution of traits. The chlorophyll content can be assist in early identification of divergent genotypes, and this can be promove reduction of time and costs. KEYWORDS: Breeding, nutritional stress, Zea mays L. INTRODUÇÃO O milho (Zea mays L.) é cultivado e consumido em todos os continentes, devido principalmente a sua elevada importância na alimentação animal, humana e como matéria-prima para a indústria (BARAVIERA et al.,2014). Na região Norte a produtividade do milho é baixa por causa, principalmente, das altas temperaturas, do baixo nível tecnológico dos produtores e da insuficiência de sementes melhoradas de variedades adaptadas às condições de estresses abióticos (CANCIELLER et al., 2011). No Estado do Tocantins embora a cultura do milho ocupe uma posição de destaque, a produtividade ainda é baixa chegando a 3.785 kg ha-1 na safra 2013/2014, comparada com a média nacional que foi de aproximadamente 5.109 kg ha-1 (CONAB, 2013). Em programas de melhoramento genético é necessário o conhecimento da herança das características envolvidas e a base genética dos progenitores e essas informações podem ser obtidas através de estudos de divergência genética (OLIVEIRA et al., 2013; PELUZIO et al., 2014; REINA et al., 2014). A partir desse estudo, tem-se o conhecimento da variabilidade genética das populações (ZAMAN & ALAM, 2013). No estudo da diversidade genética de uma população, são utilizados caracteres agronômicos, morfológicos e moleculares os quais, são submetidos às técnicas biométricas multivariadas, permitindo unificar múltiplas informações de um conjunto de caracteres (CRUZ & REGAZZI, 2004; LOPES et al., 2014). A utilização de vários ambientes é importante em estudo de divergência genética, pois reduz a possibilidade de obter informações equivocadas (CARGNELUTTI FILHO et al., 2008). RIOS et al. (2010), observaram em estudo de divergência genética para o conteúdo de carotenóides em genótipos de milho, que ambientes com diferentes níveis de fertilidade do solo, promoveram alterações na expressão dos caracteres avaliados. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11 n.21; p. 2941 2015 Na avaliação da importância relativa dos caracteres, há um grande interesse visando destacar as características que mais contribuem para a discriminação dos genótipos avaliados e que ocorram mais precocemente no experimento, podendo reduzir custos e tempo da pesquisa. A presença de divergência genética entre acessos de germoplasma é essencial, porém, os resultados satisfatórios são obtidos somente se o germoplasma utilizado também apresentam valores elevados para as características de interesse. Conforme RÊGO et al. (2011) os caracteres que contribuírem com percentual muito baixo ou não contribuírem para a variabilidade detectada podem ser descartados. Dentre os métodos mais utilizados com o fim de determinar a contribuição de cada variável para a divergência genética entre subamostras estudadas estão o das variáveis canônicas e o método de SINGH (1981), que avaliam os indivíduos em vários aspectos (CRUZ & REGAZZI, 2004). Neste sentido, estudos com a divergência genética permitirão a identificação de genótipos superiores, propiciando incrementos nos atuais índices de produtividade na cultura do milho no estado do Tocantins, com consequente redução da abertura de novas áreas e, também, do impacto ambiental. Assim, em virtude da escassez de trabalhos envolvendo o efeito das características, com ênfase naquelas mais precoces, na divergência genética em milho cultivado sob condições de alto e baixo nitrogênio, no estado do Tocantins, foi realizado o presente estudo. MATERIAL E MÉTODOS No ano agrícola 2012/13, foram realizados dois ensaios de competição milho na Estação Experimental da Universidade Federal do Tocantins, Campus de Gurupi (280 m de altitude, 11º43' S, e 49º04' W), sendo um representado pelo maior fornecimento de nitrogênio em cobertura (150 kg ha-1 - alto N) e outro pelo menor fornecimento (0 kg ha-1 - baixo N). Os ensaios foram implantados no dia 31 de outubro de 2012, em solo do tipo Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico. O clima é tropical semi-úmido classificado de AW (tropical de verão úmido e período de estiagem no inverno), sendo a vegetação predominante o cerrado (87% de seu território) com a floresta de transição (13%) amazônica (KÖPPEN & GEIGER, 1928). O delineamento experimental utilizado em cada ensaio foi de blocos casualizados com 12 tratamentos e três repetições. Os tratamentos foram constituídos de 12 genótipos, composto por seis populações de polinização aberta (P1, P1, P3, P4, P5 e P6) e seis linhagens S5 (L1, L2, L3, L4, L5 e L6). Na instalação dos ensaios foi utilizado o sistema de preparo de solo tipo convencional, com uma gradagem. Os tratos culturais foram realizados de acordo com as recomendações técnicas da cultura (FANCELLI & DOURADO-NETO, 2000). A adubação de semeadura utilizada foi à mesma em todos os ensaios, com a aplicação de 500 kg ha-1 da formulação NPK 05-25-15, segundo a análise de solo. A adubação de cobertura foi diferenciada, sendo que no ensaio baixo N não foi realizada a adubação de cobertura, já no outro ensaio, alto N, foi efetuada adubação na dose de 150 kg ha-1 de N via sulfato de amônio, entre os estádios fisiológicos V4 V6. As características avaliadas foram organizadas conforme os estádios fenológicos da cultura do milho, conforme a classificação de RESENDE et al. (2003). Em condições de campo (C), foram avaliadas as seguintes características: 1) altura de planta 1 (AP 1) entre estádios V8-V10; 2) altura de planta 2 (AP 2); entre estádios V10-VT; mensuradas através de régua graduada; 3) diâmetro do colmo 1 (DC 1) no ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11 n.21; p. 2942 2015 estádio V8; 4) diâmetro do colmo 2 (DC 2) estádio V10; 5) diâmetro do colmo 3 (DC 3) no estádio VT, obtidos através de paquímetro digital entre o terceiro e quarto nó; 6) primeira leitura foliar de clorofila (CAV6-V8, CB V6-V8 e CT V6-V8) foi realizada entre os estádios fenológicos V6-V8; 7) segunda (CAVT-R1, CB VT-R1 e CT VT-R1) entre os estádios VT e R1; 8) A severidade das doenças foliares foi avaliada por meio de escala de notas (ND) estádio R3, utilizando a proposta por AGROCERES (1996). As leituras do teor de clorofila nas folhas foram realizadas por meio do clorofilômetro ClorofiLOG 1030® (FALKER AUTOMAÇÃO AGRÍCOLA, 2008). Foram coletadas leituras de duas plantas por parcela, em que primeira, a leitura foi realizada na folha completamente expandida e, na segunda, na folha oposta a inserção da espiga. Ainda sob condições de campo foram obtidas as seguintes características: 1) número de folhas (NF); 2) diâmetro de espiga com palha (DE CP); 3) comprimento de espiga com palha (CE CP); 4) massa de planta inteira (MPI); 5) massa de espiga com palha (MEP); 6) altura de espiga (AE); que foram avaliadss no estádio fisiológico R6. Em condições de laboratório (L), foram avaliadas as seguintes características: 1) massa de espiga sem palha (MES); 2) número de fileira por espiga (NFE); 3) número de grão por fileira (NGF); 4) diâmetro de espiga (DE); 5) comprimento de espiga (CE); 6) produtividade de grãos, (PG); 7) massa hectolitra (MH); 8) massa de 100 grãos (M100G) e 9) Cor (COR); que foram avaliadas após estádio fisiológico R6. Foram realizadas análises de variância para as características obtidas em laboratório e em campo, para cada nível de adubação. Em seguida, para cada nível de adubação, foram realizados estudos de divergência apenas para as características de campo (C), apenas para as características de laboratório (L) e para ambas (C+L) ao mesmo tempo. Na aplicação da técnica de agrupamento dos genótipos, adotou-se a distância generalizada de Mahalanobis (D2), como medida de dissimilaridade, levando em consideração o grau de dependência entre as variáveis estudadas. Com relação ao estabelecimento de grupos similares, foi aplicado o método hierárquico aglomerativo de otimização proposto por Tocher, cujos cálculos foram igualmente embasados na distância generalizada de Mahalanobis. Na estimativa da contribuição das características na divergência genética foi empregado o método proposto por SINGH (1981). Para a realização das análises utilizou-se o programa Genes (CRUZ & REGAZZI, 2004). RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 1 são apresentados os grupos formados pelo método de Tocher para as características de campo + laboratório (C+L), apenas de campo (C) e apenas de laboratório (L), sob alto e baixa dose de N em cobertura. Para as características em conjunto de campo e laboratório (C+L) em baixo N, foram formados nove grupos. Os três primeiros grupos (I, II e III) foram constituídos por dois genótipos; já os demais grupos (IV, V, VI, VII, VIII e IX) por apenas um genótipo por grupo. No ambiente de alto N houve a formação de dois grupos (I e II) com três genótipos, um grupo com dois genótipos (III) e quatro grupos com apenas um genótipo (IV, V, VI, VII). No estudo apenas das características de campo (C), no ambiente de baixo N, os dois maiores grupos foram formados por três genótipos (I, IV), seguindo de dois grupos formado por dois genótipos (II, III) e dois grupos com um genótipo (V, VI). Já nas condições de alto N, o grupo com maior número de genótipos (três) foi o grupo I, ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11 n.21; p. 2943 2015 seguido dos grupos II, III, IV com dois genótipos e com apenas um genótipo estão os grupos V, VI e VII. Para as características apenas de laboratório (L), em baixo N, foram formados seis grupos de médias. Os grupos I e III apresentaram três genótipos, seguido dos grupos II e IV, com dois genótipos e, com um genótipo os grupos V e VI. Em alto N, os sete grupos foram assim distribuídos: grupos I ao V apresentaram dois genótipos, seguindo dos grupos VI e VII com apenas um componente. De acordo com OLIVEIRA et al. (2009), grupos formados por apenas um indivíduo apontam na direção de que tais indivíduos sejam mais divergentes em relação aos demais. Isto facilita a projeção dos trabalhos de melhoramento, encontrando os genótipos distintos para futuros cruzamentos. Conforme SIMON et al. (2012), para a obtenção de híbridos em programas de melhoramento genético de plantas, é importante a escolha de genitores para extração de linhagens, que sejam complementares para o maior número possível de características de importância agronômica. Para PELUZIO et al. (2012), visando futuros trabalhos de melhoramento, cruzamentos devem ser realizados entre os genótipos de grupos diferentes. Entretanto, o fato de dois genitores serem divergentes não implica superioridade de seus híbridos. Estes resultados da análise de agrupamento avaliando as características com combinações de alto e baixo N apenas caracterizam a existência de agrupamentos distintos sob diferentes condições de fertilidade do solo, provavelmente, pela expressão diferencial dos genes. Sob condições de baixo N, para as características isoladas de (C) e (L), houve concordância parcial na composição dos grupos, ou seja, a presença dos genótipos 1, 6 e 10 no mesmo grupo. Além disso, o genótipo 4 ocupou isoladamente um grupo para (C+L) e (C). Por outro lado, sob alto N, foram formados sete grupos para todas as características, sem concordância quanto à composição dos grupos. Quando comparados os ambientes alto e baixo N dentro de cada grupo de características, apenas os genótipos 1 e 11 ficaram alocados em um mesmo grupo no estudo conjunto das características (C+L). As diferenças tanto no número, quanto na composição dos grupos, observadas pelos genótipos nas diferentes doses de N, para as características (C), (L) e (C+L) foi resultante, provavelmente, do comportamento diferencial dos genótipos frente aos ambientes estudados, decorrentes da interação genótipo x ambiente. Ressalta-se que esta interação é oriunda da expressão dos genes que, dependendo das condições ambientais, pode ser diferente (COIMBRA et al., 1999). TABELA 1 - Agrupamento de genótipos de milho pelo método de Tocher, com base na Grupos I II III IV V VI VII VIII IX dissimilaridade expressa pela distância generalizada de características de campo (C), de laboratório (L) e de campo diferentes níveis de nitrogênio, safra 2012/13, Gurupi-TO C+L C Baixo N Alto N Baixo N Alto N L5 P9 L2 P9 L3 L1 L6 P10 L5 P12 L6 L2 L3 P7 P10 P8 P8 P9 P7 P11 L1 P11 L1 P11 L2 P12 L4 P9 P7 L5 L3 P11 P7 L1 L2 L4 L6 L4 P10 P8 P12 L5 P8 L6 L4 L3 P12 P10 -1 Mahalanobis, para as + laboratório (C+L), sob L Baixo N L1 L6 P10 L5 P8 L4 P11 P7 L2 P12 P9 L3 Alto N L3 L5 L6 P12 L1 L4 P8 P11 P9 P10 L2 P7 -1 L = linhagen; P = população; Alto N = 150 kg ha de N em cobertura; Baixo N = 0 kg ha de N em cobertura. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11 n.21; p. 2944 2015 Na Tabela 2 é apresentada a contribuição relativa das características de C, L e C+L mais relevantes para a divergência genética dos 12 genótipos, nos ensaios alto e baixo N. Foi observado que as características não tiveram a mesma estimativa de contribuição relativa e nem a ordem de classificação na contribuição da divergência genética nos dois ensaios, caracterizando influência do ambiente. Dessa maneira, justifica-se a utilização dos ambientes distintos na avaliação da divergência genética entre genótipos de milho. TABELA 2 – Características avaliadas em campo e laboratório que mais contribuíram na dissimilaridade genética (%) de 12 genótipos de milho, em condições de baixo e alto fornecimento de nitrogênio em cobertura (BN – 0 kg ha-1; AN – 150 kg ha-1; respectivamente), safra 2012/13, Gurupi-TO Campo + Laboratório Ensaio AE ND CA-I CB-I CT-I CB-II MES Outras * BN 8,53 6,77 14,97 2,58 15,08 5,99 2,33 43,75 AN 1,19 2,67 12,48 12,76 23,97 4,67 10,85 31,41 BN AN AE 0,05 11,28 CA-I 37,45 2,96 CB-I 12,45 4,48 BN AN MES 8,18 17,44 NG 10,02 13,99 DE 8,07 17,9 Campo CT-I 49,87 6,11 CB-II 0,02 16,86 DC 0,00 9,34 CE 0,02 12,71 Outras ** 0,14 36,26 Laboratório PG MH 19,00 14,33 8,69 11,39 M100 14,95 11,14 Cor 16,80 13,88 Outras *** 8,65 5,57 AE = altura de espiga; ND = notas de severidade de doenças; CA-I, CB-I, CT-I = teor de clorofila a, b e total entre os estágios V6-V8; CB-II = teor de clorofila b foliar entre os estágios VT-R1; MES = massa de espiga sem palha; DC = diâmetro de colmo no estágio VT; CE = comprimento de espiga com palha; NG = número de grãos por fileira; DE = diâmetro de espiga sem palha; PG = produtividade de grãos; MH = massa hectolitro; M100 = massa de 100 grãos; Cor = cor do grão. *, ** e *** = referem-se a 20; 11; e 1 característica(s), respectivamente. Para as características de (C+L), em baixo e alto N a maior contribuição relativa foi da Clorofila Total V6 (15,08 e 23,97%, respectivamente). No estudo apenas de (C), em baixo N, a clorofila Total CTv6-v8 (49,87%), foi a característica mais relevante. Entretanto em alto N a maior contribuição foi a Clorofila B VT-R1 (16,86%). Para apenas as características de laboratório (L), em baixo N, a produtividade de grãos (19,00%) foi quem mais contribuiu; já sob alto N, a maior contribuição foi o diâmetro de espiga (17,90%). O teor de clorofila na folha é utilizado para predizer o nível nutricional de nitrogênio (N) em plantas, devido ao fato de a quantidade desse pigmento correlacionar-se positivamente com teor de N na planta (HURTATO et al., 2011). ZUFFO et al. (2012) afirmam que as leituras no medidor de clorofila na planta no estádio de seis folhas poderiam predizer a resposta do rendimento de grãos à aplicação de N em cobertura. Estes resultados evidenciam a importância das leituras foliares de clorofila, quando analisadas juntamente com características ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11 n.21; p. 2945 2015 anteriormente e posteriormente ao estágio R6, na divergência genética, neste trabalho. MIRANDA et al. (2005), na avaliação de genótipos de milho eficientes quanto ao uso do nitrogênio, observaram pouca variação da leitura foliar de clorofila entre os mesmos, tanto no estágio vegetativo quanto no reprodutivo. SOARES et al. (2011) observaram em 160 linhagens, contrastantes quanto o uso do nutriente, diferença significativa (p < 0,01) com maior variação sob baixo fornecimento do nitrogênio quanto a leitura foi realizada no estágio V10. MANSOURI-FAR et al. (2010) também encontraram diferenças entre híbridos de milho nas avaliações feitas nos estágios V8 e, R3 e ABE et al., (2013) no florescimento feminino, com maior variação sem o fornecimento do nitrogênio. BUENO et al. (2009) realizaram três leituras foliares de clorofila após o florescimento em mais de 40 genótipos (populações e híbridos) e encontraram diferenças entre os mesmos em todas as medições. Ainda, realizaram análises dialélicas que mostraram o efeito significativo da heterose nas duas primeiras leituras e o comportamento heterógeno dos genótipos nessas características. Assim, face a importância do teor de clorofila para a divergência genética, em trabalhos de melhoramento, a utilização desta característica permitiria aos melhoristas identificar genótipos divergentes antes do florescimento e, dessa maneira, propor cruzamentos na geração em andamento, ou seja, entre os estádios V6 e V8. CONCLUSÕES O fornecimento de nitrogênio influenciou na divergência genética e na contribuição relativa das características. O teor de clorofila pode auxiliar na identificação prematura de genótipos divergentes, propiciando redução de tempo e custos. AGRADECIMENTOS Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq Brasil, pelo apoio financeiro ao projeto. Ao programa de doutorado da BIONORTE. Ao Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), pela concessão da bolsa de doutorado. REFERÊNCIAS ABE, A.; ADETIMIRIN, V. O.; MENKIR, A.; MOOSE, S. P.; OLANIYAN, A. B. Performance of tropical maize hybrids under conditions of low and optimum levels of nitrogen fertilizer application – grain yield, biomass production and nitrogen accumulation. Maydica electronic publication, v. 58, n. 1, p. 141-150, 2013. AGROCERES. Guia Agroceres de sanidade. São Paulo: Sementes Agroceres, 1996. 72p. BARAVIERA, C. M. C.; CANEPPELE, C.; DOURADO, L. G. A.; AGUERO, N. F. Avaliação de propriedades físicas de grãos de híbridos de milho. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer, v.10, n.19, p. 291-297, 2014. 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