1 2016 JESUS REVOLUCIONÁRIO DO MUNDO FEMININO Mudando costumes no Oriente Médio Palestina MARIA DO CARMO LACERDA SOUZA FACULDADE TEOLÓGICA 11/09/2016 2 FACULDADE E SEMINÁRIO TEOLÓGICO NACIONAL JESUS REVOLUCIONÁRIO DO MUNDO FEMININO Mudando costumes no Oriente Médio Palestina MARIA DO CARMO LACERDA SOUZA TAILÂNDIA – PA 2016 3 MARIA DO CARMO LACERDA SOUZA JESUS REVOLUCIONÁRIO DO MUNDO FEMININO Mudando costumes no Oriente Médio Palestina TCC apresentado ao Curso de Mestrado em Teologia Livre da Faculdade e Seminário Teológico Nacional, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre. Orientador (a) (Coloque aqui o nome do seu orientador) Prof. TAILÂNDIA – PA 2016 4 DEDICATÓRIA A Deus pai da glória, minha famÍlia: meus pais In memórian meu amado filho Cássio, meus irmãos, sobrinhos e sobrinhos netos. 5 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 7 2 CONTEXTO SÓCIO-POLITICO DA PALESTINA ........................................................ 8 2.1 Mulher a Lei e a Cultura do silêncio ............................................................................... 10 3 O CRISTIANISMO MUDANDO COSTUMES ................................................................. 15 3.1 Papel da Mulher no Cristianismo ...................................................................................... 21 3.2 A Mulher Cristã no Mundo Atual ..................................................................................... 23 6 CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 29 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 19 6 RESUMO Maria do Carmo Lacerda Souza. Jesus Revolucionário do Mundo Feminino: Mudando Costumes no Oriente- Médio a Palestina. Ano de 2016. 30 folhas. TCC (Mestrado em Teologia Livre) – Faculdade Teológica Nacional, São Lourenço, ano. Este trabalho objetiva ser relevante na reflexão sobre as contribuições da revolução cristã na promoção de mudanças nos costumes, sobretudo da mulher na sociedade patriarcal na Palestina há 2000 anos, época de Cristo na região, destacando o papel feminino desempenhado nas caminhadas de Jesus e as conseqüência dessa revolução para o mundo, as gerações futuras e atuais. Na investigação utilizou-se a pesquisa bibliográfica para elaboração do referencial teórico. Os principais autores abordados para a discussão foram os da Bíblia no livro de Mateus, Marcos, Lucas, João e MAYER, entre outros, que possibilitaram a melhor compreensão do texto bíblico. Após a análise teórica, chegou-se à conclusão que a mulher contribuiu muito com o nascimento e crescimento do cristianismo anterior a revolução a mulher já estava na ativa para nascimento de Cristo sendo esse o ponta pé inicial do cristianismo, além disso na revolução teve papel importantíssimo e algumas vezes de destaque entre o grupo de cristão, portanto foram fundamentais para o sucesso da revolução que viria mudar os costumes da época e do mundo de geração em geração, com a igualdade de direitos e deveres humanos que inclui a valorização do mundo feminino na sociedade em todos os setores. Palavras - chave : Sociedade patriarcal, mulher , revolução cristã 7 1 INTRODUÇÃO A pesquisa busca ser relevante na melhor compreensão sobre a revolução cristã e as implicações para a sociedade patriarcal na palestina, bem como o papel da mulher para o Cristianismo e desse movimento para a mulher A pretensão maior é refletir as contribuições da revolução cristã no sentido da inclusão, respeito a diversidade especificamente o avanço na igualdade de direito da mulher na Revolução pacífica de Cristo, que se deu num ambiente sociopolítico e econômico mostrando a religião Judaico como predominante apesar de estar sob a política do império romano no primeiro século da nossa era, bem como a estrutura da sociedade judaico patriarcal cenário que apesar da resistência deu se o início de uma nova religião, estilo de vida e novos costumes protagonizados pelo próprio cristo deixando ali o legado para as sociedades posteriores no mundo. Então originou-se na Palestina, no pequeno do Oriente Médio, de localização estratégica por ligar três continentes e em pleno exercício da religião predominante judaica o Judeu Jesus de Nazaré rompeu com as normas judaicas nesta terra citada na Bíblia como Terra Prometida ao povo de Deus há 4000 anos e da pequena região se alastrou e tomou o mundo em pouco tempo. Com relevantes contribuições a religião judaico-cristã deixou legados a nossa sociedade, de oriente a ocidente, muitos ensinamentos e melhoria nas relações humanas com a pregação das Boas Novas do Reino de Deus, que confrontam diretamente os costumes patriarcais opostos ao novo costume que o cristianismo estava a pregar e alcançar sucesso na atitude de tratar com igualdade as pessoas no geral e teve como conseqüência a igualdade entre homens e mulheres na palestina e a posteriore as mulheres no mundo até a atualidade. A revolução Cristã teve um papel fundamental na valorização da mulher e esta por sua vez teve um papel imprescindível no sucesso da revolução ainda que esse não fosse o foco principal do cristianismo foi ele o precursor nessa valorização feminina ao colocá-las em condições de igualdade com os homens ao lhe dar liberdade com responsabilidade e um ambiente fraterno entre a diversidade de pessoas, deu um conceito novo a mulher que repercute até os dias atuais de mulher capaz e livre para estar onde quiser estar, foi um avanço social e cultural sem retrocesso. Atualmente a mulher tem espaço no mercado de trabalho em todas as áreas e setores espaço esse que teve sua origem lá no cristianismo quando lhe foi oportunizado a trabalhar como discípula o que demonstrou sua capacidade e responsabilidade, a seguir tivemos outras revoluções no mundo que vieram a consolidar a importância da mão de obra feminina e o preconceito que ainda é presente foi reduzido a ponto de garantir legalmente o direito da mulher. 8 A mulher tem direitos garantido nos direitos humanos e em constituição o que a liberta para atuar livremente na profissão que lhe atrair, porém,ainda existem preconceitos em todas as áreas e setores assim como em muitas igrejas as quais lhes atribuem apenas trabalho secundário, prova de que nem todos os lideres cristãos seguem os ensinamentos cristão no que se refere a igualdade de direitos e deveres cristãos na igreja, embora Jesus o pai do cristianismo tenha incluido a mulher na evangelização com igualdade de condições ainda hoje ha quem seja contrario a sua vontade, porque o machismo patriarcal ainda encontra espaço em algumas instituições religiosas e diante disso a pesquisa vem trazer a luz o que Jesus deixou como exemplo a ser seguido o reconhecimento da igualdade das mulheres no oficio de evangelização, com o resgate do papel feminino na fundação da religião cristã, o valor que Jesus a atribuiu como ser capaz e necessário na missão de anunciar as Boas novas e o Reino de Deus, legado deixado para as gerações futuras e a todo o mundo sendo esse o objetivo desse trabalho. 2 CONTEXTO HISTÓRICO SÓCIO POLÍTICO E ECONÔMICO DA PALESTINA A caminhada missionária de Jesus de Nazaré, foi o inicio da Revolução Cristã ao levar a pregação do evangelho novo, curar doentes e fracos espirituais, amar ao próximo como a si mesmo sem distinção, ha 2000 anos na Palestina, marcando o primeiro ano de nossa era, e o domínio de toda a região do Mediterrâneo pertencia ao Império Romano como parte da Europa, África ,Ásia e o Oriente Médio com péssima administração e foi esse o ambiente que Jesus saio a chamar: “Vinde a mim, todos os que estai cansado e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou Manso e humilde de coração e achareis descanso para vossa Alma”.( Mt11:28-29) A Palestina ao longo de sua história passou por inúmeras mudanças em divisão territorial desde a conquista pelo povo hebreu lá viviam e após a morte de Salomão foi dividida em dois reinos: Reino do Norte (Israel ) e Reino do Sul (Judá) . Com a morte do Rei Herodes nova divisão aconteceu entre seus três filhos: Felipe (leste do Rio Jordão), Arquelau (Judeia, Samaria e Idumeia) e Herodes Antipas (Galileia). Com a conquista de Roma passa a ser província com o governo de romano com direito a manter o judaísmo, o Governador na época de Jesus era Pôncio Pilatos o qual vai julgar e crucificar a Jesus de Nazaré.No evangelho de Lucas encontra-se uma descrição da Palestina: “ No décimo quinto ano do reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia, Herodes tetrarca da Galiléia, seu irmão Filipe tetrarca da região da Ituréia e de Traconites, e Lisânias tetrarca de Abilene, 9 sendo Anás e Caifás sumos sacerdotes, veio a palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto E ele percorreu toda a circunvizinhança do Jordão, pregando o batismo de arrependimento para remissão de pecados”( Lc 3:1) A Palestina ou Terra Santa, cuja localização geográfica é privilegiada para o comercio, por ligar três continentes justifica ser alvo da ambição de domínio e conflito de muitos povos ao longo de sua história até mesmo anterior a exploração do petróleo foi o palco do inicio do cristianismo. Na época a estrutura organizacional políticamente vivia sob poder de Roma e submissa na economia pois tinha o dever de pagar tributos em todo seu territorial porém em alguns locais e aspectos se diferenciava como : aspecto econômico, jurídico, cultural e religioso da Judeia e Samaria eram da responsabilidade de procuradores Romanos enquanto que Jerusalém capital da Judeia tinha um poder político interno do sumo sacerdote e o Sinédrio com integrantes : sacerdotes , anciãos, escribas e Doutores da Lei. Como conseqüência o caos atingia a Palestina em todos os aspectos principalmente econômico e isso se refletia na divisão de classes sociais como: aristocracia leiga e aristocracia sacerdotal; remediados pobres e escravos; Servos Judeus (por dívida temporária), escravo pagãos (propriedade) e os miseráveis (excluídos) o que abria espaço para revoltas e conflitos internos fazendo surgir grupos com diferentes ideologias e grupos religiosos no qual os Saducéus que eram compostos por latifundiários e anciãos os Doutores da Lei que eram os escribas e Sacerdotes, os Zelotas que era formado pelos guerrilheiros terrorista, os Herodianos onde faziam parte os galileus partidários de Herodes e os Essênios da vida monástica. Na economia sua maior fonte de riqueza era a agricultura cultivavam trigo, cevada, vinhos e oliveira, na pecuária criava-se ovinos para consumo e sacrifícios, outra fonte econômica era a pesca no mar mediterrâneo e lago de Genesaré, ponto forte e de destaque também era a industria de artesanato e todo o comercio estava sob controle de Roma para onde iam os impostos altíssimos. A religião também teve lá suas mudanças, ela que antes era predominante judaica estava agora numa de suas maiores crises, enquanto este imperava em Jerusalém e na Judéia outras seitas e crenças surgiam em outros locais na Palestina os hebreus estavam cada vez mais perdendo espaço e se tornando minoria entre as crenças pagãs apesar da religião ser livre e liberta dos domínios de Roma e enaltecerem os ensinamentos e a herança genealógica e patriarcal. A sociedade era patriarcal e o machismo imperava e ditava as regras e normas a qual excluía a mulher de todos os direitos e lhe impunha deveres de modo radical e nessa estrutura familiar patriarcal o homem era o centro de tudo na casa e da família com plena autoridade sobre tudo, as pessoas e os bens no qual a mulher só tinha dever e isso só intensificava cada vez mais o poderio do homem, pois outrora 10 na época dos antepassados hebreu, no judaísmo antigo embora a figura da mulher fosse passiva haviam destaques pois a mulher era menos reprimida na vida social e política e a Bíblia aponta algumas como Ester entre outras, porém ao passar dos anos o homem foi legitimando ainda mais seu poder sobre a mulher de modo a lhe negar todos os direitos. O homem egitimava seu poder, autoridade e superioridade sobre a mulher com base em interpretações da palavra como a situação de Adão e Eva no jardim do Edém, na qual a mulher formada da costela de Adão o levou a pecar comendo o fruto proibido e nessa interpretação marginalizavam e submetiam a mulher a condições de bens, propriedade como os escravos, animais sem contudo fazer qualquer paralelo a outra interpretação como: ver que a costela é do lado e não sob os pés o que poderia significar que se feita da costela e esta está ao lado a mulher merece estar ao lado nem sob a cabeça nem abaixo dos pés. Em relação ao pecado de ambos ao comer da árvore da sabedoria, a interpretação também machista impedia a interpretação justa, de que ambos comeram a maçã, pecaram e pagaram juntos. E foi nesse contexto e com essa estrutura familiar patriarcal mais rígida com a mulher e excluídos que nos tempos de Abraão, regida por Leis mais machistas que as do início do povo hebreu, voltadas a obediência ao velho testamento com interpretação favorável ao homem, e o território em submissão á Roma e o povo em grande insatisfação e muitos grupos e levantes conflituosos é que a revolução cristã terá seu início abrindo novos caminhos favorecidos pela localização da região implantando novos costumes e quebrando as barreiras preconceituosas e excludentes para seguir forte para todo o mundo. . 2.1 A Mulher a Lei e a Cultura do Silêncio No primeiro século de nossa era na palestina em todos os setores ser mulher judia era sinônimo de silêncio, devido as Leis que lhe eram impostas, viviam na ”cultura do silêncio” tanto no lar como nas sinagoga, nas rua, e em qualquer ato social, político, familiar e religioso. As normas para o sexo feminino eram inflexíveis a Lei dava todos os direitos ao homem e a elas apenas deveres, as mulheres judias geralmente nasciam em uma família numerosa, a grande família modelo da estrutura radicalmente patriarcal, onde tudo girava em torno pai a mãe e as filhas ficavam com a submissão e não podia retrucar, nem mesmo da poligamia, na qual o homem tinha várias concubinas em sua própria casa ( privilégio dos ricos), mas a mulher tinha que calar e aceitar pois tudo absolutamente era do homem, a casa onde vivia a família e a família era um bem uma propriedade desse homem. A Família poligâmica era estruturada com a esposa principal, as concubinas, os filhos, e as filhas podendo ter irmãos de pai e mãe e outros apenas por parte de pai, os criados e escravos tudo isso era da posse do homem, que governava como senhor absoluto, como o proprietário responsável pelos bens e 11 pela família. Ser filhos homem era um privilégio, esses eram seus herdeiros, o problema era ser filha essas eram bens, serviam a maioria das vezes para aumentar o patrimônio eram vendidas ao “noivo” ou negociadas em troca de favores com a família do noivo ou com o noivo o mais certo pois geralmente estavam bem maduros, o pai escolhia o futuro marido e a filha se submetia, saia do domínio do pai direto para o domínio do esposo e quase sempre para o domínio dele e toda a família do esposo a monogâmica tinha como diferença apenas o fato de não haver concubinas o mais era a mesma estrutura. A educação patriarcal era transmitida da mãe para filha na prática diária, onde a mãe ensinava a filha que o lugar era sempre do homem em primeiro, e não importava fosse o pai, o marido ou os irmão seu lugar só poderia ser escolhidos para sentar-se somente depois do homem ter escolhido o seu, ensinava cedo as tarefas domésticas, a cuidar dos irmãos mais novos, dos mais velhos, do pai, ensinava o dever de alimentá-los, dar de beber, vestuário e cobri-los. Além disso ensinava logo que quando o pai ficava velho teria que ajudá-lo em sua locomoção dentro da casa, e a higienizá-lo até o casamento pois depois de casar-se esse deveres seriam com o esposo pois o homem não fazia nada no lar e essa era toda sua educação para os deveres domésticos. Em sociedade a mulher não pode sair sem o véu para cobrir a cabeça e o rosto porque ofenderia aos bons costumes. Em caso de desobediência se casada esse seria o motivo para o marido manda -la embora pois tinha o direito e o dever (religioso) de expulsá-la de casa e divorciar-se dela, sem estar obrigado a pagar-lhe o valor contratado no matrimônio; Não podia ficar falando com outras pessoas pois se perdesse seu tempo na rua, falando com outras pessoas, ou mesmo se ficasse na porta de sua casa, podia o marido repudiá-la sem qualquer compensação econômica seus deveres eram tudo que tinham para se ocupar; A moça comprometida deveria se esquivar de outros homens pois caso a noiva tivesse relações com outro homem era considerada como adúltera, podendo ser castigada com a morte apedrejada e se fosse casada o castigo era de estrangulamento enquanto para o homem não havia castigo algum ao contrario se tivesse condições de ter famílias enormes tinha concubinas; O lugar da mulher era mesmo na sua própria casa, esse era o único lugar considerado apropriado além da casa apenas o campo quando essa ia colher algo para alimento; O casamento era um arranjo feito pelo pai e a filha deveria aceitar o casamento arranjado, pois o pai era quem decidia o noivo por simpatia, troca de favores ou venda da filha, em idade extremamente precoce, comparada com nossa sociedade ocidental, em torno de doze anos e meio, essa passava de submissa ao pai para submissão ao esposo; Após o casamento a mulher tinha que ter muitos filhos, porque isto era sinal do favor de Deus 12 (Sl 127,3.), porém o contrário também era verdadeiro, conforme a teologia da retribuição. Por este motivo a família da Palestina era numerosa. A mulher, de uma forma geral no Oriente Médio não tinha vida social apenas familiar. E por ser do lar nos laços conjugais tinha o dever de evitar ser contemplada por outro homem, ou por ele ser abordada, mesmo que fosse para uma simples saudação. A sociedade judaica lhe concedia uma posição bem inferior à do homem mesmo nas sinagogas lugar espiritual a mulher era considerada desigual, e para ela estava reservado um local à parte no templo, assim como era obrigada a caminhar, na rua, distante dos homens. A sua obrigação coma fidelidade era além do contato físico e mesmo sendo obrigada a ser fiel ao matrimônio, o marido não tinha os mesmos deveres matrimoniais e ainda podia rejeitá-la por qualquer motivo e dificilmente a esposa poderia, por iniciativa própria se desligar do casamento. De acordo com a legislação a mulher estava proibida de tudo e constantemente submetida a todas as punições civis e penais imagináveis, sujeita até mesmo à pena capital. Ser mulher a marginalizava até nos momentos das refeições, pois ela não podia se alimentar ao lado dos homens, era seu dever permanecer em pé, pronta para ajudar o marido a qualquer instante. Em sua residência tinha que manter as janelas fechadas, não ficar com a cabeça a mostra pra rua pra evitar ser vista e quase sempre, eram construídas com grades para que elas não pudessem ter seus rostos vislumbrados. O “silêncio” era imposto até mesmo na ação de graças à mesa na hora das refeições ou outras orações e não podiam oferecer sacrifícios á Deus, direito apenas masculino. Não precisava participar das festas em Jerusalém e se fosse era coberta e em “silêncio” se orava em silêncio não tinha a obrigação de fazê-la três vezes ao dia como todo judeu homem.No livro de Jó ele retrata a mulher Judia: Estava obrigada a cumprir todas as proibições da lei religiosa e submetida ao rigor da legislação civil e penal, inclusive a pena de morte (Jo 8,1-5). O mundo feminino na Palestina, era sofrido com discriminação até fisiológica, pois era considerada impura nos dias da menstruação. Nesse período, a mulher não era vista como impura, 13 masque também tornava impuro tudo o que tocasse, então além do “silencio” tinha que se manter distante de tudo e de todos. Até a benção de ser mãe a isolava pois, após o parto permanecia impura por quarenta dias se menina e se a criança fosse menino oitenta dias, além disso depois de de dar à luz, tinha de oferecer em sacrifício no Templo para serem “purificadas” o único sacrifício que tinha o dever e o direito de fazer. A Lei com a mulher era severa, na presença de hospedes em casa, a mulher não poderia participar do banquete. Não podia nem servir a comida (apenas toma parte no sábado e no banquete da Páscoa). Isso, por que temiam que a mulher ouvisse as conversas e não fosse discreta. Embora a mulher fosse fiel ao esposo, se este fosse dominado pelo espírito do ciúme, como está descrito na lei mosaica, sob o título de ‘A Oferta do Ciúme’, ele poderia levá-la diante do sacerdote, mesmo sem nenhum testemunho ou flagrante, e realizaria então esta oferta ritual. Desta forma, ela ficaria para sempre marcada e amaldiçoada diante da sociedade judaica. Os seus deveres para com o marido eram inumeráveis, longe dos grandes centros ia servir ao marido e aos filhos, moer, cozinhar, lavar, amamentar os filhos, fazer a cama do marido, fiar e tecer a lã, ser submissa e obediente enquanto os direitos não existiam. Vimos que a Lei que regia a família patriarcal era impiedosa com as mulheres e benevolente com os homens, com dois pesos e uma medida a qual colocava a mulher a margem, enaltecendo a figura do homem como superior e o centro como um semi-Deus do lar, enquanto que a mulher herdeira dos pecados de Eva estava ali submetida a pagar os pecados, sob a vigilância e sujeita a punição a qualquer deslize de comportamento segundo as regras e normas a ela imposta como comportamento adequado e correto. A mulher não era tratada como um ser que pensa, sente, sofre e exprime através da linguagem sua dor ou seu contentamento, mas ainda havia em pouquíssimos casos famílias que apoiavam seus parentes consangüíneos, principalmente seus irmãos e se preocupavam em casá-las com parentes próximos para que sua situação de inferioridade não se agravasse enquanto esposa, outro fator que a favorecia a mulher era ter filhos, especialmente filhos homens isso era fundamental para mantê-la sem agravos na marginalização porque se não tivesse filhos era uma desonra e castigo e ainda, se ficasse viúva sem filhos estaria ligada ao marido para sempre. “Mestre, Moisés deixou escrito que se morrer o irmão 14 alguém e deixar a mulher sem filho, seu irmão a tome como esposa e suscite decendência de seu irmão.” (Mc 12,19). Percebe-se que mesmo após partir o marido ainda decidia a quem passar o bem e a viúva deveria esperar sem poder sugerir de forma alguma, que o ou os irmãos do falecido marido contraíssem com ela o casamento ou lhe manifestassem a recusa, sem a qual ela não podia tornar a se casar. Portanto nascer mulher judia não era fácil tudo só concorria a favor do homem, a educação não fugia a regra das demais coisas para o povo judeu, ela era semelhante e se confundia com a religião um ritual programado cada passo a cada ano submetendo a mulher a mais obrigações e menos direitos. A mulher desde a infância já percebia a sua inferioridade e diferença nos primeiros anos de vida, pois seus irmão cedo já tinham privilégios em tudo, a mãe cuidava dos filhos homens com dedicação e logo eles já podiam sair de casa, pois a partir dos quatro anos o pai já levava os meninos para o trabalho e começa a instruir e acompanhar o desenvolvimento na profissão do pai, enquanto as meninas ficam em casa nos labores da cozinha. Fica clara que na cultura do Oriente Médio na Palestina a sociedade, educação, política e religião no tratamento entre com as pessoas era de modo desigual entre masculino e feminino enquanto os homens seguiam normas e regras as quais lhe davam posição de destaque superior desde sua infância e, em todos os setores respaldos por legislação, por outro lado a mesma Lei não atribuía nenhum papel as mulheres, apenas no lar com as prendas domésticas esta era útil e em” silêncio”. 3 . CRISTIANISMO: MUDANDO COSTUMES Há 2000 anos neste território dominado pelo Império Romano, na Palestina, lugar onde viviam os descendentes de Abraão, Isaac e Jacó povo judeu e também os fariseus entre outros foi que o cristianismo teve sua origem pelo protagonista principal Jesus o criador e pai da religião cristã. O contexto poderia ter sido amistoso pra Jesus pois ali havia o conhecimento por muitos, da profecia de que viria um messias, porém não ocorre,u ele foi mal compreendido por muitos grupos principalmente dos governantes que o perseguiram. Jesus não se intimidou em cumprir sua missão naquele espaço e tempo no qual haviam muitos agravantes pois os judeus na sua maioria não o aceitavam como o Messias e sim como um problema para a sociedade e Roma que governava a Palestina e era politeísta a partir dos imperadores, então tudo concorria para que ali ele não estabelecesse a sua religião neo testamentária cristã e monoteísta, além disso naquela localidade haviam diversos problemas sociais, financeiros, políticos e religiosos principalmente para os excluídos como os pobres, miseráveis e as mulheres as quais estavam sob o jugo 15 da Lei excludente e machista, opostos aos modos de Cristo, que em toda sua pregação e ação negava as verdades da Lei que excluía. Mas precisamente na Galiléia, ao norte da palestina, onde encontravam se pequenos e grandes proprietários de terras, além de um grande número de trabalhadores rurais, sofrendo com os tributos de 25% da safra e com as leis injustas, Jesus num sábado, no dia do descanso começou a sua revolução cristã, a Galiléia era um lugar misto onde haviam muitas religiões pagãs entre os judeus, pobres e miseráveis, além de grupos “rebeldes” que objetivavam libertar se de Roma confrontando-a, e por isso era um lugar considerado subversivo. Jesus morava em Nazaré uma região pequena e desprezada na Galiléia e isso além das suas atitudes neo- testamentárias eram motivos para ser desprezado pelos poderosos romanos e poderosos religiosos judeus que tratava- no como o um Galileu o subversivo e Nazareno desprezado, essa hostilidade não deteve o missionário revolucionário que saiu a recrutar seus discípulos e a pregar as Boas Novas o Reino de Deus entre os que lhes desprezavam. O livro de Lucas fala do retorno a Galiléia por Jesus: “Então Jesus no poder do Espírito, regressou voltou para a Galiléia, e sua fama correu por toda a circunvizinhança.” (Lc 4:14). Na caminhada Jesus chama seus doze discípulos, e primeiros seguidores os quais eram homens e judeus assim como Jesus, apenas Lucas não era judeu, só um pouco mais tarde começaram a vir as mulheres judias que o acompanharam, porque ele não fazia acepção de pessoas, incluía numa atitude revolucionária, o maior revolucionário na história da humanidade, foi Jesus, pacífico e pacificador usando como arma a palavra de Deus cujo único sangue que derramou foi o seu. A sua missão era de paz e amor através das boas novas sobre o reino de Deus e revolucionou a Palestina mostrando novo olhar, novo ser e novo fazer. O que gerou tensão com a tradição judaica a qual era contrária a tudo que Jesus fazia principalmente a sua atitude com relação as mulheres e excluídos. “ Aconteceu depois disto, que andava Jesus de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando as boas novas do reino de Deus e os doze iam com ele;’...’também algumas: mulheres... e Joana mulher de Cuza procurador de Herodes, Suzana e muitas outras, as quais lhe prestavam assistência com os bens" (Lc 8,1-3) 16 E foi com atitude Jesus levou as boas novas do Reino de Deus que recuperando o valor humano igualmente, restituindo-lhe sua integridade e sua dignidade, se posicionando em defesa do oprimido, dos pequenos atitudes essas diferentes dos costume Palestinos,se opondo a toda forma de marginalização estabeleceu novas características aquela cultura antes excludente com a participação de homens e mulheres juntos, afirmando a igualdade entre as pessoas e o amor de Deus é para com todos: mulheres, cegos, mudos, leprosos, pecadoras públicas, coxos, paralíticos, ricos, pobrese até “poderosos”. O seu trabalho de valorização era integral e pleno visando o psicológico, físico e cognitivo, ele ouvia, compreendia, aconselhava, ensinava, curava e orava promovendo convívio diário e acolhida, despertando a auto- estima dos desprezados pela religião e pelo governo. Valorizou todas as classes oprimidas na sociedade eram valorizados tanto os imorais, as prostitutas, os pecadoras, os hereges, os pagãos, os samaritanos, os marginalizados, as mulheres, as crianças, os doentes, os colaboradores, os publicanos, os soldados, os pobres como os ricos e poderosos que o aceitavam jogando abaixo os preconceitos sociais e dando o conceito de valor humano sem distinção. O acolhimento a diversidade está no Evangelho a Bíblia deixa claro o homem e a mulher como discípulos, assim como as classes menosprezadas com participação na missão revolucionária, ele recebe e chama a todos para a ação evangelizadora e com essa atitude muda o mundo feminino da Palestina dando lhes a opção de escolha entre ser apenas do lar ou também missionária, a coloca em outro patamar diferente do que faziam os Judeus e Romanos. Jesus de Nazaré oportunizou a quebra do “silêncio” das mulheres que na sinagoga não podiam falar, deu lhes um lugar na sociedade, lhes mostrou o seu valor e utilidade. A Bíblia em muitos textos esclarece como o caso da mulher pecadora na Bíblia Sagrada no livro de Lucas (L7:36-50): Que conta que a mulher pecadora foi recebida por Jesus e de maneira humilde suplicou e confiou na misericórdia de Cristo. Aqui se confirma a fidelidade do serviço, visto a mulher passar à frente do anfitrião (um fariseu) omisso ou que pretensiosamente esqueceu os gestos orientais de boas vindas e cumpre, no lugar dele, os ritos de hospitalidade. No seu gesto de molhar os pés de Jesus com as lágrimas, secar com os cabelos, cobri-los de beijos e os ungir com o perfume, os presentes, vêem a pecadora (certamente uma prostituta bem conhecida) praticar atos de arrependimento. Mas, dá testemunho, de Jesus, com esse seu gesto de maneira profética. Anuncia a Morte e Ressurreição. As imagens que a narrativa nos apresenta lembram os últimos momentos de Jesus. A dor estampada em suas lágrimas; os cuidados do corpo nos cabelos 17 que enxugam e o envolvem como num sudário; os beijos com que o cobre prefiguram as mulheres que na ressurreição, lançar-se-ão aos pés de Jesus; a unção do perfume evocando tanto o rito fúnebre de sepultamento, quanto a difusão da boa - nova, propagado através do mundo. Em contrapartida, a cena mostra que o fariseu somente o convida a comer com ele. Mas, a presença de Jesus não altera o seu modo de ser: pouco observa em Jesus; homenageia-o pouco; recebe-o mal, da boca para fora. A pecadora se distingue pela capacidade de comunicação, mesmo sem ser convidada: lágrimas, cabelos, perfume, beijos. O fariseu é mesquinhez e isolamento. A mulher é o espírito do mundo reconciliado, a fé num Deus de amor. Conforme os evangelhos podemos constatar a atitude sempre amistosa de Jesus para com todos, especialmente à Mulher. Muitos outros exemplos nos evangelhos mostram o respeito, a consideração e a misericórdia de Jesus para com as mulheres. Elas foram os primeiros não - judeus se tornarem membros do Movimento de Jesus. Foram responsáveis pela extensão deste movimento a não - israelitas. O texto mostra que para Jesus as mulheres eram seguidoras. Para o Reinado de Deus, anunciado por Jesus, todos são convidados: as mulheres e os homens, as prostitutas, os samaritanos e os piedosos fariseus. Ninguém é excluído. A mulher tem a mesma dignidade, categoria e direitos que o homem. Pela participação da mulher no seu grupo Jesus rejeita as leis e costumes discriminatórios que menosprezam essa dignidade, categoria e direitos e, arrisca o seu prestígio e a sua vida em favor da mulher. Esta atitude de Jesus gera uma nova comunidade sobre um novo mandamento: a igualdade, a participação de mulheres e homens juntos, pois Deus ama a todos igualmente.Jesus afirma: “Muitos que agora são os primeiros, serão os últimos, e muitos que agora são os últimos, serão os primeiros” (Mc 10,31; Mt 19,30; 20,16), aplica-se também às mulheres e à sua situação de inferioridade nas estruturas dominadas pelos homens, nas estruturas da sociedade patriarcal. Fazendo a proclamação do Reino para os pobres e fracos, Jesus queria abranger a s pobres mulheres judias, e todas as outras, proclamando os direitos dos pobres e a justiça de Deus. Jesus tem uma proposta em relação à mulher: Ele acaba com as exigências da família patriarcal e constitui uma nova comunidade familiar, comunidade que não inclui os “pais” enquanto se conservassem na estrutura de uma sociedade patriarcal. Na família cristã, marido e mulher, pais e mães, filhos e filhas, irmãos e irmãs são essencialmente filhos de Deus, irmãos em Cristo, próximos. Essa promoção das mulheres, é um aspecto particular do Evangelho no que tem de mais essencial: a Boa Nova anunciada aos pobres, libertados com prioridade, por Jesus. 18 Quando Jesus “salva” uma mulher, muitas vezes assim o faz como desafio lançado à grupo dirigente. A inocência que defende, com o apoio do milagre, contesta a legitimidade dos poderes estabelecidos, protesta contra o arbitrário das reprovações coletivas. Jesus apesar de ser judeu não aceitava a cultura excludente dos judeus e combatia, não foi omisso, porque praticava o que pregava, o Reino de Deus que anunciava, estava ali nas atitudes amorosas, misericordiosas, justas e dava as mulheres equidade com valorização e reconhecimento da capacidade feminina que não há ninguém superior ao outro no sentido de direitos e deveres e sim igualdade. E disse Jesus: “Porém muitos primeiros serão os últimos e muitos últimos serão os primeiros” (Mc 10:31). De fato ao contrário dos velhos costumes judeus eledava prioridade aos últimos, os necessitados e excluídos como as mulheres que viviam depreciadas inferiorizadas na estrutura social vigente. Jesus irrompe preconceitos, muda costumes e“quebra tabus”. Mantêm profunda e intensa amizade humana com algumas mulheres, como Marta que o hospedou em sua casa (Lc 10:38) é um dos exemplo de que ele mudou costumes na Palestina e da Samaritana: “ Era proibido conversar a sós publicamente com mulheres, nos costume na época da caminhada de Jesus, mas ele sabia que teria que superar os desafios e para tanto ele ultrapassou as barreiras da cultura, legislação e religiosa do seu tempo, e conversou no caso da mulher samaritana junto ao poço de Jacó, que além de ser mulher era considerada idólatra, estrangeira e maldita desprezada pelos judeus. Ele chegou a uma cidade da Samaria, chamada Sicar, que ficava perto das terras que Jacó tinha dado ao seu filho José. Ali ficava o poço de Jacó. Era mais ou menos meio-dia quando Jesus, cansado da viagem, sentou-se perto do poço. Uma mulher samaritana veio tirar água, e Jesus lhe disse: – Por favor, me dê um pouco de água. A mulher respondeu: – O senhor é judeu, e eu sou samaritana. Então como é que o senhor me pede água? Então Jesus disse: – Se você soubesse o que Deus pode dar e quem é que está lhe pedindo água, você pediria, e ele lhe daria a água da vida. Ela respondeu: – O senhor não tem balde para tirar água, e o poço é fundo. Como é que vai me dar água da vida?”(Jo 4:1-11) Ao dialogar com essa mulher Jesus ele agiu diferente dos antigos costumes, quebrou preconceito sócio - culturais e fez uma nova discípula porque esta samaritana veio a ter um papel importante no 19 cristianismo, pois ela deu início à comunidade cristã de Samaria. Disse Jesus a seus discípulos: “Um é o que semeia outro é o que ceifa. (Jo 4:.37-). Ele semeou ao conversar com a samaritana ele falou do Reino de Deus. Muitas são as situações em que de certa forma a mulher tem sua participação direta no fazer cristão no episódio Jesus é tentado a criticar a Legislação para defender uma mulher a qual ele faz a defesa com sabedoria como descreve João (8:1-11) Jesus ensinava no Templo, e lhe é, apresentado uma mulher que havia sido descoberta cometendo adultério. Lembram a ele que a Lei diz que tal mulher deveria ser morta, apedrejada e perguntam o que ele pensava . Não respondeu e começou a escrever com o dedo na terra. Voltam a questionar e ele disse: quem não tem pecado atire a primeira pedra. Todos foram embora e Jesus disse à mulher: “eu também não te condeno. Vai e não peques mais". Levou todos que a lí estavam a reflexão, e a mudança no velho costume de apedrejar, perceberam o quanto vinham sendo hipócritas, pois cobravam a fidelidade feminina enquanto admitiam a poligâmia. Como poderiam julgar aquela mulher? Jesus era a favor da igualdade de direitos pois tinha discípulos e discípulas a Bíblia evidência, que assim como os discípulos as discípulas o seguiam. O seguir a Cristo destas mulheres tinha motivos eram espirituais e sociais, algumas mulheres haviam sido curadas, outras só por crer no Reino de Deus, muitas por buscar a mudança nos costumes, e outras gratidão como Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes (Lc 8:1-3). Fosse qual fosse o motivo entre todas havia uma motivação em comum, a fé, a esperança nas boas novas do Reino de Deus. A situação da mulher naqueles tempos era de grande humilhação, inferioridade e discriminação por parte dos homens, não havendo nenhuma consideração de igualdade entre marido e mulher, muito pelo contrário a mulher servia apenas para procriar, e com Jesus elas eram valorizadas, tinham uma missão importante, eram mensageiras de Deus e sabiam da verdade pois haviam presenciado e recebido a graça de serem curada de alguma forma, se não de doença física, mais da doença moral promovida pela discriminação e preconceito. Jesus provou estar na defesa de todos inclusive da mulher, mesmo sendo homem as defendia, numa sociedade patriarcal onde o machismo imperava e ele se pronunciava de modo claro e objetivo, se colocou contra a poligamia em defesa da monogamia, pois era humilhante a esposa dividir o marido, ele proibia o divórcio, que deixava a esposa na amargura por motivos fúteis na maioria dos casos e até sem motivos só com a palavra do homem costume da época e normatizado na Lei e no Torá e argumentou também ser reprovado por Deus uma vez que o representava “ Portanto o que Deus juntou não separe o homem”(Mc 10,9) é Por causa da dureza do vosso coração que ele vos deixou esse mandamento (Mc 10,5). Para ele o casamento deve ser indissolúvel 20 Entre as discípulas havia mistura de classe numa inclusão real na qual o preconceito havia caído por terra, haviam mulheres solteiras, casadas e viúvas, mães de discípulos, mulheres que haviam sido libertas de espíritos maus, prostitutas, adúlteras, senhoras, ricas, pobre e miseráveis, a diversidade estava presente e com respeito e equidade, Jesus provando a igualdade de direitos aceitava até mesmo o apoio financeiro de mulheres de posse como Joana pois Cristo era pobre de riquezas terrenas. A comunidade cristã era organizada,discípulo e discípula era aquele que ouvia mas também praticava, podiam casar mas não se abrasar, era proibido se divorciar pois essa era uma prática injusta, uma forma do homem abandonar sua esposa quando deveria proteger, formas, era proibido repudiar sua mulher, deveres iguais só em casos extremos o divórcio era aceitável. O cristianismo em muito contribuiu para a mudança na vida dessas mulheres, de certo modo ficaram livres do julgamento de não serem úteis a sociedade, a descoberta de seu lugar social que não é só em casa, que a pra procriação é natural mais não as anula pro social, que o diálogo entre homens e mulheres não as tornam impuras, que os costumes de um povo não são verdades absoluta. Que Deus as amam e que podem sim, participar ativamente no culto, a capacidade de aprender e também de ensinar muitas coisas . Jesus lhes deu muitos ensinamentos, alguns em particular, como o da mulher samaritana à beira do poço de Jacó (Jo 4). Também para Marta e Maria sobre a ressurreição (Jo 11), outras vezes ensinou para mulheres na multidão. Parece algo simples, mas contrariou e jogou por terra as concepções judias sobre a mulher. Jesus revolucionou a ideologia patriarcal a cultura sofreu mudanças a legislação opressora foi colocada em evidencia e questionada, transformou vidas, deu esperança mostrou que a mulher é importante para o sucesso de qualquer causa, portanto capaz, com direito a voz e vez, no reino de Deus, pontuou as múltiplas utilidade feminina, desmistificou a condenação da mulher por causa de Eva um mito que passava de geração a geração, que o valor de uma vida é igual a de outra vida sem distinção e que estava disposto a pagar o preço pela humanidade em geral sem privilegiados. Na revolução cristã homens e mulheres andavam lado a lado num caminhar e fazer espiritual, e Deus era o centro de suas vontades. A revolução pelo cristianismo plantou a semente da liberdade com responsabilidade, no qual meio natural com interação direta com o ambiente para o aprendizado dos que viam e ouviam foi a grande ferramenta da caminha e Jesus não prometia uma vida terrena sem lutas e dificuldades, ele esclarecia que na vida cristã existem também desafios e obstáculos a serem superados e o evangelho é para os fortes, para aqueles que querem ser vencedores nas dificuldades então ele apenas chamava de uma forma direta, “vem e segue-me” e o seguiam. “A iniciativa de Jesus, nos contam os evangelhos, demonstra sua falta de preconceitos e o tratamento 21 igualitário com o qual se relacionava com todas as pessoas. À diferença do que ocorria no rabinato, ele rompe as separações existentes entre puros e impuros, pecadores e cumpridores da lei. Chama, para segui-lo, homens que não poderiam satisfazer às condições para uma comunhão com um mestre, como o publicano Levi (cf. Mc 2, 13), que por causa de sua profissão era considerado pecador e afastado dos homens piedosos (cf. Lc 15,15), os zelotas (cf. Lc 6, 15; At 1,13) ou os pecadores (cf. Mc 1,16s). Assim como as mulheres (cf. Mc 15,40-41).” Entende-se que a revolução cristã foi um movimento pacífico que conseguiu atingir seu objetivos e transmitir sua mensagem de modo decisivo e eterno no coração e na vida daqueles que o acompanharam e nos costumes de todo um povo e do mundo, e esse sucesso além de divino se deve ao fazer porque a prática ensina mais que as palavras. 3.1 Papel da Mulher no Cristianismo O cristianismo criou um movimento novo mudou os costumes rompendo os preconceito culturais, inovou com discipulado de mulheres e em condições de igualdade, criou um ministério feminino, naquela época em que era ilegal a conversa entre homens e mulheres em público, mas na comunidade cristã homens e mulheres conversavam em público e em particular e viajavam juntos. (L 8:1-3) o chamado era de cristo, ele tomava a iniciativa, sem se incomodar com os costumes e com os rabinos, ele chamava os “impuros”, e as mulheres que tiveram seu no movimento das boas novas do Reino de Deus. E o papel da mulher no Cristianismo foi fundamental, Maria de Nazaré foi sem dúvida a pioneira ao abraçar a causa antes mesmo de Jesus de Nazaré vir ao mundo, antes de ver seu rosto, ela que vivia naquele contexto, tempo e espaço, já superava todas as crenças passadas, por Deus e por Cristo, carregando - o no ventre, prestes a entrar em trabalho de parto teve que partir literalmente e viver em fuga para que o Cristianismo viesse a acontecer. Ela, uma judia que vivia no judaísmo patriarcal e ao mesmo tempo já vivendo a esperança do Reino de Deus, já discípula do que havia de nascer, primeira discípula de Jesus, responsável por guardá-lo no ventre e cuidar para depois segui-lo e, contemplar as boas novas que com ele vinha e seus olhos viram a nova experiência da comunidade cristã libertadora, 22 amorosa a comunidade inclusiva que ele fundou, o tratamento dispensado a todos e a valorização á mulher integrando--as a missão, e todas as mudanças que vinham nele e com ele. Maria de Nazaré atendeu a vontade de Deus, ele mandou seu filho através da mulher o que prova que sob o ponto de vista bíblico, que Deus criou homem e mulher para a igualdade entre eles, tanto que O anjo aparece a Maria e também a José, o casal cuidou e amou ao homem- divino filho de Deus, e o verbo se fez carne na carne e na pessoa de uma mulher e a humanidade pôde ver porque Maria ao contrário de Eva não cometeu pecados e sim obedeceu e José não se escondeu como Adão, mostrou a cara e avançou para a comissão de frente em defesa do projeto do Criador, Maria e José deixaram um exemplo de obediência e de luta para essa igualdade da criação no caminho da libertação e do conhecimento da verdade da vida e Jesus cresceu para a missão e chamava a todos para segui-lo. E as mulheres prontamente o seguiam a fazer parte da comunidade cristã com presença marcante no discipulado de Jesus. Elas seguiam e serviam Jesus, conforme Mc 15,41. O mesmo Evangelista em 14,3-9 diz que uma mulher anônima unge a cabeça de Jesus com perfume de nardo puro (óleo perfumado, muito caro por causa de sua escassez). Essa era uma prática típica dos profetas, quando ungiam os reis: sinal de que as discípulas perceberam, na convivência com Jesus, o seu ser também divino. Maria Madalena teve um papel de destacado nas escrituras entre os homens e mulheres que seguiam Jesus rompendo preconceitos, superou barreiras para chegar até Jesus ungindo-lhe os pés. Assim, Jesus aprova esse gesto de amor e confirma “em verdade vos digo que, onde quer que venha a ser proclamado o evangelho, a todo mundo, também o que ela fez será contado em sua memória” (Mc 14,9). Ela que padeceu aos pés da Cruz, foi compensada com a Boa Nova da Ressurreição e a anunciou aos onze e a todos os outros (Lc 24,9). Maria Madalena que foi a primeira a ser enviada para anunciar a Ressurreição, foi a primeira a ser “ordenada” para o serviço da evangelização. Portanto houveram mulheres discípulas e apóstolas que exerceram seus ministérios e essas mulheres fizeram muita diferença na caminhada Cristã, o serviço do discípulo exige visão e escuta e mulheres são perfeitas para isso, outra habilidade importantíssima é a comunicação e mulher é muito boa nisso e faz com amor, a simpatia feminina quesito que não poderia deixar de ressaltar, que muito favoresce a interação com o outro, o senso de justiça a morosidade, a atenção a mulher realmente estava em pé de igualdade na evangelização para desempenhar seu papel missionário no cristianismo. Muitas foram as mulheres na caminhada como a samaritana do poço que fundou uma comunidade cristã em Samaria, Joana e Maria custearam a caminhada e acompanhavam a evangelizar, Maria e Marta acolheram Jesus e Maria é elogiada pelo próprio Cristo dizendo: “ela escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada” (Lc 10,42), isto é, porque ficou sentada aos pés do Senhor escutando-lhe a 23 Palavra (Lc 10,39). E Marta, sua irmã, não ficava para trás em termos de discipulado. Na morte de Lázaro, ao chegar Jesus, ela corre ao seu encontro e confessa a sua fé e aguarda a atitude de Jesus. O milagre consumado ela sai proclamando para todos. Foi considerada diaconisa e representam a acolhida da mulher para com os seus hóspedes onde o próprio Jesus era recebido com alegria e amizade após suas peregrinações e exaustivas pregações O fato de três mulheres terem sido nomeadas para testemunhar que cristo havia ressuscitado revela e legitima de certa forma que todas eram conhecidas e reconhecidas na comunidade até mesmo como liderança no movimento cristão da Palestina e a coragem dessas mulheres esta a luz da sua caminhada, ao rompimento com as Leis e costumes do seu tempo e seu espaço e vai além porque quando Jesus foi preso e condenado, os discípulos fugiram, no entanto as mulheres arriscaram suas próprias vidas, permaneceram ao pé da cruz, ungiram seus pés, choraram, foram ao sepulcro, e as primeiras a ver que ele havia ressuscitado, que estava vivo e portadoras da notícia e difunsão a ressurreição de Jesus de Nazaré, é certo afirmar que o papel da mulher no Cristianismo foi imprescindível para o sucesso e elas participam, de todos os fatos e acontecimentos lado a lado dos homens como José e Maria, como mulheres que foram feitas do lado do homem. 3.2 A Mulher Cristã no Mundo Atual A 2000 anos atrás no Oriente Médio, na Palestina teve início o Cristianismo, pelo qual Jesus traz o novo para dentro da realidade de seu tempo, renova a dinâmica vivida em seu contexto históricosocial e, de forma inusitada, insere em seu processo de ensinamento, relacionamento humano e religioso os excluídos, os marginalizados de sua sociedade. Inverte a ordem de valorização conhecida e praticada por sua sociedade (Mc 10,31). Jesus acolhe a todos, pecadores, mulheres e crianças. Muitos curados por Jesus os tornam seus discípulos, outros se tornam seus discípulos e discípulas. “Mas muitos que são primeiros serão últimos; e muitos que são últimos serão primeiros.” (Mc 10:31) De fato lembrando que as judias só poderiam pegar um lugar após todos os homens estarem instalados e que foram elas as primeiras a ver que Jesus havia ressuscitado e também as primeiras a informar aos homens a boa notícia, constatamos que Jesus realmente sabia tudo o que viria no futuro próximo e os próximos futuros, e o quanto o Cristianismo cresceria, a semente lá plantada cresceu ramificou-se e o vento a espalhou por todo o mundo e por todas as gerações. 24 A mulher multiplicou-se e o mundo a conhece e hoje, no século XXI ela é vista como profissional e do lar ou do lar porque lugar de mulher é onde ela quiser estar, só precisa se esforçar e conquistar o espaço que está aberto em todos os setores, seja político, econômico, social ou religioso e pode ocupar mais de um setor, e não deixou de ser mãe, esposa e do lar, foi a passos lentos que o espaço para a mulher foi se abrindo e o preconceito foi diminuído, embora ainda exista no mundo na Lei a vitória foi total e hoje na legislação é igualdade em direitos em muitos Países. Porém aind há Países em que a mulher é maltratada e marginalizada como: Nepal, Arábia Saudita, Paquistão, Afeganistão, China, Mali, Iraque, India, Somália,República Democrática do Congo esses são os dez Países que maltratam física e psicológica de maneira brutal a mulher, embora a Declaração Universal dos Direitos Humanos declare que nenhum ser humano deve sofrer tratamento degradante, cruel ou desumano, nesses países as mulheres sofrem além da cultura do silêncio acrescentado está as mutilações, estupro, abusos entre outras crueldades. Enquanto que nos países ondea mulher tem liberdade, voam ao acesso do sucesso são empresárias, servidoras públicas e executivas de empresas fazem um verdadeiro malabarismo a fim de andarem no compasso do relógio com os compromissos sociais, profissionais e domésticos bem como a maternidade e a atenção ao esposo, noivo ou namorado, a família e os amigos e tem que ter laser, exercícios físicos, os cuidados pessoais e as compras dos mais diversos segmentos necessários para viver bem e com tantas funções como fica a vida espiritual, a aliança com cristo ? O momento de reconhecimento pelo seu sacrifício, e agradecimento por sua nova vida e oportunidade de vida eterna? No entanto tudo tem ponto positivo e negativo, mais é necessário o equilíbrio e esse é difícil,deixar a imagem de sexo frágil e tornar –se guerreira trouxe perdas irreparáveis no lado espiritual o que abriu espaço para a caminhada atrás do dinheiro, e o que se vê no cotidiano é um exército de guerreiras diante de um grande esforço do amanhecer ao anoitecer e as cristãs com excessões apenas ditas cristãs. E o objetivo da caminhada cristã da revolução de Cristo ficando para trás dando espaço para o egoísmo, a ganância onde vale tudo pra ganhar espaço, posição dinheiro e prestígio. O meio termo não tem espaço é oito ou oitenta ou se é cristã ou não adianta fazer sacrifício de tolas, porque ser cristã é seguir a cristo, e só se é seguidora de cristo quando se ama a Deus sobre todas as coisa e ao próximo como a si mesmo, quando se tem compaixão, tolerância e tudo aquilo que ele deixou como ensinamentos, ele mostrou que a mulher tem capacidade e deve trabalhar, progredir, construir mais deve manter-se com uma conduta por que ele organizou aquela comunidade ele normatizou aquela comunidade ele recebia a todos como vinham porém se tornavam novas pessoas, era vinde como estais 25 mais ao ingressar aprendia novos modos, lá não existia competição aliás ele combatia a divisão de classe, o ser superior e sua maior lição foi amor, respeito e humildade. As mulheres cristãs na sociedade contemporânea encontram dificuldades e pressões diversas. E são pressões maiores a cada dia. Parte disto é o resultado do movimento que se instalou em nosso meio, com diferenças também estruturais, trazendo uma descaracterização da sensível personalidade feminina e cristã. A busca pela igualdade faz a mulher também perder sua identidade primária. Ao se posicionar competitiva, invariavelmente, vive no limite do estresse e, como resultado, perde a serenidade interior, algumas chegando até a perder o prazer de ser feminina as discípulas não deixaram de ser femininas elas passaram perfume em cristo, elas untaram seus pés ouve até quem limpasse os pés dele com os cabelos. Cristo colocou homens e mulheres em pé de igualdade mais as escrituras destacam as atitudes femininas, Paulo que veio depois de cristo já chamava a atenção das mulheres para agirem como mulheres de cristãs ele traça um perfil. Diante de tudo isso, percebe-se que a mulher cristã precisa refletir e agir como cristã e resgatar a sua feminilidade Jesus fundou um movimento de classe e de gênero ele fundou o cristianismo o amor a todos a igualdade de direitos o respeito ao casamento aos outros, não deixou confusão como exemplo e sim humanizou as pessoas, ensinando a conviverem em paz e união, a orar a jejuar a ouvir a palavra a segui-lo a buscar sabedoria espiritual. A mulher cristã precisa ser um modelo de conduta seja no ambiente familiar, social ou eclesiástico, exercer plenamente suas atribuições nas condições de mãe, esposa, membro da comunidade e da igreja. O cotidiano exige da mulher cada vez mais força e sabedoria para atuar na sociedade, no mercado de trabalho e, principalmente, para manter o equilíbrio em todas as áreas da sua vida. Não podemos nos esquecer da mulher guerreira que, no seu dia a dia, busca uma maneira sábia de compartilhar com seu esposo, mesmo quando idéias, conceitos e valores divergem da sua realidade cristã, mas ser mulher a qualifica, enaltece, enobrece e a torna indispensável em todos os contextos da vida. E elas entendem que mesmo diante de um cenário de diferenças é no ensinamento da Palavra de Deus que encontram o alicerce necessário para desempenhar cada um dos papéis a elas confiado.Ser mulher e expressar toda a sua feminilidade é cumprir o propósito pelo qual Deus a fez. Somente assim a mulher poderá experimentar plenamente a alegria e a satisfação de viver.Acordar mãe, passar o dia como profissional, terminar o dia como mulher e esposa carinhosa, ou a graciosa namorada, são alguns dos belos papéis da mulher sensível diante do despontar deste novo século moderno e ao mesmo tempo desafiador. É pela sensibilidade de ser mulher, pela coragem de enfrentar obstáculos, que elas se tornam cada dia, em Jesus. 26 4 CONCLUSÕES O revolução cristã iniciada por Jesus, há pouco mais de dois mil anos atrás dentro da religião judaica na Galiléia, um lugar politicamente insignificante para sua época ficou gigantesco, espalhou-se por todo o mundo, contrariando ele que surgiu em meio ao judaísmo o superou em propagação e adeptos. Esse avanço do Cristianismo tem motivos naturais além de divino o homem e a mulher se sentiram libertos dos grilhões da Lei judaica esperançosos pelo Reino de cristo reconfortados e amados pelo homem-divino, que trazia as boas novas a princípio apenas o povo judeu e a medida do tempo e do espaço foi se alongando eté chegar a novos povos e lugares e seu crescimento não para. Estes discípulos e discípulas realmente cumpriram seu papel em levar a palavra e formar novos discípulos para que a propagação do evangelho chegasse a toda criatura e por todo o mundo. As mulheres que foram agraciadas com o direito de igualdade através do cristianismo que rompeu com os preconceitos de seu tempo e promoveu mudanças nos costumes da época levando a mulher a uma nova vida com auto estima e lugar na sociedade com utilidade e direito a vez e voz. O Reino de Deus veio promover a igualdade de direito entre os diferentes gêneros , classe e religião, afirmar o amor de Deus para todos de forma única. A mensagem central do Jesus histórico era o “Reino de Deus” que tem como destinatário principal os excluídos, os pobres, marginalizados e oprimidos e as mulheres se encontravam nesta lista. A estrutura extremamente patriarcal que dominava sua sociedade não permitia que tivessem consciência, ou pudessem manifestar qualquer descontentamento com sua condição. A religião era usada para legitimar a conduta e dominação por parte do homem. O cerne de sua mensagem ia de encontro às carências humanas e suprindo como bálsamo as almas carentes de homens e mulheres excluídos de seu mundo e de seu tempo. Jesus superou a ética da norma pela ética da responsabilidade. Jesus renovou, trouxe uma nova proposta, tecido novo em roupa velha (Mc 2,21; Lc 9,36) e vinho novo em odres velhos (Mt 9,17) assim como nas analogias feitas por Jesus, com sua própria conduta e mensagem, ele causou uma tensão muito grande em sua sociedade, principalmente com a classe dominante, a classe religiosa. Jesus revoluciona e inverte a ordem, onde a primazia é dos excluídos, dos pecadores, dos doentes, dos pobres e das mulheres (Mt 20,16). É a vez de quem não tinha vez, chegou a hora de quem nunca teve o seu momento. Assim como descreve o salmista na esperança de dias melhores (Sl 126,4), como as torrentes do Neguebe inundam com toda a força o árido deserto no extremo sul da Palestina, lugar seco, aparentemente sem vida e se transforma em um manancial, em um rio que mata a sede e brota vida, assim Jesus trouxe vida aos excluídos. 27 A reciprocidade da importância do cristianismo para a mulher foi fundamental para a igreja primitiva, pois a partir de sua libertação como pessoa e filha de Deus, o cristianismo pôde contar com sua total fidelidade e empenho, seu engajamento no movimento foi de extrema importância para a igreja nascente. Enquanto que no judaísmo ela era excluída, inclusive da aliança com Deus, pois somente os meninos eram circuncidados, no movimento de Jesus elas eram batizadas como todos, sem distinção, este acolhimento por parte do mestre resultou em total entrega por parte delas. Enquanto que no judaísmo os homens cresciam baseados no ensinamento de seu pai, as mulheres aprendiam a servi-los. As mulheres seguiram Jesus desde o começo de seu movimento e foram fiéis até a cruz. Enquanto os demais discípulos (homens) fugiram no ápice da paixão de Cristo, quando ele foi capturado, condenado, castigado e morto, lá estava elas, fiéis a seu mestre (Mc 15,40-41). Nos momentos mais difíceis as mulheres não o abandonaram, com sua elas foram peças fundamentais coragem e fidelidade elas exemplificam da melhor forma o discipulado. Enquanto que em sua sociedade elas eram proibidas de testemunhar, pois não eram consideradas de confiança, no movimento de Jesus naquilo que é essencial no cristianismo, a ressurreição de Jesus. Ficamos sabendo através do relato de Maria Madalena e outras Marias, da morte na cruz (Mc 15,40-41; Mt 27,55-56; Lc 23,49; Jo 19,25), do sepultamento do mestre (Mc 15,47; Mt 27,61) e lógico da ressurreição (Mc 15,40- 41; Mt 27,55-56; Lc 23,49; Jo 19,25) e por isso cremos. Mesmo tendo tanta importância para igreja primitiva e com todo o esforço que Jesus fez, as tensões que ele sofreu, colocando em risco sua própria integridade em algumas circunstâncias, criticando duramente os dominadores de seu tempo para promover uma igualdade de gênero, a igreja cristã, que seria a continuidade do movimento e ensinamentos de Jesus em meio a sociedade, não se permitiu continuar com a mesma militância na promoção de um movimento de iguais no decorrer de seu desenvolvimento e expansão. A semente lançada por Jesus não foi assimilada tão fácil e rapidamente por sua igreja, pois a herança patriarcal era algo extremamente embrenhado em sua sociedade, sendo necessárias alterações estruturais profundas que proporcionassem tais mudanças de comportamento e vivência de relacionamento. As revoluções ideológicas somente se concretizam na história, quando as estruturas sociais, em seus aspectos, culturais, políticos e econômicos permitem esta mudança, e todo este processo pode levar muito tempo. A institucionalização da igreja no decorrer de sua história,trouxe um retrocesso no processo de promoção da igualdade, pois suas bases patriarcais novamente se fortaleceram, sua estrutura hierarquicamente comprometeu rigidamente qualquer possibilidade oficial de reação, uma vez que a 28 conseqüência da institucionalização é a burocratização, ou seja, sendo necessário mexer em todo o alicerce para qualquer tipo de mudança, considerando que na hierarquização, quem detém o poder econômico e político não quer perdê-lo. Com as lutas e conquistas obtidas, as mulheres foram impulsionadas a mostrar seu valor e alcançar seu espaço em meio a sociedade. Estamos no século XXI comparando com a sociedade da época de Jesus de uma forma geral está muito diferente, mesmo que em alguns aspectos ainda existam injustiças contra a mulher, ela já conquistou e continua conquistando seu espaço. As mulheres estão em diversos lugares, onde há pouco tempo atrás, somente os homens podiam estar. Temos mulheres comandando viagens ao espaço, mulheres que são presidentas de seus países, militares, policiais, mecânicas e até mulheres bandidas. Porém ainda há lugares onde as mulheres são mortas pelo simples fato de serem mulheres, vendidas como mercadorias, ou maltratadas somente pelo prazer. Como na Índia, País patriarcal ainda impera, e mulheres são mortas, abusadas ou estupradas. Em alguns lugares mais miseráveis do Brasil, meninas de até cinco anos são entregues para exploração sexual, até mesmo pelos pais, que levam suas filhas em troca de dinheiro a barcos cheios de homens pedófilos como acontece na Amazônia. Hoje vivemos de certa forma uma situação contrária, enquanto que na sociedade, principalmente ocidental, as mulheres estão alcançando seu espaço e a importância que lhes é devida, nas comunidades religiosas em que estão inseridas, principalmente nas igrejas históricas institucionalizadas ela, com raras exceções, não ocupam lugares de liderança. A mulher pode ser presidente de países, porém quando se fala em sacerdócio ministerial para mulheres é algo extremamente polêmico. Em muitas comunidades evangélicas, a mulher ainda é tratada como na época de Jesus, como incapazes de pastorear sua igreja, Jesus lançou a semente do princípio libertador, a igreja cristã precisa ser relevante e libertária para a sociedade de seu tempo, a teologia pode e deve ser imparcial em seus mecanismos e métodos de Elucidação da mensagem bíblica. É necessário com evangelização e desconstruir a sistematização teológica criada a partir de um fazer cristão verdadeiro seguidor de Cristo. 29 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AUMERT Norbert. Mulher e homem em Paulo: superação de um mal entendido. São Paulo: LOYOLA, 428p.1999. AUZOU, Georges. A Tradição Bíblica. São Paulo: Duas Cidades, 1970. BÍBLIA. Português. A Bíblia : Antigo e Novo Testamento. Vol. 1. São Paulo: Abril, 1973. BÍBLIA. Português. A Bíblia : Antigo e Novo Testamento. Vol. 2. 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