Colégio Anglo Cassiano Ricardo 2º Série – Ensino Médio Grupo 19 Projeto Escolar Interdisciplinar Travessias: Histórias construídas pelo conhecer, fazer, conviver e ser. ENGENHEIRANDO PARA AJUDAR VIDAS São José dos Campos 2016 Professor Orientador: Luana Nascimento Nome Função Aida Samir Choukr Expositora Álvaro Guirado Benedetto Apresentador Oral Amanda Martins Nogueira Líder Ana Beatriz Maciel de Paula Expositora Ana Julia Martins Gemignani Secretária Ana Laura Mariano de Oliveira Expositora Anna Beatriz Costa de Oliveira Apresentador Oral Anna Carolina Duarte Tavares Fernandes Apresentador Oral Camila Soares de Oliveira Expositora Isabelle Lima de Kotona Freitas Expositora João Victor Zilio de Almeida Redator Maria Julia Rabelo Pinto Redator Pamela Campos Monteiro Redator Pedro Henrique da Silva Lino Blogger Rafael Guilhermoni Carriço Expositor Sophia Quintana Cunha Expositora Vitor Nogueira Henrique Luís Expositor Aos os nossos pais, que nos apoiaram e incentivaram. AGRADECIMENTOS Agradecemos: À nossa professora orientadora Luana Nascimento, que sempre nos apoiou; Aos nossos patrocinadores: Ritmovale, Na Caneca, Hospital dos Olhos e Ideemkt; Ao doutor em engenharia de materiais Eduardo May, que nos deu uma palestra sobre nosso tema; A todos aqueles que contribuíram para a conclusão do nosso trabalho. “Digo: O real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia.” Guimarães Rosa RESUMO É desafio compreender de que forma a ciência, a tecnologia e a engenharia se desenvolveram juntas, ao longo da história, para promover a evolução das próteses e implantes, desde os aparelhos utilizados nas civilizações antigas, até os dispositivos usados atualmente. Para o desenvolvimento do trabalho o grupo se dividiu em duplas e trios para realizar pesquisas sobre os diferentes tópicos tratados e tivemos algumas reuniões para compartilhar o conteúdo das pesquisas com todos os integrantes. Além das pesquisas, tivemos uma palestra com um doutor em engenharia de materiais sobre a história das próteses e implantes ortopédicos e os tipos de materiais utilizados, fazendo uma comparação entre os dispositivos antigos e atuais. E partir disso acredita-se que, com todo o contexto histórico nas guerras mundiais, houve um avanço tecnológico e cientifico muito grande na área da saúde, chegando próximo ao que é hoje, pois foi uma época em que vários fatores contribuíram para que se faça necessária e oportuna as pesquisas sobre esse meio, por exemplo, soldados que perdiam seus membros em combate, acreditamos também que em meio as necessidades de melhorias na qualidade de vida do ser humano, foram sendo realizadas pesquisas para supri-las e desta forma os dispositivos foram sofrendo alterações até chegar ao que é hoje, o que as faz superiores em conforto, estética e compatibilidade em relação as antigas. Neste momento também ocorreu a popularização da utilização do titânio e suas ligas, por sua grande biocompatibilidade e enorme resistência mecânica, além disso, a descoberta do titânio foi fundamental para o desenvolvimento e evolução de próteses, implantes entre outros biomateriais, que são materiais que podem ser implantados para substituir ou reparar tecidos em falta. O objetivo do grupo com todas as pesquisas é analisar a evolução dos diversos tipos de próteses e implantes desde seus primeiros relatos de existência até os dias atuais, uma verdadeira travessia, passando assim pela evolução das próteses, de silicone e de quadril, e de implantes como o dentário, o marca-passo, o coração artificial e o Stent. Após pesquisas concluiu-se que a evolução feita pelas próteses e implantes possibilitou uma maior qualidade de vida para os seres humanos, que cada descoberta de matéria prima e estruturas, cada pesquisa e experimento foi extremamente importante para que houvesse o avanço na vida do homem. Palavras-chave: Implantes, Próteses, Biomateriais, Titânio, Travessia. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.......................................................................................... 08 1.1. Justificativa........................................................................................... 08 1.2. Fundamentação Teórica........................................................................ 08 1.3. Situação Problema................................................................................ 11 1.4. Hipótese................................................................................................ 11 1.5. Objetivos............................................................................................... 12 2. METODOLOGIA....................................................................................... 13 3. PESQUISA BIBLIOGRAFICA E DISCUSSÃO..................................... 14 4. CONCLUSÃO............................................................................................. 24 5. REFERÊNCIAS.......................................................................................... 25 1. INTRODUÇÃO 1.1. Justificativa Conforme o mote que nos foi proposto nesse ano, TRAVESSIAS, nosso trabalho busca compreender de que forma a ciência, a tecnologia e a engenharia se desenvolveram juntas, ao longo da história, para promover a evolução das próteses e implantes até os dispositivos atuais. Assim como sugere o título do nosso trabalho, “Engenheirando”, lidamos com a ação do fazer, criar e desenvolver para proporcionar melhoria de qualidade de vida das pessoas, num processo contínuo que não se deu por encerrado. 1.2. Fundamentação Teórica Por ser um tema muito extenso, optou-se por abordar quatro tipos de implantes, sendo eles: implante dentário, stent, marca-passo e coração artificial; e dois tipos de próteses: silicone e de quadril. Além desses dispositivos, se fez importante ao longo das pesquisas estudar a história dos biomateriais, como o titânio e suas ligas. Defini-se como biomateriais como materiais sintéticos desenvolvidos para aplicação na área da saúde com o objetivo de substituir a matéria viva cuja função foi perdida [3]. Historicamente, os biomateriais são tão antigos quanto os homens. No entanto, em relação aos dispositivos estudados nesse trabalho, essa travessia iniciou-se no Antigo Egito (600 a.C.), onde foram encontrados registros que mostram o começo da Ortopedia; uso de tecidos para imobilização de fraturas, talas de bambu usadas em múmias e próteses de madeira para substituição de membros amputados. Em relação às tentativas de resolver a “doença do quadril dolorido” que era um desgaste nas articulações do quadril, durante séculos foram utilizados materiais como gordura 8 intracelular, prata, magnésio borracha, cera, etc, até o século XX onde foi desenvolvida a primeira prótese de quadril [1]. Ainda na História Antiga, tem-se a evidência de materiais utilizados como implantes dentários, com uma variedade de materiais que incluem ouro, lascas de pedras, cortiça, marfim, conchas marinhas, dentes humanos, resinas oleosas, borrachas e folhas de metal [2]. A Era moderna dos biomateriais surge no séc.XX, em 1924, com o estudo de metais implantados em cachorros. Nesse período nasce o conceito de biocompatibilidade. Materiais biocompatíveis são aqueles que quando implantados em um organismo vivo, não exerce nenhuma influência negativa e nem é influenciado pelo meio que o cerca. Principalmente durante a Segunda Guerra Mundial, foram conquistados grandes avanços em diversas áreas em relação à biocompatibilidade [3]. Como exemplos de biomateriais podem ser citados o aço inox,o tântalo, o titânio e suas ligas, os quais além do elevado grau de biocompatibilidade e alta resistência mecânica e à corrosão, reúnem propriedades que os permitem serem aplicados em outros segmentos da indústria, como o setor aeronáutico [4]. Pode-se dizer que tal descoberta divide a história das próteses e implantes em duas partes, antes da biocompatibilidade, materiais rudimentares, elevada porcentagem de rejeição; após a biocompatibilidade, constante desenvolvimento e aperfeiçoamento de dispositivos de alta performance para várias regiões do corpo humano, como será apresentado a seguir. Em relação aos implantes dentários, na década de 60 existiam os laminado e agulhados, classificados assim de acordo com sua morfologia. Eram feitos de tântalo e garbácio, que embora fossem metais biocompatíveis, não foram tão populares por prejudicar a função das próteses que eram colocadas sob ele [5]. 9 Outro dispositivo que sofreu muitas alterações até chegar ao que se tem hoje foi o marca-passo, que em sua primeira versão, criada em 1930 por Albert S. Hyman, era manual, movido a manivela e foi logo banido por ser um método muito complexo. A pretensão inicial era de controlar os batimentos do coração de pacientes com disfunção cardíaca [6]. Ainda no segmento cardíaco, em 1969 foi proposto por Dotter uma prótese endovascular (implante) que promovesse sustentação do vaso após cirurgia de obstrução do mesmo. Esse primeiro implante era feito de material polimérico e a ele deu-se o nome de stent [7]. Em outro segmento da medicina, porém em um período semelhante aos dispositivos citados acima, foram desenvolvidas em 1961 nos Estados Unidos as primeiras próteses de silicone, constituídas por silicone em gel envolto em uma capsula de elastômero. O silicone por ser um material inerte era utilizado, com outras finalidades, na medicina desde 1946 [8]. Evidenciando que a ciência e tecnologia evoluem de forma ousada e que expandem seus limites a cada estudo, em 2001, nos Estados Unidos, um coração artificial foi implantado em um humano pela primeira vez. Batizado de Abiocor, este era constituído de titânio e polímero e pesava cerca de 900g [9]. O coração artificial tem como objetivo substituir o coração verdadeiro de uma pessoa com problemas de insuficiência cardíaca até que ela possa receber um transplante, ou em alguns casos, permanentemente. Assim, nesse tópico, foram citados o que se tinha em relação a próteses e implantes antes da descoberta da biocompatibilidade e o que foi possível desenvolver após essa descoberta, em relação aos seis dispositivos escolhidos para o estudo. Detalhes sobre o aprimoramento de cada um, como também, a consequência disso para a qualidade de vida das pessoas, será discutida no item 3. 10 1.3. Situação-Problema Próteses e implantes são usados com frequência atualmente, oferecendo conforto, estabilidade e melhor qualidade de vida aos usuários. Pensando na trajetória que foi realizada para chegar à tecnologia atual desses aparelhos, surgiram as seguintes questões; Como se deu a evolução desses dispositivos? Tendo em vista a qualidade de vida dos usuários, como são evidenciadas as diferenças no desempenho desses dispositivos atuais em relação aos antigos? E, por fim, existe diferença entre próteses e implantes? 1.4. Hipótese A partir de pesquisas realizadas pelo grupo, acredita-se que, com todo o contexto histórico nas guerras mundiais, houve um avanço tecnológico e cientifico muito grande na área da saúde, pois foi uma época em que se fez necessária e oportuna as pesquisas sobre esse meio. Acreditamos também que em meio as necessidades de melhorias na qualidade de vida do ser humano, foram sendo realizadas pesquisas para supri-las e desta forma os dispositivos foram sofrendo alterações até chegar ao que é hoje, o que as faz superiores em conforto, estética e compatibilidade em relação as antigas. Em questão da diferença entre próteses e implantes, supomos que há uma diferença estrutural, sendo implantes; Auxiliadores no funcionamento do organismo, e próteses; Complementos estruturais. 11 1.5. Objetivos Os objetivos do trabalho são analisar o avanço histórico e tecnológico das próteses e implantes, o que possibilitou esse avanço e qual é a influência disso na qualidade de vida dos usuários. 12 2. METODOLOGIA O grupo foi dividido em dupla e trios para realizar pesquisas sobre os seis dispositivos propostos pela orientadora, as quais são: prótese de quadril, prótese de silicone e os implantes dentários, de marca-passo, de stent e de coração. As pesquisas foram baseadas em artigos científicos, blogs, trabalhos acadêmicos e vídeos disponíveis na internet. Em algumas reuniões cada dupla e trio apresentou aos outros integrantes o resultado de suas pesquisas. Além das pesquisas, tivemos uma palestra com um doutor em engenharia dos materiais sobre a história das próteses e implantes ortopédicos e os tipos de materiais utilizados nos dispositivos antigamente e atualmente. 13 3. PESQUISA BIBLIOGRAFICA E DISCUSSÃO A seguir será apresentado o desenvolvimento das próteses e implantes mencionados no item 1.2. até o que se tem hoje, evidenciando as melhorias para os usuários. Estudos para solucionar o problema da articulação do quadril foram realizados durante anos em diversos países como França, Alemanha e Estados Unidos, até que em 1919 foi testada a primeira prótese de quadril, feita de borracha. Os resultados foram insatisfatórios. A partir desta, outras próteses foram sendo desenvolvidas, até que se obteve sucesso na década de 60, através do inglês Sir John Charnley com a prótese representada na Figura 1. Considerado pai da prótese total de quadril moderna, Charnley trouxe conceitos sobre o funcionamento mecânico da articulação do quadril, como também, características na superfície da prótese [1]. Figura 1: Prótese de Quadril nos dias atuais, graças ao conhecimento de John Charley. Disponível em: http://medicinadoquadril.com.br/site/proteses/. Atualmente os grandes avanços sobre esse implante se concentram na técnica da cirurgia de aplicação, no entendimento de seus mecanismos de desgaste e na durabilidade dos materiais. Hoje se encontra no mercado próteses de quadril de materiais cerâmicos, metálicos e poliméricos em sua constituição. Na antiguidade, as pessoas perdiam os movimentos devido à dor e a falta de técnicas para a realização dos procedimentos médicos. 14 Atualmente, muitas melhorias na vida dos pacientes foram identificadas, como alivio total das dores, assim possibilitando que os mesmos pratiquem atividades físicas e tenham a mesma capacidade de se movimentarem como uma pessoa que não sofre do desgaste. A durabilidade das próteses atuais de quadril está entre 15 e 20 anos. Isso varia de acordo com o tipo de material e com a idade do usuário. A cirurgia de quadril com interposição de prótese consiste hoje na cirurgia de maior sucesso da ortopedia. Em relação aos implantes dentários, os tipos agulhados e laminados apresentados no item 1.2. embora ainda utilizados atualmente por alguns dentistas, não são considerados de sucesso pois, além de prejudicarem a função das próteses colocadas sobre eles, causarem dor e infecções frequentes, não favorecem a osseointegração, processo no qual o tecido ósseo adere-se ao implante, fazendo com que este suporte cargas de mastigação elevadas e que fique implantado permanentemente . O sucesso veio com os implantes de titânio em forma de parafusos, que possui propriedades mecânicas muito próximas ao do osso e permite ótima osseointegração. Esse tipo de implante segue apresentado na Figura 2. Figura 2: Um dos tipos de implantes dentários que são usados nos dias de hoje. Disponível em: <http://www.saudedicas.com.br/saude-bucal/o-que-sao-implantes-dentarios-3014050>. Nesse ponto, é válido discutir sobre os tipos de materiais biocompatíveis: bioinertes, bioativos e os biorreativos. Os materiais bioinertes são menos suscetíveis a causar reações adversas devido a sua estabilidade química em comparação com outros 15 materiais. Os bioativos são aqueles que possuem propriedade de formar tecido sobre a superfície do material e estabelecer interface capaz de suportar cargas funcionais. Os materiais biorreativos são aqueles metais que ficam no limite entre os materiais bioinertes e os bioativos, esses metais adquirem bioatividade após um tratamento de ativação de superfície do seu óxido. Um exemplo de metal biorreativo é o Titânio. Com exceção das próteses de silicone, todos os demais dispositivos estudados nesse trabalho possuem sua constituição o metal titânio ou suas ligas. Assim, antes de prosseguir com as discussões, seguem algumas considerações relevantes em relação ao titânio. Em razão da semelhança das propriedades do titânio com as do silício, sua presença na maioria dos minerais da crosta terrestre foi desconsiderada durante séculos, até 1971, quando William Gregor, pastor e mineralista, em um experimento observou que a areia preta quando atacada com ácido sulfúrico apresentava uma substância avermelhada, que ainda não seria titânio, e sim Ilmenita. Após muitas tentativas, em 1937, Guilherme Kroll junto com a Siemens e Helska, conseguiu obter o material puro. A esse processo foi dado o nome de método Kroll para obtenção de titânio. Devido suas características como elevada biocompatibilidade e alta resistência à corrosão, quase tão resistente quanto a platina, o titânio e suas ligas tem seu uso considerado amplo, o que permite sua aplicação em várias diferentes áreas que se desenvolvem cada vez mais. O titânio possui grande resistência mecânica, baixa condutividade térmica e elétrica, além de ser um material considerado leve, forte e facilmente fabricável. Com a descoberta da biocompatibilidade a medicina deu um grande salto e as melhorias aumentaram ainda mais, um exemplo é o marcapasso. Teve seu inicio em 1930, quando 16 Albert Hyman criou seu primeiro modelo, que não foi aceito pela sua complexidade. Em 1960 implantaram o primeiro marcapasso que realmente funcionou, o que gerou um avanço muito grande na técnica da estimulação cardíaca. Na década de 80 houve o aprimoramento dos marcapassos e os de dupla câmara, que estimula tanto o átrio quanto o ventrículo, tornando-se disponíveis no mercado. Nessa mesma época foram desenvolvidos os biosensores, o que tornou os marcapassos capazes de aumentar sua frequência de estimulação de acordo com o grau da atividade física. Atualmente os marcapassos foram reduzidos, pesam cerca de 13 a 20 gramas com cabos eletrodos endocárdios extremamente resistentes, flexíveis e de pequena espessura, permitindo resultados excelentes, especialmente em crianças e recém nascidos (Figura 3). Figura 3: Implante de marca-passo atual. Disponível em: http://www.businesswire.com/news/home/20131114006420/en/FDA-Grants-PremarketApproval-PMA-NeuroPace%C2%AE-RNS%C2%AE. Revestidos por titânio, que é um material de alta biocompatibilidae e nenhuma rejeição pelo organismo, os marcapassos ajudam as pessoas nos dias atuais a terem suas vidas de volta como uma pessoa normal, eles possibilitam a pratica de atividades físicas e esforços comuns do dia a dia sem a preocupação de uma parada cardíaca 17 De molde dentário à aparelho para desobstruir artérias, o Stent é um implante que foi idealizado pelo dentista Charles Stent por volta de 1850 e sofreu varias mudanças e alterações ao longo do tempo. Também graças a biocompatibilidade, obteve sucesso anos mais tarde. Stents são pequenas telas de metal em formato cilíndrico que são usados para tratar pacientes com artérias obstruídas (Figura 4). O procedimento, chamado de Angioplastia, é feito com uso de um cateter de aproximadamente 145mm de diâmetro e 6mm de largura, uma corda guia de aproximadamente 0,35mm de largura e de um balão. Figura 4: Implante Stent. Disponível em: http://www.redetiradentes.com.br/ronaldotiradentes/o-que-e-o-stent-cardiaco-que-osmedicos-pretendem-colocar-em-amazonino/. Esse dispositivo serve para desobstrução e sustentamento das paredes arteriais e é inserido na virilha do paciente e levado até o local da lesão. A corda guia desloca o balão, que, por sua vez, infla esmagando as placas que causaram a obstrução e expandindo o Stent que se cola nas paredes da artéria impedindo que ela se feche. Todos os Stents apresentam o risco da formação de um tecido cicatricial, o que pode levar a um novo estreitamento da artéria, por esse motivo os Sents farmacológicos são banhados em drogas que evitam a formação cicatricial e, assim, reduz a probabilidade do paciente ter que realizar novamente a operação. 18 O primeiro stent era feito de materiais poliméricos, mas os médicos passaram a usar os metais depois que o primeiro modelo começou a apresentar alguns problemas e rejeições algumas horas depois da implantação. Desta maneira, podemos notar a evolução dos stents com o passar dos anos, e a diminuição nos riscos em uma cirurgia de implantação do mesmo, hoje em dia o paciente recebe alta em no máximo 24 horas, quando antes eram necessários alguns dias no hospital, e o risco de não aceitação pelo organismo era maior. Os stents também reduzem as chances do paciente precisar de procedimentos mais invasivos para o desentupimento das artérias, e com a biocompatibilidade dos materiais hoje, a necessidade de retirar ou repetir a cirurgia e muito pequena. Na mesma época (muito utilizado atualmente para fazer com que homens e mulheres atinjam o padrão de beleza desejado), as próteses de silicone tiveram seu inicio quando o primeiro protótipo foi implantado em uma cadela de nome Esmeralda, que após duas semanas sem nenhum tipo de problema e rejeição, foi retirado e considerado tão inofensivo quanto água. No mesmo ano, Timmie Jean Lindsey foi a primeira mulher a aceitar colocar o implante de silicone em Houston, para aumentar os seios, sem custo algum, pelos cirurgiões plásticos Thomas Cronin e Frank Gerow, que desenvolveram a prótese preenchida por gel de silicone. Um ano depois, em 1963, a equipe apresentou seus resultados para a sociedade e foi um sucesso. No inicio, existiam apenas quatro possibilidades de tamanho; Grande, médio, pequeno e petite, foi comprovado que as primeiras próteses não eram biocompativeis, e uma vez que rompiam, o número de rejeições eram muito altos Atualmente as próteses apresentam rugosidades na superfície, também chamadas de microtexturização. Essa textura dificulta a organização das fibras da cápsula, 19 diminuindo as chances de rejeição e ruptura, Além de existir mais de 450 possibilidades de tamanho, diferentemente das próteses antigas (Figura 5). Figura 5: Próteses de silicone atuais. Disponível em: http://www.clinicarealize.com.br/tags/implantes.html. Voltando a falar de artérias e circulação do sangue, chegamos finalmente ao coração artificial, que é um dos implantes mais recentes. Após a criação do “coração-pulmão artificial” por John Gibbon, que limitava-se a bombear e oxigenar o sangue, diversos modelos foram aperfeiçoados, trazendo em 1950 a “bomba oxigenadora”, que seria implantada dentro do coração e o auxiliaria, porem tal dispositivo trouxe restrições, já que precisaria de um funcionamento mínimo do órgão por si só, não sendo capaz de trabalhar por completo. Já em 1982, foi desenvolvido o primeiro protótipo de coração totalmente artificial, o Jarvik-7, idealizado pelo Dr. William Derives da Universidade de Utah. A partir do Jarvik-7, as pesquisas sobre coração artificial se expandiram, sendo criado em 2001 um novo implante que obteve sucesso, o AbioCor. Composto de titânio e plástico, tornava-se o mais complexo já produzido. Seu sistema fazia ligação direta aos dois átrios, esquerdo e direito, além de ligar-se à aorta e à artéria 20 pulmonar. Possuindo uma bomba hidráulica, o implante intercalava o bombeamento sanguíneo à oxigenação (Figura 6). Figura 6: Implante de coração artificial. Disponível em: https://megaarquivo.com/tag/cardiologia-2/page/2/. Atualmente é implantado o Carmat, sendo um implante de funcionamento total, ele mescla componentes tecnológicos e tecido cardíaco de vacas para que possa haver uma maior aceitação e durabilidade. Ele também possui uma regulagem cardíaca e fisiológica em função do usuário, fazendo com que, caso o paciente queira correr, seus batimentos cardíacos o acompanhem. Esse procedimento é o mais complexo da medicina moderna realizado ate hoje, e trás inúmeros benefícios para a vida de um paciente com insuficiência cardíaca, da a ele a chance de esperar um transplante em casa, assim não tendo que passar talvez ate meses no hospital por riscos de uma parada cardíaca, também proporciona um conforto maior e tranquilidade em relação a pratica de esforços físicos. 21 4. CONCLUSÃO A partir das pesquisas realizadas pelos integrantes do grupo e pela palestra que tivemos com especialista, verificamos que a travessia feita pelas próteses e implantes ate os dias de hoje, possibilitou uma maior qualidade de vida para os seres humanos, com cirurgias menos invasivas, maior conforto ao paciente, melhorando as condições de alguém que esta na fila de um transplante, exemplos esses de melhorias que as próteses e implantes estão trazendo para as pessoas necessitadas. Cada descobrimento de matéria prima e estruturas, cada pesquisa e experimento foi de extrema importância para que houvesse o avanço na vida do homem, estando em constante evolução nos dias de hoje, uma travessia sem fim, evolução ocorrida devido ao desenvolvimento das civilizações. Concluímos também que embora haja vertentes, de acordo com a estrutura e o modo que é usado cada aparelho pode-se falar que implante é todo dispositivo que auxilia o funcionamento do organismo, e prótese é um complemento estrutural. 22 5. REFERÊNCIAS [1]. DR. THIAGO S. BISATO. A História da Ortopedia e da Cirurgia do Quadril. Disponível em: <http://medicinadoquadril.com.br/site/a-historia-da-ortopedia-e-dacirurgia-do-quadril/>. Acesso em 06/04/2016. [2]. Prezi. A Evolução dos Materiais na História da Medicina. Disponível em: <https://prezi.com/dwbvvzzewxrd/a-evolucao-dos-materais-restauradores-na-hitoria-damedicina/>. Acesso em: 03/04/2016. [3]. (1) BRUNA FELIX (2) BRUNO MEDEIROS (3) RAFAEL NIN (4) RODRIGO CARIDE (5) DOUGLAS BECKER. Biomateriais, o desenvolvimento de um novo mundo. Disponível em: <http://biomatufrjmacae.blogspot.com.br/p/definicao.html>. Acesso em 06/04/2016. [4]. RONI PETERSON. Titânio e suas ligas – Teórico. 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