02/09/2014 ONU alerta para impacto de mudança climática em nações do Pacífico Alerta foi dado na conferência da ONU sobre as ilhas-Estado. ONU enfatizou urgência em obter pacto que limite os gases de efeito estufa. da France Presse ONU enfatiza urgência de acordo que limite emissão de gases Foto: Reprodução/TV Globo Fonte: http://s2.glbimg.com/RN6_HWfv6EM0PHYbjfvq4hbBcQ=/300x225/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2014/07/29/china_20140729015835_1.j pg A chefe das Nações Unidas para a Mudança Climática, Christiana Figueres, alertou nesta terça-feira (2) que é preciso agir rápido contra o aquecimento global e mencionou a perigosa situação das nações que ficam em áreas baixas do litoral do Pacífico. Figueres afirmou, em conferência da ONU em Samoa sobre as ilhas-Estado, que o impacto da mudança climática será maior nas nações do Pacífico, apesar de sua escassa contribuição para a criação do problema. "A mudança climática é a maior ameaça enfrentada por estas ilhas, líderes dos esforços mundiais para tratar desta questão", afirmou à AFP. A especialista também explicou que um nível superior do mar não só faz a erosão do litoral das ilhas, como também arruína o fornecimento de água pela invasão dos lençóis freáticos e inundação dos terrenos de cultivo, tornando-os estéreis. O aquecimento também faz com que mais ciclones e tempestades atinjam as ilhas. A representante da ONU explicou que está sendo preparado um plano que prevê o pior dos cenários, no qual refugiados da mudança climática terão de ser realocados em outros países. "São medidas extremas a que estas ilhas devem prestar atenção. É óbvio que tanto as ilhas como o resto do mundo querem manter as imigrações de refugiados em um nível mínimo". Figueres afirmou que a situação enfrentada por estas ilhas-Estado torna ainda mais necessário avançar com o objetivo de obter um pacto que limite os gases de efeito estufa até o final de 2015. A ONU quer reduzir o aquecimento global em 2ºC em relação aos níveis anteriores à Revolução Industrial, que, segundo os cientistas, é o nível mínimo para poder estabilizar o clima. Figueres considerou que ainda é possível conseguir isso, mas que a porta para esta opção "se fechará em breve". Os líderes das ilhas cada vez mais elevam o tom de voz em relação à falta de ação global quanto ao problema. O presidente das Ilhas Seychelles, James Michel, assinalou neste encontro em Samoa que os interesses das grandes empresas dominaram o debate durante muito tempo. "É a hora de reconhecermos a mudança climática como ela é: um crime coletivo contra a Humanidade", afirmou, alegando que a mudança climática 'rouba das ilhas-nação seu direito de existir'. O presidente das Ilhas Marshall, Christopher Loek, por sua vez, afirmou que as ilhas-Estado precisam lançar uma mensagem positiva sobre o que será necessário fazer na cúpula das Nações Unidas ainda este mês, em Nova York, à qual se seguirá outra em Paris, em 2015, para tentar alcançar um novo acordo climático. "Devemos reconhecer que não há uma forma de liderança mais poderosa que a liderança através do exemplo", concluiu. Fonte: G1 > Natureza(http://g1.globo.com/natureza/noticia/2014/09/onu-alerta-para-impacto-de-mudancaclimatica-em-nacoes-do-pacifico.html) 08/09/2014 O relatório está pronto, chegou a hora de agir por Kaisa Kosonen* Angela Merkel e David Cameron, assim como a presidenta Dilma Rousseff, podem fazer a lição de casa e ir até Nova Iorque e cumprir seus compromissos reais. Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2014/09/Greenpeace.jpg Novas histórias estão circulando sobre o relatório de mudanças climáticas do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) – um resumo que condensa três outros relatórios sobre clima para políticos. A síntese será oficialmente lançada na Conferência do Clima, 31 de outubro, mas o conteúdo das mais de 5000 páginas é de conhecimento geral, ainda que seja ignorado por muitos: as mudanças climáticas ameaçam tanto nossa geração quanto as gerações futuras. Durante nossa vida na Terra, o planeta sofrerá mudanças catastróficas a menos que as emissões de carbono sejam reduzidas e que os combustíveis fósseis sejam substituídos por fontes renováveis e limpas. As mudanças climáticas podem parecer algo complexo e fora de nosso alcance, mas pode ser simples se tomarmos a iniciativa de diminuir a queima de combustíveis fósseis – petróleo, carvão e gás – responsável pela maioria das emissões de carbono que causam o aquecimento global. A escolha é nossa. A cada dia que permitimos e contribuímos com o uso de combustíveis fósseis e enquanto novas minas de carvão e campos de petróleo são planejados, nós somos parte do problema. Mas a cada dia que desafiamos os políticos e empresas, exigindo energia limpa e segura, passamos a fazer parte da solução, parte de um movimento que cresce rapidamente pela mudança que já está acontecendo em países como China e Estados Unidos. Agora, como os governantes estão se preparando para um novo acordo climático global a ser assinado em dezembro de 2015 em Paris, a luta climática vem sendo travada nas principais capitais do mundo, onde são tomadas as decisões sobre o uso do carvão, extração de petróleo, novos gasodutos e infraestrutura das grandes cidades. A boa notícia é que as mudanças climáticas voltaram a fazer parte da agenda política global – com a maior intensidade possível. O secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, está convocando chefes de Estado para uma Conferência Climática no dia 23 de setembro, em Nova Iorque. Ele tem como objetivo criar um impulso político para a COP-20 (Conferência do Clima da ONU), que este ano ocorre no Peru. Na melhor das hipóteses, poderíamos testemunhar sinais de um novo tipo de liderança de economias emergentes, como a China, que recentemente criou políticas radicais para reduzir o uso de carvão e promover as energias renováveis, mas que ainda precisa levar essa medida interna para o âmbito internacional. A taxa de crescimento do uso de carvão na China está estagnada em zero e mostra sinais de declínio para os primeiros seis meses deste ano. Esta é uma mudança em relação à taxa média anual de crescimento de 10% em 2003 – 2011. Ao mesmo tempo, o uso de carvão também mudou drasticamente nos Estados Unidos, resultando em declínio absoluto de emissões. Não é surpresa o carvão ser um fator comum entre líderes dos dois principais emissores do mundo, já que ambos buscam um terreno em comum no encontro promovido por Ban Ki-Moon. Mas onde estão as autoridades europeias? Aquelas que costumavam liderar ações pelo clima? Eles vão permitir que China e EUA façam o principal acordo climático sem intervir? Por que a chanceler alemã, Angela Merkel, planeja não participar do lançamento do relatório do IPCC, enquanto o primeiro ministro britânico, David Cameron, ainda não confirmou sua participação? É para evitar o constrangimento de não ter atingido os objetivos traçados até 2030 pela União Europeia? Bom, isso ainda pode ser corrigido. Angela Merkel e David Cameron, assim como a presidenta Dilma Rousseff, podem fazer a lição de casa e ir até Nova Iorque e cumprir seus compromissos reais. * Kaisa Kosonen é da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Nórdico. ** Publicado originalmente no site Greenpeace Brasil(http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Blog/o-relatrio-estpronto-chegou-a-hora-de-agir/blog/50518/). Fonte: Greenpeace hora-de-agir/) Brasil/Envolverde(http://envolverde.com.br/ambiente/o-relatorio-esta-pronto-chegou- 09/09/2014 Yeb Saño: O Ártico e as mudanças climáticas por Yeb Saño* http://www.greenpeace.org/brasil/ReSizes/Large/Global/brasil/image/2014/Julho/Yeb.jpg Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2014/09/Yeb.jpg Eu nasci a 8046 km de distância do Polo Norte e agora que cresci, percebi que o meu futuro está totalmente ligado com o destino do Ártico. Quando discursei nas negociações da ONU em Varsóvia, no ano passado, exigindo ação imediata de apoio às consequências do tufão Haiyan, não passava pela minha mente o tamanho da repercurssão que causaria. O tufão Haiyan foi o mais brutal da história das Filipinas, deixando mais de 6.200 mortos, 1,9 milhões de desabrigados e 6 milhões de deslocados. Palavras não podem descrever o sofrimento. A ciência é clara: as mudanças climáticas podem afetar a sociedade de maneiras cada vez mais agressivas. Mesmo que o tufão Haiyan não tenha se originado somente pelas mudanças climáticas, meu país se recusa a aceitar que caso nada seja feito, os tufões farão parte de nosso cotidiano. Não podemos continuar trilhando um caminho que pode comprometer nossas crianças e seus futuros. Após o trágico acontecimento, mais de 750.000 pessoas assinaram uma petição demonstrando sua solidariedade às Filipinas. Esse apoio global me motivou em um dos momentos mais tristes da minha vida, proporcionando um novo fio de esperança. Então, por que eu, um negociador do clima das Filipinas, me tornei um defensor do Ártico? A razão é simples: o Ártico é visto como protagonista no desdobramento de uma crise climática originada pelo homem. Os últimos sete anos foram marcados como os verões mais quentes no Ártico, resultando na menor extensão de gelo no mar. Com uma paisagem deslumbrante e uma geografia extraordinária, os icebergs exercem função climática essencial. Refletem a energia do sol e mantem o metano bloqueado no subsolo. O derretimento do Polo Norte resultaria em um aumento drástico no nível do mar, ou seja, o que acontece no Ártico não fica só no Ártico. Ao fazer um balanço dos danos causados por Haiyan e ao me preparar para mais uma rodada de negociações climáticas da ONU, cheguei a uma conclusão: é uma história com um toque irônico e trágico. As companhias de petróleo estão se movendo para o continente ao mesmo tempo em que as geleiras estão derretendo, o que facilita a exploração de petróleo na área. Após apontar todos os danos causados pelo tufão Haiyan e entrar nessa batalha, não acredito que existam companhias capazes de cogitarem a ideia de explorar petróleo em uma área que possui forte importância no cenário climático. Demandas globais de petróleo que poderiam justificar economicamente a exploração no Ártico, resultariam em um catastrófico impacto climático, aumentando a temperatura global em 6 graus Celsius. As companhias de gás e petróleo que sondam a área estão mostrando total desrespeito aos esforços feitos para prevenir o planeta das drásticas mudanças climáticas a que estamos sujeitos. Foi por esse motivo que assinei a “Declaração Internacional pelo Futuro do Ártico(http://www.salveoartico.org.br/pt)”, que convoca todos os cidadãos do mundo a redobrar seus esforços para combater as alterações climáticas e trabalhar conjuntamente com os Estados do Ártico para tomar medidas que preservem o ambiente polar. Ao meu ver, a principal razão para assinar a petição foi simples: não pode haver uma resposta internacional racional para a mudança climática que permita a expansão da perfuração de petróleo em áreas recémfundidas do Ártico. Habitantes que vivem aos redores da região Ártica tem grande privilégio e uma forte responsabilidade. Como guardiões de um ecossistema incrível, eles são os primeiros a testemunhar os impactos das mudanças climáticas. As geleiras derretendo e o mar de gelo encolhendo devem figurar entre as mais dramáticas mudanças ambientais na história da humanidade. O próximo capítulo dessa história continua incerto. Vamos aproveitar este momento para fazer um balanço do nosso passado e nosso futuro? Será que vamos proteger o Ártico para as gerações futuras, ou vamos permitir que o Oceano Ártico seja poluído e explorado por combustíveis fósseis? Em nossa resposta à crise do Ártico, a posteridade nos julgará. * Yeb Sano é negociador-chefe da ONU para as Filipinas e signatário da Declaração Internacional pelo Futuro do Ártico. ** Publicado originalmente no site Greenpeace(http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Blog/yeb-sao-o-rtico-eas-mudanas-climticas/blog/50519/). Fonte: climaticas/) Greenpeace/Envolverde(http://envolverde.com.br/ambiente/yeb-sano-o-artico-e-mudancas- 09/09/2014 Emissão de gás carbônico no mundo tem maior salto desde 1984 Emissões de CO2 deram um novo salto entre 2012 e 2013 Fonte: http://a.files.bbci.co.uk/worldservice/live/assets/images/2014/09/09/140909084741_emissions_624x351_pa.j pg A concentração de gases do efeito estufa na atmosfera atingiu níveis recordes em 2013, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM). Entre 2012 e o ano passado, a taxa de acúmulo de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera teve o crescimento mais rápido em um ano desde 1984. A OMM afirmou que o relatório ressalta a importância de um acordo mundial para limitar a emissões de gases do efeito estufa. Em 2009, líderes de todo o mundo concordaram em fechar um tratado para manter um aumento na temperatura global de no máximo 2ºC até 2020. O Boletim anual de Gases do Efeito Estufa não mede a produção de emissões, mas registra a quantidade de gases que permanecem na atmosfera depois das interações com terra, ar e oceanos. Cerca de metade das emissões acaba absorvida por mares, florestas e seres vivos. Mesmo assim, a concentração de CO2 na atmosfera bateu 396 partes por milhão (ppm) em 2013, um aumento de quase 3ppm em comparação com o ano anterior. Crescimento recorde "O boletim mostra que, bem longe de estar caindo, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera de fato subiu no último ano na taxa mais rápida em quase 30 anos", disse o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud. A concentração de CO2 atual é de 142% dos níveis de 1750, ou seja, antes do início da Revolução Industrial. O acúmulo de outro potente gás de efeito estufa, o metano, foi de 253%. O estudo também indica que o crescimento recorde do CO2 em 2013 não se deve apenas a mais emissões, mas a uma redução na capacidade de absorção de carbono pela biosfera. A descoberta intrigou cientistas da OMM. A última vez que se constatou uma redução no nível de absorção da biosfera foi em 1998, quando houve um pico de queima de biomassa, aliado a um intenso El Niño. "Já em 2013 não houve impactos óbvios na biosfera, portanto, é ainda mais preocupante", disse o chefe da divisão de Pesquisa Atmosféria da OMM, Oksana Tarasova. "Não entendemos se isso é uma coisa temporária ou permanente, e isso é preocupante". Tarasova afirma que a descoberta pode indicar que a biosfera atingiu o seu limite, mas destaca que é impossível confirmá-lo no momento. Os dados compilados pela OMM cobrem os anos de 1990 a 2013 e mostram que gases como CO2, metano e óxido nitroso (N20), que sobrevivem na atmosfera por muitos anos, contribuíram para um aumento de 34% no aquecimento global. No entanto, a temperatura global média não subiu paralelamente à elevação da concentração de CO2, o que levou muitos a afirmarem que o aquecimento global havia parado. "O sistema climático não é linear, não é simples. Não há necessariamente um reflexo da temperatura na atmosfera, mas se analisarmos o perfil de temperatura dos oceanos, vê-se que o calor está indo para os mares", disse Oksana Tarasova. O relatório também inclui pela primeira vez dados sobre a acidificação do mar provocada pelo dióxido de carbono. A OMM diz que diariamente os oceanos absorvem cerca de 4kg de CO2 por pessoa. Os pesquisadores acreditam que a atual taxa de acidificação seja a maior dos últimos 300 milhões de anos. Diante das evidências, a OMM urge líderes mundiais a tomarem decisões contundentes sobre a política climática. Em 23 de setembro será realizado em Nova York um encontro extraordinário sobre o clima, convocado pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. No fim do ano, a ONU promove a sua reunião anual sobre mudanças climáticas, desta vez em Lima, no Peru. A expectativa é que os dois encontros cheguem ao consenso necessário para um novo acordo climático mundial na reunião anual da ONU de 2015, em Paris. No entanto, até o momento não se tem qualquer previsão de como transformar o acordo em algo legalmente vinculante, para que seja, de fato, efetivo. Fonte: BBC Brasil Notícias(http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/09/140909_efeitoestufa_ebc.shtml) > 16/09/2014 Mundo precisa investir US$ 90 bi em renováveis nos próximos 15 anos, diz estudo por Redação da Agência Lusa Documento mostra que ainda que os investimentos mais ecológicos representem US$ 270 bilhões de custos adicionais por ano. Foto: Damien McMahon Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2014/09/eolica-ecod.jpg O mundo pode evitar custos financeiros e ambientais ao optar por uma economia de baixo carbono nos próximos 15 anos, afirmou nesta terça-feira, 16 de setembro, um grupo de especialistas antes da cúpula das Nações Unidas sobre o clima. Copresidido pelo ex-presidente mexicano Felipe Calderon, o grupo pediu maior ação global para a adoção de energias renováveis, o fim do desmatamento e a integração da investigação sobre as tecnologias adequadas como parte do combate às alterações climáticas. O estudo cita um investimento mundial de US$ 90 bilhões em infraestrutura nos próximos 15 anos, período em que é esperado rápido aumento da urbanização. O relatório, escrito em conjunto com o economista britânico Nicholas Stern, apela igualmente à supressão progressiva das energias fósseis. “Podemos usar esse dinheiro para prosseguir com o modelo atual, que produz grande quantidade de emissões de carbono, ou escolher um modelo diferente”, ressaltou Calderón aos jornalistas por meio de videoconferência. Compensação O documento mostra que ainda que os investimentos mais ecológicos representem US$ 270 bilhões de custos adicionais por ano, eles seriam compensados por outros custos mais baixos, como a diminuição das despesas com petróleo. A ideia segundo a qual uma política para o clima traz demasiados prejuízos baseia-se “na incompreensão total das dinâmicas em jogo na economia mundial”, adianta o estudo. “[Essa ideia] tem como base a premissa de que as economias são imutáveis e que o futuro não é mais do que uma continuação das tendências passadas”. Saúde e poluição Segundo o relatório, os problemas de saúde e as mortes causadas pela poluição do ar são um dos principais entraves econômicos. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, convocou uma reunião de cúpula sobre o clima para o próximo dia 23, nas Nações Unidas, na esperança de preparar a próxima grande conferência mundial de Paris em 2015. O relatório, escrito em conjunto com o economista britânico Nicholas Stern, apela igualmente à supressão progressiva das energias fósseis, assim como à reflorestação de 500 milhões de hectares de florestas e de terras cultiváveis até 2030. * Publicado originalmente pela Agência Lusa e retirado EcoD(http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2014/mundo-precisa-investir-us-90-bi-emenergias?tag=energia). do site Fonte: Agência Lusa/Envolverde(http://envolverde.com.br/ambiente/mundo-precisa-investir-us-90-bi-emrenovaveis-nos-proximos-15-anos-diz-estudo/) 16/09/2014 Relatório propõe modelo de crescimento econômico com baixa emissão de carbono por AFP – Agence France-Presse(mailto:[email protected]) A luta contra as mudanças climáticas não significa sacrificar crescimento e emprego e pode ser alcançada com um modelo de baixa emissão de carbono, afirma um relatório divulgado nesta terça-feira por um grupo de especialistas liderado pelo ex-presidente mexicano Felipe Calderón. O estudo "Melhor crescimento melhor clima", apresentado pela Comissão Global sobre Economia e Mudanças Climáticas, propõe economias substanciais nos próximos 15 anos com a adoção de energias renováveis e do cuidado com o solo através da recuperação de terras degradadas e do freio ao desmatamento, entre outras propostas. "Queremos fornecer ao debate algo que consideramos muito valioso: alternativas econômicas. Este relatório tem um enfoque econômico, mais que ambiental. Fornece ferramentas úteis para utilizar no governo, mas também no setor privado", disse Calderón em uma entrevista à AFP em Nova York na apresentação do documento. O estudo inclui uma série de 10 recomendações para estabelecer "uma rota na qual não é preciso sacrificar crescimento econômico ou emprego", afirmou Calderón, que citou "uma mudança importante de modelo". "Muitas mudanças que propomos implicam não apenas melhoras na redução de emissões, mas também em termos de produtividade da economia e dos recursos naturais, por exemplo em termos de incentivos à inovação que têm uma incidência muito positiva, em nossa percepção, no comportamento econômico", explicou. O relatório foi divulgado uma semana antes da reunião de cúpula do clima em Nova York, convocada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para preparar as negociações do próximo ano em Paris, onde os países esperam alcançar um acordo internacional que entre em vigor em 2020. A ONU quer limitar o aquecimento global a dois graus centígrados em relação à era pré-industrial. No entanto, muitos cientistas afirmam que, diante dos níveis de emissões de gases de efeito estufa, as temperaturas terão aumentado ao fim deste século em mais de quatro graus em relação à era pré-industrial. Milhões de dólares disponíveis Segundo o documento, a aceleração da urbanização em nível mundial será acompanhada por gastos em infraestrutura no valor de 90 trilhões de dólares em 15 anos, dos quais três trilhões podem ser economizados a partir de planos de desenvolvimento urbano "mais compactos e conectados". "A energia renovável está se tornando acessível e tão ou mais econômica em alguns países", afirmou Calderón ao defender a transformação do modelo energético, declarando que seu grupo preferia falar de "oportunidades econômicas em vez de profecias catastróficas". "Nos mercados financeiros há bilhões de dólares disponíveis para este tipo de investimentos que só estão esperando (...) porque não há uma certeza de política pública", disse neste sentido, mencionando os exemplos bem-sucedidos de Noruega e Suécia, que "crescem mais e emitem menos". Em relação ao setor privado, o ex-presidente mexicano indicou que as empresas encontram-se em uma "política de esperar e ver", mas que são "muito capazes de se adaptar", como fizeram os fabricantes automobilísticos com as exigências de mais eficiência e menor consumo. A Comissão Global sobre Economia e Mudanças Climáticas foi criada por iniciativa de oito países: Colômbia, Etiópia, Indonésia, Reino Unido, Noruega, Suécia e Coreia do Sul. Conta com a participação, entre outros, do ex-presidente chileno Ricardo Lagos; do ex-secretário-geral da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), José Angel Gurría; e da diretora do Banco Mundial (BM). O documento "A nova economia climática" foi elaborado por vários institutos de pesquisa e guiado por um grupo de economistas que inclui dois Prêmios Nobel. Fonte: em.com.br > Notícias(http://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2014/09/16/interna_internacional,569512/relatoriopropoe-modelo-de-crescimento-economico-com-baixa-emissao-de-carbono.shtml) 16/09/2014 Especialistas pedem ação global para adoção de energias renováveis por Agência Lusa – Edição: Graça Adjuto O mundo pode evitar custos financeiros e ambientais ao optar por uma economia de baixo carbono nos próximos 15 anos, disse hoje (16) um grupo de especialistas antes da cúpula das Nações Unidas sobre o clima. Copresidido pelo ex-presidente mexicano Felipe Calderon, o grupo pediu maior ação global para a adoção de energias renováveis, o fim do desmatamento e a integração da investigação sobre as tecnologias adequadas como parte do combate às alterações climáticas. O relatório estima que os próximos 15 anos serão decisivos diante de uma economia mundial em plena restruturação e face à dificuldade de respeitar o objetivo de limitar o aquecimento global a 2 graus Celsius. O estudo cita um investimento mundial de US$ 90 bilhões em infraestrutura nos próximos 15 anos, período em que é esperado rápido aumento da urbanização. "Podemos usar esse dinheiro para prosseguir com o modelo atual, que produz grande quantidade de emissões de carbono, ou escolher um modelo diferente", disse Calderón aos jornalistas em videoconferência. O estudo, feito ao longo do ano, reduz os custos que surgiriam de investimentos de amigos do ambiente. O documento mostra que ainda que os investimentos mais ecológicos representem US$ 270 bilhões de custos adicionais por ano, eles seriam compensados por outros custos mais baixos, como a diminuição das despesas com petróleo. A ideia segundo a qual uma política para o clima traz demasiados prejuízos baseia-se “na incompreensão total das dinâmicas em jogo na economia mundial”, adianta o estudo. "[Essa ideia] tem como base a premissa de que as economias são imutáveis e que o futuro não é mais do que uma continuação das tendências passadas". Segundo o relatório, os problemas de saúde e as mortes causadas pela poluição do ar são um dos principais entraves econômicos, O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, convocou uma reunião de cúpula sobre o clima para o próximo dia 23, nas Nações Unidas, na esperança de preparar a próxima grande conferência mundial de Paris em 2015. O relatório, escrito em conjunto com o economista britânico Nicholas Stern, apela igualmente à supressão progressiva das energias fósseis, assim como à reflorestação de 500 milhões de hectares de florestas e de terras cultiváveis até 2030. Fonte: EBC – Agência Brasil> Notícias > Geral(http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/201409/especialistas-pedem-acao-global-para-adocao-de-energias-renovaveis) 17/09/2014 Mudanças Climáticas: uma trajetória rígida e perigosa por Alejandro Nadal/Sin Permiso* Foto: Kim Hansen/Creative Commons Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2014/09/mudancasclimaticas.jpg Há duas semanas, chegou à imprensa um rascunho do que será o próximo relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas). Trata-se de um documento preliminar, mas a mensagem é clara: o risco de provocar danos severos e irreversíveis ao clima é real e é urgente a necessidade de reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa. Este alerta dos cientistas contrasta de forma brutal com a indiferença dos governos e grandes corporações que dominam a economia global. A versão final do documento deverá ser discutida em uma conferência na sede da Onu em Nova York, no dia 23 de setembro. Convocada por Ban Ki-moon, o encontro reunirá líderes de governos e do setor privado para discutir medidas concretas orientadas para reduzir as emissões em ações de curto prazo. Mas parece que muito poucos chefes de Estado e de Governo estarão presentes. Isso não é surpreendente. O mundo carece atualmente de um quadro regulamentar sobre as alterações climáticas e o processo de negociações para alcançar compromissos políticos é um caos. A Cúpula Nova Iorque é, essencialmente, uma reunião para se conversar. A COP-20, em dezembro, em Lima, só poderá avançar até um projeto para um novo tratado sobre mudanças climáticas. Terá que esperar até a COP-21 (Paris, 2015) para ver que tipo de monstro emerge deste longo processo de compromisso e transações. Os resultados do quinto relatório de avaliação do IPCC indicam que o aquecimento do sistema climático é um fenômeno indiscutível e algumas das mudanças observadas nas últimas seis décadas não têm precedente por milhares de anos. O aquecimento observado na atmosfera e oceanos; volume de gelo e a quantidade de neve caíram; o nível do mar subiu. Estudos do IPCC mostram que as observações acima são correlacionados com o aumento das concentrações de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera. O principal GEE é o dióxido de carbono (CO2) e vem principalmente de combustíveis fósseis e processos industriais e, em menor grau, de desmatamento e alterações no uso da terra. O inventário de GEE inclui outros gases mais potentes em sua capacidade de reter a radiação infravermelha (como o metano) e, embora seja necessário reduzir essas emissões, o principal contribuinte para a mudança climática é CO2. O relatório afirma que se as emissões não foram reduzidas. Há ainda indícios de que eles estão crescendo mais rápido. Alguns analistas dizem que não só estamos caminhando na direção errada como estamos fazendo isso rapidamente. Talvez a descoberta mais surpreendente do relatório esteja relacionada com as reservas de hidrocarbonetos e seu destino final. Cerca de 80% dos combustíveis fósseis, que são conhecidos por existir em várias formas, teria de permanecer onde está para não ultrapassar o limite de um aquecimento de 2 graus Celsius (em relação à temperatura média anterior da revolução industrial). Ou seja, quatro quintos das reservas de combustíveis fósseis teria que ficar no chão. A economia mundial adotou há muitas décadas um perfil de energia que é totalmente dependente de combustíveis fósseis. Mudar o perfil associado a essa infraestrutura é um processo caro e lento. Não vai precisar apenas do desenvolvimento de fontes alternativas de energia. Também é preciso de mudanças necessárias na maneira de transportar e consumir essa energia. Mas as grandes empresas do setor de energia se comprometeram a este perfil tecnológico, e não estão preparadas para mudar isso antes de amortizar seus investimentos. As mudanças também devem ser introduzidas em uma longa lista de bens de consumo duráveis. E ainda há mais. Grandes empresas do setor de energia do mundo estão gastando bilhões de dólares na exploração e extração de combustíveis fósseis. E se por um passe de mágica a decisão de deixar 80% das reservas do solo fosse adotada, essas empresas teriam que aceitar o cancelamento de milhares de milhões de dólares de ativos que são o valor dessas reservas. As ramificações de uma mudança radical na estrutura financeira dessas empresas são muito grandes e envolvem uma profunda transformação do sistema financeiro. A resistência à mudança não vem apenas de uma infraestrutura rígida de produção e consumo de bens, também vem do setor financeiro. E se alguém pensa que o cancelamento de ativos é um exercício de contabilidade simples, lembrar o domínio do capital financeiro é a principal característica do atual estágio do capitalismo mundial. * Alejandro Nadal é economista e conselheiro editoral de SinPermiso./ Tradução: Daniella Cambaúva. ** Publicado originalmente pelo Sin Permiso e retirado do site Carta Maior(http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Meio-Ambiente/Mudancas-climaticas-uma-trajetoria-rigida-eperigosa/3/31817). Fonte: Carta Maior/Envolverde(http://envolverde.com.br/ambiente/mudancas-climaticas-uma-trajetoriarigida-e-perigosa/) 17/09/2014 Cúpula do Clima da ONU: só teatro ou fatos concretos? por Thalif Deen, da IPS A degradação do solo, a mudança climática, as fortes chuvas de monção tropical e as pragas são alguns dos problemas que afetam os agricultores de todo o mundo. Foto: Catherine Wilson/IPS Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2014/09/cumbreclima.jpg Nações Unidas, 17/09/2014 – A tão comentada Cúpula do Clima, que acontecerá no final deste mês, é apresentada como um dos grandes acontecimentos político-ambientais da Organização das Nações Unidas (ONU) para 2014. Seu secretário-geral, Ban Ki-moon, pediu aos mais de 120 governantes e empresários que participarão da cúpula de um único dia, 23 de setembro, que anunciem iniciativas significativas e substanciais, com promessas de fundos incluídas, “para ajudar o mundo a avançar por um caminho que limite o aquecimento global”. Segundo a ONU, a cúpula será a primeira ocasião em cinco anos em que os líderes do mundo se reunirão para discutir o que se classifica de desastre ecológico: a mudança climática. Entre as repercussões negativas do aquecimento global estão a elevação do nível do mar, padrões climáticos extremos, acidificação dos oceanos, derretimento de geleiras, extinção de espécies da biodiversidade e ameaças à segurança alimentar mundial, alerta a organização. Mas o que se pode esperar realmente da conferência deste mês, que provavelmente não durará mais do que 12 horas? “Um acontecimento de um dia não poderá nunca resolver tudo o que se relaciona com a mudança climática, mas pode ser um ponto de inflexão para demonstrar renovada vontade política de agir”, opinou Timothy Gore, diretor de políticas e pesquisa da campanha Crecede Oxfam International. Alguns líderes políticos aproveitarão a ocasião para fazer isso, mas muitos “parecem decididos a se manterem afastados dos compromissos transformadores necessários”, acrescentou. Segundo Gore, a cúpula foi pensada como uma plataforma para os novos compromissos de ação em matéria climática, mas existe o risco real de estes não serem grande coisa. “O enfoque colocado nas iniciativas voluntárias em lugar dos resultados negociados significa que não há garantias de que os anúncios que forem feitos na cúpula serão suficientemente sólidos”, acrescentou. Espera-se que o Fundo Verde para o Clima mobilize cerca de US$ 100 bilhões anuais no Sul em desenvolvimento até 2020, segundo a ONU, mas este ainda não recebeu os fundos que serão entregues aos países em desenvolvimento para que possam implantar suas ações climáticas. “No dia 23 de setembro veremos como os líderes mundiais não estão à altura do que necessitamos para lidar com a perigosa mudança climática”, apontou à IPS Dipti Bhatnagar, da Amigos da Terra Internacional e da Justiça Ambiental, de Moçambique. As “promessas” que os governos e as empresas farão na Cúpula do Clima serão extremamente insuficientes para abordar a catástrofe climática, ressaltou a ativista. “A ideia de os governantes assumirem compromissos voluntários e não vinculantes é um insulto para centenas de milhares de pessoas que morrem a cada ano pelos impactos da mudança climática”, afirmou Bhatnagar. “Necessitamos que os países industrializados assumam objetivos de redução de emissões equitativos, ambiciosos e vinculantes, não um desfile de governantes que querem causar boa impressão. Mas este desfile falso é só o que vamos ver nesta cúpula de um dia”, opinou. No dia 21, dois dias antes da cúpula, centenas de milhares de pessoas farão uma manifestação contra a mudança climática em cidades de todo o mundo. “Nesse dia, estaremos nas ruas de Nova York como parte da maior marcha climática na história, que enviará uma mensagem forte e clara para que os líderes mundiais ajam agora”, explicou Martin Kaiser, líder do projeto Política Climática Mundial, do Greenpeace. Kaiser sugeriu que as empresas devem anunciar datas concretas a partir das quais operarão com 100% de energia renovável. Além disso, “os governos devem se comprometer a eliminar gradualmente os combustíveis fósseis até 2050 e tomar medidas concretas, como acabar com o financiamento das centrais elétricas movidas a carvão”, destacou. “Também esperamos que os governos anunciem dinheiro novo e adicional para o Fundo Verde para o Clima, a fim de ajudar os países vulneráveis a se adaptarem aos desastres climáticos”, afirmou. “Precisamos que o Norte industrial entregue fundos públicos seguros, previsíveis e obrigatórios ao Sul em desenvolvimento por intermédio do sistema da ONU”, disse Bhatnagar, da Amigos da Terra Internacional. Os líderes dos países industrializados estão descuidando de sua responsabilidade para evitar as catástrofes climáticas, impulsionados pelos estreitos interesses econômicos e financeiros das elites ricas, da indústria dos combustíveis fósseis e das corporações transnacionais, acrescentou. “O que se necessita para deter a mudança climática são objetivos de redução de emissões equitativos, ambiciosos e vinculantes dos países desenvolvidos, junto com a transferência de fundos e tecnologia aos países em desenvolvimento. Também precisamos de uma completa transformação de nossos sistemas de energia e alimentos”, enfatizou Bhatnagar. Nesse sentido, é preciso maior transparência para decidir se os anúncios feitos são coerentes com as últimas conclusões científicas sobre o clima e se protegem os interesses dos mais vulneráveis diante dos impactos climáticos, detalhou Gore. Com relação ao papel do setor privado, “precisamos que os empresários combatem a mudança climática, e estão surgindo bons exemplos de empresas que estão à altura da ocasião”, acrescentou . No setor de alimentos e bebidas, por exemplo, a Oxfam trabalhou com companhias como Kellogg e General Mills para que estas assumam compromissos de redução das emissões de suas cadeias de fornecimento agrícola, extremamente contaminantes. “Mas, em geral, essa cúpula mostra que há muitas partes do setor privado que ainda não estão à altura, já que as iniciativas que serão apresentadas não cumprem com a transformação que precisamos”, destacou Gore. “Isso serve para recordarmos a importância fundamental que tem a forte liderança governamental na mudança climática. As iniciativas voluntárias de baixo para cima não são um substituto da ação real do governo”, afirmou Gore. Fonte: IPS/Envolverde(http://envolverde.com.br/ambiente/cupula-clima-da-onu-teatro-ou-fatos-concretos/) 18/09/2014 Lutar contra a mudança climática e reduzir a pobreza é possível por Joel Jaeger, da IPS O custo da energia solar caiu 90% nos últimos anos. Foto: UN Photo/Pasqual Gorriz Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2014/09/clima.jpg Nações Unidas, 18/09/2014 – A ideia generalizada de que os países em desenvolvimento devem escolher entre conter a mudança climática e lutar contra a pobreza é equivocada, afirmam os autores de um informe sobre as possibilidades e perspectivas do crescimento verde. A Comissão Global sobre Economia e Clima, presidida pelo ex-presidente mexicano Felipe Calderón, apresentou no dia 16, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o documento A Nova Economia Climática (NCE). Trata-se de uma iniciativa independente criada por Colômbia, Coreia do Sul, Etiópia, Grã-Bretanha, Indonésia, Noruega e Suécia, que prevê compartilhar o conteúdo do documento com autoridades e governantes em um próximo período de consultas. “O documento passa uma mensagem clara aos governos e ao setor privado: podemos melhorar a economia e ao mesmo tempo enfrentar a mudança climática. O futuro crescimento econômico não tem motivo para copiar o caminho das altas emissões de carbono seguido até agora”, destacou Calderón. Concentrando-se no conjunto, mais do que em países isolados, o informe traça o caminho que a economia mundial deve tomar nos próximos 15 anos. Para melhorar a vida dos pobres e reduzir as emissões de carbono até concentrações que sejam mais seguras, é preciso produzir uma grande transformação. Mas aqui está a surpresa: custará muito menos do que o esperado. No contexto de que tudo continue como está, o mundo investirá cerca de US$ 89 trilhões em infraestrutura urbana, agrícola e para gerar energia nos próximos 15 anos, afirma o documento. Mas o caminho com baixas emissões de carbono exigirá US$ 94 trilhões no mesmo período e seus benefícios para reduzir a escassez de recursos e melhorar a qualidade de vida compensariam de sobra a diferença. A janela das oportunidades não permanecerá aberta por muito tempo. Em termos de sistemas urbanos, o encarregado de programas globais do informe, Jeremy Oppenheim, explicou que “nosso principal interesse foi como gerar maior produtividade nas cidades melhorando os sistemas de transporte. A expansão urbana é o inimigo quando se trata de construir cidades que respeitem o ambiente. Por exemplo, Barcelona (Espanha) e Atlanta (Estados Unidos) têm ambas cinco milhões de habitantes, mas, na primeira, se concentram em 162 quilômetros quadrados, enquanto na segunda em 4.280 quilômetros quadrados. Isso faz com que a cidade norte-americana emita dez vezes mais dióxido de carbono por pessoa do que a espanhola. As cidades eficientes costumam ter melhor comportamento ambiental e econômico. Os países de baixa renda devem “construir bem sua infraestrutura da primeira vez para se urbanizarem com uma alta produtiva”, explicou Oppenheim. No que diz respeito à agricultura, o segundo sistema, “cremos que é possível aumentar a produtividade em mais de 1% ao ano”, acrescentou. O informe NCE diz que “restabelecer 12% das terras degradadas poderia servir para alimentar cerca de 200 milhões de pessoas em 2030, ao mesmo tempo em que fortaleceria a resiliência climática e reduziria as emissões contaminantes”. O documento também recomenda que os governos detenham o desmatamento das florestas naturais para esse ano e recuperem pelo menos 500 milhões de hectares degradados e terras cultiváveis. Quanto ao terceiro sistema, a energia, a maior oportunidade econômica e ambiental virá ao se abandonar o uso generalizado do carvão, que não é tão eficiente do ponto de vista econômico como se pensava, especialmente porque os problemas de saúde causados pela contaminação reduzem a renda nacional em 4% ao ano, em média. O documento recomenda parar a construção de novas usinas a carvão imediatamente nos países ricos e até 2025 nos de renda média. O gás natural pode servir como medida provisória por um curto período, mas também terá que dar lugar a alternativas com baixas emissões de carbono. “Estamos surpresos pelo avanço alcançado em matéria de energias renováveis. O custo da alternativa solar baixou 90% nos últimos cinco anos”, apontou Oppenheim. Mas as autoridades terão que tomar algumas decisões significativas para facilitar a mudança. Atualmente o mercado está distorcido pelos subsídios aos combustíveis fósseis. Segundo o informe, os subsídios estatais chegam a US$ 600 mil, enquanto os das alternativas limpas atingem apenas US$ 100 mil. “Precisam desaparecer”, opinou Nicholas Stern, vice-presidente da Comissão. “Passam um sinal equivocado. Incentivam o uso de combustíveis fósseis contaminantes e subsidiam o dano”, ressaltou. É possível que o informe NCE seja um dos documentos sobre mudança climática mais otimistas já saído das Nações Unidas em anos, mas seus autores reconhecem que suas recomendações podem ser difíceis de serem seguidas. “O documento se concentra em reformas benéficas para todos a fim de fortalecer o crescimento, reduzir a pobreza e melhorar o bem-estar, e também ajudar a enfrentar os riscos climáticos”, destacou Milan Brahmbhatt, do Instituto de Recursos Mundiais. Porém, benéficas para todos não significa dizer que são fáceis de serem implantadas, acrescentou. A apresentação do informe aconteceu uma semana antes de começar a Cúpula sobre o Clima, que reunirá uma quantidade sem precedentes de governantes que comprometerão publicamente seus esforços nacionais para mitigar as consequências da mudança climática. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, espera conseguir vontade política suficiente para obter um acordo vinculante nas negociações do próximo ano em Paris. O informe cobre apenas 15 anos, “mas depois de 2030 as emissões globais deverão ser reduzidas até quase zero na segunda metade do século”, diz o estudo. Pode ser que o documento não cubra tudo, mas tranquiliza os governantes sobre as enormes possibilidades de crescimento verde. Calderón acredita que as mensagens otimista e prática do informe terão grande impacto. “Com esse documento, agora temos um conjunto de instrumentos que os governantes poderão utilizar para promover o crescimento que todos necessitamos, ao mesmo tempo em que reduzem os riscos climáticos que todos corremos”, enfatizou. Fonte: IPS/Envolverde(http://envolverde.com.br/ambiente/lutar-contra-mudanca-climatica-e-reduzirpobreza-e-possivel/) 21/09/2014 Emissões de CO2 em 2013 batem recorde, segundo novo estudo global Lançamento de gases contaminantes foi 2,3% maior que em 2012. EUA, Índia e China puxaram a alta; relatório foi divulgado neste domingo. do G1, em São Paulo Imagem de julho de 2013 mostra trabalhador em carga de carvão transportada por trem na região de Shanxi, na China. País asiático, EUA e Índia aumentaram emissões de CO2 em 2013, segundo estudo Foto: Arquivo/AP Fonte: http://s2.glbimg.com/_nuqNSMVXGd9nsvQKgnBogSrGO8=/620x465/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2014/09/21/clim ate_emissions_fran.jpg As indústrias do mundo lançaram um recorde de emissões de carbono para a atmosfera em 2013, principalmente corporações instaladas na China, Estados Unidos e Índia. As informações, divulgadas neste domingo (21) em um relatório feito por cientistas de diversas partes do mundo, mostram que foram emitidas 36,1 bilhões de toneladas métricas de dióxido de carbono (CO2) no ano passado, alta de 2,3% em relação a 2012. As emissões de CO2 são derivadas da queima de carvão, petróleo e gás. O estudo saiu a dois dias do início de uma cúpula das Nações Unidas sobre o clima, que acontecerá em Nova York. A investigação científica foi elaborada pelo projeto Carbono Global e publicada em três diferentes artigos nas revistas “Nature Geoscience” e “Nature Climate Change”. “Estamos indo na direção errada”, disse Glen Peter, cientista norueguês que integra o quadro de especialistas internacionais responsáveis pelo cálculo das emissões mundiais a cada ano. A equipe projeta que as emissões de CO2 para 2014 subam 2,5%. O dióxido de carbono é o principal gás responsável pela elevação da temperatura do planeta. Contaminação crescente As três nações que mais emitem gases contaminantes – China, Estados Unidos e Índia – viram suas emissões darem um salto. As emissões da Índia cresceram 5,1%, enquanto as da China subiram 4,2% e as dos Estados Unidos, 2,9%. Dos 12 países que tiveram queda no ano passado, somente a Espanha teve um grande decréscimo. Os cientistas preveem que a quantidade de gases poluentes na atmosfera seguirá aumentando e que, em 30 anos, o planeta estará 1,1ºC mais quente que agora. Em 2009, durante a Conferência da ONU sobre mudanças climáticas, realizada em Copenhague, os líderes mundiais alertaram que esse nível seria perigoso e se comprometeram a não alcançá-lo. “O tempo está curto”, afirma Pierre Friedlingstei, da Universidade de Exeter, na Inglaterra. “Quanto mais seguirmios sem fazer nada, mais provável será essa realidade a partir de 2040”, explica. Chris Field, ecologista do Instituto Carnegie e que encabeça o painel da ONU sobre aquecimento global (o IPCC), afirma que os estudos oferecem “uma imagem sombria das medidas que devemos tomar para fazer frente ao desafio da mudança climática”. Mais de cem líderes mundiais vão se reunir na quarta-feira (23) na Cúpula do Clima da ONU para analisar como reverter esta tendência de emissões. Neste domingo (21), dezenas de milhares de pessoas marcharam pelas ruas(http://g1.globo.com/natureza/noticia/2014/09/paises-realizam-marchas-contra-mudancas-climaticas-nestedomingo.html) de diversas cidades do planeta pedindo maior atenção à questão climática. Fonte: http://s2.glbimg.com/88BSrJ9q34CY659LDutsZjoyaXE=/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2013/09/27/ipcc_v2.jpg Fonte: G1 > Natureza(http://g1.globo.com/natureza/noticia/2014/09/emissoes-de-co2-em-2013-batemrecorde-segundo-novo-estudo-global.html) 22/09/2014 Às vésperas da Cúpula do Clima das Nações Unidas, enchentes castigam Europa e Ásia por Redação da ONU Brasil Enchente em Tacoblan, nas Filipinas. Foto: OCHA Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2014/09/09-22-2014Flooding_Philippines.jpg As chuvas fortes e enchentes que devastaram regiões das Filipinas, da França e da Itália no último final de semana podem ser indicações dos próximos desafios mundiais caso não sejam tomadas providências aceleradas para coibir o aquecimento global, de acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR). Em pronunciamento à imprensa, o UNISDR relatou, nesta segunda-feira (22), que dentre as áreas mais afetadas pelas enchentes está Manila, nas Filipinas, em que pelo menos 200 mil pessoas foram evacuadas depois de uma tempestade tropical. Cidades do sul da França – como Nice, em Provence-Alpes-Côte d´Azur – e do centro-norte da Itália – como Viareggio, na Toscana – também foram fortemente atingidas. Desde o começo de setembro, países como China, Paquistão e Uganda também vêm sofrendo com inundações. A soma de eventos semelhantes ao redor do planeta mostra que padrões climáticos extremos podem se tornar cotidianos caso não haja esforço global para manter o aquecimento global em dois graus Celsius. * Publicado originalmente no site ONU Brasil(http://www.onu.org.br/as-vesperas-da-cupula-do-clima-dasnacoes-unidas-enchentes-castigam-europa-e-asia/). Fonte: ONU Brasil/Envolverde(http://envolverde.com.br/ambiente/vesperas-da-cupula-clima-das-nacoesunidas-enchentes-castigam-europa-e-asia/) 22/09/2014 Ban diz não haver “plano B” para combater mudança climática por Leda Letra, da Rádio ONU* Ban participa da marcha ao lado do prefeito Bill de Blasio. Foto: Rádio ONU/Daniel Dickinson Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2014/09/SGClimateMarch1-300x257.jpg Em Nova York, secretário-geral participou da Marcha do Povo pelo Clima, ao lado de 300 mil pessoas; Ban quer ação imediata, já que segundo ele, não existe um “planeta B”. O secretário-geral da ONU participou na tarde deste domingo da Marcha do Povo pelo Clima, uma caminhada que reuniu mais de 300 mil pessoas pelas ruas de Nova York. Os números são dos organizadores do evento. Ban Ki-moon declarou não haver “plano B” para o combate à mudança climática, já que não existe um “planeta B”. Ele disse ser preciso trabalhar e estimular ação em prol do planeta Terra. Atores Ao lado do prefeito de Nova York, Bill de Blasio, Ban agradeceu aos participantes da marcha pela atitude e por demonstrarem “poder para a mudança”. A caminhada está sendo considerada pelos organizadores como a maior marcha pelo clima da história. Além do público em geral, participaram políticos, ativistas e celebridades, como os atores Edward Norton e Leonardo DiCaprio. DiCaprio é Mensageiro da Paz da ONU pelo Clima e Norton é Embaixador da Boa Vontade da ONU para Biodiversidade. Acordo O objetivo foi chamar a atenção para os efeitos do aquecimento global e mostrar preocupação com a falta de ação internacional para parar a mudança climática. A marcha ocorreu dois dias antes da Cimeira do Clima, organizada pelo secretário-geral. O encontro na sede da ONU, na terça-feira, deve contar com a presença de mais de 120 chefes de Estado e de governo, que podem propor um acordo para o combate à mudança do clima. É esperado que o documento final seja assinado em Paris, no próximo ano. * Com reportagem de Daniel Dickinson, da Rádio ONU. ** Publicado originalmente no site Rádio ONU(http://www.unmultimedia.org/radio/portuguese/2014/09/bandiz-nao-haver-plano-b-para-combater-mudanca-climatica/#.VCA3u_ldVXY). Fonte: Rádio ONU/Envolverde(http://envolverde.com.br/ambiente/ban-diz-nao-haver-plano-b-paracombater-mudanca-climatica/) 22/09/2014 Cepal: mudanças climáticas poderão custar até 5% do PIB latino-americano por Leandra Felipe – Correspondente da Agência Brasil/EBC – Edição: Fábio Massalli Estimativas apresentadas hoje (22) pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) estimaram que as mudanças climáticas devem custar entre 1,5% e 5% do Produto Interno Bruto (PIB) dos países latino-americanos, caso a previsão de aumento da temperatura global, prevista em 2,5 graus Celsius (ºC), seja concretizada. Amanhã (23) será feita a Conferência Mundial sobre o Clima na sede das Organização das Nações Unidas (ONU). "Há dez anos a Cepal estuda os custos econômicos e sociais das mudanças climáticas nos países da América Latina e Caribe e formula recomendações para as políticas públicas", disse hoje, em Nova York, a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena. Hoje, durante a apresentação do relatório sobre indígenas na América Latina, Alicia conversou com jornalistas sobre como o tema do clima deverá ser abordado na conferência de amanhã. Ela falou que é importante debater o tema e pensar em ações para curto, médio e longo prazo, ainda que os estudos agora não são precisos. "Os cálculos ainda são preliminares e têm um alto nível de incerteza, porque não incorporam todos os efeitos potenciais e nem os possíveis resultados das ações de adaptação", agregou. A Cepal informou ainda que a América Latina e o Caribe, embora tenham uma contribuição menor nas mudanças climáticas que países desenvolvidos, a região é particularmente suscetível aos seus efeitos. O maior impacto latino-americano vem da emissão de gases na atmosfera (efeito estufa). A região é responsável por 9% do total global deste tipo de emissão, com uma taxa de crescimento anual de 0,6% entre 1990 e 2011. "A característica principal é que as emissões provêm da mudança do uso do solo, do desmatamento e da agricultura", disse a secretária executiva da Cepal. Amanhã na Conferência do Clima, chefes de estado e de governo dos países membros da ONU irão debater o tema. A presidenta Dilma Roussef estará presente no evento. Fonte: ABC > Notícias > Internacional(http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2014-09/cepalmudancas-climaticas-poderao-custar-ate-5-do-pib-latino-americano) 22/09/2014 73 países e 1.000 empresas apoiam imposto sobre emissões de carbono Objetivo é reduzir a emissão do gás do efeito estufa. Entre países estão China, França, Alemanha, Indonésia e Rússia. da France Presse Foto mostra Hong Kong poluída; China é um dos países que apoia imposto sobre emissão de CO2 Foto: Reuters/Tyrone Siu Fonte: http://s2.glbimg.com/ayzrxS9BzjLgNP_R5HIMr98tHS4=/300x225/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2013/04/26/hongkon gpoluida.jpg Setenta e três países e 1.000 empresas apoiam a criação de um imposto sobre as emissões de carbono, concebido de forma a reduzir a emissão deste gás do efeito estufa, informou nesta segunda-feira (22) o Banco Mundial (BM). "Vemos um aumento real", disse o presidente do Banco Mundial Jim Yong Kim, na véspera de uma cimeira sobre o clima a ser realizada na sede da ONU em Nova York. "Os governos que representam metade da população mundial e 52% do Produto Interno Bruto mundial expressaram o seu apoio a um preço para o dióxido de carbono como uma necessária, mas não suficiente, solução para a mudança climática e um passo no caminho para reduzir o aumento de dióxido de carbono", explica um comunicado da organização. Além disso, mais de 1.000 empresas em todo o mundo, incluindo a BP, Pfizer e ArcelorMittal, aderiram à iniciativa. "Este apoio mostra grande empenho e vontade de governos e empresas para tomar medidas para combater o aquecimento global", disse. A lista de países inclui economias poderosas como a China, França, Alemanha, Indonésia e Rússia, mas não conta com o apoio da maior potência econômica e fundador do BM, os Estados Unidos. Kim não explicou por que Washington não se comprometeu com esta iniciativa, mas observou que vários estados e cidades estavam na lista e que o presidente Barack Obama era a favor. A iniciativa também envolveu grandes empresas petrolíferas americanas como ExxonMobil, Chevron e ConocoPhillips. As empresas querem ter certeza de que qualquer taxa seja justa e igualitária em todos os países e jurisdições, ressaltou Kim. O comunicado não diz qual sistema será usado para definir p preço para a poluição por dióxido de carbono. Sugestões mais precisas deverão surgir após a reunião em Nova York e antes da próxima cúpula sobre o aquecimento global em 2015 em Paris. A atriz Emma Thompson e sua filha Gaia participam da marcha pelo clima no Centro de Londres no domingo (21) Foto: Reuters/Luke MacGregor Fonte: http://s2.glbimg.com/X9CqTHFDDdQ3j9dLdr5MU430I5g=/620x465/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2014/09/21/l ondres_emma.jpg Fonte: G1 > Economia(http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/09/73-paises-e-1000-empresas-apoiamimposto-sobre-emissoes-de-carbono.html) 22/09/2014 ONU faz nesta terça cúpula do clima com mais de 120 chefes de estado Encontro vai relançar ações para lutar contra o aquecimento global. Objetivo é alinhar discurso para se chegar a um acordo concreto em 2015. da France Presse Países realizam Marcha Popular pelo Clima Atos contra mudança climática ocorrem a dois dias da cúpula do clima de NY, que terá 120 chefes de Estado. Manifestante com um cartaz à mão beija uma pessoa fantasiada com uma máscara da chanceler alemã, Angela Merkel, durante Marcha Popular pelo Clima em Berlim, na Alemanha Foto: Thomas Peter/Reuters Fonte: http://g1.globo.com/natureza/fotos/2014/09/fotos-cidades-realizam-marcha-popular-pelo-clima.html Mais de 120 chefes de Estado e de governo participarão nesta terça-feira (23), em Nova York, de uma cúpula das Nações Unidas que busca dar um novo impulso às negociações internacionais para limitar o aquecimento global, antes da conferência crucial de Paris, em 2015. Está previsto que nesta reunião anúncios de compromissos que facilitarão finalmente a obtenção de um acordo concreto na conferência de 2015, algo que não aconteceu em Copenhague-2009. Segundo a ONU, trata-se da maior concentração de líderes já realizada sobre este tema. "É preciso agir urgentemente: quanto mais esperarmos, mais pagaremos em vidas humanas e em dinheiro perdido", considera o secretário-geral, Ban Ki-moon. O objetivo das negociações é limitar o aquecimento global a dois graus Celsius com relação à era pré-industrial. No entanto, muitos cientistas afirmam que, diante dos níveis de emissões de gases de efeito estufa, as temperaturas terão aumentado ao fim do século XXI em mais de quatro graus em relação à era pré-industrial. Caso seja alcançado um acordo em Paris, ele entrará em vigor até 2020. "Nova York é uma oportunidade única para medir a vontade de uns e outros de agir", explicou a responsável em clima da ONU, Christiana Figueres. Figueres não espera que muitos países coloquem sobre a mesa compromissos com números, mas ressalta que todos os atores importantes estarão presentes: governos, municípios, empresas, companhias financeiras e ONGs. A atenção se concentrará nos grandes países emergentes, em primeiro lugar China e Índia, que são, junto com os Estados Unidos, os maiores emissores de gases de efeito estufa. Pequim e Nova Délhi resistem em reduzir suas emissões porque não querem desacelerar seu crescimento, e insistem para que as nações mais industrializadas paguem a maior parte da conta. Enquanto o presidente americano, Barack Obama, confirmou sua presença em Nova York, a China enviará apenas um vice-primeiro-ministro, Zhang Gaoli, e a Índia seu ministro da Ecologia. Os erros de Copenhague Mary Robinson, enviada especial da ONU(http://g1.globo.com/topico/onu/) para a luta contra as mudanças climáticas, destacou, no entanto, que Zhang Gaoli 'é o terceiro responsável em importância do Estado e a mais alta autoridade em clima e desenvolvimento'. Robinson convoca a mudar a direção para resolver o problema mais urgente do planeta e espera na cúpula compromissos políticos e iniciativas concretas, assim como uma declaração sobre tarifas para o dióxido de carbono ou parcerias na agricultura e nas obrigações ecológicas. Para Robert Orr, secretário-geral adjunto da ONU encarregado de preparar o encontro, Nova York não repetirá os erros da cúpula de Copenhague em 2009, na qual os chefes de Estado e de governo só foram convocados no último minuto. Orr também celebrou a presença maciça de responsáveis de empresas que 'já lançaram a corrida dos investimentos'. Haverá 250 presidentes de companhias em Nova York. A ONU prevê três sessões plenárias paralelas. Ban Ki-moon fará um resumo ao fim da tarde com os resultados obtidos, que serão integrados nas próximas reuniões, em dezembro em Lima e depois em Paris. Wall Street Homem vestido de urso polar participa do protesto 'Inunde a Wall Street', em Nova York, nos Estados Unidos. Manifestação ocorre na véspera do encontro da Cúpula do Clima da ONU, que deve reunir mais de 120 chefes de estado Foto: Timothy A. Clary/AFP Fonte: http://s2.glbimg.com/QYcRuGvuWna35B9bkJotnwtliZ8=/620x465/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2014/09/22/urso.jpg Nesta segunda (22), centenas de ativistas protestaram sobre o papel que atribuem a Wall Street na crise climática. Vestidos principalmente de azul, eles marcharam pelo distrito financeiro de Manhattan carregando cartazes, cantando e se sentando em locais com grandes concentrações de turistas. Marcha em Nova York O ator Leonardo DiCaprio marcha com manifestantes pró-sustentabilidade com uma placa de '100% para planeta' na Marcha Popular pelo Clima em Nova York Foto: Eduardo Muñoz/Reuters Fonte: http://s2.glbimg.com/aj2HrWccbZ4JXKe8iqwHLOvWHvk=/620x465/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2014/09/21/201409-21t170537z_17926001.jpg A cúpula foi precedida no domingo por mobilizações em várias cidades do mundo, entre elas Nova York, onde uma passeata histórica reuniu 310 mil manifestantes, segundo os organizadores. Ao som de bandas e exibindo flores gigantes, astros de Hollywood, políticos, ativistas e estudantes participaram na cidade americana da Marcha do Povo pelo Clima, que se tornou a maior da História, afirmou a organização. Um Leonardo Di Caprio de barba espessa, óculos de sol e boina foi o astro do protesto em Manhattan, do qual também participaram o ex-vice-presidente americano Al Gore, Ban Ki-Moon e o prefeito de Nova York, Bill de Blasio. No total, 2.808 eventos aconteceram em 166 países, entre eles mobilizações simultâneas organizadas em Londres, Paris, Berlim, Rio de Janeiro, Istambul e Bogotá. Fonte: G1 > Ciência e Saúde(http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/09/onu-faz-nesta-tercacupula-do-clima-com-mais-de-120-chefes-de-estado.html) 23/09/2014 Ban afirma que “líderes devem colocar o mundo num novo rumo” por Edgard Júnior, da Rádio ONU Ban pediu aos governos um acordo universal sobre o clima. Foto: ONU/Eskinder Debebe Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2014/09/Clima.jpg Na abertura da Cimeira do Clima, secretário-geral disse que mudança climática ameaça a paz e a prosperidade; ele pediu aos governos que se comprometam a um acordo universal sobre o assunto em 2015. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que “hoje todos devem colocar o mundo num novo rumo”. Na abertura da Cimeira do Clima, Ban disse que “a mudança climática ameaça a paz, a prosperidade e as oportunidades para bilhões de pessoas”. Acordo Universal O chefe da ONU pediu a todos os governos que se comprometam a um acordo universal sobre o clima em Paris, em 2015. Ele quer também que os líderes mundiais cumpram com sua parte para limitar o aumento da temperatura global em menos de 2ºC. Ban disse que os sonhos de pessoas no mundo inteiro estão na balança e que a mudança climática é a questão fundamental na era atual. O secretário-geral explicou que a resposta da comunidade internacional agora para combater o problema irá definir o futuro. Colaboração Ele declarou que para isso, é necessária a colaboração de todos e uma clara visão sobre o que deve ser feito. Ban declarou que o custo humano, ambiental e financeiro da mudança climática está se tornando insuportável rapidamente. Segundo ele, o caminho será um futuro com baixa emissão de carbono, mais limpo, mais saudável e mais justo, não para alguns mas para todos. Ban afirmou que “só existe uma coisa no caminho: Nós” O chefe da ONU disse que os países devem cortar as emissões dos gases que causam o efeito estufa e que no final deste século, o mundo deve atingir o nível de neutralidade em relação ao carbono. Isso quer dizer que as emissões de dióxido de carbono não poderão ser maiores do que a capacidade do planeta de absorvê-las. Investimento O secretário-geral quer que haja um investimento em sociedades resilientes ao clima, que protejam todos os habitantes, especialmente os mais vulneráveis. Para isso, é necessário que todos trabalhem juntos. Ele falou sobre a importância de se capitalizar o Fundo Verde do Clima e cumprir a promessa de US$ 100 bilhões por ano feita em Copenhague, na Dinamarca. Ban citou a Marcha do Clima, durante o fim de semana em Nova York dizendo que milhares de pessoas no mundo inteiro estão pedindo ação de seus líderes. Segundo o chefe da ONU, é por este motivo que eles estão nas Nações Unidas. Ban afirmou que “os chefes de Estado não estão ali para conversar mas sim para fazer história”. * Publicado originalmente no site Rádio ONU(http://www.unmultimedia.org/radio/portuguese/2014/09/banafirma-que-lideres-devem-colocar-o-mundo-num-novo-rumo/#.VCG8mfldVXY). Fonte: Rádio ONU/Envolverde(http://envolverde.com.br/ambiente/ban-afirma-que-lideres-devem-colocar-omundo-num-novo-rumo/) 23/09/2014 Cúpula do Clima pode “pressionar” líderes para acordo em 2015 por Leandra Felipe, da Agência Brasil Sede da ONU em Nova York (à esq.) sediará a Cúpula do Clima Fotos: IISD.ca Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2014/09/cupula-ecod.jpg A Cúpula do Clima, que ocorre hoje (23) na sede das Nações Unidas (ONU) em Nova York, com chefes de Estado, de governo e representantes de 125 países, foi convocada pelo secretário-geral da ONU, Ban Kimoon, como um chamado ao “engajamento internacional” – em prol da preservação ambiental e da redução dos efeitos das mudanças climáticas. Internamente, ele tenta pressionar os países a ter compromisso com o tema, principalmente, pela necessidade de um consenso quanto ao acordo político pendente sobre o clima – que deverá ser votado no ano que vem. A presidenta Dilma Rousseff deve discursar na reunião agora de manhã. Segundo a assessoria de imprensa da Missão Diplomática do Brasil na ONU, o discurso deverá ser curto e feito entre as 9h e as 10h no horário local (uma hora a menos que em Brasília, pelo horário americano de verão). Dilma participa da reunião, acompanhada pelo chanceler Luiz Alberto Figueiredo. A ONU espera que os presidentes apresentem “sugestões públicas”para lidar com as mudanças climáticas. Em discursos e entrevistas que antecederam a reunião, o secretario-geral do organismo pediu que os líderes participantes do encontro trouxessem “medidas concretas”. Por isso, alguns analistas acreditam que os chefes de Estado possam aproveitar o momento para anunciar algum tipo de compromisso ou gesto de “boa vontade”, tendo em vista a necessidade da assinatura do acordo no ano que vem. Mas a busca do consenso não é fácil, tanto pela dinâmica de cada país quanto pelos interesses políticos e econômicos. Os Estados Unidos, por exemplo, acreditam que é possível conciliar a luta contra as mudanças climáticas com o crescimento econômico. “Alguns acreditam que o combate às alterações climáticas é uma escolha entre investir no futuro e fazer crescer a nossa economia no médio prazo, mas essa é uma falsa escolha”, declarou o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jacob Lew, durante discurso ontem (22). Entretanto, ele admitiu que o país pode “mudar a forma” de produzir energia, com a adoção de sistemas renováveis. Mas os efeitos das mudanças climáticas já causam impacto econômico no mundo. e o aumento previsto de 2,5ºC da temperatura do planeta poderia representar um custo de 5% do Produto Interno Bruto, considerando-se somente os países latino-americanos. A estimativa foi divulgada ontem pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal). Com relação à opinião pública, o evento mobilizou a sociedade civil. Ontem (22), milhares de pessoas participaram de manifestações em prol do clima em mais de 160 países. A ONG People´s Climate March (em português, Caminhadas pelo Clima) foi uma das que mais organizaram protestos, que começaram na semana passada. As caminhadas pelo Clima pedem a diminuição de emissões de carbono – um dos pontos mais difíceis de consenso entre os países – desde a última conferência sobre o tema, realizada em Copenhague, na Dinamarca, em 2009. Em Nova York, o próprio Ban Ki-moon participou de caminhada, ao lado do ator Leonardo Dicaprio, escolhido como embaixador da ONU para as mudanças climáticas. Em conversa com jornalistas durante a caminhada, o secretário defendeu a mobilização, lembrando-se da responsabilidade desta geração com o futuro. “Este é o planeta onde as próximas gerações vão viver. Não existe plano B, porque não temos o planeta B’, disse. * Edição: Graça Adjuto. ** Publicado originalmente no site Agência Brasil(http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/201409/cupula-do-clima-pode-pressionar-lideres-para-acordo-em-2015). Fonte: Agência Brasil/Envolverde(http://envolverde.com.br/ambiente/cupula-clima-pode-pressionar-liderespara-acordo-em-2015/) 23/09/2014 Combate às mudanças climáticas não é danoso à economia, diz Dilma na ONU A Cúpula do Clima ocorre na sede da ONU em Nova York da AGÊNCIA BRASIL EUA – A presidenta Dilma Rousseff defendeu nesta terça-feira, na Cúpula do Clima, um esforço global para ampliar investimentos no combate às mudanças climáticas e disse que o Brasil é um exemplo de que crescimento econômico e preservação ambiental não são contraditórios. “Os custos para enfrentar a mudança do clima são elevados, mas os benefícios mais que compensam. Precisamos reverter a lógica de que o combate às mudanças climáticas é danoso à economia. A redução das emissões e as ações de adaptação devem ser reconhecidas como fonte de riqueza, de modo a atrair investimentos e lastrear novas ações de desenvolvimento sustentável”, disse, em discurso durante a reunião. A cúpula, convocada pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Kimoon, ocorre na sede da entidade, em Nova York, a um dia da 69ª Assembleia Geral. Apesar da defesa de investimentos globais, Dilma destacou o princípio das “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”, que guia a negociação climática na ONU. Ela lembrou que os países desenvolvidos cresceram com base em economias sustentadas por altas emissões de gases de efeito estufa. Presidenta Dilma Rousseff discursa na Cúpula do Clima na ONU Foto: EFE Fonte: http://ejesa.statig.com.br/bancodeimagens/25/uk/vg/25ukvg4dagxgpvkvpqrmls35a.jpg “Não queremos repetir esse modelo, mas não renunciaremos ao imperativo de reduzir as desigualdades e elevar o padrão de vida da nossa gente. Nós, países em desenvolvimento, temos igual direito ao bem-estar e estamos provando que um modelo socialmente justo e ambientalmente sustentável é possível”, avaliou. A presidenta citou medidas tomadas pelo governo brasileiro nos últimos anos para redução de emissões de gases de efeito estufa, principalmente as relacionadas à queda do desmatamento na Amazônia. “Ao longo dos últimos dez anos, o desmatamento no Brasil foi reduzido em 79%. Entre 2010 e 2013, deixamos de lançar na atmosfera, a cada ano, em média, 650 milhões de toneladas [de gases de efeito estufa]”, listou. “As reduções voluntárias do Brasil contribuem de forma significativa para a diminuição das emissões globais no horizonte de 2020. O Brasil, portanto, não anuncia promessas, mostras resultados”, acrescentou. Dilma ressaltou que os desastres naturais provocados pelas mudanças climáticas “têm ceifado vidas e afetado as atividades econômicas em todo o mundo”, principalmente entre as populações pobres dos centros urbanos. Ela citou a Política Nacional de Prevenção e Monitoramento de Desastres Naturais como uma resposta brasileira ao problema. Segundo a presidenta, até o fim deste ano, o governo deve lançar o Plano Nacional de Adaptação. Em relação ao novo acordo climático global, que deverá ser fechado na 21ª Conferências das Partes sobre o Clima (COP-21), em Paris, Dilma disse que o Brasil defende um texto ambicioso, mas que respeite as diferenças entre países ricos e nações em desenvolvimento. “O novo acordo climático precisa ser universal, ambicioso e legalmente vinculante, respeitando os princípios e dispositivos da convenção-quadro [da ONU], em particular, os princípios de equidade e das responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Esse acordo deverá ser robusto em termos de mitigação, adaptação e meios de implementação”, ponderou. Fonte: O Dia > Notícias > Brasil(http://odia.ig.com.br/noticia/brasil/2014-09-23/combate-as-mudancasclimaticas-nao-e-danoso-a-economia-diz-dilma-na-onu.html) 24/09/2014 O Brasil na contramão por Marcio Santilli, do ISA Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2014/09/desmatamento3.jpg No momento em que se intensificam as negociações internacionais sobre a mudança do clima, o Brasil retoma a velha diplomacia defensiva, se recusa a renovar compromissos com a redução do desmatamento e aumenta as suas emissões de gases do efeito estufa em 2013, após um período de sete anos em que havia conseguido reduzi-las. O mundo espera que os governos cheguem a um acordo para iniciar um processo de redução global nas emissões desses gases, até o final de 2015, quando se realizará uma conferência da ONU, em Paris, com a presença de chefes de Estado. Até março, os países deverão apresentar perante a ONU os seus documentos oficiais reportando o que pretendem fazer para garantir que essa redução global ocorra. O(A) presidente(a) que será eleito(a) no próximo mês e empossado(a) em janeiro, terá pouco tempo para definir a posição brasileira a respeito. Não se trata de qualquer assunto, pois a mudança do clima constitui a maior ameaça produzida pela humanidade contra ela mesma e contra a própria possibilidade de vida na Terra. A concentração crescente dos gases de efeito estufa na atmosfera está provocando o rápido aumento da temperatura na superfície do planeta, com o derretimento das geleiras nos polos e nas regiões de altitude, o aumento dos níveis dos oceanos, alterações nos regimes de chuva e tempestades catastróficas em várias regiões do mundo, anunciando muito sofrimento, prejuízos econômicos gigantes e pior qualidade de vida para as próximas gerações. Não é mais possível adiar as providências de todos os países para diminuir a poluição provocada pelas indústrias, pela profusão de veículos automotores e pelo consumo excessivo de energias fósseis, como o carvão, o petróleo e o gás natural, que produzem cerca de 80% das emissões de gases estufa. Mas também contribui para agravar o problema o desmatamento e o uso inadequado das terras, que provocam a maior parte das emissões brasileiras e cuja redução constitui a maior e mais urgente contribuição que o país pode dar para se evitar mudanças mais drásticas do clima. Porém, em 2013, o desmatamento aumentou 29% na Amazônia e não há indícios de que voltará a cair em 2014. Ao contrário, dados preliminares do INPE indicam até a possibilidade de um novo crescimento, coerente com a alta observada também no desmatamento em outros biomas, como o Cerrado e a Mata Atlântica. Ainda que a taxa amazônica em 2014 permaneça nos níveis de 2013, estará se caracterizando que as emissões florestais brasileiras subiram para um novo patamar. Não se trata de uma retomada dos escandalosos picos de desmatamento ocorridos entre 1995 e 2005, mas tampouco de um “aumentozinho”, como disse a presidente Dilma Rousseff em conferência da ONU ocorrida nessa semana, ou de um “ponto fora da curva”, como acreditava a ministra do meio ambiente. Pior: apesar de dispor de uma matriz energética considerada relativamente limpa, se comparada com a dependência de carvão e de petróleo de várias das grandes economias mundiais, ela está se sujando rapidamente através do uso intensivo de termoelétricas devido aos efeitos da própria crise climática sobre os reservatórios das hidrelétricas, do aumento exponencial da frota automotora movida a petróleo, tendo como pano de fundo a falência da produção de etanol e a emergência do Pré-Sal como referência estratégica do setor energético, numa inflexão carbonífera das políticas de governo. Significa dizer que após a contribuição notável em reduzir o desmatamento e as suas emissões de gases estufa entre 2006-12, o Brasil voltou a aumenta-las, sem que disponha de alternativas estratégicas de política energética para reverter essa situação nos próximos anos. E isto ocorre quando outros grandes emissores desses gases, como a China e os Estados Unidos, além de vários países da União Européia, vão avançando nas mudanças de suas matrizes energéticas e criando condições econômicas objetivas para reduzir as suas emissões. Infelizmente, o Brasil vai perdendo a condição de protagonista que havia conquistado em tempos recentes no âmbito dessas negociações internacionais. Estamos entrando na sua fase decisiva pela contramão, reforçando as piores posições e funcionando como freio para as mudanças que a humanidade exige e que não podem mais esperar. Mas tomara que as eleições gerais possam gerar outro clima, de seriedade e de engajamento do governo brasileiro nos esforços que mais interessam aos nossos filhos. * Publicado originalmente no site Instituto Socioambiental(http://www.socioambiental.org/pt-br/blog/blog-doisa/o-brasil-na-contramao). Fonte: Instituto Socioambiental/Envolverde(http://envolverde.com.br/ambiente/o-brasil-na-contramao/) 24/09/2014 Cúpula do Clima termina com compromissos voluntários, mas Brasil não assina carta por Redação do EcoD Além do objetivo de acabar com o desmatamento, o documento estabeleceu outras metas. Foto: IISD.ca Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2014/09/acordo-ecod.jpg A Cúpula do Clima terminou na terça-feira, 23 de setembro, com o compromisso não vinculante (voluntário) assumido por 150 países e organizações, entre os quais 28 Estados-Membros, 35 empresas, 16 grupos indígenas e 45 grupos da sociedade civil, de reduzir o desmatamento pela metade, até 2020, e zerá-lo totalmente até 2030. O Brasil, contudo, deixou de assinar a Declaração de Nova York durante a reunião. Segundo o Itamaraty, o governo brasileiro não foi convidado a participar do processo de preparação do documento, por isso não pôde se comprometer com as metas estabelecidas. O Ministério das Relações Exteriores explicou que a carta não é um documento oficial da Organização das Nações Unidas (ONU) e que, portanto, só deve ser seguido pelos signatários. Além do objetivo de acabar com o desmatamento, o documento estabeleceu outras metas, como a redução das emissões de gás carbônico de 400 milhões a 450 milhões de toneladas por ano, nos próximos seis anos, ou 2 bilhões de toneladas no total, também até 2020. O documento foi criticado pelo Greenpeace por ter caráter voluntário e não representar compromissos obrigatórios para os países. Segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o Brasil ficou de fora porque “não foi consultado” sobre a nova resolução. “Infelizmente, não fomos consultados (sobre a declaração). Acredito que seja impossível pensar uma iniciativa em prol das florestas em nível mundial sem incluir o Brasil. Não faz sentido”, ressaltou Teixeira à agência de notícias Associated Press (AP). Contramão Na prática, porém o compromisso vai de encontro às regras do governo brasileiro sobre o manejo sustentável das florestas e a derrubada de áreas para agricultura, o chamado “desmatamento legal”. Como não havia distinção no texto entre o que poderia ou não ser desmatado, o país resolveu não assinar o documento. “Desmatamento legal é diferente de desmatamento ilegal. Nossa política nacional é interromper o ilegal”, afirmou a ministra. Em entrevista à AP, Charles McNeill, assessor de política ambiental para o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, afirmou que não houve “intenção de excluir o Brasil”. “Eles são o mais importante país naquela área. Um esforço que envolva o Brasil é muito mais poderoso e impactante”. Segundo McNeill, “houve tentativas de falar com integrantes do governo brasileiro, mas não obtivemos uma resposta”. Voluntário O documento foi criticado pelo Greenpeace por ter caráter voluntário e não representar compromissos obrigatórios para os países. Susanne Breitkopf, conselheira política da ONG, disse que mais importante que assinar a declaração é adotar medidas concretas que contenham a perda de florestas. Foto: IISD.ca Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2014/09/sede-onu-ecod.jpg Alexander von Bismarck, do grupo ambientalista Environmental Investigation Agency, também criticou o caráter não vinculante da declaração e observou que não há mecanismos para o acompanhamento de seu cumprimento. Em sua opinião, é impossível chegar a uma solução que acabe com o desmatamento sem que haja proibição efetiva de comercialização de madeira extraída ilegalmente. Resultados Caso as metas propostas no documento sejam alcançadas, a redução de dióxido de carbono lançado na atmosfera seria equivalente ao volume atualmente expelido por todos os carros do planeta, informou a ONU. O grupo que assinou o documento também prevê recuperar mais de 2,5 milhões de km² de floresta no mundo até 2030. A assessoria do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (Unic Rio) acrescentou que a carta permanece aberta para outros países e entidades assinarem. Destacou ainda que as negociações acerca dos compromissos que os países devem assumir para combater o aquecimento global seguem até o ano que vem, quando será realizada a 21ª Conferência das Partes sobre o Clima (COP-21), em Paris. Na manhã de segunda-feira a presidente Dilma Rousseff defendeu, durante discurso na Cúpula do Clima, que o combate às mudanças climáticas não é danoso para a economia. “A redução das emissões e as ações de adaptação devem ser reconhecidas como fonte de riqueza, de modo a atrair investimentos e lastrear novas ações de desenvolvimento sustentável”, afirmou a presidenta, que defendeu que os países desenvolvidos devem ter maiores responsabilidades no combate ao aquecimento global. Segundo dados oficiais, o desmatamento caiu 79% no Brasil desde 2004. Em 2013, contudo, o desmatamento na Amazônia Legal subiu 28% após quatro anos em queda. Apesar do aumento, o índice foi o segundo menor desde que o país começou a acompanhar a derrubada de árvores na região, em 1988. * Publicado originalmente no site EcoD(http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2014/cupula-do-climatermina-com-compromissos?tag=clima). Fonte: EcoD/Envolverde(http://envolverde.com.br/ambiente/cupula-clima-termina-com-compromissosvoluntarios-mas-brasil-nao-assina-carta/) 24/09/2014 Cresce o apoio mundial à fixação de preço para o carbono por Carey L. Biron, da IPS Refinaria de petróleo em Carirubana, Venezuela. Foto: Yanethe Gamboa/IPS Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2014/09/refineria.jpg Washington, 24/09/2014 – Setenta e três países apoiaram formalmente a fixação de um preço internacional para as emissões de dióxido de carbono, entre eles China, Rússia e União Europeia, com as importantes ausências de Estados Unidos e Índia. Os 73 países comprometidos com a medida reúnem metade da população e 52% do produto interno mundial. Em conjunto, esses países representam mais da metade de todas as emissões de gases-estufa, segundo o Banco Mundial, que divulgou, no dia 22, o apoio ao preço mundial do carbono. Entre os demais países que deram seu apoio à iniciativa estão Filipinas, Indonésia, México e África do Sul. O Banco Mundial também anunciou que mais de um milhão de empresas e investidores assinaram recentemente várias declarações exortando as autoridades a tomarem medidas para fixar o preço mundial. Os dados provêm de mais de cem líderes de governos presentes em Nova York para uma cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) na qual governos e setor privado anunciarão novos compromissos relacionados com o clima. “Hoje vemos um impulso real”, afirmou o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim. “Os governos que representam quase a metade da população mundial e 52% do produto interno bruto (PIB) do planeta apoiaram a fixação de preços para o carbono como uma solução necessária, embora insuficiente, para a mudança climática e um passo no caminho para o crescimento baixo em carbono”, acrescentou. Existem várias formas de impor um custo financeiro ao carbono, como um imposto ou um sistema de comércio, e seus defensores asseguram que geraria incentivos econômicos para reduzir as emissões e impulsionar o desenvolvimento das energias renováveis. A renda resultante poderia ser usada para financiar os esforços de adaptação e mitigação, acrescentam. Mesmo assim, se responsabiliza os preços do carbono pela elevação dos custos de artigos cotidianos, como os alimentos. Um imposto mal estruturado poderia prejudicar a população pobre, em primeiro lugar. O novo apoio se baseia em uma declaração pública de apoio aos preços do carbono que o Banco Mundial publicou em junho. Nesse momento eram aplicados 40 impostos e planos de comércio nacionais e mais de 20 subnacionais com relação ao carbono, o que representa mais de 20% das emissões mundiais. Kim também anunciou uma aliança público-privada, a Coalizão de Liderança nos Preços do Carbono, que começará a se reunir para acordar soluções antes das negociações que acontecerão em 2015 em Paris. Na capital francesa espera-se que a comunidade mundial acorde um novo marco de resposta à mudança climática. “Expandindo nessa escala e depois mundialmente, os preços do carbono têm o potencial de reduzir as emissões de tal maneira que apoiem a energia limpa e o crescimento de baixo carbono, já que dá às empresas a flexibilidade para inovar e encontrar as opções mais eficientes”, segundo o Banco Mundial. Os governos se reúnem há décadas para discutir a mudança climática, e atualmente há um consenso quase universal de que as medidas adotadas não foram proporcionais à ameaça. Os planos com base no mercado, como a fixação de preços do carbono, só ofereceriam uma solução parcial. Porém, a nova lista do Banco Mundial não inclui alguns dos protagonistas, com Estados Unidos e Índia. A fase atual no debate climático se distingue por contar com apoio empresarial a algum tipo de ação mundial sobre a mudança climática, principalmente para o preço do carbono. Só nos últimos dias, empresas multinacionais e alguns dos maiores investidores institucionais do mundo realizaram uma série de importantes chamados para a ação. “O apoio da comunidade investidora aos preços do carbono é maior do que nunca”, assegurou Stephanie Pfeifer, diretora do Grupo de Investidores Institucionais sobre a Mudança Climática (IIGCC). “A mudança climática deixa os investidores e as economias de milhões de pessoas em risco. Os investidores apoiam uma ação ambiciosa e um preço do carbono forte para reduzir esses riscos e desbloquear o capital para os investimentos baixos em carbono”, explicou à IPS. O IIGCC teve a ver com a redação de uma importante declaração dos investidores internacionais em matéria de mudança climática. A versão mais recente, da qual participaram cerca de 350 signatários que representam aproximadamente US$ 24 trilhões em ativos, apoiou a fixação de preços do carbono, um apoio maior à energia renovável e à eficiência, e a eliminação gradual dos subsídios aos combustíveis fósseis. “Os investidores estão dispostos e são capazes de investir em energia de baixo carbono”, apontou Pfeifer. “Se os governos aplicam boas políticas e fixam os preços do carbono, os investidores podem ajudar a financiar a transição para uma economia baixa em carbono”, acrescentou. O interesse recente em torno da mudança climática por parte das empresas e dos investidores mostra que há uma compreensão mais profunda das ameaças que implicam as questões climáticas e que transcendem ao ambiente. Cada vez mais as empresas têm que explicar aos seus acionistas como a mudança climática e o regime jurídico derivado podem repercutir em suas finanças. Este mês, um estudo concluiu que muitas das maiores companhias do mundo, como a petroleira Exxon Mobil e a prestadora de serviços financeiros Goldman Sachs, estão incorporando preços do carbono internos ao seu planejamento financeiro e gestão de riscos. As grandes empresas não só reconhecem os riscos e as oportunidades relacionados com o clima, como também planejam de forma ativa para isso e estão superando seus governos quanto a pensar no futuro”, diz o informe. Alguns partidários da fixação de preços dizem que esse compromisso do setor privado poderia proporcionar uma energia extra para as negociações climáticas previstas para Paris no ano que vem. “Essas são mudanças vastas e notáveis, muito diferentes de qualquer outro movimento que se possa recordar. O nível de interesse por parte do setor privado é radicalmente diferente do que existia há cinco anos”, afirmou à IPS Mindy Lubber, a presidente da Ceres, uma aliança de investidores dos Estados Unidos. “Não é preciso dizer que o fato de os líderes financeiros e empresariais chamarem para a ação modifica o debate. A discussão passa do ambiente contra a economia para uma discussão sobre ambos”, pontuou. Fonte: IPS/Envolverde(http://envolverde.com.br/ambiente/cresce-o-apoio-mundial-fixacao-de-preco-para-ocarbono/) 24/09/2014 Cúpula do Clima quer arrecadar US$ 200 bi até 2015 para reduzir emissões Líderes mundiais mostram compromisso, mas sem anúncios concretos. Brasil não assinou acordo global que quer zerar desmatamento até 2030. do G1, em São Paulo Cúpula do Clima 2014 discutiu aquecimento global na sede da ONU em Nova York Foto: Reprodução/GloboNews Fonte: http://s2.glbimg.com/C6OmaTBsE1PdE2JIk9KvrnEOhe8=/620x465/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2014/09/23/onu.jp eg Os líderes mundiais se comprometeram nesta terça-feira (23) na Cúpula do Clima, realizada em Nova York, a aumentar os esforços para conter a "crescente" ameaça do aquecimento global. Porém, o encontro teve poucos resultados concretos. De acordo com o resumo final divulgado pelas Nações Unidas, foi formada uma coalizão entre governos, setor financeiro, bancos de desenvolvimento e líderes da sociedade civil para mobilizar US$ 200 bilhões em investimentos voltados à redução das emissões de carbono até o fim de 2015. Um dos destaques do encontro foi a criação da “Declaração de Nova York sobre Florestas”, que prevê reduzir pela metade o desmatamento até 2020 e zerá-lo até 2030. Segundo a ONU, 150 parceiros assinaram o documento, incluindo 28 governos, 35 empresas, 16 grupos indígenas e 45 ONGs e grupos da sociedade civil. No entanto, o Brasil não aceitou o acordo(http://g1.globo.com/natureza/noticia/2014/09/brasil-nao-assinadeclaracao-para-zerar-desmatamento-ate-2030.html). A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, tinha dito nesta segunda-feira à agência Associated Press que o país não fora “convidado a se engajar no processo de preparação” da declaração. Em vez disso, segundo ela, o país recebeu uma cópia do texto da ONU(http://g1.globo.com/topico/onu/), que pediu para aprová-lo sem a permissão de sugerir qualquer alteração. O Itamaraty informou que o documento não é da ONU, mas dos países que o assinaram, e que o texto necessitava de melhorias, por isso o Brasil optou por não assinar. O presidente dos Estados Unidos Barack Obama discursa nesta terça-feira (23) durante a Cúpula do Clima na ONU, em Nova York Foto: REUTERS/Mike Segar Fonte: http://s2.glbimg.com/p2JQrpMAw96nx7glzVXWvf9Rpk=/300x225/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2014/09/23/obama_cupula_clima.jpg Promessas "Há uma questão que marcará este século de modo mais espetacular do que em todos os outros: trata-se da ameaça urgente e crescente das mudanças climáticas", disse o presidente americano, Barack Obama, no encontro que contou com a presença de aproximadamente 120 chefes de Estado e de governo na sede da ONU. Obama pediu um acordo mundial "ambicioso" nas negociações previstas para dezembro de 2015 em Paris, e admitiu que os Estados Unidos e a China têm uma "responsabilidade especial de liderança" por serem "as duas maiores economias e emissoras de gases de efeito estufa". A ONU quer limitar o aquecimento global a 2ºC em comparação com a era pré-industrial, mas muitos cientistas afirmam que, considerados os níveis de emissões de gases do efeito estufa, as temperaturas terão aumentado 4ºC até o final do século 21. No fim do dia, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, anunciou que os Estados-membros tinham se comprometido a contribuir com US$ 2,3 bilhões para seu Fundo Verde para o clima, criado na Cúpula de Copenhague em 2009 para enfrentar as consequências do aquecimento global. "Hoje foi um dia histórico. Nunca antes tantos líderes se reuniram para uma cúpula sobre o clima", disse Ban, destacando o "forte compromisso" por um acordo no final do ano que vem. A França foi um dos poucos a fazer um anúncio forte: uma contribuição de US$ 1 bilhão ao Fundo Verde. A Alemanha já havia anunciado anteriormente uma contribuição semelhante, que foi incorporada no cálculo feito pelo secretário-geral da ONU. A Coreia do Sul e a Suíça ofereceram US$ 100 milhões cada uma; a Dinamarca, US$ 70 milhões; a Noruega, US$ 33 milhões e o México, US$ 10 milhões, de acordo com a ONG Oxfam. O valor está muito distante dos US$ 10 bilhões pretendidos pela ONU até o final deste ano. Ativistas consideram a reunião em Nova York um ponto de inflexão na luta contra o aquecimento global. No domingo (21), quase 600.000 pessoas saíram às ruas em várias cidades do mundo. Em Nova York, a passeata reuniu 310.000 manifestantes. "Podemos fazer história ou sermos ignorados. Agora é nosso momento de agir", declarou no plenário o ator Leonardo DiCaprio, designado pela ONU como mensageiro da paz contra o aquecimento global e que participou da manifestação em Nova York. A presidente Dilma Rousseff, durante discurso na conferência da ONU sobre mudanças climáticas Foto: Roberto Stuckert Filho/PR Fonte: http://s2.glbimg.com/zu5Awi8VJm1PXTvJ5FXBrELT058=/300x225/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2014/09/23/dilma_ cupula_do_clima_onu_cma.jpg América Latina olha para o Norte Entre os países da América Latina, os presidentes que discursaram defenderam as ações da região e exigiram que os países industrializados do Norte assumam suas responsabilidades históricas. "O Brasil não anuncia promessas, mostra resultados. Reduzimos a pobreza e protegemos o meio ambiente", afirmou a presidente Dilma Rousseff, indicando que no Brasil o desmatamento caiu 79% e que o país está cumprindo o compromisso de uma redução de entre 36 e 39% das emissões de gases do efeito estufa até 2020. Dilma também citou o acúmulo de desastres naturais nos últimos anos, atribuídos por muitos cientistas ao aquecimento global, e lembrou que os fenômenos afetam mais os pobres. "Em um mundo de injustiça ambiental, os pobres são os mais vulneráveis", disse a presidente brasileira, antes de pedir ações sociais, incluindo um acesso maior a serviços públicos, à água potável e à saúde. Já o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusou as "potências poluentes" de procurarem se aproveitar do aquecimento global, pelo qual seriam responsáveis, para aplicar sua fórmula capitalista. "Querem disfarçar as mesmas fórmulas capitalistas tomando as bandeiras dos movimentos ambientalistas", afirmou. O presidente boliviano Evo Morales, que falou em nome do G77+China - presidido por seu país -, afirmou que as nações desenvolvidas devem tomar a iniciativa por sua responsabilidade histórica no aquecimento global. Morales manifestou dúvidas em relação à sinceridade e à credibilidade de alguns, como por exemplo, os países que não ratificaram ou abandonaram o Protocolo de Kyoto, como Estados Unidos e Canadá. Próxima escala: Peru Mas a batalha para chegar a um acordo internacional está longe do fim. China e Índia, que são ao lado dos Estados Unidos os maiores emissores de gases do efeito estufa, não enviaram seus principais líderes ao encontro e estarão representados apenas por um vice-primeiro-ministro, Zhang Gaoli, no caso de Pequim, e pelo ministro do Meio Ambiente, no caso indiano. Pequim e Nova Délhi resistem a reduzir as emissões porque não aceitam desacelerar o crescimento e insistem que os países mais ricos devem pagar a maior parte da conta. "A China está disposta a trabalhar com outros para construir um futuro melhor", disse Zhang. Quase 250 presidentes de empresas participaram da reunião de Nova York, assim como instituições financeiras e ONGs. As primeiras reações das organizações ambientais foram comedidas. "Saudamos os compromissos assumidos pela França e por outros, mas são insuficientes", comentou a ActionAid USA. Para o Greenpeace, o anúncio é "um sinal importante para os países mais vulneráveis, mas os detalhes continuam ambíguos'. Os olhos do mundo estão voltados agora para o Peru, que em dezembro organizará a conferência da ONU sobre o clima, na qual o presidente Ollanta Humala espera que sejam estabelecidas "bases amplas e balanceadas para um acordo universal vinculante em Paris". Fonte: http://s2.glbimg.com/88BSrJ9q34CY659LDutsZjoyaXE=/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2013/09/27/ipcc_v2.jpg Fonte: G1 > Natureza(http://g1.globo.com/natureza/noticia/2014/09/cupula-do-clima-quer-arrecadar-us-200bi-ate-2015-para-reduzir-emissoes.html) 24/09/2014 ONU comemora passar do "devemos" a "podemos" lutar contra mudança climática A Organização das Nações Unidas (ONU) espera que a Cúpula do Clima que aconteceu esta semana em Nova York, da qual saíram "ações concretas" do setor público e privado, sirva para passar do "devemos" ao "podemos" lutar contra a mudança climática. "Nestes dias aconteceu algo sem precedentes na história de nossos esforços para combater o aquecimento global (...) passamos do devemos ao podemos combatê-lo", disse nesta quarta-feira o responsável da luta contra a Mudança Climática na ONU, Christiana Figueres. O diplomata costa-riquenho destacou desde as mais de 400 mil pessoas que percorreram no domingo as ruas de Nova York na grande marcha contra a mudança climática até os "compromissos concretos" do setor privado durante a Cúpula do Clima. Nas Nações Unidas comemoram como uma "grande notícia" que a cúpula, na qual participaram mais de 120 chefes de Estado e de governo, tenha sido traduzido em compromissos que mobilizarão mais de US$ 200 bilhões antes de final de 2015. "E isto é só o começo", disse, por sua vez, o subsecretário-geral da ONU para Planeamento e Coordenação de Políticas, Robert Orr, que comemorou também ter passado do "por que" lutar contra o aquecimento global ao "por que não". Os responsáveis da luta contra a mudança climática na ONU esperam que o "impulso" conseguido em Nova York continue em Lima e permita fechar a conferência de Paris de 2015 com um novo "acordo global ambicioso". "O presidente do Peru nos convocou ontem para criar a maior aliança jamais vista contra a mudança climática e isso é precisamente o que alcançamos. Ficou claro que o problema da mudança climática não é um assunto de um só setor, têm que participar todos, e não só isso, mas colaborar e se animar constantemente uns a outros para continuar avançando", disse Orr, que destacou também os compromissos de uma coalizão de 200 prefeitos e a participação da sociedade civil. O ministro de Meio Ambiente peruano, Manuel Pulgar, afirmou que na cúpula de Nova York foi possível um grande apoio político para à próxima rodada de negociações que começa em dezembro em Lima. "Agora cabe enviar uma mensagem contundente aos negociadores. Vamos trabalhar juntos criando pontes e por um mesmo objetivo: conseguir em Lima uma minuta clara e coerente que sirva de base para um acordo em Paris", concluiu o ministro peruano. Fonte: EFE/TERRA.COM > Notícias > Ciência(http://noticias.terra.com.br/ciencia/onu-comemora-passar-dodevemos-a-podemos-lutar-contra-mudancaclimatica,c5bdecd8bb8a8410VgnCLD200000b1bf46d0RCRD.html) 25/09/2014 Presenças e ausências que brilham na Cúpula do Clima por Joel Jaeger, da IPS Kathy Jetnil Kijiner, representante da sociedade civil das Ilhas Marshall, leu um poema dirigido à sua filha na abertura da Cúpula do Clima da ONU e foi aplaudida de pé pelo público presente. Foto: ONU/Mark Garten Fonte: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2014/09/onu.jpg Nações Unidas, 25/09/2014 – Em declaração a mais de 120 chefes de Estado na Cúpula do Clima, o ator e novo Mensageiro da Paz da ONU, Leonardo Di Caprio, destacou o longo alcance que terão as consequências das decisões que os presentes tomarem no futuro. “Podem fazer história ou serem vilipendiados por ela”, afirmou na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. A Cúpula do Clima, realizada no dia 23, não integrou a Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (CMNUCC), mas foi uma ocasião especial convocada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para impulsionar a opinião pública e redobrar a vontade política em prol de um acordo climático vinculante, a ser negociado em Paris no final do ano que vem. “Essa mescla de participação de governos, empresas, cidades, Estados e sociedade civil sem dúvida não tem precedentes e oferece a oportunidade de abrir o debate da mudança climática ao nível de chefes de Estado como nunca antes”, afirmou Jennifer Morgan, da organização independente Instituto de Recursos Mundiais (WRI), em um comunicado. Ban abriu o encontro com uma exortação para que os líderes assumam compromissos substanciais para mitigar a mudança climática. “A mudança climática é a questão que define nossa época. Devemos trabalhar juntos para mobilizar os mercados e nos comprometermos com um acordo climático significativo e universal em Paris, no próximo ano”, enfatizou. Em três sessões simultâneas, os mandatários anunciaram medidas nacionais e planos ambiciosos de luta contra a mudança climática, como a redução de emissões de gases-estufa que contaminam a atmosfera, a doação de dinheiro para o Fundo Verde para o Clima, o freio ao desmatamento e as gestões para fixar um preço para o carbono. Os representantes dos pequenos Estados insulares lamentaram que seus países ficarão sob a água em algumas décadas, enquanto os governantes africanos destacaram o crescente número de refugiados do clima. Na cúpula, todos os olhares estavam voltados para China e Estados Unidos, respectivamente o primeiro e o segundo países entre os maiores emissores de carbono no mundo. O presidente norte-americano, Barack Obama, anunciou que todos os investimentos futuros dos Estados Unidos no desenvolvimento internacional considerarão a resiliência climática como um fator importante, acrescentando que Washington cumprirá seu objetivo de redução das emissões de carbono de 17% abaixo dos níveis de 2005, até 2020. “Reconhecemos nosso papel na criação desse problema. Aceitamos nossa responsabilidade para combatêlo. Faremos nossa parte e ajudaremos as nações em desenvolvimento a fazerem a sua”, afirmou Obama. “Mas só teremos êxito na luta contra a mudança climática se a esse esforço se somarem todas as nações, desenvolvidas e em desenvolvimento, igualmente. Ninguém terá um passe livre”, acrescentou. O presidente da China, Xi Jinping, não participou da cúpula, mas enviou o vice-primeiro-ministro, Zhang Gaoli. Apesar de a ausência de Xi ter decepcionado alguns, o fato de um funcionário chinês de alto escalão, como Zhang, falar da necessidade de mitigar a mudança climática foi motivo de otimismo. Morgan, da WRI, apontou que “as declarações da China na Cúpula do Clima vão mais longe do que nunca”. O anúncio de Zhang de que o país “tentará reduzir as emissões o mais rápido possível é um bem-vindo sinal para a ação cooperativa que precisamos para o acordo de Paris”, destacou. A China representa 25% das emissões mundiais de carbono por ano. Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia, tampouco participou da cúpula. Esse país é o terceiro maior emissor mundial de carbono. Na jornada do dia 23, Ban insistiu em afirmar que se está avançando seriamente. “Esta cúpula não se trata de falar e está produzindo ações que fazem a diferença”, assegurou o secretário-geral da ONU. Uma das coisas mais concretas que os países podem fazer para lutar contra a mudança climática é contribuir com o Fundo Verde para o Clima, um mecanismo da CMNUCC concebido para transferir dinheiro do Norte industrial para o Sul em desenvolvimento, para que este aumente sua resiliência climática. O presidente da França, François Hollande, prometeu na cúpula US$ 1 bilhão para o Fundo Verde nos próximos anos, a mesma quantia anunciada pela Alemanha há vários meses. Outros países, entre eles Noruega e Suíça, se comprometeram a entregar quantidades menores. Porém, esses esforços não chegam a fechar a brecha da resiliência climática entre os Estados ricos e os pobres. O presidente boliviano, Evo Morales, expressou uma frustração comum em seu discurso em nome do G77, um grupo de 133 países em desenvolvimento mais a China. “Os países em desenvolvimento são os que mais sofrem os efeitos adversos da mudança climática, embora historicamente sejam os menos responsáveis” pelo mesmo, destacou. Morales criticou as nações industrializadas por descumprirem seus compromissos e garantiu que o Sul em desenvolvimento só será capaz de mitigar suas emissões de carbono com a forte ajuda financeira do Norte. É fácil “ficar preso no jogo de soma zero” quando se fala de medidas para mitigar a mudança climática, afirmou David Waskow, diretor da Iniciativa Climática Internacional da WRI. Mas algo “que se ouviu do palco com frequência hoje foi o reconhecimento de que a ação climática, o crescimento econômico e o desenvolvimento podem seguir juntos”, acrescentou. A responsabilidade histórica é uma preocupação, mas não deve impedir que os países pobres reconheçam que “há caminhos a seguir na ação climática que podem, de fato, beneficiar o desenvolvimento”, pontuou Waskow. Em muitos países, a energia renovável logo será tão barata como os combustíveis fósseis, e isso poderá representar importantes benefícios às zonas rurais distantes da rede elétrica principal, acrescentou. Por outro lado, o apoio popular às medidas contra a mudança climática continua crescendo. Cerca de cem eventos relacionados com o clima acontecerão em Nova York até o dia 28, como parte da campanha da Semana do Clima nesta cidade. No dia 21, dois dias antes da cúpula, cerca de 400 mil manifestantes participaram da Marcha pelo Clima em Nova York, enquanto atos semelhantes aconteciam em 166 países. Ban, Di Caprio, o ativista ecologista e ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, e o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, também participaram da marcha de Nova York. Fonte: IPS/Envolverde(http://envolverde.com.br/ips/inter-press-service-reportagens/presencas-e-ausenciasque-brilham-na-cupula-clima/)