Alerta ambiental na Lagoa do Taquaral

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CORREIO POPULAR
A9
Campinas, quarta-feira, 12 de setembro de 2012
cidades/esportes
AMEAÇA ||| NA ÁGUA
Alerta ambiental na Lagoa do Taquaral
Proliferação de algas provocada pela falta de chuvas na região pode causar mortandade de peixes
Fotos:Érica Dezonne/AAN
dor, é possível que essas algas
gerem algum tipo de toxina
que podem estar prejudicando os peixes.
Bruna Mozer
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
[email protected]
Preocupados com a possibilidade de haver mortandade
de peixes na Lagoa do Taquaral, um grupo de ambientalistas e a Prefeitura de Campinas realizam hoje uma inspeção no local para avaliar a situação. O encontro está marcado para 8h, no Parque Portugal.
Prefeitura
Cardumes foram
vistos procurando por
oxigênio nas margens
Devido à falta de chuvas
— a seca completa 56 dias —
a lagoa tem sido alvo de uma
proliferação de algas, que são
prejudiciais aos peixes. Por isso, é possível observar que a
água em toda a extensão está
esverdeada. A reportagem esteve no local e encontrou alguns peixes mortos boiando
nas margens da lagoa.
O diretor do Departamento de Parques e Jardins (DPJ)
da Prefeitura, Edson Roberto
Navarrete, afirma que os peixes mortos não são, necessariamente, resultado do atual
estado da lagoa e nega que haja mortandade. De acordo
com ele, a análise que será
realizada hoje visa adotar medidas para evitar que, de fato,
uma mortandade ocorra.
“Este ano, o Inverno foi atípico. Choveu muito pouco.
Por isso, essa combinação de
Peixes mortos chamaram a atenção dos ambientalistas: riscos
falta de oxigenação de água
com a alta temperatura pode
causar sim algumas mortes,
mas são poucas.”
A proliferação das algas na
lagoa ocorre devido à alta
quantidade de nutrientes que
consta na água. Atrelado a isso, está a falta de chuva que
contribui com a ausência de
oxigênio na lagoa, fundamental para a sobrevivência dos
peixes.
Segundo Flavio Lima, pesquisador colaborador do Museu de Zoologia da Unicamp
(ZUEC) — ligado ao Instituto
de Biologia —, a falta de chuva permite que as algas permaneçam paradas na água e
Água esverdeada comprova o avanço das algas no local: análise
sua proliferação seja cada vez
maior. “Se estivesse chovendo, elas seriam arrastadas pela chuva e não ficariam ali.”
O pesquisador afirma que
a proliferação das algas ocorre pela quantidade significativa de nutrientes. Mas sem
um visita in loco, diz, não é
possível saber de onde esses
nutrientes vêm. “Qualquer
coisa orgânica que seja jogada na água é nutriente e, sem
chuva, estão concentrados.”
Lima afirma que o risco
aos peixes não está na “disputa” de oxigênio que as algas
teriam com eles, já que as
plantas são produtores. No
entanto, segundo o pesquisa-
Esse tipo de problema em
época de estiagem não é novidade na Lagoa do Taquaral. A
falta de chuva e a redução do
nível da água são significativas para ausência de oxigênio
e prejuízos aos peixes. Questionado sobre quais medidas
a Prefeitura possui atualmente para resolver situações como essa, o diretor do DPJ disse que aguardaria a visita na
lagoa para comentar o que será feito.
O presidente do Conselho
Municipal de Defesa dos Animais, Flávio Lamas, afirma
que a iniciativa de pedir essa
análise da água junto com a
Prefeitura foi tomada depois
de ambientalistas terem identificado o problema na Lagoa
do Taquaral nas últimas semanas. “Há alguns dias, temos informações de cardumes procurando oxigênio na
margem da lagoa. Precisamos analisar antes que uma
mortandade de fato ocorra.”
8
HORAS
De hoje está marcada uma visita
técnica à Lagoa do Taquaral
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