CONHECENDO A MORTALIDADE DE RECÉM-NASCIDOS DA UTI NEONATAL DO HOSPITAL REGIONAL DE SORRISO, ESTADO DO MATO GROSSO. Francielli Godiemski Barbaro; Laís Regina Rodrigues; Darci Aparecida Martins Correa. RESUMO: A mortalidade infantil é composta pelos componentes neonatal e pós-natal. A partir da década de 80, observou-se uma redução nos índices de mortalidade infantil pós-natal no Brasil, devido às ações desenvolvidas nos últimos anos para a promoção da saúde da criança tais como a vacinação, lutas contra a desnutrição, entre outras. Porém, a redução da mortalidade infantil neonatal é mais difícil de ser reduzida, pois esta depende tanto de fatores biológicos como da assistência pré-natal, do parto e do recém-nascido. A prevenção da mortalidade neonatal requer investimentos hospitalares com tecnologia complexa. As atuais e modernas unidades de terapia intensiva neonatal que encontramos hoje em nossa sociedade, estão cada vez mais, equipadas com tecnologia de ponta, favorecendo assim, a qualidade na assistência ao recém-nascido de risco, o que contribui para a sua sobrevida e diminuição da mortalidade neonatal. Nos dias atuais, o crescente número de estudos no campo da Neonatologia e a sofisticação de técnicas e instrumentos de trabalho nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatal, vem sendo discutido com freqüência entre os profissionais e as instituições de saúde, com a finalidade de transformar tal realidade, ampliando e focalizando a assistência à tríade mãe/filho/família, bem como proporcionar uma sensível redução nos índices de mortalidade infantil neonatal. Partindo deste principio, este trabalho teve como objetivo, conhecer as causas de óbito dos pacientes admitidos em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital Regional de Sorriso (HRS), estado do Mato Grosso, descrevendo os aspectos clínicos e características destes pacientes tais como: diagnóstico, idade gestacional, peso ao nascer, tipo de parto, dando ênfase maior aos óbitos ocorridos. A metodologia utilizada foi à busca ativa em prontuários, de todos os pacientes admitidos na UTI neonatal deste mesmo hospital, durante o período de 01/01/2006 à 31/12/2006, sendo realizado para este fim, um estudo transversal, levando em consideração algumas variáveis do recém nascido, já supracitadas. Foram selecionados 177 pacientes, com internações registradas na instituição de saúde citada, no período determinado, dentre os quais, ocorreu uma variação de idade gestacional (IG) entre 25 e 41 semanas, sendo que dentre essas, 92 pacientes (51,97%) são recém nascidos prematuros e prematuros extremos, e os demais, 85 pacientes (48,03%), são recém nascidos a termo, não havendo registro de dados de recém nascidos pós-termo. Do número total de clientes, registrou-se o nascimento de 84 (47,72%) crianças, de parto normal, 92 (52,28%) de parto casaria, sendo que apenas um paciente não teve dados de parto notificado. A respeito dos diagnósticos de internação, segundo os dados que foram colhidos diretamente dos prontuários, encontramos os que seguem: a principal causa de internação em UTI neonatal foi por prematuridade e prematuridade extrema com 41,80%, ou seja, 74 pacientes. Seguem como causas secundárias de internações, icterícia (tanto fisiológica quanto patológica) e gemência, ambas representando 11,29% dos casos, ou seja, 20 pacientes. As demais causas de internação são representadas por números menores, mas nem por isso, são de menor importância, que são elas: aspiração de mecônio, com 9 pacientes, este número representa em termos de percentagem 5,08%; sepse neonatal (ou septicemia) está presente em 8 dos 177 pacientes, 4,51% dos mesmos. Encontramos também registros de infecção neonatal em 3 pacientes, 1,69% do total destes, no que se refere a Síndrome da Deficiência Respiratória (SDR) esteve presente em 7 pacientes (3,95%), assim como a hipoglicemia, que foi responsável por esta mesma percentagem em internações; quanto ao diagnóstico de taquipnéia transitória do recém nascido (TTRN), esta apareceu em 3,38% dos registros, ou seja, 6 pacientes. Foram também encontrados registros de internação por Insuficiência Respiratória de 5 pacientes, 2,82%, com esta mesma percentagem aparecem a hipertermia e internações conseqüêntes de bolsa rota. Diagnósticos de mielomeningocele foram encontrados em 3 pacientes, que representam 1,69% do total dos mesmos, assim como as más formações congênitas, que apareceram nesta mesma porcentagem. Recém nascidos internados por serem pequenos para a idade gestacional (PIG) foram representados por 1,12% ou seja, 2 pacientes, estes mesmos dados forão encontrados para outros diagnósticos: recém nascido prematuro extremo; descolamento prévio de placenta; vômito; cianose e broncopneumonia. Os seguintes diagnósticos forão encontrados em 0,56% dos pacientes: baixo peso; Ápgar baixo; sofrimento fetal agudo; membrana hialina; dispnéia; palidez; prolapso de cordão; hipóxia; pneumonia; pneumotórax; rotura prematura de membrana; cardiopatia congênita; hidrocefalia; anencefalia; imperfuração anal; abscesso; síndrome de Adam; hipotonia; DEHG; toxoplasmose e mãe em UTI. No que se refere ao peso de nascimento, este variou entre 750 a 4.550 gramas, sendo que 5 recém-nascidos apresentaram seu peso ao nascer inferior a mil gramas, 163 estavam com o peso entre mil e quatro mil gramas, e 9 recém-nascidos, tiveram pesos superiores a quatro mil gramas. Destes 177 pacientes internados nesta UTI neonatal, 12 foram à óbito (6,77%). As causas foram variáveis: prematuridade, baixo peso, septicemia, má formação congênita, anencefalia e complicações por prolapso de cordão umbilical e aspiração de mecônio, não especificadas. Este levantamento epidemiológico mostrou que a mortalidade foi maior entre recém nascidos pré termos, 7 dos 12 pacientes que foram a óbito (58,33%) , já os 41,66%, ou seja, 5 dos 12 restantes, tiveram alguma complicação das citadas nos resultados acima ( septicemia, má formação congênita, anencefalia e complicações por prolapso de cordão umbilical e aspiração de mecônio). A principal causa de óbito foi a prematuridade associada ao baixo peso. Assim, devemos sempre lembrar que, entre os fatores de risco fisiológicos relacionados a prematuridade, acham-se envolvidas também dimensões sociais, políticas e institucionais. E que a noção de risco individual passa por uma nova compreensão, a de vulnerabilidade social. Palavras-chave: UTI neonatal, recém-nascidos, óbitos.