HISTÓRIA PROFESSOR: JOÃO ALEXANDRE C. L. LOPES ISOLADA DE AULA 4 – A SOCIEDADE MEDIEVAL Formação da estrutura feudal As estruturas feudais começaram a se delinear no contexto da crise romana do século III. Suas principais características são: o retomo ao campo e o abandono do comércio como principal atividade econômica; a concentração de terras, ou o predomínio de grandes propriedades; e o predomínio do trabalho servil. . A estrutura política fundamentava-se na relação de susserania e vassalagem, caracterizada pela dependência e pelo compromisso de fidelidade firmado entre dois senhores. Era um pacto militar no qual o vassalo se colocava sob a dependência e proteção do suserano, a quem jurava fidelidade política e militar. O vassalo recebia um feudo sobre o qual exercia autoridade exclusiva. A figura do rei, também denominado suserano maior, não foi extinta, mas o monarca deixou de exercer seu poder em várias esferas da vida do reino. A descentralização política levou ao desaparecimento da moeda única para todo o reino, à desarticulação do exército nacional e à formação de milícias particulares a serviço dos senhores feudais. A economia feudal baseava-se na atividade agrícola e a terra era o principal fator de riqueza. Nas vastas extensões de terra, denominadas feudos, praticavam-se a agricultura, a caça e a criação de animais. A propriedade era dividida em domínio ou manso senhorial, que pertencia exclusivamente ao senhor feudal; manso servil, onde os servos praticavam a agricultura para sua subsistência; e manso comunal, formado pelos bosques e pastagens. A sociedade era composta por dois grupos: os proprietários e os trabalhadores, que, em geral, eram servos da gleba. Na classe dos proprietários estavam os nobres e o clero; o restante da sociedade era formada, basicamente, por servos. Cada um desses grupos exercia uma função claramente definida na sociedade feudal: "os que rezam (clero), os que combatem (nobres), os que trabalham (servos)." A sociedade era estamental, ou seja, nela não havia mobilidade social. O senhor feudal era o único proprietário do feudo e tinha o direito de controlar a vida das pessoas que viviam em suas terras. O clero, que era a outra parcela do estamento dominante, tomou-se muito rico a partir do momento em que passou a receber doações dos católicos. Dividia-se em alto clero e baixo clero. Como a Igreja católica erá uma grande proprietária de terras, muitos bispos e cardeais exerciam as funções de senhores feudais. Os servos realizavam o trabalho que sustentava a estrutura feudal e estavam presos à terra em que viviam. Pagavam diversos e pesados impostos, como a corvéia (trabalho gratuito no manso senhorial), talha (parcela da produção do manso servil destinada ao senhor), tostão de Pedro (pagamento feito à Igreja) e as banalidades (pagamento pelo uso do moinho, do fomo e do celeiro). Submetidos a tantos encargos, os servos viviam na miséria, e a desnutrição permanente explica o grande número de epidemias. O catolicismo No decorrer da Idade Média, o clero católico alcançou grande prestígio social, e os padres exerciam controle sobre o pensamento e o comportamento das demais pessoas. Ao lado desse poder político, crescia o poder econômico. As doações dos fiéis tornaram possível a construção de uma imensa fortuna, que se espalhava por várias regiões. O celibato clerical (imposto no século XI, mas já praticado) acabou por favorecer a garantia dos benefícios recebidos se tornassem propriedade da instituição após a morte do clérigo, que ele não teria herdeiros legítimos – impedindo a reividicação de sua parte na herança. Outro fator que contribuiu para o fortalecimento da Igreja foi o desaparecimento das instituições de Estado que ordenavam a vida social e civil. Com o fim do Império Romano, a Igreja assumiu o papel das instituições públicas: eram os padres que educavam, arbitravam as questões legais, informavam, orientavam a economia, enfim, conduziam a vida social. ALTA IDADE MÉDIA Texto Reflexivo As características típicas da Idade Média não fizeram o homem desse período menos competente, pois a cultura medieval, se comparada com a do mundo greco-romano, foi redefinida: “A ciência perdeu a vitalidade e a velha união com a filosofia se dissolveu. [...] A filosofia contraiu nova aliança, dessa vez com a teologia; durante séculos a vida intelectual se processaria sob a orientação da Igreja. [...] É cabível indagar da História se há alguma razão válida para supor que o gênio humano chamejou com menos brilho quando os homens, por boas razões pessoais e da época, transferiram o pensamento especulativo da ciência-filosofia para a teologiafilosofia. Presumivelmente, os homens do [...] princípio da Idade Média nasceram com a mesma capacidade de pensar, inquirir e evoluir intelectualmente que os homens de qualquer outra época. A questão, então, não é se tinham capacidade, mas se podiam ou desejavam usa-la, e como a usavam”. BARK, William Carroll. Origens da Idade Média. 3. ed. Rio de Janeiro, Zahar, 1974. p. 102-3. OS IMPÉRIOS MEDIEVAIS Com o fim da autoridade romana sobre o Império do Ocidente, os povos germânicos ocuparam as terras que antes eram propriedade de Roma. A entrada dos germânicos no território romano ocorreu de duas formas: . migrações, que foram incentivadas pelos romanos porque os jovens germânicos auxiliavam o exército no controle das fronteiras; . invasões, feitas com violência e muita destruição, com o objetivo de expulsar os romanos e ocupar as terras. Embora a política na Idade Média seja identificada pela fragmentação do poder, naquele período ocorreram, também, a formação de impérios, como vamos analisar a seguir. O Império Franco A expansão dos francos começou durante a dinastia merovíngia, a primeira a governar o reino; mas foi sob o poder da dinastia carolíngia que o reino tornou-se um império. Carlos Magno, que governou de 768 a 814, por meio de um grande número de guerras deconquista, ampliou ainda mais o território sob o domínio franco e consolidou o poder de seu reino. A fim de obter apoio político e militar, Carlos Magno distribuía entre os nobres as terras conquistadas nas guerras de expansão. As terras eram cedidas em troca do compromisso de fidelidade e apoio militar ao rei, prática que derivou no compromisso de suserania e vassalagem firmado entre os senhores feudais. Os reis francos eram aliados da Igreja católica, fato que favoreceu as duas instituições: o apoio do papa fortaleceu a autoridade do rei; o papa, por sua vez, encontrou nos reis francos apoio político e militar contra os imperadores bizantinos e, a partir do século VII, contra os árabes que se expandiam pelo mundo em uma cruzada de difusão do islamismo. No ano 800, Carlos Magno recebeu do papa Leão III a bandeira do Santo Sepulcro e foi aclamado "Imperador do Romanos". O Império Franco tinha um forte caráter de imperium christianum (império cristão) herdado dosDizanhnos. AcrecÍitava-se que o imperador era escolhido por Deus e sua missão era propagar a fé cristã, governar como um rei e pregar como um sacerdote. A sociedade carolíngia apresentava muitos traços da sociedade feudal: a terra era o grande fator de riqueza e poder, os pequenos produtores colocavam-se sob a proteção de um grande proprietário e já predominava o trabalho servil. Os Impérios Medievais Com o fim da autoridade romana sobre o Império do Ocidente, os povos germânicos ocuparam as terras que antes eram propriedade de Roma. A entrada dos germânicos no território romano ocorreu de duas formas: a) migrações, que foram incentivadas pelos romanos porque os jovens germânicos auxiliavam o exército no controle das fronteiras; b) invasões, feitas com violência e muita destruição, com o objetivo de expulsar os romanos e ocupar as terras. Embora a política na Idade Média seja identificada pela fragmentação do poder, naquele período ocorreram, também, a formação de impérios, como vamos analisar a seguir. Em meados do século IX houve uma guerra entre os três netos de Carlos Magno, Luís, Carlos e Lotário, que disputavam o trono. Em 843 d.C., foi assinado um acordo de paz, o Tratado de Verdum, que dividiu o Império em três partes. Luís herdou a Germânia, onde hoje existe a Alemanha, e deu início à formação do Sacro Império Romano Germânico. O império era controlado por cinco famílias que compartilhavam o poder e as terras. A Germânia expandiu-se e conquistou o Reino da Itália, da Sicília e parte da Pomerânia, da Silé$ia e da Áustria. O império sobreviveu até O início do Século XIX, quando foi destruído pelas guerras napoleônicas. O Império Romano do Oriente Em 330 d.C., a cidade grega de Bizâncio recebeu do imperador romano Constantino o nome de Constantinopla. O Império Romano do Oriente é chamado também de Império Bizantino em uma referência a Bizâncio. O governante bizantino (basileu) era chefe de Estado (césar) e da Igreja (papa), por isso sua forma de governo foi denominada cesaropapismo. O basileu de maior destaque foi Justiniano, que governou de 527 a 565. Foi responsável pela elaboração do corpus Juris Civilis (Corpo do Direito Civil), também chamado de Código de Justiniano - uma compilação das leis romanas que tinha como principal objetivo organizar administrativamente o Estado e reforçar seu poder. Justiniano governou a favor das classes ricas e destinou à maioria da população, formada por empregados assalariados, servos e escravos, muito trabalho e o peso dos impostos. Após a sua morte, o Império do Oriente seguiu um processo irreversível de retorno à sua origem cultural grega. No século VII, o grego substituiu o latim como idioma oficial e Constantinopla voltou a ser chamada de Bizâncio. A nova igreja foi denominada Igreja cristã ortodoxa grega. Os cristãos do Oriente questionavam alguns aspectos da doutrina romana, atitude considerada heresia pelo papado. Duas questões tornaram-se sérias: o monofisismo (sobre a natureza humana ou divina de Jesus) e o iconoclastismo I condenação do culto a imagens sacras). O choque doutrinário provocou, em 1054, o Cisma do Oriente, que foi a divisão da Igreja católica entre o papado de Roma e o patriarcado de Constantinopla. Em 1453, Constantinopla foi dominada pelos turcos-otomanos, fato que marcou o fim do Império do Oriente. Resumo Do Império Bizantino 1.1CARACTERÍSTICAS a) desenvolvimento comercial b) centralização imperial c) manteve-se após a crise do escravismo 1.2 MAIOR IMPERADOR:JUSTINIANO(527-565) a) derrota a revolta de nika b) reconquista da parte ocidental do império c) conteve o avanço húngaro d) afirmação do cesaropapismo e) corpo do direito civil 1.2 DECADÊNCIA a) altos imposto b) perda de territórios(árabes e búlgaros) c) movimento iconoclasta d) ataques de peste 1.3 CULTURA a) arquitetura(catedral de Santa Sofia) b) direito I- Código de Justiniano II- Digesto III- Institutas(princípios do direito) IV- Novas ou Autênticas(novas leis) c) INDÚSTRIA I- manufaturas II- artesanato O Império Árabe Na Arábia coexistiam duas civilizações: ao sul viviam grupos sedentários, que se dedicavam à agricultura e ao comércio; ao norte ficavam os beduínos, nômades que viviam no deserto praticando o pastoreio e, em épocas de crise, saqueando populações sedentárias. O contato com hebreus e cristãos fez com que os beduínos adotassem uma divindade suprema, que eles chamavam de Alá, o primeiro passo para a criação de uma nova religião monoteísta - o islamismo. Segundo a tradição islâmica, no século VII, Maomé recebeu a missão de pregar a vontade de Alá, afirmado como deus único, eterno, criador de tudo o que existe. Mas a nova doutrina encontrou resistência dos I sacerdotes de Meca, cidade de peregrinação, onde está o templo da Caaba, que os árabes visitavam para cultuar a Pedra Negra (considerada sagrada) e outros ídolos. Em virtude dessa oposição, em 622 Maomé transferiu-se para Yatrib, que passou a ser chamada Medina. Esse fato é conhecido como hégira (emigração), e 622 passou a ser considerado o primeiro ano do calendário islâmico. Em 630, quando já havia consolidado seu poder político e religioso, Maomé formou um exército e invadiu Meca; destruiu os ídolos que ficavam na Caaba, preservando apenas a Pedra Negra. O islamismo defende a tese da predestinação, segundo a qual as pessoas ocupam no mundo um lugar determinado por Alá, crença muito útil à elite econômica que explora as classes pobres. A doutrina islâmica está formulada no Corão, ou Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos. O Jíhad - ou Guerra Santa - foi usado como" pretexto para o expansionismo árabe: a invasão de outros países era justificada pelo dever de todo muçulmano expandir a fé em Alá. Os árabes iam em busca de terras férteis para onde pudessem exportar seu excedente populacional e das quais pudessem extrair' riquezas; também pretendiam controlar o comércio feito através do Mar Mediterrâneo. RESUMO DA ALTA IDADE MÉDIA 1. Alta Idade Média 1.1. Formação dos Reinos Bárbaros a) Reinos de curta duração IVândalos (429-534) IIOstrogodos (493-553) IIIVisigodos (419-711) IVBurgúndios (443-534) VAnglos, Saxões, Jutos (450-1035) b) Reino Franco IMerovíngeos (481-751) IICarolíngeos (751-843) SISTEMA FEUDAL 1. Características a) Produção auto-suficiente b) Sociedade estamental c) Poder fragmentado 1.2.Formação do Feudalismo a) elementos romanos b) elementos germânicos 1.3.Regime de propriedade a) Posse Coletiva b) Manso Senhorial ou reserva c) Manso Servil ou Tenência 1.4.Regime de trabalho (servil) a) Córveia b) Redevances c) Prestações 1.5.Relações Sociais a)Situação do servo b)Relação susserano c)-Proibição da usura 1.6.doutrinas heréticas a)Gnosticismo b)Montanismo c)Arianismo d)Nestorianismo e)Monoficismo AULA 4 - HORA DE DIVERSÃO! 01- Jacques Le Golf e George Duby, especialistas em Idade Média, dividem a sociedade em três grandes ordens. A 1ª compreendia os integrantes do clero, a 2ª reunia os senhores feudais, e a última era constituída pelos servos. Sobre a sociedade feudal é correto afirmar que: a) havia uma grande mobilidade social, apesar das rígidas tradições e vínculos jurídicos determinando a posição social de cada indivíduo. b) a honra e a palavra tinham importância fundamental, sendo os senhores feudais ligados por um complexo sistema de obrigações e tradições. c) os suseranos deviam várias obrigações aos seus vassalos, por exemplo, o serviço militar. d) os servos, como os escravos, não tinham direito à própria vida, viviam presos à terra e dela não podiam sair. e) os vilões constituíam uma parcela de senhores feudais que procuravam por outro senhor mais poderoso, jurando-lhe fidelidade e obediência. 02- Afirma-se sobre a Civilização muçulmana: I. Os muçulmanos sempre consideraram Maomé como o criador do Islamismo, cujo princípio básico, retirado do Judaísmo da época de Abraão, diz que Jeová é o único Deus, e Maomé, seu profeta. II. Durante o 1º califado, os princípios básicos da religião muçulmana foram transcritos no livro sagrado Alcorão, ou Corão, que é o conjunto de narrativas e mandamentos dos ensinamentos de Maomé. III. Maomé, ao impor a sua religião aos árabes, contribuiu para a unificação política da Península Arábica e, ao impor rituais, crenças e práticas cotidianas, facilitou a criação de uma organização social única. Deve-se concluir, a respeito dessas afirmações, que a) todas são corretas. b) nenhuma é correta. c) apenas I e II são corretas. d) apenas II e III são corretas. e) apenas I e III são corretas. 03- Analise o quadro abaixo: Inglês: Sunday(dia do Sol) Monday(dia da Lua) Tuesday(dia de Tiwaz, deus protetor das assembléias na mitologia germânica) Wednesday (dia de Woden, chefe germânico) Thursday (dia de Thor, deus dos raios na mitologia germânica) Friday (dia de Freya, deusa do amor na mitologia germânica) Saturday (dia de Saturno, pai de Júpiter na mitologia romana) Italiano: Domenica(dia do Senhor) Lunedì(dia da Lua) Martedì (dia de Marte, deus da guerra na mitologia romana) Mercoledì (dia de Mercúrio, deus do comércio na mitologia romana) Giovedì (dia de Júpiter, deus do Céu na mitologia romana) Venerdì (dia de Vênus, deusa do amor na mitologia romana) Sabato(dia do repouso, derivado do hebraico shabat) Quadro adaptado de FRANCO JÚNIOR, Hilário, A Idade Média, nascimento do Ocidente, p. 124. A respeito da denominação dos dias da semana é correto afirmar que: a) Ilustra a originalidade da cultura ocidental, baseada exclusivamente no cristianismo e na mitologia romana. b) Ilustra preponderância da cultura céltica na articulação de elementos de diversas culturas que se enraizaram na Europa durante o período medieval. c) Ilustra o processo de síntese cultural constitutivo do período medieval com características variáveis, de acordo com as regiões da Europa Ocidental. d) Ilustra a impermeabilidade da cultura medieval às influências externas. e) Ilustra a preponderância da cultura judaica na constituição da Europa medieval. 04- "Inspiramos-te, assim como inspiramos Noé e os profetas que o sucederam; assim, também inspiramos Abraão, Ismael, Isaac, Jacó e as tribos, Jesus, Jonas, Aarão, Salomão, e concedemos os Salmos a Davi. E enviamos alguns mensageiros, que te mencionamos, e outros, que não te mencionamos; e Allah falou a Moisés diretamente... Ó adeptos do Livro, não exagereis em vossa religião e não digais de Allah senão a verdade. O Messias, Jesus, filho de Maria, foi tão somente um mensageiro de Allah e o seu Verbo, que Ele enviou a Maria, e um Espírito d’Ele." Alcorão, 4:163-164 e 171. O significado dos versículos do Alcorão Sagrado com comentários, p. 137-138. A respeito do Islão é correto afirmar: a) A religião muçulmana, apesar das influências do judaísmo e do cristianismo, significou uma ruptura com a tradição monoteísta ao estabelecer Alá como divindade superior a um conjunto de gênios e divindades secundárias. b) A religião muçulmana surgiu no século VII, a partir das pregações de Maomé realizadas na Palestina, entre as tribos judaicas que haviam renegado o Livro Sagrado. c) A pregação de Maomé, registrada no Alcorão, ajudou a reverter a tendência à fragmentação política e cultural dos povos árabes, fornecendo as bases religiosas para a expansão islâmica, a partir do século VII. d) A pregação de Maomé foi registrada no Alcorão, primeiro livro sagrado escrito em hebraico e traduzido para o árabe, grego e latim, o que facilitou sua divulgação na Península Arábica, Palestina, Mesopotâmia e Ásia Menor. e) A transferência da capital do império islâmico para Damasco, durante a dinastia Omíada, e para Bagdá, com a dinastia Abássida, provocou uma revalorização da cultura tribal árabe e a retomada dos valores panteístas dos primeiros califas. 05- Com a chamada Partilha de Verdun, de 843, o império de Carlos Magno foi dividido entre seus três netos: Lotário, Carlos e Luís. A esse respeito podemos afirmar: a) Nesse acordo preservava-se a unidade políticoinstitucional, uma das características do sistema feudal em processo de estruturação. b) A partilha marca o início do processo de síntese romano-germânico, que redundaria no aparecimento de diversos pequenos reinos durante a Alta Idade Média. c) O resultado é o esboço da futura divisão européia, uma vez que os domínios de Carlos e Luís darão origem aos reinos francês e germânico respectivamente. d) Nesse momento consagra-se a divisão da cristandade, em razão da aproximação de Lotário e Carlos com o papado e de Luís com o patriarcado de Constantinopla. e) O Tratado de Verdun marcou o fim dos conflitos entre os poderes seculares e eclesiásticos, verificado desde o início da Idade Média. 06- "Durante muito tempo, pensou-se que a Festa dos Loucos, celebrada na altura da festa dos SantosInocentes (28 de Dezembro) e da Circuncisão (1º de janeiro), não era mais do que uma sobrevivência das festas pagãs do solstício de Inverno e das calendas de janeiro (...) Na realidade, a Festa dos Loucos aparece apenas no século XII e num contexto urbano completamente novo (...) Quaisquer que sejam as tradições antigas que presidiram ao seu nascimento, o Carnaval é, como a Festa dos Loucos, uma inovação da cidade medieval." (SCHMITT. Jean-Claude. História das Superstições.Trad. Mira-Sintra-Mem Martins, EuropaAmérica, 1997. p. 158) A respeito da cultura urbana medieval podemos afirmar: a) Manifestou-se também nas festas que foram integradas ao calendário anual, orientado pelas perspectivas do tempo clerical. b) Desenvolveu-se paralelamente à cultura religiosa oficial e manteve-se completamente independente dos poderes clericais e seculares. c) Realizou uma profunda mudança de comportamento e mentalidade, ao eliminar a Quaresma e ao instituir festas marcadas por divertimentos e excessos. d) Floresceu durante a Alta Idade Média e declinou a partir do ano mil, quando se verificou uma aguda retração dos núcleos urbanos. e) Foi duramente reprimida pelos poderes senhoriais e eclesiásticos que se mostraram capazes de banir as manifestações culturais de origem pagã. 07- "Quando Joana D'Arc chegou, a 29 de abril de 1429, os habitantes da cidade estavam prestes a capitular, pois os ingleses tinham-se apoderado das fortalezas e dos castelos que rodeavam Orléans. A 4 de maio, Joana, com os seus soldados, tomou primeiro o castelo (...) Na manhã de 8 de maio, a Donzela verificou que os ingleses haviam abandonado os outros castelos. Orléans estava libertada e os seus habitantes aclamaram em delírio Joana D'Arc, que se sentia feliz por ter cumprido a promessa feita ao seu rei." (Gabalda e Beaulieu). Tendo o trecho acima como base, assinale a altemativacorreta. a) A tomada de Orléans define o fim da Guerra dos Cem Anos, consolidando a unidade e a monarquia francesas; b) Joana D'Arc, camponesa de Domremy, recebeu como recompensa pelo feito o titulo de nobreza e, portanto, o direito às terras nas quais anteriormente vivia; c) nacionalismo emergente, reforçado pelo significado desse feito, foi capitalizado pelos reis da dinastia Valois para consolidar a monarquia francesa; d) Joana D'Arc, aristocrata de nascimento e posses, foi condenada à fogueira posteriormente, tornando-se símbolo do nacionalismo francês; e) A derrota dos ingleses em Orléans marca o fim da Guerra dos Cem anos, mas não define, de imediato, a unidade e a monarquia francesas. 08- "O problema que mais inquietou o Homem medieval foi o da reafirmação da fé." (Aquino et al.) Do ponto de vista histórico-filosòfico, a corrente de pensamento que representa a Idade Média é o/a: a) Estoicismo; b) Escolástica; c) Idealismo; d) Materialismo; e) Existencialismo. 09- Ao longo de toda a ldade Média e da Moderna, a Sicilia foi invadida e ocupada por bizantinos, muçulmanos, normandos e espanhòis. Na Antigüidade, por sua: a) fertilidade e posição estratégica no Mediterrâneo Ocidental, a ilha foi disputada e dominada por gregos, cartagineses e romanos. b) fertilidade e posição estratégica, a ilha tornou-se o centro da dominação etrusca no Mediterrâneo Ocidental. c) aridez e pobreza, a ilha, apesar de visitada por gregos, cartagineses e romanos, não foi por estes dominada. d) extensão e fertilidade, a ilha foi disputada pelas cidades gregas até cair sob domínio ateniense depois da Guerra do Peloponeso. e) proximidade do continente, aridez e ausência de riquezas minerais, a ilha foi dominada somente pelos romanos. 10- "Foi de vital importância o fato de que, a partir do século XII, nobres e burgueses passaram a morar na parte cercada pelas muralhas das cidades. Os interesses e prazeres das duas classes tornaram-se assim semelhantes..." (Jacob Burckhardt, 1860) Sobre esse fenômeno, pode-se afirmar que: a) ocorreu em todos os lugares da Europa onde se desenvolveram cidades, pondo fim à dominação social da nobreza. b) ocorreu em todas as cidades maritimas, de Lisboa a Hamburgo, passando pela ltália do Norte e Flandres. c) foi interrompido pela nobreza, a partir da crise do século XIV, depois de ter se desenvolvido na Baixa ldade Média. d) marcou as mais importantes cidades italianas, constituindo um dos fatores sociais do Renascimento. e) marcou as mais importantes cidades européias, constituindo um dos fatores da criação das Universidades medievais. 11- "Os próprios céus, os planetas e este centro [a Terra] Respeitam os graus, a precedência e as posições. Como poderiam as sociedades, Os graus nas escolas, as irmandades nas cidades, O comércio pacífico entre praias separadas, A primogenitura e o direito de nascença, Os privilégios da idade, as coroas, cetros, lauréis, Manter-se em seu lugar certo - não fossem os graus? Estes versos de Shakespeare lda peça Troilo e Cressida) revelam uma visão de mundo: a) moderna e liberal, ao tratarem das cidades, do comércio e, virtualmente, até do novo continente. b) medieval e aristocrática, ao defenderem privilégios, graus e hierarquias como decorrentes de uma ordem natural. c) universal e democrática, ao se referirem a valores e concepções que ultrapassam seu pròprio tempo histórico. d) clássica e monarquista, ao mencionarem instituições, como a monarquia e o direito de primogenitura, que eram características do mundo greco-romano. e) particularista e elitista, ao expressarem hierarquias, valores e graus exdusivos da Inglaterra do século XVI. 12- Os termos abaixo estão associados feudalismo. I II 0 0 Vassalagem 1 1 Suserania 2 2 Colonato 3 3 Precarium 4 4 Gentium ao 13- (UFRN) No ato de 786, Carlos Magno afirmou: "A nossa função é, segundo o auxílio da divina piedade, [...] defender com as armas e em todas as partes a Santa Igreja de Cristo dos ataques dos pagãos e da devastação dos infiéis". . In: PINSKY, Jaime (org.). O modo de produção feudal. 2. ed. São Paulo: Global. 1982. p. 101. Esse fragmento de texto expressa a orientação política do Império Carolíngio no governo de Carlos Magno. O objetivo dessa política pode ser definido como um(a): a) esforço para estabelecer uma aliança entre os carolíngios e a Igreja bizantina para fazer frente ao crescente poderio papal. b) intenção de anexar a Península Ibérica aos domínios do papado, com a finalidade de impedir o avanço árabe. c) desejo de subordinar os domínios bizantinos à dinastia carolíngia, no intuito de implantar uma teocracia centralizada no imperador. d) tentativa de restaurar o Império Romano, com vistas! e) a promover a união da cristandade da Europa ocidental. 14. (Cesumar-PR) O Islamismo, ou islão (que significa submissão a Alá), tem por base o Corão, ou Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos, ou maometanos. O Corão constitui uma espécie de código de moral e justiça, definindo também normas de comportamento social. Entre as determinações está o Hajj, ou peregrinação à Caaba pelo menos. uma vez na vida, desde que a saúde e os meios permitam, orar cinco vezes ao dia voltado para Meca, jejuar no mês de Ramadã (mês da hégira julho), dar esmoIas e guardar as sextas-feiras. VICENTINO, Cláudio. História Geral. São Paulo: Scipione, 1997. O texto relata um dos aspectos da religiosidade islâmica, a qual tem sido debatida depois dos atentados nos Estados Unidos (11/9/2001), e da retaliação ao Afeganistão. Sobre o mundo muçulmano desde a sua formação e conceito, é correto afirmar: a) Maomé é considerado o filho legítimo de Alá, o Deus islâmico, renegando a imagem e os dogmas associados à palavra de Cristo e ao cristianismo. b) A fundação do Islã está fundamentada no sincretismo religioso. O cristianismo e o judaísmo deram as bases ao islamismo. c) Os muçulmanos formaram um imenso império territorial, o qual alcançou as terras da África, Ásia e Europa Ocidental. A convivência pacífica com os cristãos limitou a ação devastadora da Guerra Santa. d) As cruzadas representaram a ação cristã contra os islâmicos, fato que foi combatido pelo papa, principal opositor das cruzadas nos séculos XI e XIII. e) Ao condenar as Cruzadas, o papa Urbano II Fundamentava o espírito pacífico do crsitianismo e a necessidade de convivência pacífica entre os povos.