UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA Márcia Hoffmann do Amaral e Silva Turri Tolerar ou não tolerar? São Paulo 2010 Márcia Hoffmann do Amaral e Silva Turri Tolerar ou não tolerar? Dissertação apresentada ao programa de PósGraduação em Filosofia do Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, para obtenção do título de Mestre em Filosofia sob a orientação do Prof. Dr. Renato Janine Ribeiro São Paulo 2010 Para Fernanda e Ana Luísa, minhas luzinhas. “Da observação da irredutibilidade das crenças últimas extraí a maior lição de minha vida. Aprendi a respeitar as idéias alheias, a deter-me diante do segredo de cada consciência, a compreender antes de discutir, a discutir antes de condenar. E porque estou com disposição para as confissões, faço mais uma ainda, talvez supérflua: detesto os fanáticos com todas as minhas forças”. (Norberto Bobbio. Prefácio. In: Itália Manduria-Bari-Perugia: Lacaita, 1964. p. 7-8) civile. Agradecimentos Especialmente ao meu orientador, Professor Doutor Renato Janine Ribeiro, por despertar minha paixão pela Filosofia, há mais de 20 anos, e por sempre me instigar a fazer melhor. Aos membros da banca do exame de qualificação, Professores Doutores Milton Meira do Nascimento e Rolf Nelson Kuntz, pelas valiosas sugestões oferecidas. À professora Maria das Graças de Souza, pelos conselhos preciosos. Aos professores que guiaram meus passos, tanto na Faculdade de Filosofia quanto na Faculdade de Direito. Ao meu marido, Luís Francisco, simplesmente por tudo. Aos meus pais, Carlos Celso e Cecília Inês, que nunca deixaram de acreditar em mim. Aos meus irmãos, Carlos Eduardo e Luís Henrique, que nunca deixaram de torcer. À minha cunhada, Flávia, pela elegância em nunca me cobrar os livros. Aos amigos da magistratura federal: não declinarei nomes, mas tenho certeza que saberão a quem estou me referindo ao ler este agradecimento. À Maria Helena e à Marie, da Faculdade de Filosofia, à Marli e à Rosa, da Faculdade de Direito, e ao João, da Escola de Magistrados. RESUMO TURRI, Márcia Hoffmann do Amaral e Silva. Tolerar ou não tolerar? 2010. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Filosofia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. O tema da tolerância, nascido âmbito religioso, reaparece como um dos problemas centrais da filosofia política. A busca de soluções para problemas cruciais do mundo contemporâneo exige a reavaliação de valores nucleares da nossa civilização, destacando-se, entre eles, a tolerância. A necessidade de reencontrar fundamentos requer a recuperação dos diferentes sentidos assumidos pela tolerância na história do Ocidente. O escopo deste trabalho foi o de examinar a abordagem de Pierre Bayle, no contexto de uma Europa devastada por conflitos religiosos, regida por um Deus severo que se fazia obedecer precipuamente por causa do medo do inferno e da condenação eterna. A indagação primordial deste estudo: os ateus devem ser tolerados? Por quê? Reclamando os direitos da consciência errante e erigindo o postulado da liberdade de consciência, Bayle reconhece a viabilidade de uma sociedade de ateus, a partir de uma moralidade dissociada da religião. Palavras-chave: Filosofia política, tolerância, ateísmo, liberdade de consciência. ABSTRACT TURRI, Márcia Hoffmann do Amaral e Silva. To tolerate or not? 2010. Thesis (Master Degree) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Filosofia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. The subject of tolerance, as created within the religious scope, reappears as one of the main problems of political philosophy. The search for solutions for the crucial problems of the contemporary world demands the reevaluation of the nuclear values of our civilization, standing out, among those, the issue of tolerance. The need to meet up with the basis requires the recovery of the different meanings of tolerance throughout the Western History. The purpose of this work has been to examine Pierre Bayle’s approach surrounded by the context of a Europe ruined by religious conflicts and ruled by a harsh God who used to obtain obedience mainly because of the fear of hell and eternal condemnation. The primordial inquiry of this study is: should the atheists be tolerated? Why? Claiming the rights of the erroneous conscience and erecting the postulate of freedom of conscience, Bayle recognizes the feasibility of an atheist society starting from a morality dissociated from religion. Key Words: conscience. Political philosophy, tolerance, atheism, freedom of SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................... CAPÍTULO I. OS ATEUS PODEM SER TOLERADOS? .............................. CAPÍTULO II. POR QUÊ? ........................................................................ CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................... REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. 4. ed. Trad. da 1. ed. brasileira coordenada e revista por Alfredo Bosi; revi. e trad. dos novos textos Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2000. ALVES, Rubem. Dogmatismo e tolerância. São Paulo: Edições Loyola, 2004. ARENDT, Hannah. As origens do totalitarismo: totalitarismo, o paroxismo do poder. Trad. Roberto Raposo. Rio de Janeiro: Documentário, 1979. 3 v. ASHCRAFT, R. La politique revolutionnaire et les deux traités de governement de Locke. Paris: Presses Universitaires de France, 1995. AZEVEDO, Célia Maria Marinho. Onda negra, medo branco: o negro no imaginário das elites - séc. XIX. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2004. ______. Ética pós-moderna. São Paulo: Paulus, 1997. ______. Modernidade líqüida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. ______. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. BAYLE, Pierre. Avis aux R éfugiés. Introduction et édition critique par Gianluca Mori. Paris: Honoré Champion, 2007. ______. Commentaire philosophique sur ces paroles de Jésus-Christ "Contrains-les d'entrer". Préf. et commentaires de Jean-Michel Gros. Paris: Presses Pocket, 1992. (Agora, Les classiques, 113). ______. Commentaire philsophique. New York : Elibron Classics, 2005. ______. Continuation des pensées diverses sur la comète. Rotterdam: Reinier Leers, 1705. t. 4. 2 ______. De la tolérance. In: ______. Commentaire philosophique sur ces paroles de Jésus-Christ "Contrains-les d'entrer". Préf. et commentaires de Jean-Michel Gros. Paris: Presses Pocket, 1992. (Agora, Les classiques, 113). ______. De la tolérance: commentaire philosophique sur ces paroles de JésusChrist "Contrains-les d'entrer". Préf. et commentaires de Jean-Michel Gros. Paris: Presses Pocket, 1992. (Agora, Les classiques, 113). ______. Dictionnaire historique et critique. Paris: Dsoer, 1820. t. 3, t. 5, t. 8, t. 10, t. 13, t. 16. ______. Discours préliminaire qui contient plusieurs remarques distinctes de celles du Commentaire. In: ______. Commentaire philosophique sur ces paroles de Jésus-Christ "Contrains-les d'entrer". Préf. et commentaires de Jean-Michel Gros. Paris: Presses pocket, 1992. (Agora, Les classiques, 113). ______. Escritos sobre Spinoza y el spinozismo. Edición, introducción y traducción de Pedro Lomba. Madrid: Editorial Trotta, 2010. (Col. Clássicos de la Cultura). ______. Historical and critical dictionary: selections. Transl. Richard H. Popkin. Indianapolis: Hackett Publishing Company, 1991. ______. Nouvelle lettres de Mr. P. Bayle, professeur en philosophie et en histoire à R otterdam. Boston: Adamant Media Corporation, 2001. ______. Nouvelles lettres de l'auteur de la critique générale de l'histoire du calvinisme de Mr. Maimbourg. Amsterdam: David Mortier, 1685, t. 1. ______. Nouvelles de la republique des lettres. Amsterdam: Henri Desbordes & Daniel Pain, 1702. ______. Pensées diverses. 4. ed. Rotterdam: Reinier Léers, t. 2, ______. Pensées sur l’athéisme. Édition présentée, établie et annotée par Julie Boch. Paris: Desjonquères, 2004. ______. Pour une histoire critique de la philosophie. Choix d’articles philosophiques du Dictionnaire historique et critique, Introduction presentation par J.-M Gros et J. Chomarat. Paris: H. Champion, 2001. et 3 ______. Various thoughts on the occasion of a comet. Albany: State University of New York Presse, 2005. ______. Various thoughts on the occasion of a comet. Translated with notes and an interpretive essay by Robert C. Bartlett. Albany: State University of New York Presse, 2000. BEAUFRET, Jean. Hölderlin e Sófocles. Trad. Anna Luiza Andrade Coli e Maíra Nassif Passos. In: HÖLDERLIN, Friedrich. Observações sobre Édipo. Observações sobre Antígona. Trad. Pedro Süssekind e Roberto Machado. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. BERLIN, Isaiah. Estudos sobre a humanidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. ______. The hedgehog and the fox. Natl Book Network, 1993. BERRIOT, François. Athéismes et athéistes au XVIe siècle em France. Lille: Éditions du Cerf, 1976, t. 2. BÍBLIA. A Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 1994. ______. A Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 1973. BLACKBUM, Simon. Dicionário Oxford de filosofia. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1997. BLOCH, Olivier. Matière à histoires. Paris: Vrin, 1997. BLOOM, Harold. A angústia da influência. 2. ed. Imago, 2002. ______. Jesus e Javé: os nomes divinos. Rio de Janeiro: Objetiva, 2006. BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Trad. Carlos Nelson Coutinho; apresentação Celso Lafer. Nova ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. ______. Elogio da serenidade e outros escritos morais. Trad. Marco Aurélio Nogueira. São Paulo: Ed. UNESP, 2002. ______. Elogio da serenidade e outros escritos morais. Trad. Marco Aurélio Nogueira. São Paulo: Ed. UNESP, 2000. 4 ______. Locke e o direito natural. 2. ed. Trad. Sérgio Bath. Brasília: Ed. da UnB, 1997. BORRADORI, Giovanna. Filosofia em tempo de terror: diálogos com Jürgen Habermas e Jacques Derrida. Trad. Roberto Muggiati. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004. BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 35. ed. São Paulo: Cultrix, 1997. BOST, Hubert. Pierre Bayle et la religion. Paris: PUF, 2000. BRANDÃO, Carlos Antonio Leite. Quid tum? O combate da arte em Leon Battista Alberti. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2000. BRANDÃO, Juanito de Souza. Mitologia grega. 20. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. v. 1. BURKE, Peter. História como alegoria. Estudos Avançados, São Paulo, v. 9, n. 25, dez. 1995. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 21 abr. 2010. CARDOSO, Clodoaldo M. Tolerância e seus limites: um olhar latino-americano sobre diversidade e desigualdade. São Paulo: Ed. UNESP, 2003. CARDOSO, Sérgio et al. Os sentidos da paixão. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. CASSIRER, Ernest. Storia della filosofia moderna. I l problema della conoscenza nella filosofia e nella scienza, Traduzione di Angelo Pasquinelli. Torin: Giulio Einaudi Editore, 1978. CASTER, Marcel. Lucien et la pensée religieuse de son temps. Paris: Belles Lettres, 1937. CHANCE, Paul. Learning and Behavior. 3. ed. Pacific Grove: Brooks; Cole Publishing Company, 1994. CHAUÍ, Marilena. A nervura do real: imanência e liberdade em Espinosa. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. 5 ______. Público, privado, despotismo. In: VVAA. Ética. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. ______. Sobre o medo. In: CARDOSO, Sergio et al. Os sentidos da paixão. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. COSTA, Marcos Roberto Nunes. O lugar da justiça na doutrina ético-política de Santo Agostinho. In: STEIN, Ernildo (Org.). A cidade de Deus e A cidade dos homens: de Agostinho a Vico. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004. CRONK, Nicholas (Dir.). Études sur lê Traité sur la tolérance de Voltaire. Oxford: Voltaire Foundation, 2000. DARNTON, Robert. O grande massacre dos gatos. Trad. Sonia Coutinho. Rio de Janeiro: Graal, 2001. DELUMEAU, Jean. História do medo no ocidente (1300-1800): uma cidade sitiada. Trad. Maria Lúcia Machado e Heloísa Jahn. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. DERRIDA, Jacques. Anne Dufourmantelle convida Jacques Derrida a falar da hospitalidade. Jacques Derrida (entrevistado). Anne Dufourmantelle. Trad. de Antonio Romane. São Paulo: Escuta, 2003. DIDEROT, Denis; D’Alembert, Jean Le Rond. Verbetes políticos da enciclopédia. Trad. Maria das Graças de Souza. São Paulo: Discurso Editorial; Ed. UNESP, 2006. DOSTOIÉVSKI, Fiódor. Os irmãos Karamazov. São Paulo: Abril Cultural, 1970. DUBY, Georges. Ano 1000, ano 2000: na pista de nossos medos. São Paulo: UNESP, 1998. DUNN. John. Locke. Trad. Luiz Paulo Rouanet. São Paulo: Edições Loyola, 2003. DUQUE-ESTRADA, Paulo Cesar. (org). Desconstrução e ética: ecos de Jacques Derrida. São Paulo: Edições Loyola, 2004. 6 ECO, Umberto. Interpretação e superintrepetação. São Paulo: Martins Fontes, 2001. ______; MARTINI, Carlo Maria. Em que crêem os que não crêem? Rio de Janeiro: Record, 1999. FEBVRE, Lucien. Amour sacré, amour profane. Autour de l'heptaméron. Paris: Gallimard, 1944. ______. O problema da incredulidade no século XVI: a religião de Rabelais. Trad. Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. FERNANDEZ-ARMESTO, Felipe; WILSON, Derek. Reforma: o cristianismo e o mundo – 1500 a 2000. Rio de Janeiro: Record, 1997. FERRAZ JUNIOR, Tercio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão dominação. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2003. GINZBURG, Carlo. Apêndice – provas e possibilidades. In: ______. O fio e os rastros: verdadeiro, falso, fictício. Trad. Rosa Freire d’Aguiar e Eduardo Brandão. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. GODEFROY, Frédéric. Dictionnnaire de l’ancienne langue française et de tous les dialectes du IXe au XVe siècle (1880-1902). Genebra: Slatkine, 1982. v.10. GUINZBURG, Carlo. Nenhuma ilha é uma ilha: quatro visões da literatura inglesa. São Paulo: Cia. das Letras, 2004. GUINZBURG, Carlo. O fio e os rastros: verdadeiro, falso, fictício. Trad. Rosa Freire d’Aguiar e Eduardo Brandão. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. GUINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. (Col. Companhia de Bolso). HARZARD, Paul. La crise de la conscience européenne –1680/1715. Paris: Gallimard, 1961. v. 2. ______. La crisis de la conciencia europea. Madrid: Pegaso, 1941. HELIODORA, Barbara. O homem politico em Shakespeare. 1. ed. Rio de Janeiro: Agir, 2005. 7 ______. Reflexões shakespearianas. Rio de Janeiro: Lacerda Ed., 2004. HILL, Christopher. A bíblia inglesa e as revoluções do séc. XVII. Civilização Brasileira, 2003. ______. O mundo de ponta cabeça: idéias radicais durante a revolução inglesa de 1640. 3. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. ______. Origens intelectuais da revolução inglesa. São Paulo: Martins Fontes, 1992. HITCHENS, Christopher. Deus não é grande: como a religião envenena tudo. Trad. Alexandre Martins. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007. HOBBES, Thomas. Leviatã. 3. ed. Trad. João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Abril Cultural, 1983. (Col. Os Pensadores). HOLT, Mack. The french wars of religion - 1562-1629. Cambridge: Cambridge University Press, 1995. HUISMAN, Denis. Dicionário dos filósofos. São Paulo: Martins Fontes, 2001. HUNT, Lynn. A invenção da pornografia: obscenidade e a origem da modernidade. Trad. Carlos Szlak. São Paulo: Hedra, 1999. IHERING, Rudolf von. A luta pelo direito. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 1998. JORGE FILHO, Edgar José. Moral e história em John Locke. São Paulo: Edições Loyola, 1992. LABROUSE , Elisabeth. Pierre Bayle: H étérodoxie et rigorisme. Paris: Albin Michel, 1996. ______. Pierre Bayle. I. Du pays de Foix à la cité d’Érasme. La Haye, La Haye, 1963, et Dordrecht, 1985; II. Hétérodoxie et rigorisme. La Haye, 1964, et Paris, Albin Michel, 1996. LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos: um diálogo com o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Companhia das Letras, 1988. 8 LAFOND, Jean. De la morale à l’économie politique. In: FORCE; MORGAN. De la morale à l’économie politique. Paris: PUF, 1996. LEBRUN, Gerard. O cego e o filósofo ou o nascimento da antropologia. Disponível em: <http://www.fflch.usp.br/df/site/publicacoes/discurso/pdf/D03_O_cego_e_o_fi losofo.pdf>. Acesso em: 30 abr. 2010. LEBRUN, Gérard. O que é poder. 6. ed. São Paulo: Brasiliense, 1984. (Primeiros Passos). LECLERC, J. Histoire de la tolérance au siècle de la Reforme, 1. Paris: Aubier, 1955. LENNON, Thomas Michael. Reading Bayle. Toronto: University of Toronto Press, 1999. LESSA, Renato. Agonia, aposta e ceticismo: ensaios de filosofia política. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003. (Col. Origem). LEVINAS, Emmanuel. Entre nós: ensaios sobre a alteridade. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005. LOCKE, John. Carta sobre a tolerância. Lisboa: Edições 70, 2005. ______. Dois tratados sobre o governo. São Paulo: Martins Fontes, 2005. ______. Ensaio sobre o entendimento humano. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1999. v. 1 e 2. ______. Segundo tratado sobre o governo civil: e outros escritos. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994. LOPES, Marco Antônio. Grandes nomes da história intelectual. 1. ed. São Paulo: Contexto, 2003. LOPES, Marco Antônio; MARTINS, Marcos Lobato. A peste das almas: histórias de fanatismo. 1. ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2006. LOWE, E. Jonathan. Philosophers). Locke. Austin: Brian Leiter, 2005. (Routledge 9 LUTERO, Martinho. Sobre a autoridade secular. In: HÖPFL, Harro (Org.). Sobre a autoridade secular. Trad. Márcio Leite de Barros e Carlos Eduardo Silveira Matos. São Paulo: Martins Fontes, 2005. MAIA NETO, José Raimundo. O ceticismo de Bayle. Kriterion, n. 93, p. 86. 1995. ______. O silêncio dos céticos. In: NOVAES, Adauto et al. (Org.). O silêncio dos intelectuais. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. MCKENNA, Antony. L’ironie de Bayle et son statut dans l’écriture philosophique. In: Regards sur Pierre Bayle. Paris: Champion, 2000. MERLI, Davi. Evoluzione della tollernza da Erasmo a J. S. Mill. Bologna: Bonomo Editrice, 2003. MONTAIGNE, Michel de. Os ensaios. Trad. Rosemary Costhek Abílio. São Paulo: Martins Fontes, 2001. Livro 3. MORGAN, Kenneth O. The Oxford Illustrated history of Britain. 1. ed. Oxford: Oxford University Press, 2000. MORI, Gianluca. Bayle philosophe. Paris: Honoré-Champion, 1999. p. 200. (Col. Vie des hugenotes, 9). MORTIER, Roland. L’athéisme em France au XVIIIe siècle: progrès et résistances. In: Le coeur et la raison: recueil d’études sur le dix-huitième siècle. Oxford-Bruxelas-Paris, Voltaire Foundation-Universitas, 1990. NEALE, John Ernest. Queen Elizabeth I (1934). Harmondsworth: Penguin, 1960. NUOVO, Victor. John Locke: writings on religion. Oxford, UK, 2002. ONFRAY, Michel. Cinismos: retrato de los filósofos llamados perros. Buenos Aires: Paidós, 2002. p. 136-137. (Col. Espacios del saber). ______. Tratado de ateologia: física da metafísica. Trad. Monica Stahel. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009. 10 ______. Tratado de ateologia: física da metafísica. Trad. Monica Stahel. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2007. OZ, Amós. Contra o fanatismo. 2. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004. PASCAL, Blaise. Pensamentos sobre a política. São Paulo: Martins Fontes, 1994. PIERUCCI, Antônio Flávio. A magia. São Paulo: Publifolha, 2001. PIVA, Paulo Jonas de Lima. Ateísmo e revolta: os manuscritos do Padre Jean Meslier. São Paulo: Alameda, 2006. POPKIN, Richard H. The history of scepticism: from Savonarola to Bayle. New York: Oxford University Press, 2003. ______. História do ceticismo de Erasmo e Spinoza. Trad. Danilo Marcondes Filho. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 2000. POPPER, KARL R. A lógica da investigação científica. Trad. Pablo Rubén Mariconda. São Paulo: Abril Cultural, 1980. (Col. Os Pensadores). RABELAIS. Gargântua e Pantagruel. Trad. de David Jardim Júnior. Belo Horizonte: Vila Rica, 1991. REY, Alain. Dictionnaire historique de la langue française. Paris: Le Robert, 1995. v. 2. RIBEIRO, Renato Janine. A democracia. 2. ed. São Paulo: Publifolha, 2002. ______. A etiqueta no antigo regime. São Paulo: Brasiliense, 1983. ______. A república. São Paulo: Publifolha, 2001. ______. A sociedade contra o social: o alto custo da vida pública no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. ______. A última razão dos reis: ensaios sobre filosofia e política. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. ______. Ao leitor sem medo: Hobbes escrevendo contra o seu tempo. 2. ed. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1999 (Col. Humanitas). 11 ______. História e soberania (de Hobbes à revolução). In: ______. A última razão dos reis: ensaios sobre filosofia e política. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. ______. Literatura e erotismo no século XVIII francês: o caso de ‘Teresa filósofa’. In: NOVAES, Adauto (Org.) et al. Libertários e libertinos. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. ______. O letrado e o guerreiro: ou dois ensaios sobre o âmago terrível da linguagem. Scripta, Belo Horizonte, v. 5, n. 10, 1. sem. 2002. ______. O novo e o pathos (em torno do Dezoito Brumário). In: ______. A última razão dos reis: ensaios sobre filosofia e política. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. RICOEUR, Paul. Leituras 1: em torno do político. Tolerância, intolerância, intolerável. São Paulo: Edições Loyola, 1995. ROMANO, Roberto. Silêncio e ruído: a sátira em Denis Diderot. Campinas: Ed. da UNICAMP, 1996. ROTERDÃ, Erasmo de. Elogio da loucura. São Paulo: Nova Cultural, 1988. (Col. Os Pensadores). ROUANET, Sergio Paulo. As razões do iluminismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. ______. O Eros das diferenças. Folha de S. Paulo, São Paulo, 09 fev. 2003. Caderno Mais. ROVIGHI, Sofia Vanni. História da filosofia moderna: da revolução científica a Hegel. 4. ed. Trad. Marcos Bagno e Silvana Cobucci Leite. São Paulo: Edições Loyola, 2006. RUIZ GONZALEZ, Rafael. Novas formas de abordar o ensino da História. In: KARNAL, Leandro (Ed.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2003. SANTOS, Antônio Carlos dos. A via de mão dupla: tolerância e política em Montesquieu. Ijuí: Ed. Unijuí; Sergipe: EDUFS, 2006 (Col. Filosofia; 21). 12 SARAMAGO, José. O fator Deus. Revista do Espaço Acadêmico, ano 1, n. 5, out. 2001. SENELLART, Michel. As artes de governar: do regimen medieval ao conceito de governo. Trad. Paulo Neves. São Paulo: Ed. 34, 2006. (Col. TRANS). SHAKESPEARE, William. Hamlet. Trad. Millôr Fernandes. Porto Alegre: L&PM, 2007. STONE, I.F. O julgamento de Sócrates. Trad. Paulo Henriques Britto. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. (Col. Companhia de Bolso). STRAUSS, Leo Strauss. On a forgotten kind of writing. In: What is political philosophy? And other studies. Chicago; London: The University of Chicago Press, 1988. STRAUSS, Leo. What is political philosophy? and other studies. London; Chicago: The University of Chicago Press. 1988. THOMAS, Keith. Religião e o declínio da magia: crenças populares na Inglaterra, séculos XVI e XVII. Trad. Denise Bottmann e Tomás Rosa Bueno. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. VERNANT, Jean-Pierre. O universo, os deuses, os homens. Trad. Rosa Freire d’Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. VOLTAIRE, François Marie Arouet de. Tratado sobre a tolerância: a propósito da morte de Jean Calas. Trad. Paulo Neves. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000. ______. Dicionário filosófico. Trad. Pietro Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2004. WALKER, D. P. Te decline of hell: seventeenth-century discussions of eternal torment. Chicago: The University of Chicago Press, 1964. WALZER, Michael. Da tolerância. Trad. Almiro Pisetta. São Paulo: Martins Fontes, 1999. 13 WOOTTON, David. Unbelief in Early Modern Europe. In: PENNIGTON, D.; THOMAS, K. (Orgs.). Puritans and revolutionairies, Oxford, 1978. ZÉA, Leopoldo. Le droit à la difference. In: Tolérance, j’écrit ton nom. Paris: Éditions Saurait; Éditions Unesco, 1995. ZUCKERMAN, Phil. Atheism: contemporary rates and contemporary patterns. In: MARTIN, Michael (Ed.). The Cambridge companion to atheism. 1. ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2007.