16.01.2016 clipping eletrônico SES

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Jornal do Commercio - PE
16/02/2016 - 08:17
Pinga-Fogo
Chovendo audiência pública
Na retomada dos trabalhos na Assembleia Legislativa, neste ano eleitoral, o líder da
oposição, Sílvio Costa Filho (PTB), enumera as quatro audiências públicas agendadas
até março sobre temas sensíveis ao governo: Pacto Pela Vida, sistema de saúde estadual
(incluindo UPAs e maternidades), obras paradas de mobilidade e Arena Pernambuco.
Jornal do Commercio - PE
16/02/2016 - 08:17
Noronha em alerta máximo
EPIDEMIA Nas primeiras seis semanas do ano, há registro na ilha de 62 casos suspeitos
das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
O Arquipélago de Fernando de Noronha tem aparecido na lista dos locais com
incidência mais alta de arboviroses (doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti)
nos dois últimos boletins que retratam o avanço da tríplice epidemia em Pernambuco.
Com 2,9 mil habitantes, a ilha soma 62 registros de pessoas que adoeceram com
sintomas de dengue, chicungunha e zika nas seis primeiras semanas do ano. Deste total,
dois casos foram confirmados como chicungunha – doença que já deixa em alerta, pelo
menos, as 87 cidades pernambucanas onde há notificações.
“Fernando de Noronha é uma área turística, que recebe diariamente uma quantidade
grande de pessoas de todos os Estados do Brasil e do exterior. É muito frequente que a
gente receba pessoas doentes, que trazem o vírus (das doenças transmitidas pelo Aedes).
Precisamos fazer um trabalho de vigilância permanente para que esses casos não
disseminem os vírus na ilha”, informa a coordenadora de Saúde de Fernando de
Noronha, Fátima Souza.
Ela reconhece o avanço de casos de dengue na ilha no ano passado e acredita que o
vírus pode ter sido trazido de turistas de cidades brasileiras onde houve epidemia
registrada, como São Paulo. “Houve aumento considerável”, diz Fátima, referindo-se
aos 463 registros de pessoas que adoeceram com sintomas sugestivos de dengue na ilha
em 2015. Desse total, 102 foram confirmados. A Secretaria Estadual de Saúde (SES)
informou que, ainda nesta semana, uma equipe deve ir a Noronha para investigação dos
casos. A SES acrescenta que a alta incidência de dengue do ano passado é decorrente de
casos não só de moradores do arquipélago, mas também de turistas.
Das 62 notificações de arboviroses na ilha durante as seis primeiras semanas do ano, 14
são casos suspeitos de dengue, 22 de zika e 26 de chicungunha. Os números atuais
chamam a atenção quando comparados aos anos em que não houve epidemia. “Em
2014, foram registrados 11 casos de dengue, com 9 confirmações. Em 2013, 24
notificações sem confirmações.
RADIAÇÃO
A pesquisa da Fiocruz Pernambuco e da Universidade Federal de Pernambuco, com o
objetivo de analisar se o uso da radiação nuclear é capaz de controlar o Aedes, é um dos
métodos em estudo para diminuir a densidade populacional do mosquito.
Nacionalmente, é a primeira técnica a usar a radia- ção nuclear com essa finalidade. “O
processo parte do pressuposto do acasalamento, de interferir no processo de reprodução
dos insetos, uma vez que os machos estéreis inviabilizam a produção de novos ovos
viáveis”, diz a pesquisadora Alice Varjal, da Fiocruz Pernambuco.
De dezembro até agora, quase 30 mil mosquitos machos, esterilizados com radiação
gama, foram liberados na Vila da Praia da Conceição, no arquipélago. Em seis meses,
devem ser avaliados os resultados para verificar se a redução de cerca de 70% da
viabilidade dos ovos, observada em laboratório, também se confirma em campo.
“Tentarei ir para uma reunião com a Agência Internacional de Energia Atômica, em
Brasília, no dia 22 deste mês. É importante mostrar que podemos contribuir nesse
processo de viabilidade da técnica”, diz Alice.
Jornal do Commercio - PE
16/02/2016 - 08:17
Internado bebê com hidrocefalia
Um dos dois bebês com microcefalia em Pernambuco que apresentaram hidrocefalia
(acumulação de líquido no cérebro) precisou ser internado no Instituto de Medicina
Integral Professor Fernando Figueira (Imip) no domingo (14). “Ele está na enfermaria
pediátrica e apresentou dificuldade para se alimentar, mas está estável. De qualquer
forma, precisa de um acompanhamento cuidadoso”, diz a pediatra Danielle Cruz, que
tem acompanhado os recém-nascidos com microcefalia que recebem atendimento no
Imip.
A médica explica que o bebê nasceu com 27 cm de perímetro cefálico, mas este mês
chegou a apresentar 41 cm, uma situação que não é comum. “Na semana passada, foi
colocada uma válvula na cabeça para drenar o líquido. Tudo ocorreu sem intercorrência.
Ele deverá voltar a ter perímetro cefálico entre 31 e 32 cm, como na consulta de
dezembro.”
Membro do Comitê Técnico de Arboviroses do Ministério da Saúde, o médico Carlos
Brito acredita que o aparecimento de um quadro de hidrocefalia em um bebê que nasceu
com microcefalia, embora incomum, pode ser mais um espectro do que tem chamado de
zika congênita. “A microcefalia certamente é só um dos espectros da infec- ção pelo
vírus na gestação”, salienta Carlos Brito. Em matéria no JC publicada em dezembro, ele
e outros especialistas relataram outras complicações que podem estar associadas à
exposição ao vírus na gestação, principalmente se a infecção acontece na fase
embrionária.
Jornal do Commercio - PE
16/02/2016 - 08:17
Entidade nega ter avaliado larvicida
Após sites de notícias e blogs afirmarem que o larvicida pyriproxyfen está relacionado
ao aparecimento de casos de microcefalia no Brasil, a Associação Brasileira de Saúde
Coletiva (Abrasco) divulgou nota ontem negando que tenha feito tal relação em
comunicados anteriores publicados no site da entidade. O larvicida é utilizado pelo
Ministério da Saúde desde o fim de 2014 no combate às larvas do mosquito Aedes
aegypti.
Na semana passada, o governo do Rio Grande do Sul suspendeu temporariamente seu
uso após relatório de um grupo argentino apontar a possibilidade de a substância
potencializar a má-formação cerebral causada pelo vírus da zika. O texto argentino cita
uma nota técnica da Abrasco em que a associação alerta para o uso contínuo do produto,
sem contudo fazer a relação entre ele e o aparecimento dos casos da doença.
De acordo com a nota divulgada ontem, a associação registra que em momento nenhum
afirmou que os pesticidas, larvicidas ou outro produto químico sejam responsáveis pelo
aumento do número de casos de microcefalia no Brasil.
A entidade também ressalta que as incertezas provocam insegurança na população e é
terreno fértil para disseminar inverdades e conteúdos sem qualquer (ou suficiente)
embasamento científico.
A associação, porém, reafirma sua preocupação quanto ao uso do produto. “A Abrasco
apoia decisões pautadas pelo princípio da precaução, como a suspensão do uso do
larvicida pyriproxyfen, e reafirma que as ações de combate ao vetor nas últimas décadas
têm se mostrado inefetivas, posto o contínuo crescimento do número de casos das
doenças transmitidas pelo mosquito”.
Na avaliação da Abrasco, há forte associação entre o vírus da zika e lesões neurológicas, mas ainda não é possí- vel considerar que o nexo causal esteja definitivamente
estabelecido. “Entende-se que há muito a ser esclarecido sobre a associação com outros
fatores, como variantes do vírus e imunidade”, diz a entidade.
Jornal do Commercio - PE
16/02/2016 - 08:17
Teste de zika em 20 minutos
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu ontem registro de teste
rápido para detecção do vírus zika. O produto, do laboratório canadense Biocan
Diagnostics, é capaz de detectar se o paciente está ou esteve infectado pelo zika em até
20 minutos.
Hoje o exame mais comum no Brasil para diagnosticar o zika é o PCR, que só detecta o
vírus na fase aguda da doença. Este teste rápido é o quarto produto aprovado pela
Anvisa para o diagnóstico do zika e o terceiro capaz de identificar se o paciente teve a
doença mesmo após a eliminação do vírus, pois detecta pela presença de anticorpos.
A necessidade de ter mais exames disponíveis para a detecção do zika aumentou depois
que o Ministério da Saúde confirmou que quando gestantes são infectadas pelo vírus
podem vir a ter bebês com microcefalia (alformação no cérebro).
Enquanto em 2014, quando o vírus ainda não circulava fortemente no País, foram
registrados 147 casos da anomalia, entre outubro de 2015 e o começo de fevereiro de
2016 foram confirmados mais de 460 casos (41 têm relação confirmada com o zika.
Mais 3.852 suspeitas estão em investigação.
MULTA
A presidente Dilma Rousseff estuda aplicar uma multa federal a donos de propriedades
que sejam reincidentes no flagrante por agentes de saúde de focos de procriação do
Aedes. Segundo o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, a presidente já questionou a
Advocacia-Geral da União para saber se a punição é legal.
Jornal do Commercio - PE
16/02/2016 - 08:17
Lesão ocular preocupa os especialistas
Pelo menos dez bebês nascidos com microcefalia em Pernambuco têm preocupantes
lesões oculares, como palidez do nervo óptico e/ou hipoplasia – alteração congênita
caracterizada por má-formação do nervo óptico. “Pode ser um comprometimento
justificado pela microcefalia, enquanto que a palidez do nervo óptico sugere que alguma
agressão aconteceu, como possível infecção pelo zika vírus, já que exames de
toxoplasmose, citomegalovírus, herpes, sífiliseHIV dos bebês deram negativo”, diz a
oftalmologistaCamila Ventura, da Funda- ção Altino Ventura. Ela é uma das autoras do
estudo, publicado este mês no Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, que relata os casos
dos dez recém-nascidos com a anomalia.
“Entre as mães, 70% tiveram sintomas sugestivos de zika na gestação, como manchas
vermelhas e coceira na pele, febre e dores nas articulações”, diz. Sete dos bebês
apresentaram lesões nos dois olhos. “São problemas que, quando aparecem em
conjunto, causam baixa visão.” A oftalmologista, que também relatou alterações
oculares nos bebês na revista científica The Lancet de janeiro, está em fase de
finalização de mais um estudo que analisa a saúde ocular de outros 40 bebês com
microcefalia.
Diario de Pernambuco - PE
16/02/2016 - 08:05
Morte do Mestre Manuel Eudócio está sendo investigada
A morte de mestre Manuel Eudócio Rodrigues, um dos discípulos do Mestre Vitalino,
aos 85 anos, ainda conta com uma dúvida: se o artesão estava ou não com chikungunya,
uma vez que foi internado com sintomas da doença. A Secretaria de Saúde de
Pernambuco informou que enviou uma equipe para averiguar o caso e que o laudo
oficial que determina a presença da doença deve ser concluído ainda esta semana.
Mestre Eudócio faleceu no último sábado, depois de passar por uma UPA, pelo Hospital
Regional do Agreste e ser internado no Hospital Mestre Vitalino com sintomas de
chikungunya. O artesão já tinha um quadro grave de diabetes, que o levou a ter que
amputar um dos dedos do pé em 2015. Ontem, o prefeito de Caruaru, José Queiroz
anunciou a intenção de transformar o ateliê do artista em um memorial.
Folha de Pernambuco - PE
16/02/2016 - 07:32
Governo federal e Estados cortam recursos contra epidemias
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/02/1739898-governos-gastam-menoscontra-epidemias.shtml
Folha de Pernambuco - PE
16/02/2016 - 07:32
Folha Política
DESPERDÍCIO -Foi no domingo, quando parte das lideranças da oposição ainda
andavam nas suas bases, que o deputado estadual Silvio Costa Filho dirigiu-se à UPA
do Arruda, para flagrar o estado de deterioração em que se encontra sem nem ter sido
inaugurada ainda, embora a obra tenha ficado pronta em 2014.
Folha de Pernambuco - PE
16/02/2016 - 07:32
Viroses do Aedes lotam as emergências
DEMANDA intensa tem levado pacientes nas redes pública e privada a esperarem até
dez horas
Febre, dor no corpo, manhas na pele. Os sintomas comuns às viroses causadas pelo
Aedes - dengue zika e chikununya - têm lotado as emergências dos hospitais públicos e
privados da Capital, refletindo, assim, os dados dos boletins epidemiológicos: Recife
registrou 1.412 notificações dessas doenças só em janeiro passado. A Folha percorreu,
ontem, cinco unidades de saúde, sendo três delas UPAs e dois hospitais particulares. E
encontrou a mesma situação: pacientes esperando atendimento á quase dez horas e
superlotação.
Em algumas das UPAs, segundo a Secretaria Estadual e Saúde (SES), estão sendo
atendidas até 600 pessoas por dia com sintomas da epidemia. Nos privados, 90% dos
atendimentos são relacionados às viroses transmitidas pelo mosquito. No início da tarde,
a UPA a Imbiribeira, Zona Sul, estava com 70 pacientes esperando. “Estou com febre,
dor no corpo e mancha na pele. E há 44 pessoas na minha frente aguardando
atendimento. Vou ficar aqui deitada no chão. Me sinto melhor assim”, lamentou a
diarista Simone Avelino, 36. Na UPA da Abdias de Carvalho, 80 pessoas na fila. Após
esperar dez horas para ser atendida, a doméstica Josefa Joselma, 67, foi avaliada pelo
médico e recebeu alta. “Ele passou medicação para tomar em casa para a febre e a dor”.
Na UPA de Nova Descoberta, Zona Norte, não foi diferente: superlotação e pilhas de
prontuários com queixas de sintomas das arboviroses. Josineide Agripino, 67,
lamentava as dores no corpo e a febre alta. “Estou aqui desde oito da manhã. Já são
17h30”, relatou. Após ser atendida pelo médico, cerca de 30 minutos depois, tomou
uma injeção de dipirona e ficou mais aliviada. A mesma situação ocorre nos hospitais
da rede particular. No Derby, por exemplo, unidade de saúde estava lotada. De acordo
comuma das recepcionistas, 90% dos casos que chegam, são relacionados às viroses
causadas pelo Aedes. O aposentado Fernando Cândido aguardava esperava há cinco
horas. “Tem médico, mas é muita gente doente”, disse. Em outra unidade, na Madalena,
cerca de 40 pessoas aguardavam. “Estou com febre, dor no corpo emanchas e esperando
há três horas.”, comentou o funcionário público Pedro Barros.
Em nota, a assessoria de Imprensa da SES informou que a demanda de pacientes tem
aumentado, motivada, principalmente, pelo aumento dos casos de arboviroses. Mesmo
assim, as UPAs vêm mantendo as escalas de profissionais completas , garantindo
assistência, sem restrição no atendimento. Procurado pela Folha para comentar o
aumento da demanda, o Sindicato dos Hospitais de Pernambuco não retornou às
ligações.
Folha de Pernambuco - PE
16/02/2016 - 07:32
Novo teste para zika
A Anvisa aprovou ontem o registro de um novo teste sorológico para diagnóstico do
zika. Esse é o 4º autorizado em um intervalo de duas semanas. Também é o 3º que
promete detectar anticorpos do vírus, com diagnóstico meses após a infecção. Segundo
a Anvisa, o produto, fabricado pela empresa canadense Biocan Diagnostics, permite
obter resultados em até 20m. O resultado ocorre a partir da detecção de anticorpos do
vírus em amostras de sangue - há outros dois testes semelhantes de uma empresa alemã
aprovados. Além desses, a Anvisa autorizou o registro de diagnóstico pelo método PCR
(que detecta o genoma do vírus) - custa entre R$ 500 e R$ 1,3 mil.
DISPONÍVEIS
Em Pernambuco, a SES realiza dois exames diagnósticos para dengue e chikungunya:
PCR e a sorologia, os dois devem ser feitos até o quinto dia da doença. Ainda não há
exame na rede para o zika. Segundo a SES, o Lacen está sendo estruturado para oferecer
testes para identificar o vírus associado à microcefalia em recém-nascidos.
No País, o Ministério da saúde prometeu para o início deste mês a distribuição das
primeiras 50 mil unidades do Kit NAT Discriminatório para dengue, zika e
chikungunya Desenvolvido pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná em conjunto
com a Fiocruz, será capaz de dar o resultado em 2h. A produção está atrasada e só
deverá chegar ao mercado no final deste mês.
Folha de Pernambuco - PE
16/02/2016 - 07:32
Noronha em alerta
Fernando de Noronha teve em 2015 o pior ano dá série histórica de dengue nos últimos
oito anos e já enfrenta em 2016 a enxurrada da casos de dengue, zika e chikungunya.
Somente neste ano, já são 14 notificações de dengue, 22 de zika e 26 de chikungunya.
Até agora foram confirmadas duas pessoas com chikungunya. Os dados são até o último
dia 13 de fevereiro. E já deixam o arquipélago em alerta. Tanto que hoje será lançado na
Ilha o comitê de combate as arboviroses. MPPE, polícias Civil, Militar e Federal,
Instituto Chico Mendes, Conselho Distrital, Projeto Tamar e Projeto Golfinho Rotador,
Aeronáutica confirmaram participação.
Folha de Pernambuco - PE
16/02/2016 - 07:32
Mais 60 mil mosquitos estéreis soltos
Três mil mosquitos estéreis por radiação nuclear serão soltos semanalmente na Vila da
Praia de Conceição, em Fernando de Noronha, pelos próximos cinco meses, totalizando
60 mil. Já foram enviados para a Ilha 27 mil Aedes machos desde dezembro do ano
passado, para um experimento de controle populacional do vetor. A expectativa da
Fiocruz é que esses insetos esterilizados ao cruzarem com as fêmeas selvagens
interrompam o ciclo de reprodução, diminuindo assim a infestação.
O uso de tecnologia atômica é uma das apostas nacionais e internacionais no controle do
Aedes diante da fragilidade dos inseticidas e larvicidas para conter a epidemia.
Representantes a Agência Internacional de Energia Atômica se reúnem em Brasília
amanhã e quinta para discutir o assunto. O projeto pernambucano será apresentado no
dia 22. “Pretendemos apresentar que não estamos no ponto zero na viabilidade da
técnica”, comentou a pesquisadora-chefe do estudo em Noronha, Alice Varjal.
LARVICIDAS
A pesquisadora relembrou que o mosquito tem uma capacidade de adaptação grande e
pode adquirir resistência aos inseticidas e larvicidas. “Nossa indicação tem sido a
rotatividade de inseticidas para evitar essa resistência. Uma rotatividade de três, quatro
ou cinco anos”, explicou, destacando que o Governo Federal pecou neste quesito há
anos, quando por cerca de 12 anos utilizou o larvicida Temfós sem alternar.
Cientistas atestaram em várias cidades brasileiras que o produto tinha perdido a eficácia.
A mesma polêmica envolve o fumacê. “Ele é uma medida que não é de controle, mas
para bloqueio de transmissão. A ideia é matar a maior quantidade possível de fêmeas
infectadas. Mas controle de vetor se faz com a eliminação a produção de novos
mosquitos, isso na fase larval”, avaliou.
Folha de Pernambuco - PE
16/02/2016 - 07:32
Alterações além da microcefalia
PESQUISA da UFRJ e da Fiocruz encontrou série de problemas no cérebro e em outros
órgãos, como os olhos
O vírus zika pode estar associado a outras alterações congênitas, além da microcefalia.
É o que aponta mais um estudo feito por pesquisadores da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Instituto de Pesquisa
Professor Joaquim Amorim Neto, pesq, na Paraíba. Ao analisarem o líquido amniótico e
tecidos cerebrais de bebês, encontraram uma série de outros problemas no cérebro e em
outros órgãos do bebê, incluindo lesões oculares. Os bebês foram acompanhados em
Campina Grande, na Paraíba. As amostras analisadas em laboratórios da UFRJ e da
Fiocruz. Um fato que surpreendeu os pesquisadores foi a constatação da permanência
do vírus durante toda a gestação nos dois bebês que acabaram morrendo após o parto.
“O vírus permaneceu no bebê, agredindo o sistema nervoso da criança. Isso foi bem
impressionante”, relatou Amilcar Tanuri, pesquisador da UFRJ e especialista em
genética de vírus. Dos oito fetos acompanhados durante a gestação, dois tinham o vírus
no tecido cerebral e acabaram morrendo 48h depois do parto. Um deles não tinha
microcefalia, mas o tecido cerebral estava severamente comprometido.
Todos os bebês que sobreviveram tinham microcefalia e em dois deles foram
encontrados zika. O sangue dos outros quatro ainda será analisado. “A novidade da
análise é que a infecção do vírus no cérebro pode ter uma gama de alterações, desde
implicações simples a alterações graves, como as lesões destrutivas que causaram a
morte dos dois bebês”, disse Tanuri, adiantando que está tentando “sistematizar uma
síndrome congênita do zika e tentar ajudar os colegas a identificá-la em outros casos”.
Ele disse que, até o momento, a estimativa é que haja de dois a cinco bebês com
microcefalia a cada 100 grávidas infectadas com zika. “Na história da medicina, todas
essas doenças congênitas demoraram um longo tempo para serem desvendadas.
Precisamos estudar mais”, comentou Tanuri.
Folha de Pernambuco - PE
16/02/2016 - 07:32
FAV identifica danos permanentes à visão
Novos danos na visão de bebês com microcefalia foram publicados por pesquisadores
pernambucanos na revista Arquivos Brasileiros de Oftalmologia. Além de problemas na
retina que já foram descritos pelo grupo naRevista Lancet , agora os médicos da
Fundação Altino Ventura (FAV) verificaram danos no nervo ótico dos bebês. O mais
recente levantamento avaliou dez crianças que tinham sido triadas com problemas de
visão. Dessas 75% tinham alteração na retina, dos 20 olhos investigados 15 tinham
dano. E 45% apresentaram lesão do nervo ótico, ou seja nove de 20 olhos com problema
deste tipo. Todas tiveram a microcefalia relacionadas a infecção pelo vírus zika.
A médica Camila Ventura destacou que os danos à visão dessas crianças são
permanentes. Ou seja, não há como recuperar o que já foi lesado. Contudo, ela adiantou
que é cedo para falar de cegueira. As crianças investigadas têm, em média, dois meses
de vida. Os casos são diversos - há lesões maiores e outras menores. Segundo a médica,
é possível, com estimulação visual precoce, melhorar as condições da parte do olho que
permanece sadia.
Os exames, destacou, revelaram algumas características das lesões óticas. “Há palidez
do nervo. Era para ser corado. Também verificamos a hipoplasia, que é quando ele está
malformado. Na gestação algo aconteceu, de certo, no sistema nervoso central.” Isso
também reforça o neurotropismo do zika, que é a predileção do vírus em atacar as
células neuronais.
Folha de Pernambuco - PE
16/02/2016 - 07:32
“Não há duvidas da relação com o zika”
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, afirmou , ontem, que “não há dúvidas” por parte
do Governo Federal de que a epidemia de microcefalia é uma consequência direta do
surto da zika em algumas regiões do Brasil. Ele citou os diversos dados divulgados
pelos pesquisadores nos últimos tempos que comprovariam a tese.
Entre eles, a coincidência entre os nascidos com microcefalia e as mães que pegaram a
doença sete, oito ou nove meses antes, nas áreas de surto de zika, as amostras de tecido
que indicaram a presença do vírus no cérebro de bebês com microcefalia que morreram
após nascer e em fetos abortados e, ainda as amostras de líquido amniótico de gestantes
que carregavam bebê com malformação também tinha o vírus.
O ministro se posicionou após um jornal divulgar matéria sobre dois estudos publicados
em boletins da OMS mostrando que, antes da “era zika”, havia mais casos de
microcefalia que o divulgado pelo Ministério da Saúde. A matéria sugeria “fragilidade
das estatísticas oficiais do País” e um certo exagero em relação às notificações da
microcefalia/zika, que já superam 5 mil no País.
No entanto, os próprios mentores do estudo detalharam que a subnoticação pode ter
ocorrido pela não obrigatoriedade e pela pouca gravidade da malformação. Nos casos
associados ao zika, ressaltaram, microcefalia costuma ser severa, portanto mais
facilmente diagnósticada.
Diario de Pernambuco - PE
16/02/2016 - 08:05
Debate sobre aborto chega ao Congresso
Projeto de lei que será apresentado hoje busca vetar interrupção da gravidez em caso de
microcefalia. Tema divide a sociedade
O debate em torno do aborto em casos de microcefalia chegará hoje ao Congresso
Nacional. Projeto de lei elaborado pelo deputado federal Anderson Ferreira (PR-PE)
será apresentado na Câmara com objetivo de proibir a interrupção da gravidez se o feto
for diagnosticado. É mais uma etapa de um debate que ganha corpo e divide opiniões.
O principal argumento para sustentar o projeto de lei, segundo o parlamentar, é a atual
legislação, que caracteriza o aborto como crime exceto em casos de estupro, quando há
risco de morte da gestante e quando o feto é anencéfalo. “Há uma tentativa de fazer uma
seleção de seres humanos. É um erro do movimento feminista se aproveitar de uma
epidemia para defender um princípio com o qual não comunga a maior parcela da
sociedade. Lembra-me a seleção racial de Hitler”, disse o deputado, em referência a
grupos que tentam pleitear junto ao Superior Tribunal Federal alterações nas regras de
aborto.
O documento a ser entregue ao STF está sendo elaborado por ativistas, advogados e
acadêmicos. “É uma ação de dois eixos. O primeiro, de garantia de políticas amplas de
direitos sexuais e reprodutivos, incluindo acesso à testagem de zika vírus a todas as
gestantes e, em caso de resultado positivo, encaminhamento a pré-natal de alto risco,
caso a mulher deseje prosseguir com a gravidez, ou direito ao aborto legal. O segundo
eixo é de políticas sociais focalizadas para a deficiência”, afirma a antropóloga,
pesquisadora da Anis e professora da UnB, Debora Diniz.
Para o presidente da OAB-PE, Ronnie Duarte, ainda que houvesse alteração legislativa
para permitir o aborto, haveria dúvidas sobre a constitucionalidade. Já a Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil se posiciona contra.
Estima-se que no Brasil, anualmente, sejam registrados um milhão de abortos
clandestinos. Para a conselheira do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco e
especialista em bioética, Helena Carneiro Leão, o dado precisa ser considerado.
“As gestantes estão passando por uma tensão e podem entrar em pânico à procura de
serviços clandestinos”, afirma, acrescentando que esse “é um tema novo que precisa ser
debatido de forma ampla. Não dá mais para fingir que nada acontece,
independentemente de crenças, ordenamento jurídico. É preciso analisar caso a caso,
não temos como determinar o que é melhor para o outro. Há um princípio da autonomia,
da liberdade, que é garantido com informação.”
O dia de hoje é de mudança para a técnica em nutrição Steffany Souza. Aos 21 anos, ela
iniciará a jornada de ser mãe. A expectativa em ver o rosto de Evelyn vem
acompanhada de um receio. Steffany teve sintomas de zika aos cinco meses e, mesmo
diante do pré-natal sem suspeitas, guarda um leve temor. Informação foi determinante
para ela decidir seguir com a gravidez. “Cheguei a ficar muito nervosa, mas meus
médicos me acalmaram muito. Então, nunca pensei em abortar.”
Diario de Pernambuco - PE
16/02/2016 - 08:05
Bebês têm problema no nervo óptico
Depois de identificados problemas de retina em bebês com microcefalia, um novo
estudo aponta que as crianças com a malformação também apresentam alterações no
nervo óptico e nos dois olhos ao mesmo tempo. A pesquisa elaborada com 10 crianças
atendidas na Fundação Altino Ventura apontou anormalidades do nervo óptico em 45%
dos olhos. O artigo, disponível nos Arquivos brasileiros de oftalmologia, reforça a
relação entre microcefalia e zika.
Elaborada por dez pesquisadores da fundação, Hospital Universitário Oswaldo Cruz,
Hope, Barão de Lucena e Faculdade de Medicina da Unifesp, a pesquisa mostra que
70% das mães dos bebês analisados relataram ter tido sintomas de zika, das quais seis
durante os três primeiros meses de gestação. As crianças nasceram entre maio e
dezembro de 2015.
A maioria das crianças (60%), eram meninas. Em todos os pacientes, cuja média de
perímetro cefálico foi de 26 a 31,5 centímetros, foram identificadas calcificações
cerebrais. As alterações maculares (na retinas) encontradas em 15 dos 20 olhos
analisados não tinham sido relatadas em outras epidemias de zika no mundo.
Também é o primeiro estudo em que se observa problemas no nervo óptico em crianças
com microcefalia. Em nove olhos analisados foi identificada hipoplasia do nervo óptico,
quando é considerado pequeno. Esse tipo de alteração só havia sido correlacionada a
infecções intra-uterinas por citomegalovírus.
“O nervo óptico conduz as informações passadas pelo olho, pela retina, e leva até o
cérebro para serem decodificadas e interpretadas. As alterações são como se ele tivesse
passado por um sofrimento no momento do desenvolvimento. Elas são mais uma
contribuinte para a baixa visão”, explicou a oftalmologista e uma das responsáveis pela
pesquisa, Camila Ventura.
Diario de Pernambuco - PE
16/02/2016 - 08:05
Pesquisadores sequenciam genoma
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro anunciaram que fizeram pela
primeira vez no Brasil o sequenciamento completo do genoma do zika encontrado no
líquido amniótico de grávidas de Campina Grande, na Paraíba. O estudo será publicado
na revista Lancet. A pesquisa abre caminho para o entendimento do comportamento do
vírus no organismo e para o desenvolvimento de vacinas e terapias.
Dois dos oito bebês acompanhados pela médica Adriana Melo depois que exames
revelaram má-formação cerebral morreram. No cérebro das crianças mortas, os
cientistas também isolaram o zika. A descoberta foi feita no sábado. A pesquisadora
trabalha no Instituto de Pesquisa Professor Joaquim Amorim Neto, em Campina Grande
(PB). “O que causou maior surpresa foi a permanência a longo prazo do vírus no
organismo da criança, durante a gestação inteira”, afirmou o pesquisador Amílcar
Tanuri.
Diario de Pernambuco - PE
16/02/2016 - 08:05
Desafio para pesquisadores em Noronha
Devem sair em seis meses os primeiros resultados da pesquisa que está sendo realizada
pela Fiocruz, em Fernando de Noronha, para interromper a reprodução do Aedes
aegypti através da inserção de machos estéreis no meio ambiente. A informação foi
anunciada ontem, durante entrevista coletiva na qual a equipe de pesquisadores detalhou
o estudo.
Os pesquisadores estão utilizando radiação para esterilizar mosquitos. Os machos
estéreis vêm sendo soltos na Vila da Praia da Conceição, em quantidade 10 vezes maior
que os selvagens. Por semana, são soltos três mil mosquitos. Nove liberações foram
feitas desde dezembro. Hoje, acontece a décima.
Os pesquisadores têm dois grandes desafios. O primeiro é em relação à própria
reprodução da espécie. A radiação só incapacita os machos estéreis em se reproduzir,
mas não atuam nos ovos secos dormentes não esteréis, que já estão no meio ambiente. O
outro desafio é otimizar a viabilidade do trabalho.
A Técnica do Inseto Estéril para controle já foi testada, no passado, nos Estados Unidos
e no Quênia para reduzir o controle populacional do Aedes e, em nenhum dos dois
países, o resultado foi alcançado.
A pesquisadora Alice Varjal explica que a grande dificuldade de controlar a população é
a alta resistência dos ovos. “Os ovos secos dormentes não estéreis podem esperar até
365 dias para receber água e depois eclodirem”, ressalta Varjal.
A vantagem do Aedes é que a fêmea costuma acasalar uma vez na vida. Então, o
cruzamento com machos estéreis acaba impedindo sua reprodução, sendo esperada uma
diminuição da densidade populacional do mosquito. No estudo observado dentro do
laboratório, foi verificada uma redução de cerca de 70% da viabilidade dos ovos. O
desafio dos pesquisadores agora é descobrir se esse percentual se confirma no meio
ambiente.
Diario de Pernambuco - PE
16/02/2016 - 08:05
Multa para quem não abrir portas
Governo federal estuda punição a donos de imóveis que não permitirem a entrada de
agentes de combate ao Aedes aegypti
A recusa de abrir as portas para os agentes que combatem o mosquito Aedes aegypti é
um dos principais problemas na guerra contra a dengue, a chikungunya e o zika vírus,
ligado à microcefalia. Ontem, a presidente Dilma Rousseff encomendou um estudo à
Advocacia-Geral da União para saber se é possível aplicar multa a pessoas que não
permitirem a entrada de agentes de saúde em suas casas ou reincidirem na manutenção
de focos do mosquito.
Segundo o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, a ideia foi discutida em
reunião de balanço sobre o dia de mobilização nacional contra o mosquito, realizado no
último sábado. “Veio a possibilidade de estabelecimento de multa como forma de
acionar os proprietários dos terrenos baldios e residências fechadas. Alguns municípios
já aplicam”, disse. O ministro da Saúde, Marcelo Castro, lembrou que, com a edição da
Medida Provisória para garantir a inspeção das residências, o governo poderá até
mesmo entrar à força em locais fechados ou abandonados.
Segundo dados do governo, a força-tarefa batizada de “zika zero” esteve presente em
428 municípios e visitou 2,865 milhões residências em todo país. Dessas, 295 mil
estavam fechadas e 15 mil não permitiram a entrada dos militares e agentes de saúde.
Para o ministro da Defesa, Aldo Rebelo, a mobilização contra o Aedes, que contou com
a participação de 220 mil militares, “alcançou plenamente os objetivos”. Ele lembrou
que o esforço prossegue esta semana, com 55 mil integrantes das Forças Armadas
visitando casas e locais públicos para aplicar larvicidas e eliminar criadouros de
mosquitos.
Sobre a queixa do almirante-de-esquadra Ademir Sobrinho, de que os R$ 136 milhões
que as Forças Armadas solicitaram ao Ministério do Planejamento para atuar ao longo
da campanha ainda não foram liberados, Aldo disse que essa questão não está em
discussão.
Sem dúvidas
Diante dos questionamentos sobre a relação entre a infecção do vírus da zika e o
aumento do número de casos de bebês com microcefalia, Castro afirmou que o governo
não tem “nenhuma dúvida” que um caso esteja relacionado com o outro. “Não há
nenhuma dúvida que a epidemia de microcefalia que nós estamos vivendo hoje tem
como causa direta a epidemia do zika vírus. Onde é que está havendo epidemia de
microcefalia hoje no Brasil? Onde teve epidemia de zika.”
Apesar da relação, o ministro não deu um prazo sobre quando o governo vai começar a
distribuir repelentes às grávidas inscritas no programa Bolsa Família. Segundo ele, o
acordo já foi fechado com os fabricantes dos produtos, mas só será colocado em prática
quando as empresas tiveram capacidade de fornecer grandes quantidades dos produtos
sem que isso provoque um desabastecimento na rede de farmácias do país.
Diario de Pernambuco - PE
16/02/2016 - 08:05
Diario Urbano
Piscina para mosquito
Eis mais um flagrante que comprova as estatísticas sobre os criadouros dos Aedes
aegypti. A maioria deles são encontrados nas casas, onde se armazena água de forma
inadequada. O flagrante é da Rua Agrolândia, na Várzea.
Microcefalia em cartilha
No Hospital das Clínicas, da UFPE, a preocupação é com a microcefalia, associada por
estudioso aos efeitos do zika vírus. A unidade começou a distribuir uma cartilha
esclarecendo o que é, as causas e o que fazer se houver o diagnóstico do problema nos
bebês, tenham esses nascido ou estejam no útero da mãe.
Jornal do Commercio - PE
16/02/2016 - 08:17
Cláudio Humberto
Saúde não explica
Enquanto luta para desqualificar médicos argentinos, que apontam o larvicida
pyriproxyfen como a provável causa de microcefalia no Brasil, o Ministério da Saúde
ainda não encontrou explicação para 421 dos 462 casos de malformação de bebês. Isto
é, não sabe explicar a causa de 91% dos casos confirmados de microcefalia no País. Só
41 casos têm relação com o zika, segundo o último informe epidemiológico. É estranha
a aposta do ministério no zika como causa da microcefalia, ainda que admita
comprovação em apenas 9% dos casos. Sem saber a causa de 91% dos casos de
microcefalia, o ministério lista outras possibilidades: sífilis, rubéola, toxoplasmose,
citomegalovírus... Médicos gaúchos se associam à convicção dos colegas argentinos
sobre o uso do pyriproxyfen como a provável causa. Em nota, o governo faz sua opção
preferencial pelo zika.
Jornal do Commercio - PE
16/02/2016 - 08:17
O perigo mora ao lado
EPIDEMIA No Recife, é visível o descuido nos ferros-velhos, borracharias e depósitos
de sucata, potenciais criadouros do mosquito
Quarenta e oito horas depois do Dia Nacional de Mobilização Zika Zero, para combater
o Aedes aegypti, transmissor da dengue, chicungunha e zika, grandes criadouros do
mosquito continuam a fazer parte da paisagem do Recife sem interferência eficaz dos
governos estadual e municipal: os ferros-velhos e depósitos de veículos avariados.
Nesses locais, os próprios donos e funcionários se sentem ameaçados pelo Aedes, que
se prolifera em poucos dias em meio às dezenas de carros, pe- ças e pneus amontoados a
céu aberto. Numa das principais vias da cidade, a Avenida Caxangá, no Cordeiro, Zona
Oeste, o proprietário do ferro-velho Ki Peças, Thiago Guerra, garante que dedetiza o
estabelecimento regularmente. “Realizamos o serviço a cada 15 dias. Quando chove
muito, chegamos a fazer semanalmente. Além disso, cinco pessoas me ajudam a limpar
o lugar diariamente”, afirma. Mesmo assim, numa rápida visita da reportagem,
inúmeros focos de larvas do vetor foram localizados.
A recepcionista do estabelecimento, Darlene Ramos, que está grávida, lamenta o risco.
“Aqui, fazemos tudo o que está ao nosso alcance, mas é difícil. Precisamos de uma ação
mais efetiva da prefeitura, que sequer nos permite cobrir o lugar. Se chove, temos que
fazer tudo de novo.” Ainda na Zona Oeste da capital, na comunidade Roda de Fogo, no
bairro do Engenho do Meio, o problema se agrava. Mais de dez ferros-velhos se
alinham, lado a lado, na Rua Visconde de São Leopoldo, paralela à BR-101. Lá, alguns
estabelecimentos são cobertos e, com isso, protegidos da chuva que empoça os veículos
e cria focos do mosquito. Outros, acumulam sucatas em terrenos abertos, com
incontáveis pequenas poças de água parada. Quem sofre é a população na vizinhança.
“Peguei chicungunha há cerca de 20 dias e ainda estou doente. Conheço vários vizinhos
que também foram infectados. É um perigo constante com o qual temos que conviver.
Estamos vivendo numa guerra”, queixa-se o mecânico Geraldo Ivan Filho, 55 anos.
Num ferro-velho localizado na Avenida Norte, nas proximidades do Sesc de Casa
Amarela, o proprietário do estabelecimento improvisado, José Silva, 67, conta que já foi
infectado pelo mosquito três vezes. “Estou me recuperando de uma chicungunha e já
tive dengue duas vezes. Aqui, uso o larvicida cedido pela prefeitura, água sanitária e
pesticida que eu mesmo compro, além de repelente pelo corpo”, relata. “Gostaria que a
prefeitura voltasse a fazer a pulverização com fumacê, como acontecia antes. Há três
anos, os agentes deixaram de vir”, lamenta José Silva.
A Secretaria de Saúde do Recife informa que a manutenção e a limpeza dos imóveis são
de responsabilidade dos proprietários. De acordo com a pasta, durante a visita dos
agentes de saúde ambiental e controle de endemias (Asaces), os comerciantes são
orientados a evitar acúmulo de água e a remover mecanicamente todos os entulhos que
possam abrigar criadouros do mosquito. Ainda segundo a secretaria, estabelecimentos
como ferrosvelhos, construções e borracharias são considerados pontos estratégicos de
monitoramento, sendo inspecionados quinzenalmente. Para denunciar um possível foco,
o cidadão pode entrar em contato com a Ouvidoria Municipal do Sistema Único de
Saúde (SUS) pelo número 0800-2811520 ou pelo e-mail [email protected].
Jornal do Commercio - PE
16/02/2016 - 08:17
Depósitos do Detran são preocupação
A presença de dois depósitos de veículos mantidos pelo Departamento Estadual de
Trânsito (Detran-PE) às margens da BR-101, nos bairros da Macaxeira e de Dois
Irmãos, na Zona Norte do Recife, vem preocupando moradores da área. Descobertos, os
pátios abrigam motos, carros e ônibus avariados que acumulam água a cada chuva e se
tornam possíveis focos de proliferação do Aedes aegypti. Dono de um bar próximo a
um dos estabelecimentos, o comerciante Edvaldo Ramos, 53 anos, diz que várias
pessoas da localidade já foram diagnosticada com chicungunha. “No lugar, fica apenas
um vigia o dia inteiro. Os veículos ficam parados durante muito tempo e se tornam
grandes criadouros do mosquito”, denuncia.
De acordo com a diretora de gestão do Detran, Ana Paula Jardim, o órgão contratou
uma empresa de dedetização para realizar serviço de limpeza nos depósitos
semanalmente. A primeira ação acontecerá amanhã. “O depósito BR1 é de propriedade
do órgão estadual e guarda automóveis apreendidos em todo o Estado, por isso, a
rotatividade é bem maior. Mas, no BR2, que é alugado, são colocados carros envolvidos
em ações judiciais. Alguns estão lá há quase 8 anos. Assim, fica mais difícil de
controlar”, reconhece. Hoje, das 8h às 15h, o Detran realizará uma ação de
conscientização na Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Caruaru, no
Agreste do Estado. Durante o trabalho, que acontece em parceria com a prefeitura do
município, haverá panfletagem educativa e orientações de rotina aos usuários do órgão
sobre os meios Moro em Roda de Fogo, na de combate ao mosquito.
Folha de Pernambuco - PE
16/02/2016 - 07:32
União estuda multar imóveis reincidentes com focos de Aedes
GOVERNO Federal busca permissão legal para penalizar proprietários cujos imóveis
advertidos ainda contenham criadouros
A presidente Dilma Rousseff estuda aplicar uma multa federal a donos de propriedades
privadas que sejam reincidentes no flagrante por agentes de saúde de focos de
provriação do mosquito Aedes aegypti, vetor do vírus da zika. Segundo o ministro
Jaques Wagner (Casa Civil), a petista encomendou um estudo para AGU (Advocacia
Geral da União) para avaliar se há permissão legal para aplicar uma punição a
proprietários de imóveis nos quais houve constatação anterior da presença de
criadouros.
O petista explicou que os focos principais da medida, que já é aplicada por municípios
brasileiros, são as propriedades abandonadas - como terrenos, armazéns e residências- e
imóveis fechados, entre eles nos quais os moradores se recusam a permitir a entrada de
agentes militares ou de saúde. O ministro observou que também acionará Estados e
municípios para que eles elaborem projetos de lei que permitam a aplicação de multa
aos reincidentes. “Cabe multa pela irresponsabilidade ao manter focos de reprodução do
mosquito em seu imóvel, seja em terrenos baldios seja em imóveis fechados”, disse.
No mês passado, a presidente editou Medida Provisória para autorizar forças de
segurança e agentes de saúde a entrar em propriedades privadas desocupadas ou
fechadas. A iniciativa regulamentou as normas de acesso em estados e municípios que
já possuem legislação específica sobre o assunto.
PORTARIA
Em 2012, o Ministério da Saúde já havia publicado portaria orientando os municípios a
fazer legislações sobre o assunto, o que levou São Paulo e Rio de Janeiro a aprovarem
projetos de lei para acesso às propriedades privadas. Pelo texto, os donos de
propriedades fechadas devem ser notificados duas vezes. Caso não abram o imóvel aos
agentes de saúde, o governo federal acionará chaveiros para abrirem o domicílio.
Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Castro, na mobilização nacional do último
sábado (13), foram constatadas 295 mil propriedades privadas fechadas de um total de
2,8milhões visitadas. De acordo com ele, 15 mil proprietários se recusaram a abrir seus
domicílios para a entrada dos agentes de saúde. Nesse caso, cabe ao governo federal
ingressar com pedido de autorização judicia para invadir os imóveis.
Folha de Pernambuco - PE
16/02/2016 - 07:32
Pelo direito ao diagnóstico certo
AGÊNCIA reguladora disse que adotará todas as medidas necessárias para o
enfrentamento dessa situação crítica
Liberado no início do mês com a promessa de acabar com as dúvidas sobre o
diagnóstico do zika vírus, o exame RT-PCR continua sendo para poucos. No Sistema
Único de Saúde (SUS), está disponível imunidades insuficientes para todo o contingente
de infectados pelo Aedes aegypti. Logo, de prioridade das grávidas, suscetíveis à
geração de bebês microcefálicos. E nos laboratórios privados não custa menos que R$
500, podendo chegar a R$ 1.300 no Recife. O valor afasta muitos pacientes e também
não é custeado pelos planos de saúde. A Proteste, associação de consumidores, até
pediu para que o teste fosse incluído no rol de procedimentos das operadoras. Mas, de
acordo coma Agência Nacional de Saúde (ANS), não há previsão para a
obrigatoriedade.
Mesmo afirmando que adotará todas as medidas necessárias para o enfrentamento dessa
situação crítica, inclusive no que diz respeito à revisão do Rol de Procedimentos”, a
ANS lembrou, ontem, que esta revisão só é feita a cada dois anos. A agência ainda
ressaltou que os exames de diagnóstico do zika “não estão amplamente disponíveis na
rede de laboratórios, somente sendo possível sua realização em alguns estabelecimentos
referenciados”. Por isso, não há previsão para que os planos de saúde sejam obrigados a
arcar com o diagnóstico, como aconteceu no início de janeiro com os testes rápidos de
dengue e da chikungunya.
“Sabemos que, para um exame entrar no rol de procedimentos da ANS, demora dois
anos. Mas, tendo em vista esta situação grave e delicada, pedimos, em caráter
excepcional, que a ANS apresente uma solução rápida para este problema. As pessoas
não estão podendo fazer esse exame e providências precisam ser tomadas para que esse
vírus seja identificado com celeridade”, reclamou a coordenadora institucional da
Proteste, Maria Inês Dolci. Ela ressaltou que, “em uma epidemia como esta, o órgão
regulador deve tomar uma ação rápida” e que este pedido está ancorado no Código de
Defesa do Consumidor (CDC). “Esta é uma questão de preservação da vida e da saúde.
E o artigo sexto do CDC, que trata da segurança do consumidor, afirma que a prevenção
da saúde é um direito básico”, disse.
Pacientes infectados pelo Aedes aegypti concordam e dizem que se sentiriam bem mais
confortáveis se o exame fosse custeado pelos planos de saúde, já que não podem pagar
pelo teste e, portanto, continuam sem certeza sobre seu diagnóstico. “O que tenho está
em cima de suposições porque muitos exames só ficarão prontos daqui a dez dias e eu
não consegui fazer o da zika, porque é caro. O plano d saúde deveria cobrir, já que pago
uma mensalidade alta e agora que preciso, não tenho direito do serviço”, reclama uma
usuária que preferiu não se identificar.
As associações que representam as operadoras de saúde - FenaSaúde e Abramge reconheceram que não cobrem o serviço porque a ANS ainda não determina sua
obrigatoriedade. Mas a Associação de Defesa dos Usuários de Seguros, Planos e
Sistemas de Saúde (Aduseps) lembrou que o rol só determina a cobertura mínima. “Não
é uma cobertura taxativa. Nós estamos e meio a uma situação terrível então os planos de
saúde de veriam se conscientizar e passar a oferecer o serviço. É desfavorável a postura
deles e a da ANS, de não exigir a obrigatoriedade”, criticou a advogada Carla Guerra.
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