Versões da diva do grito

Propaganda
2º CADERNO
ZERO HORA
QUINTA-FEIRA,
7 DE JULHO DE 2016
CINEMA
IMAGEM FILMES, REPRODUÇÃO
Versões da diva do grito
Morre, aos 58 anos, o
ator Guilherme Karam
os dois filmes são bons, mas o francês é melhor. Giannoli apropria-se
da história da socialite considerada a pior cantora lírica do mundo e
tece uma fábula, muito particular,
com ecos de Cidadão Kane, o clássico de Orson Welles, e Crepúsculo dos Deuses, obra-prima de Billy
Wilder, na qual o personagemchave é o mordomo. É por meio
dele que Giannoli reflete sobre o
que é a arte, afinal. O mordomo
nem existe na versão de Frears,
que fica centrada no triângulo formado por Florence, o marido e o
pianista gay que ele contrata para
acompanhá-la. Giannoli investe no
drama. Frears concentra-se mais
nas possibilidades cômicas da história, mas tanto Meryl quanto ele
resistem ao que seria mais fácil – o
histrionismo como fator de riso.
Giannoli é a arte – a morte da
heroína. Frears é a artista (que
Florence, apesar de tudo, é) e a
construção da heroína. Em Marguerite, a heroína é uma construção do mordomo. Em Florence, é
uma autoconstrução e tem de se
impor aos que querem protegê-la
de si mesma, impedindo-a de fazer o célebre concerto no Carnegie
Hall. Comparativamente, Frears é
mais tradicional e convencional.
Tudo converge para o concerto
e, depois, para os esforços do marido para impedir que ela leia as
críticas. Há mais investimento no
quadro de saúde da protagonista
e uma personagem secundária ganha relevo – é a mulher, vulgaríssima, do amante de ópera. Ela é capaz de morrer de rir de Florence,
mas toma sua defesa numa cena
destinada a resgatar a humanidade
da personagem.
normalmente aparecem pouco depois dos 30 anos. No caso
de Karam, a doença foi passada
pela mãe, que também morreu
da síndrome – os outros três irmãos do artista também apresentaram a doença.
Conhecido por trabalhos em
diversas novelas, filmes como o
infantil Super Xuxa contra Baixo Astral e pelo cultuado TV
pirata, seriado de humor que
fez muito sucesso na década
de 1980, Karam teve seu último
trabalho na TV em 2005, quando era parte do elenco da novela América.
Sua primeira novela foi Partido Alto, mas ele também fez
parte do elenco de grandes folhetins como Dona Beija, Meu
Bem Meu Mal, Explode Coração, Pecado Capital e O Clone.
Já no cinema, participou dos
longas Xuxa e os duendes e Bela
donna, entre outros produções.
GIANE CARVALHO, TV GLOBO, DIVULGAÇÃO
P
ode ser mera coincidência,
mas as circunstâncias de
mercado fazem com que
estejam estreando dois filmes de diferentes nacionalidades,
feitos sobre a mesma personagem, em anos diversos. Marguerite é produção francesa de 2015,
Florence – Quem é essa mulher? é
anglo-americano, e deste ano. Xavier Giannoli dirige o primeiro e
Catherine Frot venceu o César, o
Oscar francês, pelo papel. Stephen
Frears dirige o segundo e você
pode apostar que Meryl Streep,
mais uma vez, será indicada para
o próximo Oscar. Poderá até ganhar, mas quem merece o prêmio
é Hugh Grant, no papel de sua vida. Ele nasceu para ser St. Clair
Bayfield, o companheiro de Florence Foster Jenkins.
Vamos logo acrescentando que
OBITUÁRIO
O ator Guilherme Karam, conhecido por atuações em várias
novelas da Globo e no cultuado seriado TV pirata, morreu
na manhã desta quinta-feira,
no Rio de Janeiro. Aos 58 anos,
ele estava internado havia cerca
de dois anos no Hospital Naval Marcílio Dias tratando da
síndrome de Machado-Joseph,
uma doença degenerativa. A informação foi confirmada ao Extra por familiares do ator.
Causada por um gene que
produz uma proteína anormal
que afeta as células, a doença
crônica, sem cura, atinge as estruturas neurológicas responsáveis pela coordenação dos
movimentos e do equilíbrio.
Portadores da doença têm 50%
de chance de passá-la aos filhos.
Em boa parte dos casos, o potencial doente tem de conviver
durante anos com a perspectiva
de desenvolver os sintomas, que
ASSISTA AGORA
Trailer de “Florence – Quem é essa mulher?”
5
Karam sofria da síndrome de Machado-Joseph, que prejudica movimentos
TOP DA REDE
FOTOS REPRODUÇÃO
ZOEIRA
CLIPE DE “A PIADA MORTAL”
O VERDADEIRO FINAL DE “CAPITÃO AMÉRICA”
Uma das melhores HQs do Batman foi transformada em
animação. O canal do YouTube da DC Comics revelou, esta
semana, um novo clipe do desenho animado: a tensa cena
em que o Homem Morcego descobre a fuga do Coringa.
Dizem que ela, a zoeira, não tem limites. Será mesmo?
Será que não existem ambientes e momentos impróprios
que deveriam ser livres de zoeira? E até que ponto a zoeira
é engraçada? São questões levantadas pelo novo vídeo do
Porta dos Fundos.
O terceiro filme do Capitão América é considerado um dos
grandes feitos dos estúdios Marvel, com uma história bem
amarrada e direção consistente. Mas o pessoal do canal
How It Should Have Ended acha que o final poderia ser
diferente...
Download