FACULDADE CENECISTA DE NOVA PETRÓPOLIS - FACENP CARLA DENISE KRUEGER EFICIÊNCIA E EFICÁCIA NO PROCESSO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO: UM ESTUDO DE CASO DA UNIDADE MATRIZ DA COOPERATIVA PIÁ Nova Petrópolis 2009 1 CARLA DENISE KRUEGER EFICIÊNCIA E EFICÁCIA NO PROCESSO DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO: UM ESTUDO DE CASO DA UNIDADE MATRIZ DA COOPERATIVA PIÁ Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Graduação em Administração da Faculdade Cenecista de Nova Petrópolis como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientador: Prof. Luciano Luis Lima Nova Petrópolis 2009 2 CARLA DENISE KRUEGER EFICIÊNCIA E EFICÁCIA NO PROCESSO DE RECUTAMENTO E SELEÇÃO: UM ESTUDO DE CASO DA UNIDADE MATRIZ DA COOPERATIVA PIÁ Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção do título de Bacharel em Administração da Faculdade Cenecista de Nova Petrópolis – FACENP Habilitação: Administração Data da aprovação: ___ / ____ / _______ BANCA EXAMINADORA: __________________________________________ Professor: . __________________________________________ Professor: . __________________________________________ Professor orientador: Luciano Luis Lima 3 Dedico este trabalho a minha filha Geovana, a minha família, colegas e aos professores da Faculdade Cenecista de Nova Petrópolis – FACENP, que estiveram ao meu lado durante a trajetória acadêmica. 4 Não faças do amanhã o sinônimo de nunca, nem o ontem te seja o mesmo que nunca mais. Teus passos ficaram. Olhes para trás… mas vá em frente, pois há muitos que precisam que chegues para poderem seguir-te. Charles Chaplin As pessoas raramente reconhecem a oportunidade porque ela surge disfarçada em trabalho árduo. H. L. Mencken 5 Agradecimentos Aos meus pais, Sr. Romeu Krueger e Srª. Neoli Schneider Krueger e minhas irmãs, Neide Daiana Krueger e Bruna Daniela Krueger pela visão de mundo e valores transmitidos eternamente. A minha filha Geovana Krueger Lipreri, amiga, que foi muito mais paciente, compreensiva neste momento da minha vida. À empresa Piá e em especial ao Sr. José Mario Hansen – Diretor Superintendente, pela oportunidade de realizar esta pesquisa. Aos diretores, gerentes e demais lideranças que colaboraram com esta pesquisa cedendo parte do seu tempo para serem entrevistados; A Luciano, meu orientador, que sempre transmitiu confiança, foi paciente e tolerante, indicando os melhores caminhos; A todas as pessoas que de algum modo acompanharam a elaboração desta pesquisa e acreditam no potencial deste projeto; E, não menos importante, a Deus, por eu ter saúde física e mental para viver esse momento de importantes transformações pessoais e profissionais, comprovando mais uma vez que somos o resultado das nossas decisões. 6 RESUMO Desenvolver qualquer atividade empresarial no ambiente de competição mundial não tem sido tarefa fácil. Buscar sustentação, produção e crescimento requer um planejamento que afrontem, de forma inteligente, o dinamismo do mercado. Tão importante quanto a estruturação dos planejamentos é contar com uma equipe de profissionais atentos aos acontecimentos à sua volta e com competências para atender às exigências de cada novo momento. Neste contexto, torna-se essencial que a área de Recursos Humanos esteja com seus processos consolidados e alinhados com a empresa, além de oferecer serviços de apoio constante aos gestores para a melhor condução das suas equipes. O presente trabalho analisa se o processo de recrutamento e seleção, atende de forma eficiente e eficaz as necessidades de pessoal que se apresentam, de uma empresa do setor laticínios do RS. Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva, de natureza qualitativa, desenvolvida através do método de estudo de caso na Cooperativa Piá Ltda. Os dados foram coletados através da aplicação de um questionário, de entrevistas semiestruturadas e de análise documental. Os principais resultados encontrados mostram que as lideranças estão em parte satisfeitas com os serviços dos processos de RH. No entanto, existe a necessidade de que o RH entenda a sua atuação como prestador de serviços; serviços estes que precisam ser constantemente revistos e melhorados na performance de contratação de funcionários, tanto em agilidade para repor, como nível de capacitação. Palavras-chave: Eficiência – Eficácia – Recrutamento – Seleção – Recursos Humanos 7 ABSTRACT Developing any business activity in the environment of global competition has not been easy. Search support, production and growth requires planning that address, so smart, the dynamism of the market. As important as the structure of planning is to have a team of professionals attentive to the events around them and with the skills to meet the demands of each new moment. In this context, it is essential that the Human Resources Department are consolidated with their processes and aligned with the company, and provide ongoing support services to managers for better conduct of their teams. This paper analyzes the process of recruitment and selection, to meet efficiently and effectively meet the needs of people who present themselves for services offered by the processes of HR of a dairy company in the RS. This is an exploratory and descriptive, qualitative, developed through the method of case study in Piá Cooperativa Ltda. Data were collected through a questionnaire of semi-structured interviews and documentary analysis. The main results show that the leaders are in part satisfied with the services of HR processes. However, there is a need for HR to understand their role as service provider, these services that need to be constantly reviewed and improved performance in the hiring of employees, both agility to reset, such as level of training. Keywords: Efficiency – Effectiveness – Recruitment – Selection 8 ] LISTA DE FIGURAS Figura 1: As Principais Responsabilidades do Gerente ...................................... 18 Figura 2: As Relações Entre Eficiência e Eficácia................................................ 21 Figura 3: Representa a Evolução das Fases......................................................... 24 Figura 4: Processos de Recursos Humanos ........................................................ 29 Figura 5: Necessidades de um Recrutamento ...................................................... 31 Figura 6: O Recrutamento Externo e Interno de uma Empresa .......................... 33 Figura 7: O Conceito de Seleção de Pessoal como uma Comparação entre o Requisito dos Cargos e as Características do Candidato ................................ 44 Figura 8: O Processo Seletivo como uma Seqüência de Barreiras .................... 48 Figura 9: Organograma da Cooperativa Piá.......................................................... 63 9 LISTA DE QUADROS Quadro 1: As Possíveis Relações entre Eficiência e Eficácia ............................. 20 Quadro 2: A Eficiência e Eficácia........................................................................... 21 Quadro 3: Evolução do RH em Quatro Grandes Momentos ................................ 23 Quadro 4: As Vantagens do Recrutamento Interno e Externo ............................ 34 Quadro 5: As Desvantagens do Recrutamento Interno e Externo ...................... 35 Quadro 6: Número de Pessoas Entrevistadas e seus Respectivos Cargos, Tempo de Atuação da Empresa e Grau de Instrução .......................................... 57 Quadro 7: Quadro Síntese dos Questionários...................................................... 68 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12 1.1 Justificativa........................................................................................................ 13 1.2 Objetivos ............................................................................................................ 14 1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 14 1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 14 1.3 Definição do Problema...................................................................................... 15 1.4 Hipótese ............................................................................................................. 15 1.5 Delimitação do Tema ........................................................................................ 15 1.6 Metodologia ....................................................................................................... 16 1.7 Estruturação do Trabalho ................................................................................. 16 2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 17 2.1 O papel do gestor no processo de ReS .......................................................... 17 2.2 Eficiencia e eficácia e o processo de ReS ...................................................... 19 2.3 Evolução, processos e objetivos da Gestão de Pessoas/RH ........................ 22 2.3.1Evolução da Gestão de Pessoas ................................................................... 22 2.3.2 Administração/Gestão de RH ....................................................................... 26 2.4 Processos e objetivos da gestão de pessoas ................................................ 28 2.5 O processo de agregar talentos ....................................................................... 29 2.6 Planejamento de pessoal.................................................................................. 31 2.7 Conceito de Recrutamento ............................................................................... 31 2.7.1 Tipos de Recrutamento.................................................................................. 32 2.7.2 Técnicas de Recrutamento ............................................................................ 36 2.8 Triagem de pessoal ........................................................................................... 40 2.9 Conceitos de seleção de pessoal .................................................................... 41 11 2.9.1 Técnicas de seleção ....................................................................................... 45 2.9.2 Eficiência e eficácia na seleção .................................................................... 49 2.10 A integração de novos funcionários.............................................................. 51 2.11 Acompanhamento funcional .......................................................................... 53 2.12 Desligamento de funcionários ....................................................................... 53 3 METODOLOGIA .................................................................................................... 55 3.1 Estratégia orientada da pesquisa .................................................................... 55 3.2 Universo de análise ........................................................................................... 56 3.3 Universo e Amostra .......................................................................................... 56 3.4 Coleta de dados ................................................................................................. 57 3.5 Análise dos dados ............................................................................................. 58 4 A HISTÓRIA DA COOPERATIVA PIÁ E A APLICAÇÃO DA PESQUISA DO RES ........................................................................................................................... 60 4.1 Apresentação da Empresa ............................................................................... 60 4.2 Estratégia e Estrutura Funcional da Cooperativa Piá .................................... 61 4.3 Integração da Cooperativa Piá com os colaboradores ................................. 63 5 APLICAÇÃO E RESULTADOS DA PESQUISA DA EFICIÊNCIA E EFICÁCIA DO RECRUTAMENTO E SELEÇÃO APLICADA NA UNIDADE MATRIZ DA COOPERATIVA PIÁ ............................................................................ 67 5.1Diagnóstico realizado para a proposição doReS ........................................... 67 5.2 Análise geral dos resultados............................................................................ 76 5.3 Oportunidades Identificadas ............................................................................ 77 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 78 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 80 APÊNDICES...............................................................................................................82 12 LISTA DE ABREVIAÇÕES / SIGLAS ReS – Recrutamento e Seleção Piá – Cooperativa Agropecuária Petrópolis LTDA RH – Recursos Humanos ARH – Administração de Recursos Humanos 13 INTRODUÇÃO A cada dia que passa, percebe-se que as empresas estão sendo altamente exigidas pelos públicos que com elas se relacionam. Os acionistas querem melhores resultados, lucratividade, os clientes – necessidades atendidas com maior excelência e de forma personalizada, os funcionários – oportunidades de crescimento e desenvolvimento, os fornecedores – novas oportunidades de negócio, e a sociedade (comunidade e governo) – querem menos impacto no meio ambiente, mais oportunidades de emprego, mais arrecadação de tributos. Neste cenário, observa-se que cada vez mais o nível de sucesso das empresas está intimamente ligado à qualidade/competência dos seus talentos humanos. Portanto identificar, captar, os melhores talentos para a organização tem sido um (entre outros) aspecto fundamental neste contexto. O enfoque então está na busca de pessoas para a organização e não mais para um cargo específico, valorizando-se o conjunto de competências que as pessoas possuem e que se alinham às competências essenciais da empresa. Portanto, faz-se necessário para a empresa, manter grande concentração de esforços em realizar um processo de recrutamento e seleção que vá ao encontro das demandas atuais. Planejamento, definição clara do perfil do profissional a ser selecionado e tomada de decisão na contratação ou promoção, com base em critérios consistentes, são essenciais para a eficiência e eficácia deste processo. Assim sendo, todas estas variáveis/requisitos devem estar adequadamente identificados e definidos para que seja possível realizar uma seleção capaz de identificar pessoas que integrem a equipe na busca dos melhores resultados para a empresa. 1.1 JUSTIFICATIVA Diante desta situação, a Gestão de Pessoas tem sido cada vez mais apontada como uma das funções-chave para o desenvolvimento da organização, por compreender os processos de recrutamento e seleção, promoção, avaliação, recompensas e desenvolvimento dos funcionários. Com 14 isso as organizações devem assegurar de que estas atividades se liguem à estratégia corporativa da organização, uma vez que ainda é constatada a baixa participação estratégica do RH em boa parte das organizações. Portanto, o tema desta pesquisa se justifica pela importância para a empresa em estruturar e implementar um processo de recrutamento e seleção que diminua a incerteza no momento em que se faça necessário contratar ou promover pessoas para integrar a mesma. Este processo de recrutamento e seleção deve ser eficiente no que diz respeito a atender às demandas, fechando as vagas no menor tempo possível e também eficaz, trazendo ou promovendo para a vaga o profissional mais adequado possível ao perfil definido. O estudo também apresenta certa relevância acadêmica, pois existem poucos estudos que abordem a eficiência e a eficácia no processo de recrutamento e seleção. 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral Identificar se o processo de Recrutamento e Seleção da Unidade Matriz da Cooperativa Agropecuária Petrópolis apresenta eficiência e eficácia. 1.2.2 Objetivos Específicos − Apresentar levantamento bibliográfico sobre Recrutamento e Seleção. − Caracterizar o processo atual de Recrutamento e Seleção através de um diagnóstico. − Analisar o modelo atual frente a literatura pesquisada. − Identificar oportunidades de melhorias ao modelo atual. 15 1.3 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA Segundo Popper (apud VERGARA, 2009, p. 3), “toda discussão científica deve surgir com base em um problema ao qual se deve oferecer uma solução provisória a que se deve criticar, de modo a eliminar o erro.” Problema é uma questão não resolvida, é algo para o qual se vai buscar resposta, via pesquisa. Uma questão não resolvida pode estar referida a alguma lacuna epistemológica ou metodológica percebida, a alguma dúvida quanto à sustentação de uma afirmação geralmente aceita, alguma necessidade de pôr a prova uma suposição, a interesses práticos, á vontade de compreender e explicar uma situação do cotidiano ou outras situações (POPPER apud VERGARA, 2009, p. 13). A partir da definição destes objetivos (geral e específicos), este estudo propõe-se a responder a seguinte questão de pesquisa: O processo de recrutamento e seleção aplicado pela Unidade Matriz da Cooperativa Agropecuária Petrópolis, atende de forma eficiente e eficaz as demandas de necessidades de pessoal? 1.4 HIPÓTESE Através dessa pesquisa, deseja-se testar a hipótese de que o processo de recrutamento e seleção da Unidade Matriz da Cooperativa Agropecuária Petrópolis, atende de forma eficiente e eficaz, as demandas de necessidades de pessoal. 1.5 DELIMITAÇÃO DO TEMA Quanto à delimitação do tema, este trabalho tem por escopo caracterizar e estudar o processo de recrutamento e seleção da Unidade Matriz da Cooperativa Agropecuária Petrópolis, localizada em Nova Petrópolis. 16 1.6 METODOLOGIA Para atingir estes resultados, a metodologia de pesquisa tem, quanto a procedimentos, a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso. Quanto aos objetivos, realiza-se a pesquisa exploratória e descritiva, e quanto à abordagem do problema, utilizasse a pesquisa qualitativa, através da aplicação de questionário aberto aos pesquisados. 1.7 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO A estruturação do trabalho contempla essa introdução, que inclui a justificativa e relevância do estudo, o objetivo geral e os objetivos específicos, além das questões, delimitação e metodologia de pesquisa. Seguem, então, quatro capítulos assim distribuídos: o capítulo 1apresenta o referencial teórico, centrando-se nas discussões acerca da estrutura da área de RH e do processo de recrutamento e seleção; no capítulo 2, consta a metodologia de pesquisa utilizada neste estudo, bem como os procedimentos metodológicos utilizados; o capítulo 3 mostra um resgate da história da Cooperativa Piá, sua gestão estratégica, a evolução da área de RH e do processo de recrutamento e seleção na empresa; no capítulo 4, apresenta-se a análise dos dados referentes ao estudo realizado a respeito da eficiência e eficácia no processo de ReS. Encerra-se o trabalho com as considerações finais, nas quais se apresentam os principais resultados encontrados, além de se pontuar as limitações do estudo e sugestões de novas pesquisas. 17 2 REFERENCIAL TEÓRICO O capítulo que segue dedica-se à apresentação do referencial teórico que fundamenta essa pesquisa. Está estruturado da seguinte forma: no subcapítulo 1.1, contextualiza-se a história e a evolução da área de RH; no subcapítulo 1.2, apresentam-se o pensamento de alguns autores sobre a administração estratégica de RH e a necessidade de estabelecimento da nova função de RH; no subcapítulo 1.3, introduz-se uma análise dos processos de RH, caracterizando-os individualmente; no subcapítulo 1.4, reflete-se sobre o RH e a prestação de serviços, a fim de promover um maior entendimento sobre o tema central deste estudo; no subcapítulo 1.5, analisa-se a sistemática do planejamento estratégico de recursos humanos como ferramenta de apoio às ações do RH; e no subcapítulo 1.6, aborda-se brevemente a comunicação no RH, como apoio na disseminação das práticas do RH. 2.1 O papel do Gestor no processo de ReS Pessoas bem selecionadas e posicionadas não contribuem somente para o adequado funcionamento da empresa como constituem um significativo potencial para futuras substituições. (BISPO, 2009) Segundo Chiavenato (1994), o desempenho eficaz de um gerente depende da descoberta e atração de indivíduos que tenham a capacidade e a motivação para um desempenho eficaz. Assim sendo, boa parte da eficácia do gerente depende diretamente da eficácia da sua equipe como um todo e de cada pessoa que a constitui em particular. Conforme Chiavenato (1994) parece muito fácil identificar uma pessoa que possui habilidades para o bom desempenho de um cargo e a motivação para realizá-lo, mas é um processo extremamente complexo. E o que normalmente acontece é que os gerentes selecionam as pessoas inadequadas ao cargo e pouco motivadas em suas equipes. O executivo não deve ficar à margem da procura ou aguardando os resultados. (Chiavenato, 1994). O talento do gerente reside em saber escolher o seu pessoal, desenhar o contorno de suas atribuições e tarefas, treinar e desenvolver seu pessoal, 18 liderá-lo, motivá-lo, avaliá-lo e recompensá-lo pelos resultados alcançados. Na Figura 1, Chiavenato (1994, p.78) apresenta estes aspectos de forma esquematizada. Figura 1. As principais responsabilidades do gerente. Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. 1994, p.78. Para Chiavenato (1994), o processo de seleção de pessoal é importante para a vida futura de cada novo elemento e não deve ser ignorado ou transferido totalmente a terceiros. Quanto mais executivos participar em processo seletivo de seus futuros subordinados tanto melhores resultados. Uma cadeia de entrevistas que envolva o executivo e seus principais assessores demonstra para o candidato que a empresa se interessa pelas pessoas e pelo seu ambiente onde atua. (Chiavenato, 1994) De acordo com Chiavenato (1994) aplicar tempo no processo de seleção é um investimento que traz grandes retornos. Além de conhecer melhor os possíveis candidatos, a escolha certamente terá maior perfeição quanto ao perfil e características exigidas do que quando delegadas a outros profissionais. Outro aspecto importante para Chiavenato (1994) é o estabelecimento de objetivos claros e definidos sobre as características que se buscam nos candidatos. As entrevistas deverão provocar respostas que proporcionem condições para verificar a presença ou ausência dessas características e atributos. É comum, nos processos seletivos, que o gerente transmita por 19 escrito as características e perfil profissional exigidos aos candidatos que se apresentam. 2.2 EFICIÊNCIA E EFICÁCIA E O PROCESSO DE ReS Quando há uma proposta de se estudar qualquer processo, existe também a necessidade de se verificar qual o resultado que tal processo oferece. Para isto existem alguns aspectos a serem contemplados e entre estes a eficiência e a eficácia se fazem presentes. Entende-se por eficiência....(“fazer a coisa certa”, “aproveitar da forma mais adequada os recursos disponíveis”). A qualidade de fazer com excelência, sem perdas ou desperdícios. Eficiente refere-se como fazer o que tem para ser feito. Este conceito refere-se a como as “coisas” são feitas, aos valores, á visão, comportamentos, atitudes, métodos, procedimentos e estilos e está presente em todas as empresas (FARIA, 2009). Eficiente é aquilo ou aquele que chega ao resultado, que produz o seu efeito específico mas com qualidade, com competência, com nenhum ou com o mínimo de erros. (PIACENTINI, 2009) No processo de ReS, isto pode ser traduzido em atender a necessidade de vagas dentro do tempo estabelecido/combinado com o solicitante. Já a eficácia, significa.....(“fazer o que deve ser feito”... “fazer na hora certa”... é como se fosse uma evolução da eficiência... é fazer eficiência com qualidade). É atingir o objetivo proposto, cumprir, executar, operar, levar a cabo; é o poder de causar determinado efeito. Eficaz refere-se a fazer o que deve ser feito. Este conceito se refere ao foco em uma determinada direção e concentração de energia para a execução da missão (FARIA, 2009). Eficaz não é o que realiza perfeitamente determinada tarefa ou função, mas que produz o resultado pretendido (PIACENTINI, 2009). No processo de ReS, a eficácia significa preencher a vaga (além de no tempo combinado), com o candidato que melhor represente o perfil definido para a vaga. 20 Segundo Chiavenato, a eficiência é o meio, baseia-se no método, no procedimento para chegar a alguma coisa. O bom método e o procedimento adequado levam o aumento da eficiência. E a eficácia é o resultado, baseia-se no alcance dos objetivos propostos e na conseqüência final do trabalho. Nem sempre andam juntas, pois se pode encontrar uma equipe altamente eficiente mas pouco eficaz. Ou uma equipe altamente eficaz porém bagunçada no seu desempenho. No quadro 1, que segue, apresenta as possíveis relações entre eficiência e eficácia e na Figura 2 apresenta as relações ente eficiência e eficácia. Quadro 1: As possíveis relações entre eficiência e eficácia Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. 1994, p.141 21 Figura 2. As relações entre eficiência e eficácia. Fonte: Chiavenato, Idalberto,2002, p.62 É desejável otimizar o desempenho eficiente e eficaz, alcançar objetivos através de resultados excelentes. Como mostra o quadro abaixo na eficiência a otimização na utilização dos recursos disponíveis e na eficácia a otimização no alcance dos objetivos organizacionais. Quadro 2. A eficiência e eficácia. Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. 1994, p.140 22 2.3 EVOLUÇÃO, PROCESSOS E OBJETIVOS DA GESTÃO DE PESSOAS/RH 2.3.1 Evolução da Gestão de Pessoas O marco inicial da evolução tecnológica e produtiva foi o episódio da Revolução Industrial. Este trouxe consigo a necessidade de utilização de pessoas no processo produtivo, evoluindo da prática artesanal para a produção em série com maior escala. Conforme Tonelli, Lacombe e Caldas (apud BOOG e BOOG, 2002, p. 61), “a função e as práticas de recursos humanos derivam da difusão e do desenvolvimento do humanismo nas organizações e surgem devido a diversos fatores contextuais que caracterizam o fim do século XIX e o início do século XX”, que são: − Forte desenvolvimento econômico e tecnológico; − Experiências e doutrinas humanistas do fim do século XIX até 1930; − Acirramento das relações do trabalho e reformismo que surge para apaziguá-las; − Grande evolução das ciências comportamentais. Esses momentos mencionados acima pertencem ao período do final do século XIX até a I Guerra Mundial; o segundo, o intervalo entre as duas guerras mundiais; o terceiro compreendendo o período do pós-guerra até a década de 1980 e o quarto iniciado na década de 1990 até os dias de hoje. Como mostra o Quadro 3, que apresenta a evolução do RH fazendo um paralelo entre o mundo e o Brasil. 23 Quadro 3. Evolução do RH em Quatro Grandes Momentos RECURSOS HUMANOS MUNDO BRASIL • Gestão de pessoas não é sistematizada. • Concepção e execução do Final séc. XIX a trabalho descentralizadas. • Mão-de-obra quase I Guerra escravocrata. • Remuneração por peças. Mundial • Controle e gestão de pessoas exercido pelo capataz. Departamento de Pessoal • Departamento de Pessoal • – contratação, remuneração, com funções de demissão de funcionários e recrutamento, seleção, Entre as duas responsabilidades legais. treinamento e remuneração. guerras • Manutenção dos padrões • Surgimento dos mundiais agrícolas nas relações de Departamentos de Relações trabalho. Industriais e Relações Humanas. • Paternalismo. • Transformação do • Departamento de Pessoal Departamento de Pessoal em voltado essencialmente para Departamento de Recursos o cumprimento da legislação Humanos – engloba as áreas trabalhista. de DP e RI, além de haver • Surgimento de Da II Guerra preocupação com motivação, experiências isoladas em Mundial aos liderança e retenção de recursos humanos, derivadas anos 1980 funcionários. ou copiadas de empresas • Carreiras hierarquizadas. multinacionais que se instalam no Brasil, Surgimento de modelos de especialmente nos anos pósgestão de RH orientados JK para a “organização flexível”. • Administração estratégica de recursos humanos: ênfase na retenção de talentos, descentralização das • Discurso sobre responsabilidades na gestão administração estratégica de de pessoas, isto é, todos os De 1990 até recursos humanos, em gerentes são responsáveis hoje oposição a práticas que pela gestão de RH. ainda remontam ao DP. Terceirização de atividades como seleção e treinamento. • Carreiras laterais e diagonais. Fonte: Lima, Luciano, 2005, p.21. PERÍODO Marras (2000, p. 25) relata que é possível destacar cinco fases da evolução do RH em respectivas épocas, como mostra a Figura 3. 24 Figura 3 Representa a evolução das fases. Fonte: Marras, 2000, p.26. As fases possuíam as seguintes características, conforme Tose (apud MARRAS, 2000, p. 26-27): 1. Fase Contábil: os custos em primeiro lugar. Nessa fase os responsáveis se preocupavam principalmente com os custos das organizações. Os trabalhadores eram vistos exclusivamente sob o enfoque contábil: comprava-se a mão-de-obra e, portanto, as entradas e saídas provenientes dessa conta deveriam ser registradas contabilmente. Esta foi a fase pioneira da “gestão de pessoal” que teve início no século XIX e permaneceu até o inicio da década de 1930. 2. Fase Legal: estrito cumprimento da legislação. Registrou o aparecimento da função de chefe de pessoal, profissional cuja preocupação estava centrada no acompanhamento e na manutenção das recém-criadas leis trabalhistas. O poder até então se centrava na figura dos chefes de produção sobre os empregados, passou para as mãos do chefe de pessoal pelo domínio exercido sobre as regras e normas jurídicas impostas pela Lei do Trabalho. Esta fase permaneceu da década de 1930 até a década de 1950. 3. Fase Tecnicista: burocracia como sinônimo de praticidade. Foi a que implantou o modelo americano de gestão de pessoal e elevou a 25 função de RH para a posição de gerência dentro da estrutura hierárquica das organizações. Passou a executar serviços como os de treinamento, recrutamento e seleção, cargos e salários, higiene e segurança do trabalho, benefícios, e outros. Foi nessa oportunidade que o presidente Juscelino Kubitschek implementou a indústria automobilística no nosso país. Sendo assim, os empresários tiveram que aceitar em seus organogramas o Gerente de Relações Industriais. Os trabalhadores ganharam mais força e representou também um avanço nas relações entre capital e trabalho. Teve seu auge entre as décadas de 1950 e 1965. 4. Fase Administrativa: o sindicalismo como via de proteção. Foi um marco histórico entre organizações e trabalhadores, na medida em que é berço de uma verdadeira revolução. Implementou-se o movimento sindical. Registrou-se uma mudança significativa na denominação e na responsabilidade do até aqui gerente de relações industriais: o cargo passou a ser chamado de Gerente de RH. Esta fase teve seu início em 1965 e seu término em 1985. 5. Fase Estratégica: planejamentos como diferenciais. Esta fase teve seu início no meio da década de 1980, foi marcada pela colocação dos primeiros programas de planejamento estratégico ligados ao planejamento estratégico central das organizações. Caracterizou, também, nova alavancagem organizacional no cargo de Gerência de Recursos Humanos que de nível gerencial (tático) passa a ser reconhecido como sendo de diretoria (estratégico). Para Lucena (1999), é a partir da I Guerra Mundial que se dá o marco inicial da administração de pessoal, sendo que duas linhas de pensamento ocupavam-se com a problemática do trabalho e da administração do trabalhador: a filosófica e a econômica. “Do ponto de vista filosófico, os filósofos procuravam interpretar por que o homem trabalha e qual o significado do trabalho para o homem”. Já do ponto de vista econômico os estudos, pesquisas e iniciativas realizadas a respeito da organização do trabalho enfatizavam sempre a obtenção do aumento de produtividade, da racionalização, da otimização da eficiência das máquinas, 26 das reduções de custos, idéias estas postas em prática por Frederic W. Taylor e seus seguidores no final do século XIV (LUCENA, 1999, p. 53-54). Taylor, com uma visão econômica, em tornar o trabalho mais produtivo, desconsiderou as questões filosóficas e psicológicas, criando uma excelente engenharia industrial e, em contra partida, uma péssima engenharia humana. Dessa forma é possível concluir que sempre houve uma atenção ao “recurso humano” desde a Revolução Industrial, quando teve início a maior aplicação de pessoas no processo produtivo. No Brasil fez com que os conceitos de administração de pessoas demorassem a ser consolidados em nossas empresas. Ainda hoje são poucas as empresas genuinamente brasileiras que possuem uma gestão de RH efetivamente implementada. 2.3.2 Administração/Gestão de RH No contexto evolutivo, a área de RH ganha popularidade e passa a ser reconhecida no ambiente organizacional. Surge então a Administração de Recursos Humanos (ARH), com o propósito de preparar as pessoas (recursos humanos) das empresas para estarem aptas a enfrentar, junto com a empresa, a competitividade do mundo globalizado. Dessa forma, a ARH passa a ampliar seu “guarda-chuva” de atuação, promovendo ações que gerem o equilíbrio entre o atingimento do sucesso da empresa e o sucesso dos seus colaboradores. Chiavenato (1999) observa, que a ARH deve contribuir para a eficácia da empresa através das seguintes ações: (1) ajudar a organização a atingir seus objetivos e realizar sua missão; (2) proporcionar competitividade à organização; (3) proporcionar à organização pessoas capacitadas/treinadas e motivadas; (4) aumentar a auto-atualização e a satisfação das pessoas no trabalho; (5) desenvolver e manter a qualidade de vida no trabalho; (6) administrar a mudança; e (7) manter políticas éticas e comportamento socialmente responsável. Para Vergara (1999, p.9), é fundamental que as empresas definam políticas para a gestão de pessoas por dois aspectos. Primeiro, devido ao tempo que passamos dentro das empresas. Segundo, porque as empresas podem ser tudo, mas nada (ao mesmo tempo) se não existirem as pessoas a 27 executarem os processos necessários para o seu funcionamento e atingir os seus propósitos, ou seja, as empresas são construções sociais. Filho (apud BOOG e BOOG, 2002, p.155) analisa que, mesmo parecendo óbvio que as políticas de RH devam avançar “de mãos dadas” com as diretrizes da organização, muitas empresas ainda desenvolvem ações dissociadas de qualquer questionamento desse tipo. Isto faz com que as atividades funcionais de RH percam propriedade, consistência e aderência à estratégia organizacional, gerando um abismo entre a teoria e a prática, tornando os programas insustentáveis e influenciando de forma negativa nas demais ações que a área venha a propor. O RH deve se tornar reconhecido pela seu desempenho, estabelecendose como parte integrante e necessária para o desenvolvimento da organização, sob pena de ser visto como origem de custos desnecessários e não como necessidade estratégica e conseqüente diferencial competitivo do negócio, ressalta Filho (apud BOOG e BOOG, 2002). Lucena (1999, p.55) observa que pelo menos duas variáveis estão incomodando bastante as bases tradicionais da organização do trabalho na ARH: a complexidade e a constante mudança dos ambientes externo e interno; e o avanço da tecnologia. Ambas estão exigindo uma visão cada vez mais holística e integrada da realidade do trabalho que levarão, inevitavelmente, a uma revisão das relações entre o trabalho, o trabalhador e a produtividade. Até lá, salienta, parece que a gestão de Recursos Humanos estará mais voltada para a resolução de problemas e vai, no máximo, minimizar problemas através de ações pró-ativas a efetivamente prestar contribuição ao desenvolvimento do negócio. Enquanto se aguarda que as mudanças estruturais ocorram, as empresas precisam produzir, depende das pessoas e de quem administrá-las. É fundamental, que essa gestão de RH esteja alinhada com as estratégias/diretrizes da empresa. A existência da área de RH como tal ainda não é realidade para grande parte das empresas brasileiras. Considerando que a maioria das empresas do país é de origem familiar, a ação de RH é ainda incipiente. 28 2.4 PROCESSOS E OBJETIVOS DA GESTÃO DE PESSOAS O processo de RH recebe influências ambientais internas e externas que impactam no modo de como o mesmo é estruturado. Como influências internas observa-se a missão, visão, objetivos, a cultura organizacional, natureza das tarefas e o estilo de liderança, já como influencias externas verifica-se leis e regulamentos legais, sindicatos, competitividade, condições econômicas, sociais e culturais. O processo de gestão de pessoas é o somatório de outros processos que o compõe. Chiavenato (2004) sugere a seguinte composição de processos, conforme representado na figura 4. − Agregar talentos: recrutamento e seleção. Quem deve trabalhar na organização? − Aplicar talentos: desempenho de cargos, avaliação de desempenho. O que as pessoas deverão fazer? − Recompensar talentos: remuneração, benefícios e serviços. Como recompensar pessoas? − Desenvolver talentos: treinamentos, mudanças, comunicação. Como desenvolver as pessoas? − Manter talentos: disciplina, higiene, segurança e qualidade de vida, relações com sindicatos. Como manter as pessoas no trabalho? − Monitorar: banco de dados, sistema de informações gerenciais. Como saber o que fazem e o que são? 29 Figura 4: Processos de Recursos Humanos Fonte: Chiavenato, Idalberto, 1994 Quanto aos resultados finais desejados do processo de Gestão de Pessoas, Chiavenato complementa a qualidade de vida no trabalho, produtos e serviços competitivos e de alta qualidade e a Cultura Organizacional da empresa. Este estudo, portanto, avalia especificamente o processo de Agregar Pessoas, direcionando o foco para a necessidade justificada anteriormente. 2.5 O PROCESSO DE AGREGAR TALENTOS Um grande desafio se apresenta para a organização, onde não existe melhor maneira de aumentar a produtividade e a lucratividade do que contratar a pessoa certa na primeira vez. O processo de agregar talentos conduzido com excelência representará um diferencial para a organização e uma importante vantagem competitiva. Para Xavier (2006) um processo seletivo racional e completo engloba em diferentes momentos, as seguintes atividades: 30 − Estabelecimento do perfil: trata-se da análise sobre qual é o perfil pessoal ideal para a ocupação do cargo. Isso deve envolver qualificações, experiência, idade, sexo, comportamentos, afins. Nessa discussão entram o gestor imediato e também outras instâncias, como o nível hierárquico acima e pessoal de RH. − Triagem de currículos: após identificarem os objetivos desejáveis e daqueles definidos como eliminatórios faz-se uma triagem de currículos. − Análise dos currículos e seleção: o primeiro passo é a análise, são verificados os dados objetivos e tentar ter uma visão do tipo de profissional por meio da análise de sua formação, cargos e experiências. − Documentação e busca de informação: nos dias de hoje, com os níveis de insegurança elevados em que vivemos, o processo de investigação usualmente engloba busca de referências. − Entrevistas iniciais: tem a finalidade de estabelecer o primeiro contato, verificando-se há efetivo interesse por parte da pessoa em participar do processo seletivo, se o perfil dela está de acordo com o demandado pela empresa, se não há um obstáculo maior. Testes de diferentes tipos: − Técnicos: tem a finalidade de verificar a qualificação específica da pessoa. Inteligência ou desempenho cognitivo: visa definir o nível de eficiência da pessoa em termos de raciocínio. Psicológicos: verifica padrões emocionais e comportamentais da pessoa. − Dinâmicas: essas dinâmicas revelam-se úteis para a avaliação mais detalhada dos candidatos, principalmente no que diz respeito aos seus perfis de competência e a sua adequação à função. − Entrevista de seleção: usualmente engloba entrevista com profissionais de seleção, com o gestor e com o seu supervisor hierárquico. Incluem também entrevista técnica, com o pessoal especializado, quando necessário. 31 2.6 PLANEJAMENTO DE PESSOAL É importante avaliar as necessidades de planejamento de pessoas, especialmente por ser aspecto fundamental para a eficiência e eficácia do ReS, pois quanto mais cedo o RH souber das necessidades de pessoal, maior a chance de selecionar melhores candidatos. Essa figura abaixo ilustra as necessidades de um recrutamento. Figura 5: Necessidades de um recrutamento. Fonte: RIBEIRO, Antonio de Lima. 2006, p.57. 2.7 CONCEITO DE RECRUTAMENTO Segundo Ribeiro (2006) e Chiavenato (1994) entende-se por recrutamento todos os esforços da empresa em trazer para si novos colaboradores. O recrutamento é um sistema de informação e uma ação externa da empresa para influenciar o mercado de recursos humanos, que visa atrair candidatos potencialmente qualificados, dos quais serão selecionados futuros funcionários da organização. Assim, trata-se de uma ação convidativa e 32 aliciadora no sentido de atrair as pessoas e estimulá-las a ingressar na organização. De acordo com Chiavenato (1994), o recrutamento não deve ser interrompido, mesmo nos momentos em que a empresa nada tenha a oferecer em termos de vagas ou oportunidades de trabalho. Deste modo o recrutamento é uma atividade constante e ininterrupta, através da qual a empresa sempre tem as suas portas abertas ao público interessado. De acordo com Marino (1979), o recrutamento tem implicações individuais e sociais de grande alcance, representa um processo básico de distribuição de recursos humanos dentro da sociedade, ele é mobilizado a descobrir oportunidades que lhes permitam contribuir ao máximo para a produção. Ribeiro (2006) afirma que durante o recrutamento, deve-se levar em conta: − Os recursos humanos: qualidade e quantidade de profissionais procurados, disponíveis na localidade; − A situação dos mercados de trabalho e de recursos humanos naquele determinado momento; − A situação da empresa em relação ao que ela oferece para satisfazer as necessidades básicas e sociais e as aspirações dos trabalhadores; − A política de pessoas adotada pela empresa. 2.7.1 Tipos de recrutamento De acordo com Chiavenato (1985), o órgão de recrutamento funciona como staff ou assessoria de prestação de serviços especializados, suas providências dependem de uma decisão de linha, que é oficializada através de uma espécie de ordem de serviço, geralmente denominada de requisição de empregado, que o gerente encaminha ao órgão de recrutamento para iniciar o processo. Em seguida, o órgão irá pesquisar as fontes de recrutamento que são as áreas do mercado de mão-de-obra a serem exploradas pelos mecanismos de recrutamento. Estamos falando aqui de recrutamento externo que aborda os candidatos no mercado, estejam trabalhando ou não. A 33 pesquisa externa corresponde a uma pesquisa do mercado de recursos humanos no sentido de segmentá-lo para facilitar sua análise. Chiavenato (1985) diz: o recrutamento interno, por outro lado, aborda os possíveis candidatos ao cargo que estejam trabalhando na própria empresa. Certamente, são pessoas que deverão ser promovidas ou transferidas para o cargo vago e que devem estar preparadas e treinadas para tanto. Conforme Chiavenato (1985) o mercado de recursos humanos é constituído de um conjunto de candidatos, que podem estar aplicados, empregados ou disponíveis. Os candidatos aplicados ou disponíveis podem ser tanto reais como potenciais. O recrutamento é denominado externo quando aborda candidatos reais ou potenciais, disponíveis ou aplicados, em outras empresas, sua conseqüência é uma entrada de recursos humanos. É denominado interno quando aborda candidatos reais ou potenciais aplicados unicamente na própria empresa, e sua conseqüência é o processamento interno de recursos humanos. Figura 6. O recrutamento externo e interno de uma empresa. Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. 1985, p. 126. Chiavenato (1985) afirma que o recrutamento interno exige o conhecimento prévio de uma série de dados e informações relacionados com os outros subsistemas, a saber: − resultados obtidos pelo candidato interno nos testes de seleção a que se submete quando de seu ingresso na organização, 34 − resultado das avaliações do desempenho do candidato interno, − resultado dos programas de treinamento e de aperfeiçoamento de que participou o candidato interno, − análise e descrição do cargo atual do candidato interno e do cargo que se está considerando, a fim de se avaliar a diferença entre ambos e dos requisitos adicionais que se farão necessários, − planos de carreira ou ainda planejamento das movimentações de pessoal para se verificar a trajetória mais adequada do ocupante do cargo considerado, − condições de promoção do candidato interno e de substituição. Abaixo o quadro 4, referente as vantagens do recrutamento interno e externo. Quadro 4 . As vantagens do recrutamento interno e externo. VANTAGENS DO RECRUTAMENTO INTERNO 1.É mais rápido e econômico 2. Maior validade de segurança 3. Maior motivação para o pessoal VANTEGENS DO RECRUTAMENTO EXTERNO 1. Traz "sangue novo" à empresa 2. Renova e enriquece o patrimônio humano da empresa 3. Aproveita investimento de treinamento de outras empresas 4. Promove criatividade e inovação com ideias vindas de fora 5. Sacode o status quo da empresa 4. Aproveita investimentos de treinamento 5. Proporciona crescimento pro “pessoal da casa” e carreira 6. Promove lealdade à empresa 7. Desenvolve espírito sadio de competição entre pessoas. Fonte: Adaptado pelo autor (Chiavenato 1994, 1985) e (Ribeiro, 2006). 35 Quadro 5. As desvantagens do recrutamento interno e externo. DESVANTAGENS DO DESVANTAGENS DO RECRUTAMENTO EXTERNO RECRUTAMENTO INTERNO Exige potencial de desenvolvimento para promoções É um processo demorado e lento Pode gerar conflito de interesses entre os funcionários É um processo caro Pode gerar atitudes negativas dos funcionários É menos seguro e confiável que o não promovidos recrutamento interno Pode conduzir ao "princípio Quando monopoliza as vagas, de Incompetência", de Peter. pode frustrar o pessoal. Pode conduzir a uma adaptação e bitolamento Pode sinalizar barreiras ao progressivos encarreiramento das pessoas Não pode ser exclusivo, pois limita o capital humano da Pode reduzir a lealdade à empresa. empresa Pode levar a uma Pode afetar a política salarial da progressiva limitação às empresa quando o novo políticas e diretrizes da funcionário é admitido com salário organização mais elevado Fonte: Adaptado (Chiavenato 1985,1994) e (Ribeiro, 2006). Conforme Chiavenato (1985), as empresas nunca fazem apenas recrutamento interno ou apenas recrutamento externo. Como um complementa o outro, na prática, quase sempre ocorre um sistema misto. Quando surge alguma oportunidade dentro da empresa, alguém é promovido e no seu lugar é recrutado externamente um candidato. Geralmente, são feitos ambos os tipos de recrutamento, dando-se prioridade aos candidatos internos. Com isso, não se reduz as necessidades da empresa nem se despreza os interesses individuais das pessoas que nela trabalham. Em face das vantagens e desvantagens do recrutamento interno e externo, uma solução eclética tem sido preferida pela maioria das empresas: o recrutamento misto, ou seja, aquele que aborde tanto fontes internas como fontes externas de recursos humanos. O recrutamento misto pode ser adotado em três alternativas de sistema: 36 − Inicialmente, recrutamento externo, seguido de recrutamento interno, caso aquele não apresente resultados desejáveis. A empresa está mais interessada na entrada de recursos humanos do que em sua transformação, ou seja, a empresa necessita de pessoal já qualificado, a curto prazo, e precisa importá-lo do ambiente externo. Não encontrando candidatos externos à altura, lança mão de seu próprio pessoal, não considerando, de início, os critérios acerca das qualificações necessárias. − Inicialmente recrutamento interno, seguido de recrutamento externo, caso não apresente resultados desejáveis. A empresa dá prioridade a seus empregados na disputa das oportunidades existentes. Não havendo candidatos à altura, parte para o recrutamento externo. − Recrutamento externo e recrutamento interno, concomitantemente. É o caso em que a empresa está mais preocupada com o preenchimento de vaga existente, seja através de input ou através de transformação dá preferência aos candidatos internos sobre os externos, em casos de igualdade de condições entre eles. Com isso, a empresa assegura-se de que não está descapitalizando seus recursos humanos, ao mesmo tempo em que cria condições de sadia competição profissional (CHIAVENATO, 1985, p.135). 2.7.2 Técnicas de recrutamento Chiavenato (1985, 1994) e Ribeiro (2006) afirmam que as principais técnicas de recrutamento são: − Consulta de arquivos de candidatos: os candidatos deixam o seu curriculum vitae ou preenchem uma proposta de emprego que são devidamente classificados e arquivados em um banco de dados de candidatos. O sistema de arquivamento é feito por cargo ou por especialidade, dependendo da tipologia de cargos e tarefas de cada empresa. O fundamental é que a empresa esteja sempre de portas 37 abertas para receber candidatos que se apresentam espontaneamente, a qualquer tempo, mesmo que não tenha cargos vagos no momento. O recrutamento deve ser uma atividade contínua e ininterrupta que visa exatamente a garantia de um estoque de candidatos para qualquer eventualidade futura. A empresa deve estimular a vinda espontânea de candidatos, a fim de não perder a atratividade e o interesse. Deve-se levar em conta que esse é o sistema de menor custo e que, quando funciona, permite um prazo de tempo dos mais exíguos. − Apresentação de candidatos por parte de funcionários: também é um sistema de baixíssimo custo, de alto rendimento e baixo índice de tempo de reação. A empresa deve estimular seus funcionários a apresentarem ou recomendarem candidatos. Um veículo dos mais eficientes e de mais amplo espectro de cobertura, porque vai até o candidato através do funcionário, que, ao recomendar amigos ou conhecidos, sente-se prestigiado junto à empresa e ao apresentado, dependendo da forma como o processo é desenvolvido, torna-se naturalmente co-responsável junto à empresa por sua admissão. Isto reforça a organização informal e aumenta a lealdade à organização e dá-lhe condições de colaborador com a organização formal. − Quadros de avisos na portaria: são editais colocados nos locais de trânsito dos funcionários para divulgar oportunidades de trabalho dentro da empresa. Geralmente é utilizado para cargos de baixo nível. Podem servir tanto para o recrutamento interno, como para o recrutamento externo. Trata-se de uma técnica de recrutamento simples e de baixíssimo custo. Seu rendimento e rapidez nos resultados dependem de uma série de fatores, como a localização da empresa, proximidade de lugares onde haja movimentação de pessoas, proximidade das fontes de recrutamento, visualização fácil dos cartazes e anúncios, facilidade de acesso, afins. − Cartazes e panfletos: em comunidades do interior, cartazes e panfletos referentes às vagas oferecidas costumam ser fixados em bares, cooperativas e clubes. Tem um efeito positivo, pois chamam a atenção das pessoas, que param e lêem o que está escrito. Mas nos grandes 38 centros, com a grande quantidade de avisos e cartazes, esse recurso não tem a mesma eficácia. − Contratos com escolas, sindicatos, universidades e diretório acadêmico: muitas empresas fazem contatos frequentes com escolas e universidades que constituam fontes de recrutamento relevantes. Nesses contatos, as empresas que desenvolvem palestras e apresentações aos alunos a respeito de oportunidades de trabalho, proporcionando informações como os objetivos da empresa, sua estrutura e as oportunidades de trabalho que são úteis às pessoas que pretendem candidatar-se a curto, médio ou longo prazo. Para os sindicatos, serve mais como estratégia de apoio ou esquema residual do que como estratégia principal. Muitas empresas desenvolvem programas de recrutamento com alto teor de material de comunicação com as instituições citadas. − Anúncios em jornais e revistas: talvez seja a técnica de recrutamento mais utilizada. Na realidade é uma técnica eficiente, de muito impacto e de pouca durabilidade no tempo, só que considerando que ela é um meio mais quantitativo do que qualificativo, porque se dirige ao público em geral abrangido pelo veículo, e sua discriminação depende do grau de seletividade que se pretende aplicar. A escolha do veículo, o conteúdo do anúncio, o seu apelo, são aspectos importantes a considerar na hora da utilização desse meio de recrutamento, elas exigem planejamento de sua parte. Existem três formas de contato, seja por anúncio aberto (identifica a empresa pelo nome, fornecendo endereço ou nome da pessoa para contato), anúncio fechado (omite o nome da empresa, e o candidato se vale do jornal ou de uma Caixa Postal para contato) ou anúncio misto (identifica a empresa pelo nome, mas informa que deseja apenas receber cartas ou currículos). − Agências de recrutamento ou empresas de consultorias a procura de recursos humanos: existe uma variedade de empresas de consultorias na área de recursos humanos que cuidam da procura de pessoal no mercado para preencher determinados cargos vagos. Algumas dessas empresas se especializam em cargos de alto nível, outras em cargos de média gerência, outras em pessoal de escritório, pessoal de vendas, 39 afins. É uma alternativa cara, embora seja compensada pelos fatores tempo e rendimento, mas compensadora quando se trata de cargos de difícil preenchimento e que demandam uma cuidadosa caracterização do seu futuro ocupante. − Contatos com outras empresas que atuam no mesmo mercado, em termos de cooperação mútua: em alguns casos chegam a formar cooperativas ou órgãos de recrutamento, financiados por um grupo de empresas, que tem uma amplitude de ação maior do que se fossem tomados isoladamente. − Viagens de recrutamento em outras localidades: isso acontece quando o mercado de recursos humanos local já está bastante explorado, a empresa procura em outras cidades. O responsável do recrutamento efetua viagens, fazendo promoções pelo rádio e imprensa local, para que os candidatos se dirijam para a cidade onde a empresa está situada, através de uma série de benefícios e garantias, obviamente após um período de experiência. − Internet: existência de uma ficha de inscrição ou um roteiro de currículo no site da empresa. Assim, as pessoas interessadas poderão se candidatar às vagas pela Internet. Para Chiavenato (1994), na maior parte das vezes, essas técnicas são utilizadas conjuntamente. Os fatores custo e tempo são extremamente importantes na escolha da técnica ou do veículo mais indicado para o recrutamento externo. De modo geral, quanto maior a urgência para se recrutar um candidato, tanto maior será o custo da técnica de recrutamento a ser aplicada. Quando o recrutamento externo é desenvolvido de maneira contínua e sistemática, a organização pode dispor de candidatos a um custo muito menor de processamento. As técnicas de recrutamento mais baratas e simples são os quadros de aviso na portaria, apresentação espontânea de candidatos ao longo do tempo e o banco de dados de candidatos que se apresentaram na empresa em épocas anteriores. (Chiavenato, Idalberto. 1994) De acordo com Chiavenato (1994), se o candidato desejado não estiver nas prateleiras do banco de dados, o caminho mais rápido é apelar para anúncios em jornais ou revistas ou então para agências de recrutamento de 40 pessoas. A utilização de agências de recrutamento, embora mais cara do que o anúncio, traz três vantagens: a própria agência proporciona o sistema de apoio à recepção dos candidatos, efetua a triagem e mantém privacidade e confidencialidade sobre o processo. Uma outra vantagem é a de encaminhar candidatos previamente pré-selecionados com relatórios sobre seu perfil profissional e comentários sobre seu curriculum vitae que melhoram profundamente o processo seletivo a seguir. 2.8 TRIAGEM DE PESSOAL Para Xavier (2006) e Chiavenato (1994), uma vez efetuado o recrutamento dos candidatos e, antes de se iniciar a seleção propriamente dita, existe uma etapa de ligação que é chamada triagem inicial dos candidatos. A triagem ocorre após o recrutamento e antes de se iniciar a seleção. Na realidade, a triagem é uma espécie de pré-seleção e visa reduzir o número para aqueles poucos candidatos que realmente apresentam melhores condições de sucesso. Trata-se, pois, de uma pré-seleção grosseira, mas que permite afunilar o processo seletivo. Na realidade, a triagem serve para reduzir os custos do processo de seleção, eliminando sumariamente os candidatos não qualificados ou com forte propensão à rejeição. Segundo Chiavenato (1994) existem dois métodos básicos de triagem de candidatos: o questionário preliminar e a entrevista de triagem. Questionários preliminares: é um questionário previamente organizado e montado para ser preenchido rapidamente pelos candidatos e colher as informações prévias e fundamentais a seu respeito. Geralmente, o questionário preliminar se concentra exclusivamente nas qualificações anunciadas no processo do recrutamento. Entrevista de triagem: é uma entrevista superficial e de curta duração com os candidatos para verificar inicialmente quais aqueles que possuem as qualificações mínimas para seguir adiante no processo seletivo. 41 2.9 CONCEITO DE SELEÇÃO DE PESSOAL Feito o recrutamento e triagem dos candidatos, a etapa seguinte é a de seleção. Para Chiavenato (1994), a seleção de recursos humanos pode ser definida singelamente como a escolha entre os candidatos recrutados mais adequados aos cargos existentes na empresa, visando manter ou aumentar a eficiência e o desempenho do pessoal. Todo critério de seleção tem como finalidade dar maior objetividade e precisão à seleção do pessoal para aquele cargo. A seleção implica uma comparação e uma escolha. Chiavenato (1985) afirma comparação entre as características de cada candidato com o padrão de referencia que são as especificações do cargo. As especificações são decorrentes da descrição e análise do cargo a ser preenchido e definem o que o cargo requer do seu ocupante. O candidato adequado deverá possuir as características requeridas pelo cargo. Feita a comparação, pode ocorrer que existam vários candidatos adequados ao cargo. Sobrevém, então, a escolha. Isto é, qual dos candidatos adequados ao cargo deverá ser escolhido para ocupá-lo. E esta é uma decisão de cada gerente. (Chiavenato, 1985) "Todos os homens são iguais, mas não existem dois homens semelhantes." Este dito popular, na verdade é o fundamento de qualquer serviço de seleção de pessoal. (Chiavenato, 1985) Conforme o autor acima, há uma enorme gama de diferentes indivíduos tanto físicos como psicológicos, que levam as pessoas a se comportarem diferentemente, a perceberem situações e a se desempenharem com maior ou menor sucesso nas ocupações da empresa. As pessoas diferem tanto na capacidade para aprender uma tarefa como no nível de realização da mesma após a aprendizagem. Se de um lado temos as especificações do cargo a serem preenchidas, informando os requisitos indispensáveis ao ocupante do cargo, e de outro, candidatos profundamente diferentes entre si, disputando o emprego, a seleção passa a ser configurada como um processo basicamente de comparação e de decisão. (Chiavenato, 1985) 42 A seleção de talentos é um dos subsistemas do processo de Gestão de Pessoas que deve ser bem conduzido e respeitado pela organização. (Chiavenato, 1985) Quando um processo de seleção é bem conduzido, mapeado o perfil de competências para aquele cargo, planejada e realizada uma boa entrevista comportamental e criadas atividades que possibilitem por em prática seus conhecimentos, habilidades e atitudes, fica evidente a escolha pelo candidato ideal. Embora o processo de seleção seja realizado utilizando as ferramentas adequadas de seleção como entrevista, pode ocorrer o risco do processo não ser bem-sucedido. (Chiavenato, 1985) Após a seleção, existem fatores que influenciam muito o rendimento do selecionado como, o clima da organização onde está envolvido o relacionamento com pares e as estratégias da empresa. Chiavenato (1994), afirma que o processo ideal para uma seleção é aquele no qual o selecionador diz o que está procurando e espera do candidato - "o PERFIL", e revela como é a futura organização que ele poderá fazer parte, explicando como é sua gestão - "o DNA". Em termos ideais, o objetivo destes programas é colocar todos os indivíduos em empregos perfeitamente adequados ao seu tipo e à sociedade. Para Chiavenato (1994), o indivíduo deveria utilizar sua capacidade, suas aptidões, seu temperamento e seus interesses da melhor maneira possível e a sociedade deveria utilizar seus recursos de mão-de-obra da melhor forma possível. Obviamente, não é fácil satisfazer as exigências de ambas as partes. Para o autor acima, não se deve desconsiderar o custo de uma seleção para a sua empresa ou departamento, pois deve levar em conta todos os custos de recrutamento, nem que seja o relativo ao uso do tempo de alguém que foi colocar uma placa de “precisa-se” na portaria. Se ele demandou anúncio em jornal ou outros recursos mais caros, os valores aumentam rapidamente. Depois, considerem-se os custos da seleção em si, com grau de sofisticação que tenha sido adotado. 43 Em seguida, vêm os custos de adaptação do novo colaborador à organização, como a produtividade mais baixa no período inicial, eventuais erros, o treinamento demandado etc. (Chiavenato, 1994) Xavier (2006) questiona: o que acontecerá se, após três meses, se constatar que aquela não era a pessoa certa para o cargo e que havia escolhas melhores? Pior: e quais serão os custos diretos e indiretos de um desligamento, seja ele solicitado pelo colaborador, seja decidido pela empresa? Ou nos efeitos danosos do período em que a pessoa errada esteve no cargo, criando problemas que poderão ter desdobramentos futuros. Xavier (2006) afirma já no caso de escolhas felizes, a inclusão do novo membro na equipe produz uma mágica de produtividade. Operacionalmente, as coisas fluem de modo melhor, social e psicologicamente há gratificação por parte dos antigos integrantes da equipe, e outros benefícios diretos e indiretos ocorrem. É fundamental selecionar corretamente para construir uma equipe de valor, e o gestor não pode negligenciar essa função importante. De acordo com Chiavenato (1994) a alocação correta das pessoas nos cargos requer uma perfeita adequação entre dois fatores mutáveis: as características dos cargos e as características das pessoas que irão ocupá-los. Os tipos de cargos que as empresas precisam preencher estão mudando constantemente como resultado de uma infinidade de fatores internos e ambientais. Por outro lado, as capacidades das pessoas e suas aspirações pessoais se modificam como resultado de eventos relacionados com o trabalho e outros não relacionados com ele, como idade, mudanças familiares, experiências, afins. O processo de alocação de pessoas deve, pois, lidar com mudanças que irão provocar desajustes tanto na maneira como a empresa escolhe e seleciona seu pessoal, como na adequação das pessoas já escolhidas aos cargos que desempenhavam. Certamente, alguns desses desajustes são previsíveis, pois ocorrem em conseqüência de eventos planejados como a aposentadoria, enquanto outros ocorrem em conseqüência de eventos não previstos como acidentes, doenças e demissões de funcionários. 44 Figura 7 O conceito de seleção de pessoal como uma comparação entre os requisitos dos cargos e as características do candidato. Fonte: Chiavenato, Idalberto. 1994, p. 85. A troca aberta de informações corretas entre o candidato ao cargo é importante. Aliás, essa é uma decisão importante tanto para o gerente que busca uma equipe excelente como para a vida do candidato. (Chiavenato, 1994) De acordo com Muritiba, Albuquerque e Júnior (2006), na realidade, os gerentes e suas equipes estão sendo cada vez mais envolvidos no processo de seleção de pessoal das empresas bem-sucedidas. Em muitas empresas, são os gerentes que entrevistam os candidatos e tomam as decisões sobre quem será admitido em sua equipe. Em outras, são as próprias equipes que entrevistam seus prováveis futuros colegas, cabendo ao gerente a palavra final. Isto significa que a seleção está se tornando cada vez mais uma responsabilidade de linha e uma função de staff do órgão de RH. De acordo com Chiavenato (1994) a identificação das características pessoais é uma questão de sensibilidade. É conseqüência de um razoável conhecimento da natureza humana e das repercussões que a tarefa impõe à pessoa que irá desempenhá-la. Quando o cargo não foi ainda preenchido a situação se complica, pois o gerente precisa ter uma visão antecipada da interação entre pessoa e tarefa. 45 Conforme Chiavenato (1994), quase sempre as características individuais estão relacionadas com os seguintes aspectos principais: − Execução da tarefa em si: a tarefa a ser executada exige certas características humanas ou aptidões, tais como: − Atenção concentrada ou aptidão para detalhes; − Atenção dispersa ou visão ampla das coisas; − Aptidão numérica ou facilidade de lidar com números; − Aptidão verbal ou facilidade de lidar com palavras ou se expressar verbalmente; − Aptidão espacial ou facilidade de perceber figuras ou símbolos; − Aptidão auditiva ou facilidade de lidar com sons ou ritmos. − Interdependência com outras tarefas: a tarefa a ser executada depende de outras tarefas para iniciar-se ou para terminar, e exige certas características humanas ou aptidões, tais como: Atenção dispersa e abrangente; Facilidade de coordenação; Resistência à frustração e a conflitos. − Interdependência com outras pessoas: a tarefa a ser executada exige contatos com pessoas, sejam elas situadas acima, lateralmente ou abaixo na hierarquia da organização. Assim, a tarefa pode exigir características pessoais, tais como: Colaboração e cooperação com outras pessoas; Facilidade em trabalhar em equipe ou em conjunto com outras pessoas; Relacionamento humano; Iniciativa própria; Liderança de pessoas; Facilidade de comunicação e de expressão pessoal. 2.9.1 Técnicas de seleção Para Chiavenato (1994) a seleção de pessoal é basicamente comparativa e restrita. Ela utiliza as chamadas técnicas de seleção. A aplicação dessas técnicas se faz através de diversas fases, conforme a complexidade do cargo a ser preenchido. 46 Cada fase funciona como um filtro seletor que gradativamente vai afinando as peneiras até chegar a uma sintonia fina em relação aos candidatos. É como se cada fase fosse parte de um sistema de decantação progressiva. − Entrevista preliminar: a primeira fase da seleção é uma entrevista preliminar que costuma ser denominada triagem inicial. A triagem inicial pode ser delegada a profissionais da área de recursos humanos da empresa, pois nessa fase os candidatos podem ser numerosos. Nessa primeira entrevista, são verificados os dados pessoais e profissionais do candidato por meio de indagações sobre seu curriculum vitae e as características básicas de personalidade através da avaliação do seu comportamento pessoal. A entrevista preliminar visa o esclarecimento das relações entre perguntas-respostas, estímulos-reações, entradassaídas. O resultado da entrevista é quase sempre binário: aceitação ou rejeição do candidato. − Entrevista técnica: pode ser uma entrevista técnica com ou sem ajuda de algum tipo de questionário ou inventário de perguntas sobre assuntos inerentes ao cargo que se pretende ocupar. Trata-se aqui de verificar os conhecimentos e experiências profissionais do candidato em relação às exigências do cargo vago. A entrevista coletiva onde vários entrevistadores conversam com o candidato em uma espécie de mesaredonda ou simplesmente um exercício escrito a respeito. Muitas vezes, são feitas várias entrevistas técnicas com diferentes pessoas da empresa para uma avaliação mais ampla do candidato. Esta segunda fase constitui uma sintonia fina da primeira e enfatiza especialmente o preparo profissional e técnico do candidato em relação ao cargo desejado. Quase sempre, nas empresas mais bem-sucedidas, quem entrevista e avalia os candidatos são os próprios gerentes. Nelas o órgão de RH não executa mais este tipo de atividade, pois está se tornando cada vez mais órgão de consultoria interna e deixando de ser um mero prestador de serviços. Em algumas outras empresas, quem seleciona e escolhe as pessoas são os próprios membros da equipe, com a ajuda do gerente. Nestas empresas, os funcionários têm a 47 responsabilidade pela escolha dos seus futuros colegas de trabalho. Isso é participação. − Testes de seleção: se o candidato foi aprovado na entrevista técnica, ele tem mais um obstáculo que impõe uma avaliação de seus traços de personalidade e de aptidões que possui para garantir uma adequação pessoal às exigências do cargo. Requer uma pesquisa psicológica através de testes de personalidade ou de aptidões. Deve ser efetuada por um psicólogo ou especialista em recursos humanos, cujo laudo ou relatório deverá esclarecer aspectos profundos que uma simples entrevista não pode alcançar. Trata-se de avaliar se o candidato tem facilidade para cálculos ou para raciocínio abstrato, qual seu grau de verbalização de ideias, sua capacidade de argumentação, se essas forem as aptidões necessárias ao desempenho do cargo a ocupar. Ou então, como anda sua agressividade, seu tipo de relacionamento humano, seus interesses pessoais, suas emoções, e seu grau de resistência às frustrações, se esses forem os traços de personalidade requeridos. Abaixo, a figura 8, mostra o processo seletivo de cada fase relatada acima. 48 Figura 8 . O processo seletivo como uma seqüência de barreiras. Fonte: Chiavenato, Idalberto. 1994, p. 87. Técnicas de Simulação também são utilizadas no processo seletivo. Um exemplo de técnica de simulação é o sociodrama que conforme Chiavenato (1985) enfatiza os aspectos comportamentais bem como a facilidade no relacionamento com outras pessoas, condições de liderança pessoal etc. Ele é uma simulação de situação na qual o candidato se defronta com várias pessoas desempenhando papéis relacionados com subordinados ou pares do cargo a ser preenchido, para verificar como se comporta frente a situações típicas que deverá enfrentar na empresa. É um faz de conta para medir e avaliar suas ações e reações pessoais numa situação de laboratório. 49 2.9.2 Eficiência e Eficácia na Seleção Segundo Xavier (2006), existem algumas perguntas importantes a relevar na hora de selecionar que são: a) A pessoa de cargo mais alto na unidade teve envolvimento na seleção? b) Os critérios de seleção foram rigorosamente pensados, de modo tal que sejam objetivos, racionais e eficazes? c) Houve envolvimento de mais pessoas, além do gestor, no processo? d) O pessoal de RH esteve envolvido em todas as etapas? e) Recursos, ferramentas e instrumentos técnicos foram adotados? f) Houve uso de profissionais externos no processo, nos casos de seleção para cargos mais elevados? g) Parti-se de uma boa lista de candidatos, oferecendo razoável base para uma escolha adequada? Caso haja uma resposta negativa a qualquer uma dessas questões, já compromete o processo. Nas empresas grandes e organizadas, há um processo seletivo formal que deve contemplar todos os cuidados acima mencionados. (Xavier, 2006) Por se tratar de um processo humano, falhas poderão acarretar escolhas inadequadas, mesmo naquela empresa organizada, já em empresas não tão organizadas a seleção errada poderá se converter em regra. Abaixo alguns itens que levam a formas ineficazes de seleção, segundo Xavier (2006) e (Chiavenato 1994): • Pressa para ocupar vagas: isso ocorre da ausência de um planejamento de pessoal. A pressão do trabalho e dos prazos a cumprir acaba levando a empresa a fazer seleções rápidas, surgindo erros, ocasionando novos problemas futuros. É fundamental compreender que algum tempo é necessário para que o processo seletivo seja realizado com eficiência. • “Contágio Humano”: um parente ou amigo de um colaborador está precisando muito do emprego. O gestor se deixa envolver pela vontade 50 de ajudar e perde a objetividade, fazendo escolhas inadequadas que trarão um custo financeiro e psicológico ainda maior para todos os envolvidos. Isso se chama “tensão de fazer o bem”. • Apadrinhamento: pessoas com poder na empresa têm preferência ou simpatia por um candidato e acabam “mexendo os pauzinhos” para que ele seja o selecionado, mesmo que não seja a melhor escolha para os interesses da empresa. Tratar alguém com privilégios no momento da seleção, é uma das maneiras mais fáceis de criar um clima negativo no ambiente de trabalho e de “plantar” muitos problemas de relacionamento. • Despreparo dos selecionadores: eventualmente, apesar das boas intenções, os selecionadores mostram-se despreparados. Poderão deixar que simpatias, antipatias, preconceitos e idiossincrasias afetem negativamente o processo. Uma boa seleção requer isenção do selecionador. É fundamental entender o que é ser gestor e quais as responsabilidades que a função traz. • Economia: economizar, fazer uso inteligente dos recursos da empresa, deve ser sempre uma meta. Entretanto, economizar na função e na hora errada pode ser um erro fatal. Eventualmente, por não querer gastar no processo seletivo, um reflexo da visão de que a seleção não é muito importante, acaba-se provocando custos significativos para a empresa. A seleção errada tem custo mais elevado que qualquer economia que se faça no processo, certamente. • Critérios inadequados: eventualmente, o processo seletivo que não é pensado adequadamente é orientado por critérios inadequados. Por exemplo: buscam-se pessoas que se moldem os traços culturais negativos da empresa, e ela perde a oportunidade de se renovar a partir das novas contratações. Igualmente, pode-se buscar alguém que se amolde a um defeito do gestor, o que contribui para que ele próprio não mude para melhor e continue causando danos à organização, com seu comportamento inadequado. • Negligência do gestor: nem sempre o gestor dá o devido valor ao processo seletivo, por partir de idéia erradas. 51 • Formas de seleção agressivas: com dinâmicas em que as pessoas são submetidas à pressão e levadas a situação de competição. Por vezes adotam-se entrevistas com perguntas capciosas ou provocadoras, com a finalidade de provocar ou aplicar “pegadinhas” nos candidatos. Isso só contribui para criar uma situação de artificialidade, despertando emoções negativas que tumultuam o processo e que podem afastar pessoas promissoras, além, de trazer danos à imagem da empresa. 2.10 A INTEGRAÇÃO DE NOVOS FUNCIONÁRIOS Quando uma pessoa é admitida em uma organização ela precisa passar por um processo de integração ou chamada de socialização organizacional. Segundo Chiavenato (1994) é a maneira pela qual a organização recebe os novos participantes e os integra à sua cultura, ao seu sistema, para que possam comportar-se de maneira adequada às expectativas da organização. Na realidade, o processo de integração procura fazer com que o novo participante assimile de maneira mais intensiva e rápida, em uma situação de laboratório, a cultura da organização e se comporte a partir daí como um membro que veste a camisa da empresa. A socialização organizacional é o conjunto de processos pelo qual um novo membro aprende o sistema de valores, as normas e os padrões de comportamento requeridos pela organização na qual ingressa. É uma aprendizagem específica e que representa o preço de ser um novo membro da organização. Na prática, conforme o autor acima, esse processo visa que o novo integrante aprenda e incorpore certos valores, normas e padrões, envolvendo quase sempre os objetivos básicos da organização: os meios preferidos através dos quais os objetivos serão alcançados; as responsabilidades básicas de cada membro no papel que lhe está sendo confiado; os padrões de comportamento requeridos para o desempenho eficaz do papel; o conjunto de regras ou princípios que asseguram a manutenção da identidade e integridade da organização; os produtos e serviços produzidos pela organização e clientes internos e externos. 52 Quanto mais rígida a organização, tanto maior a necessidade de um processo de integração mais demorado e capaz de adaptar e ajustar o novo membro às expectativas da cultura predominante. (Chiavenato, 1994) De acordo com Chiavenato (1994), essa adaptação e esse contrato psicológico constituem um processo bidirecional, isto é de duas mãos. O indivíduo renuncia a certa liberdade de ação ao ingressar na empresa. Como parte do contrato psicológico, ele concorda intimamente que a empresa fará algumas solicitações legítimas – certo número de horas trabalhadas por mês, certa quantidade de trabalho etc. A organização procura induzir o comportamento do indivíduo às suas necessidades: é o processo de socialização organizacional. O Gerente pode utilizar uma variedade de meios para promover a socialização de membros novos e antigos, como o planejamento do processo seletivo que permita o candidato conhecer previamente o seu futuro ambiente de trabalho, experiências de treinamento, designação de tarefas iniciais, modelo de aprendizagem com funcionários mais antigos etc. Talvez o melhor meio de promover a socialização seja a criação de certo ambiente de trabalho durante o período inicial de emprego, através de três elementos: o conteúdo da tarefa (tarefa inicial deve ser suficientemente desafiadora para o novo empregado e suficientemente capaz de proporcionarlhe sucesso), o supervisor (representa a imagem da organização, ela pode ser bem-vista ou malvista, se o supervisor tem um bom desempenho ou se é ineficiente. Esses supervisores devem ter condições de realizar três tarefas básicas com os recém-ingressados como: transmitir uma descrição da tarefa a ser realizada, suprir as informações técnicas sobre como executar a tarefa e proporcionar feedback sobre a qualidade de seu desempenho) e o grupo de trabalho (tem o papel na integração de novos empregados. A aceitação pelo grupo é uma crucial fonte de satisfação das necessidades sociais. O grupo tem uma poderosa influência sobre as crenças e atitudes das pessoas a respeito da organização e de como elas devem se comportar. O gerente deve designar os novos membros para grupos de trabalho que poderão provocar um impacto positivo. (Chiavenato, 1994) 53 2.11 ACOMPANHAMENTO FUNCIONAL Trata-se do processo de avaliar o funcionário nos primeiros meses de trabalho, verificando seu desempenho e realizando feedback para sua orientação. A avaliação de desempenho é um método de verificação do desempenho operacional que permite identificar a contribuição dada pelos funcionários à organização empresarial em que ele esta inserido. Esta conceituação pode ser confirmada mediante o conceito proferido por Chiavenato. Avaliação de Desempenho constitui uma técnica de direção imprescindível na atividade administrativa. É um meio através do qual pode localizar problemas de supervisão de pessoal (...) A Avaliação de Desempenho é uma sistemática apreciação do desempenho do indivíduo no cargo e de seu potencial de desenvolvimento. Toda a avaliação é um processo para estimar ou julgar o valor, a excelência, as qualidades ou status de alguma pessoa. (...) A Avaliação de Desempenho está centrada no ocupante do cargo, isto é, nas pessoas. (Chiavenato, 1981, p.192) Pode-se dizer que a avaliação de desempenho é uma importante ferramenta utilizada pelas empresas, que busca conhecer e reconhecer a em relação dos colaboradores, proporcionando identificar problemáticas de interação, integração, monitoramento, supervisão e motivação dos mesmos. Por fim, nota-se que a conceituação sobre a avaliação de desempenho são inúmeras, porém com a mesma visão holística, onde esta torna-se concernente com o real objetivo que a avaliação de desempenho almeja. 2.12 DESLIGAMENTO DE FUNCIONÁRIOS Pontes (2001) acredita que uma forma de verificar as causas da rotatividade de pessoal é a entrevista de desligamento. Por intermédio desta a área de RH elabora um diagnóstico sobre as políticas da organização, oportunidades de carreiras, condições do ambiente de trabalho, chefia e liderança cultivada. Apesar disso, nem sempre a entrevista permite análises conclusivas do clima organizacional. As pessoas, objeto da pesquisa, são as 54 que estão saindo da empresa. As desligadas por iniciativa da empresa, estão de certa forma descontentes com ela e geralmente suas críticas são mais acirradas, elas muitas vezes não preferem fazer, para não denegrir sua imagem pessoal. Os dados de pesquisa de desligamento devem ser arquivados pelos diferentes departamentos da empresa, desta forma, de tempos em tempos, suas tabulações permitirão análises e detectarão os problemas na organização, permitindo assim a reanálise dos programas de pessoal, políticas que podem ser alteradas, afim de diminuir a rotatividade de pessoal. Normalmente o pesquisador utiliza um formulário com perguntas abertas, onde o entrevistador toma opiniões adicionais do entrevistado sobre cada tópico, ou fechadas cujas respostas são de múltipla escolha. Este tipo de questionário, apesar de permitir facilidade na tabulação, não deixa margem para respostas que retratem mais fidedignamente a opinião do empregado. (Pontes, 2001). As conclusões desse estudo permitem que sejam tomadas ações no sentido de favorecer maior integração homem x empresa, diminuindo dessa forma a rotatividade de pessoal. 55 3 METODOLOGIA Este capítulo destina-se a apresentar a metodologia utilizada no estudo, evidenciando as suas características, unidade de análise, forma de coleta e análise dos dados, além de validar a importância do uso da metodologia para o atendimento da proposta em estudo. É importante considerar que os resultados obtidos com a aplicação da metodologia estão intimamente ligados à forma como o pesquisador faz uso da mesma no desenvolvimento da sua pesquisa. 3.1 ESTRATÉGIAS ORIENTADORAS DA PESQUISA O presente estudo visa, portanto, reunir informações sobre as teorias administrativas já existentes e publicadas em livros, artigos, revistas, jornais e periódicos buscando um entendimento prático do que ocorre na Unidade de estudo pesquisada, ou seja, a Unidade Matriz da Cooperativa Piá, Para alcançarmos os objetivos do projeto foi feito a pesquisa descritiva e exploratória. Segundo Gil (2007) as pesquisas descritivas tem por finalidade “[...] a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis”, enquanto que as pesquisas exploratórias “[...] tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses.” Vergara(2009), afirma a pesquisa descritiva difere-se da exploratória principalmente no quesito que se refere ao conhecimento anterior sobre o problema. No caso da pesquisa descritiva supõe-se que o pesquisador já tenha algum conhecimento sobre o problema. De acordo com Gil (1993), o estudo de caso é uma pesquisa caracterizada pelo estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita um detalhado conhecimento, sendo praticamente impossível em outro tipo de estudo. Essa pesquisa foi através de um questionário que foi aplicado para os diretores, os gestor e gerentes na Unidade Matriz da Cooperativa Piá. Para Roesch (2007), “o questionário é um instrumento de coleta de dados que busca 56 mensurar alguma coisa“. Essa afirmação vai de encontro ao objetivo específico de analisar os papéis do gestor na empresa. Foi utilizado embasamento teórico (livros, periódicos e artigos científicos) no que se referem às informações gerais relacionados com o recrutamento e seleção. 3.2 UNIDADE DE ANÁLISE A Piá, empresa que em 2009 completou 42 anos, é uma empresa do ramo na produção de laticínios. A cooperativa conta com aproximadamente 948 funcionários, sendo que destes, cerca de 507 fazem parte do negócio, foco deste estudo. A Piá foi escolhida para este estudo por pelo menos três motivos. Primeiro, em função do pesquisador estar vinculado à empresa profissionalmente, tendo vínculo com todas as áreas da matriz, obtendo, com isso uma visão abrangente dos processos da empresa, o que permite uma importante comparação entre o que se teoriza e o que se pratica atualmente em RH. Segundo, pela disposição da Alta Direção em que se desenvolvam ações voltadas à estruturação do RH na empresa. Terceiro, interesse em avaliar e verificar o nível de eficiência e eficácia do ReS na Unidade de estudo. 3.3 UNIVERSO E AMOSTRA Para Samara e Barros (2002), a amostra é uma parte de um universo ou população, com as mesmas características destes. A maioria dos estudos é realizada a partir de amostras que podem ser pessoas, empresas, entidades, famílias, lojas, entre outras. Os resultados obtidos do estudo da amostra podem ser estimados para o universo da população da qual a amostra foi selecionada. Para este estudo foram utilizados dados da Unidade Matriz da Cooperativa Piá no período de set/2008 a set/2009. A escolha deste período se deve ao crescimento significativo da sua estrutura e a conquista de novos mercados. 57 Como universo de amostragem para a análise do questionário, foram escolhidos os gerentes e pessoas que fazem parte do recrutamento e seleção da Unidade Matriz Piá, devido à descentralização como autonomia. O universo da pesquisa define-se através de uma amostra das lideranças da unidade matriz, sendo representada por 9 pessoas selecionadas para este estudo, sendo elas 2 diretores, 3 gestores e 4 gerentes. A escolha dessas pessoas justifica-se por representarem a liderança que tem autonomia para solicitar contratações de pessoal ao RH. Segundo Gil (1996, p.121), “o mais freqüente é trabalhar com uma amostra, ou seja, com uma pequena parte dos elementos que compõem o universo.” A amostra, por sua vez, é um subgrupo da população, selecionado para participação no estudo. O Quadro 6 apresenta as 9 pessoas selecionadas para o estudo, com seu respectivo cargo. Quadro 6: Número de pessoas entrevistadas e seus respectivos cargos, tempo de atuação na empresa e grau de instrução. Tempo Pessoa Cargo de Grau de Instrução Empresa 1 Superintendente 33 anos Graduado em Direito 2 Controller 35 anos Técnico em Contabilidade 3 RH 8 anos Graduado em Recursos Humanos 4 Departamento Pessoal 3 anos Ensino Médio 5 Departamento Pessoal 10 anos Ensino Médio 6 Gerente Industrial 4 anos Graduado em Administração Gerente 7 11 anos Graduação em Administração Comercial/Marketing Superior Incompleto em 8 Gerente Insumos 29 anos Administração 9 Gerente Logística 9 anos Superior Incompleto em Logística Fonte: Elaborado pelo autor. 3.4 COLETA DE DADOS Inicialmente fez-se a revisão bibliográfica do tema estudado, tendo em vista o entendimento aprofundado dos conceitos abordados. Essas informações servem de base para a posterior análise da pesquisa na Unidade Matriz da Cooperativa Piá. 58 As informações relacionadas a Unidade de estudo foram solicitadas ao setor de Recursos Humanos da Cooperativa Piá, que disponibilizou informações, bem como ao setor de Controladoria que proporcionou a coleta de informações históricas e a evolução da empresa. Concluíndo, através da análise do ReS na Unidade de estudo, buscouse identificar oportunidades de melhoria na Unidade de estudo e propor alterações no método de ReS atualmente aplicada. A análise ocorreu somente na Unidade Matriz da Piá devido ao fato de que a Cooperativa possui atualmente 15 filiais, o que dificultaria a análise de resultados. Cada filial ou Unidade da Piá possui seu próprio ReS. Desta forma, as demais Unidades e filiais da Piá não se enquadram nas análises feitas pela autora deste trabalho. 3.5 ANÁLISE DOS DADOS O material reunido do referencial bibliográfico pesquisado serviu de base para que fosse possível a relação teórica e prática visando atender os objetivos propostos no presente trabalho. Nesta pesquisa, a análise dos dados transcorreu da seguinte forma. Num primeiro momento, da etapa de análise descreveu o caso da Cooperativa Piá, de modo a entender a sua história e as políticas adotadas pelo setor de RH. Posteriormente, visando a responder o problema de pesquisa desse estudo e a confirmação ou não da hipótese levantada, analisaram-se os dados obtidos pelo RH no período de set/2008 a set/2009, confrontando-os com o referencial teórico, permitindo a análise dos dados por ângulos distintos. Posteriormente, foram elaborados quadros-síntese das entrevistas, onde foram apresentadas as percepções dos entrevistados, possibilitando a análise do conteúdo e a realização da interpretação dos dados, comparando-os com o referencial teórico, orientado pelos objetivos propostos nesta monografia. Com as entrevistas realizadas e devidamente transcritas, foi realizada uma leitura geral das respostas obtidas e, em seguida, elaborada uma planilha de compilação destas respostas, estruturada de modo que a primeira coluna continha as perguntas de referência e nas colunas posteriores a resposta – na íntegra – de cada entrevistado, sendo que abaixo de cada resposta, 59 resumiram-se as percepções centrais de cada entrevistado – vide Apêndice A,B e C. Encerrando este trabalho, apresentam-se as considerações finais sobre o estudo, tendo como prioridade apresentar as conclusões e devidas reflexões sobre o tema proposto, encontradas na investigação, além de registrar as limitações do estudo e sugestões para novas pesquisas. Essa etapa realizouse entre Outubro e Novembro de 2009. 60 4 A HISTÓRIA DA COOPERATIVA PIÁ E A APLICAÇÃO DA ANÁILSE DE ReS Este capítulo relatará o histórico da Cooperativa Piá, apresentando sua evolução, a função da Unidade de Controladoria e a aplicação da pesquisa de recrutamento e seleção. 4.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA Conforme o banco de dados da Cooperativa Piá, ela é uma sociedade de pessoas físicas com objetivos comuns de atender as necessidades econômicas e sociais de seus sócios. É constituída na grande maioria por associados produtores rurais, cuja economia é familiar, com pequenas propriedades. Trabalha no beneficiamento de produtos lácteos e doces de frutas, que leva a sua marca “Piá” expressão tipicamente gaúcha e o desenho lembrando um guri bem nutrido e cheio de saúde. Fornece aos seus associados e não-associados bens de insumos e de consumo. Fundada em 29 de outubro de 1967, por um grupo de 213 associados que tinham como objetivo defender seus interesses econômicos. Porém, a Cooperativa iniciou suas atividades somente em 1972, após um estudo de técnicos alemães sobre as atividades que poderiam ser desenvolvidas na região, levando em conta o clima e geografia, decidiu-se que a pecuária leiteira e a fruticultura seriam as atividades ideais. Atualmente a Cooperativa Piá, como é conhecida, conta com aproximadamente 13.260 associados (Nov/2009), dos quais 2.500 são fornecedores de leite e 400 fornecedores de frutas. O seu quadro de colaboradores é composto por 948 funcionários (Nov./2009), conforme informações do banco de dados do setor de RH da Piá. A sua estrutura é composta pelas seguintes Unidades de Resultados: Indústria de Laticínios com capacidade de beneficiamento de 420.000 litros leite/dia; uma Indústria de Processamento de Frutas, que processa diariamente doces de frutas, implantada em 1982; uma Indústria de Rações, com capacidade de 120.000 Kg/dia, iniciou a fabricação em 1986, com variedades em ração fareladas, peletizadas ou trituradas para gado de corte e leite, aves 61 de postura e corte, suínos, eqüinos e peixes. .Estas indústrias estão instaladas no município de Nova Petrópolis. A Cooperativa Piá é a primeira indústria de laticínios a introduzir a coleta individual do leite e a única a utilizar a filtragem descartável. Com um processo rigoroso de seleção de matéria-prima, possui, graças ao programa de inseminação artificial, a genética de animais leiteiros iguais aos do primeiro mundo. É também a primeira região a desenvolver o maior número de silos por imóveis rurais. O associado dispõe de um quadro profissional composto por médicos veterinários, técnicos agrícolas e técnicos em inseminação artificial. Todo o leite é analisado e passa por um rigoroso teste de qualidade, seguindo as normas de higiene e saúde. Possui uma rede de supermercados e lojas agropecuárias localizadas nos seguintes municípios: Nova Petrópolis, Feliz, Picada Café, Santa Maria do Herval, Morro Reuter, Tupandi, Taquara,Vila Flores e Marau. A área de captação do leite atinge 85 municípios no Estado do Rio Grande do Sul, e a distribuição de seus produtos concentra-se basicamente nos Estados do RS, SC, PR e São Paulo. 4.2 ESTRATÉGIA E ESTRUTURA FUNCIONAL DA COOPERATIVA PIÁ A visão Cooperativista definida pela Cooperativa Piá é a de uma cooperativa é uma sociedade de natureza civil, formada de pessoas unidas pela cooperação, solidariedade e ajuda mútua. É gerida de forma democrática e participativa, com objetivos econômicos e sociais comuns e cujos aspectos legais e doutrinários são distintos das outras sociedades. Fundamenta-se na economia solidária e se propõe a obter um desempenho eficiente, através da qualidade e da valorização dos serviços que presta a seus próprios associados e usuários. (COOPERATIVA AGROPECUÁRIA PETRÓPOLIS, 2009) Os referenciais estratégicos da Cooperativa Piá são representados pelas declarações de Missão, Negócio, Visão e Princípios Norteadores a seguir: Missão: Desenvolver a cadeia produtiva, a industrialização e a comercialização de alimentos saudáveis, a partir da viabilização de propriedades rurais, para superar as expectativas dos clientes e 62 associados e atender as necessidades dos colaboradores e da comunidade. Negócio: Alimentos saudáveis integrando vidas. Visão: Ser reconhecida como modelo nacional de sucesso do sistema cooperativo e de principal incentivadora do associativismo na comunidade. Princípios Norteadores: − adesão livre e voluntária; − controle democrática pelos sócios; − participação econômica do sócio; − autonomia e independência − educação, treinamento e informação; − cooperação entre cooperativas; − preocupação com a comunidade. (COOPERATIVA AGROPECUÁRIA PETRÓPOLIS, 2009). A Cooperativa Piá é dirigida pelo Conselho de Administração (Diretoria) e Conselho Fiscal, composto por representantes diretos dos associados eleitos em Assembléia Geral Ordinária. A Superintendência da Cooperativa Piá representa a Diretoria e gerencia diretamente o restante da estrutura. Dando suporte à Superintendência, estão os setores de Controladoria e Recursos Humanos, chamados de Unidades de Apoio. A estrutura da Piá é composta ainda pelas demais Unidades, chamadas de Unidades de Resultado. O organograma a seguir (Figura 9 ), representa a estrutura funcional da Cooperativa Piá e suas inter-relações. 63 Figura 9: Organograma da Cooperativa Piá Associados Conselho de Administração Diretoria Conselho Fiscal Superintendência Administ/FinanceiroControladoria Recursos Humanos Logística Adminsitração Expedição Marketing/Coml Assistência Técnica Administração Ind.Alimentos PeD Vendas externas Manutenção industrial Patrimônio Compras Custos Transporte Qualidade Manutenção frota Produção Vila Flores Super II e Agropec Compras Rede Super III e Agropec CD Super V e Agropec Insumos Produção Administração Super VI e Agropec Vendas Super XIV e Agropec Super VIII e Agropec Agropecuária XI Agropecuária XII Agropecuária XV Fonte: COOPERATIVA AGROPECUÁRIA PETRÓPOLIS (2009) 4.3 INTEGRAÇÃO DA COOPERATIVA PIÁ COM OS COLABORADORES Segundo informações do banco de dados do setor de Recursos Humanos da Piá, o projeto de integração dos colaboradores tem como objetivo a integração, revisando metas e acompanhando ações, criando comprometimento com a Cooperativa, bem como apoiar o aperfeiçoamento 64 humano e a capacitação profissional dos colaboradores da empresa, visando melhoria de ambiente e de auto-satisfação no trabalho. A partir da segunda metade da década de 1990, o conjunto das atividades econômicas da Cooperativa PIÁ entrou em uma fase nova com crescimento acelerado e implantação de novos processos e novos produtos. Isto repercutiu em toda a Cooperativa e no Planejamento Estratégico de sua organização e das suas atividades, desde a adaptação de sua estrutura organizacional, implantação do Programa de Qualidade Total (PQTPiá), até a adequada organização, qualificação e gestão dos recursos humanos e de novos padrões de promoção e representação comercial da Cooperativa perante seus mercados. Observa-se que o PQTPiá ressalta que a Cooperativa, como qualquer empresa precisa responder e adaptar-se ao contexto externo globalizado, cada vez mais competitivo e com os mercados cada vez mais concorridos entre empresas do mesmo ramo de atividades e de cuja disputa também as cooperativas participam. Enfatiza ainda que as contribuições à gestão requerem administração participativa de todos os colaboradores em suas áreas de atuação e de influência, o que somente poderá ser alcançado através do desenvolvimento de um ambiente de trabalho favorável à cooperação e aliadas a políticas e práticas de recursos humanos motivadores e integradores de todos em torno das metas estabelecidas para a empresa, ou seja, orientadas para qualidade elevada dos produtos, serviços e resultados. Em linhas gerais, o PQTPiá busca desenvolver os seguintes aspectos: − Espírito de time; − Alegria e bom humor permanente; − Motivação; − Confiança na gestão; − Relacionamento ético entre todos; − Respeito pelo homem como pessoa; − Comunicação transparente e verdadeira; − Comprometimento das pessoas com o negócio; 65 − Informação sobre dados do negócio; − Treinamento para o negócio e para resultados; − Oportunidades de carreira na empresa; − Foco do cliente; − Responsabilidade social da empresa; − Remuneração na média do mercado; − Participação efetiva nos resultados. De acordo com informações do banco de dados do setor de Recursos Humanos da Piá, entre metas/objetivos principais estabelecidos no Planejamento Estratégico da Cooperativa Piá, em relação ao desenvolvimento dos Recursos Humanos, destacam-se: − Qualificar o quadro de colaboradores por um processo eficiente de recrutamento e seleção; − Promover maior integração entre colaboradores, através de atividades culturais e de lazer; − Oportunizar ao colaborador informação sobre a PIÁ e seu ambiente de trabalho; − Identificar talentos internos para futuro aproveitamento no quadro funcional e aperfeiçoamento profissional e pessoal; − Remunerar de acordo com conhecimentos, habilidades e atitudes; e, promover a participação nos resultados, através da excelência nos resultados operacionais. Estas metas/objetivos requerem conjuntos de ações, encontros e promoções direcionadas às propostas contidas nas metas acima referidas, justificando o presente projeto de Integração dos Colaboradores da Cooperativa Piá. O objetivo é promover o aperfeiçoamento humano e a capacidade profissional dos colaboradores da cooperativa, com melhoria do ambiente e da auto-satisfação no trabalho, e mais ampla participação ativa na gestão de 66 acordo com informações do banco de dados do setor de Recursos Humanos da Piá. 67 5 APLICAÇÃO E RESULTADOS DA EFICIENCIA E FICACIA DO ReS NA UNIDADE MATRIZ DA COOPERATIVA PIÁ A seguir são apresentadas a análise de conteúdo do levantamento obtido no referencial bibliográfico, no estudo de caso, na análise das pesquisas de ReS e demais documentos disponibilizados pela empresa. 5.1 DIAGNÓSTICO REALIZADO PARA A PROPOSIÇÃO DO RES A seguir, apresenta-se a análise do conteúdo das entrevistas realizadas com o grupo de Diretores e Gestores e com o grupo de Gerentes da Matriz. Para tornar mais dinâmico o processo de análise dos questionários e delas elaborar um diagnóstico que retrate a realidade da empresa quanto aos questionamentos realizados aos entrevistados, apresentam-se, a seguir, o Quadro-Síntese dos questionários, resumindo os principais apontamentos dos entrevistados. Buscando facilitar o processo de análise do conteúdo, o quadro-síntese apresenta categorias e, quando necessário, estas ainda se desdobram em itens, fracionando os dados coletados. As respostas, por sua vez, foram classificadas em “repetidos”, com pelo menos mais de uma resposta repetida entre os entrevistados e “diferentes”, considerando as respostas que se diferenciam entre os entrevistados. Na seqüência do quadro-síntese, são analisadas de forma mais aprofundada cada categoria e itens, na intenção de formulação efetiva do diagnóstico que irá orientar a proposição do ReS para a Piá. 68 Quadro 7. Quadro - Síntese dos questionários. Pergunta 1. No seu ponto de vista o que consideras eficiência e eficácia na área RH? 2. Na sua opinião acreditas que o ReS da Piá é eficiente e/ou eficaz? Se sua resposta for não, o que tens a melhoras? 3. Como é a sua participação no momento da escolha dos candidatos que farão parte da seleção para a vaga? 4. Na sua área, quando ocorre a abertura de uma vaga, o primeiro passo é abrir a vaga no RH para contratação ou há uma análise para o aproveitamento interno de profissionais? 5. Existem 3 tipos de recrutamento:interno, externo e misto. No seu setor, qual o método mais utilizado ?Pq? Considera eficaz? 6. No recrutamento interno e externo existem vantagens e desvantagens. Cite algumas. 7. No recrutamento externo existem técnicas. O que acreditas ser mais eficaz?Pq? 8. Referente a pergunta anterior, em relação o ReS da Piá, qual técnica(s) é utilizada? 9. Para o recrutamento Percepções apresentadas pelos entrevistados Repetidas mais de uma Diferentes vez Eficiência:fazer certo, Eficiência: relacionada Eficácia: resultado, folha de pagamento, escolher pessoas certas. contratar pessoas solicitadas, executar tarefas rotineiras. Sim o ReS é eficiente e Não existe empresa de eficaz. ReS 100%, atende parte das necessidades, poderia ser mais atuante dentro do seu campo. Direta ou participa Não houve respostas indiretamente. diferentes. Primeiro é feita a avaliação interna. As duas acontecem simultaneamente Não houve respostas diferentes. Misto e externo Não houve respostas diferentes. Vant:visão nova, motivação, Desv: desmotivação, erros. Vant: conhecimento operacional, Desv: falta confiança, vícios adquiridos. Indicação, comunicação/anúncios, contato com escolas/universidades. Indicação, comunicação/anúncios, contato com escolas/universidades. Sim, Não Todas são eficazes, Avaliação do currículo, Todas as técnicas são usadas, quase todas são utilizadas. Depende do cargo. 69 no seu setor você participa da análise do currículo? 10. Em relação a analise dos currículos quais informações acredita ser primordial? 11. Teste de seleção, a pesquisa psicológica, do seu ponto de vista é eficaz? Em relação a Piá? 12. Alguns itens que levam a formas ineficazes de seleção, isso já ocorreu com você?teve conseqüências? 13. No seu setor, na hora da seleção é aplicado testes ou técnicas de simulação? 14. Do seu ponto de vista, referente a questão anterior, acreditas ser eficaz esse método? Experiência, moradia, escolaridade. Entrevista. Considero eficaz na empresa, faz-se quando necessário. Piá não utiliza esses testes, tende ajudar mas em alguns casos não dão certos. Não ocorreu, sim pressa para ocupar a vaga – conseqüência: erros, demissões. Não se oportuniza na Piá, tem um planejamento antes da seleção. Conseqüência: desistência. Não houve respostas diferentes. é aplicado em alguns casos, em outros não. Método eficaz. O rendimento depende somente do funcionário, deverá ser aplicado na Piá para avaliar seu rendimento. Técnicas Humanas, ter um bom recrutamento, interesse pela vaga. 15.No seu entendimento, Competências, que fatores devem ser experiências levados em consideração profissionais, conduta de para que o processo de vida/objetivos, seleção traga para a flexibilidade/trab em empresa pessoas que equipe. vão permanecer nela? Fonte: Elaborado pelo pesquisador com base nas respostas dos questionários aplicados Segue, então, o detalhamento do quadro-síntese apresentado, aprofundando os conceitos das categorias e itens, bem como ampliando as informações externadas pelos entrevistados. Pergunta 1 – conceito de eficiência e eficácia aos entrevistados? a) Conceitos repetitivos: eficiência é fazer certo; eficácia é obter resultados e escolher a pessoa certa. 70 “Basicamente é fazer a coisa certa...” “Contratar as pessoas solicitadas de forma...” “São os resultados obtidos em profissionalização,...” b) Conceitos diferentes: eficiência relacionada folha de pagamento, contratar pessoas solicitadas, executar tarefas rotineiras. “...dentre elas, folha de pagamento e recursos médicos ...” “Eficiência é executar as tarefas rotineiras corretamente.” Pergunta 2 - verificar se no entendimento dos entrevistados a Piá é eficiente e/ou e eficaz? a) Conceitos repetitivos: para muitos entrevistados acreditam que o ReS da Piá, é eficiente e eficaz. “sim” “eficaz” “Ela é eficiente e eficaz, pois os mais recentemente contratados mostraram atender o proposto.” b) Conceitos diferentes: para alguns entrevistados acreditam que o ReS atende parte das necessidades. “O RH atende parte das necessidades. Precisa melhorar a performance...” “De uma forma geral creio que poderia ser mais atuante dentro do seu campo...” “Na minha opinião não existe empresa em que o ReS é 100%...” 71 Pergunta 3 – como é a participação dos gestores que pertenceram à seleção da vaga? a) Conceitos repetitivos: direta ou participa indiretamente. “Direta” “Ativamente para os cargos,...” “indiretamente, contato por telefone para verificar se o candidato tem interesse...” b) Conceitos diferentes: não houve respostas diferentes nessa questão. Pergunta 4 - qual o primeiro passo na abertura de uma vaga, seja abrir a vaga ou uma análise interna? a) Conceitos repetitivos: a preocupação na análise interna, valorizando seus funcionários. “Sempre há avaliação inicial quanto aproveitamento interno.” “Sempre primeiramente aproveitamos os talentos internos” “ ...acontece simultaneamente. Pessoas internas são remanejadas enquanto acontece a contratação”. b) Conceitos diferentes: não houve respostas diferentes nessa questão. 72 Pergunta 5 – qual o método mais utilizado no setor do entrevistado? a) Conceitos repetitivos: misto e externo. “Misto, pois valoriza o funcionário e se torna eficaz...” “Externo, devido o número de contratações.” b) Conceitos diferentes: não houve respostas diferentes nessa questão. Pergunta 6- listadas vantagens e desvantagens do recrutamento externo e interno? a) Conceitos repetitivos: Vantagens: visão nova, motivação, Desvantagens: demotivação, erros. “vantagens: equipe sempre motivada para promoções.” “desvantagens risco de erros, ...” b) Conceitos diferentes: Vantagem: conhecimento operacional, desvantagem: falta confiança, vícios adquiridos. “ ... não ter vícios cometidos na empresa.” “Desvantagem falta de confiança,...” Pergunta 7 – no recrutamento existem técnicas externas, para os entrevistados o que é mais eficaz? a) Conceitos repetitivos: indicação, comunicação/anúncios, escolas/universidades. “ Indicação do funcionário, porque normalmente traz uma pessoa interessada...” “Anúncios, pois assim é possível ter ...” 73 b) Conceitos diferentes: todas as técnicas são eficazes, avaliação de currículos. “A principio todas as ferramentas são eficazes...” Pergunta 8 – em relação o ReS da Piá, quais os métodos eficazes? a) Conceitos repetitivos: indicação, comunicação/anúncios, escolas/universidades. “Principalmente: indicação, parceria com universidades e anúncios.” b) Conceitos diferentes: todas as técnicas são usadas, quase todas são usadas. “Creio que todas já foram ou são usadas.” Pergunta 9 – o entrevistado participa da análise do currículo? a) Conceitos repetitivos: parte dos entrevistados participam e outra não participa. “Participo em 100%” “Não, é competência do departamento de RH” b) Conceitos diferentes: dependendo do cargo. “Participo dependendo da importância do cargo.” Pergunta 10- quais informações são primordiais na análise dos currículos? a) Conceitos repetitivos: experiência, moradia, escolaridade. “A formação e principalmente a experiência profissional.” “...é o mais importante também a distância da moradia...” 74 b) Conceitos diferentes: entrevista. “ a entrevista é o mais importante e também a ...” Pergunta 11- em relação a Piá é eficaz testes de seleção ou a pesquisa psicológica? a) Conceitos repetitivos: considero eficaz, faz-se quando necessário. “Sim, mas é relativo.” “Não existe dúvida que os testes são eficazes pois espelham a essência...” b) Conceitos diferentes: a Piá não utiliza desses métodos, tende ajudar mas em alguns casos não dão certos. “Pode ajudar, em relação à Piá não é comum.” Pergunta 12 – itens que levam a formas ineficientes de seleção, já ocorreu na Piá? a) Conceitos repetitivos: para alguns entrevistados não ocorreu devido o planejamento de recrutamento, para outros ocorreu devido à pressa de ocupar a vaga e teve suas conseqüências. “Não”. “Não, nunca se oportuniza na Piá” “Sim, pressa para ocupar a vaga, ...acaba levando a erros” b) Conceitos diferentes: não se oportuniza na Piá, tem um planejamento antes da seleção. “Não, nunca se oportuniza na Piá.” 75 Pergunta 13 - técnicas ou testes de simulação é aplicado no setor do entrevistado? a) Conceitos repetitivos: é aplicado em alguns setores outros não. “Não. Aplicamos o processo padrão, ou seja, nas entrevistas se observa...” “São partes de um processo. Tende a ajudar...” b) Conceitos diferentes: não houve uma respostas diferentes nessa questão. Pergunta 14 – os teste ou técnicas de simulação no ponto de vista do entrevistador, acreditas ser eficaz? a) Conceito repetitivo: método eficaz. “ Sim, porque mais importante que conhecimento, é a atitude.” “Sim, acredito ser eficaz, para ver se a pessoa se enquadra na função.” b) Conceitos diferentes: o rendimento depende somente do funcionário, deverá ser aplicado na Piá. “...esse trabalho deveria ser feito na RH.” “conforme o desenvolvimento de cada um no dia dia do trabalho,...” Pergunta 15 – são fatores/critérios que devem ser considerados para que o processo traga para a empresa pessoas que vão permanecer na empresa? 76 a) Critérios repetitivos: histórico das pessoas, moradia, experiência profissional, objetivos, vontade de trabalhar, trabalho em equipe e comprometimento. “Histórico de competências, experiência nas atividades/função em aberto,...” “Comprometimento, tempo de casa (em relação a empregos anteriores)”. b) Critérios diferentes: ética, atitude política, recrutamento interno, técnicas humanas, conduta de vida, equilíbrio do candidato. “A empresa deve ter inicialmente um bom recrutamento interno, ...” “Técnicas Humanas”. 5.2 ANÁLISE GERAL DOS DADOS O questionário aplicado na Cooperativa Piá divide-se em 3 grupos: Eficiência e Eficácia; Recrutamento; Seleção, totalizando 15 questões. Em Anexo D o questionário aplicado aos entrevistados. Quanto à realização das entrevistas em si, percebeu-se que todos os entrevistados sentiram-se valorizados com o convite, demonstrando real interesse em contribuir com seus entendimentos. Ao realizar os questionários, o pesquisador observou alguns fatos não ligados às questões propriamente ditas, fatos estes confirmados ao analisar o conteúdo das respostas, depois de feitas as transcrições. Antes disso, é importante apresentar que no grupo dos entrevistados, temos 4 pessoas com Graduação, 2 com Superior Incompleto, 1 com Técnico e 2 gestores com Ensino Médio. Outro aspecto observado é que quanto maior o tempo de empresa do entrevistado, menor a percepção que este tem do ambiente externo, enquanto 77 que pessoas com menor tempo de empresa e vindas de outras realidades têm uma visão mais ampliada a respeito do ambiente externo. No entanto, é essencial que o profissional esteja atento aos acontecimentos à sua volta. Observando a categoria eficiência e eficácia, é possível realizar constatações importantes conforme o conteúdo das entrevistas. Para os entrevistados acreditam que o ReS na Piá é eficiente e eficaz, mas de certa forma poderia ser mais atuante. Atender mais as necessidades. Na categoria da abertura de uma vaga, os entrevistadores se preocupam com a valorização e remanejo interno dos funcionários. Mas infelizmente é realizado mais recrutamento externo na empresa, devido o grande número de contratações ou o funcionário não tem o perfil em preencher a vaga. Com relação a técnicas ineficientes, não houve homogeneidade nas respostas, certos entrevistados se preparam e analisam melhor uma vaga, outros pela pressa da necessidade de contratação, acabam contratando a pessoa errada, como conseqüência ocorre demissões, erros na empresa ou até ma rendimento. Considerando os fatores que devem ser levados em consideração para que o processo de seleção traga para a empresa pessoas que vão permanecer nela, também não foram respostas homogêneas, vai muito do ponto de vista de cada um, sejam pela indicação, experiências de competências ou em empresa, éticas, objetivos, afins. Com relação à técnicas de recrutamento externo, tanto do ponto de visa dos entrevistados, identificou-se respostas compatíveis com o que se utiliza ou acredita ser importante para o recrutamento da empresa. Analisando os resultados dos questionários aplicados na Unidade de Controladoria da Cooperativa Piá, obteve-se respostas de teor positivo e negativo, porém independente disso, existem nessas respostas importantes oportunidades a serem atendidas. 5.3 OPORTUNIDADES IDENTIFICADAS Comparando os dados do estudo de caso e as respostas obtidas nos questionários, observa-se a existência de algumas oportunidades de ações que 78 possam contribuir com a área do RH, buscando maior eficiência e eficácia para a empresa, são elas: − A análise interna, com a preocupação da valorização dos funcionários; − Identificações de aspectos onde o Rh possa melhorar; − A utilização de testes ou técnicas de simulação, tanto na hora do recrutamento como para os funcionários da empresa, avaliando seus potenciais. Com isso, conclui-se a análise dos dados, conforme a definição da metodologia proposta, tinha como pressuposto testar a hipótese “Através dessa pesquisa, deseja-se testar a hipótese de que o processo de recrutamento e seleção da Unidade Matriz da Cooperativa Agropecuária Petrópolis, atende de forma eficiente e eficaz, as necessidades de pessoal que se apresentam.” Essa hipótese pode ser considerada verdadeira em relação a eficiência e falsa em relação a eficácia, na opinião da autora, pois se verificou que através das respostas obtidas nos questionários, o RH é eficiente pois faz a coisa certa que é contratar pessoas solicitadas, mas falta eficácia nesse processo, que são resultados, pois ainda existem itens de formas ineficazes de seleção na empresa. Seguem, então, as considerações finais relativas a este estudo. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste trabalho foi a análise da eficiência e eficácia do ReS, direcionado para a Unidade Matriz da Cooperativa Piá através de estudo de caso. Utilizando-se como base a sua história e evolução. Para a análise dos resultados foram utilizadas como base informações de set/2008 a set/2009. Para atender ao objetivo geral e aos objetivos específicos propostos, foi realizado um estudo de caso com o objetivo de obter informações institucionais da empresa, quanto a sua trajetória, com destaque para a análise do ReS na Unidade Matriz da Cooperativa Piá. Quanto à problematização do trabalho, o problema apresentado na introdução foi respondido. Em relação ao questionamento de “O processo de 79 recrutamento e seleção aplicado pela Unidade Matriz da Cooperativa Agropecuária Petrópolis, atende de forma eficiente e eficaz as necessidades de pessoal que se apresentam?” foram analisadas as respostas dos questionários aplicados na Unidade Matriz da Cooperativa Piá. Através de análise da evolução dos resultados percebe-se que existe a necessidade de que o RH entenda a sua atuação como prestador de serviços; serviços estes que precisam ser constantemente revistos e melhorados na performance de contratação de funcionários, tanto em agilidade para repor, como nível de capacitação. A pesquisa realizada evidenciou que a área de RH possui eficiência e há entendimento de que cabe ao RH captar (de preferência internamente), manter e desenvolver os talentos da empresa. Este trabalho deixa espaço para futuros estudos, especialmente por haver poucos estudos sobre essa temática e também por este estudo restringirse em consideração apenas a empresa Piá como fonte de pesquisa. Finalizando, é importante salientar que o desenvolvimento desta monografia possibilitou ao pesquisador um grande aprendizado, consolidando conhecimentos adquiridos na academia, mas, principalmente, pela necessidade de pesquisa, estruturação, análise e proposição que o estudo exigiu, gerando considerável crescimento pessoal e profissional. 80 REFERÊNCIAS ACEVEDO, Claudia Rosa; NOHARA, Jouliana Jordan. Monografia no curso de Administração: Guia completo de conteúdo e forma. 3. ed., São Paulo: Atlas, 2007. BISPO,Patrícia. Entrevista Comportamental: Revelação de perfil. Disponível em: http://www.rhportal.com.br/artigos/wmview.php?idc_cad=3sd7av6u7. Acesso em: 13 mar. 2009. BOOG, Gustavo G.; BOOG, Magdalena (coord.). Manual de Gestão de Pessoas e Equipes: estratégias e tendências. v.1. São Paulo: Gente, 2002. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 1985. CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando Pessoas: o passo decisivo para a administração participativa. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 1994. CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da administração. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999. COOPERATIVA AGROPECUÁRIA PETRÓPOLIS. Manual do colaborador. Nova Petrópolis, 2008. FARIA, Carlos Alberto de. Eficaz, Eficiente ou Efetivo? Disponível em: <http:/www.merkatus.com.br/11_artigos/66.htm. Acesso em: 12 nov. 2009. GIL, Antônio Certos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1993. GIL, Antônio Certos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 81 LUCENA, Maria Diva da Salete. Planejamento de Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 1999. MARRAS, Jean Pierre. Administração de Recursos Humanos: do operacional ao estratégico. São Paulo: Futura, 2000. MURITIBA, Patrícia Morilha; MURITIBA, Sergio Nunes; ALBUQUERQUE, Lindolfo Galvão de; JÚNIOR, Flávio Hourneaux. ANPAD: Processo de Avaliação de Resultados de Gestão de Pessoas: Em Direção a um Modelo. 2006. CD-ROM. LIMA, Luciano Luís. Planejamento Estratégico de Recursos Humanos: aplicado a uma indústria calçadista. Rio Grande do Sul, 2005. PIACENTINI, M.T. Eficiente, Eficaz e Efetivo: Dias da Semana. Disponível em: <http://kplus.cosmo.com.br/materia.asp?co=84&rv=Gramatica>. Acesso em: 23 out. 2009. RIBEIRO, Antonio de Lima. Gestão de Pessoas. São Paulo: Saraiva, 2006. ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de estágio e de pesquisa em administração: guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007. VERGARA, Sylvia Constant. Gestão de Pessoas. São Paulo: Atlas, 1999. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009. XAVIER, Ricardo. Gestão de Pessoas na Prática: Os desafios e as soluções. São Paulo: Gente, 2007. 82 APÊNDICES 83 Anexo A. Análises dos questionários. Fonte: Elaborado pelo pesquisador para a tabulação dos questionários aplicados 84 Anexo B. Análises dos questionários Fonte: Elaborado pelo pesquisador para a tabulação dos questionários aplicados 85 Anexo C. Análises dos questionários Fonte: Elaborado pelo pesquisador para a tabulação dos questionários aplicados 86 Anexo D. Questionário aplicado. Questionário de TCC Assunto: Eficiência e eficácia no processo de ReS: um estudo de caso na Unidade Matriz da Cooperativa Piá. Nome: Tempo na empresa: 1. No seu ponto de vista o que consideras eficiência e eficácia na área RH? 2. Na sua opinião acreditas que o ReS da Piá é eficiente e/ou eficaz? Se sua resposta for não, o que tens a melhoras? 3. Como é a sua participação no momento da escolha dos candidatos que farão parte da seleção para a vaga? 4. Na sua área, quando ocorre a abertura de uma vaga, o primeiro passo é abrir a vaga no RH para contratação ou há uma análise para o aproveitamento interno de profissionais? 5. Existem 3 tipos de recrutamento: interno, externo e misto. No seu setor, qual o método mais utilizado?Por que? Considera eficaz? 6. No recrutamento interno e externo existem vantagens e desvantagens. Cite algumas. 7. No recrutamento externo existem técnicas como: indicação de seu funcionário, quadro de avisos na portaria, cartazes e panfletos, contratos com escolas ou universidades, anúncios em jornais, empresa de consultoria, a fins. O que acreditas ser mais eficaz?Por quê? (do seu ponto de vista). 8. Referente a pergunta anterior, em relação o ReS da Piá, qual técnica(s) é utilizada? Considera um método eficaz? Por quê? 9. Para o recrutamento no seu setor você participa da análise do currículo? 10. Em relação da analise dos currículos quais informações acredita ser primordial? 11. Teste de seleção, a pesquisa psicológica, do seu ponto de vista é eficaz? Em relação a Piá? 87 12. Alguns itens que levam as formas ineficazes de seleção: pressa para ocupar a vaga, “Contagio Humano”, Apadrinhamento, formas de seleção agressivas, a fins. Isso já ocorreu com você? Teve conseqüências? 13. No seu setor, na hora da seleção é aplicado testes ou técnicas de simulação? Por quê? 14. Do seu ponto de vista, referente à questão anterior, acredita ser eficaz esse método? 15. No seu entendimento, que fatores devem ser levados em consideração para o processo de seleção traga para a empresa pessoas que vão permanecer nela? Fonte: Elaborado pelo pesquisador.