Macapá (AP), Domingo, 1º de maio de 2016 Página 5 D•2 •CAMARIM Macapá (AP), Domingo, 1º de maio de 2016 DE CORPO E ALMA Companhia de Dança amapaense estreia espetáculo que trata do universo feminino Superação, respeito, direito de ser e se expressar bela e sensual. Um retrato sobre a realidade feminina, apresentada através da integração de diferentes artes que se mesclam: a dança, a literatura, o audiovisual e a música num só espetáculo. A Graham Cia de Dança apresenta, no dia 4 de maio (próxima quarta-feira), no Teatro das Bacabeiras, a sua mais nova produção intitulada “De Corpo e Alma”, um espetáculo autoral, que trás o Jazz como linguagem e sob diferentes influências, mas as que se mesclam neste trabalho são o Lyrical Jazz, Modern Jazz e o Jazz dance. De Corpo e Alma tem como foco a figura feminina, suas dores, amores e prisões, é uma releitura mais intimista e completa da primeira versão apresentada em 2007, que rendeu a Cia a indicação e participação da Cia no Palco Giratório deste mesmo ano, etapa Macapá, como convidado local. Leve e livremente inspirado em observações, em histórias cotidianas, pesquisas, em mazelas e experiências. Cleide Façanha, fundadora do Graham e produtora do espetáculo, garante que a performance levará o público a uma viagem pelo universo belo e complexo que é o feminino, com sutileza, leveza, onde a mulher, humana, sensível e ao mesmo tempo forte, interpreta a ela mesma, frágil, mas também ousada e de temperamento às vezes impetuoso. O espetáculo fica ainda mais belo com fragmentos de poemas de Aracy Mont’Alverne, cujo textos foram cedidos pelos filhos da escritora. Os poemas ilustrarão a temporalidade da dança, dividida em três momentos e com duração de aproximadamente quarenta e cinco minutos com classificação livre. “O que nos levou a este espetáculo é a história da “Mulher” através dos séculos e em suas transformações, não temos o intuito de fazer algo cronológico ou contar a história da mulher ao longo dos séculos, mas produzir uma obra que enobreça e exalte mais ainda a figura feminina colocando-a no lugar de destaque que merece, respeitando sua força e suas fragilidades tão peculiares”, explica o conceito do espetáculo, Cleide Façanha. Alicia Cunha, Andressa Silva, Anne Lorena, Claudiani Morais, Jessica Pontes, Katia Barbosa, Larissa Costa, Luciana Jardim, Marielli Oliveira e Tassy Mantoani são as bailarinas que compõem o elenco do De Corpo e Alma. Outro diferencial do espetá- culo será a iluminação, que ficará sob a responsabilidade do Paraibano Eloy Pessoa. O figurino tem a assinatura de Júnior Beltrão e a direção artística, roteiro, coreografia e cenário tem a concepção de Cleide Façanha. A Companhia Fundada em 18 de setembro de 1995, a Graham Companhia de Dança atualmente conta com dez (10) bailarinas, que se dedicam diariamente à prática de diferentes técnicas (moderna, contemporânea, clássica, jazz, ...) entre aulas e ensaios, cinco dias por semana. Embora pequena, a Cia tem em seu currículo importantes trabalhos em circuitos nacionais, festivais, oficinas com profissionais de alto nível (nacional e internacional), participação em shows com artistas locais, trabalhos beneficentes, dentre outros. Detentora de várias premiações, atualmente a Companhia investe em seu próprio repertório e dedica-se em aprimorar e concluir Espetáculos. Temas que retratam a realidade humana, com uma mensagem positiva, que levam a reflexão, despertem emoções, a responsabilidade social, são fontes de inspiração e a marca registrada da Companhia. (Rita Torrinha – Assessoria de Imprensa) SERVIÇO: Espetáculo de jazz “De Corpo e Alma” Data: 04 de maio (quarta-feira) Local: Teatro das Bacabeiras Hora: 20h Ingressos: R$ 20,00 (inteira) R$ 10,00 (meia) Podem ser adquiridos antecipadamente pelo telefone: 99129-4090 (Cleide Façanha) Macapá (AP), Domingo, 1º de maio de 2016 •CAMARIM D•3 AGENDA CULTURAL Rebecca Braga e convidados apresentam show ‘Encontros e Despedidas’ A cantora já firmadíssima no Amapá, Rebecca Braga está de mudança pra São Paulo. A artista que embalou várias noites e casas de show pela cidade, mudará de ares e colocará em prática seus planos de seguir a carreira fora do Amapá. Além disso, a musicista pretende viver um novo momento da sua vida pessoal e acadêmica. Para ela, chegou a hora de encarar novos desafios. “Esse show é o primeiro de dois momentos que eu idealizei, e o segundo momento será em junho. É um processo não só de despedida, mas de mudança de ares, perspectivas e expectativas, da minha carreira como cantora e também como acadêmica. Pensando nessa mudança radical e importante, quero propiciar aos meus amigos e aos que gostam do meu trabalho, um momento de celebração, de encontro e de comemoração aos anos em que vivi no Amapá”, disse. Com duas décadas de carreira, Rebecca Braga é considerada uma das grandes cantoras do Amapá, ela canta com a alma e costuma emocionar quem vê seus shows. Suas influências, aliadas a experiência de ter feito parceria com renomados músicos, compositores, poetas e cantores do nosso Estado, fez dela o que é: uma estrela com brilho próprio. Sucesso de público e crítica, aclamada inclusive pela classe artística amapaense, Rebecca se despede em grande estilo, no dia 14 de maio, a partir das 20h, no bar República Vintage. Neste dia, a cantora realizará o show ‘Encontros e Despedidas’. A apresentação de despedida contará com as participações especialíssimas de Brenda Melo, Ingrid Sato e Zé Miguel. O show terá 2h de duração e o repertório promete ser intimista, com canções nacionais e internacionais. Segundo Rebecca, o setlist irá de Chico Buarque a Beatles, com músicas que ela costuma cantar e até interpretações inéditas. A voz de Rebecca embalou festas inesquecíveis, sua música faz parte das memórias do Rock’n’roll, MPB e MPA, que só os que gostam da noite amapaense sabem e vivem. Visceral e delicada, Rebecca Braga sempre deu ao público muito mais que esperavam. Esse “até breve” da artista promete e com certeza cumprirá a promessa de ser um grande show. (Sharlot Sandim) Ciclo do Marabaixo: Domingo do Mastro tem corte dos troncos, roda de marabaixo e oficina com teoria e prática sobre o festejo No bairro Laguinho, a Associação Raimundo Ladislau finaliza os preparativos para o Sábado e Domingo do Mastro, quando é feito o corte dos troncos de árvore que integram os festejos para a Santíssima Trindade e Divino Espírito Santo, no quilombo do Curiaú. É a continuação do Ciclo do Marabaixo, que iniciou na semana Santa e encerra no Domingo do Senhor, com manifestações religiosas e festivas, como missas, novenas, bailes, rodas de marabaixo, e retirada e derrubada dos mastros. Neste ano a Associação preparou uma oficina para difundir conhecimento sobre o assunto. Realizado pela Associação Raimundo Ladislau, na casa da matriarca Tia Biló, filha do mestre Julião Ramos, o grupo é responsável pela produção da gengibirra e do caldo, e além da limpeza, recepção, eles tocam, dançam e jogam versos e ladrões de marabaixo. “É um trabalho em conjunto feito por idosos e jovens, que se revezam nos afazeres. Fazemos tudo com muita dedicação pra não faltar nada para os visitantes e devotos”, disse Joaquim Ramos, presidente da Associação. Neste sábado junto com outros grupos, eles cumprem o ritual de retirar os mastros no Curiaú, que serão enfeitados para serem levantados na aurora dedicada ao Divino e Santíssima Trindade. Após o almoço de confraternização com as famílias tradicionais, os mastro são deixados na casa da irmãs Joana e Raimunda, e levados no dia seguinte, Domingo do Mastro, para o barracão da tia Biló. Às 17h de domingo inicia o Marabaixo do Mastro, até meia-noite. A preocupação com a continuidade e conhecimento da tradição do marabaixo, levou a Associação a fazer parceria com uma faculdade, e será oferecida a oficina “Ciclo do Marabaixo: Fé e Tradição do Fazer Pedagógico”, voltada para acadêmicos e comunidade em geral. As oficineiras Laura do Marabaixo e Mery Baraká, irão abordar a história do marabaixo, a importância da dança neste contexto cultural, haverá ainda roda de conversa com pioneiros que contarão histórias, e explanação de professores graduados na área. Serviço Domingo do Mastro – 1º de maio 8:30 – condução dos mastros para o barracão 17h – Marabaixo do Mastro Rapper Emicida vem à Macapá para festa Curupira Nigga 2016 A Produtora Curupira Vampiro realiza no dia 6 de maio na Sede dos Magistrados, Zona Sul de Macapá, a 4ª edição da Curupira Nigga com o show do rapper Emicida. Uma festa voltada para celebrar a cultura de rua e reunir o público que gosta de hip hop, trap, rap, eletro e pop. Ritmos que unem diversos públicos e, além disto, le- vantam questões sociais importantes atualmente. Emicida se destaca no cenário musical atual como um dos principais artistas representantes do hip hop e rap nacional. Em alta nas rádios de todo país, ele já firmou parcerias com cantores como Vanessa da Mata, Rael, Pitty, entre outros. Já se apresentou em festivais como Coachella, Rock in Rio, SWU e Lolapalloza. O rapper mostra para que veio e não nega atitude em suas músicas, rimas e apresentações. Sua primeira mixtape comercializada em 2009 “Pra Quem já Mordeu um Cachorro por Comida Até que eu Cheguei Longe” fez o nome do cantor correr por todo o Brasil. Seu primeiro álbum em estúdio foi lançado em 2013 e alcançou o primeiro lugar em listas de melhores do ano como a da revista Rolling Stone. Atualmente com o trabalho “Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa”, o cantor apresentará segundo ele o resultado de toda uma pesquisa feita durante sua estadia na África no início de 2015, mesclando elementos encontrados nos países de Cabo Verde e Angola com a música do Emicida. A apresentação terá novas interpretações e também contará com as mixtapes do início da carreira. O line up da 4ª edição da Curupira Nigga ainda conta os Djs Curupira + Djs convidados. Além do público da festa, que para os representantes da produtora, são uma atração a parte, pois entram no clima do evento e, de fato, fazem a festa acontecer. Serviço Festa Nigga 06 de maio Sede dos Magistrados Postos de venda: Sorveterias Santa Clara e Occhi Sunglasses. 2º Lote: R$ 100 – Festa Open Bar D•4 •CAMARIM The Ranch é uma das séries de comédia mais fantásticas que já vi. Há uns dias atrás, abri a netflix e vi o anúncio de uma nova série de comédia com o ator Ashton Kutcher, conhecido por assumir o lugar de Charlie Sheen em Two and a half men e outros filmes famosos de comédia. Como sou hiper curioso, fui assistir. Tive uma grande surpresa! The Ranch é incrível! A série se passa na cidade de Colorado, nos EUA, detalhando a vida de dois irmãos ajudando seu pai a cuidar de um rancho. O filho mais novo, Colt Bennett(Ashton Kutcher), que não tinha uma boa relação com o pai, decidiu sair de casa para tentar a vida como jogador de futebol americano. 15 anos depois, após a carreira não ter decolado, por conta de uma vida de bebedei- Macapá (AP), Domingo, 1º de maio de 2016 ras, decide voltar ao rancho consertar as coisas com a família. A tarefa não é fácil, seu pai Beau é cabeça dura e bastante complicado, seu irmão Galo está magoado por ter que segurar as pontas sozinho por 15 anos. Aos poucos, Colt precisa reconquistar a família. Nem parece comédia, né? Mas, acredite. É muito engraçado. Piadas e formas diferentes das demais séries de humor, a mistura do sério com o engraçado deixa tudo muito interessante. A série te transporta para dentro da vida deles, te deixando com aquela vontade de estar ali. Você vai se apaixonar pela família Bennett. The Ranch estreou dia 01 de abril, na netflix. Sua primeira temporada foi dividida em duas partes de 10 episódios. A segunda parte será liberada ainda este ano. Corre pra ver!! Deadpool 2 terá sequência com Ryan Reynolds, confirma Fox O diretor Tim Miller também está confirmado na continuação; primeiro filme foi sucesso de crítica e bilheteria; Avatar ganhará mais quatro filmes A 20th Century Fox confirmou nesta quinta-feira, 14, durante a CinemaCon, que já está sendo produzida a sequência do sucesso de crítica e bilheteria Deadpool. Além de levar novamente a assinatura de Tim Miller na direção, o novo longa contará ainda com o ator Ryan Reynolds vivendo mais uma vez o irônico mercenário Wade Wilson. A empresa confirmou também que Deadpool 2 terá o retorno de toda a equipe criativa que foi responsável pelo primeiro filme da franquia, dentre eles estão os roteiristas Paul Wernick e Rhett Reese – responsáveis também por Zumbilândia. Sucesso imediato, era mais do que esperado que se desse continuidade à história nas telonas. Depois de ter arrecadado mais de US$ 750 milhões ao redor do mundo, muito graças a uma grande campanha de marketing, Deadpool se tornou um dos filmes de super-heróis mais rentáveis e um dos maiores recordes de bilheteria de toda a história de produções com classificação indicativa R. Além de Deadpool, a empresa aproveitou a ocasião para divulgar que serão realizadas pelo menos mais quatro sequências para Avatar, outro blockbuster que bateu recordes de bilheteria. A estreia de Deadpool 2 ainda não tem data prevista. (Revosta Rollingstone) Macapá (AP), Domingo, 1º de maio de 2016 •CAMARIM D•5 ENTREVISTA “Toda a natureza da indústria da música mudou” Com milhões de discos vendidos, turnês esgotadas, um programa de TV incrivelmente popular e um crescente império pessoal de negócios, Adam Levine, o líder do Maroon 5, está redefinindo o conceito de estrelato pop um hit por vez. Mas o que move o astro? Adam Levine estampa a capa deste mês da Rolling Stone Brasil. O jurado do The Voice e líder do Maroon 5, banda que em março lotou estádios pelo país, há alguns anos tem sido uma máquina de fazer dinheiro e sucesso. “Nunca quero ir dormir, porque estou empolgado demais em estar vivo”, define ele na entrevista que chega às bancas de São Paulo nesta sexta, 15 (e na semana seguinte aos demais estados). “Sempre penso: estou na cama, mas poderia estar fazendo algo incrível agora.” Chad Dennis, instrutor de ioga do cantor (que também trabalha com Harry Styles, do One Direction), concorda e ri: “Todo dia é Natal para o Adam”. “Cresci na porra de Los Angeles com um bando de hipsters e queria dar um soco na boca deles constantemente”, continua o astro. “Eles eram tão cool. Eu odiava aquilo. Dizia: ‘Cara, não quero ser cool. Que se foda isso. É estúpido. É entediante. E é triste. Quero me divertir. E fazer música pop.” Apesar de adorado por uma legião crescente de fãs, Levine também tem um batalhão bastante consistente de detratores – já viu o Maroon 5 ser zombado em um episódio de Girls, por exemplo, e quando foi eleito pela revista People O Homem Mais Sexy de 2013, teve de ler no site Jezebel que sua escolha era “uma vitória impressionante para os babacas mundo afora”. O fato de o astro não se importar em usar, sem pudores, a própria imagem para ganhar dinheiro também parece incomodar quem o vê como um músico inconsistente. Mas hoje Levine não se incomoda com esse entendimento de que um “artista comprometido com sua arte” deveria ser menos preocupado com cifras. “Toda a natureza da indústria da música mudou muito. Antigamente, todos tinham muito orgulho e alguma pureza. Era algo realmente bonito. Em vez de lamentar que as coisas não são mais assim – e passei muito tempo fazendo isso –, estou mais interessado em explorar o que é o futuro. As pessoas se prendem em muitas coisas nas quais não precisam mais se prender.” Além da entrevista concedida em Los Angeles, Levine também falou com a Rolling Stone Brasil durante a passagem do Maroon 5 por São Paulo e comentou ainda sobre o medo do fracasso e a carreira no The Voice (além de ter revelado o desejo de trabalhar em um filme de superheróis: “Notifiquem a Marvel de que eu iria amar!”). Adam Levine abre um sorriso quando ouve a pergunta. Ele parece deliciado de notar que passará os cinco minutos seguintes (cinco cravados, já que o esperam para um evento da grife brasileira John John, da qual é garoto-propaganda) falando, finalmente, de música, TV e cinema. O vocalista do Maroon 5 chegou a um estágio da carreira em que não precisa chegar a um país e dar uma longa sequência de entrevistas, pois qualquer show que a banda marque, por maior que seja a capacidade de lotação do local, terá ingressos esgotados e uma horda de fãs que apesar de ter, em grande parte, superado a adolescência há algum tempo, não se furta de passar vergonha reagindo diante do rebolado de Levine e de se comportar como se estivesse em uma versão massiva de um Clube das Mulheres protagonizado por um homem só. Esta turnê pela América Latina tem duas particularidades. Uma diz respeito a entrevistas: a imprensa está alucinada por comentários a respeito da notícia de que a esposa de Levine, a modelo Behati Prinsloo, espera o primeiro filho do casal (assunto que ele tem evitado). A segunda é que o vocalista comemoraria seu aniversário de 37 anos no Brasil, longe da família e dos amigos, mas ao lado da banda que ajudou a catapultá-lo ao status de mega-astro que carrega hoje. “Estou muito feliz de passar aqui. Estamos planejando fazer uma festinha. Nada demais, porque estamos ficando mais velhos, então não somos mais tão malucos”, brinca (posteriormente, ele postou no Instagram uma foto de seu bolo pela metade e afirmou que recomenda que todo mundo gaste um aniversário assim, comendo bolo sozinho e refletindo sobre as conquistas). Afinal, agora ele está mais perto dos 40 do que dos 30, certo? “Obrigado por me lembrar disso!”, ri. “Aproveite cada ano porque quando se der conta... bom, não estou tão velho assim, vai.” Não está. Ao contrário, ele parece um moleque quando conversa sobre os medos e anseios que o estrelato instiga sobre ele. “Eu penso isso o tempo todo”, diz, analisando a possibilidade de que depois de tantos anos de sucesso estável, o próximo single pode, de repente, ser um fracasso e representar o começo do fim. “Ter um hit é a exceção, é muito mais fácil não ter um. A gente tem tido muita sorte. Fizemos algumas músicas que não foram sucesso, mas é bom também porque aí sempre ficamos agradecidos quando uma canção estoura. Você pode até imaginar que as pessoas já esperam que uma música da nossa banda vá ser grande, mas não é tão fácil assim”, se justifica. É a velha história de que a queda é mais grave quanto maior a altura. “Você tem que meio que aceitar o fracasso, mas deixá-lo para trás rapidamente para conseguir chegar ao próximo nível. Se eu ficasse enlouquecendo com algo que não funcionou ou uma oportunidade perdida, ficaria maluco, iria explodir.” Ainda que lide diariamente com esse sucesso cheio de possibilidade de fracasso, Adam Levine pode contrabalancear essa realidade e manter os pés no chão encarando, ao lado dos candidatos do The Voice, o caminho contrário: o de quem ainda não tem nada além da chance de sair do zero e, quem sabe, chegar ao topo. “Quan- do comecei a fazer o The Voice eu fiquei surpreso com como me senti. Eu não sabia muito bem no que estava me metendo, mas percebi que tinha bastante a oferecer a esse pessoal, e isso meio que me revigorou para a minha vida e minha própria carreira”, diz. “É tipo [fala em tom de surpresa] ‘Eu entendo de alguma coisa!’” Além de cantor, modelo, marido, empresário e astro da TV, Adam ainda encontra dentro dele um desejo de atuar. Tendo exercido o ofício na TV e no cinema, em Mesmo se Nada Der Certo, ele diz que agora adoraria ter um papel naquela que é a versão de Hollywood do Maroon 5: filmes de super-herói, que são praticamente uma garantia de triunfo, mas que, quando falham, falham proporcionalmente ao seu tamanho agigantado. “Notifiquem a Marvel de que eu iria amar! (Por Revista Rolling Stone Brasil) D•6 •CAMARIM Macapá (AP), Domingo, 1º de maio de 2016 TEATRO BRASILEIRO E AMAPAENSE O século XIX marcou o início da construção de teatros no Brasil, nesse período foram construídos no Brasil. A chegada de D. João VI à colônia e principalmente a chegada da Missão Francesa em 1816fizeram com que o teatro se renovasse em nosso país. Entre os teatros inaugurados nesse período temos: o Teatro São João na Bahia, inaugurado em 1812; Real Teatro de São João, no Rio de Janeiro, de 1813; Teatro União no Maranhão em 1817; Teatro Niteroiense, na cidade de Niterói em 1827. Salienta-se que foi neste teatro que o ator e empresário João Caetano, se apresentou com a primeira companhia dramática brasileira; Teatro D. Pedro II, em 1828 na cidade de Porto Alegre no Rio Grande do Sul e 1833 – Teatro Sete de Abril em 1833, em Pelotas, também no Rio Grande do Sul. go”. É considerado por este pesquisador o marco inicial das manifestações dramáticas, em espaço aberto, no Estado do Amapá. Por outro lado, no ano de 1775 já havia um pequeno teatro de madeira na Vila de São José de Macapá, que, inclusive foi visitado pelo Governador da Província do Grão-Pará, Mendonça Furtado. Nesse período o atual Estado do Amapá fazia parte da referida Província. Portanto, considera-se este momento como o marco inicial das manifestações dramáticas, em espaço fechado, no Amapá. Na década de 1920, aporta em Macapá o famoso Padre Júlio Maria Lombaerd que criou um grupo de teatro para treinar os coroinhas para prepará-los para o sacerdócio. As décadas de 1940 e 1950 demonstram grande avanço em relação às atividades teatrais, prin- Amapá - UECSA, sendo o texto de Maria Clara Machado e a direção de Cláudio Barradas. Durante a década de 1960 muitos trabalhos foram realizados em estabelecimentos escolares como também em associações civis organizadas como é o caso de Honorina Banhos, mais conhecida como Vovó Doninha, que desde 1947 dirigiu um Grupo de Pastorinhas como também escrevia e montava textos teatrais com temas populares que sempre eram apresentados na Sede do “Trem Desportivo Clube”, que funcionava como teatro e cinema. Outra personagem de muita importância foi a professora Rizalva Amaral que iniciou muitos jovens em relação ao teatro nessa década como também montou vários espetáculos nas escolas que lecionou. Ela era diretora de teatro e escrevia textos teatrais com temas religioso e social. Ainda na década de 1960 foi fundado o Grupo Teatro de Amadores do Amapá. O Grupo de Teatro “Telhado” passa a ser um dos mais produtores grupos de teatro na década de 1970 no Estado do Amapá. Montou os seguintes espetáculos: “A Mulher que Casou Dezoito Vezes”; “Antônio Meu Santo”; “Quem Casa, Quer Casa”; “Menino do Laguinho” entre outros. Faziam parte do Grupo Telhado os seguintes artistas: Consolação Côrte, Marizete Ramos, Luiz Otávio Barata (diretores provenientes de Belém), Lineu Gantuss Camilo, Rosa Souza, Benedito Trindade, Oswaldo Simões, Adaulete Barreto, Edi Prado, Fatinha, Eduardo Canto, Jorge Herbert, Gamachi, Juvenal Canto e Edinaldo Ribeiro entre outros. Foi o ProNa região Norte Nordeste, um dos primeiros teatros de grande porte foi inaugurado no ano de 1850 na cidade do Recife, conhecido na época como Teatro de Santa Isabel. A partir de então outros teatros foram sendo inaugurados principalmente na Região Norte do Brasil como: como o Teatro Arthur Azevedo no Maranhão e os teatros do Ciclo da Borracha: Teatro Amazonas em Manaus e Teatro da Paz em Belém do Pará. Sobre o teatro no Amapá, poderíamos afirmar que tem seu início praticamente no século XVIII com a apresentação ao ar livre da encenação da batalha entre os “mouros e Cristãos” desde o ano de 1777, na Vila de Mazagão Velho. Isto se deu em função da transladação de 136 famílias pela Coroa Portuguesa, que chegaram ao Estado do Amapá no ano de 1771. Esta encenação acontece há 239 anos nos dias 24 e 25 de julho dentro da programação da “Festa de São Tia- cipalmente em função da inauguração do “Cine teatro Territorial” pelo Governo do Território, Senhor Janary Gentil Nunes. Havia ainda, o Barracão da Prelazia que pertencia à Igreja Católica. Era um local com palco, que servia para comemorações e apresentações teatrais. Nesse barracão foi encenada a peça “O Cordão do Papagaio”. Ou empreendimento de muita importância nesse período foi o Palco da Rádio Difusora de Macapá. Foi um período em que muitos artistas famosos como Procópio Ferreira e Bibi Ferreira se apresentaram no Cine Teatro Territorial de Macapá. Em 1957, começou a chegar a Macapá as excursões das vedetes capitaneadas por Concita Mascarenhas e outras grandes musas do teatro rebolado do Brasil. Do ano de 1959, há registros fotográficos da apresentação do espetáculo “Pluft o Fantasminha”, pelo Grupo da União de estudantes secundaristas do fessor Munhoz quem conseguiu trazer de Belém a diretora Marizete Ramos e o diretor Luiz Otávio Barata para contribuir com o teatro amapaense e principalmente com o Grupo Telhado. Atualmente há vários grupos de teatro no Amapá. Todavia os mais tradicionais são: “Companhia Teatro de Arena” e o “Grupo Teatral Língua de Trapo”. O primeiro vem há 37 anos, apresentando seu mais tradicional espetáculo, intitulado “Uma Cruz para Jesus”, tendo como diretor Amadeu Lobato. É um espetáculo apresentado durante o período da semana Santa que enfoca a paixão, morte e ressureição de cristo. Acontece ao lado da Fortaleza de São José de Macapá, cuja muralha antiga funciona como cenário. A apresentação é realizada ao ar livre com entrada franca. Macapá (AP), Domingo, 1º de maio de 2016 •CAMARIM D•7 CRÍTICA DE CINEMA - POR PABLO VILLAÇA Capitão América: Guerra Civil Entre hangares e aviões, uma dúzia de indivíduos dotados de superpoderes avançam uns contra os outros. Golpes potentes são disparados, objetos são arremessados apenas com o uso de gestos, combatentes voadores se engalfinham no ar e destroços acabam espalhados por todos os lados. Por si só, a ideia de super-heróis se enfrentando numa batalha desesperada já desperta interesse, obviamente, mas o que torna esta sequência – presente em Capitão América: Guerra Civil – tão impactante e dramática é o fato de compreendermos as motivações dos personagens envolvidos e nos preocuparmos com estes. Sem isto, o embate central do longa seria mera pirotecnia. Claro que, para compreender completamente o que leva cada um a estar ali, é preciso assistir a uma penca de filmes produzidos pela Marvel ao longo dos últimos dez anos – a maioria deles eficiente, mas longe de alcançar o brilhantismo. Sim, o primeiro Homem de Ferro seguia como o melhor do grupo, ao passo que o terceiroapresentava-se como o pior, mas entre estes a qualidade artística se mantinha estável no nível “ok, gostei, mas não creio que um dia sentirei o impulso irresistível de revê-los” (estou falando de Homem de Ferro 2, Thor, Thor 2, Os Vingadores, Os Vingadores: Era de Ultron, Homem-Formiga, Capitão América: O Primeiro Vingador eCapitão América: O Soldado Invernal). Ainda assim, ao ver Guerra Civil, fiquei grato por ter acompanhado os capítulos anteriores, já que isto permitiu que, ao reencontrar aqueles personagens atirados uns contra os outros, suas reações ressoassem com mais vigor graças a tudo que viera antes, conferindo maior peso à narrativa. Ao mesmo tempo, este trabalho dirigido pelos irmãos Anthony e Joe Russo e roteirizado por Christopher Markus e Stephen McFeely jamais esquece que é, afinal de contas, uma fantasia protagonizada por seres essencialmente mágicos (imaginem se os poderes de Harry Potter viessem não de sua varinha, mas da picada de uma aranha radioativa) – e, assim, mesmo com toda a seriedade de sua trama, o longa jamais abandona uma certa (e importante) leveza mais do que apropriada a uma história envolvendo indivíduos que se vestem com uniformes coloridos e trocam piadinhas em meio a lutas sangrentas. Neste sentido, os irmãos Russo compreendem algo que aparentemente escapou a Zack Snyder em seu Batman vs Superman: ser “sério” não significa não ter vida. Com isso, percebemos e sentimos a dor de Tony Stark (Downey Jr.) e da Feiticeira Escarlate (Olsen) sem que seja necessário que a fotografia invista num filtro cinza que remova praticamente todas as cores durante toda a projeção. (Aqui cabe uma observação, já que apenas recentemente descobri haver uma rivalidade imensa entre fãs da DC e da Marvel: como não tenho o hábito de ler HQs, não faço qualquer distinção entre os dois universos em termos de preferência pessoal – e elogiei fartamente a trilogia comandada por Christopher Nolan, por exemplo. Assim sendo, deixem de lado quaisquer teorias de conspiração; podem me chamar de “o isentão dos filmes de super-heróis”.) Adotando o senso de humor de maneira bem mais eficaz do que em Os Vingadores, que investia insistentemente em piadinhas bobas em momentos nos quais deveria estar focado em outras prioridades narrativas, Guerra Civilemprega o humor de forma pontual e precisa, usando as tiradas de forma orgânica, provocando um riso que funciona como alívio cômico em vez de como motor da trama e seguindo em frente sem sacrificar a seriedade da história. Além disso, o filme tampouco força a mão ao tentar comunicar elementos mais dramáticos, realizando a tarefa visualmente e de forma sutil, por exemplo, ao ilustrar a tentativa de Visão (Bettany) de se ajustar a uma existência mais humana ao vestir pulôveres cinza-azulados que soam absurdos em seu corpo colorido ou ao trazer Stark sentado a certa distância da mesa na qual os Vingadores se reúnem para ouvir o parecer do Secretário de Estado Thaddeus Ross (Hurt), demonstrando, com isso, a típica natureza rebelde que irá se contrapor à sua decisão de submeter o grupo ao controle da ONU. Para completar, em diversos instantes a obra descarta qualquer diálogo para pontuar a decepção ou a apreensão de um personagem com relação às atitudes de outro, optando, em vez disso, por tentar apresentá-las através dos olhares e da expressão corporal do elenco competente. Neste aspecto, vale apontar, cada intérprete acaba ganhando a oportunidade de desenvolver aspectos interessantes da personalidade do herói que vive: Chris Evans, por exemplo, ilustra o apego emocional do Capitão América a Bucky/Soldado Invernal (Stan), que se torna ainda maior por este ser o último remanescente de sua época original. Da mesma forma, esta amizade obviamente acaba por cegá-lo para outros fatos que deveriam ser considerados antes de qualquer atitude impensada, o que o leva a adotar uma postura arro- Dirigido por Anthony Russo e Joe Russo. Roteiro de Christopher Markus e Stephen McFeely. Com: Chris Evans, Robert Downey Jr., Scarlett Johansson, Sebastian Stan, Don Cheadle, Paul Bettany, Chadwick Boseman, Anthony Mackie, Jeremy Renner, Elizabeth Olsen, Paul Rudd, Tom Holland, Marisa Tomei, Emily VanCamp, Daniel Brühl, William Hurt, Martin Freeman, John Kani, John Slattery, Alfre Woodard, Jim Rash, Hope Davis. gante – e, sim, autoritária – que torna o autocontrole de Stark ainda mais surpreendente. Robert Downey Jr., por sinal, finalmente volta a ter a oportunidade de demonstrar sua versatilidade como ator depois de passar a última década preso aos maneirismos de Stark – e, aqui, ele consegue evocar muitíssimo bem as dúvidas do bilionário e principalmente sua dor em um momento-chave da projeção. Por outro lado, Scarlett Johansson se destaca pela fisicalidade da Viúva Negra, que, ao seu próprio modo, se estabelece como – e me perdoem a expressão, mas não há outra mais apropriada – a mais foda entre todos, já que, mesmo sem qualquer superpoder, jamais se submete ao papel de “mocinha em perigo”, enfrentando os inimigos com a mesma segurança que o Superman teria ao confrontar batedores de carteira. (“Como você se atreve a fazer uma comparação usando personagens de universos diferentes?!?!” Shhh, acalme-se: já falei que sou isentão.) (Se você estiver lendo este texto em 2030 e não compreender o que quero dizer com “isentão”, uma rápida explicação: no surreal período de 20152016, este termo passou a ser usado para se referir pejorativamente a qualquer pessoa racional que tente ponderar os fatos em vez de se entregar a discursos baseados em agressividade e subjetividade.) Mas, claro, Stark, Capitão América e Viúva Negra são apenas três dos vários personagens presentes em Guerra Civil e, assim, em vez de analisar um por um, prefiro destacar mais três deles: o Pantera Negra, que é encarnado por Chadwick Boseman com uma formalidade mais do que apropriada que o posiciona como o mais sério e “adulto” dos heróis; o Homem-Aranha de Tom Holland, cujo espírito apropriadamente juvenil rivaliza apenas com sua empolgação diante do novo mundo que descobre graças aos seus poderes (e que já prometem torná-lo a melhor versão cinematográfica de Peter Parker); e, finalmente, o Homem-Formiga, que, graças ao timing cômi- co de Paul Rudd, praticamente rouba todas as cenas das quais participa. Impecável também na condução das sequências de ação, Guerra Civil demonstra uma clara evolução por parte dos irmãos Russo, que coreografam bem a longa perseguição envolvendo carros e motos no segundo ato, o confronto que discuti no início deste texto (e durante a qual sempre compreendemos como cada superpoder é empregado em conjunção ou em resposta aos demais) e, principalmente, a luta que ocorre no clímax e que, além de brutal, encontra tempo para enfocar as reações emocionais dos três homens envolvidos. (Em contrapartida, se tropeçaram com a ponta desnecessária de Danny Pudi em Soldado Invernal, desta vez a ponte com Community - da qual participaram como diretores de alguns episódios – é feita através da ponta também desnecessária de Jim Rash.) Dramaticamente complexo ao criar conflitos nos quais todos agem por motivos nobres e que jamais facilitam o posicionamento do espectador através de alguma revelação que dê mais razão a este ou aquele personagem,Guerra Civil é memorável justamente ao demonstrar que, muitas vezes, não há um lado “certo” ou “errado” em uma guerra, apenas visões diferentes que deveriam ter sido conciliadas através do diálogo em vez de apelar para confrontos que só trarão mais dores e complicarão tudo (e, neste aspecto, é fascinante que até mesmo a motivação do vilão vivido por Daniel Brühl seja compreensível – e, para mim, a mais dolorosa). Certamente se estabelecendo como o melhor entre todos os longas produzidos pela Marvel até agora, Capitão América: Guerra Civil é divertido sem ser inconsequente, sério a respeito de seus temas sem ser artificialmente sombrio e – não menos importante - um belo espetáculo de ação sem jamais sacrificar o desenvolvimento de seus personagens. D•8 •CAMARIM Macapá (AP), Domingo, 1º de maio de 2016