17. Viagem ao litoral

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Viagem ao litoral
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rlindo e alguns amigos tinham programado para o feriado uma visita à praia. Arlindo não via o mar desde criança, e estava
ansioso para viajar.
- Finalmente, chegou o carnaval! - exclamou Arlindo.
Sábado bem cedinho estavam todos na praça da igreja, esperando o ônibus
que haviam alugado.
Seriam seis horas de viagem, partindo de Ribeirão Preto, onde moravam, até
a praia de Boracéia, litoral do Estado de São Paulo.
Durante a viagem, foi aquela bagunça! Muito papo, brincadeiras ... O tempo
até passou mais rápido. O ônibus já tinha passado pela cidade de São Paulo
quando a turma se acalmou.
Os que ainda não estavam dormindo gostaram muito da mata que pode ser
vista na descida da Serra do Mar.
O ônibus andava bem devagar, por causa das curvas e do piso escorregadio,
permitindo que todos admirassem a paisagem.
Depois da serra, a estrada virou uma reta só. O ônibus atravessou algumas
cidades nas quais fábricas com grandes chaminés produziam um cheiro bastante
desagradável.
Mais adiante surgiu outro cheiro, que também não era lá muito bom.
Arlindo até olhou para fora, procurando as chaminés e as cidades, mas não viu
nada disso. Em volta, só havia árvores nascidas de um chão que parecia lama
- De onde será que vem esse cheiro? - perguntou-se Arlindo.
Mas ele não pensou muito tempo nisso. Logo depois, o ônibus cruzou uma
ponte sobre um grande rio e eles chegaram à praia.
Aí começou a diversão: banho de mar, rolar na areia, tomar sol, futebolzinho,
frango, cervejinha gelada...Todos estavam se divertindo bastante.
No final da tarde, Arlindo já tinha arrumado até namorada, uma bela
morena chamada Soraia.
Para fugir um pouco da confusão, eles resolveram dar um passeio até o final
da praia, onde havia umas rochas bem escuras.
Estavam lá, passeando de mãos dadas, quando Soraia deu um grito!
- O que foi? - perguntou Arlindo, assustado!
- Cortei meu pé naquela pedrinha preta, e está sangrando! - falou Soraia.
- Vamos voltar logo para colocar remédio nesse corte - falou Arlindo.
E saiu maldizendo a pedrinha:
- Ela cortou o meu barato...
Atenção
manguezal
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serra
costão
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praia
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Indique, no desenho, as paisagens pelas quais Arlindo passou na viagem à
praia:
· região de mata com muitas árvores;
· região com cheiro ruim;
· local onde jogou futebol;
· local onde Soraia cortou o pé.
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No passeio, Arlindo passou por várias paisagens diferentes. Observe, no
mapa abaixo, o caminho percorrido pelo ônibus desde Ribeirão Preto, no interior
do estado, até a praia.
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Prepare-se para uma longa jornada de atividades. Vamos estudar as regiões
pelas quais Arlindo e seus colegas passaram
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MãosA àU obra
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No local indicado, está localizada a serra que o ônibus atravessou antes
de chegar à praia. Volte ao texto do início da aula e cite algumas características da serra.
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Depois de descer a serra e atravessar algumas cidades, o ônibus passou por
um local em que havia um cheiro bastante desagradável. Arlindo até olhou para
fora, procurando alguma fábrica ou esgoto, mas o que viu foi uma paisagem
parecida com a da figura abaixo:
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Olhando o desenho e relendo o texto, faça uma descrição desse ambiente.
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Informação
nova
Para responder a essa pergunta, faça a seguinte experiência: em um copo,
misture um pouco de água e terra. Deixe a mistura de lado por alguns minutos.
Com cuidado, derrame a água escura em um copo limpo. Não deixe cair a terra
que ficou no fundo do primeiro copo!
Mãos à obra
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O ambiente que você descreveu logo acima chama-se mangue ou manguezal.
Lendo com bastante atenção o texto do início da aula, você deve ter
percebido que, logo depois do mangue, apareceu um grande rio. Sem o rio, não
seria possível a existência do mangue.
O rio, como você estudou na aula anterior, já está no fim de seu caminho em
direção ao mar. Sua água, muito rica em partículas e nutrientes, encontra-se com
a água salgada do mar, criando um ambiente muito especial.
Quando se observa atentamente o chão do mangue, parece que ele é uma
lama. Por que será?
· Fique observando por cinco minutos. Apareceu terra no fundo do segundo copo, no qual você colocou somente a água escura?
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· Junte ao segundo copo uma colherzinha de barrilha, produto facilmente
encontrado em casas de material de construção ou de manutenção de
piscinas. Mexa e observe por mais cinco minutos. E agora, apareceu
alguma terra no fundo do copo?
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Informação
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A barrilha é uma mistura de sais de cálcio que também são encontrados na
água do mar e em alguns rios. Como é possível perceber pela experiência, a água
com sais fez com que partículas de terra se deslocassem para o fundo do
recipiente. Da mesma forma, a água do mar faz com que as partículas e nutrientes
trazidos pelo rio fiquem depositados no fundo da região do mangue. Por isso o
solo dos manguezais é pastoso e rico em nutrientes.
Mãos à obra
Observe novamente a figurado manguezal. Olhando a figura é fácil ver
muitas árvores. Mas elas possuem algumas características diferentes da maioria
das árvores que vemos no nosso dia-a-dia. Quais são estas características?
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Informação
nova
As raízes grandes e espalhadas que saem dos troncos das árvores dos
manguezais são muito importantes para elas. Essas raízes permitem que as
plantas se fixem no solo pastoso do mangue.
A nossa figura não apresenta animais , mas grande variedade deles sobrevive nos mangues. Os mais conhecidos são os caranguejos do mangue, os
guaiamus. Eles passam a maior parte do tempo enterrados no lodo, e por isso não
conseguimos vê-los na figura.
O solo do mangue também é o responsável pelo mau cheiro que Arlindo
sentiu em determinada altura da viagem.
Quando uma fruta ou um alimento qualquer apodrece, sentimos um cheiro
bastante desagradável. Isto é semelhante ao que acontece no mangue. Todos os
materiais trazidos pelo rio em seu longo caminho até o mar - pedaços de animais
mortos e vegetais, por exemplo - ficam depositados no mangue, e aí começam a
apodrecer. Como o solo desse ambiente é pastoso e freqüentemente alagado, esse
apodrecimento, que demora bastante, produz o cheiro ruim sentido por Arlindo.
Mãos à obra
Depois de muito brincar na areia, Arlindo foi passear com a namorada nas
rochas existentes no fim da praia. Essas rochas constituem um ambiente conhecido como costão
costão. Observe este desenho de um costão:
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A - cracas
B - mexilhões
C - algas
Imagine que você está convidando alguém para passear num local parecido com
o do desenho do costão. Descreva as principais características desse ambiente.
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Olhando a gravura, verificamos que existem quatro regiões diferentes nas
rochas do costão. Na região superior a rocha está nua: não existe nenhuma outra
estrutura presa a ela. Mas, nas outras partes da rocha (regiões A, B e C), alguma
coisa está presa à rocha.
A namorada de Arlindo cortou o pé quando pisava na região B. Na hora,
Arlindo pensou que fosse uma pedra, e até xingou a pedra! Mas... será que ele
tinha razão?
Para responder, observe as figuras abaixo com atenção.
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Essa estrutura é uma rocha ou uma concha?
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Informação
nova
Quando saímos de regiões do interior para visitar uma praia, quase sempre
passamos por todos os ambientes descritos nesta aula.
Se moramos em regiões mais altas que o litoral, como é o caso de Arlindo,
precisamos descer algumas centenas de metros para chegar ao nível do mar. Na
encosta da serra do Mar faz bastante calor e as chuvas são freqüentes, permitindo
o desenvolvimento de florestas tropicais. Nesse ambiente, como você já sabe,
existem muitas espécies animais e vegetais.
Em regiões onde há muito calor, chuvas e grandes rios desaguando no mar,
existem os manguezais
manguezais. Nesses ambientes, o solo pastoso é muitas vezes alagado
pela água salgada que vem do mar. Muitos peixes em época de reprodução
desovam nesses locais, para que seus filhotes se desenvolvam nesse ambiente
muito rico em nutrientes.
A voz do
professor
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Pois é. Na verdade, Soraia cortou o pé na concha de um mexilhão, também
conhecido como marisco, que vive preso à rocha. Olhando por dentro a concha
desse mexilhão, veremos que nela existe uma parte mole. É o corpo do animal!
Em resumo, a namorada de Arlindo cortou o pé num ser vivo que mora preso às
rochas do costão (na ilustração acima, a figura da esquerda é um mexilhão aberto,
e a da direita é um mexilhão quase fechado).
Nas outras regiões mostradas na figura do costão (A e C) também existem
seres vivos presos à rocha. Na região A estão as algas; na região C, vivem animais
conhecidos pelo nome de cracas. Ou seja: passear no costão não é somente andar
pelas pedras - é também conviver com vários seres vivos que utilizam as rochas
como moradia.
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·
Existem diferentes ambientes próximos ao mar.
·
A serra do Mar acompanha boa parte do litoral brasileiro.
·
Nessa serra desenvolvem-se, com freqüência, florestas tropicais.
·
Os mangues são ambientes alagadiços que recebem água do mar e de rios.
·
Grudados às rochas, nos costões, também moram seres vivos.
·
A localização desses animais e vegetais na rocha é regulada pela necessidade
que cada espécie tem de água do mar.
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Resumo
Outro ambiente existente nos litorais são os costões. Os seres vivos que ali
vivem prendem-se às rochas e fazem delas suas moradias. Da água do mar
retiram seu alimento e o oxigênio necessário para a respiração. A distribuição
desses seres vivos ao longo da rocha não é casual, como podemos observar na
figura do costão. Ela é regulada pela quantidade de água do mar de que cada
espécie necessita para sobreviver. Assim, seres que precisam de mais água se
alojam na base da rocha, ao passo que os outros vão ocupando locais mais
elevados, nos quais a água não está sempre disponível.
Como você viu nesta aula, os regiões costeiras possuem muitos ambientes
diferentes. Todos eles moldados pelo mar e dependentes da sua presença.
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Exercícios
Exercício 1
Relacione os ambientes do litoral citados abaixo e suas principais características.
a) mangue
( ) rochas escuras
b) costão
( ) cheiro ruim
( ) solo alagadiço
( ) mexilhões, cracas e algas
( ) caranguejos
( ) árvores com grandes raízes
Exercício 2
Faça desenhos do mangue e do costão.
Exercício 3
Explique:
a) por que o solo do mangue é pastoso?
b) nos costões, por que as algas ficam sempre abaixo dos mexilhões?
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