Fhemig comemora cura de tuberculose

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MINAS GERAIS SÁBADO, 24 DE MARÇO DE 2007 - 4
Saúde
Fhemig comemora cura de tuberculose
Festa com pacientes no Júlia Kubitschek comprova sucesso do tratamento
Quando recebeu o diagnóstico
de tuberculose, o metalúrgico
Haroldo José Delfino, 39 anos,
viu o chão se abrir a seus pés.
Mas logo teve um comportamento positivo diante da doença.
“Sempre soube que tuberculose
tem cura, então resolvi seguir direitinho as recomendações dos
médicos e tomar todos os remédios que me foram receitados”,
contou ele à platéia presente no
auditório do Hospital Júlia Kubitschek (HJK), da Rede Fhemig,
durante as comemorações que
anteciparam o Dia Mundial de
Combate à Tuberculose, festejado neste dia 24. Ele e outros nove
pacientes receberam certificado
por terem concluído o tratamento
e alcançado a cura da doença, que
infecta, só no Brasil, cerca de
100 mil pessoas a cada ano.
A unidade é referência estadual no tratamento da tuberculose. “Ao diplomá-los, nós mostramos que o esforço valeu a
pena, além de mostrar à população que a tuberculose tem cura.
E mais: o quanto é fundamental
não se interromper o tratamento”, afirmou a coordenadora do
Serviço de Pneumologia do
HJK, Helena Rachel Weinreich.
Haroldo Delfino contou que
jamais poderia imaginar que seria vítima da doença, já que mantinha atitudes saudáveis e não tinha comportamento de risco para
a enfermidade. “Comecei a ter
tosse freqüente, perdi o apetite,
comecei a emagrecer e sentir fraqueza. Depois que fiz um raio X,
a pedido do médico, veio o resul-
CARLOS ALBERTO PEREIRA
lose da Secretaria de Estado da
Saúde, Edilson Corrêa de Moura,
2,3 milhões de pessoas são vítimas
da doença todo ano no mundo. O
número é quase equivalente à população da capital mineira. Minas
Gerais produz a quinta quantidade
de casos de tuberculose no País,
com aproximadamente 100 mil casos por ano, e em torno de seis mil
morrem. No entanto, ressalta Edilson Corrêa, a doença tem cura e o
tratamento é gratuito e realizado na
rede pública de saúde.
A coordenadora do Serviço de
Pneumologia do HJK, Helena Raquel, ressalta a importância do tratamento humanizado, de forma que
o paciente tenha adesão ao serviço
de saúde e não deixe de tomar os
medicamentos.
A doença
O metalúrgico Haroldo José Delfino fala sobre o tratamento que o curou da tuberculose
tado. Foi um soco na boca do estômago”, revelou.
Sucesso
Ele contou que o acolhimento de toda a equipe do Hospital
Júlia Kubitschek foi fundamental
para o sucesso do tratamento.
“Fiz muitas amizades com todos
que me cercaram. Isso me fortaleceu, inclusive como pessoa”,
disse Delfino, cujo tratamento levou 22 meses, já que ele adquiriu
um bacilo multi-resistente.
Outro depoimento importante
foi de Eliane Felizberto. Ela contou, por meio de carta, que trabalhava como técnica de enfermagem particular. A paciente que ela
tratava pegou tuberculose, mas a
família informou a Eliane que era
apenas uma pneumonia. Resultado: Eliane foi infectada e, apesar
de seguir o tratamento corretamente, contaminou suas seis filhas. “Fiquei com medo de ser rejeitada, de perder o emprego, me
senti culpada, mas fui curada e minhas filhas também”, comemorou.
Além do rico depoimento dos
pacientes, o evento contou com
apresentações musicais e com a
palestra do farmacêutico Edson
Perini, cuja tese de doutorado em
Epidemiologia abordou o “Abandono do Tratamento da Tuberculose: Transgredindo Regras”. Um
painel com trabalhos manuais,
realizados pelos pacientes durante
as sessões de terapia ocupacional,
foi exposto na entrada do auditório. Eles revelam o desejo e a esperança da cura dos pacientes.
De acordo com o coordenador
do Plano de Controle da Tubercu-
A tuberculose é uma doença
infecto-contagiosa causada pelo
bacilo de Koch, que afeta principalmente os pulmões, mas também
pode atacar ossos, rins e meninges.
A transmissão ocorre de pessoa
para a pessoa, por meio do ar.
Alguns pacientes não exibem
sintomas ou os ignoram por meses
e até mesmo por anos. Os mais freqüentemente são tosse seca contínua, presença de secreção por mais
de quatro semanas, febre baixa geralmente à tarde, suor noturno, falta de apetite, palidez, emagrecimento acentuado, rouquidão, fraqueza e prostração. A prevenção
começa pela imunização das crianças, de até 4 anos, com a vacina
BCG. Também é aconselhável evitar ambientes fechados.
Secretaria apura casos de meningite em Ipatinga
A Secretaria de Estado de Saúde
(SES) está investigando casos suspeitos de meningite ocorridos no município de Ipatinga. De acordo com a Gerência Regional de Saúde de Coronel
Fabriciano, de janeiro a março de
2007, o município notificou 17 casos
da doença, com três óbitos. Dos casos
notificados, dois tiveram diagnóstico
de meningite tuberculosa, oito suspeitos de meningite virótica, quatro de
meningite bacteriana e três casos
como meningite não-especificada.
É de primordial importância o
diagnóstico laboratorial do agente
etiológico para que se possa desencadear as ações de controle pertinentes.
A Secretaria Municipal, a Gerência
Regional de Saúde de Coronel Fabriciano e a Secretaria de Estado de
Saúde estabeleceram fluxos de coleta,
acondicinamento das amostras e envio para o laboratório de referência
estadual para melhor possibilitar o
esclarecimento etiológico.
A SES está tomando todas as medidas necessárias para garantir a assistência da população, incluindo o
deslocamento da médica referência
técnica estadual em meningite do nível
central, Patrícia Botelho, ao município, reunião com a direção clínica dos
hospitais e médicos credenciados, protocolo de coleta, acondicionamento e
transporte do material para a Fundação Ezequiel Dias (Funed), informação ao corpo clínico para diagnóstico
precoce dos casos suspeitos e informação para população e imprensa.
Meningite
A meningite é doença que ocorre o
ano todo, no mundo inteiro. Pode ser
causada por vários agentes, como vírus,
bactérias, fungos e parasitas. A meningocócica, que está entre as causadas
por bactérias, é a que possui o potencial
de causar surtos e epidemias, sendo
alvo de maior preocupação.
Os sintomas da doença no
adulto são febre, dor de cabeça, vômitos, prostração, e sinais de irritação na meninge, como rigidez de
nuca e convulsão. Em lactentes os
sinais são menos específicos, com
prostração, falta de apetite, moleira elevada, gemido, inquietação,
com choro agudo, e irritabilidade
acentuada, rigidez corporal com
convulsão. Crianças menores de
cinco anos são mais vulneráveis às
meningites bacterianas, principalmente menores de um ano, já que o
desenvolvimento imunológico ainda
não está completo e os anticorpos
não são suficientes para impedir o
desenvolvimento da doença.
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