saúde e desenvolvimento sustentável: os edifícios verdes

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III CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 17, 18 e 19 de agosto de 2006.
SAÚDE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: OS EDIFÍCIOS
VERDES
Eduardo Antonio Licco (SENAC) - [email protected]
RESUMO
Os edifícios são enganosamente complexos. No seu melhor conectam o homem com o
seu passado e representam seu maior legado para o futuro. Fornecem abrigo, incentivam a
produtividade e incorporam cultura. Por outro lado, sua construção e manutenção consomem
uma parcela relevante de recursos materiais e energéticos e geram quantidades consideráveis
de resíduos. No passado esta questão era tratada analisando-se individualmente os
componentes e subsistemas de cada edifício, otimizando-os separadamente. Nos dias de hoje,
o projeto dos edifícios verdes pede aos membros do planejamento, projeto e construção para
olhar componentes, materiais e montagens sob uma perspectiva diferente, global e
integradora. O projeto verde é avaliado por custo, qualidade de vida, flexibilidade, eficiência,
impactos ambientais, produtividade e criatividade. O objetivo é criar edifícios que sejam
responsivos, responsáveis e defensáveis. Este estudo apresenta e discute o conceito de edifício
verde e construção sustentável como uma ferramenta para evitar a exaustão dos recursos
naturais e a degradação ambiental.
Palavras-chaves: edifícios verdes ambientes construídos, sustentabilidade
ABSTRACT
Buildings are deceptively complex. At their best, they connect man with his past and
represent his greatest legacy for the future. They provide shelter, encourage productivity and
embody culture. But they also consume an extraordinary share of energy and material
resources. In the past, this issue was addressed by analyzing the individual components and
subsystems of each building and optimizing them separately. Nowadays, the 'whole buildings'
design approach asks the members of the planning, design and construction team to look at
the materials, systems and assemblies from many different perspectives. The design is
evaluated for cost, quality-of-life, future flexibility, efficiency; overall environmental impact;
productivity and creativity. The goal is to create buildings that are responsive, responsible,
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and defensible. This study presents and discusses green building’s concept as a usefull tool to
avoid natural resources depletion and environmental degradation.
key words: green building, built environment, sustennability
1. FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA
O grande número de fatores ambientais que afetam a saúde humana é um indicativo
da complexidade e das interações que ocorrem no meio ambiente. A maioria dos problemas
ambientais tem causas múltiplas e também podem ter efeitos múltiplos. Isto leva ao estreito
vínculo entre a saúde, o ambiente e o desenvolvimento. (OPAS, 2006a). A manifestação mais
evidente deste vínculo é materializada pelo ambiente construído que tem nos edifícios a sua
representação máxima.
Mandolesi define ambiente construído como sendo o espaço e o ambiente que o
homem cria artificialmente para desenvolver uma determinada atividade (Mandolesi apud
ROSSI, 2003). Os edifícios são, evidentemente, partes destacadas desse ambiente. Algumas
construções onde mais convive o ser humano no curso de sua vida são a sua casa, a escola e
seus lugares de trabalho e lazer.
No seu melhor os edifícios conectam o homem com o seu passado e representam seu
maior legado para o futuro. Fornecem abrigo, incentivam a produtividade e incorporam
cultura. Por outro lado, sua construção e manutenção consomem uma parcela relevante de
recursos materiais e energéticos e geram quantidades consideráveis de resíduos. Ao mesmo
tempo em que protegem contra a agressividade dos agentes naturais ameaçam a saúde humana
e degradam o meio ambiente natural.
Uma edificação pode impactar o ambiente de diversas maneiras: i) pela transformação
do espaço natural, interferindo com os ecossistemas locais, ii) pelo uso de recursos ambientais
(matéria e energia em sua maior parte não renováveis) e iii) pela geração de resíduos
associados com sua construção, operação e demolição.
Pode, igualmente, ameaçar a saúde física e mental dos seus ocupantes em função de
seu projeto e dos materiais de construção e acabamento que utiliza. Os fatores de risco mais
evidentes à saúde humana no que tange às edificações são: a qualidade do ar nos ambientes
internos, iluminação, temperatura, umidade, falta de visão para o ambiente exterior, presença
de agentes químicos e biológicos. Nas cidades passa-se, em média, 90% do tempo nos
ambientes fechados das edificações. Se as condições ambientais nesses espaços forem
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inadequadas essa exposição pode levar a sérios prejuízos à saúde e ao bem estar humano. Esta
situação é especialmente verdadeira no caso de pessoas doentes, idosas e de crianças
pequenas.
Conforme os impactos ambientais e à saúde humana das edificações foram se
tornando mais aparentes, um novo campo de desenvolvimento chamado edificação verde
ganhou espaço. A construção verde é uma prática relativamente recente de criar modelos mais
saudáveis e mais eficientes de edifícios em termos de uso de recursos materiais e energéticos
para construção, ampliação, operação, manutenção e demolição. A teoria e a prática
demonstram cada vez mais que quando as edificações são projetadas e operadas com seu ciclo
de vida de impactos em mente, elas respondem com benefícios ambientais, econômicos e
sociais. Nos países ditos desenvolvidos a indústria da construção está cada vez mais
nitidamente focada em fazer seus edifícios verdes.
2. OBJETIVO
Considerando que o espaço construído está na base dos maiores fluxos de matéria e
energia comandados pelo homem e que estes fluxos são, conforme atualmente gerenciados,
insustentáveis, este estudo objetiva apresentar e discutir o conceito de construção verde como
solução possível para um consumo mais durável dos recursos ambientais. É também objetivo
do trabalho difundir a idéia e os conceitos por trás dos edifícios verdes.
3. METODOLOGIA
Trata-se de estudo investigativo, baseado na literatura e na vivência do autor. Os
dados e valores apresentados estão calcados na experiência dos países desenvolvidos que
entenderam a relevância dos edifícios verdes tanto para a questão ambiental como para a
social e a econômica.
A primeira parte do trabalho é dedicada ao ambiente construído e aos seus impactos
sobre o meio ambiente. Na segunda parte escreve-se sobre os riscos à saúde, nomeadamente
aqueles associados aos materiais de acabamento utilizados nos ambientes internos dos
edifícios. Segue uma apresentação do conceito de edifício verde e das barreiras que ainda são
enfrentadas na sua implementação. O trabalho conclui com uma análise crítica sobre os
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fatores que facilitariam ou dificultariam a aplicação desta ferramenta de apoio à gestão
ambiental no Brasil.
4. DESENVOLVIMENTO
O Ambiente Construído
Quando vista de longe a Terra se apresenta como uma esfera azulada, entremeada por
manchas brancas. Uma imagem mais aproximada permite identificar os contornos e as cores
das quatro esferas conceituais que formam o planeta: a atmosfera, a hidrosfera, a litosfera e a
biosfera. Mesmo ainda a uma considerável distância é possível perceber alterações bruscas no
tecido natural da litosfera e biosfera, Estas alterações, os espaços construídos, são a parte do
meio ambiente natural modificada e explorada pelo homem e utilizada em suas atividades.
Eles constituem a quinta esfera conceitual do planeta: a antroposfera (LICCO, 2002).
A relação homem meio ambiente data de milhões de anos. A partir do momento em que
os primeiros hominídeos deixaram a proteção das árvores para se arriscar nos espaços abertos
iniciou-se um processo irrefreável de busca de adaptação do meio natural aos desejos e
necessidades da nova espécie.
A evolução biológica do homem proveu-o com alguns diferenciais que, em conjunto, o
fizeram especial frente aos demais animais: postura ereta, polegar opositor dominado, visão
binocular e um cérebro desenvolvido a permitir raciocínio lógico e capacidade de
aprendizagem contínua. Estas peculiaridades permitiram uma adaptação mais fácil a seus
habitats e a ampliação de seu nicho ecológico, garantindo a preservação da espécie, ampla
ocupação dos espaços e a dominação de outras espécies. Inicialmente herbívoro passa a
carnívoro e finalmente a onívoro ampliando as possibilidades de fontes de alimentos.
O homem é uma criatura singular: possui um conjunto de dons que o torna único
entre os animais. Diferentemente destes, não é apenas uma peça na paisagem, mas
um agente que a transforma. Este animal ubíquo, usando seu corpo e sua mente na
investigação da natureza construiu seu lar em todos os continentes, mas, na
realidade, não pertence a nenhum lugar determinado. Comparado aos demais
animais, ele vem ao mundo trazendo um equipamento de sobrevivência muito
rudimentar; no entanto - e é esse o paradoxo da condição humana - essa desproteção
propicia-lhe a adaptação a todos os ambientes. Entre a multidão de animais que voa,
escava e nada, o homem é o único que não está encerrado em seu habitat. Sua
imaginação, sua razão, sua sutileza emocional e robustez, representam condições
fundamentais que lhe permitem transformar o meio antes de o aceitar como tal. E a
série de invenções através das quais, de tempos em tempos, o homem reconstituiu
seu habitat se configura em um tipo diferente de evolução; não mais biológica, mas
cultural. (Toynbee citado por LICCO, 1997)
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Como ensina Milton Santos o homem é ativo. A ação humana, a ação que realiza
sobre o meio que o rodeia para suprir as condições necessárias à manutenção da espécie é
trabalho geográfico. “toda ação humana é trabalho e todo trabalho é trabalho geográfico.
Viver para o homem é produzir espaço”(SANTOS, 1988). No início as transformações do
meio eram mínimas e resumiam-se a adaptações de cavernas ou outras aberturas naturais para
abrigo contra as agruras do clima e ataques de animais. Com o passar do tempo, o
aprendizado contínuo e o uso de ferramentas ampliaram a capacidade transformadora do
homem permitindo uma maior produção de espaços. Há cerca de 13.000 anos, quando deixa
de ser coletor e caçador para se dedicar à agricultura e à criação de animais dá início a uma
nova fase de intervenções ambientais, trabalhando a terra, criando meios de irrigação,
construindo abrigos para armazenamento de seus excedentes de produção. Este
armazenamento atraía a cobiça de grupos vizinhos o que acabou exigindo fortificações para
defesa do patrimônio acumulado. Jericó, considerada a primeira cidade murada do mundo
data de cerca de 10.300 anos atrás.
De dentro das muralhas desenvolveram-se as cidades e, entre elas o comércio, as
estradas, os portos. Da pedra ao aço, da madeira ao plástico o ambiente construído é a marca
indelével do engenho humano.
5. IMPACTOS AMBIENTAIS DOS AMBIENTES CONSTRUÍDOS
Desde a revolução industrial o mundo assiste a incalculáveis realizações tecnológicas,
um crescimento populacional exponencial e um preocupante aumento no consumo de recursos
ambientais. Assiste também os efeitos colaterais das atividades humanas: poluição, resíduos
tóxicos, aquecimento global, ausência de espaços para disposição de resíduos, destruição da
camada de ozônio e extensos desmatamentos.
Conforme a população mundial continua se expandindo a implementação de medidas
de economia de recursos em todas as áreas de atividade humana se torna imperativa. O
ambiente construído é um exemplo claro do impacto antrópico sobre os recursos naturais. Os
edifícios respondem por 1/6 das retiradas mundiais de água doce, 1/4 da demanda da
produção madeira e 2/5 dos fluxos de matéria e energia. (USGBC, 1996).Os recursos
requeridos para criar, operar e repor o atual nível de infra-estrutura, e aquele que se delineia,
são imensos e estão escasseando. Para continuar competitiva, crescente e lucrativa a industria
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da construção sabe que precisa considerar seriamente as conseqüências econômicas e
ambientais de suas ações.
Como e onde o espaço construído se desenvolve leva a diferentes tipos e intensidades
de impactos ambientais. A produção do espaço pode afetar a qualidade e a disponibilidade da
água, a qualidade do ar e a biodiversidade, alterando irreversivelmente áreas naturais e
interferindo nos ecossistemas.
A ação humana interfere direta e indiretamente sobre os componentes tanto do meio
físico como biótico. Grandes reflexos desse processo podem ser verificados nas atividades
agrícolas e florestais quando grandes extensões de terra são desmatadas com reflexos locais e
regionais na quantidade e qualidade da água, clima e biodiversidade.
A produção do espaço urbano é igualmente impactante. Seus reflexos extrapolam a
área urbana (área de influência direta), podendo se estender a centenas de quilômetros de
distância (área de influência indireta). Localmente interfere no solo (ao substituir, por
exemplo, a cobertura natural da vegetação pela impermeabilizante do concreto ou do asfalto),
nos recursos hídricos (poluindo ou escasseando a água superficial e subterrânea), no micro ou
meso clima (por influência das ilhas de calor que promove), na qualidade do ar pelas fontes de
poluição que abriga. A vegetação nativa é via de regra suprimida e, às vezes, parcialmente
substituída, o que influencia negativamente na biodiversidade local.
De acordo com O’Meara (1999) as áreas urbanas, com um pouco mais da metade da
população mundial, são responsáveis por 80% das emissões de carbono, 75% do uso da
madeira e 60% do consumo de água. As cidades ocupam apenas de 1 a 5% da área do mundo,
mas consomem 75% dos seus recursos. As cidades podem ser consideradas como “pontos
quentes”, pois um hectare de uma área metropolitana consome 1.000 vezes ou mais energia de
uma área semelhante em um ambiente natural
A interferência urbana ocorre também fora das fronteiras da cidade, indo até os locais
de onde são obtidas as matérias primas e a energia que alimentam a construção dos edifícios.
Extração mineral e vegetal, processamento e refino de matéria primas metálicas e não
metálicas, represamento de rios, geração de termo-eletricidade são algumas das atividades que
dão sustentação à construção do espaço urbano, mas que se localizam muito além de seus
limites. A figura 1 é uma representação simplificada das atividades de suporte à formação do
ambiente construído com suas respectivas demandas e emissões no meio ambiente.
No início da década de 1990, os pesquisadores da Universidade de British Columbia
começaram a medir a área de terra necessária para suprir as populações com recursos
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(inclusive importados) e a área necessária para absorver seus resíduos. Chamaram essa área
conjunta de pegada ecológica. Em algumas cidades, como Nova York e São Paulo a pegada
ecológica é muitas vezes maior do que sua área total. Isto é também realidade para alguns
países como os Estados Unidos e o Japão. O uso de materiais para construção tem influência
significativa no tamanho da pegada de uma população, assim como a demanda por energia.
Figura 1. Algumas atividades que dão sustentação ao ambiente construído. Os impactos resultantes
atingem o meio físico (o ar, as águas, o solo, o clima) o meio biótico (fauna e flora) e o próprio meio
sócio econômico.
Segundo dados do WWI, em 1995 quase 10 bilhões de toneladas de materiais –
minerais, metais, produtos de madeira e sintéticos industriais e de construção – foram
introduzidos na economia global. Considerando os bilhões de toneladas de materiais que
nunca entraram na economia, ficando nas minas, botas-fora e fundições (resíduos) o valor
bruto da demanda duplicaria. Os danos ambientais resultantes da extração, processamento e
disposição de materiais pós-consumo ressaltam a pouca sustentabilidade do processo
(GARDNER e SAMPAT, 1999).
De acordo com o Green Building Committee of the American Society of Healthcare
Engineering - ASHE, a construção e a manutenção de edifícios em todos os setores da
economia americana consomem, anualmente, algo como 3 bilhões de toneladas de matérias
primas virgens (40% da pedra, cascalho, areia e aço, 25% da madeira virgem, 40% dos
recursos energéticos, 75% do PVC e 17% da vazão de água fresca) e geram uma quantidade
significativa de resíduos (25-40% do resíduo sólido municipal vem da construção e da
demolição de edificações; 50% dos CFCs emitidos; aproximadamente 30% da produção norte
americana de CO2 e emissões substanciais de substâncias tóxicas (ASHE, 2004).
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Segundo LEVIN (1997) as porcentagens dos impactos ambientais causados pelos
edifícios em relação ao total dos impactos causados pelas atividades sócio econômicas norte
americanas são as que seguem:
Uso de energia
42%
Emissões atmosféricas
40%
Consumo de matérias primas
30%
Resíduos sólidos
25%
Consumo De Água
25%
Efluentes líquidos
20%
Ocupação do solo
12%
Ainda com relação a dados norte americanos, os edifícios respondem por 49% das
emissões de dióxido de enxofre, 25% das emissões de óxidos de nitrogênio e 10% das
emissões de particulados, todas elas com reconhecidos danos à qualidade do ar urbano.
Apenas a título de ilustração o Quadro 1 faz um elenco de atividades com emissão de
Carbono, associadas à produção de alguns materiais comumente utilizados na construção dos
edifícios.
Quadro 1. Fontes de emissão de carbono associadas às atividades de extração, produção e entrega de alguns
materiais comumente utilizadas na construção de edifícios.
Atividade
Extração
Produção
Transporte até o
Produto
consumidor
Cimento
Queima de Combustível
Queima de combustível
Queima de Combustível
Descarbonatação
Aço
Queima de Combustível
Queima de combustível
Queima de Combustível
(mineração do ferro)
Redução do ferro
Cerâmica
Queima de Combustível
Queima de combustível
Queima de Combustível
Madeira
Queima de Combustível
Plástico (PVC)
Queima de combustível
Queima de Combustível
Pedra
Queima de combustível
Queima de Combustível
Areia
Queima de combustível
Queima de Combustível
6. A SAÚDE NAS EDIFICAÇÕES
Assim como impactam o meio ambiente, as edificações podem, igualmente, impactar
a saúde física e mental dos seus ocupantes em função de seu projeto, dos materiais de
construção e acabamento que utilizam e das atividades que abrigam. As pessoas nas cidades
passam, em média, de 18 a 20 horas por dia em edifícios. Espaços fechados, mal iluminados e
ventilados estressam e reduzem produtividade, além de representar risco de prejuízo à saúde.
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A ausência de luz natural e a falta de visão para o exterior, por exemplo, deprimem o
ser humano, interferem com seu bem estar e afetam sua saúde mental. Como se constata pela
leitura do Center for Health Design Report 2004, há uma consistente redução do estresse e
sensíveis benefícios emocionais e psicológicos pelo simples fato de se poder ver a natureza.
Emoções negativas e estressantes como medo ou raiva diminuem quando o nível das imagens
agradáveis (entenda-se, vista para o exterior) aumenta (BOEHLAND, 2005).
A liberação de substâncias químicas pelos materiais de acabamento, equipamentos e
mobiliário é outro fator de influência na degradação da qualidade dos ambientes interiores.
Por suas múltiplas características de forma e composição os materiais e produtos de
acabamento podem liberar compostos químicos e/ou facilitar o desenvolvimento de
microorganismos como bolores, fungos e bactérias patogênicas.
Os revestimentos e os protetores de piso são freqüentemente citados como fontes
primárias de contaminação do ar de interiores. Isto se deve aos constituintes voláteis presentes
nos adesivos usados durante a fabricação de tapetes e carpetes e nas colas usados na fixação
de carpete, tacos de madeira e placas de PVC. Como muitos edifícios trabalham fechados
devido ao condicionamento do ar interno, a liberação de produtos químicos pelos materiais
torna-se preocupante. A liberação de formol é uma das maiores preocupações com a emissão
de gases pelos protetores de pisos de madeira como o CascolacTM. Ventilar um ou mais
cômodos antes de ser ocupado dilui os produtos liberados durante os estágios iniciais de
emissão. Contudo, altos níveis de compostos orgânicos voláteis continuam sendo liberados
por meses e, em alguns casos, por anos.
Os carpetes, especificamente, emitem compostos orgânicos voláteis (VOCs) típicos
como o 4-phenylcyclohexene, o composto associado ao “cheiro de carpete novo” e o acido
perfluooctanóico, composto presente nos produtos anti-mancha como o Scotchgard
TM
e o
TM
Staimaster . Estes produtos estão presentes também nos revestimentos de sofás e poltrona,
cortina, papeis de parede, almofadas, toalhas e colchões.(WALSH, 2006).
O mobiliário de madeira manufaturada pode emitir formaldeído, um provável
carcinogênico humano. Os produtos de PVC utilizados como revestimento de móveis, pisos,
tetos e paredes podem liberar uma variedade de compostos perigosos, dentre eles metais
pesados como chumbo, cádmio e ftalatos (nomeadamente o di-etilhexil ftalato um interferente
do desenvolvimento do trato reprodutivo de mamíferos masculinos). As tintas, os materiais de
limpeza, as ceras e outros protetores de pisos e mobiliário emitem compostos orgânicos que
podem ser extremamente alergênicos ao ser humano. Equipamentos como impressoras e
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copiadoras emitem hidrocarbonetos aromáticos provenientes do toner e do próprio papel
(GODISH, 2001).
Na maioria dos projetos de construção, materiais de acabamento, mobiliário e
equipamentos são escolhidos em função de aspectos estéticos, desempenho e custo. Nos
edifícios verdes ou sustentáveis este seleção tradicional de parâmetros foi expandida para
incluir os impactos à saúde e ao meio ambiente.
7. OS EDIFÍCIOS VERDES
Conforme a economia e a população se expandem, projetistas e construtores
enfrentam o desafio de atender as demandas por novas e renovadas edificações: acessíveis,
seguras, saudáveis e produtivas e, ao mesmo tempo, com mínimos impactos sobre o meio
ambiente. O objetivo é criar edifícios que sejam responsivos, responsáveis e defensáveis.
Para esse fim, os edifícios devem ser competentemente planejados, funcionalmente
adequados, apropriados em sua forma. Devem apresentar custos razoáveis, serem possíveis de
ser construídos, adaptáveis, duráveis e contextuais.
A construção verde é uma prática relativamente recente de criar modelos mais
saudáveis e mais eficientes de edifícios em termos de uso de recursos materiais e energéticos
durante sua construção, ampliação, operação, manutenção e demolição. A teoria e a prática
demonstram cada vez mais que quando as edificações são projetadas e operadas com seu ciclo
de vida de impactos em mente, elas respondem com benefícios ambientais, econômicos e
sociais. Nos países ditos desenvolvidos a indústria da construção está cada vez mais
nitidamente focada em fazer seus edifícios mais verdes.
Genericamente definida como construir conservando os recursos ambientais, o
conceito de edificação verde se confunde com o da habitação saudável e o da construção
sustentável ao incluir os inúmeros elementos que afetam cada aspecto do processo do
desenvolvimento do ambiente construído.
Segundo a OPAS, Habitação Saudável é a concepção da habitação como um agente da
saúde de seus moradores. Implica em um enfoque sociológico e técnico de enfrentamento dos
fatores de risco, e promove uma orientação para a localização, construção, moradia, adaptação
e manuseio, uso e manutenção da habitação e do seu ambiente. De acordo com aquela
Organização o conceito de Habitação Saudável se introduz desde o ato do projeto da
habitação, sua micro-localização e construção, e se estende ao seu uso e manutenção. Este
conceito está relacionado com o território geográfico e social onde está localizada a habitação,
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os materiais usados para a sua construção, a segurança e qualidade dos elementos usados, o
processo construtivo, a composição do seu espaço, a qualidade do seu acabamento, o contexto
periférico global (comunicações, energia, vizinhança) e a educação sanitária dos seus
moradores sobre os estilos e condições de vida saudável (OPAS, 2006b)
O escritório da Federal Environmental Executive (2006) define construção verde
como a prática de: i) aumentar a eficiência com a qual as edificações utilizam a energia, a
água e os materiais e, ii) reduzir os impactos da construção sobre a saúde humana e ambiental
por meio de melhor assentamento, projeto, construção, operação, manutenção e demolição, ou
seja, durante todo o ciclo de vida da edificação.
Não obstante as constantes modificações no entendimento e na definição do que seja
construção verde, edifício sustentável ou, construção saudável, existem seis princípios
fundamentais com os quais todos concordam:
1. Otimizar as potencialidades do local_ a criação de edifícios sustentáveis
começa com a correta seleção do local, incluindo considerações sobre o reuso ou reabilitação
de construções já existentes. A localização, orientação e o paisagismo de um edifício afetam
as condições ambientais locais, meios de transporte, serviços públicos e o uso da energia.
Relevo local, vegetação existente, presença de corpos d´água devem ser considerados em
todos os seus aspectos, no sentido de uma exploração máxima com um mínimo de
interferências. Situar um edifício em função de aspectos de segurança é outro ponto crítico
no projeto de otimização das potencialidades do local. A localização do edifício em relação
às vias de acesso, áreas para estacionamento, controle de velocidade de veículos,
identificação de ocupantes e forma de iluminação do perímetro do empreendimento devem
ser integrados ao projeto juntamente com os aspectos de sustentablidade (consumo de
energia elétrica, demanda por materiais, perda de áreas vegetadas, canalização de córregos).
2. Otimizar o uso da energia_ no contexto de escassez de oferta de energia, seja
por dificuldades de geração (disponibilidade do potencial hidroelétrico ou termoelétrico),
seja por impactos ambientais locais e globais (da hidroeletricidade ou da termoeletricidade),
seja por dificuldades de distribuição (rede elétrica) é essencial a busca de meios para reduzir
cargas e aumentar a eficiência da aplicação da energia. A otimização na demanda por
energia elétrica é fundamental para a escolha e dimensionamento de materiais (fios, cabos,
transformadores...), operação e manutenção da edificação, segurança contra acidentes
elétricos.
3. Proteger e conservar a água_ a água tem se tornado um bem escasso. Um
edifício verde deve utilizar eficiente e parcimoniosamente a água tratada, reusando ou
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reciclando-a quando viável. A captação e o aproveitamento da água de chuva devem ser
considerados para lavagem de áreas, irrigação das áreas vegetadas e, até mesmo, para
lavagem de veículos ou outros serviços eventualmente realizados no empreendimento.
Córregos e regos das proximidades devem ser protegidos contra lançamentos poluidores,
canalizações e outras intervenções que alterem suas características naturais. Ao
impermeabilizar grandes áreas os edifícios acabam por gerar volumes significativos de água
que drenam para os corpos d’água locais. Este escoamento superficial, se não devidamente
controlado, pode vencer a capacidade de recepção dos córregos e regos, provocando
extravazamentos.
O escoamento superficial deve ser entendido também como fonte
potencial de contaminação da água pelo arraste de inúmeros materiais poluentes. Por estas
razões a vegetação aos redores dos corpos d’água deve ser conservada, notadamente aquela
que protege suas margens e controla assoreamento. O controle dos efluentes líquidos, em
quantidade e qualidade, deve se executado visando proteger corpos receptores e
equipamentos comunitários.
4. Utilizar produtos com menor impacto ambiental_ edifícios sustentáveis devem
ser construídos com materiais que miniminizam impactos ambientais e perigos á saúde
humana. Materiais com significativos impactos ao meio ambiente e/ou à saúde humana em
seu ciclo de vida devem ser evitados, assim como aqueles que requerem matérias com estas
características em sua aplicação ou manutenção. Sempre que possível, materiais de matriz
renovável devem ser utilizados em substituição a materiais de matriz não renovável. Da
mesma forma, o emprego de materiais reciclados deve ser priorizado frente ao uso de
materiais virgens. A escolha dos materiais leva outros aspectos em consideração que são a
geração inerente de resíduos, o grau de perdas, os riscos de manuseio e a durabilidade, tendo
sempre em foco a saúde e segurança dos trabalhadores e do meio ambiente, e a redução de
custos de disposição e de responsabilidades. O local de origem dos materiais deve ser
igualmente considerado para evitar transportes de longas distâncias. O suprimento local de
materiais deve ser fortemente considerado, assim como a mão de obra para construção.
5. Garantir uma boa qualidade do ar nos ambientes internos_ a qualidade do ar
nos ambientes interiores tem um impacto significativo na saúde, conforto e produtividade
dos seus ocupantes. Para garantir uma boa condição ambiental interna um edifício
sustentável deve maximizar o uso da luz natural, dispor de uma adequada ventilação, evitar
o uso de materiais com emissão de compostos voláteis, manter vista para o exterior.
Sistemas de ventilação e condicionamento do ar devem ser projetados para conservação de
energia, facilidade de manutenção e proteção contra o desenvolvimento e arraste de material
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biológico como fungos e bactérias. Os níveis de ruído interno devem minimizados através
do tamanho e formato dos módulos internos, com o emprego de materiais que geram pouca
reverberação e pelo tipo de mobiliário a ser usado. Materiais de acabamento e mobiliário são
igualmente responsáveis por emissão de substâncias tóxicas no ar, acumulação de poeira e
desenvolvimento de material biológico perigoso.
6. Otimizar práticas de operação e manutenção_ incorporar considerações de
operação e manutenção no projeto de um edifício irá contribuir de forma relevante para
melhoria do ambiente de trabalho, maior produtividade e redução de custos de energia e
materiais. Os projetistas de edifícios sustentáveis são encorajados a especificar materiais e
sistemas que simplificam e reduzem os requisitos de manutenção, consomem menos água e
energia, demandam materiais de limpeza menos tóxicos e em menores quantidades,
apresentam uma boa relação custo:benefício e baixos impactos em seu ciclo de vida. A
seleção de materiais deverá ser sempre norteada na reciclabilidade, na durabilidade e nos
impactos causados durante sua produção, uso e descarte.
Como se lê, edifícios sustentáveis otimizam o uso da energia, água e materiais;
propiciam uma qualidade ambiental e conforto nos espaços internos que criam; utilizam
processos e materiais ambientalmente saudáveis, e são localizados de forma tal a tirar
vantagem da iluminação e ventilação natural, preservar a comunidade e sua integridade
histórica, dar segurança e facilitar acesso a transporte público
A edificação verde, entretanto, será sempre uma criação local, isto porque o clima, os
costumes, a economia, a disponibilidade de materiais e as preferências variam entre
sociedades e nações. Medidas que são essenciais para edifícios verdes em algumas áreas ou
países podem não ser apropriadas para outras.
8. MATERIAIS VERDES
Materiais com preferência ambiental são aqueles que têm um efeito menor ou
reduzido na saúde humana e no meio ambiente quando comparados com outros produtos
que servem o mesmo propósito. Os produtos verdes devem apresentar um ou mais dos
seguintes atributos ambientais e de proteção à saúde: i) propiciarem condições para uma boa
qualidade de ar nos ambientes interiores (tipicamente por liberar menos VOCs, e não abrigar
ou permitir o desenvolvimento de microorganismos); ii) serem duráveis e ter baixa
manutenção (não exigindo substâncias perigosas para limpeza e conservação); iii)
incorporarem um conteúdo mínimo de material reciclado; serem feitos a partir de materiais
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naturais ou provenientes de fontes renováveis; iv) terem baixo nível de energia incorporada;
v) não conterem CFCs, HCFCs ou outras substâncias destruidoras da camada de ozônio; vi)
não conterem compostos altamente tóxicos nem que de sua produção resultem compostos
altamente tóxicos; vii) serem obtidos de fontes ou fabricantes locais; viii) quando produtos
de madeira que esta seja certificada; ix) poderem ser facilmente reusados e reciclados; x)
serem biodegradáveis.
Na seleção dos materiais e produtos verdes é necessário considerar seus impactos em
todas as fases de seus ciclo de vida. Esta análise deve considerar, pelo menos, as seguintes
fases: extração das matérias primas, fabricação, construção, uso, manutenção, reuso e
disposição.
9. DISCUSSÃO
Barreiras a serem vencidas na construção verde
Pelo que se pôde depreender da literatura atual, o conceito de construção verde, embora
correto do ponto de vista ambiental, econômico e social ainda enfrenta resistências para sua
plena adoção, mesmo nos países desenvolvidos. Algumas barreiras identificadas apontam
para: i) a falta de integração entre os diferentes gestores de fases de uma construção;
ii) falta de informações de custos no ciclo de vida da edificação;
iii) ausência ou insuficiência de padrões de operação e desempenho que possam orientar
ou motivar a adoção de princípios verdes;
iv) falta de incentivos;
v) ausência de informações técnicas que justifiquem as vantagens desse tipo de
edificação.
Na opinião do autor, no Brasil, embora este conceito ainda não permeie a maioria dos
construtores civis, é de se esperar uma certa resistência à sua adoção considerando que o
clima no país é ameno, o que permite uma boa ventilação natural. Este fato praticamente
elimina o problema maior de acumulação de compostos perigosos no ar de ambientes
internos. Não discorda o autor que muitos dos modernos edifícios brasileiros, por questões de
projeto, são totalmente fechados e exigem ventilação forçada. Não operando esta
adequadamente, manifestar-se-ão os problemas anteriormente mencionados. Não ignora
também o autor o fato de que muitos edifícios, por questões de custos, empregam materiais de
acabamento baratos que demandam produtos bastante agressivos para manutenção,
notadamente para limpeza e conservação.
III CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 17, 18 e 19 de agosto de 2006.
Outra barreira prevista à adoção dos edifícios verdes é a questão dos custos. A adoção de
princípios verdes efetivamente aumenta os custos iniciais de uma edificação, muito embora os
custos de operação e manutenção sejam menores. Na economia brasileira ainda prevalece a
compra pelo menor preço, sendo pouco considerados os custos de operação e de manutenção.
Some-se ainda o fato da manutenção da maioria dos edifícios ser de responsabilidade do
proprietário e não do construtor. Assim, não há motivação para construir um edifício mais
caro, mesmo se com menos manutenção, se não houver uma forte demanda para tal.
Dados da agência americana de proteção ambiental US.EPA mostram que ao longo de 40
anos, 50% do custo de um edifício de escritório dizem respeito a sua operação; que o custo de
construção se restringe a 11% e que é possível uma economia entre 10% e 20% no custo de
operação de um edifício se ele for projetado dentro de normas verdes Assim, a despeito de
apresentarem um custo inicial cerca de 15% mais elevado do que edifícios comuns os
edifícios verdes recuperam esta diferença em termos de custos de operação e manutenção.
(NAVI, 2002).
A barreira mais forte a ser vencida, contudo, diz respeito ao quase total desconhecimento
popular sobre os impactos causados ao meio ambiente e à saúde humana pelos edifícios e as
vantagens econômicas e sócio-ambientais dos edifícios verdes.
10. REFERÊNCIAS
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Performance (SEABEP), "Buildings and Environment Congress", Paris, 9-12 June, 1997.
LICCO, E.A. Controle da poluição ambiental. Campinas, 1997.[Apostila do curso de Gestão
Ambiental. Escola de Engenharia mecânica, Unicamp]
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2002.[Apostila do curso de Gestão e Tecnologias Ambientais. Escola Politécnica, USP.]
SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado, São Paulo, Hucitec, 1988.
NAVI, A. Método Engenharia traz o conceito dos edifícios "verdes". BoletimIDEA, edição
017, ano 2, 2002.
O’Meara, M. “Explorando uma nova visão para as cidades”. In: BROWN, L.R. et al. (org).
Estado do mundo.Salvador: Editora Uma 1999, p.-138-157, 1999.
13.OPAS – Organização PanAmericana da Saúde. Saúde e ambiente -marco conceitual,
disponível em: htpp//www.opas.org.br/ambiente/carta.cfm 2006a
14.OPAS – Organização PanAmericana da Saúde. Espaços Saudáveis, disponível em:
htpp//www.opas.org.br/ambiente/temas.cfm?id=34&área=Conceito 2006b
15. ROSSI, Ana M.G. Ambiente construído. Rio de Janeiro, 7 Letras, AFEBA, 2003)
16. USGBC - United States Green Building Council. Sustainable Building Technical
Manual.Washington, Public Technology, Inc., 1996.
17. US.EPA. Buildings and the Environment: A Statistical Summary. December 2004.
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18. Walsh, B. Scotchgard™ and Stainmaster™: A Precautionary Tale for the Green Building
Movement . Healthy Building Network, February 24, 2006. disponível em:
http://www.healthybuilding.net/news/060224pfoa.html
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