Qualidade CMA - Protocolos Elaborado em 20/02/2010 Revisado em 02/01/2013 Revisado em 02/04/2014 Revisão em 02/01/2015 I. FINALIDADE Anestesia, sedação e intervenções cirúrgicas são processos comuns, porém complexos. Esses procedimentos requerem avaliação do paciente de forma abrangente, um planejamento cirúrgico e anestésico, um plano integrado de cuidados, monitoramento contínuo do paciente e critérios para a continuidade do cuidado, reabilitação, e eventual transferência. Pacientes submetidos à anestesia e sedação moderada e profunda, requerem monitorização dos reflexos, ventilação, oxigenação e circulação que estão sob risco. Esta política se aplica em qualquer unidade onde seja realizada anestesia e/ou sedação moderada ou profunda, procedimentos cirúrgicos e outros procedimentos invasivos que requeiram consentimento. Essas unidades incluem centros cirúrgicos, centro diagnóstico, serviços de emergência, cuidados intensivos e outros, gerenciando as equipes internas e externas que atuam na unidade Itaim do Hospital São Luiz. II. DESCRIÇÃO Protocolos e Política de Qualidade CMA Página 1 Qualidade CMA - Protocolos 1 - Organização e Gerenciamento 1.1 A instituição dispõe de um sistema para oferecer serviços de anestesia e cirurgia (incluindo sedação moderada e profunda) necessários aos pacientes por ela atendidos, e aos serviços clínicos e cirúrgicos oferecidos. Esses serviços estão de acordo com os padrões, leis e regulamentos locais e nacionais aplicáveis (Resolução nº 1363, de 12 de março de 1993, do Conselho Federal de Medicina). 1.2 O serviço de Anestesiologia adota protocolos e diretrizes de boas práticas, priorizando a segurança do paciente, incluindo check list anestésico antes do início do procedimento. 1.2 O serviço de anestesia e cirurgia está disponível 24h por dia, todos os dias. 1.3 Nos casos em que são utilizados serviços externos de anestesia, esses são realizados de acordo com as diretrizes de cadastro e concessão de privilégios vigentes na instituição. Os serviços devem estar de acordo com a legislação vigente e os profissionais possuírem qualificações adequadas no que se refere à qualidade e segurança do paciente. 1.4 O serviço de anestesia está sob a direção de empresa contratada composta por médicos anestesiologistas com qualificação, habilidades e experiência. A empresa é composta por uma diretoria, dois coordenadores dos Centros Operatórios e dois coordenadores Científicos e de Qualidade, além de 36 sócios, todos responsáveis profissionais pelas anestesias realizadas. Os coordenadores exercem as seguintes funções: Protocolos e Política de Qualidade CMA Página 2 Qualidade CMA - Protocolos desenvolvimento, implementação e manutenção de políticas e procedimentos; supervisão administrativa; manutenção de quaisquer programas de controle de qualidade necessários; recomendação e supervisão de serviços externos de anestesia ou profissionais autônomos, em conjunto com a Coordenação Médica da instituição; monitoramento e análise da qualidade e segurança dos serviços de anestesia, internos e externos. o uso dos anestésicos e as técnicas anestésicas aplicadas pelas equipes externas na unidade Itaim seguem as políticas, recomendações, protocolos e fluxos da instituição, que são periodicamente atualizados e estão disponíveis para consulta pública no sistema informatizado da unidade. 2 - Anestesia e Sedação 2.1 Definições 2.1.1 Anestesia consiste em administração de medicação em indivíduo com a finalidade de induzir perda sensitiva total ou parcial, com o propósito de realizar uma cirurgia ou procedimento. Compreende anestesia geral e anestesia regional. Não inclui anestesia local. 2.1.2 Sedação é um ato médico realizado mediante a utilização de medicamentos com o objetivo de proporcionar conforto ao paciente Protocolos e Política de Qualidade CMA Página 3 Qualidade CMA - Protocolos através da diminuição do nível de consciência induzida por drogas. Sob diferentes aspectos clínicos, pode ser classificada em leve, moderada e profunda, de acordo com as definições da Sociedade Americana de Anestesiologia (ASA), com a Resolução do CFM 1670/03 e com as definições presentes no Manual Internacional de Padrões de Acreditação Hospitalar (JCI) 2011. 2.1.2.1 Sedação Leve é um estado obtido com o uso de fármacos em que o paciente responde ao comando verbal. A função cognitiva e a coordenação podem estar comprometidas. As funções cardiovasculares e respiratórias não apresentam comprometimentos. 2.1.2.2 Sedação Moderada ("Sedação Consciente") é um estado de depressão da consciência, obtido com o uso de fármacos, no qual o paciente responde ao estímulo verbal isolado ou acompanhado de estímulo tátil. Não são necessárias intervenções para manter a via aérea permeável, a ventilação espontânea é suficiente e a função cardiovascular geralmente é mantida adequada. 2.1.2.3 Sedação Profunda/Analgesia é uma depressão da consciência induzida por medicamentos, e nela o paciente dificilmente é despertado por comandos verbais, mas responde a estímulos dolorosos. A ventilação espontânea pode estar comprometida e ser insuficiente. Pode ocorrer a necessidade de assistência para a manutenção da via aérea permeável. A função cardiovascular geralmente é mantida. As respostas são individuais. Protocolos e Política de Qualidade CMA Página 4 Qualidade CMA - Protocolos 2.1.3 Excluem-se desta normatização a administração de sedativos com outras finalidades que não anestésicas como a contenção química, pacientes intubados em Unidades Críticas, pacientes terminais e tratamento de insônia. 2.1.4 Anestesia Geral consiste em período fármaco-induzido de perda da consciência durante o qual o paciente não consegue ser acordado, mesmo após estímulos dolorosos. Só poderá ser realizada por médicos anestesiologistas. 2.1.5 Bloqueio Regional envolve todas as técnicas de bloqueios anestésicos, desde as do neuroeixo (raquianestesia e peridural) até os bloqueios periféricos (anestesia dos plexos nervosos ou dos nervos). Só pode ser realizada por médicos anestesiologistas e médicos do Serviço de Terapia da Dor para analgesias espinhais. 2.1.6 Anestesia Local envolve a perda de sensibilidade de uma pequena área na pele onde o procedimento será realizado. Este tipo de anestesia pode ser utilizada sozinha ou combinada com sedação ou anestesia geral. A monitorização dos sinais vitais deve manter os padrões de qualquer anestesia ou sedação. Quando combinada, a anestesia local segue as diretrizes gerenciadas pela equipe interna de anestesia, disponíveis no sistema informatizado. 2.2 Diretrizes e Responsabilidades Protocolos e Política de Qualidade CMA Página 5 Qualidade CMA - Protocolos 2.2.1 A sedação leve pode ser atingida com a utilização isolada de um benzodiazepínico ou hipnoanalgésico. A sedação moderada pode ser atingida com a associação destas classes de drogas. A sedação profunda pode ser atingida com a utilização de hipnótico potente (Propofol) isolado ou associada aos medicamentos descritos anteriormente. 2.2.1.1 As respostas ao uso desses medicamentos são individuais e os níveis não são contínuos, ocorrendo com frequência a transição entre eles. O médico que prescreve ou administra a medicação deve ser qualificado, ou seja, ter a habilidade de recuperar o paciente deste nível ou mantê-lo e recuperá-lo de um estado de maior depressão das funções cardiovascular e respiratória. 2.1.2 A administração de sedação é permitida a médicos qualificados, com CRM ativo e autorizados pela instituição, conforme definição do Regimento Interno, diretrizes de credenciamento e outorga de privilégios médicos. Entende-se por médicos qualificados para realização de sedação leve, moderada e profunda os que possuem curso de suporte básico de vida e competências em: Técnicas variadas de sedação; Monitoramento apropriado; Resposta a complicações; e Uso de agentes antagonistas. 2.1.3 A competência pode ser adquirida através da formação profissional (estágios, residência médica e especialização) ou através de cursos Protocolos e Política de Qualidade CMA Página 6 Qualidade CMA - Protocolos específicos da área, ministrados pela coordenação do serviço de anestesiologia da instiuição. 2.1.4 As avaliações e a assistência prestadas antes, durante e após anestesia e sedação são documentadas em formulários específicos, de acordo com determinações abaixo: 2.1.5 As sedações profundas realizadas por médicos de especialidades diferentes da anestesiologia e medicina intensiva são permitidas de acordo com o privilégio concedido pelo diretor médico-técnico da unidade e mediante os critérios abaixo, após a avaliação do médico que presta o cuidado ao paciente: Pacientes com idade entre 12 anos e 69 anos; Estado físico segundo a Classificação ASA (American Society of Anesthesiologists) Classe II e eventualmente PIII, esta a critério do médico assistente; Pacientes com peso menor de 120kg. Se os critérios não forem aplicáveis ao paciente, o procedimento deve ser realizado em ambiente cirúrgico com a presença obrigatória do anestesiologista. 2.1.6 A sedação (moderada ou profunda) impõe riscos ao paciente e, portanto deve ser executada de acordo com definições, políticas e procedimentos claros. 2.1.7 Aspectos importantes a serem considerados incluem a capacidade do paciente em manter os reflexos protetores, as vias aéreas permeáveis, e a resposta ao estímulo físico ou a comando verbais, planejamento, considerando as diferenças entre adultos e crianças, documentação para Protocolos e Política de Qualidade CMA Página 7 Qualidade CMA - Protocolos assegurar o trabalho, comunicação efetiva entre os profissionais da equipe, consentimentos específicos, monitoramento dos pacientes, qualificação ou habilidades específicas dos profissionais e disponibilidade e uso de equipamentos especializados. 2.1.8 O profissional qualificado e responsável realiza a avaliação préanestésica do paciente onde são verificadas as condições clínicas, comorbidades, jejum, dados antropométricos, exames complementares se indicados, via aérea e itens específicos ao procedimento. Isto define o risco anestésico a que o paciente será submetido. 2.1.9 Qualquer sedação/anestesia somente pode ser aplicada com termo de consentimento assinado pelo paciente ou responsável. 2.3 Serviços Diagnósticos 2.3.1 Hemodinâmica e exames de imagem Pacientes que são submetidos a exames radiológicos intervencionistas e biópsias guiadas por ultrassom seguem as mesmas diretrizes acima. 2.3.2 Serviço de Endoscopia Os pacientes submetidos a exames endoscópicos fora dos centros operatórios seguem as orientações anestésicas do item 2.1.5. O profissional deve ser treinado e supervisionado pelo serviço de anestesiologia e seguir o protocolo institucional, sendo que o mesmo médico que realiza o procedimento não pode ser o mesmo que realiza a Protocolos e Política de Qualidade CMA Página 8 Qualidade CMA - Protocolos sedação/anestesia. Isto é válido para quaisquer procedimentos endoscópicos. 2.3.3 Assistência Anestésica Sempre deverá ser realizada avaliação pré-anestésica e as informações obtidas devem ser registradas em impresso específico. 3 - Avaliação Pré-Anestésica ou Pré-Sedação 3.1 A avaliação pré-anestésica é realizada antes da internação, antes do procedimento cirúrgico, ou logo antes de um procedimento cirúrgico de emergencia. 3.2 Todas as anestesias são planejadas e documentadas no prontuário do paciente. 3.3 Os riscos, benefícios e alternativas são discutidos com o paciente, seus familiares ou aqueles que tomam decisões em seu nome. 3.4 A anestesia empregada e a técnica anestésica são anotadas no prontuário do paciente. 3.5 O estado fisiológico de cada paciente durante a anestesia é continuamente monitorado e anotado em prontuario (ficha de anestesia) e o paciente é liberado da área de recuperação pelo profissional que realizou a anestesia ou médico qualificado que tenha recebido o caso deste, através da utilização de critérios estabelecidos. Protocolos e Política de Qualidade CMA Página 9 Qualidade CMA - Protocolos 3.6 Todos os pacientes são avaliados clinicamente antes do procedimento por meio de história clínica, exame físico, exames pré-operatórios (se for o caso), alergias e o tempo de jejum. Os dados coletados são anotados em formulário próprio. Nos casos de urgência e emergência, a avaliação é realizada em um período de tempo mais curto, priorizando-se o cuidado ao paciente. 3.7 Todos os pacientes assistidos por anestesiologistas são submetidos ao check list pré-indução, momento em que as itens de segurança são checados em conjunto com a enfermagem, garantindo assim a segurança do ato anestésico. Tal check list deverá ser registrado em campo específico da ficha de anestesia e no impresso de enfermagem de sala. A avaliação médica pré-sedação ou anestesia para exames é realizada de forma mais dirigida, contemplando, todas as informações necessárias para o atendimento com qualidade e segurança. 3.8 A avaliação pré-anestésica ou pré-sedação pode ser realizada: Em consultório médico, antes da internação do paciente, sendo que avaliação terá validade se realizada, no máximo nos 60 dias anteriores ao procedimento anestésico ou sedação; Durante a internação, a avaliação pré-anestésica ou pré-sedação pode ser realizada durante o período de internação e após a admissão do paciente no Hospital e sempre antes do encaminhamento aos centros operatórios para o procedimento anestésico ou sedação. 3.9 O médico responsável pela sedação deve transmitir ao paciente e/ou seus familiares, as informações referentes ao procedimento sob anestesia Protocolos e Política de Qualidade CMA Página 10 Qualidade CMA - Protocolos e sedação como: riscos, benefícios, alternativas e complicações potenciais. Estas informações podem ser fornecidas por meio de folhetos explicativos fornecidos previamente à internação junto ao Termo de Consentimento da Anestesia e Sedação. O Termo de Consentimento informado para Anestesia ou Sedação deve ser assinado pelo paciente ou seu responsável, antes da administração da medicação anestésica e após a sua aprovação. 3.10 Os pacientes submetidos à procedimento de anestesia/sedação em regime ambulatorial devem, obrigatoriamente, estar acompanhados de um responsável que o acompanhe após a alta hospitalar. 3.11 Em crianças é importante a investigação de doenças pré-existentes associadas ou infecções de vias aéreas recentes, prematuridade (menos 37 semanas de gestação ao nascimento), antecedentes familiares (hipertermia maligna) e alergias medicamentosas. Em prematuros de idade pós-conceptual igual ou menor que 54 semanas, é imperativa a permanência por, no mínimo, 24h em UTI. 3.12 Termo de consentimento esclarecido para anestesia e sedação. Deverá ser preenchimento de maneira legível, com data, hora, nome do paciente, nome do médico e CRM, tipo de anestesia, assinatura do paciente e médico após explicação ao paciente sobre o ato anestésico, riscos, complicações, técnica anestésica adotada e alternativas. 3.13 Questionário de avaliação pré-anestésica Este deverá ser respondido pelo paciente e complementado pelo anestesista com informações adicionais necessárias conforme avaliação clínica na avaliação pré-anestésica. O paciente deverá assinar e colocar Protocolos e Política de Qualidade CMA Página 11 Qualidade CMA - Protocolos data e hora após o término do preenchimento. Na avaliação préanestésica, o anestesiologista deverá avaliar a identificação do pacientes, classificação do tipo de cirurgia (eletiva/urgência ou emergência), tempo de jejum, solicitação de reserva de UTI e hemoderivados, descrição do exame físico, condições clínicas do paciente, sinais vitais, dados antropométricos e anotação da escala de dor. O paciente deverá ser avaliado quanto aos preditores de via aérea difícil em todos os casos, classificar quanto ao ASA, anotar os exames principais adequados à condição clínica do doente e a técnica anestésica a ser adotada para a cirurgia. Deverá ser especificado o tipo de procedimento cirúrgico e nome do cirurgião principal. Este documento deve ser preenchido em todos os casos, na avaliação pré-anestésica. Casos de urgência e emergência em que não foi possível o preenchimento da parte da frente da ficha pelo paciente, o médico anestesiologista deve preencher o verso da ficha com as condições clínicas, exame físico resumido, sinais vitais e principais exames referentes ao momento antes da anestesia. 4 - Assistência Anestésica – Anestesia e Sedação 4.1 Todas as medicações (dose e via) utilizadas são registradas em prontuário de forma clara, além da monitorização, dados vitais em até 10 (dez) minutos no intraoperatório e eventuais intercorrências relacionadas ao procedimento e ao cuidado ao paciente. 4.2 Todos os tipos de sedação e anestesia são realizadas em ambiente seguro, devendo estar disponíveis equipamentos para monitorização, administração da anestesia e suporte cardio-respiratório, instrumental, Protocolos e Política de Qualidade CMA Página 12 Qualidade CMA - Protocolos materiais e fármacos conforme os anexos da Resolução nº1802/2006. A monitorização inclui cardioscopia contínua, oximetria de pulso contínua e medidas de pressão arterial não invasiva. Se houver via aérea definitiva assegurada, a monitorização deve, obrigatoriamente contemplar a capnografia contínua. 4.3 Estas orientações são válidas para sedação/anestesia em todos os setores da unidade. 5 - Recuperação Pós-Anestésica ou Pós-Sedação 5.1 Monitorizar o paciente na sala de recuperação Pós-anestésica (RPA) com oximetria de pulso, pressão arterial não invasiva e monitorização cardíaca ou de acordo com a condição clínica do paciente. Eventos adversos como dor, hipotermia, náuseas e vômitos devem ser anotados e tratados. 5.2 Durante o período em que o paciente permanecer em Recuperação Pós-anestésica ou Pós-sedação, o médico que realizou a sedação/anestesia (ou outro médico responsável substituto, nomeado pelo primeiro) deve estar disponível até a total recuperação do paciente e posterior alta. 5.3 Avaliar o paciente quanto a sua evolução e alta segundo os Critérios de Aldrette-Kroulick , a cada 15 minutos, sendo anotados seus dados vitais, (pressão arterial, pulso, saturação, temperatura e escala de dor) no prontuário ou em formulário próprio. O escore de referência para alta é de 8 a 10 pontos. Protocolos e Política de Qualidade CMA Página 13 Qualidade CMA - Protocolos Quando realizada a alta hospitalar (paciente externo/ambulatorial), são utilizados também os Critérios de Alta Ambulatorial normatizados pela Resolução do CFM 1886/2008. 6. Assistência Cirúrgica 6.1 Estrutura Centros Operatórios O Bloco operatório da instituição é composto por um Centro Cirúrgico, um Centro Obstétrico e uma Central de Esterilização. O funcionamento ocorre nas 24 horas todos os dias da semana. No Centro Cirúrgico dispomos de 18 salas, Centro Obstétrico 10 salas, 2 Deliverys e 6 pré-partos. Todas as salas operatórias são preparadas para atender desde procedimentos cirúrgicos simples aos mais complexos, possuindo equipamentos de última geração e alta tecnologia. 6.2 Avaliação, Planejamento e nos centros operatórios 6.2.1 Os procedimentos cirúrgicos são planejados com base na avaliação e determinação dos médicos responsáveis, para pacientes eletivos (com reserva), externos (Pronto Socorro) e internados. A assistência cirúrgica de cada paciente é planejada e documentada com base nos resultados da avaliação. A seleção do procedimento leva em consideração as informações da avaliação na admissão, exames diagnósticos e outros recursos disponíveis. Protocolos e Política de Qualidade CMA Página 14 Qualidade CMA - Protocolos 6.2.2 As informações relacionadas ao procedimento cirúrgico e avaliação dos pacientes são registradas em prontuário, pelo médico responsável. 6.2.3 Todas as necessidades relacionadas aos procedimentos cirúrgicos são analisadas e providenciadas antecipadamente, como itens relacionados à: materiais, equipamentos, medicamentos, hemoderivados, exames e estrutura (UTI). 6.2.4 São realizadas avaliações pré-operatórias e planejamentos antes da execução dos procedimentos cirúrgicos pelos médicos responsáveis. 6.2.5 Em casos de cirurgias de urgência, a avaliação é realizada inicialmente pelo médico do Pronto Socorro que aciona o médico especialista para realização do planejamento e cirurgia. 6.2.6 Na Maternidade, pacientes internadas em caráter de urgência são examinadas inicialmente pelo enfermeiro obstetra para avaliação, o planejamento e solicitação de internação são executados pelo médico responsável. 6.2.7 Check-in de enfermagem na admissão nos centros operatórios Este procedimento deve ser realizado e registrado em formulário próprio, na entrada dos Centros Operatórios, no momento da admissão do paciente. O enfermeiro responsável realiza a verificação dos seguintes documentos: Uso de dois identificadores (nome completo e data de nascimento) por meio da verificação da conformidade entre os dados da Protocolos e Política de Qualidade CMA Página 15 Qualidade CMA - Protocolos pulseira do paciente e os dados constantes na etiqueta do prontuário. Confirmação do Procedimento Proposto Confirmação do Cirurgião responsável Demarcação do Sitio cirúrgico Alergias 6.2.7.1 Marcação de lateralidade A marcação do sítio cirúrgico é uma prática internacional, baseada em evidências, que visa a prevenção de erros em cirurgia e/ou procedimento invasivo. Os fundamentos e práticas da segurança cirúrgica conotam-se como o segundo desafio global para a segurança do paciente “Cirurgias Seguras Salvam Vidas” (OMS, 2009). A marcação deve ser feita ANTES DA ENTRADA DO PACIENTE NO CENTRO CIRÚRGICO com marcador padronizado na instituição (caneta dermatológica preta, no formato de alvo, sendo sinalizado por dois (2) círculos circunscritos, ou a identificação de SIM ou NÃO), no paciente que deverá estar consciente. Caso não esteja, deverá ser solicitada a participação de um familiar no ato da marcação. Se a participação do paciente e do familiar não for possível, o médico deverá realizar a marcação do sítio e descrever o fato no prontuário. Todo paciente submetido a procedimento de imobilização de membros com aplicação de aparelho gessado incluindo as salas de ortopedia do Pronto Socorro deverá ter o local de intervenção demarcado pelo médico solicitante do procedimento. Protocolos e Política de Qualidade CMA Página 16 Qualidade CMA - Protocolos Em crianças a marcação deve ser sempre realizada, nos casos de recusa por parte dos pais ou situação de constrangimento da criança deve se indicar órgão e lateralidade no prontuário e demais documentos cirúrgicos e notificar a equipe envolvida no procedimento antecipadamente (antes do encaminhamento ao Centro Cirúrgico, Centro de Diagnóstico ou Sala de Procedimento). A identificação do local de intervenção e/ou procedimento é uma atividade de responsabilidade do médico executor. Este poderá delegar o ato da Marcação para outro profissional médico da equipe, com a ciência que não existe a transferência de responsabilidade sobre este ato. Antes da indução anestésica será checada a lista de verificação pré-operatória para confirmar paciente e procedimento proposto, além de informações importantes como avaliação pré anestésica e termos de consentimento. Na sala cirúrgica, imediatamente antes do início do procedimento, será realizado o TIME OUT que se trata de uma verificação final, ou seja, a última barreira antes do procedimento proposto, utilizando técnicas de comunicação ativa entre os participantes da Equipe, através do qual será checada a identificação do paciente, do procedimento e do local de intervenção. Todas essas informações são documentadas no Check-list de Cirurgia Segura. 6.2.8 Check list anestésico: Este procedimento deve ser realizado na sala operatória. É realizado pelo anestesiologista e enfermagem antes da indução anestésica: Protocolos e Política de Qualidade CMA Página 17 Qualidade CMA - Protocolos Verificar com o cirurgião se os materiais de OPME estão disponível para o procedimento, conforme o solicitado no agendamento cirúrgico. Verificar com equipamentos o Anestesista disponíveis e se a adequação estão dos devidamente checados; Checar a Identificação Correta do Paciente, através do uso dos dois identificadores (nome completo e data de nascimento) por meio da verificação da conformidade entre os dados da pulseira do paciente e os dados contidos na etiqueta do prontuário; Verificar com o anestesista a avaliação de via aérea difícil; Verificar com o anestesista o risco de perda sanguínea; Verificar com o anestesista a indicação e administração de antibiótico profilático; Verificar com o anestesista risco e adesão ao Protocolo de Tromboembolismo Venoso; Verificar com o anestesista se os exames pertinentes estão disponíveis. Verificar a reserva de vaga para UTI. Caso algum item checado esteja não conforme, o procedimento deve ser interrompido até a confirmação e regularização de todos os itens. Protocolos e Política de Qualidade CMA Página 18 Qualidade CMA - Protocolos 6.2.9 Time Out: é realizado pela enfermagem e equipe cirúrgica no momento anterior à incisão. É um procedimento de pausa realizado na sala cirúrgica, deve ser realizada imediatamente antes da incisão cirúrgica, ou antes, do início do procedimento. Verificar Paciente Correto Verificar Cirurgia/Procedimento correto Verificar Marcação de Lateralidade Caso algum item checado esteja não conforme, o procedimento não deve ser realizado até a confirmação e regularização de todos os itens. A realização do TIME OUT é obrigatório imediatamente antes de cirurgias e/ou procedimentos invasivos com anestesia/sedação moderada e profunda nos seguintes setores do Hospital e Maternidade São Luiz, Unidade Itaim: Centro Cirúrgico Centro Obstétrico Centro de Diagnóstico: Imagem, Endoscopia, Cardiologia Intervencionista. 6.2.10 . Check Out: É um procedimento realizado ainda na sala operatória pela enfermagem e equipe cirúrgica antes da saída do paciente da sala de operação. Verificar de Contagem de compressas Verificar de Contagem de gazes (apenas para Videolaparoscopias); Protocolos e Política de Qualidade CMA Página 19 Qualidade CMA - Protocolos Verificar em casos de coleta de peça cirúrgica ou amostras biológicas o encaminhamento para anatomia (acondicionamento e identificação correta); Verificação de Pulseira de Identificação instalada no paciente; Verificação e registro de intercorrências no trans operatório; Verificação e registro de intercorrências com materiais e equipamentos; Verificação de Imagens realizadas no trans operatório Verificação de encaminhamento para unidade indicada; Caso algum item checado não esteja contemplado, o procedimento deve ser interrompido e o paciente mantido em sala até a regularização. 6.3 Gerenciamento de Riscos 6.3.1 Riscos Cirúrgicos 6.3.1.1 Os riscos, benefícios e alternativas são discutidos com o paciente e seus familiares ou com aqueles que tomam decisões em seu nome, pelo médico responsável e anestesiologista. 6.3.1.2 Os termos de Consentimento Informado (Cirúrgico e Anestésico) são assinados pelos pacientes ou responsáveis antes do encaminhamento aos Centros Operatórios, com objetivo de transmitir informações como riscos e benefícios do procedimento planejado, complicações potenciais e opções cirúrgicas e não cirúrgicas disponíveis para o tratamento. Quando há necessidade de realização de transfusões de sangue ou hemoderivados, as informações sobre os riscos e opções Protocolos e Política de Qualidade CMA Página 20 Qualidade CMA - Protocolos também são abordadas com o paciente e registradas por meio de um termo de consentimento. 6.3.1.3 Todas as orientações e aplicação dos Termos de Consentimento são realizadas por médicos capacitados para realizar a educação dos pacientes. 6.3.2 Riscos Assistenciais 6.3.2.1 Queda Todos os pacientes dos Centros Operatórios são recebidos pela equipe de enfermagem. Todo paciente que é submetido a um procedimento cirúrgico/obstétrico apresenta risco potencial para queda. São identificados com a pulseira específica. Na sala de cirurgia, desde que o procedimento permita, é colocada uma cinta de contenção na mesa cirúrgica para evitar a queda, em caso de agitação. As grades das macas são mantidas elevadas. A transferência do paciente é realizada por pelo menos dois colaboradores. 6.3.2.1 Extravio de Material para Anátomo Patológico São realizadas medidas preventivas para minimizar os riscos como: uso de livros de controle (registro peça) conferido pelo enfermeiro e representante do serviço de laboratório. O registro do encaminhamento é realizado no prontuário do paciente e assinado pelo médico responsável. 6.3.2.1 Permanência de Corpo Estranho Protocolos e Política de Qualidade CMA Página 21 Qualidade CMA - Protocolos Medidas preventivas são realizadas para minimizar riscos relacionados à permanência de corpos estranhos no procedimento cirúrgico. Em cirurgias de cavidade é aplicado o formulário de contagem de compressas. Após o término da cirurgia o médico responsável ou membro da equipe médica assina a evidência. 6.3.2.1 Troca de Recém Nascidos Para gerenciar o risco de troca de recém-nascidos o enfermeiro obstetra realiza a conferência das pulseiras de identificação do RN juntamente com a paciente, antes e depois do parto. 6.4 Monitoramento e Continuidade 6.4.1 O prontuário do paciente contém um relatório cirúrgico para garantir a continuidade do cuidado. O relatório cirúrgico deve conter: diagnóstico pré-operatório; nome dos cirurgiões e assistentes; nome do procedimento; peça enviada para exame; complicações se houver; volume de perda sanguínea; data, horário e assinatura do médico responsável. 6.4.2 O estado fisiológico do paciente é continuamente monitorado durante e imediatamente após a cirurgia. O monitoramento é adequado às condições do paciente e ao procedimento realizado. O monitoramento de informações orienta os cuidados médicos e de enfermagem e identifica a necessidade de procedimentos diagnósticos. Todas as informações são registradas em prontuário. Protocolos e Política de Qualidade CMA Página 22 Qualidade CMA - Protocolos 6.4.3 As necessidades de cuidados pós-operatórios médicos e de enfermagem de cada paciente são distintas. Os cuidados são planejados abordando aspectos médicos, de enfermagem e outros. 6.4.4 O plano pós-operatório é documentado no prontuário do paciente, pelo cirurgião responsável. Nas situações em que for documentado pelo assistente deve ser validado pelo cirurgião responsável dentro de 24 horas após a cirurgia. 6.4.5 O cuidado pós-operatório de enfermagem é registrado em prontuário pelas equipes da Recuperação Anestésica e Unidade de Internação, assim como quando necessário, avaliações de especialistas e equipe multidisciplinar. 6.4.6 O cuidado planejado é prestado ao paciente. IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Resolução do Conselho Federal de Medicina n°1.670/03 - Sedação Profunda 2. Martin LM. A ética médica diante do paciente terminal. Leitura ética teológica da relação médico-paciente terminal nos códigos brasileiros em ética médica. Aparecida: Santuário; 1993. Protocolos e Política de Qualidade CMA Página 23 Qualidade CMA - Protocolos 3. Campbell,N., Boustani, A.M., Ayub, A., Fox, A.C., Munger, S.L., Ott, C., Guzman, O., Farber, M., Ademuyiwa, A., Singh, R. “Pharmacological management of delirium in hospitalized adults - a systematic evidence review”. Journal of General Internal Medicine. 2009 24:848. 4. Andrade, EO. Código de ética do Médico Anestesiologista Resolução CFM 1802-06 5. World Health Organization. World Alliance for Patient Safety – OMS. 6. Manual de Padrões de Acreditação da Joint Commission International para Hospitais, 4ª edição. Joint Commission International, Consórcio Brasileiro de Acreditação, 2011. V. HISTÓRICO DAS REVISÕES CÓDIGO DESCRIÇÃO DATA 00 Liberação Inicial 07/02/2012 Protocolos e Política de Qualidade CMA Página 24 Qualidade CMA - Protocolos Protocolos e Política de Qualidade CMA Página 25