1 MERCADOS E TITULOS: O QUE É E SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS. MARKETS AND TITLES: WHAT IT IS AND ITS MAIN FEATURES. Fernanda Previatto Antunes – [email protected] Prof. M.Sc. Irso Tófoli – [email protected] RESUMO O mercado financeiro é importantíssimo para o desenvolvimento econômico de um país, porque é nele que está baseada toda a estrutura financeira e a circulação do dinheiro. E ele é subdivido em quatro tipos que são o mercado monetário, que é o principal de suprir os desencaixes diários ou de curto prazo do governo ou das instituições financeiras; mercado de crédito, nele está à possibilidade suprir as necessidades de recursos a curto e médio prazo dos agentes econômicos; o mercado cambial é onde se realizam as operações de compra e venda de moedas estrangeiras e o mercado de capitais onde são negociados os títulos de valores mobiliários e este ultimo é onde ocorrem às possibilidades de investimentos para o aumento do capital e a circulação financeira de um país e isto é devido a grande gama de títulos que possibilitam o investimento de pequeno a grandes valores. Como o mercado de capitais é onde se realizam os grandes investimentos ele se torna fundamental para um pequeno ou grande investidor e também para o sucesso de uma nação. Palavras-chave: Mercados. Títulos. Investimentos. ABSTRACT The financial market is crucial to the economic development of a country, it is because it is based on the entire financial structure and circulation of money. And it is subdivided into four types that are the money market, which is the main supply unlock them daily or short-term government or financial institutions, credit market, it is possible to meet the resource needs in the short and medium period of economic agents, foreign exchange is taking place where the buying and selling foreign currencies and the stock market where securities are traded securities and the latter is where there the possibilities of investment for the expansion and movement a country's financial and this is due to the large range of titles that allow the investment of small to large values. As the capital market is where large investments take place it becomes crucial for a small or large investor and also to the success of a nation. Keywords: Markets. Titles. Investments. 2 INTRODUÇÃO Com o desenvolvimento da economia e a conscientização das pessoas em economizar o dinheiro torna-se necessário que as pessoas busquem conhecer o funcionamento do mercado financeiro brasileiro, para conseguir analisar as possibilidades de investimentos. Ao pensar um investimento a maior parcela da população brasileira pensa na poupança com os pequenos valores economizados durante a maior parte de suas vidas, entretanto o rendimento é muito baixo e isto desmotiva algumas pessoas que gostariam ter um ganho maior. Com uma maior divulgação de informações outro tipo de investimento tem chamado atenção das pessoas e este seria a aplicação em ações e com este esclarecimento aos investidores, especialmente aqueles considerados pessoas físicas, estão entrando cada vez mais na Bolsa de Valores de São Paulo e trocando a poupança pelo investimento em ações. Entretanto, não existe somente o investimento em ações no mercado de capitais, há também a aplicação em fundos de investimentos, tesouro direto, certificado de depósito bancário (CDB), as debêntures, os derivativos, renda fixa e a previdência privada, a grande maioria destes são desconhecidos da população brasileira e de potenciais investidores. O mercado de capitais tem uma vasta gama de possibilidades de investimentos que se adaptam a todos os tipos de pessoas que desejam investir. Ao analisar a situação, iniciou-se uma pesquisa exploratória em livros, revistas e sites da internet e com o desenrolar surgiu o seguinte questionamento: O sistema financeiro oferece diversas possibilidades para os pequenos ou grandes investidores? A priori, como uma resposta para a pergunta foi que o mercado de capitais possui uma vasta gama de possibilidades de investimento para todos os investidores. Este trabalho teve como objetivo principal conhecer como se compõe o mercado de capitais, sua estrutura e suas principais características. Para atingir o objetivo desejado foi elaborada uma pesquisa bibliográfica. 1 MERCADOS FINANCEIROS 3 Conforme Assaf Neto; Lima (2008) os mercados financeiros podem ser definidos como o mecanismo ou ambiente aonde são feitas as transações dos ativos financeiros e nele os preços também são determinados. São nestes mercados que ocorre a transferência das unidades superavitárias para as deficitárias. O mercado financeiro é subdividido em quatro segmentos que são: mercado monetário, mercado de crédito, mercado cambial e o mercado de capital, de acordo com Assaf Neto; Lima (2008). 1.1 Mercado Monetário Assaf Neto e Lima conceituam o mercado monetário como: Engloba as operações de curtíssimo (1dia) e curto prazo, permitindo um controle mais ágil da liquidez da economia e das taxas de juros praticadas. O mercado monetário volta-se principalmente para suprir desencaixes diários e de curto prazo do governo e das instituições financeiras. (ASSAF NETO; LIMA, 2008, p.10) As principais negociações neste mercado são os papéis emitidos pelo Banco Central para a execução das políticas monetárias e emite para o Tesouro Nacional para financiar as necessidades de dinheiro da União e também existem os títulos que são emitidos pelos Estados e Municípios. De acordo com Assaf Neto; Lima (2008) neste mercado ocorrem as operações de mercado aberto (overnight, se o prazo for somente de um dia e open market para os de prazo maiores). 1.1.1 Mercado de Crédito Conforme Assaf Neto; Lima (2008, p. 10) “a base deste mercado está nos bancos comerciais e múltiplos”. O objetivo básico é suprir as necessidades de recursos a curto e médio prazo dos agentes econômicos, porque são oferecidos os depósitos a vista, os depósitos de poupança, os empréstimos de curto prazo, os descontos de títulos, as contas garantias, os créditos rotativos, entre outras operações. 1.1.2 Mercado Cambial 4 O mercado de câmbio realiza operações que englobam a compra e venda de moeda estrangeira, nacional entre residentes e domiciliadas no exterior ou vice versa e as que são realizadas entre os participantes que são autorizadas pelo Banco Central do Brasil (ASSAF NETO; LIMA, 2008). Cavalcante, Misumi e Rudge conceituam: O mercado de câmbio não é apenas uma referência de valor da moeda brasileira em moeda forte, como o dólar. O mercado funciona continuamente para comprar, vender ou arbitrar determinada moeda. Nem todas as moedas têm liquidez nas operações de mercado cambial. Para tanto, elas devem ter status de moeda conversível, passando a pertencer a uma cesta de moedas com livre trânsito internacional. (CAVALCANTE; MISUMI; RUDGE, 2005, p.17) Em termos mundiais, as principais moedas negociáveis são: o dólar dos Estados Unidos, o Euro da Comunidade Europeia, Marco da Alemanha, o Iene do Japão, o Franco da Suíça e o da França, Libra esterlina da Grã- Bretanha e o Ouro. Toda a operação de câmbio tem que ser feita através de um contrato e uma das partes é uma instituição financeira autorizada a realizar tal ato. Qualquer pessoa física ou jurídica pode realizar transferências ou movimentações em moeda internacional observando a legalidade da operação. 1.1.3 Mercado de capitais O mercado de capitais pode ser definido da seguinte forma: O mercado de capitais pode ser definido como um conjunto de instituições que negociam com títulos e valores mobiliários, objetivando a canalização dos recursos dos agentes compradores para os agentes vendedores, ou seja, o mercado de capitais representa um sistema de distribuição de valores mobiliários que tem o propósito de viabilizar a capitalização das empresas e da liquidez aos títulos emitidos por elas.(PINHEIRO, 2005, p. 135). Um sistema que distribui valores mobiliários com o propósito de proporcionar liquidez aos títulos e viabilizar seu processo de capitalização é chamado de mercado de capitais (PINHEIRO, 2005). Os participantes do mercado de capitais são as Bolsas de Valores, Sociedades Corretoras e outras instituições financeiras autorizadas. Os principais títulos negociados neste mercado são os representativos do capital de empresas que são as ações ou empréstimos tomados e também debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição e commercial papers permitindo a circulação de capital para custear o desenvolvimento econômico. (RAMIRO; RERINI, 2008). 5 O mercado de capitais possui abrangência também nas negociações com direitos e recibos de subscrição de valores mobiliários, certificados de depósitos de ações e demais derivativos autorizados à negociação. De acordo com o Pinheiro (2008),o mercado de capitais brasileiro é formado por um sistema de distribuição e prestação de serviço por sociedade corretoras de valores mobiliários, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, empresas de liquidação e custódia de valores. No Brasil, a grande maioria dos títulos está na forma escritural demandando um alto grau de sofisticação operacional das empresas de liquidação e custódia. As Sociedades Corretoras são as operadoras das Bolsas de Valores. Conforme Pinheiro (2008) o mercado de capitais pode ser subdividido em dois grandes segmentos que são: um institucionalizado e um não institucionalizado. O primeiro não está sujeito a regulamentação e controle das autoridades e as negociações ocorrem no mercado de balcão, sem participação de ninguém. O segundo tem o controle do Conselho Monetário Nacional, Comissão Técnica da Moeda e do Crédito, o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários e com as funções de normatização, regulamentação, fiscalização e assessoria as atividades do sistema distribuidor de títulos e valores mobiliários. 1.2 Classificações dos títulos Segundo Mellagi Filho; Ishikawa (2008), os títulos de crédito provocaram retorno ao seu possuidor depois de um período estabelecido, acrescido de juros sobre o capital investido. Os títulos de propriedade são os de que o prazo de retorno e remuneração sobre o capital investido e não são estabelecidos anteriormente da negociação. Conforme com Mellagi Filho; Ishikawa (2008),outra categoria de títulos pode ser a dos de renda fixa e os variáveis. Os primeiros possuem rendimentos preestabelecidos no momento do contrato e o segundo o valor que esse título irá render é incerto, relacionando-se com o valor que ele irá assumir no transcorrer do tempo Os títulos de renda fixa possuem uma subdivisão que é chamada de títulos de prefixados e títulos de pós-fixados, sendo que os primeiros já possuem os valores 6 dos seus rendimentos a serem pagos no futuro e o segundo é reajustado periodicamente de acordo com parâmetros econômicos. 1.2.3 Principais Títulos públicos do Sistema Financeiro Nacional (SFN) De acordo com Mellagi Filho; Ishikawa (2008) é possível dividir os títulos públicos em administração da liquidez do mercado e os voltados ao fluxo de caixa do governo. 1.2.4 Títulos públicos referentes a administração da liquidez Existem nesta categoria os seguintes títulos: Bônus do Banco Central (BBC), Letra do Banco Central (LBC) e Nota do Banco Central (NBC). De acordo com Mellagi Filho; Ishikawa (2008) as principais características do Bônus do Banco Central são que o valor nominal de cada título é múltiplo de mil reais, o prazo mínimo de vencimento é de vinte e oito dias e a sua modalidade é a escritural. A rentabilidade é calculada através do desconto e é representada pela diferença do preço de colocação pelo Banco Central em moeda corrente e pelos leilões de ofertas públicas e o valor nominal do resgate. A colocação e a negociação em mercado são feitas através de leilões de BBC no mercado primário e por ofertas públicas e o montante mínimo para participar do mercado é de cinquenta mil títulos e a liquidação é no dia seguinte à aquisição através da Selic e o resgate é realizado por leilões informais ou através de operações compromissadas. Conforme Mellagi Filho; Ishikawa (2008), as características das Letras do Banco Central são: o valor nominal, múltiplos de R$ 1.000,00, o prazo de trinta meses e a sua modalidade é escritural. A rentabilidade é definida por uma taxa média baseada em ajustes dos financiamentos apurados no Selic, para títulos federais, sendo calculadas sobre o valor nominal e pago no resgate. A negociação destes títulos é no mercado aberto e negociado por instituições que operam no mercado. No resgate do titulo o seu valor nominal mais o acréscimo de juros é o que vai ser devolvido para o investidor. 7 A Nota do Banco Central possui um valor nominal que seja múltiplo de R$ 1.000,00, tendo um prazo de vencimento de um ano e sua modalidade é a nominativa escritural. A rentabilidade deste título é calculada baseada na taxa referencial (TR). A colocação e negociação da Nota do Banco Central são feita no mercado aberto através de ofertas públicas pelo Banco Central para as instituições autorizadas a operacionalizar no mercado e para isso as propostas oferecidas têm que possuir preços competitivos para que todos têm chances de conseguir sucesso. Quando ocorrer a liquidação das propostas aceitas será feito por intermédio do Selic e as ofertas públicas são realizadas conforme o Banco Central e o Sistema de Informações Banco Central (Sisbacen). 1.3 Títulos Públicos Conforme Mellagi Filho; Ishikawa (2008), os títulos públicos são emitidos com o propósito de suprir o déficit orçamentário e possui o seu fato gerador que é o grupo de despesas públicas a ser financiadas. Entre estes títulos encontram-se a Letra do Tesouro Nacional, Letra Financeira do Tesouro Nacional e a Nota do Tesouro Nacional. A Letra do Tesouro Nacional é emitida pelo Tesouro Nacional e a sua natureza é considerada obrigacional tem com o seu principal objetivo é a cobertura de déficit orçamentário e para a realização de operações de crédito por antecipação de receitas. As suas principais características são: o valor nominal de R$ 1.000,00, com um prazo mínimo de vencimento de trinta e cinco dias e a sua forma é a escritural. Conforme Mellagi Filho; Ishikawa (2008)o fato gerador para a emissão da Letra do Tesouro Nacional é a necessidade de uma receita para o pagamento das seguintes despesas: da extinção de órgãos da Administração Federal; o refinanciamento da divida externa brasileira ou garantida pela União; um aumento no capital das empresas em que a União tiver a maioria deste capital; havendo o pagamento da parcela do programa da reforma agrária que é financiada pelos títulos da Divida Agrária. 8 Conforme Mellagi Filho; Ishikawa (2008),a Letra Financeira do Tesouro Nacional tem como objetivo prover recursos para cobrir o déficit orçamentário ou para a realização das operações que podem antecipar os créditos da receita. Suas características são o valor do título que é múltiplo de um real, o prazo de vencimento é determinado pela Secretária do Tesouro Nacional e é transferível e escritural, e somente é transmitido via endosso em preto. A Nota do Tesouro Nacional é um título da dívida pública federal destinada a prover o Tesouro Nacional de recursos para cobrir os déficits explícitos no orçamento ou para fazer as operações de crédito. As colocações destas ações no mercado são da seguinte forma: oferta pública; direta e a uma outra opção é o financiamento do programa de exportação e para a negociação da divida externa. 1.4 Características dos principais títulos privados De acordo com o Mellagi Filho; Ishikawa (2008) Os títulos no setor privado podem ser divididos conforme o âmbito ao qual está inserido. Há títulos no Conselho Monetário Nacional e Banco Central do Brasil que são: Certificado de Depósito Bancário (CDB), Recibo de Depósito Bancário (RDB), Depósito Interfinanceiro (DI)e a Letra de Câmbio (LC) e na Comissão de Valores Mobiliários existem a ação, bônus de Subscrição e o debênture. O Certificado de Depósito Bancário é, segundo Mellagi Filho; Ishikawa (2008, p.154),“é uma promessa de pagamento à ordem, da importância depositada acrescida do valor da remuneração convencionada” Os prazos do CDB são diferenciados conforme as taxas que irão remunerar variando de trinta dias (taxas prefixadas) a quatro meses(taxa referencial e Taxa Bancária Financeira), mas é de cento e vinte dias quando a base for de taxas flutuantes. O fato gerador deste título é a emissão que representam os depósitos a prazo em favor dos depositantes. Todos os títulos são emitidos na forma nominativa e transferível com o endosso em preto. Para a colocação deste título no mercado tem que ser registrado no Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos. A rentabilidade destes títulos é calculada assim: quando ele for prefixado a remuneração é com base nas taxas do mercado e pós fixada é baseado na TBF ou TR. 9 O Recibo de Depósito Bancário é um título que pode ser considerado como uma ordem de pagamento, da importância do depósito com o valor da correção e dos juros. Os prazos de investimento são de no mínimo de trinta dias (remuneração pelas taxas de mercado) a quatro meses (quando a remuneração for pela taxa referencial) e quando as taxas são flutuantes este prazo vai para cento e vinte dias. O fator gerador deste título é: As instituições financeiras estão permitidas a emitir, livremente, recibos representativos de depósitos a prazo, em favor dos respectivos depositantes, exceto Sesi, Sesc, Senai, Senac e dos Sindicatos, Federações e Confederações de Categorias Econômicas e de empresas administradoras de consórcios. Essas entidades poderão aplicar suas sobras de caixa nessa modalidade, junto ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal.(MELLAGI FILHO; ISHIKAWA, 2008, p.156) A forma do título é nominativa, intransferível e escritural. A rentabilidade é realizada na categoria pré-fixada são considerados o juros e a correção monetária com as taxas de mercado; quando forem pagamentos periódicos é facultado o pagamento do principal e do rendimento observando o prazo mínimo de trinta dias e as pós-fixada é destinada para os títulos acima de cento e vinte dias e as taxas consideradas são as flutuantes e não podem ter a TR como base de remuneração. Para colocar e negociar este título no mercado é necessário registrar na Cetip, sendo objeto de operações de intermediação das instituições do sistema financeiro e integrado às respectivas carteiras e fundos dos participantes e também estar inseridas nas seguradoras, sociedades de capitalização e entidades abertas e fechadas de previdência privada. Este título é denominado de depósito interbancário e pode ser definido assim: Instrumento financeiro ou valor mobiliário destinado a possibilitar troca de reservas entre instituições financeiras. Seu conceito pode apresentar-se com certificado (CDI, quando se admite a hipótese de transferibilidade de seu porte) ou como recebi (RDI , quando não se admite a hipótese de transferibilidade).(MELLAGI FILHO; ISHIKAWA, 2008, p.157) Os prazos variam conforme as taxas e assim definidos: de um dia com remuneração a taxas de mercado pré-fixadas e de quatro meses quando são baseadas na TR. Ainda conforme Mellagi Filho; Ishikawa (2008) o fato gerador do DI é que quando ocorre à necessidade de caixa este título pode ser utilizado. As características do depósito interfinanceiro são as seguintes: ele é nominativo, com registro e liquidação na Cetip obrigatoriamente, é transmitido por meio do endosso em preto e a sua emissão é exclusivamente escritural não existindo certificado. A rentabilidade é baseada nas taxas do mercado prefixadas para os depósitos de até um dia e a atualização pós fixadas pela TR para no prazo mínimo de quatro 10 meses. A colocação e a negociação em mercado são mediante a captação direta na instituição financeira depositária. A letra de câmbio é assim definida: Título de crédito pelo qual o sacador (emitente) dá ao sacado (aceitante), ordem de pagar ao tomador (beneficiário), determinada quantia, no tempo e no lugar fixados na cambial. Segundo a Lei nº 4.728/65, o sacado é obrigatoriamente uma instituição financeira e o tomador é obrigatoriamente determinado ( não é admitido emissão ao portador). O valor da letra de câmbio não é determinado expressamente em formação dos índices de correção monetária ( na pratica, a remuneração é conhecida), sendo que o pagamento, em alguns casos é feito parceladamente.(MELLAGI FILHO; ISHIKAWA, 2008, p.159) Seus prazos são de no mínimo trinta dias para aquelas remuneradas pelas taxas do mercado e de quatro meses quando são baseados na TR. Sua forma de apresentação no mercado é nominativa e só podem ser transmitidas por meio de endosso em preto. 1.5 Títulos sob o âmbito do Conselho de Valores Monetários 1.5.1 Ação As ações são assim definidas: Valor mobiliário, emitido pelas companhias ou sociedades anônimas representativo de parcela do capital. O capital da companhia ou sociedade anônima é divido em ações e a responsabilidade dos sócios ou acionistas é limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. (MELLAGI FILHO; ISHIKAWA, 2008, p.159) A ação pode ser considerada a menor parcela do capital de uma empresa e o investidor que adquire uma ação se torna proprietário e possui o direito aos resultados da mesma, proporcionalmente ao número de ações que possui. As ações não possuem prazos e normalmente são negociáveis em Bolsa de Valores. Conforme Lemes Júnior; Rigo; Cherobim (2005) uma ação oferece diversos direitos ao investidor tais como: Dividendos (é o pagamento em dinheiro aos acionistas na proporção das ações que cada um dos investidores); Bonificação (é o ato de distribuir gratuitamente aos acionistas ações); Desdobramento (distribuição gratuita de ações); Agrupamento (a união de várias ações formando somente uma); Juros sobre o capital próprio (as empresas remuneram os acionistas até o valor da Taxa de Juros de Longo Prazo); Bônus de Subscrição (o acionista tem o direito de subscrever novas ações conforme o seu capital e com um preço menor); Partes Beneficiarias (são títulos nominativos e endossáveis, podendo ser negociável sem o 11 valor nominal e diferente ao capital das sociedades anônimas); Recibo de Carteira de Ações (é a união de várias ações em uma carteira) e a Recompra de ações (o acionista que controla as ações pode comprar algumas no mercado para revendêlas posteriormente ou mantê-las em tesouraria) Uma das definições das ações ordinárias é: As ações ordinárias são aquelas que conferem a seu titulas o direito ao voto na assembleia de acionistas da empresa, ou seja, concedem o poder de voto nas assembleias que determinam as principais destinações de recursos, elegem membros das diretorias, aprovam as demonstrações contábeis e outras. Portanto, essas ações fornecem o direito a participação nas mais relevantes tomadas de decisão de umas empresa.(LEMES JÚNIOR; RIGO;CHEROBIM,2005, p.265) De acordo com Cavalcante; Misumi; Rudge (2005), conforme a evolução do mercado essas ações têm um comportamento diferente e seria assim: no mercado em desenvolvimento (controle acionário com grande participação no capital votante), o mercado evolui um pouco (aumenta os acionistas, pulverização do capital, diminuía a necessidade de controle acionário) e nos mercados evoluídos (a participação no capital votante pode ser pequena nas decisões) O mercado das ações Ordinárias tem as seguintes características: controle acionário, perda de controle da empresa, efeito sobre cotações, atratividades das ordinárias (nos mercados em desenvolvimento é pequena e nos desenvolvidos é grande). Conforme Cavalcante; Misumi; Rudge (2005,p.49)as ações preferências são definidas assim “as ações preferenciais podem ser uma ou mais classes, e em sua maioria não asseguram direito ou voto. Para os acionistas preferenciais, o lucro é mais importante que o controle”. Há uma diferença entre os rendimentos das ações entre as empresas que possuem estatuto ou não. A empresa pode definir no seu estatuto um dividendo mínimo ou fixo, como porcentagem do lucro ou do capital social, a que os titulares das ações preferenciais terão direito. Caso não ocorram essas definições, são garantidas às ações preferenciais dividendos 10% maiores que os dividendos pagos às ordinárias (LEMES JÚNIOR;RIGO,; CHEROBIM, 2005, p.266) Ao comprar uma ação preferencial, o acionista passa a ter alguns direitos que são na distribuição dos resultados, reembolso do capital e na acumulação destas situações com relação aos demais acionistas. Segundo Cavalcante; Misumi; Rudge (2005)as ações preferências para serem negociadas no Mercado de Valores Mobiliários têm que possui pelo menos uma das características: participação na distribuição dos dividendos equivalente a 25% do 12 lucro líquido do exercício; direito de participar da divisão dos lucros em igualdade com os acionistas portadores das ações ordinárias; receber os dividendos pelo menos o equivalente a 10% maior do que as ações ordinárias e a inclusão na oferta pública da alienação de controle. Conforme Cavalcante; Misumi; Rudge (2005),o mercado das ações preferenciais se comporta da seguinte maneira: mercado em desenvolvimento (são menos atraente quando não existe disputa pelo controle acionário e possuem mais liquidez), mercado mais evoluído (diminuição na atratividade), quando ocorre garantia (como as operações com o BNDES e bancos de desenvolvimento os dividendos são acumulativos) e em mercados desenvolvidos ( o interesse decai por essa ação) De acordo com Cavalcante; Misumi; Rudge (2005, p.50) “em caso de não distribuição de resultados por três exercícios consecutivos, as ações preferências adquirem poder de voto” e consequentemente ocorre o comprometimento do poder do acionista que está no controle. De acordo com Cavalcante; Misumi; Rudge (2005, p.50), As Ações Nominativas são definidas assim: “as ações são emitidas em títulos de propriedade, unitários ou múltiplos, denominados cautelas.” Identificada através da cautela os seguintes dados: a companhia, o proprietário, tipo de ação, forma de emissão e direitos já exercidos em assembleias anteriores. Conforme Cavalcante; Misumi; Rudge (2005, p.50)“a cautela não caracteriza a propriedade”, esta somente ocorre quando é lançado no Livro de Registro das Ações Nominativas ou pelo extrato que é fornecido pelo custodiante, porque são proprietárias fiduciárias das ações. Os acionistas que possuem este tipo de ação têm os mesmos direitos dos demais, por exemplo: o conhecimento do resultado da companhia, capacidade de votar e o direito de retirada. Quando ocorrer a transferência de propriedade de uma ação nominativa é necessário que conste no Livro Registro de Transferência das Ações Nominativas. As ações escriturais são definidas: Ações escriturais são aquelas que não são representadas por cautelas ou certificados, funcionando como um registro eletrônico, no qual os valores são lançados a débito ou a crédito dos acionistas, não havendo movimentação física de documentos. (CAVALCANTE; MISUMI; RUDGE 2005, p.51) 13 Neste caso, a ação é escriturada através de um banco, este é um fiel depositário da empresa, processa os pagamentos de direitos, os resultados e as alterações de propriedade na forma da lei, tudo isto comprovado por meio de extrato bancário. A ação escriturada gera retorno para o investidor e não muitos trâmites de documentos. 1.5.1.1 Os valores das ações Os preços das ações mostram as expectativas dos participantes do sistema financeiro com relação ao desempenho das empresas, e as mudanças na economia de um país influem diretamente na confiança em uma companhia e consequentemente influência no preço das ações e também impacta no retorno do investimento. Segundo Cavalcante; Misumi; Rudge (2005), porém, as ações mostram valores monetários de referência diferente, variando conforme os critérios utilizados nos seus conceitos e esses valores são: contábil (é o valor que é contabilizado no Estatuto ou nos Livros da Companhia); patrimonial (este valor é originário da divisão do patrimônio líquido do exercício pelo número de ações emitidas); intrínseco (no processo de analise fundamentalista é apurado este valor); de liquidação (é um valor realizado por estimativa, caso ocorra a falência da companhia); valor unitário(quando é feito a divisão do valor do capital social realizado de uma empresa pelo número de ações emitidas); de subscrição (para realizar um aumento de capital é emitido ações e tem preço de emissão fixado em subscrições e não pode ser inferior ao valor nominal contábil) e de mercado (é o valor de cotação em mercados organizados). 1.5.1.2. Os Resultados Econômicos das Ações Para o investidor, o ganho em uma ação é proveniente de duas componentes distintas: ganho ou perda de capital devido ao fato de oscilações do preço da ação no mercado em comparação ao preço pago e a renda proveniente da distribuição do lucro que a empresa conseguiu e os dividendos. Para uma avaliação perfeita da lucratividade de uma empresa é preciso conjugar ganho e perda de capital com os resultados distribuídos pela a empresa. 14 Segundo Cavalcante; Misumi; Rudge (2005) alguns dados têm que ser levados em consideração para a aferição de lucro de uma ação e estes são separados por dois grupos os resultados da companhia e o do mercado. No grupo resultados da companhia tem: dividendos (pagamento que ocorrem em dinheiro e este valor é estabelecido em Assembleia de Acionistas); juros sobre o capital (são dedutíveis do lucro tributável da empresa); bonificação (ocorre quando existe uma capitalização nas reservas e ou nos resultados e fazem uma distribuição de novas ações aos acionistas); alteração no valor nominal (é o aumento do valor estatutário das ações) e subscrições (quando a empresa aumenta o seu capital, ocorre a emissão de um novo lote de ações e estes são oferecidas aos acionistas para a sua aquisição). Para o grupo resultado do mercado tem somente o lucro na venda, que é o ganho no capital, e este pode ser nominal (não possui relação com a inflação) ou o real (é descontado a inflação desde da data de aquisição) e pode variar entre o positivo e o negativo. 1.5.2 Debênture e as Debêntures Conversíveis em Ação (DCAs) Conforme Mellagi Filho; Ishikawa (2008): É um título de massa, emitido pelas sociedades por ações que asseguram, a seu titular, um direito de crédito contra a companhia, nas condições constantes na escritura de emissão e do certificado. A emissão do título deverá ser previamente autorizada pela CVM. A assembleia devera fixar as características gerais da debênture. A companhia, consoante a Lei n° 6.404/76, poderá emitir certificados múltiplos de debêntures e cautelas que satisfaçam os requisitos exigidos. O agente fiduciário representa, nos termos desta lei, e da escritura da emissão, a comunhão entre os debenturistas perante a companhia. (MELLAGI FILHO; ISHIKAWA, 2008, p.161) Conforme Cavalcante; Misumi; Rudge (2005)as debêntures possuem três características que são: a possibilidade de resgatar antecipadamente as debêntures mas isto tem que constar na escritura; a lei permite a emissão não contendo a data de vencimento, sendo o principal exigido na não possibilidade de pagamento das rendas ou quando da falência da empresa e as rendas podem ser vinculadas a participação aos lucros e há possibilidade de ocorrer prêmios de reembolso. Os acionistas possuem a preferência para comprar este tipo de título. Os debenturistas fazem uma Assembleia e escolhem um agente fiduciário e podem opinar em determinadas situações. 15 Os prazos deste título são de mínimo um ano para as debêntures que não são conversíveis e no máximo de cinco anos para não fixação de prazo, e quando o financiamento é para o capital de giro. A rentabilidade é baseada por alguns itens como: a taxa de juros prefixada, a taxa referencial ou a taxa básica financeira observando o prazo mínimo de 90 dias para o vencimento ou nova contratação, taxa de juros flutuantes preservando o prazo mínimo de 120 dias para o qualquer movimentação e a taxa de juros fixas e clausula de atualização com base em índices de preços. 1.5.3 Outros títulos emitidos pelas companhias De acordo com Cavalcante; Misumi; Rudge (2005) existem ainda outros títulos que as empresas emitem ainda o Eurobônus e o Commercial Paper. O Eurobônus é, conforme Cavalcante; Misumi; Rudge (2005) São bonds emitidos por empresas brasileiras no mercado europeu, com instituições financeiras como garantidoras, cuja renda é fixada segundo a taxa treasury da Libor(London Interbank Offered Rate, taxa preferencial de juros para bancos que operam no mercado do Eurodólar), mais um spread de acordo com o risco do emissor, com prazos variados. Têm características semelhantes às de uma debênture não conversível em ações.(CAVALCANTE;MISUMI;RUDGE,2005, p. 61) Normalmente é distribuída através de bancos internacionais que possuam registro em Londres sendo distribuidor primário dos bonds. E estas operações são registradas em Londres, Nova York e Luxemburgo. O Commercial Paper é de acordo com Cavalcante; Misumi; Rudge (2005, p.61) “na prática, é uma Nota Promissória, de giro rápido, para o financiamento de curto prazo (prazo mínimo de 30 e máximo de 180 dias)”. É um título novo no Brasil e não possui garantias, sendo acessível somente para as empresas que possuam crédito e capacidade de registro na CVM e demais trâmites para a emissão deste título. Seu principal atrativo é o custo baixo e sem a necessidade de intermediação de bancos, necessitando somente de distribuidores e corretoras de valores para fazer esta transação. CONCLUSÃO 16 O mercado financeiro é extremamente importante para a economia brasileira e como consequência para a nossa também. Então quando se conhece as principais características que variam para cada classificação como a cambial, monetária, crédito e capitais torna se mais fácil a compreensão sobre o funcionamento, problemas e facilidades de cada um deles. Com relação aos tipos de títulos existentes no mercado de capitais pode se concluir que o conhecimento dos detalhes de cada um é imprescindível para o sucesso ou fracasso de um investimento, porque se o investidor retira antes do tempo ele não terá o rendimento esperado. Portanto conclui se que para uma empresa ou pessoa que deseja conhecer a economia de um país e também as possibilidades de investimentos existentes é necessário saber sobre os mercados e quais os títulos e principais características de cada um deles para o sucesso do retorno do capital que deseja ser investido. REFERÊNCIAS ASSAF NETO, A. Finanças Corporativas e Valor. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008. ASSAF NETO, A.; LIMA, F.G.; Investimento em Ações: Guia Teórico e Prático para Investidores. São Paulo: Inside Books, 2008. CAVALCANTE,F.; MISUMI, J.Y.;RUDGE, L.F.; Mercado de capitais: o que é, como funciona. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus,2005. FORTUNA, E. Mercado Financeiro: Produtos e Serviços. 16. ed . Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006. LEMES JÚNIOR, A.B.; RIGO, C.M.; CHEROBIM, A. P.M.S. Administração Financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. LEMES JÚNIOR,A. B.; RIGO, C. M.; CHEROBIM, A. P. M. S. Administração Financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. MELLAGI FILHO, A.; ISHIKAWA, S.; Mercado financeiro e de capitais.2.ed. São Paulo: Atlas, 2008. RAMIRO, A. C.; RERINI, H. C. L. Mercado de Capitais, Bolsa De Valores e Ações. 2008. Monografia ( Pós graduação em MBA em Gestão Empresarial) – UNISALESIANO (Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium).