UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE FÍSICA ______________________________________________________ Laboratório de Física Moderna 1. Título: Dispersão do cristal de quartzo 2. Objetivo: • Determinar a relação de dispersão do cristal de quartzo. 3. Introdução Teórica: A decomposição da luz branca em cores por um prisma (Fig. 1) é devida à dispersão, isto é, ao fato que o índice de refração depende do comprimento de onda. A fórmula que relaciona o índice de refração com o comprimento de onda denominase relação de dispersão e o objetivo deste experimento é determinar a relação de dispersão do quartzo de um prisma. . Fig.1. Dispersão por um prisma. A dispersão da luz se manifesta em fenômenos naturais, como o arco íris, e em vários campos da ciência e tecnologia. Por exemplo, em lentes dá lugar à aberração cromática e, em comunicações por fibra óptica, produz um alargamento dos pulsos de luz que se propagam nas fibras, limitando a taxa de transmissão. Assim, conhecer a relação de dispersão é importante para projetar lentes de câmeras, telescópios e microscópios e sistemas de comunicação óptica. Na região do espectro visível, na maioria dos materiais o índice de refração diminui com o comprimento onda (este comportamento se diz dispersão normal; se dn/dλ > 0 se diz dispersão anômala) e, portanto, luz vermelha viaja mais rápido que luz azul. Uma forma de descrever a dispersão da luz em um meio é empregando a equação de Sellmeyer (Eq. 1). É uma relação empírica entre o índice de refração e o comprimento de onda para um meio transparente: 1 1 ⁄ 1 ⁄ .1 Com esta equação, podemos obter das medidas um ajuste adequado para os coeficientes (A1, B1, A2, B2) da equação de Sellmeyer, permitindo obter o índice de refração com boa precisão. Os valores de n podem ser medidos usando-se um prisma do material de interesse com um canto de ângulo , chamado de ângulo refrator (fig. 2), e determinando-se o ângulo de desvio mínimo do raio de luz com o espectroscópio, empregando a relação 2 2 Fig. 2. Desvio de um raio de luz por um prisma. 4. Parte Experimental: • Material necessário: • Espectroscópio (fig.3) • Fonte luminosa • Prisma de quartzo Fig. 3. Espectroscópio e seus componentes .2 • Procedimento experimental 1) Alinhamento inicial: (utilize luz branca ou qualquer lâmpada) a) Destrave a trava do telescópio e alinhe a fenda de entrada de luz com o telescópio de leitura. Ajuste o foco do telescópio observando a fenda. Coloque um papel branco entre o prisma e telescópio e ajuste o foco da ocular observando a cruz (a lente ocular desliza, não é parafusada). A fenda e a cruz devem aparecer nítidas no campo visual. Atenção: o foco depende do olho de cada pessoa. b) Trave o telescópio e faça o ajuste fino com o parafuso de avanço da base giratória. Atenção: a linha vertical da cruz deve coincidir com o lado da fenda que não se move. c) Uma vez alinhado, solte a trava do vernier e ajuste o "zero" da escala bem perto do "zero" do Vernier. Trave o espectroscópio e com ajuda da lupa para ver bem os riscos no Vernier, ajuste o “zero” movendo o espectroscópio com o ajuste fino do Vernier. 2) Medida do ângulo refrator do prisma Para medir usamos o fato que o ângulo entre os dois raios refletidos nas duas faces do prisma é sempre igual a 2 (fig. 4). a) Destrave o telescópio. b) Coloque o prisma com o ápice apontado para a fenda e procure a imagem refletida em uma das faces do prisma. Reajuste o foco da luneta. c) Se a imagem da fenda não estiver paralela à linha vertical da cruz, gire levemente a fenda até alinhá-la corretamente. d) Procure a imagem refletida na outra face do prisma. e) As imagens vistas por reflexão nas duas faces do prisma devem estar à mesma altura no campo visual. Se isto não acontece é porque o prisma está inclinado. Caso isto não ocorra deve nivelar mesa de amostra. f) Alinhe com uma das reflexões e verifique em cada imagem refletida qual é o lado da fenda que não se move. g) Trave o telescópio e alinhe finamente (parafuso de avanço da base giratória) a cruz com o lado da fenda que não se move. Faça a leitura dos ângulos (L1 e L2) no Vernier correspondente às duas reflexões. Atenção: uma das leituras (por exemplo, L1) coincide com o ângulo defletido na reflexão enquanto que a outra (por exemplo, L2) deve ser subtraída de 360º: = (L1+ 360º - L2)/2. Fig. 4. Esquema para medir . 3) Achando o ângulo de desvio mínimo: a) Posicione o prisma de modo que os raios refratados se dirijam para o lado dos ângulos “positivos” (para não ter de subtrair 360º em toda medida). b) Destrave o telescópio e ache a raia amarela. Ajuste o foco e feche a fenda até obter uma imagem nítida e o mais fina possível. c) Destrave a mesa da amostra ligeiramente de modo que a mesma possa girar sem cair. Gire a mesa do prisma com uma mão e acompanhe a raia amarela movendo o telescópio com a outra mão até achar a posição em que o desvio é mínimo. d) Trave o telescópio e a mesa. e) Utilizando o avanço fino do telescópio, alinhe a linha vertical da cruz com o lado da imagem da fenda que não se move e leia o ângulo no Vernier. Agora você já tem uma medida de desvio para esse comprimento de onda, . f) Para medir outras linhas, siga sempre a mesma rotina: destrave telescópio; mova-o até chegar perto da linha; trave o telescópio e alinhe com o “fino”. • Tratamento de Dados: • Organize os dados numa tabela: cor, comprimento de onda, desvio angular , índice de refração (n) calculado através da Eq. 2. • Trace um gráfico de n versus . • Ajuste a equação de Sellmeyer aos pontos experimentais e obtenha os coeficientes A1, B1, A2, B2... • Questões: 1) Observando a figura 5 e usando a lei de Snell na primeira refração, obtenha a equação 2. Fig. 5. Desvio de um raio de luz por um prisma (esquerda) como soma dos desvios na primeira e na segunda refração (direita). OBS: Não se esqueça de sempre avaliar e apresentar os erros para cada resultado apresentado.