Macro Parte 5

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CEAV
Macroeconomia
Parte 5
Mercado de Trabalho, Oferta Agregada,
Curva de Phillips e Ciclos Econômicos
Prof.: Antonio Carlos Assumpção
O Mercado de Trabalho
• O IBGE realiza a Pesquisa Mensal de Emprego para obter
informações referentes ao comportamento do mercado de
trabalho.
Principais
Principais Indicadores
• População em Idade Ativa (PIA)
• População com 10 anos ou mais.
• População Economicamente Ativa (PEA)
• População em Idade Ativa integrada ao mercado de trabalho.
• Para ser considerado membro da PEA o indivíduo tem de ter ficado
empregado ou tem de ter procurado emprego nos trinta dias
anteriores a pesquisa mensal de emprego (PME), realizada pelo IBGE.
• A diferença entre a PIA e a PEA é a população ativa não integrada ao
mercado de trabalho, ou PNEA (população não economicamente ativa):
incapacitados, aposentados e pensionistas, estudantes, detentos,
trabalhadores dedicados aos afazeres domésticos e os inativos (os que não
buscam nem desejam trabalhar).
O Mercado de Trabalho
População Total
100.000
PINA – População em
Idade Não Ativa = 20.000
População com
Menos de 10 Anos
20.000
População com
10 Anos ou mais
80.000
PIA = 80.000
População Não
Economicamente
Ativa
10.000
População
Economicamente
Ativa
70.000
PEA = 70.000
Desempregados
7.000
Ocupados
63.000
Mercado Formal
Mercado Informal
O Mercado de Trabalho
• Logo, a taxa de desemprego é dada por:
D
u=
PEA
Número de Desempregados
Taxa de Desemprego
Logo, o nível de emprego ou ocupação (N) é dado por:
D
N
n = 1− u = 1−
=
PEA PEA
Número de
Empregados
Observações
A PME também divulga os dados de desemprego
dividindo os indivíduos por faixa etária, raça e gênero
(homens e mulheres).
A PME também divulga os dados de emprego
dividindo os indivíduos em relação ao empregador
(público ou privado) e em relação à situação (com ou
sem carteira assinada).
A PME também divulga dados sobre o salário médio
habitualmente
recebido
pelo
trabalhador
(obviamente que estamos nos referindo ao salário
real).
Tipos de Desemprego
Desemprego Cíclico ou Conjuntural
A insuficiência de demanda pode gerar uma recessão, levando
o produto para um nível inferior ao do produto potencial.
Quando isso ocorre a demanda por trabalho se reduz e vários
indivíduos que desejam trabalhar ao salário real vigente não
encontram emprego; trata-se de desemprego involuntário
conjuntural.
Desemprego Estrutural
Taxa de desemprego associada ao produto potencial da
economia ou taxa natural de desemprego. É a taxa de
desemprego não-aceleradora da inflação. Uma certa taxa de
desemprego de longo prazo, diferente entre os diversos países,
que não é tão pequena a ponto de pressionar os salários e
preços para cima nem tão grande a ponto de pressionar os
salários e preços para baixo. Associada ao desemprego
friccional e a fatores estruturais, legais e institucionais.
O Mercado de Trabalho
• A Taxa de Participação da Força de Trabalho é a
relação entre a PEA e a PIA.
PEA
Taxa de Participação =
PIA
A importância da Taxa de Participação
imagine que os estudantes comecem a ingressar mais
cedo no mercado de trabalho, para complementar a
renda dos pais. A taxa de participação aumentaria,
assim como a taxa de desemprego, sem que houvesse
a extinção de postos de trabalho.
• Um Exemplo:
• Suponha uma economia com os seguintes indicadores
para o mercado de trabalho:
• População Total = 1000
• PIA = 800
• População Desocupada = 200
• PEA = 600
• Logo, temos:
• a população ocupada = 400
• a taxa de participação (TP) = 600/800 = 0,75 (75%)
• a taxa de desocupação (u) = 200/600 = 0,33 (33,3%)
• a taxa de Inatividade (TI) = 200/800 = 0,25 (25%)
• Suponha que 100 estudantes com mais de 10 anos
passem procurar emprego. Logo, agora eles também
pertencem a PEA. Supondo ainda que nenhum deles
encontre emprego, temos:
• PIA = 800
• PEA = 700
• Taxa de Participação (TP) = 700/800 = 0,875 (87,5%)
• Número de Desocupados = 300
• Taxa de Desemprego (u) = 300/700 = 0,429 (42,9%)
• Note que o aumento na taxa de participação aumentou
a taxa de desemprego sem que houvesse uma redução
do número de vagas (empregos). Simplesmente a oferta
de trabalho aumentou sem a contrapartida da
demanda.
• Sobre a Taxa de Participação
• A taxa de participação é maior entre os homens
(afazeres domésticos – maior entre as mulheres).
• A taxa de participação é maior entre os adultos
(comparativamente aos jovens e idosos, pelos
motivos educação e aposentadoria respectivamente).
• A taxa de participação entre as mulheres tende a
aumentar com o desenvolvimento econômico (a
relação entre a mulher e o trabalho passa a ser vista
de outra forma).
Taxa de Rotatividade
• Rotatividade é a substituição de trabalhadores pela empresa.
Assim, se a empresa contrata 15 trabalhadores em um certo mês e
demite 5, supõe-se que 5 dos 15 contratados sejam para substituir
os cinco desligados. Os outros 10 são os que representam
aumento do emprego. Supondo que a empresa possuísse 100
trabalhadores no mês anterior, a taxa de rotatividade seria dada
por 5/100, ou seja 5% (5% dos trabalhadores “rodaram”).
• Inversamente, se a empresa demite 25 e contrata 10 supõe-se que
10 contratados foram para substituir 10 dos 25 demitidos. Logo, a
taxa de rotatividade seria dada por 10/100 = 10%.
•Observações
• Quanto maior a sazonalidade maior a taxa de rotatividade
• Setores com a presença de grande quantidade de mão-de-obra
qualificada tendem a possuir baixa rotatividade.
Taxa de Rotatividade
• Logo, podemos escrever uma expressão para a taxa de
rotatividade:
tR =
min {A t , D t }
Et
• 100
• Note que a expressão acima funciona para os nossos dois
exemplos anteriores:
tR =
min {15,5}
100
• 100 = 5% e t R =
min {10, 25}
100
• 100 = 10%
Mercado de Trabalho: Políticas Ativas e Passivas
• A atuação do governo no mercado de trabalho é realizada
prioritariamente de duas formas: através de políticas ativas e
políticas passivas.
• O objetivo das políticas ativas é aumentar o nível de emprego e
de salários das pessoas que possuem dificuldade em se inserir
no mercado de trabalho.
• O objetivo das políticas passivas é garantir um determinado
nível de consumo e bem estar para aqueles trabalhadores que
não conseguiram se inserir na atividade econômica.
• O sistema público de emprego tem sido tradicionalmente
caracterizado por uma combinação de políticas passivas (por
exemplo, o seguro desemprego) e ativas (por exemplo,
formação profissional e frentes de trabalho) de emprego.
O Mercado de Trabalho
A Determinação dos Salários
Os trabalhadores normalmente recebem um salário que
excede seu salário de restrição, o salário que poderia torná-los
indiferentes entre trabalhar ou permanecer desempregados.
Os salários normalmente dependem das condições do
mercado de trabalho. Quanto menor a taxa de desemprego,
maiores os salários.
As duas linhas de pensamento para abordar esses fatos são:
Negociações
Mesmo na falta de acordo coletivo existe algum poder
de barganha
O poder de barganha depende da natureza do trabalho
Maior qualificação
Maior poder de barganha
Menor qualificação
Menor poder de barganha
Salários de Eficiência
As próprias empresas podem desejar pagar
um salário maior que o salário de restrição
O custo de ser demitido é dado pelo salário atual menos o salário a ser
recebido no novo emprego. Ao pagar o salário de restrição as firmas
reduzem o custo de demissão do trabalhador tornando-o menos
produtivo
Adotaremos aqui o enfoque das negociações
Determinação dos Salários
Da nossa discussão sobre fixação de salários, temos:
(−) (+)
w = P F( u , Z )
e
onde Z = outros fatores.
Logo, o salário nominal depende de:
Firmas e trabalhadores raciocinam em termos de salários reais.
Entretanto, quando w é fixado não há conhecimento do nível
de preços.
Um aumento do desemprego enfrequece o poder de barganha
dos trabalhadores.
Quanto maior o seguro desemprego ou o ritmo de mudança
estrutural da economia, maior o salário.
Determinação dos Salários
Quando o nível de preços efetivo é conhecido, temos:
w
= F (u , Z )
P
Logo:
Se
Se
 w
P> P ⇒ ↓
 P
 w
e
P< P ⇒ ↑
 P
e
Fixação de Preços
Tendo visto a fixação de salários, dado o nível de preços
esperado, examinaremos agora a determinação dos preços,
dados os salários.
Função de Produção
Relação entre os insumos e o nível de produto
Hipóteses Simplificadoras
Força de trabalho como único fator de produção
A = PMgN (produtividade marginal do trabalho) = 1
Nível de Emprego
Fixação de Preços
Y
Y = AN , com A = 1 , Y = N
2
PMgN2
∆Y
1
∆Ν
1
2
∆Y
= PMgN = A = 1
∆N
N
Logo, o custo de produzir uma unidade adicional é dado pelo
custo de empregar mais um trabalhador, portanto CMgY = w
Fixação de Preços
Supondo a inexistência de concorrência perfeita nos
mercados, as firmas fixarão um preço acima do custo
marginal, representativo da margem de lucro ou mark-up
P = (1 + µ )w
Mark-up
Logo , se A = 1 → CMgY = w = $100. Com µ = 0, 5 :
P = (1 + 0, 5 ) $100 → P = $150
Fixação de Preços: Uma Observação
• Observe que podemos trabalhar com valores alternativos para a
PMgN.
• Por exemplo, suponha que a PMgN seja igual a 2. Logo, a
contratação de um novo trabalhador aumenta a produção em
duas unidades. Assim, temos:
1+ µ ) w
1 + 0,5 ) $100
(
(
P=
→P=
→ P = $75
2
2
• Assim, de uma forma geral, podemos escrever:
1+ µ ) w
(
P=
. Caso
A
A = 1 → P = (1 + µ ) w
Taxa Natural de Desemprego
Como vimos, tanto a fixação de salários como a fixação de preços determinam
o salário real de equilíbrio, consequentemente, a taxa de desemprego de
equilíbrio, que chamaremos de taxa natural.
Determinação dos Salários
Relação de Fixação de Preços
w = P F (u, Z )
P = (1 + µ )w
e
Em equilíbrio
P=P
e
1
F (u , Z ) =
1+ µ
O Mercado de Trabalho Graficamente
Fixação de Preços
W/P
Quanto maior o mark-up, maior o nível
de preços e menor o salário real
 1 
1 + µ 


PS
WS
un
Taxa Natural de Desemprego
u
Fixação de salários
Quanto maior o desemprego, menor o salário real
A Taxa Natural de Desemprego
Taxa Estrutural (Natural) de Desemprego
1980-82
1990-92
2000
NAIRU
2001
18
16
A Elevada Taxa de Desemprego
Natural nos Países Europeus
14
10
8
6
4
2
D
n
lO
EC
ni
o
To
ta
U
ar
ea
pe
an
Eu
ro
Eu
r
o
pa
n
Ja
Sp
ai
n
Ki
ng
do
U
ni
m
te
d
St
at
es
ni
te
d
nd
s
rla
U
N
et
he
Ita
ly
0
Be
lg
iu
m
D
en
m
ar
k
Fr
an
ce
G
er
m
an
y
(%)
12
NAIRU: Non-Accelerating Inflation Rate of Unemployment
(Taxa de Desemprego Não-Aceleradora da Inflação)
Convergência Para a Taxa Natural
W/P
 1 
1 + µ 


PS
WS
u < un un
w ↑⇒ P ↑⇒ DA ↓⇒ Y ↓⇒ u ↑
u > un
u
w ↓⇒ P ↓⇒ DA ↑⇒ Y ↑⇒ u ↓
Modificações na Taxa Natural de Desemprego
a) Aumento do Seguro-Desemprego
W/P
 1 
1 + µ 


PS
WS’
WS
un
un'
u
Diminuição do custo do desemprego: aumento da un
b) Redução do Mark-Up (aumento da concorrência)
W/P
 1 
1 + µ ' 


PS’
 1 
1 + µ 


PS
WS
u
'
n
un
u
A queda no nível de preços eleva a demanda agregada,
aumenta a produção e reduz a taxa natural de desemprego.
Exemplos
1) IBGE – 2013 - ANÁLISE SOCIOECONÔMICA
• 59 - A População Economicamente Ativa (PEA) do Brasil aumentou,
de um ano para o seguinte, de 100 milhões para 101 milhões de
pessoas.
• Como a taxa de desemprego não sofreu alteração, permanecendo
em 6%, o número de pessoas ocupadas
(A) aumentou de 1%.
(B) aumentou de 0,6%.
(C) aumentou de 1 milhão de indivíduos.
(D) permaneceu constante.
(E) diminuiu de 60 mil indivíduos.
Aumento da PEA de 100.000.000 de pessoas para 101.000.000
(1% de aumento).
Para manter a taxa de desemprego em 6%, o número de
desempregados aumentou em 1% e o número de empregados
(pessoas ocupadas) em 1%.
ut =
Dt
6.000.000
→ ut =
= 6% ⇒ Nível de Emprego = 94% = 94.000.000
PEAt
100.000.000
Dt +1
Dt +1
ut +1 =
→ 0, 06 =
→ Dt +1 = 6.060.000
101.000.000
PEAt +1
⇒ Nível de Emprego = 94% = 94.940.000
2) IBGE – 2013 - ANÁLISE SOCIOECONÔMICA
• 60 - O comportamento das taxas de participação na força de
trabalho por gênero, no Brasil, apresentou determinadas
tendências nas últimas décadas. As Figuras abaixo mostram linhas
de tendência para essas taxas de participação, nos últimos 30
anos. Qual é a figura que melhor representa a evolução da
participação feminina e masculina nesse período?
3) IBGE – 2013 - ANÁLISE SOCIOECONÔMICA
• 61 – Na força de trabalho de um país, há pessoas em situação de
ociosidade involuntária; são os desempregados. Há vários tipos
de desemprego, classificados de acordo com suas causas. O
desemprego estrutural decorre, por exemplo, de
(A) sazonalidade da demanda por trabalho em certas regiões.
(B) insuficiência da demanda agregada por bens e serviços.
(C) inovações tecnológicas que alteram os processos produtivos.
(D) contratações de mão de obra irregularmente, em desacordo
com a legislação trabalhista.
(E) salários nominais excessivamente baixos.
Do Desemprego ao Produto
Existe um nível natural de emprego associado à taxa natural
de desemprego. Tal relação é dada por:
U L− N
N
u= =
=1−
L
L
L
Nível de Emprego
Força de Trabalho
Suponha L = 100.000.000 e N = 94.000.000
6.000.000
94.000.000
U = 6.000.000 ⇒ u =
= 6% = 1 −
100.000.000
100.000.000
Do Desemprego ao Produto
Note que a expressão anterior pode ser escrita como:
N = (1 − u )L
Como, associado a um certo nível natural de desemprego, temos
um certo nível natural de emprego, temos também um certo nível
natural de produto, o produto de pleno-emprego.
un ⇒Nn ⇒Yn
Como
U L− N
N
u= =
=1−
L L
L
Nível Natural de Produto
e
Y=N
1
 Yn 
F 1 − , Z  =
 L  1+ µ
Observação Importante
Deduzimos un , Nn e Yn sob duas hipóteses:
Equilíbrio no mercado de trabalho
P= P
e
Entretanto, à curto prazo não podemos garantir que o nível de preços seja
igual ao nível de preços esperado, utilizado para a fixação dos salários
nominais. Logo, não podemos garantir que a taxa de desemprego seja
igual à taxa natural. Contudo, é pouco provável que as expectativas sobre
o nível de preços estejam sempre sistematicamente erradas (sempre muito
altas ou muito baixas). Logo, devemos esperar que, no longo prazo, a taxa
de desemprego seja igual à taxa natural e que o produto seja igual ao seu
nível potencial.
Agregando Todos os Mercados
A Oferta Agregada
A relação de oferta agregada capta os efeitos
do produto sobre o nível de preços. Ela é
deduzida do mercado de trabalho
Equilíbrio no Mercado de Trabalho
w = P e F (u, Z )
(I)
P = (1 + µ )w
( II )
Substituindo ( I ) em ( II ), temos:
P = P (1 + µ )F (u , Z )
e
u =1−
N
Y
=1−
L
L
 Y 
P = P (1 + µ )F 1 − , Z 
 L 
e
AS
Do Desemprego ao Produto
Características Principais
 Y

P = P (1 + µ )F  1 − , Z 
L


e
O nível de preços esperado mais alto eleva o nível de preços corrente
Se
P ↑⇒ w ↑⇒
e
as firmas fixam preços mais elevados
Qualquer aumento do produto leva ao aumento do nível de preços.
Esse efeito resulta de 4 relações básicas:
• O aumento do produto conduz ao aumento do emprego.
• O aumento do emprego reduz a taxa de desemprego.
• A diminuição do desemprego eleva os salários nominais.
• O aumento dos salários nominais acarreta um aumento de custos que, por
sua vez, leva as firmas a aumentarem seus preços.
A Curva de Oferta Agregada
e
1
AS ( P )
P
e
0
AS ( P )
P1 = P1e
P0 = P0e
Y < Yn
Yn
Y > Yn
u > un
u < un
P < Pe
P > Pe
Y
A Demanda Agregada
A curva de demanda agregada capta o efeito do nível de preços sobre o
produto, e é deduzida a partir do equilíbrio dos mercados de bens e financeiro.
( + ) ( −)
IS
( + ) ( −)
Y = c( Y , T ) + I (Y , i ) + G
(+) (−)
LM
M = L( Y , i )
AD
 ( + )  ( + ) ( − ) 
M 

Y = Y  , G , T 
 P 

 

Observação
• Podemos escrever a relação de oferta agregada de outra forma,
bastante utilizada nos livros de economia.
Yt = Yn + β ( Pt − Pt
e
)→P = P
t
t
e
+
1
β
(Yt − Yn )
• Observe que o argumento é basicamente o mesmo que
desenvolvemos até aqui:
• Quando o nível de preços é maior que o nível de preços esperado o produto é
maior que seu nível potencial, na medida do coeficiente β.
A Curva de Demanda Agregada
LM1 (M0/P1)
LM0 (M0/P0)
i
i1
i0
IS0
P
Y1
Y0
Y
Dado um aumento no nível de
preços, o estoque real de moeda
(liquidez real) diminui, o que
aumenta a taxa de juros, reduzindo
o investimento e, pelo processo do
multiplicador, a renda
P1
P0
AD0
Y1 Y0
Inclinação da DA
Y
Políticas Monetária e Fiscal no Modelo OA-DA com P
i
i
LM0
LM1
i0
i1
LM0
i1
i0
IS1
IS0
P
Y0
Y1
IS0
Y
AS
P0
P
Y0
Y1
AS
P0
AD1
AD0
AD1
AD0
Y0
Y1
Y
Y
Y0
Y1
Y
O Ajustamento dos Preços e o Longo Prazo
LM0 (M0/P0)=(M1/P1)
LM1 (M1/P’)
i
i0
i1
i’
•
LM’ (M1/P0)
•
•
IS0
P
P1
P’
P0
Yn Y1 Y’
•
•
•
•
Y
AS1
AS0
P
AD1
AD0
Yn Y1 Y’
Y
A Neutralidade da Moeda no Longo Prazo
O Ajustamento dos Preços e o Longo Prazo
O aumento da oferta monetária nominal desloca a curva
LM para a direita até LM`. Se os preços se mantiverem
constantes haverá um aumento do investimento, pela queda
da taxa de juros (i`), o que desloca a curva AD para a direita,
com o produto atingindo Y`.
Como alguns preços sobem após o aumento da demanda
agregada, a quantidade real de moeda se reduz, de forma
que o equilíbrio de curto prazo acontece com P`, i1 e Y1.
Com o passar do tempo os salários começam a subir
(Y > Yn ⇒ u < un), pressionando os preços e reduzindo a
quantidade real de moeda, até que o produto retorne ao seu
nível natural.
A Evidência Empírica
Efeitos da Expansão Monetária Segundo o Modelo de Taylor
O modelo construído por John Taylor, da Universidade de Stanford, simula um aumento do estoque
monetário nominal a partir de 1975-1 (3% ao longo de 4 trimestres). Note como ao final do terceiro
trimestre o produto se encontra 1.8% acima do que seria sem a expansão monetária. Entretanto,
quatro anos mais tarde os preços estão 2,5% mais elevados e o produto apenas 0.3% maior.
Os Efeitos da Expansão Fiscal
LM2 (M0/P1)
LM1 (M0/P’)
LM0 (M0/P0)
i
i2
i’
i1
i0
•
IS1
IS0
P
P1
P’
P0
Yn Y’ Y1
•
Y
AS1
AS0
P
AD1
AD0
Yn Y’ Y1
Y
Os Efeitos da Expansão Fiscal
O aumento
em T) eleva
curva IS e a
mantiverem
do déficit público (aumento em G ou redução
a demanda por bens e serviços, deslocando a
curva AD para a direita. Se os preços se
estáveis, a economia atinge o produto Y1.
Como alguns preços sobem após o aumento da demanda
agregada, a quantidade real de moeda se reduz, de forma
que o equilíbrio de curto prazo acontece com P`, i’ e Y’.
Com o passar do tempo os salários começam a subir
(Y > Yn ⇒ u < un), pressionando os preços e reduzindo a
quantidade real de moeda, até que o produto retorne ao seu
nível natural.
Algumas Conclusões
A política fiscal não pode ser considerada neutra no
longo prazo, pois um aumento do déficit público aumenta
a taxa de juros final, reduzindo o investimento e a taxa de
crescimento.
Políticas de demanda agregada podem ser utilizadas para
amenizar os efeitos dos choques adversos sobre o nível
de produção,
entretanto,
isto
acarreta
maior
variabilidade do nível de preços.
Variações no Preço do Petróleo
Pre ço do Pe tróle o Re finado (Índice - 1967-1 = 100)
900
850
800
750
700
650
600
550
500
450
400
350
300
250
200
150
100
50
0
(Dados M e ns ais - 1967-1 - 2001-4)
1967 1969 1971 1973 1975 1977 1979 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001
Variações no Preço do Petróleo (EUA)
PIB Real (%)
Desemp(%)
Primeiro
Choque
CPI
1999
1997
1995
1993
1991
1989
1987
1985
1983
1981
1979
1977
1975
1973
Segundo
Choque
1971
1969
16
15
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
-1
-2
-3
1967
(%)
Os Choques do Petróleo
A Dinâmica do Ajuste
w
p
1
1+ µ
A
PS
A1
1
1 + µ1
PS1
WS
un
u1n
O Aumento da Taxa Natural de Desemprego
(supondo um choque permanente)
u
A Dinâmica do Ajuste
 Y 
P = P (1 + µ ) F  1 − , z

L 
e
Um aumento no markup, µ, causado por uma alta no
preço do petróleo, resulta na elevação do nível de
preços, a qualquer nível de produto, Y. A curva de
oferta agregada desloca-se para a esquerda.
A Dinâmica do Ajuste
• O aumento do preço do petróleo gera, no curto prazo, a queda do
produto e o aumento do nível de preços. Com o tempo, o produto
continua a cair e o nível de preços sobe ainda mais. No final, há
uma redução do produto potencial.
A Taxa de Desemprego e a Curva de Phillips
Inflação versus desemprego
nos Estados Unidos, 1900-1960
No período 1900-1960, nos
Estados Unidos, uma taxa de
desemprego
baixa
estava
tipicamente associada a uma alta
taxa de inflação e, inversamente,
o alto desemprego a uma
inflação baixa ou negativa.
• A curva de Phillips, baseada nos dados acima, mostra uma
relação negativa entre inflação e desemprego.
Inflação, Inflação Esperada e Desemprego
 Y 
P = P (1 + µ )F1 − , Z  (AS)
 L 
e
 Y 
Y
Como F 1 − , Z  = 1 − = u , temos:
L
 L 
P = Pe (1+ µ )F(u,z )
• A equação acima é a relação de oferta agregada deduzida
anteriormente. Essa relação pode ser reescrita para estabelecer
uma relação entre inflação, inflação esperada e taxa de
desemprego.
Primeiro, suponha que: F( u, z ) = 1− αu + z
Agora, substitua esta função na forma acima:
e
P = P ( 1 + µ )( 1− αu+z )
Inflação, Inflação Esperada e Desemprego
Sendo P o nível de preços do período t, Pe o nível de preços
esperado do período t e u a taxa de desemprego do período t:
Pt = Pt e (1 + µ )(1 + α u t + Z ) :
Dividindo
por Pt −1
Pt
Pt e
(1 + µ )(1 − α u t + Z )
=
Pt −1
Pt −1
e
e
Pt − Pt −1
Pt
P
−
P
P
t −1
Como πt =
⇒
=1+πt e π te = t
⇒ t = 1+ π te
Pt−1
Pt −1
Pt −1
Pt −1
Logo,
(
1+ π t )
(1 + π t ) = (1 + π )(1 + µ )(1 + αut + Z ) ⇒
= (1 + αut + Z )
e
(1 + π t )(1 + µ )
e
t
Inflação, Inflação Esperada e Desemprego
Como
(1 + π t ) ≅ 1 + π − π e − µ ⇒ 1 + π − π e − µ = 1 + αu + Z
t
t
t
t
t
(1 + π te )(1 + µ )
Veja a planilha “aproximações”
Logo,
πt = πet +( µ + z )−α ut
Inflação, Inflação Esperada e Desemprego
• Note que, novamente, para nos referirmos a inflação, inflação
esperada ou desemprego em um ano específico, precisamos
incluir um indicador de tempo, como se segue:
πt = πet +( µ + z )−α ut
A variáveis π, πet, e ut referem-se a inflação, inflação esperada e
desemprego no ano t; µ e z são consideradas constantes e não
têm indicador de tempo.
Inflação, Inflação Esperada e Desemprego
πt = πet +( µ + z )−α ut
• Segundo esta equação:
• Um aumento da inflação esperada leva ao aumento da
inflação efetiva.
• Dada a inflação esperada, um aumento no markup, ou um
aumento nos fatores que afetam a determinação do salário,
leva a um aumento na inflação.
• Dada a inflação esperada, um aumento na taxa de
desemprego, leva a uma queda na inflação.
Curva de Phillips (1ª Versão)
• Sendo a inflação esperada = 0, então:
πt = ( µ + z )−α ut
Esta é a relação inversa entre desemprego e inflação
que Phillips constatou para o Reino Unido e Solow
Samuelson para os Estados Unidos (ou a curva de
Phillips original).
Segundo a curva de Phillips original, existe um trade-off
permanente entre inflação e desemprego. Logo, o formulador
de política econômica pode escolher entre diversas
combinações de inflação e desemprego.
Curva de Phillips (1ª Versão)
• Observação importante.
• A relação estimada originalmente por A. W. Phillips, com dados
para o Reino Unido, foi uma relação entre a taxa de variação dos
salários nominais e a taxa de desemprego. Posteriormente,
R. Solow e P. A. Samuelson estimaram, para os EUA, a relação
entre inflação e a taxa de desemprego.
• A intuição de Solow e Samuelson:
• Como P = (1 + µ ) w , assumindo o mark-up constante, as variações
no salário nominal seriam iguais as variações nos preços.
Mutações
• A relação negativa entre desemprego e inflação perdurou
ao longo da década de 1960, mas desapareceu depois desse
período, por duas razões:
• Um aumento no preço do petróleo.
• Uma mudança na forma como os fixadores de salário
formavam suas expectativas, devido a uma mudança no
comportamento da taxa de inflação.
• A taxa de inflação tornou-se consistentemente
positiva.
• A inflação tornou-se mais persistente.
Inflação versus desemprego
nos Estados Unidos, 1948-1969
O declínio contínuo do
desemprego
nos
Estados
Unidos durante a década de
1960 esteve associado a um
aumento também contínuo da
inflação.
Inflação versus desemprego
nos Estados Unidos, 19702000
A partir de 1970, a relação
entre a taxa de desemprego e
a
taxa
de
inflação
desapareceu nos Estados
Unidos.
Formação de Expectativas
• Suponha que as expectativas sobre a inflação sejam formadas
de acordo com:
π et = θπ t−1
Expectativas adaptativas estáticas
O parâmetro θ captura o efeito da taxa de inflação do ano
passado, πt-1, sobre a taxa de inflação prevista para este
ano, πet.
O valor de θ aumentou continuamente na década de 1970,
de zero a um.
Formação de Expectativas
π
Com a inflação sistematicamente
positiva, a expectativa de inflação
aumentou, deslocando a curva de
Phillips para cima.
π t70
π t60
u
u
n
(
(
)
cph 70 π 70e = π t70
cph 60 π te = π t60
)
Formação de Expectativas
• Se as expectativas são formadas adaptativamente, temos:
πt = θπt−1 + ( µ + z ) − αut
• Na equação acima, quando θ é igual a zero, a relação entre
inflação e taxa de desemprego é :
πt = ( µ + z ) − αut
Quando θ é positivo, a taxa de inflação depende tanto da
taxa de desemprego como da taxa de inflação do ano
anterior:
πt = θπt−1 + ( µ + z ) − αut
Quando θ é igual a 1, a relação de phillips torna-se:
πt − π t−1 = ( µ + z ) − αut
Formação de Expectativas
πt − πt−1 = ( µ + z )−αut
• Curva de Phillips com expectativas adaptativas:
• Versão aceleracionista da curva de Phillips ou versão de Friedman-Phelps.
• Quando θ = 1, a taxa de desemprego não afeta a taxa de
inflação, mas sim a variação da taxa de inflação.
• A partir de 1970, surgiu uma relação negativa entre a taxa de
desemprego e a variação da taxa de inflação nos Estados
Unidos.
Observações Sobre Expectativas Adaptativas
• Expectativas Adaptativas
Forma Geral
π te = π te−1 + (1 − λ )(π t −1 − π te−1 ) (I )
A expectativa de inflação no período atual é dada pela
expectativa de inflação do período passado, ajustada pelo erro de
previsão do período anterior.
Observações Sobre Expectativas Adaptativas
De (I ) temos :
π te = π te−1 + (1 − λ )π t −1 − (1 − λ )π te−1
e
e
e
(
)
π = 1 − λ π t −1 + π t −1 − π t −1 + λπ t −1
π te = (1 − λ )π t −1 + λπ te−1
e
t
Logo, a expectativa de inflação é uma média ponderada
entre a expectativa de inflação e a inflação efetiva do período
anterior.
Se λ = 0 ⇒ π = π t −1
e
t


 Expectativ as Estáticas 


Observações Sobre Expectativas Adaptativas
•Problemas com expectativas adaptativas
• Falta de racionalidade: os agentes econômicos só utilizam
informações passadas tentando prever o comportamento
futuro da variável.
• Se a inflação for crescente os agentes econômicos sempre a
subestimarão (cometerão erros de forma sistemática).
Formação de Expectativas
• A curva original de Phillips é dada por: πt = ( µ + z ) − αut
A curva de Phillips modificada, ou curva de Phillips
aumentada pelas expectativas, também chamada de curva
de Phillips aceleracionista, é:
πt −πt−1 =( µ + z )−αut
Taxa Natural de Desemprego
• Friedman e Phelps questionaram a existência da alternância entre
desemprego e inflação. Eles argumentaram que a taxa de
desemprego não poderia ser mantida abaixo de um determinado
nível que chamaram de "nível natural de desemprego". O nível
natural de desemprego é a taxa de desemprego em que a taxa
inflação corrente é igual à taxa de inflação esperada. Dito de
outro modo, a taxa natural de desemprego aceleradora da
inflação.
• Logo un ⇒πt −πt −1 = 0.
0 = ( µ + z ) − αun
então,
µ+ z
un =
α
Taxa Natural de Desemprego
µ+z
un =
α
Como
e
então,
αun = µ + z
π =π +( µ+z)−α u
, então:
e
πt − π t = αun −α ut
Finalmente, supondo que πet é bem aproximado por πt-1, então:
πt − πt−1 = −α( ut − un )
Taxa Natural de Desemprego
πt −πt−1 =−α(ut − un )
• A equação acima nos proporciona outra maneira de pensar
sobre a taxa natural de desemprego:
• A taxa de desemprego não-aceleradora da inflação, é a
taxa de desemprego necessária para manter a inflação
constante.
• Caso a taxa de desemprego se mantenha abaixo da taxa
natural de desemprego, a taxa de inflação aumentará
permanentemente.
• Logo, com expectativas adaptativas, não existe um trade-off
permanente entre inflação e desemprego.
Um Resumo e Muitas Ressalvas
Diferenças na Taxa Natural de Desemprego entre os Países
µ+ z
un =
α
• Os fatores que afetam a taxa natural de desemprego diferem
entre os países. Portanto, não há razão para esperar que
todos os países tenham a mesma taxa natural de
desemprego.
Variações da Taxa Natural de Desemprego ao Longo do Tempo
πt −πt−1 =( µ + z )−αut
• Na equação acima, os termos µ e z podem não ser constantes,
mas sim, variar ao longo do tempo, levando a mudanças na taxa
natural de desemprego.
• A taxa natural de desemprego dos EUA caiu para um nível em
torno de 4% a 5% em 2006.
• Uma taxa de desemprego alta não necessariamente reflete uma
taxa natural de desemprego alta. Por exemplo:
• Se a inflação está caindo rapidamente, a taxa de desemprego real
está bem acima da sua taxa natural.
• Se a inflação é estável, as taxas real e natural de desemprego são
aproximadamente iguais.
Um Exemplo Numérico da Curva de Phillips
e
Suponha que a curva de Phillips seja dada por : π t − π t = 0,18 − 3ut
com π te = θπ t −1 e, em t-1, u = un e π = 0
a) Qual a taxa natural de desemprego ?
Resposta: como a taxa natural de desemprego é a taxa de
desemprego não-aceleradora da inflação, devemos ter, π t − π t −1 = 0.
Logo, 0 = 0,18 − 3u n ⇒ 3u n = 0,18 ⇒ u n = 0,06 = 6 %
Observe então, que a curva de Phillips pode ser escrita como:
π t − π te = −3 ( ut − 6% ) → π t − π t −1 = −3 ( ut − 6% )
Um Exemplo Numérico da Curva de Phillips
b) Suponha que o governo deseje reduzir a taxa de desemprego
para 5% e mantê-la nesse patamar. Quais seriam as taxas de
inflação nos próximos 3 períodos ? (trabalhe com θ = 1)
π te = π t −1 = 0
π t − π te = 0,18 − 3ut
t
π t − 0 = 0,18 − 3(0,05)
π t = 0,03 = 3%
π t +1 − π te+1 = 0,18 − 3ut +1
t+1
πt +1 − 0,03= 0,18− 3(0,05)
π t +1 = 0,06 = 6%
Logo,
π t + 2 = 0.09 = 9%
Graficamente
cphLP
Curva de Phillips de longo
prazo: associada a taxa
natural de desemprego.
π t + 2 = 9%
π t +1 = 6%
π t = 3%
π t −1 = 0
5%
6%
(
cph 3 π te+1 = 6 %
(
cph 1 π = 0
e
t
)
(
cph2 π te+1 = 3%
)
)
Inflação e Indexação
• A indexação dos salários passa a prevalecer quando a inflação
está alta.
• Seja δ a proporção dos salários (contratos) indexados e (1- δ) a
proporção dos salários que não é indexada.
(
)
Logo , se π t − π te = −α ut − u n , temos :
π t = [δπ t + (1 − δ )π ]− α (ut − u
e
t
n
)
Quando δ = 0, todos os salários são definidos com base na
inflação esperada (inflação do período anterior). Logo:
π t − π t −1 = −α (ut − u n )
Inflação e Indexação
Se δ > 0, temos:
π t = [δπ t + (1 − δ )π t −1 ] − α (ut − u n ) ⇒ π t − δπ t − (1 − δ )π t −1 = −α (ut − u n )
(1 − δ )π t − (1 − δ )π t −1 = −α (ut − u n ) ⇒ (1 − δ )(π t − π t −1 ) = −α (u t − u n )
π t − π t −1 = −
α
(
u
1− δ
t
− un
)
Logo, se δ se aproxima de 1, pequenas variações no
desemprego provocam grandes variações na inflação.
Inflação e Indexação
• Um exemplo numérico:
• Suponha que a curva de Phillips seja representada por:
π t − π t −1 = 0,18 − 3ut
Como π t − π t −1 = (µ + Z ) − αut e u n ⇒ π t − π t −1
µ+Z
0 = (µ + Z ) − αu ⇒ u =
= 0,06 = 6%
α
n
n
(
Logo, π t − π t −1 = αu n − αut ⇒ π t − π t −1 = −α ut − u n
)
Sendo δ = 0,9, temos:
π t − π t −1
α
(
=−
u − u )⇒ π
1− δ
n
t
t
− π t −1
= −30(u − u )
n
t
Alguns Resultados Importantes
• A relação entre desemprego e inflação tende a mudar com o nível
e a persistência da inflação.
• Quando a inflação é alta, ela tende a variar mais.
• A estrutura dos acordos salariais também varia com o nível de
inflação. A indexação dos salários, regra que atrela o aumento
dos salários à inflação, passa a prevalecer quando a inflação está
alta.
Deflação e Curva de Phillips
• Dado o alto desemprego durante a Grande Depressão,
deveríamos esperar uma alta taxa de deflação, mas a deflação foi
limitada.
• A razão para isso pode ser que a relação da curva de Phillips pode
desaparecer ou, no mínimo, enfraquecer quando a inflação está
próxima de zero.
Produto, Desemprego e Inflação
• Esta parte (capítulo 7 – Blanchard) baseia-se em três relações:
• A lei de Okun, que relaciona a variação no desemprego ao
crescimento do produto.
• A curva de Phillips, que relaciona variações na inflação ao
desemprego.
• A relação de demanda agregada, que relaciona o crescimento
do produto à inflação e à expansão monetária.
Crescimento do Produto, Desemprego, Inflação e
Expansão Monetária
Aumento da
Oferta Monetária
DA
Aumento do
Produto
Lei de Okun
Aumento da Taxa
de Inflação
Curva de
Phillips
Redução da Taxa
de Desemprego
Lei de Okun: do Crescimento do Produto ao Desemprego
ut − ut −1 = − g yt
• Segundo a equação acima, a variação da taxa de desemprego
deve ser igual à variação negativa da taxa de crescimento do
produto.
• Por exemplo, se o crescimento do produto for de 4%, então, a
taxa de desemprego deve cair 4%.
• Note que a equação acima nos diz que 1p.p. a mais de
crescimento reduz a taxa de desemprego em 1 p.p.
• Geralmente, a relação não é essa.
Lei de Okun: do Crescimento do Produto ao Desemprego
• A verdadeira relação entre o crescimento do produto e a
variação da taxa de desemprego é conhecida como lei de Okun,
e deve ser escrita da seguinte maneira:
ut − ut−1 = −β( g yt − g y )
Taxa “normal” de crescimento
Sensibilidade da variação da taxa de desemprego
ao crescimento acima (abaixo) da taxa “normal”.
Taxa de crescimento necessária para manter
a taxa de desemprego constante.
Lei de Okun: do Crescimento do Produto ao Desemprego
Seja
ut − ut −1 = − 0.4( g yt − 3%)
• Segundo a equação acima:
Se gyt = 4%, então u t − ut −1 = –0,4 p.p.
Se gyt = 2%, então u t − ut −1 = +0,4 p.p.
Se gyt = 3%, então u t − ut −1 = 0 p.p.
• Para manter constante a taxa de desemprego, o produto deve
crescer 3% ao ano. Essa taxa é chamada de taxa normal de
crescimento.
Lei de Okun: do Crescimento do Produto ao Desemprego
ut − ut −1 = − 0.4( g yt − 3%)
• Segundo a equação acima, uma expansão do produto 1p.p.
acima do “normal” provoca uma redução de apenas 0,4 p.p. da
taxa de desemprego, pelos seguintes motivos:
• Manutenção dos empregos: as empresas preferem manter os
funcionários em vez de demiti-los quando o produto cai.
• Crescimento da PEA: como a PEA aumenta ao longo do tempo,
existe uma certa taxa de crescimento requerida somente para
manter a taxa de desemprego constante.
A Curva de Phillips
Conforme vimos:
e
πt = π t − α( ut − un )
• A inflação depende da inflação esperada e do desvio do
desemprego de sua taxa natural. Quando πet é bem aproximada
por πt-1 (expectativas adaptativas), então:
πt − π t−1 = −α( ut − un )
• De acordo com a curva de Phillips:
ut < un ⇒ π t > π t − 1
ut > un ⇒ π t < π t − 1
A Relação de Demanda Agregada: da Expansão
Monetária e Inflação ao Crescimento do Produto
• A relação de demanda agregada deduzida anteriormente é
dada por:
 Mt

Relação AD ⇒ Yt = Y 
 P , Gt , Tt 
 t

• Ignorando as variações no produto causadas por todos os
demais fatores, exceto a variação no estoque real de moeda,
temos:
Mt
Yt = γ
Pt
A Relação de Demanda Agregada: da Expansão
Monetária e Inflação ao Crescimento do Produto
• Em termos de taxas de crescimento, temos:
gyt = gmt −πt → gmt = gyt +πt
• De acordo com a relação de demanda agregada:
g mt > π t ⇒ g yt > 0
g mt < π t ⇒ g yt < 0
• Dada a inflação, uma política monetária expansionista aumenta
a taxa de crescimento do produto.
Exemplo
• Seja uma economia descrita pelas seguintes relações:
ut − ut −1 = −0, 4 ( g yt − 0,03)
Lei de Okun
π t − π t −1 = − ( ut − 0,06) Curva de Phillips
g yt = gmt − π t Demanda Agregada
a) Qual a taxa natural de desemprego ?
un ⇒ πt − πt −1 = 0. Logo, 0 = −utn + 0,06 ⇒ un = 6%
Exemplo
b) Suponha que a inflação seja igual a 10% a.a. e que a taxa
de desemprego seja igual à taxa natural. Para manter a
taxa de desemprego em seu nível natural, qual deve ser a
taxa de crescimento do produto ? Qual deve ser a taxa de
expansão monetária ?
Para manter a taxa de desemprego constante, neste caso,
igual à taxa natural, utilizamos a Lei de Okun.
Dada a taxa de inflação e a taxa de crescimento, podemos
calcular a taxa de crescimento da oferta monetária.
__
g yt = g y = 3%
Logo, como g yt = g mt − π t → g mt = 0, 03 + 0,1 = 13%
Exemplo
c) Nestas condições, caso o Banco Central decida utilizar a
política monetária para reduzir a taxa de inflação de
forma permanente, de uma única vez (1 período), para 5%
a.a. , quais seriam os efeitos sobre a taxa de crescimento
do produto, taxa de crescimento da oferta monetária e
taxa de desemprego ?
Como queremos πt +1 − πt = −5% ⇒ −0,05 = − ( ut +1 − 0,06) → πt +1 = 11%.
Pela Lei de Okun: 0, 05 = −0, 4 ( g y − 0, 03) → g y = −9,5%
t +1
t +1
Logo: g m = −0, 095 + 0, 05% = −4,5%
t +1
A contração da oferta monetária em 4,5% reduz o PIB em 9,5% e
aumenta a taxa de desemprego em 5%. Com isso, a taxa de
inflação converge para 5% a.a.
π
cphLP
A política monetária contracionista eleva a taxa
de desemprego. Com a taxa de desemprego
mais alta a inflação se reduz. A queda da
inflação reduz a expectativa de inflação.
π t = 10%
π t +1 = 5%
6%
11%
u
cph1 (π te = 10% )
cph2 (π te+1 = 5% )
• Resumindo: uma contração monetária de 4,5% em faz com que a taxa de crescimento da
economia em t+1 seja igual -9,5%, elevando assim a taxa de desemprego para 11% e, com
isso, reduzindo a taxa de inflação em 5p.p. (de 10% a.a. para 5% a.a.).
O Médio Prazo
• Considere uma taxa constante de expansão monetária, gm.
• No médio prazo temos que ut −1 = ut = un , implicando que
o produto cresce à sua taxa natural : gyt = gy .
__
__
__
__
• Logo, g y = gm − π ⇒ π = gm − g y .
• Assim, no médio prazo, a taxa de inflação é igual a expansão
monetária ajustada (pelo crescimento do produto).
• Observe que o argumento desenvolvido acima é bastante
simples:
• No caso de um aumento da oferta monetária nominal de 10%, caso o
produto ajuste-se aumentando 3%, a taxa de inflação será igual a 7%.
O Médio Prazo
Inflação e desemprego no médio prazo
No médio prazo, o desemprego é igual à taxa natural e a
inflação é igual à expansão monetária nominal ajustada.
Desinflação: Quanto Desemprego? Por Quanto Tempo?
Com expectativas adaptativas o custo do combate à
inflação é dado por um aumento temporário na taxa de
desemprego. Então, devemos nos perguntar: quanto
desemprego ? Por quanto tempo ?
Um ano-ponto de excesso de desemprego é a diferença
entre as taxas de desemprego atual e natural de um ponto
percentual por ano.
Suponha que a curva de Phillips seja dada por:
πt − π t−1 = −α( ut − un )
o
o
Suponha α = 1
Reduzir a inflação em 10 pontos percentuais em cinco anos requer cinco
anos de desemprego 2 pontos percentuais acima da taxa natural.
Reduzir a inflação em 10 pontos percentuais em um ano requer um ano
de desemprego 10 pontos percentuais acima da taxa natural.
Desinflação: Quanto Desemprego? Por Quanto Tempo?
Note que, em cada caso, o número de anos-ponto de excesso de
desemprego para reduzir a inflação em 10 pontos percentuais é
o mesmo.
Logo, com expectativas adaptativas, o Banco Central pode
escolher a distribuição do excesso de desemprego ao longo do
tempo, mas não pode alterar o número total de anos-ponto de
excesso de desemprego.
Uma outra maneira de analisarmos o custo de combate à
inflação é calcularmos a razão de sacrifício.
A Razão de Sacrifício
RS =
anos− ponto de excesso de desemprego
diminuição da inflação
π t − π t −1
n
Como π t − π t −1 = −α (ut − u ) ⇒
= −α
n
ut − u
 ut − u n 
1


Logo, RS = 
=−

α
 π t − π t −1 
Se α = 1 ⇒ π t − π t −1 = −10 ⇒ ut − u n = 10, durante um ano
Se α = 2 ⇒ π t − π t −1 = −10 ⇒ ut − u n = 5, durante dois anos
Observe que o resultado acima é válido, desde que as
expectativas sejam formadas adaptativamente.
Qual seria o resultado se uma modificação na política econômica
conseguisse alterar as expectativas dos agentes econômicos?
Deduzindo a Trajetória da Expansão
Monetária Nominal
Suponha o seguinte processo de desinflação:
O planejamento da desinflação
0
1
2
3
4
5
6
7
8
14
12
10
8
6
4
4
4
4
Taxa de
desemprego(%)
6
8
8
8
8
8
6
6
6
Crescimento do
produto (%)
3
−2
3
3
3
3
8
3
3
Expansão
monetária
nominal (%)
17
10
13
11
9
7
12
7
7
Inflação (%)
Essa tabela mostra a trajetória da expansão monetária nominal
necessária para alcançar 10% de desinflação em cinco anos.
Deduzindo a Trajetória da Expansão
Monetária Nominal
• A trajetória da inflação mostra os valores da inflação antes de
alcançar os 6% desejados.
• A trajetória do desemprego mostra o desemprego requerido para
obter uma queda na inflação.
• A trajetória do produto mostra o crescimento de produto
necessário para alcançar a trajetória do desemprego requerida.
• A trajetória da expansão monetária nominal mostra o crescimento
necessário para alcançar a trajetória do produto requerida.
Deduzindo a Trajetória da Expansão
Monetária Nominal
A trajetória da
desinflação
Cinco anos de
desemprego acima
de sua taxa natural
levam a uma redução
permanente da
inflação.
• Essa figura mostra as trajetórias do desemprego e da inflação
resultantes da trajetória da desinflação na Tabela anterior.
Expectativas, Credibilidade e Rigidez de Preços (ou salários)
• Esta seção examina como as mudanças na formação de
expectativas podem afetar o processo de desinflação.
• Dois grupos distintos de macroeconomistas desafiam a
noção tradicional de que a política pode mudar o timing,
mas não o número de anos-ponto de excesso de
desemprego.
• Veremos que, se as expectativas forem formadas
racionalmente, caso a política de desinflação seja crível e
exista prefeita flexibilidade de preços e salários, o custo da
desinflação pode ser igual a zero (Novos-Clássicos).
• Mesmo com expectativas formadas racionalmente, caso exista
algum tipo de rigidez, mesmo uma política crível de desinflação
elevará a taxa de desemprego (Novos-Keynesianos).
Os Pilares da Teoria Macroeconômica Moderna
(Teoria Neoclássica Contemporânea: NovosNovos-Clássicos e NovosNovos-Keynesianos)
• No início dos anos setenta, após a crítica monetarista, a
economia dava mostras de ser, de alguma maneira, keynesiana
no curto prazo e clássica no longo prazo; ao menos isto era o que
parecia, dada a existência da uma taxa natural de desemprego,
de modo que o trade-off entre inflação e desemprego não podia
manter-se por muito tempo.
• Isto não deixava definida a disputa entre uma política de regras ou
uma política discricionária, mas, pelo menos, centrava
consideravelmente o debate, de forma que tinhamos o que se
convencionou chamar de síntese neoclássica.
• Entretanto, quando monetaristas e keynesianos pareciam tomar
um respiro antes de afinar seus argumentos para um novo
round , um grupo de jovens economistas mudou as regras do
jogo e a disputa passou a se dar em outras frentes.
Os Pilares da Teoria Macroeconômica Moderna
(Teoria Neoclássica Contemporânea: NovosNovos-Clássicos e NovosNovos-Keynesianos)
• Como aconteceu essa mudança ?
• No plano empírico, os modelos existentes não foram capazes de
prever adequadamente as combinações de alto desemprego e
inflação que se verificaram nos países ocidentais no início da
década de 70.
• É verdade que esta incapacidade não se deveu somente a falhas
internas destes modelos, mas também aos choques de oferta
ocorridos neste período, tanto que quando tais choques se
acomodaram, tais modelos voltaram a funcionar satisfatoriamente.
Entretanto a imagem de fracasso e inadequação já havia se
generalizado.
Os Pilares da Teoria Macroeconômica Moderna
(Teoria Neoclássica Contemporânea: NovosNovos-Clássicos e NovosNovos-Keynesianos)
• Mais do que o exposto acima, a ruptura foi teórica. Os modelos
macroeconômicos de então careciam de fundamentação
microeconômica apropriada, o que, do ponto de vista teórico,
parecia inadimissível.
• Como se pode justificar que agentes racionais e otimizadores
mantenham seus salários rígidos em nome de fatores sociológicos e
institucionais, em uma situação de desemprego, quando o racional
seria buscar emprego, mesmo a níveis salariais inferiores ? Ou se
encontrava uma explicação satisfatória ou devia-se abandonar esse
tipo de modelo que usava supostos arbitrários.
• Esta crítica sugere que se produziu uma mudança radical na
forma de se fazer macroeconomia; algo assim como um
mudança de paradigma, de forma que nos dias de hoje é
frequente entre os economistas considerar que qualquer teoria
deve reunir certos requisitos.
Os Pilares da Teoria Macroeconômica Moderna
(Teoria Neoclássica Contemporânea: NovosNovos-Clássicos e NovosNovos-Keynesianos)
• A nova maneira de fazer macroeconomia exige*:
a) Realizar um inventário daqueles fenômenos econômicos
cuja presença em marcos geográficos, culturais e
temporais distintos exige uma explicação que vá mais
além de fatores específicos ou locais.
b) Ter em conta as inter-relações entre os agentes econômicos
(pelo menos o que se espera que façam os demais,
incluindo o governo: jogos dinâmicos).
*Os economistas que aceitam tais pressupostos estão na “corrente principal” de
nossa disciplina (novos clássicos e novos keynesianos), entretanto não há
unanimidade sobre o método correto de se trabalhar em macroeconomia. Veja, por
exemplo: - Mankiw, N. G. (1990) : “A quick refresher course in macroeconomics”.
Journal of Economic Literature, 28.
Os Pilares da Teoria Macroeconômica Moderna
(Teoria Neoclássica Contemporânea: NovosNovos-Clássicos e NovosNovos-Keynesianos)
c) Microfundamentação
• Caso se deseje recorrer a rigidez de preços ou salários,
problemas de coordenação, falhas de mercado, concorrência
imperfeita etc., como fatores explicativos, deve demonstrarse, primeiro, que se trata de fenômenos coerentes com
aquela conduta individual otimizadora e, segundo, que são
suficientemente relevantes e estão presentes com suficiente
frequência para justificar um lugar na teoria macroeconômica.
d) Expectativas Racionais
• Reescrever a macroeconomia a partir da conduta de agentes
racionais, onde se supõe que os agentes econômicos utilizam
toda a informação disponível e não cometem erros
sistemáticos, otimizando suas decisões em um ambiente
estocástico e dinâmico.
Os Pilares da Teoria Macroeconômica Moderna
(Teoria Neoclássica Contemporânea: NovosNovos-Clássicos e NovosNovos-Keynesianos)
e) A econometria deve mudar, por uma questão de coerência,
já que as expectativas baseiam-se, também, nas regras de
política econômica dos governos, de modo que, se mudam as
regras, mudam as expectativas, ou seja, os agentes
econômicos mudam o seu comportamento, alterando os
parâmetros do modelo.
NovosNovos-Clássicos: Flexibilidade de Preços e Salários
• Expectativas Racionais
• Os indivíduos utilizam todas as informações disponíveis, bem como
seu entendimento de como funciona a economia quando formam
suas expectativas. Então, de acordo com a terceira hipótese, as
expectativas são formuformuladas de acordo com a equação de
J.Muth (1961):
Pt = Et −1 [ P | I t −1 ]
e
• Onde Pt e é a expectativa ótima de Pt no momento t-1, dadas todas
as informações disponíveis (It-1).
• Versão Forte → E ( P e ) = P : os agentes sempre acertam (na média).
• Versão Fraca → cov ( ε t , ε t −1 ) = 0 : erros não correlacionados.
NovosNovos-Clássicos: Flexibilidade de Preços e Salários
• Para os economistas novos-clássicos o produto real e o emprego
não são afetados por mudanças sistemáticas na política
econômica, pois estas são antecipadas.
• Portanto, somente o componente não antecipado da política
econômica possui efeito sobre as variáveis reais (informações
imperfeitas fazem com que o produto se desvie do seu nível
potencial).
NovosNovos-Keynesianos: Rigidez de Preços e/ou Salários
• Admitem todos os supostos da economia novo-clássica, exceto
a flexibilidade de preços e salários.
• Dito de outro modo, os modelos novos-keynesianos tratam de
microfundamentar a rigidez.
• Note então, que este seria o motivo para a existência das
flutuações cíclicas.
• Um aumento da demanda agregada eleva o produto caso P e
w não sejam flexíveis, mesmo que as expectativas sejam
formadas racionalmente.
• Vamos ver alguns argumentos que foram microfundamentados
pelos economistas novos-keynesianos.
NovosNovos-Keynesianos: Rigidez de Preços e/ou Salários
• Custos de Menu
• Uma das razões porque os preços não se ajustam
instantaneamente está no fato deste ajuste envolver custos.
Para mudar seus preços a firma deve reunir seus gerentes ou
diretores, enviar novos catálogos, recalibrar máquinas, etc. Tais
custos fazem com que a firma opte, em alguns momentos por
não alterar preços, mesmo com o aumento da demanda.
• Dito de outro modo, pode ser ótimo para a firma não modificar
seus preços em resposta a uma pequena variação na demanda
agregada.
NovosNovos-Keynesianos: Rigidez de Preços e/ou Salários
• Salários de Eficiência
• Teoria que tenta explicar a rigidez do salário real como resultado
do custo de avaliar o esforço e a produtividade isoladamente.
• É caro monitorar o trabalho, e custo de oportunidade de ser
demitido é dado pelo salário que o funcionário estava recebendo,
menos o salário que pode receber em um outro emprego. Desta
forma, a empresa pode achar conveniente pagar um salário acima do
salário de equilíbrio em um mercado racionado (e não reduzi-lo no
caso de uma recessão), pois desta forma o custo de oportunidade de
ser demitido passa a ser alto, o que deve fazer com que o
empregado não “engane” no trabalho, aumentando a produtividade.
• Desta forma, o que estamos dizendo é que as firmas tem um custo
em reduzir salários que é representado pela diminuição da
produtividade pela maior morosidade no trabalho.
NovosNovos-Keynesianos: Rigidez de Preços e/ou Salários
• Falhas de Coordenação
• Como, obviamente, a recessão é indesejável, se a sociedade não
atinge um resultado melhor, desejado por todos, isto deve estar
associado a alguma falha de coordenação.
• Os problemas de coordenação podem aparecer na fixação de preços
e salários, porque aqueles que os determinam devem antecipar a
ação dos outros fixadores de preços e salários.
• Para ver como uma recessão pode surgir de uma falha de
coordenação, considere o seguinte exemplo, onde a economia é
composta de duas firmas que devem decidir o comportamento
de seus preços após uma queda na oferta monetária.
Obviamente o objetivo de ambas é a maximização do lucro, mas
isto não depende somente de suas decisões quanto ao preço
cobrado, como mostra a tabela abaixo:
NovosNovos-Keynesianos: Rigidez de Preços e/ou Salários
o Se ambas as firmas decidem não cortar preços, com os saldos monetários reduzidos,
ambas obterão um lucro de US$ 15, com a economia entrando em recessão.
o Se ambas as firmas cortam preços (conseguem se coordenar), a recessão será evitada e
ambas terão um lucro de US$ 30.
o Se uma firma reduz seu preço e a outra não, a economia enfrentará uma recessão e a
empresa que reduziu seu preço terá um lucro de US$ 5, contra um lucro de US$ 15 da
firma que manteve seu preço elevado.
NovosNovos-Keynesianos: Rigidez de Preços e/ou Salários
• Modelo insider-outsider
• Essa abordagem mostra como os insiders podem obter uma posição de
monopólio nas alocações de trabalho. Dito de outra forma, os
sindicatos trabalham em favor dos seus membros (empregados
sindicalizados), buscando o melhor para eles, ou seja, buscam a
preservação do emprego e ganhos salariais, o que torna os salários
rígidos para baixo, prejudicando os outsiders. Note que este fato pode
fazer com que a taxa de desemprego seja permanentemente alta.
• Defasagem Salarial (ou Reajustes Descompassados)
• Dada uma redução na oferta monetária e a consequente redução na
demanda agregada, seria necessário um corte nos salários para evitar a
recessão. Um trabalhador racional aceitaria um corte em seu salário se
todos os outros aceitassem, de forma que seu poder de compra
relativo fosse preservado. Entretanto, como a fixação de salários é
descompassada, o trabalhador relutará em ser o primeiro, pois, no
mínimo, temporariamente ele terá uma perda relativa. Além disso
nada garante que os outros procedam da mesma forma adiante. Desta
forma, a relutância individual ao corte salarial torna o nível global de
salário rígido.
Expectativas e Credibilidade: a Crítica de Lucas
• A crítica de Lucas afirma que não é realista supor que os
fixadores de preços e salários não considerariam mudanças
na política econômica ao formarem suas expectativas.
• Se fosse possível convencer os fixadores de salários de que a
inflação seria menor do que a do ano anterior, eles baixariam
suas expectativas de inflação, o que por sua vez diminuiria a
inflação atual, sem necessidade de uma mudança na taxa de
desemprego.
• Thomas Sargent, que trabalhava com Robert Lucas,
argumentou que, para alcançar a desinflação, o aumento no
desemprego poderia ser pequeno.
• Segundo ele, o ingrediente essencial da desinflação bemsucedida era a credibilidade da política econômica – a
convicção de que o banco central de fato estava
comprometido com a redução da inflação.
Expectativas e Credibilidade: a Crítica de Lucas
O Efeito das Expectativas Racionais no Caso da Desinflação
Tomar a equação π t = π t − α(u t − u ) , que com expectativas
adaptativas estáticas equivale a πt − πt −1 = −α(u t − u n ) como
dada, seria equivalente a supor que os fixadores de preços e
salários continuariam a esperar que a inflação futura fosse
mesma do passado e que não se alteraria em resposta a uma
mudança na política econômica.
e
n
Robert Lucas: Por que os fixadores de preços e salários não
deveriam levar em consideração as mudanças na política
econômica ?
Sendo crível a promessa do Bacen de desinflacionar isso
deveria reduzir a expectativa de inflação, reduzindo a inflação
sem a necessidade de um desemprego muito elevado ou
prolongado.
Expectativas e Credibilidade: a Crítica de Lucas
A Lógica do Argumento:
(
)
e
n
π
=
π
−
α
u
−
u
Se t
e π t t = π t −1 , para reduzir a inflação,
t
t
devemos ter (u > u n .)
e
n
Suponha agora que πt = πM −α ( ut − u ) , onde π M é a meta de
inflação anunciada pelo Bacen, o que equivale a dizer
que πet = πM .
Desta forma, o anúncio de uma meta de inflação menor por
parte do Bacen reduziria a expectativa de inflação e a própria
inflação, sem que a taxa de desemprego se desviasse do seu
nível natural.
Expectativas e Credibilidade: a Crítica de Lucas
Mais Credibilidade X Menos Credibilidade
[
]
Suponha que π et = λπ M + (1 − λ )π t −1
e
λ
=
1
⇒
π
Se
t = π M ⇒ credibilidade completa
Se λ = 0 ⇒ πet = πt −1 ⇒ ausência de credibilidade
Desinflação Rápida ou Lenta ?
Seria mais provável um menor custo no primeiro caso, pela
maior dificuldade de mudanças e desistências ao longo do
caminho.
Rigidez Nominal e Contratos
• Uma visão oposta foi considerada por Stanley Fischer e John
Taylor. Eles enfatizavam a existência de uma rigidez nominal ou o
fato de que muitos salários e preços não costumam ser
reajustados quando há mudança na política.
• Para os salários fixados antes da mudança na política, a inflação
já estaria embutida nos acordos salariais existentes.
• Taylor argumentou que o escalonamento das decisões salariais
impunha fortes limitações sobre como uma desinflação rápida
poderia ser implementada.
• Para reduzir o custo do desemprego resultante da desinflação,
seria necessário dar tempo aos fixadores de salários para
levarem em conta a mudança na política econômica.
• Uma desinflação com credibilidade poderia ter um custo
menor caso o banco central optasse por uma desinflação
lenta.
Rigidez Nominal e Contratos
• Desinflação sem desemprego no modelo de Taylor:
escalonamento das decisões salariais, a desinflação deve ser
implementada lentamente para evitar o aumento do desemprego
A Desinflação Norte-Americana de 1979-1985
Inflação e desemprego, 1979-1985
Em porcentagem
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
Crescimento do PIB
2,5
− 0,5
1,8
− 2,2
3,9
6,2
3,2
Taxa de desemprego
5,8
7,1
7,6
9,7
9,6
7,5
7,2
13,3
12,5
8,9
3,8
3,8
3,9
3,8
Desemprego acumulado
1,0
2,6
6,3
9,9
11,4
12,6
Desinflação acumulada
0,8
4,4
9,5
9,5
9,4
9,5
1,25
0,59
0,66
1,04
1,21 1,32
Inflação pelo IPC
Taxa de sacrifício
• O desemprego acumulado é a soma dos anos-ponto de excesso de
desemprego a partir de 1980, com base em uma taxa natural de
desemprego de 6%. A desinflação acumulada é a diferença entre a
inflação em um dado ano e a inflação em 1979. A taxa de sacrifício
é o quociente entre o desemprego acumulado e a desinflação
acumulada.
• A Desinflação Norte-Americana de 1979-1985
• A desinflação nos Estados Unidos no início da década de 1980
esteve associada a um aumento substancial no desemprego.
A relação da curva de Phillips provou ser mais consistente do
que muitos economistas previram.
• A Evidência Empírica de Laurence Ball
• Laurence Ball, que examinou 65 episódios de desinflação,
concluiu que:
• Desinflações geralmente conduzem a um período de maior
desemprego.
• Desinflações mais rápidas estão associadas a quocientes de
sacrifício menores.
• As taxas de sacrifício são menores em países que têm
contratos salariais mais curtos.
Ciclos Econômicos Reais
(Novos(Novos-Clássicos: Abordagem Alternativa Para os Ciclos Econômicos)
Teoria que explica os ciclos econômicos através das variações
(choques) tecnológicas, ou seja, choques aleatórios na tecnologia,
propagados em mercados competitivos, fazem com que o
produto real flutue.
Note então, que esta teoria, apesar de desenvolvida e
defendida por economistas novos clássicos, é diferente da ideia de
ciclo de Robert Lucas que vimos anteriormente.
Supondo um choque tecnológico positivo, que aumente a
produtividade, as firmas aumentam a demanda por trabalho (a
produção aumenta mesmo que o nível de emprego não
aumente). Para que o emprego se expanda, é necessário que a
oferta de trabalho seja ascendente, ou seja, é necessário que
o efeito substituição domine o efeito renda.
Ciclos Econômicos Reais
(Novos(Novos-Clássicos: Abordagem Alternativa Para os Ciclos Econômicos)
• Mesmo que o ES domine o ER no mercado de trabalho, qual o
motivo de uma pequena variação no salário real alterar de
maneira considerável o produto e o emprego ?
• Os defensores da teoria do ciclo real argumentam que a grande
resposta da mão-de-obra, dada uma pequena variação no salário
real, é devida à substituição intertemporal da mão-de-obra.
Ciclos Econômicos Reais
(Novos(Novos-Clássicos: Abordagem Alternativa Para os Ciclos Econômicos)
A teoria dos ciclos reais afirma que os agentes econômicos
ofertam uma quantidade de trabalho variável no tempo,
trabalhando mais horas quando o salário real estiver
temporariamente alto e menos horas quando
estiver
temporariamente baixo.
Neste caso, a substituição não é estática entre renda e lazer
e sim entre trabalhar em um ou em outro período, escolha que
é feita de acordo com o preço relativo intertemporal, que mede
o ganho de trabalhar no primeiro período em relação ao
ganho de trabalhar no segundo período, de forma que:
Preço Relativo intertemporal =
(1 +
R )W 1
W2
Ciclos Econômicos Reais
(Novos(Novos-Clássicos: Abordagem Alternativa Para os Ciclos Econômicos)
Representando o salário real por W, estamos dizendo que os
agentes optam por trabalhar mais no primeiro período caso
seus rendimentos sejam maiores em comparação com o
segundo período, o que acontece se o salário real do primeiro
período aumentar temporariamente ou se a taxa de juros subir.
Note então que, apesar dos choques tecnológicos serem a
principal fonte das flutuações, a variação dos gastos do governo
também fazem o produto flutuar; não pela variação da
demanda, como nos modelos keynesianos, mas pela variação da
oferta de mão-de-obra intertemporalmente.
Ciclos Econômicos Reais
(Novos(Novos-Clássicos: Abordagem Alternativa Para os Ciclos Econômicos)
Condições Para a Existência de Substituição Intertemporal de
Trabalho
os agentes devem ter grande flexibilidade de poder substituir
o trabalho no tempo
(tecnicamente, a elasticidade
intertemporal de substituição do lazer deve ser grande;
os trabalhadores devem considerar as modificações no salário
real como transitórias, para que estejam dispostos a variar
consideravelmente a oferta de trabalho.
Outro aspecto importante que deve ser destacado é o fato da
produção ser maior que a tendência usual em vários períodos
após o choque. Tal fato é explicado pelo aumento da PmgK
após um choque tecnológico positivo, que aumenta os
investimentos e o estoque de capital, provocando um
aumento persistente da produção acima da tendência anterior.
Ciclos Econômicos Reais
(Novos(Novos-Clássicos: Abordagem Alternativa Para os Ciclos Econômicos)
• Explicando as Recessões
• Pelo que vimos até agora, as recessões devem ser explicadas
pelo retrocesso tecnológico, o que é uma explicação
controvertida. Os defensores do modelo argumentam que há
muitos acontecimentos que, embora não possam ser
considerados tecnológicos no sentido literal da palavra afetam
a economia de uma forma muito semelhante aos choques
tecnológicos. Desta forma, condições climáticas adversas,
aprovação de uma legislação ambiental muito restritiva ou
aumento no preço de um insumo básico como o petróleo,
são fatores que reduzem a capacidade da economia de
transformar capital e trabalho em bens e serviços.
Ciclos Econômicos Reais
(Novos(Novos-Clássicos: Abordagem Alternativa Para os Ciclos Econômicos)
• Neutralidade da Moeda
• Pelo próprio nome, teoria dos ciclos reais, nota-se que o ciclo
econômico não pode ser causado pelas flutuações da oferta
monetária, ou seja, a moeda é considerada neutra.
• Os críticos argumentam que a evidência empírica não sustenta
tal hipótese, a medida em que variações na oferta monetária e
na taxa de inflação estão, quase sempre associadas as flutuações
no produto. Entretanto, os defensores da teoria do ciclo real
argumentam que existe uma confusão de causalidade, a
medida em que as flutuações no produto real é que causam
variações na oferta monetária. Por exemplo, dado um choque
tecnológico positivo, que aumente o produto real e a demanda
por moeda, o Banco Central, via de regra aumenta a oferta
monetária para fazer frente a maior demanda.
Exemplos
Exemplo 1 – ANPEC – 2002 – Questão 8
V
F
F
F
V
• Sobre o mercado de trabalho e a Curva de Phillips, pode-se afirmar que:
a) O aumento da taxa de rotatividade no emprego tende a elevar a taxa
natural de desemprego.
b) A adoção de políticas de seguro-desemprego tende a reduzir a taxa
natural de desemprego.
c) A formulação da curva de Phillips que incorpora as expectativas em
relação à inflação é incompatível com a ocorrência de períodos de
estagflação.
d) A existência de uma taxa natural de desemprego implica que a curva de
Phillips de longo prazo é horizontal.
e) Como a hipótese de expectativas racionais não implica previsão perfeita,
ela é compatível com a ocorrência de desvios da taxa de desemprego em
relação a seu valor natural.
a) A maior rotatividade aumenta o desemprego “friccional”, aumentando
a taxa natural de desemprego.
b) Como vimos, um aumento do seguro-desemprego reduz o custo de
oportunidade do trabalhador ficar desempregado, aumentando assim
o tempo médio que o trabalhador fica desempregado. Com isso,
temos um aumento da taxa natural de desemprego.
d) Como vimos, ela é vertical.
e) Uma política monetária não anunciada faz com que o nível de preços
supere o nível de preços esperado. Com isso, o produto se desvia do
seu nível natural (fica maior).
c) Observe que um choque adverso de oferta eleva a taxa de inflação
(desloca a curva de Phillips para cph2). Caso a expectativa de inflação
supere a inflação efetiva, teremos uma combinação de desemprego maior
com inflação mais elevada.
π
cphLP
π t +1 = 7%
π t = 5%
6% 8%
u
cph2 (π te+1 = 10% )
cph1 (π te = 5% )
Exemplo 2 – ANPEC – 2002 – Questão 9
F
V
V
F
V
• Indique se as afirmações abaixo, relativas às teorias dos ciclos reais e
novo-Keynesianas, são falsas ou verdadeiras:
a) Uma das características da teoria dos ciclos reais é a rigidez de preços.
b) De acordo com a teoria dos ciclos reais, a oferta de trabalho varia
diretamente com a taxa de juros.
c) Segundo a teoria dos ciclos reais, a deterioração da tecnologia
disponível é uma das explicações para a ocorrência de períodos de
queda no emprego agregado.
d) Nos modelos novos-Keynesianos, a moeda é neutra e endogenamente
determinada.
e) Para os novos-Keynesianos, uma falha de coordenação pode suscitar
rigidez de preços e salários, da qual decorreriam situações de
desemprego.
Respostas
A) Falsa, pois o modelo pressupõe preços e salários flexíveis.
B) Verdadeira. Note que o aumento da taxa real de juros aumenta a oferta
de trabalho no momento presente.
P re ç o R e la tiv o In te r te m p o r a l =
(1 +
R )W 1
W2
R ↑ →  (1 + R ) W 1  > W 2 → L1S ↑
C) Verdadeiro.
D) Falso. Na existência de rigidez de preços e salários um aumento na
demanda agregada possui efeitos reais.
E) Como vimos: verdadeira.
Exemplo 3 – ANPEC – 2003 – Questão 8
F
V
V
V
V
Avalie as proposições:
a) É consenso entre as diferentes visões dos economistas que
expectativas racionais implicam pleno-emprego.
b) Segundo os novos clássicos, os choques de oferta explicam os ciclos
econômicos.
c) Para os novos keynesianos, a rigidez de preços pode ser ótima para as
empresas, em vista dos chamados custos de menu.
d) Para os novos clássicos, os mercados estão sempre em equilíbrio.
e) Na Teoria Geral, de Keynes, os salários reais têm comportamento anticíclico.
Respostas
a) Falsa
As escolas novo-clássica e dos ciclos reais de negócios postulam,
respectivamente, que na ausência de informações assimétricas ou choques
reais sobre a oferta, a economia opera no ponto de pleno emprego.
A hipótese de expectativas racionais em si é apenas uma conjectura sobre
como os agentes econômicos formam suas expectativas. O pressuposto
básico é de que os agentes econômicos não cometem erros sistemáticos,
pois utilizam de forma eficiente o conjunto de informações disponível; isso
elimina o problema das expectativas adaptativas, onde os erros de previsão
estavam serialmente correlacionados.
Adicionalmente, observe que, a combinação de expectativas racionais
(mesmo na sua versão forte) com rigidez, não implica em pleno emprego.
b) Verdadeira
Os autores da teoria dos CER também são chamados de novos-clássicos.
Respostas
c) Verdadeira
Como vimos: verdadeira.
d) Verdadeira
Como vimos: verdadeira.
e) Verdadeira
Na teoria keynesiana o salário nominal é rígido. Logo:
 __ 
w

DA ↑→ Y ↑→ u ↓→ P ↑→
↓
P
 
Exemplo 4 – ANPEC – 2003 – Questão 9
V
V
F
V
F
• Avalie as proposições que se seguem, relativas ao comportamento da
oferta agregada:
a) Segundo os novos clássicos, a elasticidade da oferta aumentará se os
produtores, interpretarem como um aumento do preço relativo de seus
produtos o que é de fato um aumento geral de preços.
b) Segundo a abordagem de Friedman, curva de Phillips passa a explicar a
aceleração da taxa de inflação (e não simplesmente a taxa de inflação).
c) Quanto mais horizontal for a curva de Phillips, menor será o sacrifício
decorrente do processo de estabilização.
d) Conforme os novos keynesianos, quanto mais frequentes forem os
reajustes de preços e salários diante de choques de demanda, mais
vertical será a curva de Phillips.
e) Quando os preços esperados forem idênticos aos preços realizados, a
curva de oferta será horizontal.
• Item A:
• Lembre-se do requisito da microfundamentação dos modelos econômicos.
• A Curva de Oferta da Firma
• Segundo a teoria microeconômica, a firma produz até o ponto onde
P = Cmg, onde P depende do preço dos insumos. Se o preço da firma
subir em relação aos outros preços, inclusive seus insumos, a firma produzirá
mais. Todavia, se todos os outros preços subirem proporcionalmente ao
preço do produto da firma, esta não será estimulada a produzir mais. Desta
forma, temos:
• Yi = h(Pi - P) + Yi*
Curva de Oferta de Firma
• Onde:
•
•
•
•
•
Yi = produção da firma;
Pi = preço da firma;
P = nível geral de preços;
Yi* = produção potencial da firma;
h = parâmetro que mede a sensibilidade das alterações na produção da
firma em relação às alterações nos preços relativos.
• Observe então, que a diferença entre Pi e P eleva a quantidade ofertada.
Logo, a curva de oferta da firma será menos inclinada (mais achatada)
quanto mais os agentes interpretarem um aumento nos seus preços como
um aumento de preços relativo.
• Observe também que, como o nível de preços pode não ser conhecido com
precisão, as firmas, muitas vezes devem estima-lo. Assim: Yi = h(Pi - Pe) + Yi* .
Note que trata-se da curva de oferta agregada de Lucas, onde Pe deve ser
estimado, utilizando expectativas racionais.
• Item B:
n
• Como vimos: π t = π t −1 − α ( ut − u ) .
• Logo, caso a taxa de desemprego seja mantida abaixo da taxa natural, a
taxa de inflação subirá permanentemente.
• Item C:
• Quanto mais horizontal a curva de Philips, maior será o desemprego
requerido para reduzir a inflação. Logo, maior a taxa de sacrifício.
• Item D:
• Quanto mais frequentes os reajustes de preços e salários após choques de
demanda, mais a economia se aproxima da hipótese de flexibilidade de P e
w. Portanto, menor será o efeito sobre o produto e o emprego decorrente
de uma variação da demanda agregada (curva de Phillips mais vertical).
• Item E:
Como Yt = Yn + β ( Pt − Pt e ) → Se Pt = Pt e → Yt = Yn → ut = u n .
• Neste caso, a curva de oferta agregada, assim como a curva de Phillips, são
retas verticais.
Exemplo 5 – ANPEC – 2004 – Questão 6
V
F
V
F
V
• Empregando os conceitos de curva de oferta agregada e de curva de
Phillips, julgue as proposições:
a) Conforme a curva de oferta de Lucas, somente o componente nãoantecipado de uma expansão monetária afeta o produto real.
b) A política monetária exerce impacto real sobre o produto de longo prazo
somente quando os agentes econômicos formam expectativas
adaptativas.
c) Dado que os agentes formam expectativas racionais, o viés inflacionário
da política monetária discricionária decorre da inconsistência
intertemporal do anúncio, por parte da autoridade monetária, de que
perseguirá uma inflação baixa.
d) No longo prazo, a possibilidade de que políticas ativas de administração
da demanda sejam utilizadas para reduzir a taxa de desemprego,
trazendo-a para um nível inferior à taxa natural, independe do formato
da curva de Phillips.
e) O custo, em termos de queda do produto real, de uma política
econômica crível de redução da taxa de inflação é menor quando os
agentes econômicos formam expectativas racionais do que quando
formam expectativas adaptativas.
• Item A: conforme vimos, verdadeiro.
• Item B: com expectativas adaptativas a política monetária exerce impacto
sobre o produto somente no curto prazo.
• Item C: caso o Bacen atue discricionariamente, existe a possibilidade dele
ser inconsistente dinamicamente. Ele pode anunciar uma política de inflação
baixa para afetar as expectativas dos agentes econômicos. Depois de
formadas as expectativas, ele pode renegar o anúncio, tentando tirar
proveito do trade-off de curto prazo entre produto e inflação. Entretanto, se
as expectativas são formadas racionalmente, os agentes econômicos sabem
disso. Desta forma, dada essa possibilidade, cria-se o que é conhecido como
viés inflacionário: a expectativa de inflação tende a ser maior quando a
política monetária não está sujeita a uma regra (quando é discricionária).
• Item D: falso, pois depende.
• Item E: como vimos, é verdadeiro, pois caso as expectativas sejam formadas
racionalmente e a política monetária seja crível, uma política de desinflação
anunciada tende a reduzir a expectativa de inflação, reduzindo assim o custo
de desinflacionar.
Exemplo 6 – ANPEC – 2008 – Questão 6
F
F
V
V
V
• Com base na curva de Phillips aumentada de expectativas, e pressupondo
tudo o mais constante, julgue as afirmativas:
a) Se a taxa de inflação é igual à taxa de inflação esperada, o desemprego
é nulo.
b) Se as expectativas são racionais, uma redução da inflação não aumenta
o desemprego, mesmo no curto prazo.
c) Um aumento não antecipado na taxa de inflação reduz o desemprego
no curto prazo.
d) Uma redução na taxa de inflação, mesmo quando perfeitamente crível,
pode aumentar o desemprego no curto prazo, caso salários e preços
sejam fixados de forma escalonada.
e) Um aumento na expectativa de inflação elevam a inflação e o
desemprego no curto prazo.
• Item A: nesse caso, a taxa de desemprego é igual à taxa natural.
• Item B: se tivermos rigidez de preços ou salários, mesmo com as
expectativas sendo formadas racionalmente, uma política monetária
contracionista reduzirá o produto e aumentará a taxa de desemprego.
• Item C: como vimos, verdadeiro.
• Item D: como vimos no item B, verdadeiro.
• Item E: um aumento da expectativa de inflação aumenta a inflação efetiva.
Um aumento da inflação reduz a taxa de crescimento do produto,
aumentando assim a taxa de desemprego.
Curva de Phillips : π t = π te − α ( ut − u n ) → π te ↑⇒ π t ↑
Como g yt = g mt − π t : se π t ↑⇒ g yt ↓
__


Pela Lei de Okun : ut − ut −1 = − β  g yt − g y  → g yt ↓⇒ ut ↑


Exemplo 7 – ANPEC – 2009 – Questão 12
• Suponha uma economia caracterizada pela seguinte Curva de Phillips:
π = π e + 0,5 (Y − Yn )
• Em que Y é o produto e Yn é o nível natural de produto (produto
potencial). Além disso, π é a taxa de inflação, πe é a taxa de inflação
esperada, sendo ambas expressas em percentuais ao ano (ou seja, se a
inflação é 1% a.a, então π = 1). Os agentes devem formar expectativas de
inflação antes de observá-la. Há dois cenários possíveis: inflação alta (i.e.,
π = 10) e inflação baixa (i.e., π = 2). O público atribui 25% de chance ao
cenário de inflação alta e 75% de chance ao cenário de inflação baixa.
Supondo Yn = 50, calcule o produto caso o cenário de inflação alta ocorra.
π = π e + 0,5 (Y − Yn )
π te = 0, 25 • π Alta + 0,75 • π Baixa → π te = 0, 25 •10% + 0,75 • 2% → π te = 4%
• O produto natural é igual a 50. Queremos calcular o produto efetivo
quando ocorre o cenário de inflação alta, isto é, π = 10%.
• Logo, como π = π e + 0,5 (Y − Yn ) :
10 = 4 + 0,5 (Y − 50 ) → 0,5Y = 25 + 10 − 4 → Y = 62
• Observe que o produto é maior que o seu nível potencial, pois a inflação é
maior que a inflação esperada.
Curva de Phillips de longo prazo: associada
à taxa natural de desemprego.
π
cphLP
cph1 (π te = 4% )
π t = 10%
π t = 4%
Y n = 50
Y = 62
Y
Exemplo 8 – ANPEC – 2010 – Questão 8 – Mod.
• Considere a curva de Phillips: π t = π te − 2 ( ut − 0,10 ) ;
onde π t , π te e ut são, respectivamente, a inflação no ano t, a inflação
esperada para t e a taxa de desemprego em t. No ano 1, a economia
encontra-se em uma situação em que π t = π te = 0,10 . O Banco Central,
que controla diretamente a taxa de inflação, anuncia a implementação, a
partir do ano 2, de uma política de desinflação visando trazer a inflação
para 0,04 (isto é, 4%).
• A razão de sacrifício (ou taxa de sacrifício) é o aumento na taxa de
desemprego (acumulado ao longo do período de desinflação) dividido
pela queda na taxa de inflação.
• Com base nessas informações, julgue as seguintes afirmativas:
V a) Se as expectativas são racionais e o Banco Central é capaz de adotar um
mecanismo de comprometimento crível, a desinflação é imediata e a razão
de sacrifício é zero;
F b) Se π te = π t −1 , a razão de sacrifício independe da velocidade de desinflação e
é igual a 2;
da inflação
V c) Se as expectativas de inflação são uma média ponderada
passada e da meta de inflação de 4%, de modo que πte = ( 0,5) πt −1 + ( 0,5) 0,04 ,
a razão de sacrifício é maior do que no caso a.
Resolvendo
O Bacen ajustará a taxa de inflação para 4% no ano 2.
No ano 1, temos:
π1 = π1e − 2 ( u1 − 0,10 ) → 0,1 = 0,1 − 2 ( u1 − 0,10 ) → u1 = u n = 10%
A) Verdadeira
Como vimos, com expectativas são racionais e credibilidade
completa, teremos:
π 2 = π 2e = 0,04 → 0, 04 = 0,04 − 2 ( u1 − 0,10 ) → u1 = u n = 10%
Logo, a taxa de desemprego não se altera. Portanto, a razão se
sacrifício é igual a zero.
B) Falsa
Como vimos, com expectativas adaptativas a velocidade da
desinflação não altera a razão de sacrifício, mas nesse caso a RS
é igual a 0,5.
n

 1
u
−
u
n
t
π t = π t −1 − α ut − u → RS = − 
 = = 0,5
 π t − π t −1  α
(
)
Como a é igual a 2, reduzir a inflação em 2 p.p. exige 1 anoponto de excesso de desemprego. Logo, para reduzir a inflação
em 6 p.p. , teremos 3 anos-ponto de excesso de desemprego.
Assim, RS = 0,5.
C) Verdadeira
No caso da existência de inércia inflacionária, o custo da
desinflação não é igual a zero, como no item a.
Exercícios de Concursos
1) Economista – STN - 2013
• 35- Suponha uma economia representada pelas seguintes equações:
• I. Lei de Okun: μ1 – μt-1 = – 0,5gyt – 0,5
• II. Demanda agregada: gyt = gmt – πt
• III. Curva de Phillips: πt – πt-1 = –(μ – 0,02)
a) caso a taxa de desemprego vigente seja igual à natural e a taxa de
inflação em vigor seja de 2%, uma taxa de crescimento monetário de 6%
manterá constante a taxa de desemprego.
b) a taxa de desemprego natural é igual a 2%.
c) para manter a inflação nula é necessário expandir a demanda em 10%.
d) se a taxa de desemprego vigente for maior que a taxa natural, a taxa de
inflação vigente será maior que aquela que seria observada caso a taxa
de desemprego vigente fosse igual à taxa natural.
e) admitindo a hipótese das expectativas racionais, a taxa de inflação será
igual a 5%.
2) Economista – STN - 2013
• 36- A hipótese de expectativas racionais considera que:
a) em sua versão fraca, os agentes usam as informações passadas e os
agentes não comentem erros sistemáticos.
b) o valor esperado da inflação é igual à inflação efetiva e a covariância dos
erros igual a zero. Assim, a principal hipótese é de que a política
monetária tem pleno efeito sobre o produto e os preços da economia.
c) a curva de Phillips é vertical, tanto no curto quanto no longo prazo, de
modo que os desvios ocorrem apenas em função de choques não
antecipados.
d) em sua versão forte, considera que os agentes só levam em conta as
informações do passado.
e) a curva de Phillips é horizontal no curto prazo.
O fato das expectativas serem formadas racionalmente não garante
que a curva de Phillips seja vertical no curto prazo, pois na
existência de rigidez de preços ou salários a política econômica,
mesmo que antecipada, possuirá efeitos reais.
3) Eletrobrás – Economia – 2001
• 46 - A Curva de Phillips mostra que:
a) a redução da inflação exige um período de desemprego mais
alto e redução da produção, na ausência de um choque de
oferta favorável;
b) a credibilidade da política econômica é fundamental para o
combate à inflação;
c) se a política econômica parecer consistente, a redução da
inflação se dará sem qualquer queda no produto;
d) o desemprego e a inflação são positivamente relacionados;
e) o combate à inflação demanda a adoção de instrumentos
heterodoxos de política econômica tais como controle de
preços e salários.
• Resposta: (A).
• A curva de Phillips original, onde, supostamente, existe uma possibilidade
de troca permanente entre inflação e desemprego, exige uma taxa de
desemprego permanentemente mais elevada para que a inflação seja
menor. Já no caso da curva de Phillips expandida pelas expectativas
(adaptativas), a redução da inflação exige um aumento temporário da taxa
de desemprego, o que faz com que o nível de atividade econômica diminua
no curto prazo.
• Item (b): a credibilidade da política monetária reduz o custo de combate à
inflação, mas não é indispensável.
• Item (c): a desinflação indolor só é possível quando as expectativas são
formadas racionalmente, com credibilidade completada política monetária
e preços e salários flexíveis.
4) (BNDES – Economista – 2002)
08. A curva de Phillips de curto prazo, expandida pelas expectativas,
pode ser resumida pela expressão:
π t = π te − β ( ut − u ∗ ) + ε
Onde:
π t = taxa de inflação
π te = taxa de inflação esperada
ut = taxa de desemprego
u ∗ = taxa natural de desemprego
ε = choque de oferta
β = parâmetro positivo
• Analisando-se a expressão acima, pode-se afirmar que
a) desde que não haja choques de oferta e que a taxa de desemprego
esteja muito próxima da taxa natural, a inflação tende a desaparecer
por si mesma por não ter qualquer componente inercial.
b) a taxa de inflação está correlacionada positivamente com a taxa de
desemprego e negativamente com a inflação esperada pelos agentes
econômicos.
c) se os agentes econômicos tiverem expectativas racionais, o Governo
terá êxito em reduzir rapidamente a inflação anunciando medidas de
política monetária e/ou política fiscal restritivas da demanda
agregada, desde que os agentes se convençam de que tais medidas
serão realmente implementadas.
d) a taxa de inflação tende a diminuir quanto mais próxima a taxa de
desemprego estiver de sua taxa natural.
e) a taxa de inflação será sempre constante, qualquer que seja o
desemprego cíclico e mesmo na presença de choques de oferta.
• Item (a): Falso.
• Observe que podemos ter u = un com qualquer taxa de inflação.
• Item (b): Falso.
• A taxa de inflação está negativamente correlacionada com a taxa de
desemprego e positivamente correlacionada com a taxa de inflação
esperada.
• Item (c): Verdadeiro.
• Com expectativas racionais e credibilidade completa da política
monetária o custo da desinflação pode ser igual a zero.
• Item (d): Falso.
• A inflação tende a diminuir caso u = un .
• Item (e): Falso.
• A inflação se eleva quanto maior a diferença entre un e u , quanto
maior a inflação esperada e também aumentará no caso da existência
de choques adversos de oferta.
5) Eletrobrás – Economista – 2005
• 60 – A Curva de Phillips foi um instrumento importante na discussão das
alternativas de política econômica com que se defrontavam os policymakers durante o período da Golden Age. Em relação à Curva de Phillips,
é INCORRETO afirmar que: Dado o que vimos, as respostas são automáticas
a) na versão de Friedman, só existiria o trade-off entre inflação e
desemprego no curto-prazo;
b) de acordo com os autores que usam o modelo de expectativas
racionais, o trade-off entre desemprego e inflação não existiria nem no
curto-prazo;
c) uma curva de Phillips negativamente inclinada significaria que um
corte de tributos aumentaria a demanda agregada, diminuindo o
desemprego, mas elevando a taxa de inflação;
d) o aumento da taxa de inflação necessária a redução do desemprego
seria tanto menor quanto maior fosse a capacidade ociosa da
economia;
e) a versão aceleracionista da Curva de Phillips foi desenvolvida por
autores keynesianos.
6) Min. Público de Rondônia – Analista Econômico – Cesgranrio – 2001
• 24. No modelo IS-LM/OA-DA, uma política monetária expansionista
levará a uma expansão:
a) na demanda agregada.
b) na oferta agregada.
c) nos gastos do governo.
d) no produto e a uma alta da taxa de juros.
e) no produto seguida de uma queda nos preços.
Resposta: (A).
Podemos expandir a demanda agregada utilizando as políticas fiscal
(curva IS) e/ou monetária (curva LM).
7) BNDES – Economista – 2011 - 34
• A figura abaixo mostra três linhas, (I), (II) e (III), com inclinações
diferentes, relacionando a taxa de inflação com a taxa de desemprego
em determinada economia.
• Suponha total flexibilidade dos preços e dos salários, propiciando
contínuo equilíbrio entre a oferta e a demanda nos mercados. Se as
expectativas dos participantes dos mercados, a respeito das variáveis
relevantes, fossem sempre corretas, a curva de Phillips de
a) curto prazo seria como em (I)
b) curto prazo seria como em (II)
c) curto prazo seria como em (III)
d) longo prazo seria como em (I)
e) longo prazo seria como em (II)
Se π t = π te ⇒ ut = u n .
8) Bacen – Analista - 2006
A teoria dos ciclos econômicos reais pretende que flutuações econômicas
de curto prazo devam ser explicadas assumindo que os preços da
economia sejam totalmente flexíveis, ao contrário da teoria keynesiana,
que os considera rígidos no curto prazo. Analise as seguintes afirmativas
sobre essa teoria.
V I. A quantidade ofertada de mão-de-obra depende positivamente dos
incentivos econômicos oferecidos ao trabalhador.
F II. Se os salários dos trabalhadores estiverem altos e/ou a taxa de juros
for elevada, os trabalhadores preferirão trabalhar menos e a
economia entrará em recessão.
F III. A aprovação de uma legislação ambiental muito restritiva ou o
aumento do preço internacional do petróleo não são fatores que
podem induzir a economia à recessão.
V IV. A oferta de moeda é endógena e a expansão dela em função do
crescimento da atividade econômica pode dar a ilusão de que a
moeda não é neutra, embora ela o seja de fato.
• É correto o que consta apenas em
a) I e II.
• Como vimos:
b) II e III.
1 + R )W 1
(
P re ç o R e la tiv o In te r te m p o r a l =
c) I e IV.
W2
d) III e IV.
R ↑ o u W 1 ↑ →  (1 + R ) W 1  > W 2 → L1S ↑
e) I, II e III.
• Logo, I é verdadeira e II é falsa.
III é falsa, pois os ciclos econômicos são ocasionados por fatores reais,
como choques sobre a produtividade.
IV é verdadeira, pois a relação de causalidade, nesse caso, vai do
produto para a oferta monetária, que é uma variável endógena.
9) Bacen 2010 – Analista – Específica - 22
• Considere uma economia descrita pelas funções a seguir.
• Consumo: C = C0 + α ( y − T ) , sendo C0 > 0 e (0 < α < 1);
• Tributos diretos: T = T0 + ty, onde T0 > 0 e (0 < t < 1);
• Investimento: I = I0 + β y – γ r , onde I0 > 0, (0 < β < 1) e γ > 0;
Md
• Demanda por moeda:
= λ y − θ r , onde λ > 0 e θ > 0 ;
P
• Exportações líquidas: NX = my ;
• Gastos do governo: G = G0 .
• A oferta monetária é exógena e fixada em Ms; P é o índice geral de preços;
r é a taxa de juros; y é a renda da economia; C0, T0 e I0 são constantes,
sendo que todas as letras gregas são parâmetros dessa economia e t é a
alíquota do imposto de renda.
• Nesse contexto, analise as proposições abaixo.
• É(São) correta(s) a(s) proposição(ões)
• (A) I, apenas.
• (B) III, apenas.
• (C) I e II, apenas.
• (D) II e III, apenas.
• (E) I, II e III.
(I) A Curva IS
Y = C + I + G0 + + NX ⇒ Y = C0 + α (Y − T ) + I0 + βY − γ R + G0 − mY
Como T = T0 + tY ⇒ Y = C0 + α (Y − T0 − tY ) + I0 + βY − γ R + G0 − mY
Y = C0 − αT0 + α (1 − t ) Y + I0 + βY − γ R + G0 − mY
Y − α (1 − t ) Y − βY + mY = C0 − αT0 + I0 + G0 − γ R
[1 − α (1 − t ) − β + m]Y = A0 − γ R , onde A0 = C0 − αT0 + I0 + G0
[1 − α (1 − t ) − β + m]Y + γ R = A0
Logo, (I) é falsa
(II) A Curva LM
• O Equilíbrio no mercado monetário exige que a oferta
monetária (exógena), seja igual a demanda por moeda,
que depende positivamente da renda e negativamente da
taxa de juros.
M
= λY − θ R
P
Demanda por Moeda
Oferta Monetária
Logo, (II) é Verdadeira
(III) A Curva de Demanda Agregada
• Do item (I), temos que IS = [1 − α (1 − t ) − β + m]Y + γ R = A0


1
Logo, IS ⇒ Y = 
 [ A0 − γ R]
 1 − α (1 − t ) − β + m 


1
Se k = 

 1 − α (1 − t ) − β + m 
IS ⇒ Y = k [ A0 − γ R]
M
M
1M
λ
LM ⇒ = λY −θ R ⇒ θ R = λY − ⇒ R = Y −
P
P
θ
θ P
Substituindo a LM na IS, temos:

Y = k  A0 − γ

1 M 
γλ
γ M
λ

 Y−
  ⇒ Y = k  A0 − Y +
θ P 
θ
θ P 
θ

γλ
γ M

Y +k
Y = k  A0 +
Isolando A0 , temos

θ
θ P

γλ
γ M
γλ
γ M
Y +k
Y = kA0 + k
⇒Y +k
Y −k
= kA0
θ
θ P
θ
θ P
1
γλ
γ M
γ
 1 γλ 
Y+
Y−
= A0 ⇒  +  Y − MP −1 = A0
k
θ
θ P
θ
k θ 
Logo, (III) é Verdadeira
10) Bacen 2010 – Analista – Específica - 25
• As seguintes funções descrevem uma economia:
C = 90 + 0,9 y d
I = 200 − 1000r
Md
= y − 10000r
P
d
M
• Onde C = consumo; I = investimento;
P = demanda por moeda;
P = Índice geral de preços,
yd = renda disponível.
mantido constante; y = produto;
• O imposto de renda é proporcional e corresponde a 1/3 da renda. Os
gastos do governo são iguais a 710 e a oferta monetária é de 500.
Sob tais circunstâncias, o governo apresenta um déficit a ser
financiado por uma expansão de moeda. Nessas condições, o
multiplicador monetário e a expansão de moeda são,
respectivamente,
• (A) 0,15 e 200
• (B) 0,2 e 150
• (C) 0,25 e 120
• (D) 0,3 e 100
• (E) 0,35 e 85,71
Note que o multiplicador monetário a que se refere o
enunciado mede a variação do produto induzida por um
aumento na oferta monetária. Sendo assim, temos que
calcular tal efeito através da curva de demanda agregada.
IS : Y = c 0 + c1 (1 − t ) Y + I 0 − I 1 R + G
c0 + I 0 + G
I1
Y =
−
R
1 − c1 (1 − t ) 1 − c1 (1 − t )
Chamando o gasto autônomo de A e o multiplicador de α:
IS : Y = α [ A − I 1 R ]
M
1
M
LM :
= eY − fR ⇒ R =  eY − 
P
f 
P
Substituindo a LM na IS para encontrarmos a curva de demanda
agregada:
Passo 1 – Equilíbrio: IS=LM
c0 + I0 + G
I1
90 + 200 + 710
1000
Y=
−
R ⇒Y =
−
R
1 − c1 (1 − t ) 1 − c1 (1 − t )
1 − 0,9(1 − 0,333) 1 − 0,9(1 − 0,333)
IS : Y = 2500 − 2500R
500 10000
M
M /P f
= eY − fR ⇒ Y =
+ R ⇒Y =
+
R
P
e
e
1
1
LM : Y = 500 + 10000R
IS = LM ⇒ 2500 − 2500R = 500 + 10000R
R = 0,16 e Y = 2100
Com G = 710 e T = tY ⇒ T = 0,33 • 2100 = 693
Déficit Público = 17
R
LM
LM1
0,16
IS
2100 2130
Y
Devemos calcular o aumento na oferta monetária que elevaria o produto
até que a arrecadação do governo se iguale aos gastos, ou seja, 710.
Como 0,3333 x Y = 710, o produto deve ser igual a 2130. Logo, devemos
calcular o aumento em M que elevaria o produto em 30 unidades
monetárias.
Passo 2 – A Demanda Agregada

1
M  
Y = α  A − I1   eY −
  ⇒ Y = α
P  
 f 


e
1 M 
 A − I1  Y −

f P 
 f


I1 M 
I1 M
e
e
Y = α  A − I1 Y +
⇒ Y + α I1 Y = α A + α

f
f P
f
f P

I1 M
α

e
I1 M
αA
f P
⇒Y =
+
 1 + α I1  Y = α A + α
e
e
f 
f P

1 + α I1
1 + α I1
f
f
I1
α
M
αA
f
Y=
+
e
e P
1 + α I1
1 + α I1
f
f
αA
I1
α
f
M
DA : Y =
+
e
e P
1 + α I1
1 + α I1
f
f
Sendo assim:
I1
α
f
 ∂Y 
 ∂Y 
2,5(1000) /10000

=


⇒
=
= 0, 2
 ∂ M  1+ α I e
 ∂ M  1 + 2,5 (1000) • (1/10000 )


P
P
1
f
 M
 M  M
∆Y = 0, 2 •  ∆  ⇒ 30 = 0, 2 •  ∆  ⇒  ∆  = 150
 P
 P  P
Logo, o Bacen deveria aumentar a oferta monetária em 150. Com isso, o aumento do
produto seria de 30 (pois o multiplicador da política monetária é igual a 0,2),
eliminando o déficit público.
11) Bacen – 2002 – Analista – 47
• Considere:
• curva de oferta agregada de longo prazo vertical ao nível do
produto de pleno emprego;
• curva de demanda agregada definida pela teoria quantitativa
da moeda;
• curva de oferta agregada de curto prazo dada pela equação;
• Y = Yp + α(P – Pe),
• Onde:
• Y = produto, Yp = produto de pleno emprego, P = nível geral de preços,
Pe = nível geral de preços esperado, e α > 0;
• situação inicial de equilíbrio de longo prazo.
• Considerando um aumento nos preços internacionais do petróleo, é
correto afirmar que:
• a) no curto prazo haverá inflação sem alteração no nível do emprego. No
longo prazo, ocorrerá uma redução no nível do emprego: o nível de
produto de pleno emprego será menor quando comparado com a
situação anterior ao aumento nos preços internacionais do petróleo.
• b) no curto prazo, só ocorrerá inflação. O produto permanecerá no pleno
emprego uma vez que a produção será estimulada pelo aumento do nível
de preços esperados decorrente da elevação nos custos das empresas.
• c) no curto prazo, ocorrerá inflação combinada com desemprego. No
longo prazo, a economia voltará para o pleno emprego. O Banco Central,
entretanto, poderá reduzir os efeitos do desemprego no curto prazo
implementando uma política monetária expansionista. O aspecto
negativo desta opção será mais inflação.
• d) não ocorrerá inflação uma vez que a elevação dos custos será
compensada pela elevação da inflação esperada.
• e) se as expectativas forem racionais, o produto permanecerá no pleno
emprego e não ocorrerá inflação, no curto prazo, uma vez que o aumento
no custo de produção será compensado pela queda nos salários reais.
P
OA1
OA0
P2
P1
P0
DA1
DA0
Y1 YP
Y
Um choque adverso de oferta reduz o produto e eleva o nível de preços.
Caso o governo decida evitar a flutuação do produto ele pode utilizar a
política monetária expansionista (ou fiscal) nesse caso o efeito sobre o
nível de preços será maior.
Note que, mesmo que o governo não expandisse a DA, no longo prazo,
teríamos Y = YP.
Se Y < YP → P↓→quantidade demandada aumenta, até que Y = YP.
12) Bacen 2010 – Analista – Geral - 39
• O gráfico abaixo mostra Curvas de Phillips para uma
determinada economia.
• Analisando o gráfico, conclui-se que a
• (A) taxa natural de inflação é igual a p*.
• (B) taxa natural de desemprego é igual a u*.
• (C) curva A1 reflete expectativas de inflação mais elevadas que A2.
• (D) curva B é de curto prazo, inelástica.
• (E) demanda agregada da economia é representada por B.
13) Bacen 2010 – Analista – Específica - 29
• A incorporação das expectativas dos agentes econômicos na
avaliação de prováveis impactos da política de estabilização ou
anticíclica é indispensável. Como não se dispõe de informações
sobre as expectativas dos agentes econômicos, os economistas
desenvolveram modelos de formação de expectativa que
pudessem ser usados para antecipar as reações dos agentes
econômicos e, desse modo, inferir sobre os impactos das políticas.
Considerando uma situação inicial, na qual haja estabilidade de
preços e o nível corrente do produto seja o de pleno emprego
(produto potencial), suponha que seja introduzida uma política
econômica expansionista. Associe os dois modelos de formação
de expectativas com os resultados para a economia, antecipados
no curto e no longo prazos, em decorrência da nova política
macroeconômica, apresentados abaixo.
• Modelo de Expectativas
I - Adaptativas
II – Racionais
• Impactos da política macroeconômica sobre a economia
• No curto prazo:
P - Preços ficam mais elevados e há aumento de produto.
Q - Preços ficam mais elevados e não há mudança no produto.
• No longo prazo:
R - Preços ficam mais elevados e não há mudança no produto.
S - Não há mudança nos preços e no produto.
T - Não há mudança nos preços e o produto aumenta.
• As associações corretas são:
• (A) I - P e R; II - Q e R
• (B) I - P e T; II - Q e S
• (C) I - P e S; II - P e S
• (D) I - Q e S; II - P e T
• (E) I - Q e R; II - P e R
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