Expressão diferencial da APE1/REF

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54º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008
Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
Expressão diferencial da APE1/REF-1 induzida
por oxigênio singlete em células humanas
Silva, AE; Melo, JTA; Oliveira, AHS; Timoteo, ARS; Agnez-Lima, LF
Departamento de Biologia Celular e Genética, UFRN – RN
[email protected]
Palavras–chave: Estresse oxidativo, oxigênio singlete, APE1/REF-1, reparo de DNA, azul de metileno
O oxigênio singlete (1O2) é um dos principais agentes envolvidos no estresse oxidativo, capaz de reagir com diversas
biomoléculas. Seus efeitos tóxicos e carcinogênicos estão relacionados ao envelhecimento e à etiologia de diversas doenças,
incluindo artrite, doenças degenerativas e câncer. Pigmentos como o azul de metileno (MB) quando fotossensibilizados
são capazes de gerar 1O2, sendo essa a base da terapia fotodinâmica. A APE1/Ref-1 é uma proteína multifuncional que
participa do reparo de danos oxidativos no DNA e atua na regulação redox de diversos fatores de transcrição, alguns
deles envolvidos na sobrevivência celular e apoptose. No entanto, não está claro como essas funções são reguladas na
célula. Diversos tumores são caracterizados pela superexpressão de APE1/Ref-1 e por apresentarem resistência a agentes
quimioterápicos sob essas condições. Acredita-se que o estresse oxidativo é capaz de induzir a expressão dessa enzima
e interferir no processo de translocação nuclear e em modificações pós-traducionais, eventos possivelmente envolvidos
em sua regulação. Apesar do 1O2 ser uma das principais espécies reativas de oxigênio utilizada na terapia fotodinâmica
contra tumores, não há estudos que demonstrem a relação entre esse agente e a expressão da APE1/Ref-1. Portanto, foi
de interesse desse trabalho correlacionar respostas celulares à expressão da APE1/Ref-1 em células normais e tumorais
expostas ao 1O2, além de investigar os possíveis mecanismos envolvidos na regulação dessa enzima. Para isso, duas
linhagens celulares foram submetidas a tratamento com 1O2, gerado pela fotossensibilização do azul de metileno,
e foram determinados em diferentes tempos após o tratamento: a viabilidade celular, pelo método de exclusão do
Trypan blue; a ocorrência da principal lesão oxidativa no DNA e a taxa de reparo do dano, por ensaio cometa; a translocação
da APE1/Ref-1 por meio da expressão citoplasmática e nuclear da APE1/Ref-1 utilizando imunobloting e o estado de
fosforilação dessa enzima por meio de imunoprecipitação seguida de imunobloting. Nossos resultados mostraram uma
maior sensibilidade das células tumorais ao tratamento e a ocorrência de morte celular 24h após a exposição, diferente
das células normais que recuperaram sua viabilidade nesse período. Ambas as linhagens apresentaram a principal
lesão oxidativa ocasionada pelo 1O2, embora as células tumorais tenham mostrado maior susceptibilidade aos danos,
além de menor taxa de reparo. Também, foi verificado um aumento na expressão da APE1/Ref-1 nas células tumorais
expostas ao 1O2 mesmo 24h após o tratamento, principalmente na fração citoplasmática, enquanto nas células normais
houve uma pequena redução nos níveis de expressão dessa enzima tanto no citoplasma quanto no núcleo. Além disso,
diferentes padrões de fosforilação foram evidenciados. Diante disso, pode-se concluir que o oxigênio singlete é capaz
de gerar diferentes respostas celulares e influenciar de maneira distinta, entre células normais e tumorais, a expressão da
APE1/Ref-1, sua translocação e seu estado de fosforilação.
Apoio financeiro: CNPq.
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