Respostas celulares ao tratamento com Temozolomida associada à

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55º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 55º Congresso Brasileiro de Genética • 30 de agosto a 02 de setembro de 2009
Centro de Convenções do Hotel Monte Real Resort • Águas de Lindóia • SP • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
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Respostas celulares ao tratamento com Temozolomida
associada à Metoxiamina (inibidor de reparo do DNA)
em linhagem de glioblastoma T98G
Montaldi, AP1; Sakamoto-Hojo, ET1,2
Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP e 2Departamento de Biologia da Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Ribeirão Preto-USP, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil
[email protected]
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Palavras-chave: Temozolomida, metoxiamina, glioblastoma, BER, resistência
Gliomas compreendem mais de 70% de todos os tumores cerebrais primários com sobrevivência média de 1
ano após o diagnóstico. A quimioterapia baseada em agentes alquilantes, como a temozolomida (TMZ), tem
mostrado uma modesta resposta, com um pequeno aumento na sobrevida dos pacientes. Evidências indicam que
a resistência à TMZ pode ser causada em parte por um eficiente reparo por excisão de base (BER), mas poucos
estudos têm focalizado essa abordagem. Metoxiamina (MX) é um inibidor de reparo do DNA (via BER) que tem
sido atualmente investigado como um possível aliado no combate a vários tipos de tumores. No presente trabalho,
foram avaliadas as respostas de células T98G ao tratamento com a TMZ, associada ou não à MX. Foram analisados
parâmetros como sobrevivência clonogênica (10 dias após tratamento), danos no DNA pelo Ensaio Cometa (2,
6, 12 e 24 h), a indução de apoptose (24, 48 e 72h) e alterações na expressão transcricional (q-PCR tempo real) e
protéica (Western blot) (24, 48 e 72 h). A curva de sobrevivência clonogênica das células T98G, construída para
tratamentos com a TMZ (100-800 µM), indicou diferenças significativas para as concentrações superiores a 400
µM, sendo que o efeito da droga foi acentuado quando esta foi associada à MX (30 mM), em todas as concentrações
testadas (p ≤ 0,05). A combinação induziu uma maior porcentagem de danos no DNA somente na concentração de
600 µM/2 h. A indução de apoptose foi observada com freqüência de 24,2% no tempo de 72 h, na concentração de
600 µM de TMZ, enquanto que uma maior indução de apoptose (47,7%) foi observada para a mesma concentração
no tratamento combinado. A análise de expressão gênica realizada para os genes APE1 e FEN1 mostraram que
houve uma menor indução no tratamento combinado (TMZ + MX). A expressão da proteína APE1 foi menos
intensa em todos os tempos de tratamento combinado, possivelmente pelo bloqueio dos sítios AP causado pelo
inibidor MX. A proteína FEN1 mostrou-se também menos expressa no tratamento combinado, nos tempos de 48 e
72 h, indicando uma inibição de proteínas da via BER downstream à remoção de sítios AP por APE1, possivelmente
pela ligação de MX. PCNA mostrou expressão protéica aumentada no tratamento combinado, nos tempos de 24
h, e principalmente em 48 h, sugerindo que esta indução seja devida a um aumento de danos no DNA. Verificou-se
também que a expressão transcricional de XRCC1 foi aumentada no tratamento combinado, sugerindo que este
aumento seja devido a cortes e/ou quebras geradas no DNA. Esses dados mostram que a modulação do reparo via
BER por MX pode constituir uma estratégia promissora para aumentar a eficácia da TMZ em tumores de GBM
resistentes, resultando numa maior eficácia do tratamento.
Apoio financeiro: FAPESP; CNPq; CAPES; FAEPA-HC-FMRP-USP.
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