Unidade IV

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7 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E ECONOMIA BRASILEIRA
7.1 O desenvolvimento econômico
Primeiro, é preciso destacar, mais uma vez, a diferença entre crescimento econômico e desenvolvimento
econômico.
Lembrete
Crescimento econômico é a elevação do produto real da economia
durante certo período de tempo sem haver mudanças estruturais ou na
distribuição de renda, nem preocupações com a sustentabilidade desse
crescimento.
A ideia de crescimento econômico é recente; antes do surgimento do capitalismo, as sociedades
estavam em estágios comparativamente estagnados; eram basicamente agrícolas e variavam pouco ao
longo dos anos, com exceção de boas ou más colheitas, guerras e epidemias.
O capitalismo e as mudanças tecnológicas, trazendo a acumulação de capital, alteraram
de forma radical as estruturas dessas sociedades. Foi graças ao crescimento econômico que os
países desenvolvidos alcançaram elevado nível de vida após 1850. Isso lhes permitiu realizar
investimentos para, simultaneamente, criar capacidade produtiva e expandir o consumo e conforto
da população.
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
No século XX, a produção industrial cresceu entre 30 e 40 vezes e, como a população mundial
dobrou, a produção per capita cresceu entre 15 e 20 vezes.
Maiores níveis de bem-estar foram alcançados ao longo desse século, com a utilização de energia elétrica,
água encanada e rede de esgotos, o que contribuiu para aumentar a expectativa de vida da população.
O crescimento econômico é, então, definido como o aumento contínuo do produto interno bruto
em termos globais e per capita, ao longo do tempo; esse critério também implica uma melhor eficiência
do sistema produtivo.
Alguns defendem que o crescimento é um aumento na produção acompanhado de modificações
nas disposições técnicas e institucionais, isto é, mudanças nas estruturas produtivas e na alocação dos
insumos pelos diferentes setores da produção.
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ECONOMIA E MERCADO
Algumas economias crescem a taxas mais elevadas do que outras. Embora seja bastante complexa
a definição das causas do crescimento econômico, visto que isso depende das peculiaridades de cada
país e de seus processos históricos, existem algumas razões básicas que determinam o crescimento da
sociedade:
• A acumulação de capital por meio de aumento de máquinas, indústrias, obras de infraestrutura,
estradas, energia e melhor preparação de mão de obra.
• A disponibilidade de recursos produtivos (ampliação da mão de obra e outros insumos).
• O aumento de produtividade (melhoria na qualidade da mão de obra, melhoria tecnológica e
eficiência organizacional na combinação de insumos).
• A atitude da sociedade em relação à poupança.
• O crescimento da população implica um aumento da força de trabalho e da demanda interna.
Na verdade, o crescimento econômico é um elemento fundamental para a geração de uma série de
benefícios para a sociedade.
Ele se caracteriza como um processo sustentado ao longo do tempo, no qual os níveis de atividade
econômica aumentam continuamente.
Crescimento econômico, portanto, não deve ser confundido com desenvolvimento econômico,
porque os frutos da expansão do produto nem sempre beneficiam a economia geral e o conjunto da
população.
O crescimento econômico, nesse sentido, nada mais é do que um elemento de um processo mais geral
e abrangente: o desenvolvimento econômico, que provoca, ao longo do tempo, mudanças fundamentais
em sua organização e instituições.
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
Assim, o desenvolvimento econômico engloba não apenas a expansão do produto real da economia,
mas implica também mudanças significativas na estrutura produtiva e social, com melhoria nos
indicadores sociais e na distribuição de renda.
Dessa forma, o desenvolvimento econômico constitui um conceito mais
qualitativo, que diz respeito às alterações da composição do produto
e à alocação dos recursos pelos diferentes setores da economia, de
forma a melhorar indicadores relativos à pobreza, ao desemprego,
à desigualdade, às condições de saúde, alimentação, educação e
moradia.108
108
Disponível em: <http://www.docstoc.com/docs/22427183/Curva-de-Oferta>.
111
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Lembrete
Desenvolvimento econômico engloba não apenas a expansão do
produto real da economia, mas implica também mudanças significativas na
estrutura produtiva e da própria sociedade, com melhoria nos indicadores
sociais e na distribuição de renda.
O processo de desenvolvimento econômico engloba, além das mudanças de caráter quantitativo
dos níveis do produto nacional, as modificações que alteram a composição do produto e a alocação dos
recursos pelos diferentes setores da economia.
O fundamental é que o desenvolvimento econômico não pode ser analisado somente por meio de
indicadores que medem o crescimento do produto.
Sua análise deve ser complementada pela avaliação de índices que representem, mesmo que de forma
incompleta, a qualidade de vida dos indivíduos. Desse modo, devemos ter um conjunto de medidas que
reflitam alterações econômicas, sociais, políticas e institucionais.
O crescimento econômico é condição necessária, mas não suficiente, para gerar desenvolvimento.
7.1.1 Origens da questão do desenvolvimento econômico
As preocupações com o crescimento e desenvolvimento econômico têm raízes tanto teóricas como
empíricas, razões estas originadas das crises econômicas.
O crescimento econômico moderno surgiu com a Revolução Industrial inglesa, entre 1760 e 1850,
coincidindo com a supremacia do capitalismo como sistema econômico predominante. As inovações
tecnológicas permitiram produção agrícola crescente, apesar do êxodo rural em direção às cidades.
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
Esse fenômeno moldou a característica moderna do crescimento econômico: a intensa urbanização.
Embora o desenvolvimento econômico tenha obtido destaque enquanto questão de Estado somente
no século XX, a preocupação com o crescimento econômico nos principais países da Europa é bem
antiga.
No entanto, até o surgimento das flutuações econômicas do século XIX e a concentração exacerbada
de renda e riqueza, o objetivo principal dos que se ocupavam com as finanças públicas era aumentar o
poder econômico e militar dos homens do poder. Dificilmente, havia preocupação com a melhoria das
condições de vida da população.
Já no século XVIII, surgiram algumas escolas de pensamento econômico preocupadas com o
crescimento econômico e distribuição da riqueza. Com A riqueza das nações, em 1776, Adam Smith
112
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ECONOMIA E MERCADO
procurou identificar as razões que determinam o crescimento da riqueza nacional de um país, tentando
explicar como opera o mercado e qual a importância do aumento do tamanho dos mercados para
reduzir os custos médios de produção e permitir uma produção lucrativa. O aumento dos mercados
amplia a renda e o emprego, segundo Smith.
Lembrete
Adam Smith (1723-1790) é considerado o pai da economia, e sua
principal obra, A riqueza das nações (1776), foi a grande responsável por
esse título.
Figura 12 – Adam Smith
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
O aumento da proporção dos trabalhadores produtivos, em relação aos trabalhadores improdutivos,
a redução do desemprego e a elevação da renda média da população constituiriam um processo de
desenvolvimento econômico para Smith. Haveria, portanto, uma redistribuição de renda entre capitalistas,
trabalhadores e arrendatários.
O contexto histórico da concepção teórica smithiana é a consolidação da expansão capitalista
moderna, quando se desenrolava a Revolução Industrial, os avanços nas máquinas de fiação e tecelagem,
invenção da máquina a vapor, entre outras inovações.
Embora o crescimento econômico tenha acelerado com a Revolução Industrial inglesa, o
desenvolvimento econômico somente emergiu no século XX.
A consolidação da industrialização, e com ela a acentuação das diferenças entre as nações ricas
e pobres, trouxe consigo também o aprofundamento das diferenças no interior dos próprios países
desenvolvidos, tornando saliente o desnível do desenvolvimento entre regiões e classes sociais. Surge,
então, a necessidade de dar maior ênfase ao desenvolvimento econômico.
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Em 1911, Joseph Schumpeter publica a sua Teoria do desenvolvimento econômico, estabelecendo
pela primeira vez a diferença entre crescimento e desenvolvimento econômico.
Quando há desenvolvimento, diz Schumpeter, existem inovações tecnológicas, o processo produtivo
deixa de ser rotineiro e os empresários passam a auferir lucros extraordinários.
Com a crise econômica generalizada, que surge a partir do crack da Bolsa de Nova Iorque, em 1929,
o drama social do desemprego tornou-se evidente. No entanto, a intensidade das crises era diferente
entre setores, regiões e classes sociais.
Em períodos de crescimento do produto, toda a sociedade se beneficia; contudo, nas crises, esse
produto se retrai, e os mais prejudicados são os assalariados e as pequenas empresas. Em nível global, os
mais prejudicados são os países mais pobres.
Fica evidente, portanto, que uma das condições básicas para o desenvolvimento econômico é a
estabilidade, e que o ritmo do crescimento econômico deve de dar de tal sorte a atender às reivindicações
das diferentes classes sociais, regiões e países.
Lembrete
Contabilidade social: registro contábil da atividade econômica de um
país num dado período. É uma técnica que se preocupa com a definição e
os métodos de quantificação dos principais agregados macroeconômicos,
como produto nacional, consumo global, investimentos, exportações, entre
outros.
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
Com o surgimento da contabilidade social, os países passaram a medir suas rendas e seus
desempenhos, além do surgimento de outros indicadores sociais e econômicos, tornando-se factível
a comparação da renda per capita dos diversos países e a consequente classificação destes como ricos
ou pobres. Torna-se, portanto, mais urgente o debate sobre o desenvolvimento econômico e o papel
do Estado na sua promoção.
Com a publicação desses indicadores econômicos, os países pobres passaram a ser identificados
como países subdesenvolvidos. Em geral, esses países apresentavam crescimento econômico instável
e insuficiente, elevado nível de analfabetismo, elevadas taxas de natalidade e mortalidade infantil,
predominância da agricultura como atividade principal, insuficiência de capital e de certos recursos
naturais, mercado interno restrito, baixa produtividade, instabilidade política, entre outros aspectos que
os caracterizavam como países subdesenvolvidos. Até então, inexistiam estatísticas em nível nacional e
regional, e a visão prevalecente era a de que o setor público deveria abster-se de intervir na economia.
O surgimento da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Banco Mundial, bem como dos outros
organismos internacionais, por ocasião da conferência de Bretton Woods, acentuou a preocupação com
a melhoria dos indicadores de desenvolvimento econômico.
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ECONOMIA E MERCADO
A publicação de alguns diagnósticos pela ONU e pelo Banco Mundial evidenciou a necessidade do estudo
das causas da pobreza das nações, e combatê-la passou a ser um dado econômico, humanitário e político. A
partir disso, os países pobres passaram a reivindicar mais recursos dos países ricos nos fóruns internacionais.
Com a aplicação da história econômica para analisar fatores relativos ao desenvolvimento econômico,
constatou-se que o subdesenvolvimento é um produto da própria expansão do capitalismo mundial em
sua fase oligopolista.
Verificou-se que os países pobres eram colocados numa posição de dependência e subserviência
com relação aos países ricos no contexto da divisão internacional do trabalho.
Os países desenvolvidos tornavam-se cada vez mais fortes com o aumento dos fluxos internacionais
de capitais e com as trocas desiguais entre países, pois, enquanto estes produziam bens industrializados
de alto valor agregado, aqueles eram impelidos a continuar produzindo matérias-primas estratégicas a
baixo custo e produtos alimentícios de baixo preço para alimentar os trabalhadores dos países centrais
e não pressionar sua taxa de lucro.
No entanto, alguns economistas mais tradicionais questionaram significativamente essa análise da história
econômica e construíram teorias que procuram explicar o subdesenvolvimento da escassez de capital.
7.1.2 Desenvolvimento e subdesenvolvimento
A primeira condição para o desenvolvimento econômico é a de que a taxa de crescimento do produto seja
continuamente superior à taxa de crescimento da população; logo, a renda per capita está crescendo.
Uma melhora nas condições de vida e na distribuição de renda em favor das classes mais pobres
também é algo imprescindível para evidenciar o desenvolvimento. Para caracterizar um processo de
desenvolvimento econômico, devemos observar, além disso, ao longo do tempo, a existência de:
• Crescimento do bem-estar econômico.
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
• Ampliação da economia de mercado.
• Diminuição dos níveis de pobreza, desemprego e desigualdade.
• Melhoria nas condições de saúde, nutrição, educação, moradia e transporte.
• Aperfeiçoamentos institucionais.
• Fatores econômicos estratégicos para o desenvolvimento (este se constitui num fenômeno mais
global da sociedade, que atinge toda a estrutura sociopolítica e econômica).
Assim, o desenvolvimento econômico deriva da expansão contínua do produto real de uma economia,
implicando mudanças estruturais e melhorias no bem-estar da população, medido por indicadores
sociais e econômicos.
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Os indicadores econômicos mais usados são: renda per capita, percentual de residências com
telefones, consumo de energia e fertilizantes, produção de alimentos e produção total por empregado.
Os indicadores sociais são: expectativa de vida, taxa de mortalidade infantil, analfabetismo, consumo
diário de calorias per capita, número de pessoas recebendo um salário-mínimo ou menos e índice de
informalidade do mercado de trabalho.
A existência de um conjunto de insuficiências em relação às economias desenvolvidas
Os elementos que condicionam o subdesenvolvimento são, segundo a teoria econômica tradicional, a
escassez de capital físico, a insuficiência de capital humano e a relação de dependência com os outros países.
O subdesenvolvimento caracteriza-se por baixa renda por habitante, reduzido nível de poupança e
insuficiente dotação tecnológica, todos os elementos que limitam o crescimento econômico.
Em geral, as economias subdesenvolvidas apresentam um crescimento econômico sistematicamente
inferior ao crescimento demográfico, empobrecimento da população, instabilidade e dependência dos
países ricos. Outras características que normalmente aparecem em economias subdesenvolvidas são:
• Baixo consumo de calorias per capita.
• Baixa produção de alimentos per capita.
• Baixa esperança de vida ao nascer.
• Elevada taxa de analfabetismo.
• Elevada mortalidade infantil.
• Elevadas taxas de desemprego.
• Criminalidade elevada.
• Economia informal significativa.
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
• Insuficiência de gastos públicos na área social.
• Baixa produtividade.
• Crescimento econômico concentrado.
• Concentração da propriedade e da riqueza.
• Expansão das favelas.
• Empresas nacionais com baixos níveis de competitividade nos mercados internacionais.
7.1.3 Caminhos para o desenvolvimento
Embora esteja claro que a industrialização é um elemento fundamental para o desenvolvimento
econômico, o processo de desenvolvimento dos países industrializados sempre esteve associado
116
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ao aumento da produtividade do setor agrícola, liberando recursos e mão de obra para incrementar
significativamente o processo de ampliação das indústrias nas cidades.
Em meados do século XX, acreditava-se que a industrialização dos países subdesenvolvidos seria
assegurada se os mercados internos desses países fossem protegidos da concorrência internacional
enquanto fortaleciam seu parque industrial.
O modelo de substituição de importações foi a estratégia de desenvolvimento utilizada pela maior
parte dos países em vias de desenvolvimento a partir da década de 1950.
Esse modelo consistia em proteger os produtores internos da competição
estrangeira por quotas de importações e tarifas alfandegárias, de modo
que eles pudessem expandir a sua produção para substituir bens que eram
anteriormente importados.109
Esse modelo de desenvolvimento esgota-se nos anos 1980 na maior parte dos países em
desenvolvimento. As estratégias protecionistas fizeram com que os produtores domésticos produzissem
bens com um custo alto, de baixa qualidade e em um volume insuficiente para atender ao mercado.
A solução adotada amplamente pelos países subdesenvolvidos nos anos 1980 foi a abertura
comercial, com a redução das barreiras às importações e o incentivo às exportações por uma série de
políticas cambiais, fiscais e comerciais.
Embora alguns países tenham alcançado amplo sucesso, ao adotarem essas estratégias de crescimento
baseadas na abertura econômica, países como o Brasil não se beneficiaram significativamente desse
modelo, apresentando elevados níveis de desindustrialização, desnacionalização das empresas nacionais,
destruição de postos de trabalho e estagnação do crescimento econômico.
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
Os principais obstáculos a serem superados para sair do subdesenvolvimento são a debilidade do
setor público, os desequilíbrios sociais e políticos, as diferenças regionais e culturais e a dificuldade de
financiamento para investimentos na promoção do desenvolvimento.
Um país em desenvolvimento que queira investir na melhoria da sua estrutura social e econômica deverá
utilizar a sua poupança interna, ou recorrer à poupança estrangeira por empréstimos ou ajuda financeira.
Assim, é preciso incentivar a formação da poupança interna, com o desenvolvimento de um mercado
financeiro e de capitais e com o incentivo às pessoas a se absterem de parte do seu consumo presente. Os
recursos desses indivíduos poderão ser canalizados para a formação de capital e investimento das empresas.
Para atrair poupança estrangeira, um país subdesenvolvido deverá atrair empresas para investir
diretamente no país, ou então tomar emprestados recursos nos mercados mundiais de capitais ou do
Banco Mundial.
109
Disponível em: <http://www.docstoc.com/docs/22427183/Curva-de-Oferta>.
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Unidade IV
Saiba mais
O seguinte livro propiciará um panorama mais detalhado do assunto:
PIRES, M. C. Economia Brasileira: da colônia ao governo Lula. São Paulo:
Saraiva, 2010.
8 BREVE HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
8.1 O processo de substituição de importações
8.1.1 Transformação no modelo econômico brasileiro
Até a República Velha (1889-1930), o bom desempenho das exportações
determinava os rumos da economia brasileira, que, na época, restringiam-se
a alguns poucos produtos agrícolas, em especial o café plantado na região
Sudeste.110
A economia brasileira era, portanto, agroexportadora, e essa foi a forma de inserção da economia
brasileira na economia mundial desde o período colonial.
A primeira metade do século XX foi marcada por três acontecimentos importantes, que afetaram
significativamente a economia brasileira:
• A Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
• A grande depressão (1929-1933).
• A Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
No início do século XX, as condições do mercado internacional de café determinavam o desempenho
da economia brasileira. O Brasil era, à época, o principal produtor de café, mas não o único ofertante, nem
controlava totalmente esse mercado. O Brasil produzia 3/4 do café exportado para o mercado mundial.
A demanda de café dependia das oscilações no crescimento da economia mundial,
aumentando em momentos de prosperidade econômica e reduzindo-se quando as
grandes potências ocidentais entravam em crise ou guerra. As crises internacionais
tinham um efeito negativo sobre as exportações de café, criando sérias dificuldades
para toda a economia brasileira, já que boa parte das outras atividades econômicas
do país dependia direta ou indiretamente do desempenho do setor exportador
cafeeiro.111
110
111
Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/brasil/economia-do-brasil.php>.
Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/brasil/economia-do-brasil.php>.
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ECONOMIA E MERCADO
Havia, nas décadas de 1920 e 1930, uma superprodução de café, que pressionava os preços no mercado
internacional antes mesmo da crise dos anos 1930. O governo tentava corrigir isso desvalorizando a
moeda nacional para ampliar a exportação, ou então comprava excedentes para estocar e diminuir a
oferta de café no mercado, o que acabava por agravar a superprodução, já que os produtores mantinham
os seus lucros e o desejo de produzir sempre mais.
Em 1930, esses dois elementos se conjugaram, a produção nacional de café
era enorme e a economia mundial entrou numa das maiores crises de sua
história.112
Após a quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, o mundo assiste a uma queda no nível de suas
atividades e a um crescimento assustador dos níveis de desemprego.
A depressão de 1929 só não destruiu a antiga URSS. Para se ter uma ideia das proporções dessa crise,
as taxas de desemprego chegaram a 22% na Inglaterra e Bélgica, 27% nos Estados Unidos e 44% na
Alemanha. O volume do comércio mundial caiu em 60%, e os empréstimos internacionais, em 90%.
Esse fato se refletiu no mercado internacional de café, conjugando excesso de oferta, decorrente
dos seguidos anos de superprodução cafeeira no Brasil, subsidiado pelo governo, controlado pelas
oligarquias agrícolas, com queda na demanda internacional, fazendo com que os preços internacionais
do café tivessem uma queda significativa.
O governo brasileiro foi obrigado a intervir fortemente no mercado,
comprando e estocando café e desvalorizando o câmbio, para defender
a rentabilidade do setor cafeeiro e, ao mesmo tempo, salvaguardara
rentabilidade, o emprego, a renda e a demanda em todas as atividades
econômicas do país.113
Além disso, a demanda atingiu seu limite. O governo não suportou mais e resolveu queimar 1/3 da
produção de café entre 1931/1939.
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
Inicialmente, houve uma queda no nível de renda no Brasil, de 25 a 30%, e o índice de preços
dos produtos importados subiu 33%. Como consequência, a redução das importações foi por volta de
60%.
Com isso, parte da demanda, antes satisfeita com importações, passou a ser atendida pela oferta
interna; assim, a demanda interna passaria a ter importância crescente como elemento dinâmico na
recessão mundial.
A firmeza da procura interna criou uma situação nova, com a preponderância do setor ligado ao
mercado interno no processo de formação de capital e no conjunto de investimentos no país.
112
113
Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/brasil/economia-do-brasil.php>.
Disponível em: <http://geosantos.blogspot.com/feeds/posts/default?orderby=updated>.
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A crise dos anos 1930 foi um momento de ruptura no desenvolvimento
econômico brasileiro.
A fragilização do modelo agroexportador evidenciou a necessidade da
industrialização como forma de superar os constrangimentos externos e o
subdesenvolvimento.114
A grande depressão de 1930 é o marco fundamental no processo de consolidação da produção
industrial brasileira e mesmo latino-americana. Apesar de a industrialização remontar às últimas décadas
do século XIX, a indústria só viria a se tornar o fator determinante da dinâmica econômica na década
de 1930.
Após a crise, o café deixa de ser o produto determinante da economia brasileira e o mercado interno
torna-se o fator dinâmico principal da economia. Os dados da produção agrícola e industrial do período
mostram um dinamismo surpreendente no contexto da crise mundial, com aumento da renda nacional,
contrariando o que ocorria no resto do mundo.
Politicamente, a revolução de 1930 ocasionou a perda da hegemonia política da oligarquia cafeeira
de São Paulo e Minas Gerais, em favor da classe industrial ascendente, e o processo de industrialização
intensificou-se.
A forma assumida pela industrialização brasileira, depois de 1930, foi o
chamado processo de substituição de importações.115
Pelo estrangulamento externo, gerado pela crise internacional, houve
uma necessidade de produzir internamente o que antes era importado,
defendendo-se, dessa forma, o nível de atividade econômica.116
Há também uma mudança na pauta de importações do país.
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
Conforme aumenta a produção interna de bens de consumo, anteriormente importados,
aumenta também a importação de bens de capital e de bens intermediários necessários a essa
produção.
Esse modelo de industrialização substitutivo de importações caracteriza-se por ser uma
industrialização fechada, voltada para dentro do país, que visa a atender ao mercado interno.
As principais características do modelo de substituição de importações são:
• Tendência ao desequilíbrio das contas externas.
Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/brasil/economia-do-brasil.php>.
Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/brasil/economia-do-brasil.php>.
116
Disponível em: <http://geosantos.blogspot.com/feeds/posts/default?orderby=updated>.
114
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• Aumento da participação do Estado na economia, seja na geração de infraestrutura básica, seja
no fornecimento de insumos básicos, seja na captação e distribuição de poupança.
• Aumento do grau de concentração de renda.
• Êxodo rural intenso.
• Escassez de fontes de financiamento ao desenvolvimento, seja pela inexistência de um sistema
financeiro desenvolvido, seja pela precariedade do sistema tributário nacional.
Os principais mecanismos de proteção à indústria nacional, utilizados durante o processo de
substituição de importações, foram a desvalorização cambial, o controle de câmbio, taxas múltiplas de
câmbio e elevação das tarifas aduaneiras.
Apesar de a dinâmica da economia brasileira ter passado, a partir dos anos 1930, a ser
determinada internamente, tratava-se de um processo de industrialização ainda incompleto, uma
vez que os setores produtores de bens de capital e de bens intermediários eram muito pouco
desenvolvidos no país.
Além disso, por décadas, o país ainda continuou a ter a produção agrícola superior à industrial;
somente a partir de 1956, com o Plano de Metas, a situação começa a se inverter.
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
8.2 A era Vargas
Figura 13 – Getúlio Vargas
O então Presidente da República Getúlio Vargas desfere um golpe militar em novembro de 1937.
Ele havia sido eleito indiretamente em 1934 e seu mandato terminaria em 1938. O Parlamento, as
Assembleias Estaduais e as Câmaras Municipais foram dissolvidos, e os governadores estaduais,
substituídos por interventores.
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Esse golpe foi o fim da descentralização política republicana, uma tentativa de afirmação de
um projeto nacional, no qual caberia ao Estado assumir o papel de indutor do desenvolvimento
industrial, mudando a forma de intervenção estatal na economia brasileira. O Estado Novo –
instaurado por Getúlio Vargas – estende-se até 1945, concentrando no Governo Central a maior
parte dos poderes.
Na verdade, havia por parte do novo governo liderado por Vargas a noção de que os capitais privados
nacionais ainda eram frágeis, e não fazia parte da estratégia das grandes empresas capitalistas produzir
nos países subdesenvolvidos. Assim, a única possibilidade de implantar grandes projetos de indústrias de
bens de produção residia na ação estatal, exatamente essa a proposta de Vargas.
Após o início da Segunda Guerra Mundial, o país passou a apresentar uma balança comercial
superavitária, com o aumento das exportações para os países aliados e a recuperação dos preços do
café, em um momento de forte redução das importações.
Observa-se nesse período também um crescimento do produto industrial, de 9,9%, e a taxa de
crescimento do PIB cresce em 6,4% ao ano entre 1942 e 1945.
Logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, o Brasil redemocratizou-se e houve a eleição do
Presidente Dutra, que pautou o início de seu governo nos princípios liberais de Bretton Woods: o Estado
deveria reduzir o grau de sua intervenção na atividade econômica. No entanto, a política do governo
Dutra não foi muito bem-sucedida para alavancar o crescimento e o desenvolvimento do país.
A única tentativa de intervenção planejada do Estado nesse período foi o Plano Salte, que procurava
coordenar gastos públicos nas áreas de saúde, alimentação, transporte e energia, estabelecendo
investimentos para o período entre 1949–1953. Como não foram asseguradas as fontes de financiamento
para esses investimentos, na prática, o Plano Salte mal saiu do papel.
Nos anos 1950, a conjuntura econômica internacional era marcada pela Guerra Fria, e os interesses
estratégicos dos Estados Unidos estavam voltados para a reconstrução europeia e japonesa.
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
Países como o Brasil foram deixados à própria sorte e dependiam basicamente do mercado e dos
movimentos privados de capitais para o financiamento de seus déficits em transações correntes e seus
projetos de desenvolvimento.
Nesse momento, Getúlio Vargas volta ao poder, agora por eleições diretas, uma tentativa nacionalista
de superação dos estrangulamentos do processo de substituição de importações e dos entraves à
afirmação de um projeto nacional.
A substituição de importação foi importante para o Brasil, porém ainda era preciso importar bens de
produção, então, era necessário construir as bases para suprir essa necessidade.
Durante esse segundo governo, Vargas procurou implantar as bases de uma indústria de bens de
produção e de bens de luxo no Brasil.
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ECONOMIA E MERCADO
Nesse período, temos a criação da Petrobrás, a entrada em operação da Companhia Siderúrgica
Nacional, o projeto da Eletrobrás é enviado ao Congresso Nacional para apreciação e há a criação do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE).
A tentativa de Vargas de implementar um departamento produtor de bens de produção e de bens
intermediários enfrentou as dificuldades políticas típicas de um projeto nacionalista.
O desfecho desse processo foi uma crise política que culminou com o suicídio de Vargas e a morte
de um projeto nacional que nem mesmo chegou a ser implementado.
Com o suicídio de Vargas, assume Café Filho, que implementa uma política econômica ortodoxa,
com prioridade para as políticas anti-inflacionárias baseadas no controle da moeda.
A principal ação do governo foi a instrução 113 da Sumoc, que permitia às empresas estrangeiras
instaladas no país importar máquinas e equipamentos sem cobertura cambial.
A política contracionista resultou em falta de liquidez, provocou uma crise bancária e o aumento de
falências no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
8.3 O Plano de Metas de Juscelino Kubitschek
Figura 14 – Juscelino Kubitschek de Oliveira
Juscelino Kubitschek de Oliveira foi um médico, militar e político brasileiro. Conhecido como JK,
foi prefeito de Belo Horizonte (1940-1945), governador de Minas Gerais (1951-1955), e presidente do
Brasil entre 1956 e 1961. Foi o primeiro presidente do Brasil a nascer no século XX e foi o último político
mineiro eleito para a presidência da república pelo voto direto.
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Unidade IV
O plano de metas do governo Juscelino Kubitschek pode ser considerado
o auge do período de industrialização brasileira. Seu principal
objetivo era estabelecer uma estrutura industrial mais madura no
país, impulsionando o desenvolvimento do setor produtor de bens de
consumo duráveis.117
O Plano de Metas (1956-1960) é uma experiência bem-sucedida de planejamento estatal: amplos
projetos estatais de infraestrutura, além de o Estado articular grandes somas de investimentos privados
de origem externa e interna, destinados à indústria automobilística, construção naval e aeronáutica,
visando sempre ao desenvolvimento industrial acelerado; implantação das indústrias de bens duráveis
(especialmente automobilística); clara aceitação de capital externo, ao contrário de Vargas; e continuidade
do processo de substituição de importações.
O Plano de Metas financiava os gastos públicos e privados com expansão dos meios de pagamento
e crédito, via empréstimos do BNDE e empréstimos do exterior.
Entre 1957-1961, o PIB cresceu 8,2%, resultando num aumento de 5,1% ao ano da renda per capita.
O desenvolvimento industrial foi liderado pelo crescimento de bens de capital (26,4%) e bens de consumo
duráveis (23,9%).
O crescimento industrial durante o governo JK foi estruturado pelas empresas estatais, pelo capital
privado estrangeiro e pelo capital privado nacional, com a participação dominante do capital externo.
O mercado interno era atrativo para as multinacionais europeias. Assim, as empresas multinacionais
passaram a dominar amplamente a produção industrial brasileira, especialmente os setores mais
dinâmicos da indústria de transformação.
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
O financiamento do Plano de Metas era o principal entrave do governo. Não houve uma
reforma fiscal para fazer frente às metas e aos gastos estipulados, então o financiamento dos
investimentos públicos foi feito basicamente pela emissão monetária, provocando elevação nas
taxas de inflação.
Do ponto de vista externo, houve também um crescimento da dívida externa
e uma deterioração do saldo em transações correntes.118
Observa-se, no período, uma significativa concentração de renda, em decorrência do desestímulo à
agricultura e investimentos em capital intensivo na indústria.
Os saldos comerciais tornaram-se negativos a partir de 1958, com o novo ciclo de deterioração das
relações de troca, o crescimento das despesas financeiras e o serviço do capital estrangeiro a partir
de 1957, também como consequência dos investimentos e empréstimos externos acumulados nessa
117
118
Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/brasil/economia-do-brasil.php>.
Disponível em: <http://geosantos.blogspot.com/feeds/posts/default?orderby=updated>.
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ECONOMIA E MERCADO
década. Apesar da política extremamente liberal seguida por JK relativamente ao capital estrangeiro, os
organismos internacionais não aprovaram o plano de substituição de importações.
Além disso, a ortodoxia monetarista predominante no FMI e no Banco Mundial também não
aprovava a condução da política macroeconômica (carregada de déficits fiscais) e a política monetária
expansionista, que não se preocupava com as crescentes taxas de inflação no período. Em 1959, os
conflitos entre JK e o FMI resultam em um rompimento. A inflação disparou e atingiu a taxa anual de
90% em 1964.
Esse conjunto de contradições se manifestou na queda do ritmo do crescimento industrial a partir
de 1962, configurando a primeira crise econômica brasileira motivada por entraves internos. Até então,
todas as crises tinham tido origem externa.
8.4 O período militar
8.4.1 O PAEG
Em 1964, a Ditadura Militar é instaurada no Brasil por um novo golpe
militar, impondo uma solução para a crise econômica e política surgida no
período, e foi uma pré-condição ao encaminhamento “técnico” das medidas
de superação da crise econômica – reformas institucionais e alteração na
condução da política econômica.119
A economia brasileira sofre uma desaceleração que perdura até 1967, e as razões enumeradas para
a crise econômica são:
• Fim do ciclo de crescimento; só na indústria automobilística, a capacidade ociosa chegou a
50%.
• Setor de bens duráveis crescia mais do que a demanda (em função da baixa renda).
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
• As limitações de financiamentos em longo prazo traziam restrições para a demanda.
• Crise cambial que foi agravada pela forte dependência externa.
Tratou-se efetivamente de uma crise cíclica, agravada pelo aumento da instabilidade política e
das políticas de estabilização recessivas, somando-se a isso o fato de que era uma economia que se
industrializara mantendo enorme dependência com o setor externo.
Roberto Campos, como ministro, elaborou um plano de ações anti-inflacionárias bastante ortodoxas
– o PAEG, Plano de Ação Econômica do Governo – e, mais uma vez, foi utilizada a política de contenção
de gastos públicos e de liquidez.
119
Disponível em: <http://www.coladaweb.com/economia/abordagem-historica-da-economia-parte-1>.
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Unidade IV
Na verdade, o Brasil assumiu uma clara subordinação com relação ao capitalismo mundial. Tratava-se
do aprofundamento do modelo de capitalismo dependente e associado, já hegemônico no país desde o
Plano de Metas de JK.
Isso resultou no aumento da internacionalização da economia brasileira em relação aos capitais
externos e à consolidação da oligopolização, com o franco predomínio das empresas multinacionais e o
aumento da dependência externa, gerando o crescimento da dívida externa no Brasil.
O autoritarismo permitiu ao governo militar executar uma política econômica voltada a garantir os
investimentos, estimulando ainda mais o processo de oligopolização.
A estrutura básica do sistema financeiro nacional foi criada em 1965, com a instituição do Banco
Central e do Conselho Monetário Nacional. A reforma tributária de 1967 criou o sistema tributário ainda
vigente no país: a arrecadação foi significativamente incrementada, sendo centralizada no Governo
Federal. Fundos parafiscais, como o FGTS, o PIS e o PASEP contribuíram significativamente para o
aumento da arrecadação do governo, além dos impostos.
As reformas do PAEG alteraram praticamente todo o quadro institucional
da economia brasileira, adaptando-a às necessidades de uma economia
industrial. A retomada do crescimento econômico assistida no período
posterior foi viabilizada pelo esquema de financiamento montado por
essas reformas, e dotou-se o Estado de maior capacidade de intervenção na
economia.120
A política adotada no PAEG conseguiu efetivamente uma redução significativa da espiral inflacionária
e abriu a possibilidade efetiva da retomada do crescimento a taxas jamais vistas na economia brasileira
no período do chamado “milagre econômico”.
Lembrete
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
O governo militar, instituído em 1964, foi responsável por uma grande
gama de planos econômicos, cujo principal objetivo era o fim da inflação.
8.4.2 O milagre brasileiro
O período entre 1968 e 1973 caracterizou-se pelas maiores taxas de crescimento do produto brasileiro
da história recente, com relativa estabilidade de preços.
Foi o que se convencionou chamar de milagre brasileiro: um período de intenso crescimento do PIB
e da produção industrial. A economia brasileira apresentou uma taxa média de crescimento do produto
acima dos 10% ao ano, com destaque para o produto industrial.
120
Disponível em: <http://www.coladaweb.com/economia/abordagem-historica-da-economia-parte-1>.
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ECONOMIA E MERCADO
O grande crescimento do comércio mundial e os fluxos financeiros internacionais beneficiaram
sobremaneira a economia brasileira, possibilitando uma abertura maior comercial e financeira em
relação ao exterior.
As reformas institucionais e a recessão do período anterior geraram uma capacidade ociosa na
indústria, possibilitando uma retomada do consumo e da produção e, portanto, uma retomada da
demanda agregada.
Nesse ciclo expansivo, os setores produtores de bens duráveis e de bens de capital são
predominantes.
Esse projeto brasileiro de desenvolvimento impôs ao país uma série de distorções que o condenaram
ao fracasso.
As principais distorções foram: promoção de uma brutal concentração de renda; promoção de um
crescimento setorial da produção industrial, que teve um comportamento diferente a depender do setor,
privilegiando o crescimento da produção de bens de produção e de consumo duráveis; transformação
do Estado em motor do desenvolvimento; ampliação significativa do endividamento externo, e a
consequência do endividamento seria a crise da dívida dos anos 1980.
As políticas monetária e creditícia de Delfim Neto, durante o milagre econômico, foram fortemente
expansionistas. O grande questionamento ao milagre refere-se aos aspectos sociais.
Os teóricos do desenvolvimento econômico já chamavam a atenção para a diferença entre
crescimento e desenvolvimento econômico, entendendo que o desenvolvimento é caracterizado pela
mudança qualitativa das condições de vida da maioria da população do país.
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
Na verdade, o milagre econômico brasileiro foi caracterizado como um intenso crescimento da
acumulação capitalista, beneficiado por altíssimas taxas de lucro, resultantes da compressão significativa
dos salários, o que chegou a ameaçar a continuidade do processo de crescimento. Há crescimento
econômico sem melhoria das condições de vida da maior parte da população.
8.4.3 O II PND (1975-1979)
O II Plano Nacional de Desenvolvimento era, ao mesmo tempo, uma resposta do governo militar à
crise conjuntural da economia brasileira e uma tentativa de superar o próprio subdesenvolvimento do
país, eliminando os estrangulamentos estruturais de nossa economia. Assim, em 1974, o Brasil entra na
etapa final do processo de substituição de importações.
No II PND, a maioria dos investimentos para crescimento industrial estava direcionada para o
departamento produtor de bens de capital e bens intermediários, e ele surge como uma nova tentativa
de combinar e coordenar as ações e os investimentos governamentais, na figura das empresas estatais,
com os investimentos da grande empresa privada nacional.
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Unidade IV
Figura 15 – General Ernesto Geisel
O governo Geisel tinha como desafio dar continuidade ao crescimento econômico, grande fator de
legitimação do regime militar.
Nessa fase, as empresas multinacionais participaram do processo de desenvolvimento como
coadjuvantes das empresas nacionais, pois não estavam mais interessadas em realizar grandes
investimentos em uma conjuntura de grandes incertezas.
Para a indústria nacional, era a hora de produzir bens mais sofisticados tecnologicamente, com
financiamentos subsidiados e mercado garantido.
Os empréstimos externos são a principal fonte de financiamento do II PND, fundamentais para o
fechamento do balanço de pagamentos do país, desequilibrado por grandes déficits em transações
correntes.
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
A política do governo Geisel manteve o crescimento, embora a taxas bem inferiores às do milagre
econômico; porém, trouxe de volta a inflação e adiou os projetos nas áreas de energia, química pesada,
siderurgia, entre outros. Além disso, os investimentos do II PND refletiram-se em déficit crescente em
transações correntes e num crescimento significativo da dívida externa.
8.4.4 A “década perdida”
Na década de 1980, a economia brasileira foi marcada por graves desequilíbrios internos e
externos. A chamada “década perdida” caracterizou-se pela queda nos investimentos e no
crescimento do PIB, pelo aumento do déficit público, pelo crescimento das dívidas interna e
externa e pela ascensão inflacionária. Entre 1980 e 1991, o crescimento do PIB girou em torno de
2% ao ano. A renda per capita do período permaneceu praticamente inalterada ao longo de toda
a década.
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ECONOMIA E MERCADO
Figura 16 – General João Baptista de Oliveira Figueiredo
No governo do general Figueiredo, último do regime militar, a política econômica inicial foi heterodoxa:
controle dos juros; maior indexação dos salários, que passaram a ser reajustados semestralmente e por
faixas; e a desvalorização cambial de 30% em dezembro de 1979.
Com o agravamento da crise econômica, as pressões políticas contra o regime militar tornaram-se
insuportáveis e, em 1985, começava a Nova República, um governo civil, eleito indiretamente pelo Congresso
Nacional.
A escalada inflacionária seria enfrentada com os chamados choques heterodoxos, baseados na
teoria da inflação inercial. O objetivo era desindexar a economia por meio do uso de políticas de rendas
apoiadas no congelamento de preços.
A crise da dívida externa brasileira também preocupou os economistas ao longo da década de 1980.
Ela foi decorrência direta do processo de inserção internacional do país.
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
O aumento do endividamento foi acelerado a partir do milagre econômico, supostamente financiado
pela entrada de recursos externos.
A partir do primeiro choque do petróleo (1973) e durante o período de implantação do II PND, o
endividamento aumentou pelo financiamento dos déficits em transações correntes do país.
Após o segundo choque do petróleo e do choque dos juros externos (1979), o crescimento do
endividamento passou a se alimentar do aumento dos custos da própria dívida e da deterioração dos
termos de troca no comércio internacional.
O crescente aumento das despesas com o serviço da dívida estava na origem da deterioração
das contas internas (crise fiscal do Estado), no estancamento de seu crescimento, na queda do
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Unidade IV
nível de investimentos e na disparada da inflação. A crise da dívida externa conduziu o país à
hiperinflação.
8.5 A Nova República
A política econômica da Nova República elegeu o combate à inflação como meta principal. Uma
série de planos econômicos foi implementada na tentativa de derrubar a inflação.
Essa fase é marcada por grandes oscilações nas taxas de inflação e no produto real e completa
deterioração das contas públicas.
8.6 O governo Sarney
Figura 17 – José Sarney de Araújo Costa
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
Em 28 de fevereiro de 1986, o governo brasileiro lançou o Programa de Estabilização da Economia
Brasileira, mais conhecido como Plano Cruzado. Foi efetuada uma reforma monetária que criou o
cruzado como novo padrão monetário, sendo a taxa de conversão fixada em mil cruzeiros por cruzado.
Com exceção das tarifas industriais de energia elétrica, todos os preços foram congelados por
tempo indeterminado, obedecendo aos níveis do consumo praticado em 27 de fevereiro, medida que se
estendeu à taxa de câmbio.
Os salários foram convertidos, tendo como base o poder de compra médio dos últimos seis meses em
valores correntes, e todos os assalariados receberam um abono de 8%.
Além disso, os salários seriam corrigidos em 60% da variação do custo de vida, nas datas anuais
dos dissídios coletivos, além de serem automaticamente corrigidos sempre que a inflação acumulasse
a taxa de 20%. Criou-se um novo indexador para medir as variações de preços, o Índice de Preços ao
Consumidor (IPC).
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ECONOMIA E MERCADO
Não foram estabelecidas metas para as políticas monetária ou fiscal. O objetivo básico era extirpar
a memória inflacionária.
O impacto imediato do plano foi uma explosão de consumo em decorrência do aumento do salário
real, da despoupança por causa da queda das taxas de juros nominais, da diminuição do recolhimento
do imposto de renda pessoa física na fonte, do consumo reprimido durante a recessão dos anos 1980,
da existência de preços defasados com medo de descongelamento, entre outros.
Assim, tornou-se difícil manter o congelamento, dada a pressão da demanda, a defasagem nos
preços públicos e a pressão por aumento de preços pelos empresários do setor privado.
O fracasso do Plano Cruzado trouxe de volta a inflação e a ameaça de hiperinflação. Para tentar
solucionar isso, vários planos alternativos foram implementados ao longo do governo Sarney: Cruzadinho,
Cruzado II, Plano Bresser e Plano Verão, todos fracassados.
Os últimos meses do governo Sarney foram marcados por um verdadeiro caos político e econômico.
Não havia mais credibilidade nem sustentação política ao governo, após as diversas tentativas fracassadas
de estabilização econômica.
Embora os três planos (Cruzado, Bresser e Verão) tenham procurado eliminar ou reduzir a inflação,
esta chegou a atingir, no período, níveis mais alarmantes que antes da implementação dos planos. A
taxa mensal de inflação em 1989 chegou a 85,12% no início de março.
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
8.7 O Plano Collor
Figura 18 – Fernando Collor de Mello
Fernando Collor de Mello é eleito e toma posse no dia 15 de março de 1990, anunciando um novo
plano de estabilização econômica – o Plano Collor –, além de uma série de medidas de grande impacto
para a economia brasileira.
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Unidade IV
O Plano Collor I procurou articular confisco dos depósitos à vista e aplicações financeiras com
controle dos preços e salários (que teriam correção prefixada), câmbio flutuante, tributação pesada
sobre as aplicações financeiras e uma “reforma administrativa”, que levou ao fechamento de inúmeros
órgãos públicos e à demissão de uma grande quantidade de funcionários. Além disso, o presidente
adotou um programa de redução da dívida interna, de corte nos gastos públicos e aumento da receita
fiscal.
Com a reaceleração da inflação, outro plano de estabilização foi adotado em janeiro de 1991.
Mais uma vez, o governo se utilizava do congelamento de preços e salários, também lançava mão
da unificação das datas-base de correções salariais, além de medidas de contração monetária e
fiscal.
O período de 1990-1992 foi marcado por uma reestruturação produtiva, uma aceleração da abertura
da economia, uma desregulamentação dos mercados e uma aceleração dos processos de privatização de
empresas estatais.
Esse período foi marcado também por forte recessão, aumento do desemprego e queda dos salários
reais e da massa salarial. O desgaste político do governo, aliado às denúncias de corrupção, acabou por
levar o presidente Collor ao impeachment em outubro de 1992.
8.8 O Plano Real
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
No início dos anos 1990, o Brasil havia intensificado os processos de abertura comercial e financeira,
privatizações, renegociação da dívida externa e desregulamentação do mercado.
Figura 19 – Itamar Franco
Com a deposição de Collor, Itamar Franco assume a presidência e, em 1993, o então Ministro da
Economia, Fernando Henrique Cardoso, implementou um plano econômico de estabilização, conhecido
como Plano Real.
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ECONOMIA E MERCADO
Figura 20 – Fernando Henrique Cardoso
Este foi concebido e implementado em três etapas: o estabelecimento do equilíbrio das contas
públicas federais, para eliminar a principal causa da inflação; a criação de um padrão estável de valor,
a Unidade Real de Valor (URV); e a emissão de uma moeda nacional nova, o real, com poder aquisitivo
estável.
Houve um processo de intenso combate à sonegação fiscal, a ampliação da carga tributária, a
aceleração das privatizações, o aprofundamento da abertura comercial e a desregulamentação dos
mercados.
O Plano Real é apontado como a melhor experiência de estabilização da economia brasileira.
Houve, de fato, uma queda brusca da inflação e o objetivo da estabilização monetária foi amplamente
alcançado.
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
No entanto, os fundamentos do Plano Real fizeram com que houvesse uma deterioração significativa
das contas públicas, uma elevação significativa da dívida pública interna e déficits em transações
correntes constantes.
Lembrete
O Plano Real pode ser considerado como o mais bem-sucedido controle
de inflação implementado no país. Ele foi elaborado por uma equipe que
contou com diversos economistas, além do sociólogo Fernando Henrique
Cardoso.
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03/06/2011 11:05:33
Unidade IV
Saiba mais
Para saber mais sobre o assunto leia:
MARQUES, R. M. e FERREIRA, M. R. J. (Orgs.). O Brasil sob a nova ordem.
A economia brasileira contemporânea dos governos Collor e Lula. 1. ed.,
São Paulo: Editora Saraiva, 2010.
MARQUES, R. M. e BOCCHI, J. I. (Orgs.). Desafios para o Brasil. Como retornar
crescimento econômico nacional? 1. ed., São Paulo: Editora Saraiva, 2007.
Resumo
Como objetivos específicos nesta aula, espera-se que você adquira
conhecimentos sobre as transformações no modelo econômico brasileiro
por meio da breve história da economia brasileira.
Exercícios
Questão 1. (Adaptada do ENADE 2009 – Economia) Os efeitos da crise mundial de 1929 foram
transmitidos à economia brasileira pelo comércio internacional. No que se refere aos primeiros anos da
década de 1930, é correto afirmar que:
A) A despeito da crise internacional, o governo brasileiro foi capaz de obter empréstimos estrangeiros,
podendo, assim, manter a mesma política de defesa do setor cafeeiro praticada antes dos anos
1930.
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
B) A produção industrial brasileira não se recuperou rapidamente dos efeitos adversos da crise de
1929, tendo apresentado baixas taxas de crescimento nos anos de 1934-36.
C) A queda nos preços das exportações brasileiras provocou aumento proporcionalmente maior nas
quantidades exportadas e, consequentemente, aumento das receitas de exportação.
D) As desvalorizações cambiais do período reduziram a demanda por importações e beneficiaram a
produção doméstica.
E) O desempenho do comércio internacional introduziu fortes pressões inflacionárias na economia
brasileira.
Resposta correta: alternativa D.
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ECONOMIA E MERCADO
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: a crise de 1929 foi acompanhada pelo desaparecimento gradual dos recursos estrangeiros
destinados a empréstimos. Sem dinheiro, o governo brasileiro já não podia mais proteger o preço do café
por meio de benefícios cambiais.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: a despeito da crise internacional (e, na verdade, até mesmo em função da crise
internacional) e com as dificuldades pelas quais passava a economia cafeeira, a indústria brasileira se
expandiria por meio da produção de bens de consumo. Segundo Rego e Marques (2006), no período de
1929-1937, o valor da produção industrial cresceu 50%.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: as exportações de café diminuíram significativamente. Não havia mais compradores e
o preço internacional do produto despencou. Havendo menos exportações, e com o preço do café em
queda, diminuíram as receitas de exportação.
D) Alternativa correta.
Justificativa: já não havia mais como a depreciação da moeda nacional salvar a pauta de exportação
e a renda dos fazendeiros e, ao mesmo tempo, tornar possíveis as importações das quais necessitávamos.
Sem mercado internacional para o consumo do café e sem recursos, a desvalorização cambial dificultou
ainda mais as operações de importação, permitindo o aumento da produção industrial, particularmente
daquela destinada à produção de bens de consumo anteriormente importados.
E) Alternativa incorreta.
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
Justificativa: não houve qualquer relação entre o desempenho do comércio internacional e as pressões
inflacionárias na economia brasileira. A inflação surgiria como resultado de emissões de moeda para
sustentar o desenvolvimento da indústria e, posteriormente, em função da retomada de empréstimos
estrangeiros.
Questão 2. (Adaptada do ENADE 2006 – Economia) Entre 1968 e 1973 a economia brasileira
apresentou elevadas taxas de crescimento com baixa inflação, sendo tal período apontado como “milagre
econômico”. Contribuíram para esse “milagre econômico”:
I. a realização de reformas tributária, financeira e salarial, no período 1964-1967.
II. a existência de capacidade ociosa na indústria, no início do período.
III. a conjuntura econômica mundial favorável, em termos comerciais e de financiamento.
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Unidade IV
Está(ão) correto(s) o(s) item(ns):
A) I, apenas.
B) III, apenas.
C) I e II, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
Revisão: Silvana e Geraldo - Diagramação: Léo - 24/04/11
Resolução desta questão na Plataforma.
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03/06/2011 11:05:33
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figuras
Figura 3
Disponível em: <http://antigo.qi.com.br/professor/downloads/download8662.doc>. Acesso em: 20 fev. 2011.
Figura 4
Disponível em: <http://antigo.qi.com.br/professor/downloads/download8662.doc>. Acesso em: 20 fev. 2011.
Figura 8
Disponível em: <http://antigo.qi.com.br/professor/downloads/download8662.doc>. Acesso em: 20 fev.
2011.
Figura 10
KEYNES.GIF. Dimensões: 307×453 pixels. Tamanho: 122,88KB (125.833 bytes). Formato: Imagem GIF.
Disponível em: <http://www.manchester.edu/academics/departments/econ/keynes.gif>. Acesso em: 16
abr. 2011.
Figura 11
FICHEIRO:DAVID RICARDO.JPG. Dimensões: 323×372 pixels. Tamanho: 26,56KB (27.197 bytes).
Formato: Imagem JPEG. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:David_ricardo.jpg>.
Acesso em: 20 fev. 2011.
Figura 12
FICHEIRO:ADAMSMITH.JPG. Dimensões: 402×600 pixels. Tamanho: 83,29KB (85.290 bytes). Formato:
Imagem JPEG. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:AdamSmith.jpg>. Acesso em: 20
fev. 2011.
Figura 13
FICHEIRO:GETULIO.GIF. Dimensões: 394×600 pixels. Tamanho: 96,42KB (98.732 bytes). Formato: Imagem
GIF. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Getulio.gif>. Acesso em: 20 fev. 2011.
Figura 14
FICHEIRO:JUSCELINO.JPG. Dimensões: 282×600 pixels. Tamanho: 25,36KB (25.970 bytes). Formato: Imagem
JPEG. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Juscelino.jpg>. Acesso em: 20 fev. 2011.
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03/06/2011 11:05:33
Figura 15
FICHEIRO:ERNESTO GEISEL.JPG. Dimensões: 406×599 pixels. Tamanho: 28,97KB (29.670 bytes).
Formato: Imagem JPEG. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Ernesto_Geisel.jpg>.
Acesso em: 20 fev. 2011.
Figura 16
FICHEIRO:FIGUEIREDO.JPG. Dimensões: 383×599 pixels. Tamanho: 34,95KB (35.788 bytes). Formato:
Imagem JPEG. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Figueiredo.jpg>. Acesso em: 20 fev. 2011.
Figura 17
FICHEIRO:SARNEYOFICIAL.JPG. Dimensões: 316×450 pixels. Tamanho: 61KB (62.467 bytes). Formato:
Imagem JPEG. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Sarneyoficial.jpg>. Acesso em: 20
fev. 2011.
Figura 18
FICHEIRO:FERNANDO COLLOR.JPG. Dimensões: 242×383 pixels. Tamanho: 21,46KB (21.980 bytes).
Formato: Imagem JPEG. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Fernando_collor.jpg>.
Acesso em: 20 fev. 2011.
Figura 19
FICHEIRO:ITAMAR.JPG. Dimensões: 350×456 pixels. Tamanho: 11,87KB (12.154 bytes). Formato: Imagem
JPEG. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Itamar.jpg>. Acesso em: 20 fev. 2011.
Figura 20
FICHEIRO:FHC-COLOR.JPG. Dimensões: 251×344 pixels. Tamanho: 21,06KB (21.568 bytes). Formato: Imagem
JPEG. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Fhc-color.jpg>. Acesso em: 20 fev. 2011.
Tabela
Tabela 1
Fonte: FMI, International Financial Statistics; dados apresentados em Ipeadata.
Textuais
REFERÊNCIAS
DORNBUSCH, R.; FISCHER, S.; BEGG, D. Introdução à economia: para os cursos de administração,
direito, ciências humanas e contábeis. Rio de Janeiro: Elsevier/Campus, 2003.
138
Economia_e_mercado.indb 138
03/06/2011 11:05:33
GONÇALVES, C. E.; GUIMARÃES, B. Introdução à economia. Rio de Janeiro: Campus, 2009.
GREMAUD, A. P.; VASCONCELLOS, M. A. S. Economia brasileira contemporânea. 7. ed. São Paulo: Atlas,
2007.
JORGE, F. T.; MOREIRA, J. O. C. Economia: notas introdutórias. São Paulo: Atlas, 1990.
MANKIW, N. G. Introdução à economia: princípios de micro e macro. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
MENDONÇA, A. C. D. Câmbio e negócios internacionais. 1. ed. São Paulo: Nobel, 2009.
MONTELLA, M. Economia passo a passo. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004.
ROSSETTI, J. P. Introdução à economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
TROSTER, R. L.; MOCHÓN, F. M. Introdução à economia. São Paulo: Makron Books, 2000.
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
VIEIRA, M. M.; VIEIRA, E. F. Geoestratégia global. 1. ed. São Paulo: FGV, 2007.
Exercícios
Unidade I
Questão 2
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame
Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2009: Ciências Econômicas. Questão 39. Disponível
em: <http://public.inep.gov.br/enade2009/CIENCIAS_ECONOMICAS.pdf>. Acesso em: 19 mai. 2011.
Unidade II
Questão 1
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame
Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2009: Ciências Econômicas. Disponível em: <http://
public.inep.gov.br/enade2009/CIENCIAS_ECONOMICAS.pdf>. Acesso em: 19 mai. 2011.
Questão 2
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame
Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2009: Ciências Econômicas. Disponível em: <http://
public.inep.gov.br/enade2009/CIENCIAS_ECONOMICAS.pdf>. Acesso em: 19 mai. 2011.
139
Economia_e_mercado.indb 139
03/06/2011 11:05:33
Unidade III
Questão 1
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame
Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2009: Ciências Econômicas. Disponível em: <http://
public.inep.gov.br/enade2009/CIENCIAS_ECONOMICAS.pdf>. Acesso em: 19 mai. 2011.
Questão 2
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame
Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2009: Administração. Disponível em: <http://public.
inep.gov.br/enade2009/ADMINISTRACAO.pdf>. Acesso em: 19 mai. 2011.
Unidade IV
Questão 1
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame
Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2009: Ciências Econômicas. Disponível em: <http://
public.inep.gov.br/enade2009/CIENCIAS_ECONOMICAS.pdf>. Acesso em: 19 mai. 2011.
Questão 2
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame
Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2006: Ciências Econômicas. Disponível em: <http://
download.inep.gov.br/download/enade/2006/Provas/PROVA_DE_CIENCIAS_ECONOMICAS.pdf>. Acesso
em: 19 mai. 2011.
Sites
http://www.scribd.com/doc/7160071/Manual-de-Economia-Profess-Ores-Da-Usp
http://pauloadministrador.blogspot.com/
http://www.jorgerodriguessimao.com/economia/principios-gerais-de-economia.html?showall=1
http://www.scribd.com/doc/13145388/Apostila-de-Economia
http://antigo.qi.com.br/professor/downloads/download8662.doc
http://www.scribd.com/doc/28679535/Economia-e-Mercado
http://www.ebah.com.br/micro-e-macro-economia-pdf-a43129.html
140
Economia_e_mercado.indb 140
03/06/2011 11:05:33
http://download.wlsv.com.br/FG/Introducao_a_Economia_2.pdf
http://www.docstoc.com/docs/22427183/Curva-de-Oferta
http://www.slideshare.net/ecsette/teoria-de-produo
http://www.scribd.com/doc/13423115/Slides-de-Microeconomia
http://www.fema.com.br/%7Econtabeis/catia/apostila_teoria_economica1.doc
http://administracaonoblog.blogspot.com/feeds/posts/default?orderby=updated
http://www.scribd.com/doc/37873755/Macro-e-Micro-Economia
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comer
http://www.centralcursoseconcursos.com.br/arquivos/730925840.pdf
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/brasil/economia-do-brasil.php
http://geosantos.blogspot.com/feeds/posts/default?orderby=updated
http://www.coladaweb.com/economia/abordagem-historica-da-economia-parte-1
141
Economia_e_mercado.indb 141
03/06/2011 11:05:33
142
Economia_e_mercado.indb 142
03/06/2011 11:05:33
143
Economia_e_mercado.indb 143
03/06/2011 11:05:33
144
Economia_e_mercado.indb 144
03/06/2011 11:05:33
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