Nova Divisão Internacional do Trabalho (Nova DIT)

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Nova Divisão Internacional do Trabalho (Nova DIT)
- como advento da globalização e a interdependência internacional em termos econômicos, foi possível que as empresas multinacionais do mundo
desenvolvido, se espalhassem pelo mundo (década de 60).
- os países subdesenvolvidos e em desenvolvimento como Brasil, Argentina e México, começaram a receber indústrias, e inicia-se o processo de
industrialização.
- o desenvolvimento de tecnologia como nanotecnologia, automobilística, farmacêutica, e aparelhos eletrônicos e geral, ficou concentrado nos
países desenvolvidos
- há ainda países africanos, da periferia, sem indústrias – que vivem apenas a partir da exportação de commodities
Em termos de industrialização, os países emergentes que receberam as indústrias, iniciaram um processo de industrialização inicialmente focado
na substituição dos produtos que antes eram importados, abastecendo assim, o consumo interno.
Os Tigres Asiáticos possuem uma produção que não é destinada ao consumo interno, mas sim a exportação em larga escala.
A África do Sul e a Índia também possuem grandes industrias.
Mas não se pode generalizar, falando que somente os países desenvolvidos produzem tecnologia e que os subdesenvolvidos vendem
commodities.
O comércio mundial
Teoricamente, todos os países deveriam aspirar por buscar uma balança comercial favorável, mas nem sempre isso é possível, tendo em vista
que no fim, todos querem sair no lucro.
O processo de globalização se constitui como um fator importante à prática comercial.
Alguns dizem que a criação de Blocos Econômicos (1990 – U.E., NAFTA, APEC, MERCOSUL) e de acordos bilaterais poderia enfraquecer as
missões da OMC de acordos multilaterais, sem preferência. Mas isso não é verdade. A criação de Blocos Econômicos não impede a dinamização
do comércio. E nos últimos anos, vários blocos que buscavam ampliar relações econômicas e garantir mercados consumidores para os produtos,
foram criados.
Em suma:
Acordos multilaterais da OMC fizeram o comércio mundial crescer constantemente na segunda metade do século XX, e com isso o ritmo de trocas
cresceu muito. Exemplos:
1955 – o comércio mundial movimentava 160 bilhões de dólares
2008 – o volume subiu para 13,2 trilhões de dólares
O ritmo do crescimento do comércio mundial nas ultimas décadas cem crescendo em 5,2% (1985-2007). Isso é superior ao crescimento da
economia mundial, que foi de 2,7% no mesmo período. Isso é mais um índice da globalização.
Mas lembrando que o comércio mundial é muito desigual.
Em 2007 – 30 nações dominavam cerca de 80% do comércio mundial:
EUA
China
Dominam cerca de 25% do comércio mundial
Alemanha
Criticar que no Brasil há uma grande concentração de renda nas mãos de poucos, é irônico de certa forma, tendo em vista que a situação do
comércio mundial no mundo, é parecida. Mas lembremos, que se os países subdesenvolvidos consumissem como os países desenvolvidos, não
seria bom para os recursos naturais do planeta.
Em termos de exportação, a Alemanha permaneceu a maior exportadora durante muitos anos, devido ás suas indústrias químicas –
farmacêuticas.
Mas a situação mudou, e hoje lideram o ranking países que muitas vezes possuem um PIB menor que o do Brasil, 7º economia do
mundo. Vê-se então que PIB não é sinônimo de exportação intensiva. Então o Brasil ainda pode investir muito em indústrias.
Dados da OMC – Participação no Comércio Mundial em %
Exportadores
%
Importadores
1
1
China
9,6
EUA
2
2
Alemanha
9,0
China
3
3
EUA
8,5
Alemanha
4
4
Japão
4,7
França
5
5
Holanda
4,0
Japão
6
6
França
3,8
Reino Unido
7
7
Itália
3,2
Holanda
8
8
Bélgica
3,0
Itália
9
9
Coréia do Sul
2,9
Hong Kong
10
10
Reino Unido
2,8
Bélgica
11
11
Hong Kong
2,6
Canadá
12
12
Canadá
2,5
Coréia do Sul
24
26
Brasil
1,2
Brasil
%
12,7
8,0
7,4
4,4
4,4
3,8
3,5
3,2
2,8
2,8
2,6
2,6
1,1
Pode-se ver que os EUA possuem uma balança comercial desfavorável, importando muito. Mas isso não prejudica a maior economia do mundo
necessariamente, uma vez que é o consumo interno que mantêm a economia americana
O Brasil hoje possui um superávit na Balança comercial, ou seja, exporta mais do que importa. Mas por exemplo no período de FHC, foi preciso,
para globalizar o país, importar muita tecnologia de fora, modernizando assim as indústrias brasileiras. Nesse período houve um déficit, mas nesse
caso, a importação para trazer máquinas era sinônimo de modernização, e que somente mais tarde mostraria os seus resultados. Então enquanto
diziam que a balança comercial estava desfavorável, ele estava na verdade, investindo para o crescimento do país. E Lula acabou levando os
créditos, principalmente internacionalmente, quando os bons resultados se revelaram.
Em 2008, o mundo mergulhou em crise devido a uma queda nas importações americanas, ou seja, o mundo se estruturou em torno da Balança
comercial desfavorável americana e todos foram abalados, quando a crise aconteceu e as exportações caíram.
Principais Correntes de Comércio Mundial (5 do intercâmbio inter-regional em 2008)
Economicamente falando, a Alemanha lidera a União Européia, os EUA a América do Norte, e o Japão, China e Tigres Asiáticos a Ásia e o
Pacífico.
Os três grandes pólos lideram o comércio mundial ao produzir tecnologia como softwares, computadores e tecnologia. Enquanto os países
periféricos atuam como fornecedores de matéria prima (commodities principalmente) e produtos industrializados.
Pausa para análise
Similarmente à situação econômica em países subdesenvolvidos, o comércio mundial está concentrado em três grandes pólos. Sendo esses: os
Estados Unidos representando a América do Norte, a Alemanha representando a Europa, o Japão a China e os Tigres Asiáticos representando a
Ásia e o Pacifico.
Esses pólos lideram o ranking de exportação e importação após uma nova reorganização na Divisão Internacional do Trabalho, em que
países desenvolvidos passaram a liderar a produção de tecnologia; principalmente artigos de informática, farmacêuticos e automobilísticos. A partir
dessa nova divisão, o comércio mundial ficou concentrando nesses pólos, de modo que as relações ficaram mais evidentes entre eles e no seu
vasto mercado consumidor.
Não se deve esquecer porém, que o comércio mundial está muito mais dinâmico no contexto de globalização, de maneira que com a
Nova DIT, os países emergentes e subdesenvolvidos também passaram por um processo de industrialização. Esses países periféricos são
atualmente, fornecedores de matéria-prima (commodities) para o mercado mundial, mas a sua atuação nas relações comerciais em si, é
significantemente restrita. Afinal, produtos industrializados têm maior valor do que commodities. Entre esses países, destacam-se o México, a
Argentina e o Brasil; países que apesar de industrializados, apresentam uma maioria populacional com baixo poder aquisitivo;
Em termos de exportação e importação é importante levar em consideração que PIB não é necessariamente sinônimo de altas taxas
comerciais. O Brasil, por exemplo, possui uma das maiores economias do mundo, enquanto suas exportações são menores que as de muitos
países com economias menores. Nesse sentido, vemos que investimentos para a modernização das indústrias são necessários para melhorar a
situação comercial de um país.
Simultaneamente, pode-se ver que tem uma balança comercial negativa não necessariamente indica que uma economia não pode
crescer. Tanto que a economia americana é a maior do mundo, enquanto suas taxas de importação são bem maiores que as de exportação.
O comércio mundial atual se consolidou de forma tão interligada, que muitos países se estruturaram em torno da balança comercial
desfavorável dos EUA e das exportações chinesas. Então, quando houve a crise em 2008, e as importações americanas caíram, o mundo inteiro
foi severamente abalado. Isso é apenas mais um índice da polarização do comércio mundial em torno de poucas potências e da inter-dependência
das relações comerciais.
Comércio mundial – mundo subdesenvolvido
No interior do mundo subdesenvolvido, ainda hoje, mais de 40 países na África, América Latina, Ásia e Oceania, continuam dependentes primários
(produtos primários).
Exemplo:
Gêneros Tropicais:








América Central (Nicarágua, Honduras, Belize, Republica Dominicana)  banana, café e açúcar
Costa do Marfim  maior produtor de cacau
Zimbábue  fornecedor de tabaco
Sri Lanka  chá
Botsuana e Namíbia  diamantes, mas são os holandeses que realmente ganham com a lapidação
Zâmbia  cobre
Guiné, Jamaica, Suriname, Tadjiquistão  bauxita (necessária para a industria de alumínio)
Chile  cobre
Commodities mais importantes: petróleo


Oriente Médio – Golfo Pérsico
Venezuela, Bolívia, Equador, Argélia, Líbia, Nigéria, Gabão, Angola (todos membros ou ex-membros da OPEP)  hidrocarbonetos
(petróleo, gás natural, carvão mineral)
O forte crescimento da China, da Índia e outros países asiáticos que dependem da importação de matérias-primas para expansão industrial,
acabou aquecendo a demanda mundial pelos produtos primários – aumentou o preço.
Nos últimos anos matérias-primas minerais conheceram alta de preços devido as necessidades dos países asiáticos, turbinando a dependência
em venda de commodities dos países subdesenvolvidos.
O Atlântico Norte era a principal rota comercial, quando as trocas se davam principalmente entre EUA, Europa e Canadá. Mas hoje a rota da
Bacia do Pacífico, onde desenvolveram-se as indústrias no oeste americano e entre o Japão, China, e os Tigres Asiáticos, é a rota mais
dinâmica.
Comércio Exterior do Brasil
- na década de 60 o Brasil, como a Argentina e o México, passou por um processo de industrialização
- fez acordos bilaterais com diversos países
- MERCOSUL – projeto de englobar todos os países da América do Sul e Central
A Balança Comercial Brasileira
- a regra básica para capitalizar o país, é ter uma balança comercial positiva
Poderiam então dizem que FHC fracassou ao possuir um déficit em todo o seu governo, e que a situação só teria melhorado com o governo Lula,
onde houve um superávit grande e a consolidação de uma reserva cambial de 350 bilhões de dólares. Para entender melhor isso, é preciso voltar
na história da economia brasileira.
Governo de Getúlio Vargas
- muitas empresas estatais
- grandes empréstimos e financiamento externo – dívida
- construção principalmente de indústrias de base
Crise do Petróleo – década de 80 – Década do Fracasso
- empresas estatais quebradas - má administração de empresas por políticos
- mundo cobrando dívidas
- industrias quebrando (automobilística.) – parque industrial sucateado
Diretas Já!
Fernando Collor
- começa a introduzir um projeto de economia neoliberal
- não intervenção do Estado na economia
- empresas deixariam de ser estatais  privatização
- sofreu impeachment antes de conseguir colocar as idéias em prática
Itamar
- coloca Fernando Henrique Cardoso como ministro da economia
- colocou idéias para Plano Real
FHC (1994)
- Plano Real: iniciar a resolução do problema da inflação
- privatização das empresas – portos, telecomunicação, rodovias
- incentivou a importação de máquinas, tecnologia e equipamentos para modernizar as indústrias brasileiras
- modernizou o parque industrial sucateado brasileiro
- indústrias brasileiras poderiam concorrer com as estrangeiras
- várias indústrias começaram a surgir – automobilística cresceu muito
- foi ele que inventou o Bolsa Família e o Bolsa Escola, mas nunca conseguiu colocar em prática.
Não conseguiu eleger seu sucessor.
Lula
- viu o sucesso dos gastos e investimentos de FHC
- incentivou a exportação de produtos para a África e China
- em 2006 o Brasil possuía uma balança de 46 bilhões de dólares
- em 2008 com a crise nos EUA, a balança caiu para 24,7 bilhões de dólares
- mas as importações e as exportações continuaram a crescer devido a um real valorizado
- Brasil só conseguiu manter sua balança favorável devido aos commodities
- manteve o controle total da inflação e dinamizou ainda mais a economia brasileira
- viajou muito para o exterior para ampliar as relações brasileiras com outros países
- aprimorou o Bolsa Família e o Bolsa Escola  líder carismático, teve o sucesso social que FHC não teve
Resumindo...
Saldo da Balança Comercial Brasileira em:
- 5,6 bilhões de
1996
Período FHC
dólares
Déficit devido a importação de máquinas, equipamentos e tecnologia para preparar a indústrias brasileira para a
1997 - 6,7 bi
economia neoliberal e para o mundo globalizado:
1998 - 6,6 bi
- privatização de estatais
1999 - 1,3 bi
- não interferência do Estado na economia
2000 - 0,75 bi
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2,6 bi
13,1 bi
24,8 bi
33,7 bi
44,8 bi
46 bi
2007
40 bi
Período Lula
Política de novos parceiros comerciais na Europa Oriental, África, Oriente Médio, América Latina e Ásia.
- reservas cambiais na casa de 350 bilhões de dólares
- superávit elevado
- inflação controlada
- pagamento da dívida externa com o FMI
- melhora do risco Brasil para nota B – bom investimento
- estabilidade para enfrentar as crises
2008
2009
2010
24,7 bi
25,3 bi
20,3 bi
Saldo caiu devido às crises financeiras que abalaram o mundo
- bolha imobiliária americana
- dívidas públicas norte-americanas e européias
Parceiros Comerciais d Brasil em 2009 de Exportação (que o Brasil vende para)
China
20.191  saldo + para o Brasil (+4,280 milhões)
EUA
15.740  saldo – para o Brasil (- 4,443)
Argentina
12.785 cresceram devido ao MERCOSUL
Países Baixos (Holanda)
8.150
Alemanha
Japão
Reino Unido
Venezuela
Índia
Itália
França
República da Coréia do Sul
Nigéria
6.175
4.270
3.723
3.610  saldo + para o Brasil (+ 3,029)
3.415
3.016
2.905
2.622
1.066  saldo negativo porque compramos muito petróleo deles.
Lembrando que em todas as relações comerciais brasileiras com países desenvolvidos e ricos, o saldo é negativo para nós e positivo para eles.
Isso justifica o grande interesse americano nas relações comerciais com a América Latina, porque é a única região do mundo em que os EUA sai
com um saldo positivo.
O Brasil sai com saldo positivo em suas relações comerciais, principalmente com países emergentes e em desenvolvimento. Como é o caso da
Venezuela, com um superávit de 3,029 milhões de dólares.
1
2
3
4
5
Principais produtos exportados e importados pelo Brasil em 2009
– Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio
Exportados
Importados
Minério de Ferro
8,7% do exportado
1
Petróleo Bruto
Soja e derivados
7,5%
2
Automóveis
Petróleo Bruto
6,0%
3
Medicamentos
Açúcar de cana
3,9%
4
Autopeças
Carne de frango
3,1%
5
Componentes Eletrônicos
7,3%
4,3%
3,2%
2,9%
2,3%
Principais parceiros comerciais do Brasil em termos de importação (que o Brasil compra de)
1.
2.
3.
4.
5.
EUA  15,8 bi
China  12,5 bi
Argentina  8,8 bi
Alemanha  7,7 bi
Japão  4,2 bi
A crise da dívida pública dos EUA associada aos problemas financeiros internacionais (UE) podem prejudicar a economia mundial?
A crise da dívida pública dos americanos atingiu uma porcentagem histórica – 100% do PIB ou 14,5807 trilhões de dólares – e com os problemas
financeiros que países membros da União Européia como Espanha, Portugal, Itália, Irlanda e Grécia estão enfrentando; a economia mundial foi
severamente abalada.
Essa instabilidade no mundo desenvolvido não iniciou em 2011, mas é a continuação de uma crise que muitos achavam ter sido resolvida: a crise
de 2008. Ela é produto de uma tendência comum nesses países de dar e utilizar créditos da dívida pública, sem necessariamente ter as condições
para pagar os empréstimos feitos.
Mas é necessário levar em consideração que vivemos num mundo capitalista globalizado, em que o comércio mundial está profundamente
interligado. Nessa economia mundo, os países desenvolvidos se constituem como pilares das relações comerciais, entre eles os Estados Unidos.
Então falar que a China conseguiria sustentar a economia mundial caso os EUA declarasse moratória é extremamente irônico por diversos
motivos. Entre eles o fato de a China ser a maior compradora de títulos do tesouro americano. A possibilidade de o governo americano não poder
pagar os investidores não somente fez com que Bolsas de Valores caíssem no mundo inteiro, como também prejudicaria a China severamente.
Ao mesmo tempo os EUA ainda se constituem como os maiores importadores do mundo, a partir de uma população altamente consumista; e o
terceiro exportador. A queda nas taxas de comércio devido ao desemprego provocado pela crise acabará prejudicando então, o comércio de todo
o planeta.
Lembre da atual situação econômica do Brasil e descreva como a crise financeira internacional pode afetar o país.
Para entender a situação financeira do Brasil na atualidade é necessário levar em consideração alguns fatores importantes para a economia
brasileira.
Primeiramente há a questão das commodities. Apesar do Brasil ser um dos países que iniciou seu processo de industrialização da década de 60
com a Nova Divisão Internacional do Trabalho; o país ainda depende em grande parte da venda de matéria-prima. Tendo em vista que o mundo se
encontra num momento de severa crise, a tendência nos preços das commodities é cair, uma vez que a importação de petróleo e de alimentos vai
diminuir. Isso poderá afetar de certa forma o Brasil, mas talvez seja o motivo necessário para que o país dispare em termos industriais.
A estabilidade financeira que o Brasil se encontra hoje, mesmo após a crise de 2008 e a de 2011, se deve em grande parte à combinação dos
investimentos tanto de FHC quanto do ex-presidente Lula. FHC investiu na importação de máquinas, equipamentos e tecnologia para preparar a
indústria brasileira para a economia neo-liberal e para o mundo globalizado. Já Lula soube aproveitar os produtos dos gastos de FHC, ao
estabelecer uma política de novos parceiros internacionais, pagar a dívida externa com o FMI, manter um superávit elevado, melhorar o Risco
Brasil para uma nota B e adquirir uma reserva cambial na casa dos 350 bilhões de dólares. A partir das iniciativas desses dois presidentes o Brasil
chegou ao posto de 7º maior economia do mundo e adquiriu as condições necessárias para enfrentar as duas crises.
Então, enquanto os Estados Unidos estão sofrendo com uma dívida pública de quase 100% do PIB, taxas de desemprego altas e queda no
consumo interno; o Brasil se posiciona com grandes reservas, inflação controlada, PIB e consumo crescentes e desemprego baixo. Se o governo
continuar a investir em indústrias para atender o consumo interno em expansão, o Brasil muito provavelmente conseguirá passar essa crise sem
maiores abalos.
No entanto, é preciso que o governo tome cuidado, principalmente com a venda de créditos da dívida pública de modo descontrolado. Não
podemos cair nessa tendência americana de consumismo. Ao mesmo tempo, precisamos buscar investidores produtivos e não especulativos, para
assim conseguir crescer continuamente.
Ecos da crise financeira internacional.
Examinando o cenário atual da economia mundial, podemos enumerar alguns fatos:
- os países desenvolvidos foram os mais atingidos pela crise iniciada em 2008 e acabaram injetando trilhões de dólares de dinheiro público em
bancos e empresas privadas para evitar que quebrassem. Isso ampliou o desequilíbrio dos orçamentos nacionais. Muitos países já vinham em
dificuldades antes.
- na Europa, a bomba estourou na Grécia, com enormes déficit público. Depois, a onda atingiu a Irlanda, Portugal, Espanha... A Itália está em
dificuldades.
- a situação provoca graves consequências políticas. Na Grécia, por exemplo, a dureza dos cortes nos orçamentos públicos está provocando forte
choque social e desestabilizando o país.
- o orçamento dos Estados Unidos enfrenta grande desequilíbrio há muito tempo. Gasta-se mais do que se arrecada. Os dez anos de guerra no
Afeganistão e os oito no Iraque ajudaram a cavar esse buraco. A crise financeira aprofundou o rombo. Em julho de 2011 o país enfrentava um
impasse, pois o governo do presidente Barack Obama havia atingido o teto de endividamento (mais de 14 trilhões de dolares) e a oposição
republicana, com maioria na Câmara, não aceitava elevá-lo, exigindo cortes nos programas sociais. Se teto não elevasse, o governo dos EUA
deixaria de pagar parte dos credores .
- aí entra a China. Com a economia mais exportadora do mundo, acumulando pilhas de moeda estrangeira, o governo chinês tornou-se o principal
comprador dos bônus do Tesouro norte-americano. Ou seja, compra papéis emitidos pelo governo dos Estados Unidos em troca do pagamento de
juros. Na prática, a China empresta dinheiro aos EUA para que possam pagar seus compromissos, mas não quer tomar calote.
Isso é a globalização, atual fase de desenvolvimento da economia, na qual o mundo entrou há décadas. As principais características da atual
crise, como a grande liberdade de movimento de capitais e a velocidade com que os problemas financeiros se espalham, são característicos dela.
Mais do que em qualquer outra época histórica, as economias dos países estão interligadas, e as decisões de uns afetam diretamente a vida dos
outros.
Fonte: Atualidades Vestibular 2012
Blocos Econômicos
Os Blocos Econômicos Regionais
A formação de blocos econômicos é uma forma de resposta à constante necessidade de lucros e acumulações de capitais que os países
capitalistas envolvidos no processo de globalização e de intensa competitividade precisam.
Paralelamente à constituição de Blocos Econômicos, estabeleceram-se acordos bilaterais de livre comércio que permeiam os blocos  ajudam
a dinamizar o comércio mundial. Exemplo: México que faz parte do NAFTA e firmou acordos com a U.E. e com o Brasil, que pertence ao
MERCOSUL.

União Européia
Atuais estados membros e respectivas datas de adesão ao Bloco.
Data de adesão
Países
Alemanha, Bélgica, França, Itália,
Países fundadores
Luxemburgo, Países Baixos
1973
Dinamarca, Irlanda, e Reino Unido
1981
Grécia
1986
Espanha e Portugal
1995
Áustria, Finlândia, e Suécia
Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Estônia,
2004
República Tcheca, Hungria, Letônia,
Lituânia, Malta, Polônia.
2007
Bulgária e Romênia
Muito se questiona sobre a formação (a data) de formação
desse Bloco.
- muitas negociações precisaram ser feitas, principalmente em
relação à entrada dos países do Leste Europeu após a Guerra
Fria.
É a consolidação de um único Bloco Capitalista
- pioneira em termos de Blocos Econômicos
Lembrando: a Suíça não faz para da UE, pois é proibida pela
sua Constituição, a participação em qualquer associação.
1944 – Criação do BENELUX
- Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo
Muitos acreditam que esse é o embrião da UE.
Esses países perceberam que num período pós IIGM, a união entre eles possibilitaria a eles uma maior chance de concorrer com as outras
potências européias.
- Possuem muitos minérios metálicos
- Indústrias de base: Metalúrgicas e Siderúrgicas  II Revolução Industrial
A união comercial e territorial entre eles acabou sendo vantajosa.
Mas a região entre Alemanha e França sempre foi uma área de instabilidade em termos de fronteira. Então os EUA, incentivam uma
aproximação entre eles com a criação da:
1952 – CECA (Comunidade Européia de Carvão e Aço)
BENELUX + França + Alemanha (aproximação estratégica) + Itália
Essa união econômica de carvão e aço, em um período onde indústrias de base eram a salvação; deu muito certo e a Europa ficou conhecida pela
União dos 6. Tanto que ele decidem ampliar essas relações econômicas para além do carvão e do aço:
1957 – Tratado de Roma – Criação da CEE (Comunidade Econômica Européia)
Definiu objetivos precisos para a integração: o fim de todas as barreiras – a livre circulação de mercadorias, serviços, capitais e pessoas.
A livre circulação de pessoas começou a valer somente em 1995, quando entrou em vigor a Convenção de Schengen (acordo que prevê a
supressão gradativa de controle fronteiriço entre países signatários).
Esses são os principais objetivos da CEE. A livre circulação de pessoas foi questionada no primeiro semestre de 2011, principalmente pela
Dinamarca. Isso porque os imigrantes africanos ilegais estavam entrando.
1973 – Adesão do Reino Unido (que tinha mantido sua distância até então, e saiu perdendo em termos econômicos), Irlanda e Dinamarca.
A Europa ficou conhecida como a Europa dos 9, mas as diferenças econômicas entre eles não eram grandes – não havia grandes disparidades
econômicas e sociais.
O contexto mudou com a entrada da:
1981- Grécia
Primo pobre, com saúde econômica instável. Mas em plena Guerra Fria, os países capitalistas procuravam afastá-la da URSS e trazê-la para o
capitalismo.
1986 – Portugal e Espanha entram para a CEE
Esses países atuam como fornecedores de mão-de-obra barata e de mercado consumidor para as outras potências européias. A economia deles
sofreu uma intensa mudança a partir de grandes investimentos por parte do Bloco. Ele tiveram grande acesso à créditos, o que propiciou gastos
excessivos e resultou na crise que se encontram hoje.
Em suma, Grécia, Espanha e Portugal receberam grandes investimentos da UE e suas economias obtiveram grande êxito, inclusive a facilidade de
acesso a crédito.
No Brasil, é necessário tomar cuidado para que não ocorra essa venda e utilização descontrolada de créditos, para não entrar numa bolha
financeira que resultará em crise.
Tratado de Masstricht (Holanda) – 1992 – substituindo e ampliando o Tratado de Roma
Definição de novas metas para a União Européia (nova denominação)
1.
2.
União econômica e monetária – moeda única, o Euro, que nasceu em 1999 e foi adotado por todos os países do Tratado, com
exceção do Reino Unido, Dinamarca e Suécia, e entrou em vigor em janeiro de 2002 (política monetária e de juros)
Política externa de defesa comum – pretendem consolidar um sistema de defesa comum (tentativa de)
Desde 1999 o Euro circulava em transações bancárias, mas somente em 2002 passou a circular entre pessoas físicas.
A Inglaterra não aceitou porque a Libra é muito valorizada devido às suas grandes reservas de ouro.
Dinamarca e Suécia queriam manter sua autonomia monetária, tendo em vista que são industrializados.
A constituição de uma defesa comum é atrapalhada por visões geopolíticas distintas. O Reino Único apoiou os EUA na Guerra do Iraque, mas a
França e a Alemanha resistiram.
As metas de livre circulação permaneceram.
Desde o Tratado de Maastricht, houve um gradativo fortalecimento do Parlamento Europeu, sediado em Estrasburgo, na França.
- reúne 27 países – discutem temas
- estabelecem o PAC (Plano de Agricultura Comum entre esses 27 países)  grandes subsídios fiscais para os agricultores, principalmente na
França, mas também na Itália, Espanha e Ucrânia – principais produtores agrícolas
- presidente do Parlament: Jerzy Buzek – 1º Ministro da Polônia
- participação no Parlamento corresponde à taxas populacionais – Alemanha com maior população possui a maior representação
- é uma Confederação que têm ganho cada vez mais espaço
- dificuldade de tratar de assuntos de defesa
1995 – Europa dos 15 – Entrada da Finlândia, Áustria e Suécia.
No mesmo ano a Noruega é convidada a participar, mas não aceita devido a um plebiscito populacional. 51% da população cotou que não
desejava a adesão.
Em termos sociais e econômicas, esses países não apresentavam grandes disparidades em relação aos outros.
2004 – Entrada de 10 novos países da Europa Central
Hungria – país que já tendia ao capitalismo
Eslovênia – próxima ás cidades italianas mais desenvolvidas, se separou da Iugoslávia por ter melhores condições econômicas
Estônia, Letônia e Lituânia – países bálticos ex-membros na URSS e que apresentavam economias frágeis
República Tcheca – se separou na Revolução do Veludo por iniciativa da Eslováquia
Eslováquia – parte mais pobre da Tchecoslováquia
Malta – certa instabilidade econômica
Chipre
Polônia
O que significou na geopolítica da Europa a entrada de 10 países do Leste Europeu (Europa oriental) na UE?
Significou o fim da Guerra Fria e o avanço do sistema capitalista na região. Era o fim do socialismo e uma re-aproximação do Oriente europeu.
2007 – Entrada da Romênia e da Bulgária
A entrada da Croácia e da Turquia tem sido cogitada, e está em processo de negociação. A situação da Croácia deverá ser resolvida logo, uma
vez que se deve principalmente a questões monetárias.
No entanto, a situação da Turquia já está em negociação faz um tempo. Isso se deve principalmente a questões étnicas: resistência á maioria
mulçumana presente no país, mas também devido á decisões políticas do governo, com algumas declarações de apoio ao mundo árabe
extremista. A Turquia apoiou o Brasil no tratado com o tratado nucelar proposto ao Irã, e essa aproximação com o fundamentalismo faz com que
os países da UE resistam à sua entrada.
Problemas na atualidade da União Européia

Conflito Norte-Sul
o
Grandes massas de imigrantes ilegais do Norte da África, têm ido em direção à Europa
o
O Tratado de Schengen permite a livre circulação de pessoas
o
Conflitos de democratização no Norte da África têm levado muitos imigrantes para o continente europeu, principalmente para a
França e para a Itália.
o
Alguns países ameaçaram romper o tratado, mas foi a Dinamarca que tomou a decisão mais radical e realmente suspendeu o
tratado e retomou os controles fronteiriços.
Resumindo... Polêmica: Ameaça de Schengen
A suspensão do acordo assinado em 1985 foi defendida pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy e pelo 1º Ministro da Itália, Sílvio Berlusconi,
que se reuniram no fim de abril para debater a ameaça de que os imigrantes tunisianos invadissem o território francês a partir do lado italiano da
fronteira.
De acordo com o chefe de Estado francês, a França acolhe anualmente 50 mil imigrantes e a Itália, cerca de 10 mil.
A Comissão Européia, órgão composto pelos comissários da UE e responsável por propor a legislação do Bloco, elogiou a proposta de
Sarkozy e Berlusconi por meio do porta-voz, Oliver Bailly, que atestou que a carta dos dois lideres evidencia “um espírito de cooperação que é a
essência do Schengen”.

Crise nos PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha)
o
A Grécia e a Irlanda são as maiores preocupações
Grécia por Referência
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Desde a década de 80 esses países gastaram muito mais do que podiam devido ao acesso fácil a créditos, principalmente
nessa década, após a crise de 2008
Empréstimos pesados deixaram economias reféns das crescentes dívidas públicas
Nesse período os gastos públicos foram absurdos e os salários de funcionários públicos cresceram
Cofres públicos esvaziados e receita afetada pela evasão de impostos
Vulneráveis a crise de 2008 – crise que cortou o acesso a créditos
O tamanho da dívida externa desses países deixou investidores relutantes em empresar mais crédito
Juros para refinanciamento é da dívida é muito alto
A moeda deles é o Euro, moeda compartilhada pelos membros da UE, então o problema passa a ser de todos do Bloco
Euro numa zona de risco
FMI e UE forneceram em 2010, pacote para que a Grécia conseguisse tempo para sanear sua economia e reduzir custos a fim
de conseguir obter o dinheiro do mercado. Não conseguiu ainda.
Um corte nos gastos públicos, o aumento de impostos, ajustes e privatizações são medidas de austeridade, necessárias para
receber os pagamentos do pacote de resgate.
População e servidores públicos protestam contra cortes.
Mas por fazer parte da zona do Euro, a possibilidade de declarar moratória e não pagar os juros das dívidas, é impossível,
uma vez que as taxas de juros têm sido mantidas baixas exatamente a fim de evitar calotes
Moratória grega encorajaria Portugal e Irlanda a fazerem o mesmo, o que resultaria num aumento dos custos para
empréstimos dentro da UE, o que prejudicaria muitos outros países
Afim de evitar essa crise, é melhor que enquanto possível, os membros da UE tentem evitar um calote
A situação em Portugal e Irlanda é semelhante, mas suas economias são relativamente pequenas e conseguiriam receber um
pacote de resgata
A Espanha, por sua vez, possui uma economia muito maior, o que dificulta um pacote de resgate
Características Gerais da crise:
As contas públicas desses países ficaram desequilibradas porque eles intensificaram gastos a partir de 2008 para conter os efeitos da crise
econômica mundial
Ao mesmo tempo, a crise fez com que a arrecadação caísse, já que o desemprego aumentou, derrubando o consumo e prejudicando o resultado
de empresas.
Isso acabou gerando a combinação de gastos maiores e arrecadações menores, o que fez o déficit subir acima do limite. O principal temor do
mercado é que esses países dêem calote (declarem moratória) na dívida.
Portugal – dívida em relação ao PIB  73,7%
Irlanda 62,2%
Itália  116,3% - conseguiu conter
Grécia 113,2% e déficit de 12,7%
Espanha  49.7%
Alguns Críticos afirmam:
- é necessário acabar com a união monetária para salvar a União Européia
- declínio do ocidente
- é impossível ter união econômica sem união fiscal
- enormes disparidades entre países geraram colapso do sistema
- excluir países já não é solução

NAFTA – ACORDO DE LIVRE COMÉRCIO NORTE AMERICANO
o
North American Free Trade Agreement
Membros:
México, Estados Unidos e Canadá
1992 – União Européia se volta para si mesma. ¾ de do comércio dos membros do Bloco, se dá exclusivamente entre eles. Estão muito bem
integrados e se protegem por meio de subsídios agrícolas.
Nesse contexto globalizado, os EUA se sentem prejudicados.
Decidem então formar um bloco econômico em 1994, o NAFTA, com o Canadá (condições econômicas e sociais semelhantes aos EUA) e o
México (país emergente com condições sociais com severos problemas).
Esse é um dos maiores blocos do mundo e move cerca de 16 trilhões de dólares, sendo que a maior parte é dos EUA.
Comparações (2009)
Estados Unidos da América
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População: 308 milhões com uma distribuição de 31 habitantes/km2
PIB: US$ 14,02 trilhões
PIB per capita: US$ 46.716
IDH: 0, 956 (13º)
GINI: 0, 408
Grande mercado consumidor, com população razoável. Apesar do PIB ser grande, o índice GINI também é considerável.
Canadá
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População: 34 milhões com uma distribuição de 3,2 hab./km 2
PIB: US$ 1,3 trilhão
PIB per capita: US$ 39.098
IDH: 0, 966 (4º)
GINI: 0,321
Apesar de a economia ser menor que a dos EUA, o PIB per capita e o IDH são ótimos. Há também ótimas condições sociais com
poucas desigualdades.
Grande vazio demográfico
Economia desenvolvida e diversificada
Baixo crescimento vegetativo
Elevados níveis de vida
Alto grau de dependência do país com relação aos investimentos norte-americanos – sofreu com a crise
Exportação para os EUA representam 25% do PIB canadense
Grande parte dos canadenses moram na região dos Grandes Lagos (fronteira com os EUA), pois mais para o norte é muito frio.
Movimentos separatistas por questões lingüísticas na região de Quebec – os que falam francês se sentem prejudicados em uma política
que falam inglês
México
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População: 108 milhões com uma distribuição de 55 hab./km 2
PIB: US$ 1,3 trilhão (relações comerciais interessantes)
PIB per capita: US$ 12.772
IDH: 0, 854 (53º)
GINI: 0, 479 (distribuição precária) – profundos desníveis
Possui um mercado consumidor em potencial, PIB per capita baixo e condições sociais de país emergente. Alto índice GINI indica que
grande parte do PIB está nas mãos de poucos.
Elevado crescimento vegetativo
EUA investiram, procurando reduzir pressão migratória
Dependência economia cada vez maior em relação aos EUA
Assinado em 1992.
Objetivos:
- livre circulação de mercadorias e eliminação de taxas alfandegárias (livre comércio e não de pessoas)
- estabilizar a fronteira com o México submetida à pressão dos imigrantes ilegais de origem mexicana
- concorrer com a UE
Para o México esse acordo foi interessante economicamente, porque recebeu muitos investimentos e cresceu. Mas com a crise de 2008, também
sofreu com a queda dos EUA. Os EUA não estavam interessados em imigrantes mexicanos e ao estabelecer as fronteiras e as indústrias
americanas na fronteira (maquiladoras), conseguiram impedir que a mão de obra mexicana fosse até os EUA procurar emprego.
Porque o México foi convidado a fazer parte do NAFTA?
1. Grandes jazidas de petróleo – grande produtor petrolífero, mas com grande dívida externa. Os EUA bancam essa dívida e em troca,
grande parte das ações da PMEX pertencem a eles.
2. Leis ambientais mais brandas – é mais fácil instalar indústrias lá, pois não há um governo cobrando as leis ambientais
3. Reduzir a pressão migratória – Conflito Norte-Sul – evitando que imigrantes ilegais entrem nos EUA por meio da construção de
indústria. Essas indústrias somente vão para lá para montar os produtos utilizando mão de obra mexicana, eles não levam a tecnologia.
4. Mão-de-obra barata
5. Mercado Consumidor crescente

APEC (Asia-Pacific Economic Cooperation)
A APEC não é um bloco econômico, nunca foi assinado. Eles até tentaram assinar o acordo para ampliar as relações comerciais no Pacífico
(maior rota comercial), mas desavenças entre os EUA, China e Japão atrasaram o processo.
Membros:
EUA (ligar o Oeste Americano – Vale do Silício é o maior centro tecnológico do país aos países do Pacífico)
Canadá
México
Peru – o Brasil têm buscado ligar Carajás, a maior jazida de minério de ferro, a um porto no Peru ou no Equador, para assim facilitar o escoamento
de mercadorias
Chile – economia extremamente desenvolvida e ótimos níveis de educação
Tigres Asiáticos (Hong Kong, Coréia do Sul, Cingapura, Taiwan)
Zonas Econômicas Especiais chinesas
Japão
Novos Tigres Asiáticos (Tailândia, Vietnã, Malásia, Indonésia e Filipinas)
Austrália e Nova Zelândia
Brunei e Papua- Nova-Guiné
Rússia
Surgiu em 1989
Objetivos:
a)
b)
c)
d)
Fórum de discussão entre os países associados
Redução de taxas alfandegárias
Promover o livre comércio entre países membros
Desenvolvimento econômico dos países membros
No ano de 1994, ficou estabelecido que até 2010, os países desenvolvidos estabeleceriam uma zona de livre comércio e os subdesenvolvidos até
2020. Não deu certo porque as condições monetárias dos países eram diferentes e houve divergências comerciais entre EUA, Japão e China.
O Bloco reúne uma população de 2.559, 3 milhões de habitantes, alcançando um PIB de US$ 18.589, 2 trilhões. Isso demonstra sua importância
no contexto global.
Apesar de não ser um bloco, ele realizam reuniões periódicas para dinamizar as relações comerciais, garantindo assim um maior desenvolvimento
econômico.
Apesar da crescente interdependência econômica dos países do Pacífico Asiático sob a hegemonia das grandes corporações japonesas, é muito
difícil estabelecer uma integração da UE ou mesmo, do próprio NAFTA, por causa das disputas comerciais entre as três principais potências –
EUA, Japão e China – e da característica fortemente nacionalista dos projetos de desenvolvimento criados pelos Estados da região.

MERCOSUL
1991 – Tratado de Assunção
- Estabelecer uma zona de livre comércio entre os países membros por meio da eliminação de tarifas alfandegárias e de restrições não
tarifárias, liberando a circulação de mercadorias
- Fixou-se uma política comercial conjunta dos países do MERCOSUL em relação a nações não integrantes do bloco, medida que definiu
a Tarifa Externa Comum (TEC)
TEC – política em que para um país membro aceitar produtos de uma nação qualquer, todos os 4 países fundadores precisariam estabelecer as
mesmas regras tarifárias e alfandegárias para os produtos importados.
Entendendo...
O MERCOSUL começou a ser formado pelos presidentes Raul Alfonsin e José Sarney em 1985. Em termos de importância é um bloco anão, que
surgiu em meio ao contexto de formação de blocos econômicos.
Em 1885, o presidente do Brasil, Sarney, e Alfonsin estavam procurando uma maior articulação comercial com a Argentina. Ambos
esses países possuíam condições de industrialização interessantes e caminhavam nesse período para uma política democrática.
Nessa época, a Argentina estava nem entre os 10 principais parceiros do Brasil, mas por meio dessa articulação, em 2008, chegou ao
posto de 2ª maior parceira (em 2009 foi ultrapassada pela China).
As metas estabelecidas pelo Tratado de Assunção eram mais amplas, e se baseavam na UE. Considerava-se futuramente a livre circulação de
pessoas, entre outros fatores. Mas inicialmente, ocorreu somente a eliminação de tarifas alfandegárias e a queda de barreiras comerciais.
Membros Fundadores (1991): Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai (dois últimos possuem economias bem pequenas)
Venezuela (supostamente em 2009)
Ainda há contradições à respeito de sua aceitação no Bloco. Alguns dizem que ela já faz parte como membro permanente desde 2009. No
entanto, sua aceitação precisa ser aceita tanto pelo executivo quanto pelo legislativo dos países membros, e o Legislativo do Paraguai tem
dificultado isso, alegando que Chavez é um ditador. Assim, o MERCOSUL não divulgou ainda se a Venezuela já é um membro oficial.
Estados Associados: (1996) Bolívia e Chile (mas este está mais próximo do NAFTA), (2003) Peru (não entra efetivamente), (2004) Colômbia e
Equador.
México tem tido sua entrada cogitada, e atualmente é um Estado observador
Israel também demonstrou interesse de entrar para o bloco, o que mostra que em se tratando de relações comerciais, não há restrição geográfica
que as impeça.
Comparando os países
% do PIB
do Bloco
% da
População
do Bloco
Países
PIB em US$
Brasil
1.067.706,00
64,87
65,01
Argentina
212.702,00
12,92
13,85
Uruguai
19.221,00
1,17
1,18
Paraguai
8.773,00
0,53
2,29
Bolívia
Chile
10.828,00
145.205,00
0,66
8,82
3,13
5,59
Venezuela
181.608,00
11,3
8,95
Detalhes
Maior
Economia
População.
34 milhões
pessoas
Menor
economia
população
Melhora na
distribuição
do bloco
O MERCOSUL é principalmente Brasil. A participação de países
como Paraguai e Uruguai é praticamente insignificante e restrita.
Seria um mercado interessante a entrada como membro
permanente do Chile, mas sua aproximação com o NAFTA tem
impedido isso.
O PIB brasileiro em 2010 era de 2 trilhões e 90 bilhões de US$.
Falar que a Venezuela não é democrática e que Chavez é um
ditador pode até ser verdade, mas em termos econômicos, as
relações comerciais entre Brasil e Venezuela movimentam cerca
de 3 bilhões de US$. Essa relação é extremamente interessante
para o Brasil, que sai com um grande superávit dessa relação.
O MERCOSUL pretende chegar ao estágio de Mercado Comum,
mas mesmo hoje, anos depois, continua sendo uma união
aduaneira – somente circulação de mercadorias – com severos problemas.
Mercado Comum - é uma união aduaneira com políticas comuns de regulamentação de produtos e com liberdade de circulação de todos os
três fatores da produção (terra, capital e trabalho) e de iniciativa. Em tese, a circulação de capital, trabalho, bens e serviços entre os membros
devem ser tão livres como dentro do território de cada participante. Um bom exemplo de um Mercado Comum é a União Européia.
O MERCOSUL apresenta vários problemas, para poder chegar ao estágio de Mercado Comum:
1)
2)
Desvalorização cambial brasileira de 1999, fez os argentinos adotarem uma série de medidas protecionistas contra produtos brasileiro,
que ficaram baratos com a desvalorização do real.
Crise Argentina de 2001 que causou um grande aumento do desemprego e da pobreza no país, limitando o consumo.
Entendendo...
O MERCOSUL ainda não entrou em estabilidade. Não deixou de ser somente uma união aduaneira de tarifas em comum e sem barreiras
alfandegárias, para se aproximar mais de um bloco como a UE com livre circulação de pessoas.
Em 1999, os produtos brasileiros estavam muito baratas devido á desvalorização do real e FHC importando máquinas para renovar o parque
industrial brasileiro. A Argentina no entanto, procurando manter sua moeda valorizada (equiparada ao dólar), fez com que seus produtos ficassem
caros em relação aos brasileiros. Assim muitos argentinhos vinham para cá fazer compras, e produtos inundavam o mercado argentino. Ao mesmo
tempo, o governo Argentino não investiu em indústrias e seu parque industrial ficou quebrado. Com produtos caros e sem poder mandar produtos
para fora, a Argentina entrou em uma crise terrível em 2003, e só conseguiu sair em 2009 (ano que revelou grande crescimento – comum após
uma crise).
A Argentina, ao mesmo tempo, buscando impedir a inundação dos produtos brasileiros, levantou barreiras alfandegárias para proteger as suas
indústrias. Esses tributos cobrados sobre os produtos de linha branca (eletrodomésticos), doces (indústria alimentícia) e sapatos brasileiros viola a
OMC e o próprio Tratado de Assunção. A Argentina continua a estabelecer essas barreiras comerciais aos produtos brasileiros.
Em contrapartida, o governo brasileiro proibiu a entrada de automóveis produzidos na Argentina, alegando proteger a indústria brasileira. Isso
prejudicou a indústria argentina, cujo 40% da produção é destinada ao Brasil. Essa guerra comercial entre os principais membros do MERCOSUL,
desestabiliza o bloco.

ALCA – Área de Livre Comércio das Américas
É apenas um projeto que está parado desde novembro de 2005, quando foi realizada a última Cúpula da Américas. Este era um acordo comercial
idealizado pelos EUA e foi proposto para todos os países da América, com exceção de Cuba (socialista e não democrática), segundo o qual
seriam gradualmente derrubadas as barreiras ao comércio entre os Estados-membros e previa a isenção de tarifas alfandegárias sobre quase
todos os itens comercializados entre eles.
Quem começou a propor essa área de livre comércio na América foi Bill Clinton em 1995. Houve negociações que duraram 10 anos, mas no fim, o
Brasil e a Argentina se recusaram a entrar.
Os EUA possuem um déficit enorme, e somente nas relações comerciais com a América que possui um superávit. Então porque não aumentar as
exportações para a América?
O Brasil, a Argentina e os EUA liderariam o bloco, mas os dois primeiros se recusaram porque os produtos agrícolas não estariam inclusos nessa
área de livre comércio, e os produtos agrícolas são os mais exportados por eles.
Por meio da ALCA cerca de 85% dos produtos e serviços transnacionais ficariam isentos de impostos. Então, produtos americanos invadiriam os
mercados brasileiros e as empresas nacionais não teriam como competir. Com isso a indústria brasileira ficaria prejudicada ao mesmo tempo em
que os commodities, a maior fonte de renda de grande parte dos países da América Latina, não faria parte do acordo, porque supostamente
prejudicaria os agricultores americanos.
Mas o que os defensores alegam?
A ALCA daria origem a um paraíso de consumo, eliminando restrição à circulação de mercadorias, serviços e capitais.
Ao mesmo tempo, quando o México entrou no NAFTA, ele recebeu grandes investimentos norte-americanos (maquiladores, PIB cresceu, e México
ficou dependente das relações com os EUA) o que se deduz, se estenderá para toda a América Latina.
Problemas para a ALCA...
- governos contrários ao projeto norte-americano também chegavam ao poder – Equador, Brasil, Argentina e Venezuela
- as manifestações do presidente Bush de que não estaria disposto a retirar os gigantescos subsídios agrícolas à agricultura norteamericana e o protecionismo. Sendo que as commodities são os produtos mais interessantes para países como Brasil.
- Como Global Trader, ou seja, como um país que se relaciona comercialmente com vários outros países, o Brasil deseja manter suas
relações com as diversas áreas do mundo, priorizando o MERCOSUL. Menos de 10% das relações comerciais brasileiras se restringem hoje
aos Estados Unidos, e o Brasil não deseja cair na dependência desse e sair prejudicado diretamente pela crise.
- Na última reunião da ALCA, realizada em Port of Spain, os Estados Unidos deixaram claro que não estavam dispostos a ceder na
questão agrícola e anti-dumping.
- ocorreram manifestações populacionais na América Latina, contra a formação da ALCA. No Brasil foram lideradas pela própria Igreja,
que alegava que o desemprego aumentaria.
Rodadas
Como a Rodada do Uruguai influenciou o GATT nas transformações do Comércio Mundial?
A Rodada do Uruguai foi a sétima rodada do GATT e foi lançada em Punta Del Este. Ela, além de buscar diminuir as barreiras tarifárias e não
tarifárias, pretendia acrescentar ao GATT, setores como o agrícola, o têxtil e o de serviços, em que o protecionismo praticado era preservado por
regras especiais que dificultavam a expansão das trocas comercias. No entanto, os objetivos propostos não foram alcançados devido aos
empecilhos impostos pelos países desenvolvidos, sobretudo da UE, que não querem abrir mão dos subsídios concedidos aos seus agricultores.
Esses mesmo subsídios acabam por prejudicar a economia dos países pobres, que têm suas importações limitadas devido aos preços baixos dos
produtos agrícolas dos países desenvolvidos.
Sem que essas questões fossem resolvidas, principalmente a questão agrícola, a Rodada foi sendo estendida, até que em 1994 criaramse a OMC, um órgão com grande força para fiscalizar o comércio mundial e fortalecer o multi-lateralismo. Supervisionando os acordos comerciais
e mediano disputas entre os países signatários, ela procura dinamizar o comércio mundial. Mas a questão agrícola continua estagnada.
Descreva os objetivos da Rodada do Milênio em Seattle (EUA)
Em 1999 houve a Terceira Conferência Ministerial da OMC em Seattle. Ao iniciar-se a Rodada do Milênio, esperava-se conseguir a total liberação
do comércio internacional. Mas essas rodada foi novamente um fracasso, devido às divergências entre países desenvolvidos e os em
desenvolvimento.
A Rodada de Doha foi uma das negociações mais discutidas no Comércio Internacional. Explique se houve avanços no cenário mundial
após essa reunião.
Na Quarta Conferência Ministerial, que deu início a Rodada de Doha, o tema da liberalização do comércio mundial voltou a ser discutido. No
entanto, mais uma vez não houve acordo devido ao fato de os países desenvolvidos, principalmente os europeus, não cederem; recusando a
reduzir os subsídios que concedem aos seus agricultores. Isso prejudica os países emergentes.
O G20 ajudou a mudar as perspectivas em relação a agricultura no comércio mundial? Explique.
O G20, bloco de 23 países em desenvolvimento, foi criado com a intenção de pressionar os países desenvolvidos a reverem suas medidas
protecionistas de subsídios no setor agrícola. Reunindo as principais potências emergentes (Brasil, Índia, China, México, Argentina, Indonésia...),
60% da população mundial, 70% da população rural mundial e 26% das exportações agrícolas do mundo; o G20 abriu sim perspectivas de
mudanças em se tratando dos subsídios agrícolas, à medida que parte da organização dos países em desenvolvimento. Por meio desse bloco
eles adquiriram representação e legitimidade para traduzir seus interesses em propostas concretas e conseguiram coordenar seus membros de
modo a interagir com os outros países da OMC.
No entanto, é necessário ressaltar que apesar de abrir novos horizontes na tentativa de resolver o problema dos subsídios agrícolas;
essa mesma questão continua estagnada. Isso é produto da intransigência dos países desenvolvidos, que impede acordos de serem feitos e
assinados. Uma conciliação ainda não foi encontrada e os países desenvolvidos exigem medidas desproporcionais ao que estão dispostos a ceder
(querem uma abertura dos mercados para bens não agrícolas que não é equivalente ao que vão deixar de subsidiar). Assim a Rodada de Doha e
todas as outras, continuam fracassando.
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