Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 Interação entre formigas, com especial referência à Camponotus sp. (Formicinae) e Brachymyrmex sp. (Formicinae) e outros herbívoros com a planta Caryocar brasiliense (Caryocaraceae) em uma área de cerrado Camilla Mendes Ferreira, Gabriel Mendes Ferreira, Patricia Avelar dos Prazeres, Patricia Graziella Medeiros Costa, Lucas Prado Barreto, Vanessa Stefanni Sul Moreira, Janaina Marques Schinwelski & Jonas Byk Universidade Estatual de Goias, UnU Morrinhos [email protected] PALAVRAS-CHAVE: interaçoes, coevolução, mutualismo, Caryocar. 1 INTRODUÇÃO A história natural das associações formigas-plantas tem chamado a atenção de pesquisadores de todo o mundo nos últimos dois séculos. Durante esse tempo apareceram evidências de que essas relações podem afetar as espécies interagentes em suas histórias de vidas de maneira significativa, havendo vários e diversos estudos e revisões sobre esse assunto (JANZEN, 1967; BENTLEY,1977; KOPTUR, 1991, 1992; DAVIDSON & MCKEY, 1993, OLIVEIRA & PIE, 1998; OLIVEIRA & DELCLARO, 2005). Este tipo de interação tem fornecido muitas informações para um melhor entendimento do mutualismo e do processo coevolutivo (THOMPSON, 2005). As associações formigas-plantas são particularmente notáveis em habitats tropicais, onde as formigas presentes fornecem três tipos de serviços às plantas: proteção contra inimigos naturais, dispersão de sementes e ocasionalmente polinização (BRONSTEIN, 1998). HÖLLDOBLER & W ILSON (1990) relataram que nas associações com plantas, as formigas se alimentam e armazenam sementes; cortam folhas para o cultivo de fungos e podem utilizar a planta hospedeira como local de nidificação. No entanto, a maioria dos grupos de formigas estabelece relações mutualísticas de caráter facultativo com várias espécies de angiospermas de diferentes famílias, principalmente as que possuem nectários extraflorais (BEATTIE, 1985; BUCKLEY, 1982; KOPTUR, 1992). Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 Nectários extraflorais (NEFs) são glândulas secretoras de néctar, que não estão diretamente ligadas com a polinização e que podem ser encontradas em diversas partes da planta, como lâmina da folha, pecíolo, ráquis, brácteas e caule, principalmente (BENTLEY & ELIAS, 1983; KOPTUR, 1992). A composição do néctar extrafloral é muito semelhante a dos nectários florais, nos quais podem ser encontrados os principais açucares do metabolismo primário das plantas: glicose, frutose e sacarose, além de aminoácidos, sais e água (BENTLEY & ELIAS, 1983; HARBORNE, 1993). O néctar extrafloral é o tipo de alimento mais comumente oferecido pelas plantas às formigas (CARROL & JANZEN 1973, KOPTUR, 1992). Muitos autores, afirmaram que formigas atraídas pelos nectários extraflorais (NEFs) protegem a planta (BROWN, 1960; veja BENTLEY, 1977b), mas falharam em mostrar experimentalmente evidências que suportassem tais afirmações. Entretanto, em 1966, o naturalista Daniel Janzen, trabalhando na América Central, apresentou os primeiros dados experimentais que demonstraram uma relação obrigatória entre árvores de Acacia cornigera L. e colônias de Pseudomyrmex ferruginea (JANZEN, 1966). A partir desse trabalho inicial, outros estudos experimentais de campo demonstraram a existência de associações mutualísticas facultativas ou obrigatórias entre as formigas visitantes e as plantas associadas. Sumarizando, formigas que forrageiam em nectários extraflorais foliares (NEFs) reduzem a herbivoria (JANZEN, 1966, 1967; BENTLEY, 1976; KOPTUR, 1979, 1984; KELLY, 1986; COSTA et al., 1992), o que pode levar a uma maior produção de frutos e aumentar o sucesso reprodutivo da planta (KOPTUR, 1979; STEPHENSON, 1981; BARTON, 1986; KEELER, 1989; KOPTUR, 1992; DAVIDSON & MCKEY, 1993; DELCLARO et al., 1996); NEFs próximos a, ou, em estruturas reprodutivas, podem atrair formigas que podem, por sua vez, proteger óvulos e sementes (BENTLEY, 1977b, INOUYE & TAYLOR, 1979; SCHEMSKE, 1982; KEELER, 1989; HORVITZ & SCHEMSKE, 1984). São muito recentes os trabalhos envolvendo interações de formigas com plantas que possuem nectários extraflorais e sua possível função nos trópicos, particularmente no Cerrado (COSTA et al., 1992; DEL-CLARO & OLIVEIRA, 1993; DELCLARO et al., 1996; OLIVEIRA, 1997; OLIVEIRA et al. 1987). Plantas que possuem NEFs podem representar mais de 31% dos indivíduos e 25% das espécies da flora Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 arbórea dos cerrados do Brasil (OLIVEIRA & OLIVEIRA-FILHO, 1991). Embora o Cerrado seja um bioma bem definido, ocupando originalmente 25% do território brasileiro, poucos estudos têm examinado as relações entre plantas e insetos nesse bioma. A maior parte das pesquisas feitas neste bioma são relacionadas a interesse na exploração agrícola do solo ou no extrativismo vegetal (OLIVEIRA & MARQUIS, 2002). Uma espécie muito frequente e intrigante é Caryocar brasiliense Camb (Caryocaraceae), conhecida popularmente como pequizeiro. Ocorre em cerrados do planalto central, flores de C. brasiliense são intensamente visitadas e polinizadas por várias espécies de morcegos. A dispersão dos frutos e sementes pode ser efetuada por aves, como a ema e a gralha, ou mesmo por pequenos mamíferos como a cotia e formigas (Gribel 1986). C. brasiliense possui NEF´s na face externa das sépalas de seus botões florais, os quais são intensamente visitados por diversas espécies de formigas. Apesar dos nectários localizarem-se no cálice, eles são considerados como funcionalmente extraflorais (vide Delpino 1875), uma vez que não recompensam os morcegos polinizadores do pequi. NEF’s também são encontrados nos bordos do limbo de primórdios foliares e folhas jovens de Caryocar; em folhas adultas e velhas estas glândulas não são mais funcionais e deixam de ser visitadas por formigas (Oliveira 1988). As interações entre formigas-plantas-herbívoros ocorrem em todos os ecossistemas terrestres, variando entre facultativas e obrigatórias em geral, a despeito da abundância de mutualismos (na maioria facultativos), a maior parte dos estudos considera as relações até o terceiro nível trófico. A influência de outras espécies e outros níveis tróficos sobre os mutualismos tem recebido pouca atenção, particularmente quando comparado com outros tipos de interações. Plantas extra nectaríferas são bons modelos para o estudo dos efeitos multitróficos sobre os mutualismos e a biodiversidade. Nesses tipos de plantas, as formigas visitantes que exibem comportamento agressivo podem afetar positivamente o valor adaptativo das plantas por reduzirem os danos causados às partes vegetativas e reprodutivas (Del-claro et al. 2008). No presente estudo foi investigado o aspecto da condicionalidade nos resultados (sensu BRONSTEIN, 1994, 1998) das relações ecológicas entre formigas e Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 plantas no cerrado, ou seja, como a presença ou ausência de formigas afeta a ação dos herbívoros de uma árvore do cerrado que possui nectários extraflorais ao longo do tempo. As questões levantadas foram: A) Quais as espécies de formigas e herbivoros visitam a espécie Caryocar brasiliense ? B) Estas afetam na porcentagem de herbivoria foliar, produção de flores, frutos e sementes? C) Há diferenças causadas pela presença ou ausência de formigas nos testes experimentais? D) Existe diferença na proteção conferida por formigas do gênero Camponotus em relação à Brachimirmex? 2 Material e Métodos O presente estudo foi desenvolvido no Sítio Recanto dos Jatobás (18°59’S, 48º18’W), localizado a 1,5 Km da zona Urbana de Morrinhos, GO. A área da fazenda compreende 27 hectares, a qual é coberta por vegetação de cerrado stricto sensu e extensa área de pastagem. O solo na maior parte da fazenda é do tipo Latossolo Vermelho-Escuro, profundo e drenado (Embrapa 1982) apresentando pouca serrapilheira. O clima, de acordo com a classificação de Köppen, é do tipo Aw e tem como característica duas estações distintas: invernos secos (maio à setembro) e verões com extensas chuvas de outubro à março (Appolinário & Schiavini 2002). Embora a maioria das Caryocaraceae seja proveniente da região amazônica, o C. brasiliense (popularmente chamado de pequizeiro) é uma das espécies mais abundantes e comuns em todos os cerrados (Oliveira & Marquis 2002), sendo considerada uma das espécies mais características deste tipo de vegetação (Souza 2005). Seu porte varia de arbustivo a arbóreo, variando conforme o solo. A grande maioria dos indivíduos no Sítio Recanto dos Jatobás possui entre três e seis metros. É uma planta semidecídua, heliófita, seletiva xerófita, constituindo se uma característica do Cerrado brasileiro. Ocorre geralmente em agrupamentos mais ou Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 menos densos, tanto em formações primárias como secundárias e pioneiras (Lorenzi 2000). As folhas dessa família são alternas ou opostas, compostas, trifoliadas, com ou sem estípulas, margem geralmente serrada. Inflorescência cimosa ou racemosa; flores vistosas, bissexuadas, actinomorfas (Souza 2005); não apresentando uniformidade na brotação que geralmente ocorre durante e logo após períodos chuvosos (Lorenzi 2000). Suas inflorescências surgem de agosto a outubro, com frutificação de agosto a novembro (Lorenzi 2000). O pequizeiro é considerado uma espécie de interesse econômico, principalmente devido ao uso de seus frutos na culinária, como fonte de vitaminas e na extração de óleos para a fabricação de cosméticos (Almeida & Silva 1994). Na medicina popular, é utilizado para tratamento de problemas respiratórios; como afrodisíaco; e suas folhas são adstringentes além de estimular a produção da bílis (Almeida & Silva 1994; Brandão et al. 2002). A casca do pequizeiro, além de ser utilizada em curtume, é tintorial, fornecendo tinta amarelo – castanho, bastante empregado pelos tecelões mineiros (Brandão et al. 2002). A coleta de dados foi realizada em quatro etapas: (1) marcação das plantas; (2) formação dos grupos controle e tratamento nas áreas, com manipulação experimental para exclusão de formigas no grupo tratamento; (3) avaliação do grau de herbivoria foliar e floral em cada grupo, em cada área; (4) identificação das formigas e herbívoros associados. Os dados de temperatura, umidade relativa do ar e pluviosidade durante a realização do estudo serão obtidos junto à estação meteorológica da UEG-Morrinhos. Marcação das plantas e montagem da manipulação experimental. Para a realização dessa etapa do estudo, foram marcados 22 indivíduos de Caryocar brasiliense durante o mês de julho de 2009, sendo que os indivíduos marcados apresentavam semelhança na herbivoria inicial (menor que 1%), altura (entre 3 a 6 metros) e estágio fenológico (todas com sinais de brotamento, folhas jovens). Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 Cada indivíduo foi dividido em três partes: ramos controle, onde o acesso às formigas foi mantido naturalmente e ramos tratamentos (sendo dois grupos): GRUPO I: A) no qual o acesso das formigas foi restringido através da aplicação de duas resinas atóxicas (Tanglefoot®; Plantetor®) na base dos galhos, impedindo o acesso de formigas; B) adição ou permanência de um formigueiro do gênero Camponotus. Para o GRUPO II, se repetiram os passos A e B, modificando apenas o formigueiro , que neste caso foi Brachimyrmex. As formigas presentes nos ramos tratamento no momento da aplicação da resina foram removidas manualmente e alguns exemplares coletados para identificação. A vegetação próxima aos ramos tratamento foi removida para que não se formassem pontes naturais por onde as formigas pudessem ter acesso aos ramos isolados. Mensuração da herbivoria foliar Cada indivíduo experimental teve nove (controle/tratamento, totalizando 27 folhas por planta) de suas folhas amostradas mensalmente (julho de 2009 à fevereiro de 2010 ) para quantificação da herbivoria causada por insetos, sem que estas sejam removidas. As folhas escolhidas foram sempre às três mais apicais, três do extrato médio e as três mais basais, próximas ao caule. A análise de herbivoria seguiu o método de comparação da área foliar perdida vs. a área total, onde: IH= (Ni x Ci) / N, sendo: IH – índice de herbivoria,Ni – número de folhas,Ci – categoria de dano,N – número total de folhas. O índice de herbivoria (IH) é categorizado em: 0) 0%; 1) de 1-6%; 2) de 712%; 3) de 13-25%; 4) de 26-50%; 5) mais de 50 % de herbivoria foliar. A média do percentual de herbivoria das folhas de um mesmo ramo indica o grau de herbivoria do ramo. O grau de herbivoria foliar entre ramos tratamento e controle, em ambas as áreas, foi comparado usando “ANOVA” para medidas repetidas, considerando os fatores tempo e espécies de formigas presentes. Herbivoria floral Foram marcadas plantas apresentando inflorescências seguindo o mesmo procedimento adotado para a análise da herbivoria. Em cada indivíduo foram Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 selecionadas duas ou mais inflorescências, com aproximadamente o mesmo número de botões florais dentro dos grupos (controle e tratamentos). De cada inflorescência foram contados seus botões florais e após um período de aproximadamente 60 dias foi possível contabilizar o número de frutos e sementes formadas por frutos produzidos. A proporção do número médio de sementes e dos frutos formados por botões produzidos em cada área, em ramos de cada grupo experimental foi comparado através do Teste U de Mann-Whitney. Identificação de formigas associadas Em cada área foram realizadas visitas diurnas mensais, para a coleta das espécies de formigas visitantes das plantas. Foi empregada a coleta ativa (com pinça e com auxílio de rede entomológica) e as espécies foram acondicionadas em álcool 70 GL. As espécies de formigas foram identificadas até morfoespécies durante o todos os meses de coletas. 3 Resultados Foram encontradas 28 espécies de formigas (Tabela 1) nos ramos com livre acesso no período pré e pós-florada, distribuídos em sete gêneros; sendo três espécies do gênero Brachymyrmex (Formicidae) que esteve presente em todos os ramos experimentais, nove espécies do gênero Camponotus (Formicidae) que apresentou a maior riqueza, três espécies do gênero Cephalotes (Myrmicinae), seis do gênero Crematogaster (Myrmicinae) que mais ocorreu no lado controle, uma espécie do gênero Pachycondyla (Ponerinae), uma do gênero Pheidole (Myrmicinae) e cinco espécies de Pseudomyrmex (Pseudomyrmecinae). Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 Tabela 1 – Espécies de formigas visitantes em Caryocar brasiliense (Caryocaraceae), na vegetação do Cerrado do Sítio Recanto dos Jatobás, Morrinhos, GO. Espécies Brachymyrmex sp. 1 Brachymyrmex sp. 2 Brachymyrmex sp. 3 Camponotus (Tanaemyrmex) balzani Emery, 1894 Camponotus (Hypercolobopsis) coriolanus Forel, 1912 Camponotus (Myrmobrachys) propinquus Mayr, 1887 Camponotus (Myrmepomis) sericeiventris Guerin-Menéville, 1838 Camponotus sp. 1 Camponotus sp. 2 Camponotus sp. 3 Camponotus sp. 4 Camponotus sp. 5 Cephalotes sp. 1 Cephalotes sp. 2 Cephalotes sp. 3 Crematogaster sp. 1 Crematogaster sp. 2 Crematogaster sp. 3 Crematogaster sp. 4 Crematogaster sp. 5 Crematogaster sp. 6 Pachycondyla sp. 1 Pheidole sp. 1 Pseudomyrmex sp. 1 Pseudomyrmex sp. 2 Pseudomyrmex sp. 3 Pseudomyrmex sp. 4 Pseudomyrmex sp. 5 Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 As formigas associadas ao C. brasiliense não influenciaram significativamente na proteção contra herbivoria foliar entre meses, comparando os tratamentos (Figura 1). Porém, podemos notar diferenças estatísticas entre a taxa de herbivoria, provocada por diversos herbívoros (Tabela 2), causando danos significativamente diferente entre ramos experimentais. Das 8 ordens de insetos encontradas algumas destas possuem insetos fitófagos que trazem prejuízos a planta e outras apenas vivem em cavidades do tronco (Ortoptera). Também algumas espécies de aranhas foram observadas. Tabela 2. Morfoespécies de herbívoros encontrados em indivíduos experimentais em Caryocar brasiliense (Caryocaraceae), na vegetação do Cerrado do Sítio Recanto dos Jatobás, Morrinhos, GO. Estrutura Ordem Família Espécie atacada Anthonomus Coleoptera Curculionidae ourateae botões e flores Anthonomus sp.1 botões e flores Anthonomus sp.2 botões e flores Anthonomus sp.3 botões e flores Anthonomus sp.4 botões e flores Anthonomus sp.5 botões e folhas Scolytidae Zygopinae sp. botões e folhas Diptera Cecidomyiidae Contarinia sp. botões/brotos Dolichopodidae Dolichopodidae sp. brotos/ NEF Stratiomydae Chiromysa sp. brotos raquis das Homoptera Membracidae Membracidae sp.1 panículas raquis das Membracidae sp.2 panículas raquis das Membracidae sp.3 panículas Membracidae sp. raquis das 4 panículas raquis das Membracidae sp.5 panículas Lepidoptera Lycaenidae Lycaenidae sp. folhas jovens Pieridae Pieridae sp. folhas e botões Hesperiidae Hesperiidae sp. 1 folhas jovens Hesperiidae sp. 2 folhas jovens Hesperiidae sp. 3 folhas jovens Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 Hesperiidae sp. 4 Hesperiidae sp. 5 Mantodea Vatidae Vatidae sp. Orthoptera Gryllidae Gryllidae sp. Acrididae Acrididae sp. Phasmida Phasmatidae Phasmatidae sp. Timemmatidae Timemmatidae sp. Thysanoptera Thripidae Frankliniela sp. Thripidae sp.1 Thripidae sp.2 folhas jovens folhas jovens folhas folhas folhas folhas folhas flores flores flores Figura 1 – Comparação entre média de herbivoria em ramos de Caryocar brasiliense entre os meses de julho de 2009 à fevereiro de 2010 no cerrado do Sítio Recanto dos Jatobás, Morrinhos, GO. Barras enegrecidas indicam Camponotus (F = 2780,312; gl =1); barra cinza indica Brachymyrmex (F = 3103,915; gl = 1) e barras vazias indica ramo controle(F = 3594,859; gl=1). O símbolo “*” indica que as médias diferiram significativamente entre os grupos (p < 0,001; ANOVA para medidas repetidas). Foram produzidos 154 frutos e 306 sementes no lado tratamento Camponotus e 192 frutos e 393sementes no tratamento Brachymyrmex., contra 108 frutos e 191 sementes no lado controle, o que demonstra a proteção conferida pela gênero Brachymyrmex. Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 * Figura 2. Comparação entre a taxa média de frutos formados por botões produzidos. Barras enegrecidas indicam Camponotus; barra cinza indica Brachymyrmex e barras vazias indica ramo controle. (*) indicam diferença significativa entre os dados (Teste U de Mann-Whitney, p < 0,001). * Figura 3 - Comparação entre o número médio de sementes produzidas por frutos de Caryocar brasiliense entre os lados tratamento e controle. Barras enegrecidas indicam Camponotus; barra cinza indica Brachymyrmex e barras vazias indica ramo controle. O símbolo “*” indica que as médias diferiram significativamente entre os grupos (Teste U de Mann-Whitney, p < 0,001). Outro fator a ser considerado é o nível de pluviosidade (Figura 4), bem abaixo da média normal para os meses de chuva do mesmo ano (239 mm) em Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 dados meteorológicos disponibilizados pelo sítio, podendo as chuvas ser um fator determinante na fenologia foliar (Borchert 1999). Figura 4 – Precipitação de chuva (mm) durante os meses de pesquisa na cidade de Morrinhos, GO. 3.1 Discussão A floração do Caryocar ocorre principalmente na estação seca, sendo que neste trabalho pode-se observar que a floração se desenvolveu principalmente entre julho e agosto, período em que houve a ausência de chuva (Fig. 4), o desenvolvimento dos frutos e sua maturação ocorreu durante os meses de setembro e outubro que foi o início do período chuvoso, que corrobora com a observação de Oliveira (1988). Durante a época de seca também há perda de folhas, fato que contribui para o balanço hídrico da planta, já que neste período a taxa fotossintética é bem menor devido a pouca disponibilidade de água (Monastério & Sarmiento 1976 apud Oliveira 1988). A emissão de novas folhas e botões ocorreu entre os meses de julho-agosto, um pouco antes do início das chuvas e pode estar relacionada com o fato das plantas produzirem menos folhas durante a época de reprodução (Raven et al. 2001). Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 A emissão de novas folhas pode ser usada para explicar a diminuição ao longo dos meses da herbivoria foliar, em especial do mês de agosto, pois folhas novas têm sua área foliar sem agressões após a brotação, sendo que neste mesmo mês volta-se a ver um pequeno aumento na herbivoria (Fig. 1), devido à idade da folha e o conseqüente ataque feito por herbívoros; fato esse que justificaria a ausência da diferença estatística na comparação entre os meses, e também responderia a diferença encontrada na herbivoria foliar entre o início do estudo e o seu final. A floração do C. brasiliense se encontra na conformidade do padrão “cornucópia” (Gentry 1974 in Oliveira 1988), a qual se caracteriza pela produção de um grande número de flores durante várias semanas; no sítio Recanto dos Jatobás a floração ocorreu durante o final de julho e fim de setembro. O gênero Camponotus foi o gênero que apresentou mais espécies relacionadas ao lado controle do C. brasiliense, o que esta de acordo com outros estudos feitos com outras espécies vegetais com nectários extra-florais do cerrado (Del-claro et al. 1996; Santos 2001). Em algumas plantas houve a permanência, mesmo após a aplicação as resinas citadas do gênero Brachymyrmex, sendo que estas plantas apresentaram uma maior produção de sementes por fruto, o que pode estar ligado ao comportamento agressivo desse gênero pouco citado na literatura (veja Oliveira 1988), sendo que a defesa feita por este pode equivaler à defesa realizada pela comunidade de formigas do lado controle, logo este gênero é muito importante para a planta, o que suscita uma questão: talvez haja na comunidade alguns gêneros de Formicidae que não podem estar oferecendo benefícios a planta e sim estar sendo exploradores de néctar (Byk & Del-Claro 2010). Das 8 ordens de insetos detectadas no presente estudo, Oliveira (1988) detectou quatro ordens que podem trazer prejuízos ao C. brasiliense, sendo que três equivalem a ordens encontradas neste estudo, sendo que não chegamos aos níveis inferiores a ordem. Oliveira identificou as seguintes ordens, e os herbívoros atacantes e os danos causados ao C. brasiliense: borboletas do gênero Eunica bechina (Hewitson, 1852) (Lepidoptera: Nymplalidae) desovam em primórdios foliares e folhas jovens o que causa a redução da superfície fotossintetizante; o Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 percevejo do gênero Edessa rufomarginata (De Geer, 1773) (Hemiptera: Pentatomidae) se alimenta de botões e frutos de Caryocar usando seu aparelho bucal picador-sugador, diminuindo assim o sucesso reprodutivo; duas espécies de Tetrastichus spp. (Hymenoptera: Eulophidae) induzem a formação de galhas, sendo que folhas muito infestadas se retorcem e caem precocemente; por fim o gênero Prodiplosis floricola (Felt, 1907) (Diptera: Cecidomulidae) atacada botões florais que em pouco tempo adquirem um aspecto típico de murchamento, caindo logo em seguida; porém nenhum efeito de proteção executada por formigas foi demonstrado em relação a taxa de herbivoria ou produção de frutos. Oliveira (1997) em um teste experimental com C. brasilense demonstrou a presença dos mesmos herbívoros supra-citados, o que sugere que tais plantas mantém associações em distintas regiões com as mesmas espécies ou espécies próximas, sendo que formigas colaboram em especial para a diminuição da infestação de Eunica bechina, Edessa ruformarginata e Prodiplosis floricola. A predominância de formigas do gênero Camponotus tem mostrado uma eficiência elevada na remoção de herbívoros (Del-Claro et al. 1996). Além destas três ordens, três outras ordens foram detectadas: coleópteros, ortópteros e neurópteros, foram vistos visitando a planta, em especial a sobre a superfície foliar. Outros estudos (Oliveira 1988; 1997) tem demonstrado superficialmente a proteção conferida pelo gênero Brachymyrmex ao C. brasiliense, sendo que este gênero pode visitar preferencialmente os nectários extraflorais localizados nos botões florais, como conseqüência de tal houve uma maior produção de frutos por botões e sementes por fruto neste estudo, além das plantas com o mesmo gênero terem apresentando, mesmo que fracamente, uma menor taxa de herbivoria foliar. Oliveira (1997) afirma que quanto mais próximas as formigas estão dos NEF’s, maior é a proteção conferida. Sugere-se ainda que a presença do gênero Brachymyrmex possa estar ligada a uma possível mirmecofilia com C. brasiliense, sendo que a ocorrência de mirmecofilia é bem conhecida nos trópicos (Wilson 1971 apud Sheibler et al. 2002). O que podemos ver, Brachymyrmex apresentou mais benefícios que Camponotus, um dos gêneros mais bem estudados em relações mutualísticas e se esta primeira Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 apresenta mais benefícios que a segunda e pode ser encontrada naturalmente em ramos de pequizeiros, talvez possamos comprovar o primeiro caso de mirmecofilia para o Cerrado. Em C. brasiliense à presença de canais no tronco das plantas, que podem servir de abrigo para o gênero Brachymyrmex, além do fato da presença deste ter contribuído para um diferencial positivo na produção frutos por inflorescências e de sementes por fruto no grupo tratamento e sua proteção contra a herbivoria foliar foi idêntica se comparada a outras espécies agindo em conjunto. Serão necessários mais estudos com este e outros gêneros, para saber seus efeitos positivos sobre o C. brasiliense e se estes efeitos se reproduzem em outras espécies vegetais do Cerrado. 4 Conclusões Através da manipulação experimental em campo, podemos concluir que de fato o gênero Camponotus apresenta um cuidado maior quando comparado a vários outros gêneros de formigas. Ao que parece, a alternância de visitações não apresenta vantagens a C. brasiliense. Porém , uma série de dados nos mostraram que formigas do gênero Brachymyrmex se mostraram mais efetiva que Camponotus, sendo que a primeira é comumente encontrada em ramos de pequizeiros, mostrando nitidamente que a relação mutualistica é muito mais e forte e que necessita de mais trabalhos afim de entendermos a coevoluçao entre estes grupos. Nossos dados fornecem evidencias claras que a associação entre algumas formigas com C. brasiliense podem aumentar a produção de frutos e sementes de uma planta de grande importância ao estado de Goiás, sugerindo desta forma que em caso de ausência, ninhos artificiais sejam adicionados às plantas, aumentando a produção e o lucro de uma forma sustentável. Bibliografia ALMEIDA, S. P.; SILVA, J. A. 1994. Piqui e buriti: importância alimentar para a população dos cerrados. Planaltina: EMBRAPA-CPAC (Documentos, 54). Anais do VIII Seminário de Iniciação Científica e V Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS 10 a 12 de novembro de 2010 APPOLINÁRIO, V. & SCHIAVINI, I. 2002. Levantamento fitossociológico de espécies arbóreas de Cerrado (stricto sensu) em Uberlândia - Minas Gerais. Boletim do Herbário Ezechias Paulo Heringer 10:57-75. BORCHERT, R. 1999. Climatic periodicity, phenology and cambium activity in tropical dry forest trees. IAWA Journal 20(3): 239-247. 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