O QUE SÃO FÓSSEIS E COMO ELES NOS AJUDAM

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Projeto Pedagógico
Tema: O que são fósseis e como eles nos ajudam
5° ano do Ensino Fundamental
História
Sam Heads
O que são fósseis e como eles nos ajudam
APRESENTAÇÃO:
Caro professor!
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para o Ensino Fundamental I destacam a importância de
tornar o processo ensino-aprendizagem significativo para o aluno. Isso implica, dentre outras ações, em
estimular a ousadia da criança, de maneira que, diante de um problema posto, o aluno seja desafiado a
elaborar hipóteses e experimentá-las. Sobretudo, para ser significativo é fundamental que as atividades
propostas busquem desenvolver as diversas capacidades do educando: cognitiva, física, de relação
interpessoal, estética e ética; utilizando instrumentos, espaços e estratégias diversificados, além do
exercício de um trabalho coletivo e integrado.
Fóssil de inseto
O que são
fósseis e como
eles nos ajudam
Aula 1 - O estudo do passado vivo e
geológico da Terra.............................2
Aula 2 - Fósseis: processos de formação e exemplares brasileiros...... 2
Aula 3 - Moldando fósseis e refletindo
sobre o fazer científico...................... 3
Aula 4 - Construindo jogos sobre os
fósseis e sua importância..................4
Avaliação......................................5
O que se espera é que os alunos compreendam o conceito de fósseis e seus diferentes processos de
formação, desenvolvendo a capacidade de identificá-los e diferenciá-los quanto a essa característica.
Deseja-se também que percebam a relevância desse conhecimento, destacando seus resultados no
contexto nacional, e que avaliem a importância dos estudos paleontológicos para a compreensão da
vida e estrutura da Terra em períodos pré-históricos, bem como de seus processos de transformação.
Deseja-se ainda que desenvolvam o senso crítico em relação ao processo de desenvolvimento científico,
questionando os estereótipos desse campo de trabalho, tais como: (1) o de ser detentor de um caráter
de objetividade e (2) de ser realizado por gênios isolados. Deseja-se que os alunos identifiquem o papel
da criatividade, do trabalho coletivo e da circulação de ideias no fazer científico, e que vivenciem tais
dinâmicas nas atividades propostas.
INTRODUÇÃO:
A proposta deste conjunto de aulas é propiciar a construção, pelo aluno, do conceito de fósseis, o
conhecimento e a identificação dos diferentes processos de formação desses objetos, bem como
a compreensão da importância dos estudos paleontológicos para o entendimento do passado e do
presente, da Terra.
Buscou-se estimular a discussão dessa temática apresentando exemplos de animais pré-históricos
encontrados em sítios arqueológicos brasileiros – tanto répteis quanto mamíferos. E, ao longo do projeto,
priorizou-se a execução de trabalhos em grupo e a reflexão sobre a singularidade dessa metodologia de
trabalho, necessária e inerente ao fazer científico.
OBJETIVOS:
• Compreender o conceito de fósseis e seus diferentes processos de formação;
• identificar peças fósseis relacionando-as aos processos de fossilização que lhes deram
origem;
• perceber a importância dos fósseis para a compreensão do passado e do presente da Terra;
• conhecer espécies de animais pré-históricos encontrados no Brasil;
• problematizar a concepção do senso comum concernente à atividade científica;
• valorizar o trabalho coletivo, a criatividade, a exposição e a troca de ideias.
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Aula 1 - O estudo do passado vivo e geológico da Terra
Nesta primeira aula o professor deverá reunir imagens de dinossauros e discutir com a turma as seguintes questões:
• Esses animais podem ser vistos vivos nos dias de hoje? Por quê?
• Como os pesquisadores podem afirmar que estes seres vivos possuíam as formas delineadas nas imagens? Não seriam apenas
invenções criativas da mente dessas pessoas?
• Por que muitas das pistas sobre o passado vivo da Terra geralmente são encontradas enterradas e não sobre a superfície?
• As estruturas fossilizadas que podemos encontrar são apenas os ossos de animais?
• Como os fósseis nos ajudam a delinear a constituição do relevo da Terra em seus primórdios e os tipos de vida que existiam naquela
época?
O passo seguinte é assistir com os alunos ao vídeo da Discovery Education, que traz informações que permitirão ao professor aprofundar a
discussão, trabalhando com conceitos importantes, e destacando alguns pontos relacionados ao conteúdo, tais como:
• Os fósseis e a compreensão da vida e do relevo da Terra, em seus primórdios;
• os fósseis como evidências da deriva continental;
• etapas de estudos paleontológicos;
• como se formam os fósseis.
Após a discussão das informações contidas no vídeo, o professor poderá problematizar outras questões relacionadas ao tema. É importante
que os alunos percebam a relação entre os fósseis e o trabalho de criação dos cientistas, a partir de pistas fragmentadas do passado. Isso quer
dizer que a ciência não é um processo objetivo, mas que exige o uso da criatividade e de proposições, a partir do que já se conhece, para a
elaboração de algo novo que ofereça respostas às questões colocadas no presente. E essa característica da Ciência é facilmente perceptível
no ofício da Paleontologia, apesar de contrária à mentalidade do senso comum construído ao longo dos anos sobre esse ofício.
Após as discussões iniciais e as relacionadas ao vídeo, o professor deverá orientar os alunos a sistematizarem as principais informações e
conclusões apreendidas ao longo da aula. Sugira como orientação para o registro os seguintes pontos:
• O processo de construção dos conceitos científicos e o papel da criatividade e da imaginação na elaboração de hipóteses;
• a importância dos fósseis;
• como se formam os fósseis;
• tipos de fósseis;
• a deriva continental e os registros fósseis.
Nesta etapa o professor deverá utilizar o infográfico “Para que servem os fósseis?” como complemento à discussão. Em seguida, os alunos
poderão testar os conhecimentos adquiridos através do jogo “Como podem ser os fósseis?”.
Aula 2 - Fósseis: processos de formação e exemplares brasileiros
O próximo passo será a realização da leitura do texto abaixo “Fósseis: processos de formação e exemplares brasileiros”, para o conhecimento
simplificado dos diferentes processos de fossilização e, ainda, de quatro animais pré-históricos brasileiros identificados a partir de descobertas
fósseis nos estados de Minas Gerais e do Piauí.
Fósseis: processos de formação e exemplares brasileiros
Há pelo menos três tipos de processo de fossilização: a mineralização ou petrificação, os moldes e a mumificação. Na mineralização há a
substituição gradual dos restos orgânicos de um ser vivo por matéria mineral, rocha, mantendo com alguma perfeição as características do
ser. Ocorre quando o organismo é coberto rapidamente por sedimento após a morte ou após o processo inicial de deterioração. A moldagem,
por sua vez, consiste no desaparecimento total das partes moles e duras do ser vivo, ficando nas rochas um molde das suas partes duras. A
mumificação é o mais raro dos processos. Ocorre quando o ser vivo é envolvido por uma substância impermeável como resina de árvore ou
gelo, que impedem a sua decomposição.
No Brasil há várias regiões onde se localizam conjuntos significativos de descobertas fósseis – os chamados sítios arqueológicos. Uma delas,
bastante conhecida, está localizada na cidade de Peirópolis, em Minas Gerais. Nela foram encontrados e identificados fósseis (ossos e ovos)
de três grupos de dinossauros: o Titanossauro, herbívoro quadrúpede, com 12 metros de comprimento e 6 metros de altura, considerado o
maior dinossauro registrado no Brasil; um grande carnívoro bípede do grupo dos Carnossauros, com tamanho de cerca de 4 metros, que
possuía membros inferiores bem desenvolvidos e dentição afiada, com os membros superiores reduzidos (seus fósseis se assemelham aos do
Tiranossauro rex); e o Celurossauro, carnívoro com perto de 2 metros, que possuía garras possantes e, com muita agilidade, agia sempre em
grupos.
O Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, também constitui um importante sítio arqueológico. Nele foram encontrados fósseis (ossos)
de mamíferos, como o Glyptodon clavipes, um falso tatu com carapaça óssea rígida – do tamanho aproximado de um Fusca! –, além do
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Eremotherium lundi, um herbívoro com poderosas e longas garras, conhecido como preguiça gigante.
Fontes: http://www.fumdham.org.br/paleonto.asp. e http://www.peiropolis.com.br Consultados em 17/01/2011.
Após a leitura oriente os alunos a realizar um registro sistemático do texto, abordando:
• Características dos diferentes processos de fossilização;
• determinação do tipo de fossilização sofrida pelos animais pré-históricos brasileiros citados no texto;
• compreensão do que é um sítio arqueológico.
O passo seguinte é solicitar aos alunos que escolham pelo menos um dos três processos de formação de fósseis citados no texto e que,
utilizando o formato de história em quadrinhos, o ilustre. Cada quadrinho da história deve conter uma breve legenda explicativa e, ao final,
chamar a atenção para a importância dos registros fósseis. Os alunos podem também criar personagens pré-históricos como dinossauros,
falsos tatus e preguiças gigantes, que poderão narrar as histórias, em vez de manter as informações escritas na forma de legenda. Para
auxiliar nessa tarefa, no passo 3 os alunos poderão fazer download e imprimir arquivos com a estrutura de quadrinhos, sem conteúdo, para
o trabalho em sala de aula.
Permita que os alunos pesquisem em livros, revistas e na internet a respeito de criaturas da pré-história brasileira, para que possam elaborar
com mais criatividade suas histórias e seus personagens.
O passo seguinte é pedir à classe que providencie o material necessário para a prática “Construção de fósseis”, que será a atividade da
próxima aula.
Materiais necessários para a realização da atividade prática: “Construção de fósseis”
• Massa de modelar ou argila;
• Folhas de diferentes plantas de tamanho médio e com nervuras destacadas, espinha de peixe, pedaços de casca de árvores, conchas,
sementes de milho e feijão, pedaços de ossos de ave já secos etc;
• Um pedaço de papel cartão ou cartolina medindo 20 cm de comprimento e 5 cm de largura;
• Fita adesiva;
• Uma tigela;
• Uma colher de sopa;
• ½ copo de água;
• Uma caixa de sapatos com tampa;
• Cinco colheres de gesso em pó;
• Tinta guache nas cores marrom, amarelo, vermelho e verde.
Aula 3 - Construindo fósseis e refletindo sobre o fazer científico
A terceira aula será destinada à reflexão sobre a importância do trabalho coletivo no fazer científico e da divulgação das descobertas, bem
como, à construção de fósseis do tipo moldes.
Para isso, o primeiro passo a ser realizado é a leitura de duas reportagens: Achado fóssil de aranha de 165 milhões de anos e Cientistas
identificam fóssil de peixe gigante que viveu há mais de 66 milhões de anos.
Durante a leitura o professor deverá chamar a atenção para uma similaridade entre ambas: o fato de os trabalhos de pesquisa reportados
citarem o envolvimento de grupos de pesquisadores, e não de indivíduos isolados. Isso traz à tona a importância do trabalho cooperativo, onde
o esforço de todo o grupo otimiza o alcance satisfatório dos resultados.
Além disso, as duas reportagens registram que as descobertas foram publicadas em revistas. Problematize a razão pela qual as descobertas
devem ser publicadas. De modo geral, é fato que a circulação de ideias contribui para a criatividade e construção de respostas e soluções
a problemas diversos. Nesse sentido é importante que os alunos sejam encorajados a expressar suas opiniões no grupo, para que todos, a
partir de determinado conjunto de ideias, possam discutir de modo mais rico e alcançar um consenso razoável. Comparativamente, essa é a
dinâmica natural da construção de teorias da própria ciência.
O passo seguinte é orientar os alunos a se organizarem em seus respectivos grupos, bem como organizar os materiais trazidos de casa para
a aula. Agora basta que cada grupo leia atentamente o roteiro da aula prática, apresentado a seguir, e execute o passo a passo proposto.
Roteiro de atividade prática: “Construção de fósseis”
Introdução
Os fósseis são registros de animais e plantas conservados em minerais durante vários milhões de anos. Eles podem revelar informações
importantes para desvendar acontecimentos ocorridos há até bilhões de anos atrás.
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Objetivos
Simular a formação de fósseis do tipo moldes e marcas.
Passo a passo
1° passo: Pressione a massa de modelar (ou argila) sobre uma superfície plana (mesa, bancada, entre outros) e coloque a folha da planta,
concha etc, sobre ela.
2° passo: Com a cartolina faça um anel, unindo as pontas com a fita adesiva. Agora encaixe o anel sobre a massa com a folha ou outro item.
3° passo: Pegue a tigela e misture homogeneamente a água e o gesso. Coloque a mistura dentro do anel de cartolina, de modo que cubra a
folha.
4° passo: Espere cerca de trinta minutos para que a massa e o gesso sequem, depois retire a cartolina e a argila. Está pronto seu fóssil.
5° passo: Para dar um aspecto mais natural à sua peça, pinte-a com cores que lembrem rochas.
O professor deverá esclarecer as dúvidas que surgirem, mas é importante que cada grupo interprete e execute os procedimentos da forma
mais independente possível. Durante a atividade, o professor poderá aproveitar para rever conceitos, problematizar situações não previstas
que surgirem e estimular a postura de trabalho cooperativo nos grupos. Questione o tipo de formação fóssil que está sendo trabalhada nesta
aula: mineralização, moldes ou mumificação?
Ao fim do trabalho de cada grupo, a produção deverá ser guardada na caixa do grupo, devidamente identificada e mantida sob a guarda de um
de seus componentes para a organização de uma exposição em local apropriado, em período a ser definido pelo professor e em um espaço
apropriado na escola ou na comunidade.
Finalmente, o próximo passo é providenciar um conjunto de três cartolinas para cada grupo de alunos. Este material será utilizado na atividade
da próxima aula, que será a construção de jogos pedagógicos.
Aula 4 - Construindo jogos sobre os fósseis e sua importância
Inicie a aula retomando as ideias discutidas ao longo do projeto, tais como:
• O que são fósseis?
• Qual a importância dos fósseis?
• Como os fósseis se formam?
• Quais são os tipos de fósseis?
• Como se desenvolvem as pesquisas científicas?
Após esta breve revisão, organize a turma em grupos de trabalho. Cada grupo terá a função de elaborar um jogo, utilizando as informações
discutidas ao longo deste projeto pedagógico. Sugira alguns tipos de jogos que poderão ser elaborados:
I. Jogo de tabuleiro:
Orientações:
• O tabuleiro será feito de duas cartolinas coladas uma na outra;
• o percurso do jogo no tabuleiro deverá será criado pelo grupo e desenhado a lápis para, posteriormente, ser feito o acabamento com canetinha
e lápis de cor;
• o caminho desenhado pelo grupo pode ter como pano de fundo uma história. Por exemplo, o percurso de um grupo de pesquisadores em busca
de objetos fósseis e de formas de identificá-los. As casas do tabuleiro poderão ter perguntas sobre o tema, desafios como pontes quebradas,
falta de verbas para continuar as pesquisas, dificuldade de acesso a alguma publicação que o ajude na identificação do material encontrado,
ataque de feras, adoecimento de algum componente da equipe de pesquisa, etc. As casas do jogo poderão ter também situações positivas,
como o auxílio de povos locais nas escavações, inclusão no grupo de um cientista com muita experiência na área e outras intervenções diversas,
que dependerão da criatividade dos alunos;
• após concluídas essas etapas, o grupo poderá incluir ainda, em algumas casas, um ponto de interrogação. O jogador que cair nestas casas
deverá responder a perguntas elaboradas pelo grupo. Caso acerte, avança no jogo. Caso erre, é penalizado de alguma forma, podendo
retroceder no percurso ou mesmo ficar parado uma rodada;
• para este jogo deverão ser providenciados um dado e peças, que podem ser clips, borrachas, apontadores etc, que representarão os jogadores
no tabuleiro;
• vence o jogo quem conseguir atingir o objetivo final, criado pelo grupo, ao final do percurso.
II. Jogo da memória:
Orientações:
• As cartolinas deverão ser recortadas em retângulos do tamanho 10cm X 15cm;
• deverá haver pelo menos dez pares de retângulos (20 cartas no total);
• cada par de cartas deverá ter uma mesma informação ou informações complementares, do tipo pergunta e resposta.
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Concluídas as etapas de construção dos jogos, agora é chegada a hora de brincar! É importante que todos os grupos elaborem em forma de
tópicos o conjunto de regras de seu jogo. A organização ficará da seguinte maneira: dois alunos serão responsáveis por explicar as regras
de seu jogo para os componentes de outro grupo, de modo que as equipes formadas brincarão com o material elaborado pelos colegas das
outras equipes.
Avaliação
Conforme os PCNs para o Ensino Fundamental I, estudos revelam que, durante o processo de interação com o objeto a ser conhecido, o
sujeito constrói representações que funcionam como verdadeiras explicações, as quais lhe fazem sentido. Assim, as ideias “equivocadas”
expressam uma construção inteligente elaborada pelo sujeito e, portanto, devem ser interpretadas como erros construtivos. Nesse caminho,
os erros passam a ser concebidos como instrumentos para se rever o processo de ensino, a fim de potencializar a aprendizagem. Esta
função diagnóstica processual e de adaptação representa o novo papel dos processos avaliativos contemporâneos, sendo sua incorporação
pelos sistemas de ensino fundamental para o pleno desenvolvimento do educando.
Ao término do trabalho com o tema, os alunos deverão:
• ter compreendido o conceito de fósseis e seus diferentes processos de formação;
• ser capazes de identificar peças fósseis, relacionando-as aos processos de fossilização que lhes deram origem;
• ser capazes de avaliar a importância dos fósseis para a compreensão do passado e do presente da Terra;
• ter conhecido espécies de animais pré-históricos encontradas no Brasil, relacionando seu descobrimento como resultado de
pesquisas paleontológicas;
• ter desenvolvido postura mais questionadora e reflexiva – menos mitificada – em relação à atividade científica;
• ter desenvolvido a capacidade de trabalhar em grupo, de expressar a criatividade, de expor suas ideias, bem como de respeitar as
ideias dos colegas.
Anotações
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