Relatório Macroeconômico - UNA Consultoria Econômica

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Destaques Econômicos
(análise abril 2016)
Maio de 2016
Destaques Economia Global
Maio de 2016
Projeção do Crescimento Mundial 2016 e 2017
 Segundo as projeções de abril do FMI, a taxa de crescimento
mundial prevista para 2016 é de 3,2%. No caso dos países
desenvolvidos, estima-se um avanço de 1,9%, enquanto que para
os países em desenvolvimento projeta-se 4,1%. Os números para
os anos de 2017 e 2018 para o mesmo patamar.
 É importante chamar atenção para três fatores: (i) houve redução
das taxas de crescimento previstas em relação às previsões
anteriores, (ii) as taxas projetadas estão significativamente abaixo
das verificadas antes da crise financeira internacional, e (iii) a taxa
de crescimento apresenta estabilidade num patamar
relativamente baixo.
PIB - Taxa de Crescimento Anual
8,0%
6,0%
4,0%
2,0%
0,0%
-2,0%
-4,0%
Mundo
Economias Avançadas
Mercados Emergentes
América Latina e Caribe
Fonte: FMI
China
Taxa de crescimento do PIB da China - Comparação com
mesmo trimeste do ano anterior
7,5%
7,0%
6,5%
Fonte: National Bureau of Statistics of China
China PMI Manufaturados
50,0
49,5
49,0
48,5
48,0
47,5
47,0
46,5
 O grande destaque do mês de abril diz respeito à divulgação da taxa de
crescimento do PIB para o primeiro trimestre, que atingiu 6,7% em relação ao
mesmo período do ano anterior e ficou dentro da meta estipulada pelo
governo.
 A projeção mais recente do FMI indica um crescimento de 6,5% em 2016.
 A queda do PMI de manufaturados, ainda que tenha frustrado as expectativas
do mercado financeiro, não se apresenta como um risco relevante para o
atingimento da projeção indicada acima.
 Ainda que para os padrões históricos chineses esta taxa não seja elevada, o
resultado é importante para marcar a transição da economia para um patamar
de crescimento abaixo dos dois dígitos, porém ainda bastante elevado. É
relevante também porque afasta a possibilidade do chamado hard landing, tão
temida para alguns analistas.
 Contudo, este nível de crescimento certamente não será suficiente para que a
China seja, como foi no passado, o motor do crescimento mundial.
Fonte: Markit
Estados Unidos
Inflação - Estados Unidos (% 12 Meses)
 A inflação continuou apresentando taxas reduzidas em março (taxa de inflação
medida pelo CPI foi de 0,87%, em comparação com o mesmo mês do ano
passado e taxa do núcleo em 1,70% em termos anualizados).
 O PIB atingiu um crescimento de 2,0% frente o primeiro trimestre do ano
anterior, o que é um nível baixo, porém está em linha com as projeções da
UNA-CE para o ano (1,8%).
 O FED decidiu, por grande maioria dos votos, manter a meta para a FED Funds
Rate entre 0,25% e 0,5%. Este é um patamar historicamente reduzido e tende
a permanecer desta forma no médio prazo.
1,3%
0,8%
0,3%
-0,2%
Taxa de crescimento PIB da EUA - Comparação com mesmo
trimeste do ano anterior
3,2%
2,7%
2,2%
1,7%
Fontes: FED
Japão
Taxa de crescimento do Japão
4,0%
-1,0%
-6,0%
Fonte: FMI
Japão - Inflação anual
1,7% 2,0%
-1,3%
-0,5%
-2,2% -1,9%
-0,9% -0,6%
1,0% 1,0% 0,7%
 A economia japonesa permanece com baixíssimo dinamismo, registrando taxas
de crescimento muito próximas de zero (0,5% em 2015, 0,5% projetado para
2016 pelo FMI).
 A inflação continua muito próxima de zero, o que é considerado um resultado
negativo.
 A política econômica japonesa visa, especialmente, o aquecimento do produto,
o que teria, como consequência, a elevação das taxas de inflação. No entanto,
mesmo uma taxa de juros básica nominal negativa, como a que vem sendo
aplicada atualmente (-0,1%), não há recuperação.
 As opções para o Banco Central japonês estão se esgotando. Devem ocorrer
novas reduções da taxa de juros básica, porém com reduzido efeito.
Aparentemente, a única opção restante em termos de política econômica, é
uma forte expansão de gastos públicos em investimento. Isto, porém, não está
no radar.
Fonte: FMI
Este material foi elaborado pela UNA-CE, contendo, basicamente, informações sobre eventos futuros. Estas projeções/estimativas estão sujeitas a riscos e incertezas, tais como: as condições de mercado; ambiente
competitivo; flutuações da moeda e da inflação; mudanças em órgãos reguladores e governamentais entre outros fatores que poderão diferir dos apresentados. Assim, a UNA-CE não se responsabiliza por eventuais
imprecisões ou erros.
Destaques Economia Brasileira
Maio de 2016
Inflação
 Os sinais da depressão econômica estão claros na taxa de inflação
do mês de abril. A inflação medida pelo IPCA atingiu 0,61% no mês
e provocou uma nova queda da inflação em 12 meses (9,28%).
 Ao contrário de 2015, no ano de 2016 a pressão sobre os preços
gerada pelo lado da oferta é, não só reduzida, como também
concentrada na dinâmica inercial proveniente do ano anterior e
no choque de oferta que afeta os preços de determinados itens
agrícolas. Como resultado, o efeito de uma depressão sobre a
inflação fica muito mais evidente.
 A mais recente atualização das projeções da UNA-CE já indica uma
inflação (medida pelo IPCA) que cumpre a meta em sua banda
superior no ano de 2016 (6,5%).
 Vale destacar o comportamento dos preços dos serviços, tendo
em vista uma inicial resistência ao derretimento do produto,
porém com uma queda bastante acentuada nos últimos dois
meses. As taxas registradas em março e abril atingiram patamares
muito inferiores a dos meses anteriores: 0,24% e 0,58%
respectivamente.
 A inflação medida pelo IGP-M também é decrescente ao longo
dos últimos meses: 0,33% em abril contra 0,51% em março. Os
três índices que compõe o IGP-M apresentaram desaceleração
(IPA, IPC e INCC).
IPCA (% 12 meses)
10,5%
9,5%
8,5%
Fonte: IBGE
IPCA - Serviços
1,0%
8,2%
0,5%
7,7%
0,0%
7,2%
% Mensal
% 12 Meses
Fonte: IBGE
IGP-M (% 12 meses)
11,0%
8,0%
5,0%
Fonte: FGV
Produto e Emprego
 Um processo de falências e recuperações judiciais mais amplo é cada vez mais provável. Isto pode ser percebido nas recentes
divulgações de demonstrativos financeiros auditados. Não há dúvida de que os principais bancos brasileiros evitam declarar o
vencimento antecipado das dívidas para não contaminar os balanços. Isto, no entanto, pode mudar com a piora da crise e a
possibilidade de um efeito dominó.
 A previsão para o decréscimo do produto da UNA-CE foi alterada para entre -3,4% e -3,6%, a depender do sucesso das próximas
ações de política econômica.
 Cabe destacar o novo aumento da taxa de desemprego para 10,9% (no trimestre fevereiro, março e abril). Isto significa uma
elevação de 36% em relação ao mesmo período de 2015, quando a taxa era de 8,0%.
 Está claro que o novo governo que emergirá após os trâmites no Senado Federal terá grandes desafios, tendo em vista a
urgência de uma recuperação rápida para evitar um colapso econômico ainda maior. As decisões e intenções já declaradas estão
na direção correta: (i) observa-se a necessidade de se manter o patamar de investimentos públicos, bem como de se reduzir as
taxas de juros cobradas pelos bancos de fomento, trabalha-se com o conceito de uma reforma fiscal, e não ajuste fiscal como no
passado recente; (ii) aparentemente, haverá uma grande ênfase no programa de concessões e PPP no setor de infraestrutura,
que buscará alinhar bons projetos e crédito de longo prazo a partir dos bancos de fomento. As primeiras licitações estão
previstas para este ano; e (iii) redução da taxa de juros básica, que se torna possível em virtude do aumento de confiança.
 O sucesso dessas ações, já no curto prazo, é fundamental para estabilizar o país tanto politicamente, quanto economicamente.
Caso não ocorra, certamente a instabilidade política voltará, juntamente com a continuidade da depressão.
Taxa de desocupação (%)
10,5%
10,0%
9,5%
9,0%
8,5%
8,0%
7,5%
7,0%
6,5%
6,0%
Fonte: PNAD
Este material foi elaborado pela UNA-CE, contendo, basicamente, informações sobre eventos futuros. Estas projeções/estimativas estão sujeitas a riscos e incertezas, tais como: as condições de mercado; ambiente
competitivo; flutuações da moeda e da inflação; mudanças em órgãos reguladores e governamentais entre outros fatores que poderão diferir dos apresentados. Assim, a UNA-CE não se responsabiliza por eventuais
imprecisões ou erros.
Destaques Economia Brasileira
Maio de 2016
Balança Comercial
 A balança comercial fechou o mês de abril com saldo positivo US$ 4,861
bilhões e os primeiros quatro meses do ano com superávit recorde de
US$ 13,249 bilhões. Este resultado é bastante positivo do ponto de vista
da sustentabilidade do balanço de pagamentos, porém alarmante no
que diz respeito à depressão econômica. Isto porque as importações
caíram 32,2% na comparação com os primeiros quatro meses de 2015,
enquanto as exportações também se reduziram (3,2% em relação a
igual período de 2015).
 Do lado das importações, chama atenção a redução das importações de
bens de capital (29,4% na comparação entre os quatro primeiros meses
de 2016 e o mesmo período do ano anterior). Uma redução desta
magnitude é resultado da queda brutal dos investimentos na economia
brasileira.
Balança Comercial (bilhões de dólares)
25
20
15
10
5
0
-5
Saldo
Exportação
Importação
Fonte: MDIC
Transações Correntes
Saldo Transações Correntes (Trimestral em US$ milhões)
0
-5.000
-10.000
-15.000
-20.000
-25.000
-30.000
-35.000
 O saldo verificado nas transações correntes, considerando os primeiros
três meses do ano, foi muito pouco negativo, o que afasta qualquer risco
de crise no balanço de pagamentos no médio prazo. É importante
ressaltar que o patamar das reservas internacionais é bastante elevado.
 Este cenário é decorrente de um resultado muito positivo da balança
comercial aliado à queda dos gastos de brasileiros no exterior e a menor
remessa de lucros por parte das multinacionais estrangeiras com filiais
no Brasil.
Fonte: Banco Central
Commodities
 Os preços internacionais do minério de ferro e do petróleo
permanecem em elevação.
 No último mês, houve importantes tentativas dos principais países
produtores (Opep e não Opep) de restringir a oferta conjunta e, com
isso, manter e potencializar a recente a elevação de preços.
 Mesmo com a parceria entre Rússia e Arábia Saudita sobre o tema,
tais tentativas não tiveram êxito completo em virtude dos interesses
do Irã, que apenas recentemente voltou a exportar e ainda não se
convenceu.
 O cenário descrito acima ficou ainda mais incerto com a divulgação de
um plano econômico pela Arábia Saudita que visa, primordialmente, a
independência econômica do petróleo em 30 anos.
Preço do Barril de Petróleo (US$)
65,0
60,0
55,0
50,0
45,0
40,0
35,0
30,0
Fonte: ANP
Preço Minério de Ferro (US$/dmt)
65,0
60,0
55,0
50,0
45,0
40,0
35,0
Fonte: The Steel Index
Impactos da Conjuntura Internacional
 O crescimento econômico mundial nos próximos três anos certamente não sustentará preços de commodities tão elevados
quanto os verificados antes da crise financeira internacional. Tampouco provocará grande dinamismo nas exportações
nacionais. No entanto, não há sinais de uma crise aguda em nenhuma das principais economias do mundo. Além disso, o
crescimento chinês, aparentemente, se estabilizou entre 6,5% e 7,5% ao ano, o que é um patamar elevado.
 Se o processo de elevação dos preços do petróleo e do minério de ferro for mantido, o impacto positivo tanto para a Petrobras,
quanto para a Vale pode ser muito relevante. Soma-se a isso, uma possível elevação do valor total das exportações brasileiras.
 Outro aspecto a ser levado em conta, diz respeito ao influxo de capitais estrangeiros para o Brasil num mundo cujos mercados
financeiros estão extremamente líquidos. Isto poderá ocorrer se houver uma estabilização política e econômica no país.
Este material foi elaborado pela UNA-CE, contendo, basicamente, informações sobre eventos futuros. Estas projeções/estimativas estão sujeitas a riscos e incertezas, tais como: as condições de mercado; ambiente
competitivo; flutuações da moeda e da inflação; mudanças em órgãos reguladores e governamentais entre outros fatores que poderão diferir dos apresentados. Assim, a UNA-CE não se responsabiliza por eventuais
imprecisões ou erros.
Destaques Empresas
Maio de 2016
Crise Atinge as Concessões Aeroportuárias
 As concessões aeroportuárias foram consideradas um grande sucesso por três motivos principais: (i) um grande número de
empresas participantes no processo licitatório; (ii) os vencedores se comprometeram a pagar valores elevados de outorga; e
(iii) volume importante de obras foi executado num prazo de tempo relativamente curto.
 O problema que se apresenta atualmente é o de que, na época dos leilões, ninguém poderia prever uma quebra estrutural da
economia brasileira, que levasse a uma profunda depressão, tal como a que estamos vivendo.
 No caso das concessionárias aeroportuárias, esta depressão econômica tem como principal consequência a queda acentuada
do número de passageiros transportados. Isto reduz não só as receitas tarifárias, mas também as receitas acessórias.
 Outra consequência importante, diz respeito à diminuição do transporte de cargas pela via aérea, tendo em vista que diversas
receitas aeroportuárias são provenientes de tarifas de cargas. Grande parte deste volume corresponde a cargas importadas de
alto valor agregado. A importação se reduziu significativamente ao longo dos últimos dois anos.
 Como é possível manter os compromissos financeiro assumidos diante de tamanha quebra estrutural? A resposta é clara: não é
possível. As concessionárias aeroportuárias protocolaram recentemente um pedido de postergação do pagamento das
outorgas.
Movimento de Passageiros (milhões)
13,1
12,1
11,5
11,3
abr-14
abr-15
9,1
8,7
jun-14
jun-15
mai-14
mai-15
9,9
9,2
8,9
10,4
9,9
9,7
9,3
8,9
dez-14
dez-15
9,3
9,9
nov-14
nov-15
9,1
8,4
fev-14
fev-15
fev-16
jan-14
jan-15
jan-16
8,6
mar-14
mar-15
10,0
10,3
out-14
out-15
10,6
set-14
set-15
10,9
ago-14
ago-15
10,9
11,4
jul-14
jul-15
11,4
Fonte: Infraero
 Talvez a principal obrigação de um governo seja a de estabilizar as condições econômicas de forma que a decisão de
investimento tenha o mínimo grau de incerteza possível. Infelizmente, o governo atual não cumpriu esta obrigação.
Projeções Principais Indicadores
Indicadores
2016
2017
2018
2019
2020
Dólar - R$ por US$ (Final do Período)
Selic (Final do Período)
TJLP (Final do Período)
3,60
3,75
3,90
4,00
4,10
13,25%
7,50%
12,50%
7,00%
12,00%
7,25%
11,25%
6,50%
9,75%
5,50%
IPCA (Inflação Prevista)
IGP-M (Inflação Prevista)
6,45%
6,60%
5,90%
6,00%
5,40%
5,40%
5,20%
5,30%
5,00%
5,10%
PIB (Taxa de Crescimento)
-3,40%
0,50%
2,00%
3,00%
3,50%
Fonte: Elaboração própria
Este material foi elaborado pela UNA-CE, contendo, basicamente, informações sobre eventos futuros. Estas projeções/estimativas estão sujeitas a riscos e incertezas, tais como: as condições de mercado; ambiente
competitivo; flutuações da moeda e da inflação; mudanças em órgãos reguladores e governamentais entre outros fatores que poderão diferir dos apresentados. Assim, a UNA-CE não se responsabiliza por eventuais
imprecisões ou erros.
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(11) 98619-8066
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