Dengue, Chikungunya, Zika: manejo Nova Definição de caso - DENGUE Febre até 7 dias + 2 ou mais dos seguintes: • Náusea, vómitos; • Exantema; • Mialgias e/ou artralgia; • Cefaléia com dor retro-orbital; • Petéquias; • Prova do laço positiva; • Leucopenia. Guia Vigilância, 2014 PROVA DO LAÇO: Desenhar um quadrado de 2,5 cm de lado (uma polegada) no antebraço do paciente. Verificar a PA e, após, insuflar novamente o manguito, mantendo-se insuflado na média da PA (PAS + PAD/2) , durante 3 minutos para crianças e 5 min. p/ adultos. A prova é positiva se aparecerem 20 ou mais petéquias na área demarcada (ou 10 petéquias nas crianças). Manifestações clínicas da dengue em < 2 anos Febre* Apatia Recusa alimentar Sonolência Choro persistente Vômitos Fezes mais amolecidas Exantema Tosse BRASIL, Ministério da Saúde, 2007 Evolução da febre e exantema BRASIL, Ministério da Saúde, 2007 Definição de casos OMS DENGUE Com Sem sinais de sinais de alarme alarme A DENGUE GRAVE • Extravasamento plasmático grave • Hemorragia grave • Comprometimento grave de órgãos. B CeD SINAN NET SVS 07/2013 Choque SINAN NET SVS 07/2013 Sinais de choque Pressão diferencial convergente (pressão arterial diferencial <20mmHg); Hipotensão arterial; Extremidades frias,cianose; Pulso rápido e fino; Enchimento capilar lento (>2 segundos). SÍNDROME DE CHOQUE POR DENGUE INGESTA PERDAS EXTRAVASAMENTO DE PLASMA HT > 20% EDEMA PULMONAR E ASCITE CHOQUE Valor de referência de Ht por faixa etária (média 2 desvios padrões) Idade Hematócrito 15 dias 52 8 3 meses 37 4 6 meses 35 4 1 a 2 anos 36 4 5 anos 37 4 10 anos 40 4 Adulto masculino Adulto feminino 46 7 42 6 ALERTA PARA > HEMOCONCENTRAÇÃO: Crianças (até 12 anos): HT > 38% em < 5 anos Aapós Ht > 42% Mulheres: Ht > 44% Homens: Ht > 50% Dengue Tratamento Caso 1 AS, 10 anos, há 2 dias com febre, mialgia, dor retro-orbitária, náuseas. Hoje 2 vômitos e prostrada. Sem antecedentes patológicos. PA= 90/55, FC = 90, FR = 20, Afebril, P = 35 kg Prova do Laço negativa Exame físico: depletada, restante normal Qual a conduta? Frequência cardíaca por faixa etária Idade Média FC dormindo 0 – 2 meses 140 80 – 160 3 – 23 meses 130 75 – 160 2 – 10 anos 80 60 – 90 > 10 anos 75 50 – 90 Frequência respiratória por faixa etária Idade < 2 meses 2 - 12 meses FR (rpm) até 60 até 50 1 - 5 anos 5 - 8 anos até 40 até 30 adultos 12 - 20 Pressão arterial por faixa etária Idade PA sistólica PA diastólica Recémnascido Lactente 60 – 70 20 – 60 87 – 105 53 – 66 Pré-escolar 95 – 105 53 – 66 Escolar 97 – 112 57 – 71 Definições Caso 1 Hidratação sob observação Após PA = 100/65, FC = 80 Alta com orientação para ingerir muito líquido e retorno s/n Caso 1 Qual estadiamento? Você pediria exames? A orientação está certa? Caso 1 Qual volume a ser prescrito? Volume = 2.500 ml/dia Estadiamento da Dengue para tratamento ( Ministério da Saúde, 2013): Grupo A – s/ sinal de alerta, s/ manifestação hemorrágica Grupo B – s/ sinal de alerta, c/ manifestação hemorrágica, condições clínicas especiais ou comorbidades ou risco social Grupo C – c/ sinal de alerta, c/ extravasamento de plasma, c/ ou s/ manifestação hemorrágica Grupo D = c/ choque, c/ ou s/ hipotensão, desconforto respiratório ou disfunção de órgãos Grupo B Condições clínicas especiais < 2 anos > 65 anos > gestantes Comorbidades HA Dç cardiovascular grave DM DPOC Dç hematológica crônica Dç renal crônica Dç ácido péptica Hepatopatia crônica Dç auto imune Estadiamento e tratamento O paciente precisa ser monitorado pois pode evoluir de um estágio para outro !!! Temperatura PA Pulso e Tempo de enchimento capilar Débito urinário Ht Plaquetas Classificação de risco para atendimento UBS/ Consultório Grupo A Hemograma c/ plaquetas normal Hidratação oral para casa = 60 a 80 ml/kg/dia (1/3 em SRO) + reposição de perdas com SRO ( < 2 anos: 50 – 100 ml/vez, > 2 anos: 100 – 200 ml/vez) Retorno: diário (se possível) e no primeiro dia afebril Orientações Ofertar líquidos caseiros: água, sucos de frutas naturais, chás, água de coco e sopas. Evitar uso de refrigerantes e alimentos de cor escura e avermelhados. Manter alimentação, inclusive o aleitamento materno. Grupo A Exemplo: P = 10 kg 80 ml X 10 = 800 ml/dia 1/3 em SRO (270 ml) e 2/3 em líquidos (540 ml) Manhã = 300 ml (100 ml SRO, 200 ml líquidos ) Tarde = 300 ml (100 ml SRO, 200 ml líquidos ) Noite = 200 ml (50 ml SRO, 150 ml líquidos ) Grupo A no ADOLESCENTE/ADULTO Exemplo: P = 70 kg 80 ml X 70 = 5.600 ml/dia Oferecer 1/3 em SRO (1.300 ml) e 2/3 em líquidos (2.700ml) Manhã = 3 L ( 1 L SRO, 2 L líquidos ) Tarde = 2 L ( 0,5 L SRO, 1,5 L líquidos ) Noite = 1 L ( 0,5 L SRO, 0,5 L líquidos ) Grupo A Exames laboratoriais Hemograma de controle: a critério médico Sorologia e isolamento viral: fora de epidemia Epidemia: pacientes graves, grupos especiais, dúvida diagnóstica Atenção Orientações – repouso, hidratação, exames, retorno, retorno imediato na presença de sinais de alarme Cartão de Acompanhamento do Paciente com Suspeita de Dengue Ficha de Notificação do caso suspeito de dengue Caso 1 No dia seguinte (3º dia) retorna afebril, mas com dificuldade para se alimentar e ingerir líquidos pelas náuseas, Refere melhora discreta da mialgia. Ao exame: depletada, afebril, PA = 95/75, FC = 90, FR = 18, Fígado 1,5 cm RCD, Prova do Laço + Qual a conduta? Caso 1 Hemograma + Ag NS1 • Hidratação sob supervisão no PS: P = 35 kg SF 0,9% = 1.400 ml EV em 4 horas Hospital secundário Grupo B s/ sinal de alerta e c/ manifestação hemorrágica (visível ou só a Prova do laço +) • Hemograma: Ht aumentado (> 10 %) ou Crianças > 38 - 42% Mulheres > 44% Homens > 50% Hidratação supervisionada Grupo B - Criança Iniciar a hidratação oral sob supervisão SRO 80 (50 – 100) ml/kg em 4 a 6 horas VO ou s/n SF 0,9% 40 ml/kg EV em 4 horas Controle de Ht após a expansão (4 horas) • Queda de Ht e paciente aceitando VO, alta com orientação do volume a ser ingerido (60 – 80 ml/kg/dia) • Retorno em 24 horas Grupo B Paciente sem melhora do Ht e sem ingestão VO: • Repetir o SF 20 ml/kg em 2 h • Soro de manutenção Até 10 KG: 100 ml/kg/dia 10 a 20 Kg: 1000 ml+50 ml/kg/dia p/ cd Kg acima de 10 Kg >20 KG : 1.500 ml + 20 ml/Kg/dia para cada Kg acima de 20 KG Acrescentar volume estimado de perdas com SF0,9% 20 – 40 ml/kg/dia de 6/6h – paralelo Grupo B no ADOLESCENTE/ADULTO Exemplo: P = 70 kg 80 ml X 70 = 5.600 ml Oferecer 1/3 em SRO (1.800 ml) e 2/3 em líquidos (3.700ml) - SRO sob supervisão em 4 - 6 horas ou SF 0,9% 2.800 ml EV em 4 - 6 horas Colher Ht após a expansão inicial Controles Verificar sinais vitais (se possível, a PA em duas posições) a cada 2 horas. Retorno diário até 48 horas após a queda da febre. Grupo B Quando encaminhar para Hospital terciário? Paciente em transição para GRUPO C Ht em ascensão ou sem melhora após 2 – 3 fases de SF 0,9% Sinais de alarme Transferir para Hospital terciário GRUPO C Presença de sinais de alerta Com ou sem sangramentos - espontâneos ou induzidos (Prova do Laço) Extravasamento plasmático (derrames e hemoconcentração) Sem choque Coletar exames: hemograma, plaquetas, tipagem sanguínea, gasometria, eletrólitos, albumina, AST, ALT, TAP, KPTT, glicemia, uréia, creatinina Realizar RX Tórax + USG tórax/abdome Sorologia/Isolamento viral Iniciar hidratação EV imediatamente GRUPO C Hidratação Endovenosa em Crianças Fase de Expansão: SF ou Ringer Lactato: 20 ml/kg/hora em 2 horas ( até 3 vezes ) Fase de Manutenção: segundo a regra de Holliday-Segar c/Na e K = 2 - 3 mEk/KgCal/dia: Até 10 KG: 100 ml/kg/dia 10 a 20 Kg: 1.000 ml+50 ml/kg/dia p/ cd Kg acima de 10 Kg + de 20 Kg: 1.500 ml + 20 ml/Kg/dia para cada Kg acima de 20 KG (máx. 2000 ml/dia) Reposição das perdas estimadas: SF 0,9% ou Ringer Lactato = 50 ml/Kg em 24 horas (paralelo à manutenção) GRUPO C Hidratação Endovenosa em ADOLESCENTES/ADULTO Expansão: SF ou RL 20 ml/kg/hora em 2 horas Ht após 2 horas (repetir até 3x s/n) Manutenção após: 1/3 em SF e 2/3 em SG 5%: Primeira fase – 25 ml/kg da solução em 6 horas Segunda fase – 25 ml/kg da solução em 8 horas Controles Laboratorial: Hematócrito + glicemia capilar após 2 horas da expansão inicial Se glicemia ≤ 60 mg/dl = oferecer uma fonte de glicose oral Controle de Ht após cada fase Controle de Ht e glicemia capilar a cada 4 horas Controle de plaquetas cada 12 horas Reavaliação de hora em hora (FC, FR, PA e perfusão periférica) na 1ª. Fase, depois de 2/2 e após de 4/4 horas Controle de diurese e densidade urinária de 2 em 2 horas (na expansão e depois de 4/4 horas) Hospital terciário GRUPO D Sinais de choque, desconforto respiratório ou disfunção grave de órgãos Com ou sem sangramentos espontâneos ou induzidos (Prova do Laço) Dois acessos venosos periféricos calibrosos Coletar exames: hemograma, plaquetas, tipagem sanguínea, gasometria, eletrólitos, albumina, AST, ALT, TAP, KPTT, glicemia, uréia, creatinina, hemoculturas Sorologia/Isolamento viral Iniciar IMEDIATAMENTE hidratação endovenosa Fase de Expansão = SF 0,9% ou RL 20 ml/kg em 20 minutos (repetir até 3 vezes) (todas as idades) Internação em UTI GRUPO D • Fase de Manutenção = Usar a fórmula de Holliday-Segar • Fase de reposição de perdas = Paralelo ao soro de manutenção: SF 0,9% ou RL 50% das necessidades/diárias 50 ml/Kg em 24 horas, a cada 6 h. Se necessário: Expansões com SF 0,9% ou RL 20 ml/kg/hora Controles PA/pulso/FR/oximetria/diurese a cada 15 – 30 min, Ht a cada 2 hs, Plaquetas a cada 12 hs. Após estabilização hemodinâmica: Ht a cada 4 hs, Plaquetas a cada 24 hs. Grupos C e D no ADOLESCENTE/ADULTO Exemplo: P = 70 kg GRUPO C = SF 0,9% 20 ml/kg/h = 1.400 ml em 2 horas* Manutenção de 25 ml/kg = 1.500 ml (1/3 SF + 2/3 SG5%) a cada 6 - 8 horas GRUPO D = SF 0,9% 20 ml/Kg rápido = 1.400 ml em 20 minutos* (repetir até 3x até melhorar a PA)* Manutenção de 50 ml/kg/dia = 3.500 ml/dia Colher Ht após a expansão* Ht ainda elevado mas em queda reduzir o próximo volume de expansão pela metade (700 - 1000 ml em 1 hora) Hidratação na dengue O acompanhamento da reposição volêmica é feito pelo hematócrito, diurese e sinais vitais Memorizando a Expansão.... Grupo A = 80 VO dia Grupo B = 80 VO 6 h ou 40 EV 4 h , s/n 20/hora EV 2 h Grupo C = 20/hora EV 2 h Grupo D = 20 EV 20 min Abordagem da Síndrome do Choque do Dengue MANUTENÇÃO DA FUNÇÃO RESPIRATÓRIA: •Suplementação de O2 (máscara ou cateter nasal) •Intubação e VPM s/n •Oximetria de pulso > 96% •Ausculta de campos pulmonares MANUTENÇÃO DA FUNÇÃO CIRCULATÓRIA: •Instalar 2 acessos de grosso calibre •Iniciar reposição volêmica •Transferir para UTI •Persiste choque com 3 fases de SF =considerar SVD/ PVC •Expansor colóide ou Dopamina •Hemoderivados conforme necessidade TRATAMENTO Soluções colóides: Choque prolongado ou recorrente c/ Ht ascensão (após 3 fases de SF) Albumina (adultos =3ml/kg/h; cçs= 0,5 a 1 g/kg) ou Dextran 6% (10 ml/kg/h- até máx.1 L) Hipovolemia por extravasamento TRATAMENTO Ht em queda e Hipotenso com edema pulmonar -Diminuir os líquidos -Dopamina -Se necessário VENTILAÇÃO MECÂNICA Miocardite Edema pulmonar sem choque (volemia normal ou aumentada) Fase de Recuperação -Diuréticos (furosemida) -s/n Drogas inotrópicas (dopamina ou dobutamina) TRATAMENTO -TAP e KPTT Hipotenso c/ ou s/ edema e Ht em queda -Hb/HT Hemorragia interna -contagem de plaquetas -Plasma fresco e Vit K -Concentrado de hemáceas -Concentrado de Plaquetas Tratamento Nos sangramentos com alterações de TAP (atividade < 40% e INR> 1,25), usar plasma fresco ( 10 ml/kg de 8/8 ou 12/12 Hs) e vit. K, s/n crioprecipitado (1 U para cada 5 – 10 kg) até a estabilização do quadro hemorrágico Maiores hemorragias ( geralmente do trato digestivo): transfusão de concentrado de hemácias (10 -20 ml/kg) Transfusão de Plaquetas: O uso inadequado de concentrado de plaquetas favorece o desencadeamento de CIVD Indicações de transfusão: Para pacientes com sangramentos importantes: abaixo de 20.000/mm³ Para pacientes com sangramento do SNC : abaixo de 50.000/mm³ Dose= 1 U/10 kg (de 8/8 ou 12/12 hs) Até a estabilização do quadro hemorrágico Tratamento de FHD/SCD Evitar procedimentos invasivos = tubos, drenos, flebotomia... aumentam risco de Infecção Hospitalar sepse bacteriana Fase de recuperação (entre 24 e 72 horas) •Aumento da diurese e sinais vitais estáveis •Queda do Ht = descontinuar a infusão de fluidos quando o Ht cai: a persistência do volume de infusão após reversão do choque pode levar à hipervolemia •Após a suspensão da infusão de líquidos pode haver maior queda do Ht (reabsorção do líquido extravasado) •Pacientes com persistência da disfunção miocárdica podem necessitar de inotrópicos e diuréticos nesta fase •Diminuição e desaparecimento dos derrames •Diminuição e desaparecimento dos sintomas respiratórios •Vigiar a superinfecção bacteriana Critérios de Alta Hospitalar Ausência de febre por 48 hs ( sem medicação antitérmica) Melhora visível do quadro clínico Ht normal e estável por 24 hs Plaquetas em elevação e >50.000/ mm3 Estabilização hemodinâmica durante 48 hs Derrames cavitários em reabsorção e sem repercussão clínica Bibliografia CONSUELO OLIVEIRA out/2014 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL SINDRÔMICO SÍNDROME FEBRIL COM ARTRALGIA SÍNDROME EXANTEMÁTICA SÍNDROME HEMORRÁGICA DENGUE DENGUE FEBRE AMARELA CHIKUNGUNYA ZIKA DENGUE RUBÉOLA SARAMPO DOENÇA DE KAWASAKI RUBÉOLA LEPTOSPIROSE MENINGOCOCCEMIA SEPTICEMIA MALÁRIA GRAVE CONSUELO OLIVEIRA out/2014 FEBRE CHIKUNGUNYA Tríade clássica: Febre, exantema e artralgia Evolução clínica trifásica Assintomáticos 3-12% Período de incubação 2 – 4 dias Avaliar os sinais e sintomas neurológicos FEBRE CHIKUNGUNYA MANIFESTAÇÕES ARTICULARES FASE AGUDA: ARTICULAÇÕES COM LEVE RUBOR E EDEMA Simon et al. Medicine, 86 (3), May 2007 VÍRUS + ANTICORPOS NAS ARTICULAÇÕES FEBRE CHIKUNGUNYA FASE AGUDA: exantema e conjuntivite CONJUNTIVITE Simon et al. Medicine, 86 (3), May 2007 EXANTEMA CONSUELO OLIVEIRA out/2014 REPUBLICA DOMINICANA, 2014 www.paho.org/chikungunya FEBRE CHIKUNGUNYA FASE AGUDA: descamação DESCAMAÇÃO Emerging Infectious Diseases www.cdc.gov/eid • Vol. 18, No. 3, March 2012 FEBRE CHIKUNGUNYA FASE SUBAGUDA: Recaída dos sintomas: Duração: 02 a 03 meses após início sintomas Poliartrites distais, exacerbação da dor e outros sintomas Durante esta fase a febre normalmente desaparece, mas pode recorrência da febre Astenia, prurido generalizado e exantema maculopapular, além do surgimento de lesões purpúricas, vesiculares e bolhosas. Depressão FASE CRÔNICA Período afebril Duração maior Persistência dos sintomas: 03 meses • Poliartralgia inflamatória • Artralgia incapacitante e destrutiva • Artrites e artropatias destrutiva x Artrite Reumatóide (5 a 10% artralgia crônica prolongada) • Necessário acompanhamento médico FEBRE CHIKUNGUNYA FASE CRÔNICA Fatores de risco para a cronificação: idade acima de 45 anos, desordem articular preexistente e maior intensidade das lesões articulares na fase aguda. CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E MANEJO DO PCTE COM CHIKV TRATAMENTO FASE AGUDA Sintomático + Hidratação + Repouso. Hidratação oral (2 litros no período de 24 horas) Paracetamol ou dipirona, s/n codeína associada Tramadol –casos refratários aos anteriores, em > 14 anos, usar com cautela em pacientes com história prévia de convulsões, doença hepática e renal Compressas frias de 4/4 h, durante 20 min AINH e corticóides - contraindicados na fase aguda TRATAMENTO •Retornar à unidade de saúde: Persistência da febre por mais de cinco dias, Aparecimento de sinais de gravidade Persistência dos danos articulares •Os pacientes de grupo de risco (gestantes, com comorbidades, idosos e menores de 2 anos): Retorno diário até desaparecimento da febre •Pacientes com instabilidade hemodinâmica: Uréia, creatinina, TGO/TGP, Ecocardiograma, Hematócrito, plaquetas TRATAMENTO FASES SUBAGUDA E CRÔNICA AINE oral - Pacientes refratários, por um período máximo de 7 dias Corticóide – Pacientes com dor articular não responsiva a AINE e analgésicos, com dor moderada a intensa, poliarticular, debilitante. Dose: 0,5 a 1 mg/kg/dia (máximo por 21 dias). Remissão completa da dor - manter a dose por mais três dias. Reduzir a dose a cada três dias até suspensão. Recidiva da dor - retornar à dose anterior e após cinco dias da resolução dos sintomas tentar novo desmame. TRATAMENTO FASES SUBAGUDA E CRÔNICA Compressas frias Posicionamento adequado - proteção articular e o retorno venoso. Movimentação ativa das articulações acometidas ao acordar, cinco vezes ao longo do dia e antes de dormir. Evitar atividades que sobrecarreguem as articulações. Equipe multidisciplinar – fisioterapeuta, reumatologista... Surto de doença exantemática = 26/03/2015 PCR = DENV, CHIKV, WNV (West Nile), Mayaro, ZIKV 24 pacientes (7 = confirmado ZIKV, 3 = confirmado Chykungunya) QUADRO CLÍNICO •Síndrome febril •Síndrome exantemática – exantema intenso, •hiperemia conjuntival, •artralgia (5 – 7 dias, pode durar até 30 dias) •Quadro neurológico – 4 a 19 dias após o início •Síndrome de Guilain-Barré •Encefalomielite Aguda Disseminada (ADEM) •Microcefalia FISIOPATOLOGIA •Flavivírus - neurotropismo •Fenômeno de ‘mimetismo molecular’ associação de agentes patogênicos com doenças autoimunes é o provável mecanismo para o desenvolvimento da síndrome de Guillain-Barré INFECÇÃO POR VÍRUS ZIKA CONJUNTIVITE EXANTEMA PRURIGINOSO EDEMA DE PUNHO E DEDOS MAÕS Síndrome de Guilain-Barré •Fraqueza muscular progressiva e ascendente •Com ou sem parestesia, •Perda gradual dos reflexos tendinosos profundos •Pode acometer pares cranianos (facial) •Em 25% há acometimento da musculatura respiratória com IRA e VPM •Pode haver envolvimento autonômico •Causas: Campylobacter, Mycoplasma, CMV, EBV, HIV.... •Diagnóstico: LCR (hiperproteinorraquia, dissociação prot-citol), Eletroneuromiografia (bloqueio condução focal e ondas F) •Tratamento: Imunoglobulina EV ou Plasmaferese •Mortalidade: 5% The Lancet, 29/02/2016 Out/2013 – Abril/2014 Estudo com 42 pacientes e 168 controles Pacientes já tinham PCR para ZIKA negativo 74% IgM anti-ZIKA 98% IgM ou IgG anti-ZIKA 19% IgM anti-ZIKA e IgM anti-DENGUE (reação cruzada ?) Resposta de neutralização em placa para ZIKA = 100% dos casos Resposta de neutralização em placa para DENGUE = 56% do grupo controle 95% dos pacientes com ZIKA tinham imunidade prévia para DENGUE (sem # com grupo controle) Anticorpos anti-glicolipídio = 50% dos casos Patogênese do neurotropismo e neurotoxicidade? Auto-anticorpos e/ou fatores neurotóxicos ainda não identificados..... Dengue prévia como um desencadeador ???? 88% sintomático 6 dias (4-10) antes do quadro The Lancet, 29/02/2016 www.eurosurveillance.org 11% da população infectada 2 casos de RNT = Gestante 1 com exantema 2 dias antes do parto (seu RN assintomático) . Gestante 2 com exantema 3 dias depois do parto (RN com exantema 4 dias depois do parto). PCR + RNs e mães = soro (até d7), LM (d8), saliva, urina (d8) LM = cultura celular negativa 25 anos, moradora da Slovenia, trabalho voluntário em Natal/RN Fev/2015 = 13 semanas de IG = febre, exantema pruriginoso, mialgia, dor retro-orbitaria USG 14- 20 sem = normal USG 29 sem = anormalidade fetal USG 32 sem = hidrocefalia moderada, microcefalia, calcificações placenta e craniana Aborto consentido Alterações histopatológicas cérebro PCR + cérebro Microscopia eletrônica compatível com replicação viral Mesma cepa da linhagem asiática The New England Journalimune of Medicine, 10/02/2016 SNC = meio protegido do sistema para manter replicação viral DEFINIÇÕES DE CASOS Microcefalia relacionada à infecção pelo vírus Zika (durante a gestação e no pós-parto) 1. Gestante com possível infecção pelo vírus zika durante a gestação 2. Feto com alterações do SNC possivelmente relacionada a infecção pelo vírus Zika durante a gestação 3. Aborto espontâneo decorrente de possível associação com infecção pelo vírus Zika, durante a gestação 4. Natimorto decorrente de possível infecção pelo vírus Zika durante a gestação 5. Recém-nascido vivo (RNV) com microcefalia possivelmente associada a infecção pelo vírus Zika, durante a gestação MICROCEFALIA RNT < 32 cm (Percentil 2,6 meninos e Percentil 5,6 meninas) PC < 2 Desvio Padrão ( - 2DP) (Escore Z da cederneta) RNPT - Curva de Fenton +2 0 -2 Caderneta de saúde da criança – MS (2011) DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO (SESA/PR, 2016): a. FETO ou NATIMORTO ou RECÉM-NASCIDO VIVO COM MICROCEFALIA* diagnosticada intra-útero ou pós-natal; *DEFINIÇÃO DE MICROCEFALIA CONGÊNITA: INTRA-ÚTERO: feto com diâmetro biparietal ou circunferência craniana abaixo do percentil três E desproporcionalmente menor que o peso e comprimento fetal para a idade gestacional e sexo. PÓS-PARTO: Recém-nascido (RN), natimorto ou aborto com perímetro cefálico (PC) aferido ao nascimento (e confirmado após 24h) abaixo do percentil três ou menor que dois desvios-padrão (<2 DP) E desproporcionalmente menor que o peso e estatura para idade gestacional e sexo do RN, natimorto ou aborto. DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO (SESA/PR, 2016): b. FETO ou NATIMORTO ou RECÉM-NASCIDO VIVO (RNV) com outras alterações do sistema nervoso central (ex.: malformações de fossa posterior ou ventriculomegalia e calcificações intracranianas), alterações ósteo-articulares como a artrogripose, assim como múltiplas malformações sugestivas de infecção congênita; c. ABORTO ESPONTÂNEO com suspeita clínica e/ou laboratorial de infecção congênita; DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO (SESA/PR, 2016): d. GESTANTE COM SUSPEITA DE INFECÇÃO PELO VÍRUS ZIKA: quadro clínico de exantema maculopapular durante a gestação ou até 40 (quarenta) dias antes de engravidar. Notificação do caso suspeito O serviço de saúde responsável pelo atendimento da gestante e/ou recémnascido deve notificar o caso suspeito por telefone à vigilância epidemiológica municipal, que por sua vez notificará a Regional de Saúde (RS) Após certificar-se de que se trata de um caso suspeito de MICROCEFALIA ou Infecção congênita, a notificação deve ser realizada no Registro de Eventos de Saúde Pública (RESP), disponível em: www.resp.saude.gov.br Investigação Assim que possível, os Serviços de Atendimento à gestante e/ou RN notificados no RESP deverão preencher o “QUESTIONÁRIO DE INVESTIGAÇÃO DE CASO SUSPEITO DE MICROCEFALIA RELACIONADA À INFECÇÃO PELO VÍRUS ZIKA” Enviar o FORMULÁRIO DE TRIAGEM DE GESTANTES E/OU RN COM SUSPEITA DE INFECÇÃO POR VIRUS ZIKA” preenchido à Superintendência de Atenção à Saúde (SAS/SESA) TRATAMENTO Hidratação oral Sintomáticos - acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona Erupções pruriginosas - anti-histamínicos Não recomenda-se o uso de ácido acetilsalicílico e outros anti-inflamatórios - risco aumentado de complicações hemorrágicas descritas nas infecções por outros flavivírus. Os casos suspeitos devem ser tratados como dengue, devido à sua maior frequência e gravidade conhecida. Medidas de prevenção pessoal Informar e orientar todas as gestantes e mulheres em idade fértil: •Atualizar as vacinas de acordo com PNI • Risco relacionado ao uso de medicamentos; • Atenção sobre a natureza e a qualidade daquilo que se ingere (água, alimentos, medicamentos, álcool) ou tem contato (fumo) •Proteger-se das picadas de insetos: o Evitar horários e lugares com presença de mosquitos; o Utilizar roupas que protejam partes expostas do corpo; o Consultar o médico sobre o uso de repelentes Medidas de prevenção pessoal •Permanecer, principalmente no período entre o anoitecer e o amanhecer, em locais com barreiras: telas de proteção, mosquiteiros, ar-condicionado; •Minimizar o contato vetor-paciente: oA pessoa infectada deve repousar sob mosquiteiros; oO paciente e os demais membros da família devem usar mangas e calças compridas; oUsar telas protetoras nas portas e janelas; oUso de repelente pelo paciente. Repelentes de inseto durante a gravidez Repelentes a base de: • n,n-Dietil-meta-toluamida (DEET) •Hydroxyethyl isobutyl piperidine carboxylate (Icaridin ou Picaridin) • Ethyl butylacetylaminopropionate (EBAAP ou IR3535) DEET não devem ser usados em crianças menores de 2 anos. Entre 2 e 12 anos – concentração no máximo 10% e a aplicação deve se restringir a 3 vezes por dia Repelentes ambientais para controle do mosquito da dengue Afastam os mosquitos do ambiente: Não devem ser utilizados em locais com pouca ventilação, Não usar na presença de pessoas asmáticas, Manter distância mínima de 2 metros das pessoas. Inseticidas em spray e aerossol Indicados para matar os mosquitos adultos. Atualização: 08/12/2015 SESA: 07/03/2016 COMBATE AO MOSQUITO !!!!!! Obrigada!!