FUNDAMENTOS DE TEORIA ECONÔMICA Victor Prochnik E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO 1 Questões da economia: 1 como funciona/ não funciona sistema econômico, i. e., como consegue fornecer/ não fornecer bens. 2 Pq há expansão e retração? 3 Pq, no longo prazo, há principalmente expansão? A MÃO INVISÍVEL Para chegar à prosperidade atual, é necessário sistema p/ coordenar atividades produtivas (produção e distribuição) Econ de mercado: não há ninguém responsável, produç e consumo são resultados de decisões descentralizadas das empresas e indivíduos. Econ. de comando: há autori-dade central, não funciona, filas p/ consumidores, faltam insumos p/ produtores etc INTRODUÇÃO 2 1776, Adam Smith: indivíduos buscando auto interesse muitas vezes acabam servindo o interesse da sociedade “ele procura apenas o seu próprio ganho e, nisso, como em muitos outros casos, é levado por uma mão invisível a promover um fim que não estava em suas intenções”. Microeconomia é o estudo de como indivíduos tomam decisões e como essas decisões interagem. Prosperidade advém da adoção de economia de mercado e da mão invisível. Mas busca do interesse próprio pode causar danos à sociedade (falhas de mercado) – motorista no congestionamento, poluição, excesso de exploração de recursos naturais 1 CAPÍTULO 1 PRINCÍPIOS BÁSICOS Análise econômica se baseia em conjunto comum de princípios que se aplicam a muitas questões. TRÊS CONJUNTOS DE PRINCÍPIOS: PRIMEIRO conjunto: p/ entender a análise econômica de como os indivíduos fazem escolhas Análise econômica trata antes de tudo das escolhas que os indivíduos fazem. A mais simples das decisões é formada pelas decisões de milhares de outras pessoas. Nossas escolhas interagem. 1 ESCOLHA INDIVIDUAL: O CERNE DA ECONOMIA 1.1 Recursos são escassos, é necessário fazer escolhas Escolhas da sociedade resultam de escolhas individuais, em uma economia de mercado. Mas algumas escolhas a sociedade decide não deixar para o nível individual – compra de áreas verdes para impedir construções. 1.2 Custos de oportunidade: o custo real de algo é o que vc é obrigado a abrir mão para adquiri-lo. Custos de oportunidade é igual a tudo aquilo que você tem que abrir mão para obter a sua escolha. Todos os custos são custos de oportunidade 1.3 Quanto? É uma decisão na margem. Normalmente, a questão não é isto ou aquilo, mas quanto. Essa é uma questão cuja resposta depende dos custos e benefícios de fazer mais um pouco : tempo de estudo dedicado a uma matéria; decisão envolve trade-off, logo são decisões marginais que envolvem trade offs na margem. 1.4 Oportunidades são reveladas por incentivos, o preço é o principal incentivo. As pessoas em geral exploram as oportunidades de melhorar sua própria situação. Em consequência, responderão a incentivos. INTERAÇÃO: COMO ECONOMIAS FUNCIONAM 1 Resultado pode ser bem diferente do que o pretendido Ex. Atualização técnica na agricultura levou à queda do preço, redução de rendas e expulsão de fazendeiros. Quando muitos plantam variedade melhor, resultado pode ser o de piorar a situação dos agricultores em seu conjunto. 2.1 Há ganhos de comércio, surgem da especialização. Comércio e ganhos com o comércio. 2.2 Mercados se movem em direção ao equilíbrio Ex. filas nas caixas de supermercado. Uma situaç econômica está em equilíb quando nenhum indivíduo está em melhor situaç se fizer algo diferente. Em geral, mercados alcançam equilíb via mudança de preços. 2 INTERAÇÃO: COMO ECONOMIAS FUNCIONAM 2 2.3 PARETO. Eficiência é o uso dos recursos de modo a explorar plenamente as oportunidades de melhorar a situação de cada um, sem piorar a situação dos outros Quando economia é eficiente, ela está produzindo o máximo de ganhos do comércio dados os recursos disponíveis, porque não existe maneira de rearranjar o uso dos recursos de forma a melhorar a situação de todo mundo. EFICIÊNCIA x EQUIDADE. Eficiência não é o único critério a ser buscado pela política econômica – vagas para idosos. Outros critérios são justiça e igualdade.. 2.5 EXCEÇÃO: FALHAS DE MERCADO E GOVERNO Quando os mercados não alcançam a eficiência, a intervenção do governo pode melhorar o bem –estar da sociedade Por que mercados falham? Ações dos indivíduos têm efeitos colaterais, uma das partes impede trocas mutuamente benéficas p/ capturar para si proporção maior dos recursos, alguns bens, pela sua natureza, não servem para uma administraç eficiente pelos mercados. 3 TERCEIRO CONJUNTO DE PRINCÍPIOS INTERAÇÕES DO CONJUNTO DA ECONOMIA Para entender recessões, temos de entender as interações do conjunto da economia , para isto é preciso entender mais três princípios 3.1 O gasto de uma pessoa é a renda de outra. Ex. queda dos investimentos leva a diminuição das rendas dos demais. 3.2 PODE HAVER CAPACIDADE OCIOSA Algumas vezes, o gasto em seu conjunto fica fora de alinhamento com a capacidade produtiva da economia Ex.; grande depressão, excesso de gastos levando à inflação. 3.3 Quando mercados falham, INTERVENÇÕES DO GOVERNO podem melhorar o bem-estar da sociedade. Políticas governamentais podem modificar os gastos 3 APÊNDICE AO CAPÍTULO 2 GRÁFICOS, VARIÁVEIS, MODELOS ECONÔMICOS VARIÁVEL é uma qte q pode tomar mais de um valor. Exs: idade de uma pessoa, preço de um bem ou renda familiar. A maior parte dos modelos econômicos descreve a relação entre duas variáveis, com a simplificação de manter constan tes as outras variáveis que podem afetar essa relação GRÁFICOS DE DUAS VARIÁVEIS: representa relação causal, X é a variável independente e Y a dependente. Economia é exceção, preço, variável independente, fica no eixo Y. QQ linha em um gráfico é chamada CURVA. Se é uma reta, trata-se de uma RELAÇÃO LINEAR. RELAÇÃO POSITIVA aumento de uma variável é associado a aumento de outra variável. Gráficos, funções RELAÇÃO POSITIVA: aumento de uma variável é associado a aumento de outra variável. RELAÇÃO NEGATIVA (análogo) INTERCEPTO HORIZONTAL é o ponto em que a curva toca o eixo dos X (x=0). INTERCEPTO VERTICAL (análogo) Uma FUNÇÃO representa uma relação causal quantitativa Exs: Y = 20 - 2X OU Y = -10 + 5X OU Y = X2 - 4 A INCLINAÇÃO DA CURVA Indica o qto a variável Y é sensível a uma mudança na var X. INCLINAÇÃO DE UMA CURVA LINEAR: distância vertical é qto y se modifica, análogo para X. Inclinação = mudança em Y/mudança em X = delta Y/delta X Inclinação positiva qdo mudança em Y tem o mesmo sinal que mudança em X. Inclinação curva horizontal= zero. Curva vertical é infinito 4 INCLINAÇÃO DE UMA CURVA NÃO LINEAR Aquela cuja inclinação muda à medida que nos movemos ao longo dela. Inclinação positiva crescente (se a curva se torna mais íngreme) Inclinação negativa decrescente Em diferentes pontos de curvas não lineares, o valor da inclinação muda. Inclinação no Arco – é uma medida da inclinação média entre os dois pontos. Usada quando não há informação suficiente para traçar uma curva contínua. Ponto máximo, ocorre quando a inclinação passa de positiva para negativa CAPÍTULO 2 Modelos Econômicos: Trade-Offs e Comércio Teoria econômica consiste principalmente em uma coleção de modelos, uma série de representações simplificadas da realidade econômica. Modelos permitem concentrar somente nos efeitos de uma mudança de cada vez, isto é, eles permitem manter todo o resto constante e estudar como as propostas afetam o resultado econômico geral. Por isto, é importante o pressuposto de TUDO O MAIS CONSTANTE (CETERIS PARIBUS). PRIMEIRO MODELO: A FRONTEIRA DAS POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO - FPP. 5 Continuação FRONTEIRA DAS POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO - FPP. A FPP mostra a qte máxima de um bem que pode ser produzida, dada a qte produzida de outro bem. Aqui, o número máximo de cocos que Tom pode colher por semana depende do número de peixes que ele pesca e vice-versa. FPP E EFICIÊNCIA - A FPP mostra o conceito de EFICIÊNCIA. Na eficiência, NÃO HÁ CAPACIDADE OCIOSA, não há oportunidades desperdiçadas. Não há maneira de produzir mais de um bem sem produzir menos de outro bem. Pontos internos são INEFICIENTES pq poderia estar produzindo mais de ambos os bens. FPP E CUSTO DE OPORTUNIDADE CUSTO DE OPORTUNIDADE – é o que tem que ser sacrificado a fim de obter o bem, além do dinheiro. Se o custo de oportunidade de uma unidade adicional não muda, a FPP é uma linha reta. Abaixo: Tom tem custo de oportunidade crescente, quanto mais peixe ele pesca, tanto mais cocos ele é obrigado a dispensar para pescar um peixe adicional. E vice-versa Linha reta é mais prático, mas custos de oportunidade são crescentes pois, quando a produção de um bem é relativamente pequena, pode-se usar recursos especialmente adequados para essa produção. 6 FPP E CRESCIMENTO ECONÔMICO - capacidade crescente da economia de produzir bens e serviços. É uma expansão das possibilidades de produção da economia, o que a economia PODE produzir. Existem duas fontes de crescimento econômico, aumento nos fatores de produção (recurso que é usado, mas não desaparece na produção, terra, trabalho, capital e capital humano) e progresso tecnológico. Cresc econômico é um aumento naquilo que a economia PODE produzir. O que a economia de fato produz depende das escolhas que as pessoas fazem. SEGUNDO MODELO - VANTAGEM COMPARATIVA E GANHOS DO COMÉRCIO Como recursos são escassos, pessoas enfrentam trade-offs, se dedica recursos a produzir um bem, vai ter menos recursos para produzir outros bens. Inclinação da FPP é -3/4, o custo em cocos de um peixe a mais. Consumo sem comércio. Supondo que Tom pesca e consome 28 peixes e pega e consome 9 cocos, Hank 6 peixes e 8 cocos Se ambos têm diferentes custos de oportunidade, eles podem fazer trato que melhora a situação de ambos, Tom só pescando e Hank apenas pegando cocos. Tom pega 40 peixes e dá 10 para Hank. Hank pega 20 cocos e dá 10 para Tom. Consumo com comércio: Tom 30 peixes, 10 cocos e Hank 10 peixes e 10 cocos. Porque Tom é tão bom de pesca, seu custo de oportunidade de catar coco é alto. Um indivíduo tem uma vantagem comparativa na produção de algo se o custo de oportunidade daquela produção é mais baixo para aquele indivíduo do que para outras pessoas. 7 Limites das trocas: Hank não aceitará uma troca em que tenha que entregar mais de dois cocos por peixe. Tom não aceita troca em que tenha que entregar mais de 4/3 de peixe por coco, isto é, ¾ de coco por peixe. Faixa possível é entre 4/3 e ¾. A especialização permite produzir mais e ter ganhos de comércio. Basta cada um ter vantagem comparativa em relação ao outro em algo. Note-se que Tom tem vantagem absoluta nos dois bens. 8