III CONGRESSO LATINO-AMERICANO E DO CARIBE DE BANANASE PLÁTANOS Irrigação e ecofisiologia em Musáceas: aspectos práticos de manejo para o uso eficiente da água Sérgio Donato, Eugênio Ferreira Coelho, Alessandro de Magalhães Arantes e Marcelo Rocha dos Santos CORUPÁ, SC, 18 DE AGOSTO DE 2015 COMO FICARÁ A BANANICULTURA NAS ZONAS DE RESPOSTAS MAIS SIGNIFICATIVAS ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS? “CLIMATIC CHANGE HOT SPOTS” Water limitation is a major problem for global agriculture >T;<UR;>DPV;→>Et<Disp.H2O; TENDÊNCIA = ARIDIZAÇÃO Sistema Cantareira, 3%, 24/10/2014. Sabesp, Agência Brasil. GRANDE ÁREA FOLIAR ELEVADA EXIGÊNCIA HÍDRICA ABSORÇÃO DE H2O RAÍZES NÃO COMPENSA Et FOLHAS Foto: Patrick (ATER - Fahma, Estreito, 2012). ONDE E COMO ATUAR? Uso eficiente da água EUA = A/E EUA = P/L L= ETpc/EA WE SEEK BANANA PLANTS THAT? • FLOWER EARLY • SHORT (NOT DWARF) • HAVE MODERATE BUNCHES (Turner, Fortescue e Daniells, 2014) • ABIOTIC STRESS TOLERANCE INTERAÇÃO GENÓTIPO X AMBIENTE X MANEJO HOMEM DIAGNÓSTICO: Preciso, sistêmico com especificidade de local. Requer: Planejamento; Raciocínio lógico; Conhecimento. (Fontes, 2011) Ilustração Pedro Ricardo Rocha Marques REPRESENTAÇÃO DAS RELAÇÕES ENTRE VARIÁVEIS GEOPOLÍTICAS GLOBAIS, REGIONAIS E LOCAIS QUE INFLUENCIAM NO NEGÓCIO AGRÍCOLA - BANANA HOMEM Fotos: Jornal de Corupá; Asbanco (2013) Preço (R$/kg) pago ao produtor pela banana Nanica de primeira, entre 01 de janeiro de 2012 e 02 de agosto de 2015, no Norte de Santa Catarina e no Vale do Ribeira, SP. Norte de S. Catarina Preço médio período (R$/kg) Menor preço (R$/kg) Maior preço (R$/kg) Preço médio geral período (R$/kg) Preço (R$/kg) pago ao produtor pela banana Prata-Anã de primeira, entre 01 de janeiro de 2012 e 02 de agosto de 2015, no Norte de Minas Gerais e Bom Jesus da Lapa, BA. Fonte: Preços coletados pela ABANORTE / Bananas da Bahia / Frutas Oeste ABAVAR / ASBANCO/ Frutacor. Relatório Semanal. 0,45 0,13 1,04 0,59 Vale do Ribeira Época 0,73 0,33 nov/dez/jan/2013 1,43 mar/abr/2014 • Eficiência de irrigação e de uso de água Fonte: Coelho et al. (2015). Perdas de condução Canais, asséquias, tubulações, entupimentos Evapotranspiração Minimizar perdas Evaporação Escoamento Fonte Percolação Evaporação Arraste pelo vento Fotos: Alessandro Arantes, Eugênio Coelho, Rodrigo Farhat, Sérgio Donato. OTIMIZAÇÃO DE SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO - GOTEJAMENTO UMA OU DUAS LATERAIS Fotos: Alessandro Arantes Otimizar sistemas de microaspersão – maximizar o uso racional Ea = 89,54,72% Ea = 79,72% Lâmina de água (mm) 12 Lâmina de água (mm) Eficiência de aplicação 12 10 8 6 4 2 Lâmina infiltrada 0 0 Lâmina extraída 0.2 0.4 0.6 Lâmina percolada 0.8 6 4 2 Lâmina Infiltrada 0 0 Lâmina extraída 0.2 0.4 0.6 Lâmina percolada 0.8 1 Distância da planta (m) Lâmina extraída um microaspersor de 60 L 8 1 Distância da planta (m) Lâmina percolada 10 h-1 Lâmina infiltrada para 4 plantas Lâmina percolada Lâmina extraída um microaspersor de 60 L h-1 Lâmina Infiltrada para 2 plantas MUDANÇAS DE CONFIGURAÇÃO – MELHORIA DA UNIFORMIDADE DE DISTRIBUIÇÃO T2 – um microaspersor para duas plantas, localizado ao longo da fileira, com vazão de 70 L h-1; T3 – um microaspersor por planta, localizado a 0,3 m da planta, com vazão de 35 L h-1; Silva, Coelho e Miranda (2013) 20000 1750 0 Produtividade (kg ha -1) T1 – um microaspersor por planta, localizado entre plantas ao longo da fileira, com vazão de 35 L h-1; 150 0 0 12 50 0 10 0 0 0 750 0 50 0 0 2 50 0 0 T1 T2 Tratam ento T3 Otimizar sistemas de microaspersão ou miniaspersão Um microaspersor de 120 L h-1 para 4 plantas com sobreposição total • Escolher microaspersores com maiores vazões e diâmetro molhado, dimensionar para sobreposição total; uniformidade de distribuição; intensidade média de aplicação; não considera o conceito de Kl; maior custo, maior Ea. Fotos: Sérgio Donato e Alessandro Arantes Otimizar sistemas de irrigação Aspersão convencional Foto: Eugênio Ferreira Coelho 45%-55% 70-85% • • • • • Sistema fixo subcopa; aspersor bocal único, q ≤ 800 l h-1; alta rotação > 1 rpm; ângulo ≤ 22º; Localização do primeiro emissor = ¼ distância entre emissores Vvento = 2,0 m s-1; 60%DM emissor; Vvento = 2,0-3,5 m s-1; 50%DM emissor; Vvento >3,5 m s-1; 30%DM emissor; Fotos: Alessandro Arantes Otimizar sistemas de irrigação – Aspersão por pivô MUDANÇAS NO POSICIONAMENTO E TIPO DO EMISSOR Pivô Central 65 - 80% 80 - 85% MESA 85 - 90% LESA 85 - 95% LEPA Pivô Linear Fonte: Coelho et al. (2015). Sensores de chuva e vento Otimizar sistemas de irrigação - Automação Suzuki & Hernandez, 2009 - Irrigaterra Reduz mão de obra Reduz erros por falta de disciplina Precisão nos tempos e turnos de irrigação Reduz custo de bombeamento Suzuki & Hernandez, 2009 - Irrigaterra OTIMIZAÇÃO DO MANEJO DE IRRIGAÇÃO Manejo da Irrigação Baseado no clima Uso da Evapotranspiração de referência e coeficientes de cultivo Tanque Classe A Estação meteorológica automática Fotos: Marcelo R. dos Santos Etpc = Eto x Kc 1,5 Kc 1,3 Kl 30 LA = k*ETo*AF 25 AF 1,1 20 0,9 15 0,7 10 0,5 0,3 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo 5 4º Ciclo 0,1 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 0 1200 1100 Dias após o plantio - DAP AF = 0,5789 x C x L x NF LA, lâmina aplicada = volume aplicado (L planta-1), K, constante; AF, área foliar total (m²); Kl = coeficiente de localização; maior valor entre a percentagem de área molhada e área sombreada; Ti, tempo de irrigação por dia (h); n, número de emissores por planta; q, vazão do emissor em (l h-1); Ea, eficiência de aplicação. LA = 0,5*ETo*AF ‘Prata-Anã’ AF = 1,1 m2 -1 Transpiração (litros.dia ) Ti = LA / (n x q x Ea) LA = V (volume) Estimativa da Transpiração 2.5 Fonte: Santos et al. (2015) – dados não publicados Área foliar (m2) Coeficiente (Kc e Kl) Área foliar mensurada em bananeiras ‘Prata-Anã’, com manejo de irrigação baseado no coeficiente empírico de transpiração foliar (K) e coeficiente da cultura (Kc), durante quatro ciclos produtivos. Guanambi, BA, 2012-2015. 2 AF = 0,86 m 2 AF = 0,62 m 2 AF = 0,55 m 2 2 AF = 0,53 m 1.5 AF = 0,49 m 2 AF = 0,45 m 2 1 AF = 0,38 m AF = 0,20m 0.5 2 2 AF = 0,17 m 2 0 0 2 4 ETo-PM (mm dia-1) 6 Fonte: Oliveira et al. (2013); Coelho et al. (2015). 8 Manejo da Irrigação Baseado no solo Manutenção da umidade entre 70% e 100% da água disponível (Cc-Pm)xfr; fr = 0,30 Fonte: Coelho et al. (2015). Fotos: Marcelo R. dos Santos Balanço de água na zona radicular Fonte: Santos (2012; 2013) Determinação da tensão de água no solo – correspondência entre tensão e umidade POSICIONAMENTO DE SENSORES - Z VARIA COM A FENOLOGIA 0,15-0,55 m a) Microaspersão a) Asp. convencional DCR no perfil do solo, no segundo ciclo da bananeira ‘Prata-Anã’, em LATOSSOLO Vermelho-Amarelo distrófico, Guanambi, BA. Zonas c > DCR até 0,40 m DV > extração de água em todos SI PE ≥80% raízes ≥ 80% extração de água Fonte: Coelho et al. (2015) Fonte: Sant’ana et al. (2012) a) Gotejamento Eficiência de aplicação Diminuir percolação Manejo da Irrigação Baseado no solo Determinação e monitoramento do teor de umidade do solo por meio de TDR e calibração dos sensores de TDR = Reflectometria de Domínio no Tempo 0.40 0.38 Teor de água (m3 m-3) Teor de água no solo (cm3 cm-3) Fotos: Marcelo R. dos Santos 0.36 0.34 0.32 0.30 0.28 0.26 0.24 0.22 0.20 0,65 0,60 0,55 0,50 0,45 0,40 0,35 0,30 0,25 0,20 0,15 0,10 0,05 0,00 0,0119 Ka 0,0595 R 2 0,98 0,0000437Ka3 0,0001829Ka2 0,03652 Ka 0,17065 R 2 0,98 8 0 20 40 60 80 100 Tempo decorrido (h) 120 140 160 12 180 Fonte: Santos (2012; 2013) 16 20 24 28 32 36 Ka (adimensional) Neossolo Quartzarênico Latossolo Vermelho 40 44 48 DESENVOLVIMENTO DE CULTIVARES COM ACEITAÇÃO COMERCIAL E COM MAIOR EFICIÊNCIA DE USO DA ÁGUA???? Campo – experimentação > relevância fisiológica TRIAGENS PARA GENOMA QUE EXPRESSE MAIOR SÍNTESE DE HSPs, ABA, AQUAPORINA, PROLINA; AJUSTE OSMÓTICO; INDICADORES DE TOLERÂNCIA À ESTRESSES ABIÓTICOS. In vitro – ciência básica, > precisão experimental Fonte: Lucena (2013) ISS de bananeiras ‘Prata-Anã’, ‘BRS Platina’, ‘BRS Tropical’ e ‘FHIA-23’ no primeiro ciclo de produção, com manejo de irrigação baseado no coeficiente empírico de transpiração foliar (K) e coeficiente da cultura (Kc). Guanambi, BA, 2012-2013. DÉFICIT HÍDRICO Genótipos x tolerância ao decréscimo da umidade do solo (mecanismos morfológicos, fisiológicos, bioquímicos e moleculares) Genoma B SÍNTESE DE HSPs, ABA, AQUAPORINA, PROLINA Células mesofilo Vapor H2O Déficit hídrico < REF < produção Campo – experimentação > relevância fisiológica Fotos: Maria Geralda Vilela Rodrigues DÉFICIT HÍDRICO: ‘Grande Naine’ submetida à diferentes lâminas de irrigação, % da ETo, Nova Porteirinha, MG, 2011 GENÓTIPOS X EUA Genoma B Ordem de tolerância ao decréscimo da umidade do solo ‘Grande Naine’ (AAA) ‘FHIA-18’ (AAAB) ‘BRS Platina’ (AAAB) ‘Prata-Anã’ (AAB) ‘Princesa’ (AAAB) Ordem de produtividade potencial Fotos: Maria Geralda V. Rodrigues; Sérgio Donato Fonte: Cruz (2012); Coelho et al. (2012). L = 100% ETo; EUA = 83,10 kg mm-1; EUA = 59,32 kg mm-1; EUA = 54,42 kg mm-1; EUA = 45,94 kg mm-1; EUA + adequada > 50,4 kg mm-1; L = 75% ETc; Produtividades (a) e EUA (b) de ‘Grande Naine’, ‘FHIA-18’, ‘BRS Platina’, ‘Prata-Anã’ e ‘BRS Princesa’ sob diferentes lâminas de irrigação (25 - 125%ETc). Nova Porteirinha, MG, 2010-2011. Fonte: Cruz (2012) GENÓTIPOS X ESTRATÉGIAS DE MANEJO DE IRRIGAÇÃO X EUA Regulated Deficit Irrigation – RDI Regulação do déficit de irrigação Redução dos níveis de água em determinadas fases do ciclo ou em todo o ciclo ‘Princesa’ (AAAB) Partial Rootzone Drying – PRD Molhamento parcial do sistema radicular; Irrigação lateralmente alternada Redução da transpiração, resposta ABA ao déficit hídrico ‘Tropical’ (AAAB) ‘Princesa’ (semiárido): ‘Tropical’ (subúmido): PRD, ↓12% Produtividade; ↑ 76% EUA (Semiárido). L = 50% ITN alternada 7, 14, 21 dias; Produtividades ≈s (RDI) Frações 0,9; 0,5; e 0,1UC; UC = uso consuntivo Fonte: Cruz (2012); Coelho et al. (2013). Fotos: Alessandro Arantes Coelho et al. (2006). (A) Taxas de assimilação líquida de CO2 A e de transpiração E; e (B) Eficiência de carboxilação A/Ci da cultivar Prata-Anã em função da lâmina de irrigação (%ETc) entre maio e novembro de 2011. Nova Porteirinha, MG. Nota: mensurações realizadas às 14:00. Temperatura constante Correlação entre taxas de assimilação líquida de CO2 A e de transpiração E nas cultivares PrataAnã, Grande Naine, BRS Princesa, BRS Platina e FHIA-18 submetidas à lâminas de irrigação variando de 25 à 125%ETc, entre maio e novembro de 2011. Nova Porteirinha, MG Nota: mensurações realizadas às 14:00. Taxas de assimilação líquida de CO2, A, das cultivares de bananeira Maçã, BRS Tropical e BRS Princesa, mensuradas às 8:00 (A) e 14:00 (B). Guanambi, BA, 2011. 8:00 >A meses com T amenas DIFERENÇA ENTRE HORÁRIOS E ÉPOCAS DO ANO <A meses com T elevadas 14:00 >T < A Horário + quente < ∆A f(meses) Correlação entre eficiência instantânea do uso da água A/E e temperatura foliar Tleaf , independente do sistema de irrigação (A); nos sistemas de irrigação por microaspersão (B), aspersão convencional (C) e gotejamento (D) em ‘Prata-Anã’ no segundo ciclo de produção, às 12 horas, Guanambi, BA, 2009-2010. Fonte: Arantes (2014) ALTERAÇÃO NA PERMEABILIDADE MEMBRANAS; DESNATURAÇÃO ENZIMÁTICA; FECHAMENTO ESTOMÁTICO Fonte: Arantes (2014) Correlação entre taxa de transpiração E e temperatura foliar Tleaf, independente do sistema de irrigação (E); nos sistemas de irrigação por microaspersão (F), aspersão convencional subcopa (G) e gotejamento (H) em ‘Prata-Anã’ no segundo ciclo de produção, às 12 horas, Guanambi, BA, 2009-2010. FECHAMENTO ESTOMÁTICO TF causa EUA para todas LI k2 Q10 k1 10 T2 T1 Q10 = coeficiente de temperatura - descreve a magnitude de uma mudança em um processo associado com uma mudança de temperatura da ordem de 10 0C EUA (µmol m-2 s-2 de CO2 / mmol m-2 s-2 de H2O) EUA em função da temperatura foliar e da lâmina de irrigação (%ETc), para ‘Prata-Anã’ (A), ‘Grande Naine’ (B), ‘Princesa’ (C), ‘BRS Platina’ (D) e ‘Fhia-18’ (E) entre maio e novembro de 2011, Nova Porteirinha, MG. A B C EUA = 23.76238 - 0.79423TF + 0.00630TF2 - 0.041L+0.001021TF L (A) EUA = 29.3241 - 1.1882 TF + 0.01263 TF2 + 0.006195 L - 0.00017 TF L (B) EUA = 21.42992 - 0.75687TF + 0.00685 TF2 - 0.001015L+ 0.000027 TF L(C) EUA = 29.85937 - 1.18625TF + 0.012098TF2 -0.006335L + 0.000226 TFL(D) EUA = 26.30061 - 1.00867TF + 0.01009TF2 + 0.002018L – 0.000058 TFL(E) D E MANEJO CULTURAL - Bananeiras ‘Prata-Anã’ e ‘BRS Platina’. Guanambi, BA, 2013. Melhoria das propriedades químicas, Redução da evaporação e melhoria de troca de calor físicas e biológicas do solo – retenção de água e nutrientes Redução da percolação Fotos: Alessandro Arantes Fotos: Eugênio Ferreira Coelho Fonte: Coelho et al. (2015). Faria (2008) Plantas ha-1 IAF e BF (balanço foliar) de plátano ‘Terra Maranhão’ em função de DAT para diferentes densidades de plantio. Guanambi, BA, 2014-2015. meses com > Vvento (jun;jul) < densidade de plantio →BF (-) Plátanos com 1.111 pl ha-1 e 4.166 pl ha-1), 220 dias DAT. AUMENTO DE DENSIDADE DE PLANTIO Locais com muito vento < dilaceração do limbo e < tombamento de plantas A redação / Agência Brasil Fotos: Alessandro Arantes PROTEÇÃO AO CULTIVO Fotos: Victor Galán Saúco CULTIVO PROTEGIDO E USO DE ANTITRANSPIRANTES Fotos: Rubén Ortiz SENÃO? “CLIMATIC CHANGE HOT SPOTS” [email protected]