Dissertação - Gisela Cristiane Miyamoto

Propaganda
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO
PROGRAMA DE MESTRADO EM FISIOTERAPIA
GISELA CRISTIANE MIYAMOTO
EFICÁCIA DO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DA
DOR LOMBAR CRÔNICA NÃO ESPECÍFICA
SÃO PAULO
2011
GISELA CRISTIANE MIYAMOTO
EFICÁCIA DO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DA DOR
LOMBAR CRÔNICA NÃO ESPECÍFICA
Dissertação apresentada ao Programa de
Mestrado
em
Fisioterapia
da
Universidade Cidade de São Paulo, sob
orientação da Profa. Dra. Cristina Maria
Nunes Cabral, como requisito para
obtenção do título de Mestre.
SÃO PAULO
2011
GISELA CRISTIANE MIYAMOTO
EFICÁCIA DO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DA DOR
LOMBAR CRÔNICA NÃO ESPECÍFICA
Dissertação apresentada ao Programa de
Mestrado
em
Fisioterapia
da
Universidade Cidade de São Paulo, sob
orientação da Profa. Dra. Cristina Maria
Nunes Cabral, como requisito para
obtenção do título de Mestre.
Área de Concentração:
Data da Defesa:
Resultado: _________________________________________
BANCA EXAMINADORA
Profa. Dra. Cristina Maria Nunes Cabral
_______________________________________
Universidade Cidade de São Paulo
Prof. Dr. Alexandre Dias Lopes
_______________________________________
Universidade Cidade de São Paulo
Profa. Dra. Anamaria Jones
Universidade Federal de São Paulo
______________________________________
Ficha Elaborada pela Biblioteca Prof. Lúcio de Souza. UNICID
M685e
Miyamoto, Gisela Cristiane.
Eficácia do método Pilates no tratamento da dor
lombar crônica não específica. / Gisela Cristiane
Miyamoto. --- São Paulo, 2012.
100 p.; anexos.
Bibliografia
Dissertação (Mestrado) – Universidade Cidade
de São Paulo - Orientadora: Profª. Dra. Cristina
Maria Nunes Cabral.
1. Dor lombar. 2. Técnicas de exercício e de
movimento. 3. Modalidades de fisioterapia. I. Cabral,
Cristina Maria Nunes. II. Título.
CDD 616.73
iv
AGRADECIMENTOS
À Deus por me amparar nos momentos difíceis, me dar força interior para superar as
dificuldades, mostrar os caminhos nas horas incertas e me suprir em todas as minhas
necessidades.
Aos meus pais Regina Luiza Miyamoto e Kouji Miyamoto exemplo de vida, agradeço
pela constante oração, pelo amor, pelo apoio, pela paciência e por valorizarem meus estudos e
acreditarem nos meus sonhos.
Às minhas queridas e amorosas irmãs Nivea Cristina Miyamoto e Sandra Regina
Miyamoto pelo carinho e apoio, pela paciência, atenção e dedicação. Vocês estiveram sempre
ao meu lado me encorajando nas horas difíceis e me aplaudindo nos momentos de glória. Sem
vocês eu não conseguiria!
Ao meu querido namorado Rodrigo Fermiano Machuca pelo amor, incentivo e incrível
paciência necessária nessa jornada.
Ao meu cunhado Leandro Gomes Machado pela constante torcida, apoio e incentivo.
À minha orientadora Profa. Dra. Cristina Maria Nunes Cabral que com muita
sabedoria, discernimento, bom senso e dedicação me introduziu com maestria no caminho do
conhecimento científico. Obrigada por ser minha mãe acadêmica, pela oportunidade e por
acreditar em mim. Você é para mim um exemplo de profissional e de mulher ao qual sempre
quero me espelhar.
À Thalissa Galvanin pela contribuição nas coletas de dados, pela paciência e alegria.
Sem você não existiria este trabalho. Muito Obrigada!
Ao querido casal Dra. Lucíola da Cunha Menezes Costa e Prof. Dr. Leonardo Oliveira
Pena Costa que com muita generosidade contribuíram com a confecção deste trabalho e com
meu conhecimento científico.
v
Aos professores Dra. Anamaria Jones e Dr. Alexandre Dias Lopes pelas preciosas
contribuições na fase de qualificação deste trabalho.
A todos os pacientes que participaram voluntariamente das coletas de dados e
contribuíram de forma preciosa para a confecção deste trabalho.
Aos meus professores que colaboraram para minha formação acadêmica.
Aos meus colegas de turma pelo companheirismo, apoio, incentivo e alegria.
Aos funcionários da Clínica de Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo que
contribuíram com o espaço para execução do trabalho e agendamento dos participantes.
A Universidade Cidade de São Paulo pela estrutura fornecida para minha formação
acadêmica.
A todos os meus amigos e amigas que estiveram presentes me aconselhando e
incentivando com carinho.
A todas as pessoas que, direta ou indiretamente, contribuíram para a execução dessa
Dissertação de Mestrado.
vi
“Equilíbrio perfeito entre corpo e mente é aquela qualidade do homem civilizado, que não
somente dá a ele uma superioridade sobre o reino selvagem e animal, mas também provê ao
mesmo todos os poderes físicos e mentais que são indispensáveis para atingir o objetivo da
humanidade: SAÚDE e FELICIDADE”
Joseph Hubertus Pilates, 1934
vii
SUMÁRIO
Prefácio................................................................................................................................ ix
Resumo................................................................................................................................
x
Abstract...............................................................................................................................
xiii
Capítulo 1: Introdução...................................................................................................... 1
Referências bibliográficas..............................................................................................
8
Capítulo 2: Eficácia do método Pilates no tratamento da dor lombar crônica não
específica: uma revisão sistemática com meta-análise...................................................
12
Página de título...............................................................................................................
13
Resumo...........................................................................................................................
14
Introdução....................................................................................................................... 15
Materiais e métodos........................................................................................................ 17
Resultados....................................................................................................................... 20
Discussão........................................................................................................................ 29
Conclusão.......................................................................................................................
32
Referências bibliográficas..............................................................................................
32
Apêndice 1 – Estratégia de busca................................................................................... 35
Capítulo 3: The efficacy of the addition of the Pilates method over a minimal
intervention in the treatment of chronic non-specific low back pain: a study
protocol of a randomised controlled trial.......................................................................
43
Abstract........................................................................................................................... 44
Introduction....................................................................................................................
45
Methods..........................................................................................................................
46
Results............................................................................................................................
48
Discussion....................................................................................................................... 48
Conclusions....................................................................................................................
49
References......................................................................................................................
49
Capítulo 4: Efetividade da adição do método Pilates modificado a uma intervenção
mínima no tratamento da dor lombar crônica não específica: um estudo
controlado aleatorizado..................................................................................................... 50
Página de título...............................................................................................................
51
Resumo...........................................................................................................................
52
viii
Introdução....................................................................................................................... 53
Materiais e métodos........................................................................................................ 55
Resultados....................................................................................................................... 61
Discussão........................................................................................................................ 67
Conclusão.......................................................................................................................
70
Referências bibliográficas..............................................................................................
71
Capítulo 5: Considerações finais...................................................................................... 77
Referências bibliográficas..............................................................................................
80
Anexos................................................................................................................................. 81
Anexo 1 – Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa................................................
82
Anexo 2 – Normas de publicação Physical Therapy Journal.........................................
83
Anexo 3 – Normas de publicação Annals of the Rheumatic Diseases…....................... 88
ix
PREFÁCIO
Esta dissertação de mestrado aborda tópicos relacionados à eficácia do método Pilates
no tratamento da dor lombar não específica, descritos em cinco capítulos, que podem ser lidos
independentemente, sendo que cada capítulo possui sua própria lista de referências
bibliográficas. O Programa de Mestrado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São
Paulo permite a inclusão de artigos publicados, aceitos ou submetidos para publicação em seu
formato de publicação ou submissão no corpo do exemplar da dissertação. Desta forma, ao
decorrer do desenvolvimento do trabalho, será observado que o capítulo 3 foi publicado.
O capítulo 1 é uma introdução à dissertação e fornece uma visão geral da literatura
sobre a dor lombar e o método Pilates. O capítulo 2 é uma revisão sistemática com o objetivo
de investigar a eficácia do método Pilates no tratamento da dor lombar crônica não específica.
Este trabalho está apresentado no formato exigido pela Physical Therapy Journal, ao qual
será submetido para publicação, exceto para figuras, quadros e tabelas, que estão localizadas
no corpo do texto e não separadamente. O capítulo 3 tem como objetivo apresentar um projeto
de pesquisa completo de um estudo controlado aleatorizado publicado no Journal of
Chiropractic Medicine. O capítulo 4 tem como objetivo descrever os resultados de um estudo
controlado aleatorizado que investigou a efetividade da adição do método Pilates modificado
a uma intervenção mínima no tratamento de pacientes com dor lombar crônica não específica.
Este documento está apresentado no formato requerido pelas normas de Annals of the
Rheumatic Diseases, em que será submetido para publicação, exceto para tabelas e figuras,
que estão localizadas no corpo do texto e não separadamente, para facilitar a leitura. Por fim,
o capítulo 5 consiste em uma visão geral dos principais achados dos capítulos 2, 3 e 4,
destacando suas implicações clínicas e direções para futuras pesquisas.
Os apêndices e os anexos incluídos como material completar estão no final de cada
capítulo. Uma cópia das “instruções para autores” das revistas Physical Therapy Journal e
Annals of the Rheumatic Diseases estão incluídas no final da dissertação. O parecer de
aprovação ética concedido pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Cidade de São
Paulo para o estudo antes do início da coleta de dados foi incluído em anexo no final desta
dissertação (Anexo 1).
x
RESUMO
Esta dissertação de mestrado teve como objetivo geral verificar a eficácia do método
Pilates no tratamento da dor lombar crônica não específica. Os objetivos específicos foram: 1)
realizar uma revisão sistemática com meta-análise sobre a utilização dos exercícios baseados
no método Pilates no tratamento da dor lombar crônica não específica; e 2) investigar a
efetividade da adição do método Pilates modificado a uma intervenção mínima no tratamento
da dor lombar crônica não específica.
A dor lombar é um importante problema de saúde e socioeconômico, que gera altos
custos mundialmente representando uma das principais causas de incapacidade e absenteísmo.
O tratamento da dor lombar crônica não específica recomendado pelas diretrizes possui uma
magnitude de efeito moderado. Sendo assim, há uma necessidade de investigar intervenções
mais eficazes e acessíveis para este sintoma. Os exercícios têm sido uma ótima opção no
tratamento da dor lombar crônica não específica, sendo que os exercícios de estabilização da
coluna, entre eles os do método Pilates, podem ser eficazes para melhora dos sintomas destes
pacientes. No entanto, ainda existem poucas evidências de alta qualidade metodológica sobre
a eficácia dos exercícios do método Pilates no tratamento da dor lombar crônica não
específica. A partir de 2006, estudos sobre a eficácia do método Pilates no tratamento da dor
lombar crônica não específica foram publicados. Este tema foi revisto por alguns autores e
atualmente existem seis artigos científicos, com o objetivo de evidenciar os efeitos dos
exercícios do método Pilates para estes pacientes. Porém, as revisões sistemáticas já
publicadas não incluíram todos estes estudos. Por isso, seria necessário avaliar os estudos não
incluídos nas outras revisões, verificar a qualidade metodológica dos estudos e identificar os
efeitos do tratamento baseado no método Pilates em pacientes com dor lombar crônica não
específica.
No capítulo 2 estão representados os resultados de uma revisão sistemática com metaanálise, em que foram incluídos cinco estudos controlados aleatorizados para revisão. Para o
desfecho dor a curto prazo, um estudo comparou o método Pilates com o método Mckenzie,
três estudos compararam com intervenção mínima e um estudo comparou três regimes
diferentes do método Pilates. Para o desfecho incapacidade a curto prazo, apenas dois estudos
compararam o método Pilates com intervenção mínima. A qualidade metodológica variou
entre dois e oito pontos de uma pontuação de zero/10, porém somente um estudo mostrou alta
qualidade metodológica. Os resultados mostraram que não houve diferença estatisticamente
significante para dor na comparação com intervenção mínima e método Mckenzie, mas para
xi
incapacidade foi observada melhora superior em relação a intervenção mínima (diferença
entre as médias = 4,9 pontos; IC 95% 4 a 5,8).
O capítulo 3 descreve o projeto de pesquisa completo de um estudo controlado
aleatorizado com avaliador cego. Foram incluídos neste estudo 86 pacientes de ambos os
gêneros com dor lombar crônica não específica distribuídos aleatoriamente em dois grupos de
tratamento: Grupo Cartilha que recebeu uma cartilha com orientações posturais e Grupo
Pilates que recebeu a mesma cartilha educativa adicionada a um programa de exercícios
baseados no método Pilates modificado. Os desfechos avaliados foram: intensidade da dor,
capacidade funcional geral e específica do paciente, efeito global percebido e cinesiofobia no
baseline e nos follow-ups de seis semanas e seis meses. A expectativa de melhora foi avaliada
no baseline e a credibilidade em relação ao tratamento após a primeira sessão de tratamento.
O estudo proposto nesse projeto de pesquisa foi iniciado em outubro de 2010 e está concluído.
Assim, o capítulo 4 mostra os resultados desse estudo que teve o propósito de investigar a
efetividade da adição do método Pilates modificado no tratamento de pacientes com dor
lombar crônica não específica nos desfechos propostos para análise no baseline e nos followups de seis semanas e seis meses. Houve melhora significante a curto prazo na dor (média das
diferenças = 2,2 pontos; IC 95% 1,1 a 3,2), capacidade funcional geral (média das diferenças
= 2,7 pontos; IC 95% 1,0 a 4,4) e efeito global percebido (média das diferenças = -1,5 pontos;
IC 95% -2,6 a -0,4) a favor do método Pilates, mas não houve melhora a médio prazo em
todos os desfechos e para cinesiofobia em nenhuma das comparações. Por fim, conclui-se que
o método Pilates modificado promove efeitos benéficos após a intervenção quando
comparado a intervenção mínima, porém estes efeitos não se mantêm ao longo do tempo.
Considera-se que todos os estudos apresentados nesta dissertação são importantes,
pois contribuem para verificar a eficácia do método Pilates no tratamento da dor lombar
crônica não específica e para realização de novas pesquisas sobre este tema. Inicialmente, os
estudos publicados anteriormente sobre a eficácia do método Pilates no tratamento da dor
lombar crônica não específica são considerados de baixa qualidade metodológica, o que
demonstra que os seus resultados devem ser analisados com cautela. Além disso, sugere-se
que o método Pilates é mais eficaz que intervenção mínima para melhora da incapacidade a
curto prazo, porém não é mais eficaz que intervenção mínima ou método Mckenzie a curto
prazo para a intensidade da dor. A utilização do método Pilates modificado pode ser
considerada para pacientes com dor lombar crônica não específica visando melhora da dor,
capacidade funcional geral e efeito global de recuperação percebido a curto prazo. Mais
xii
estudos de alta qualidade sobre este tema ainda devem ser desenvolvidos, a fim de evidenciar
os efeitos reais do método Pilates no tratamento da dor lombar crônica não específica.
xiii
ABSTRACT
The primary aim of this master thesis was to evaluate the efficacy of the Pilates
approach in patients with chronic non-specific low back pain. The specific aims were: 1) to
systematically review using a meta-analysis approach the current evidence of the Pilates
exercises in patients with chronic non-specific low back pain; and 2) to investigate the
effectiveness of the addition of a modified Pilates approach to a minimal intervention in
patients with chronic non-specific low back pain.
Low back pain is an important health and socio-economic problem, which is
associated with high costs, disability and absenteeism worldwide. The treatment effects of
chronic low back pain recommended by clinical practice guidelines are, on average, moderate.
Therefore, it is necessary to further investigate interventions that are likely to be effective for
this condition. Exercise therapy is considered an excellent option in the treatment of chronic
low back pain, being the specific stabilization exercises such as the Pilates approach one of
these possibilities. However, there is little high quality evidence on the efficacy of the Pilates
approach in patients with chronic non-specific low back pain. The first trials on this topic
were published from 2006. This topic was reviewed by some authors and at this point there
are six clinical trials aiming to test the effects of Pilates’ exercises in patients with chronic
non-specific low back pain. However, the current published systematic reviews did not
include these trials. Therefore it would be necessary to systematically review all these trials in
order to summarize the evidence of this treatment approach in patients with chronic nonspecific low back pain.
Chapter two presents the results of a systematic review using a meta-analysis approach
that included five randomized controlled trials. A total of five studies analysed pain intensity
as an outcome, being one study compared Pilates against the McKenzie, three studies
compared Pilates against minimal interventions and one trial compared three Pilates regimes.
Only two studies analysed disability as an outcome, comparing Pilates against minimal
interventions. The methodological quality of these studies ranged from two to eight points in
a zero to 10 quality scale, being only one study having high methodological quality. This
review showed that Pilates was not better than the Mackenzie method or minimal
interventions considering pain, however Pilates was better than minimal interventions
considering disability (mean difference = 4.9 points; 95% CI 4.0 to 5.8 points).
Chapter three describes a protocol of a randomized, assessor blinded, controlled trial.
This study included 86 chronic non-specific low back pain patients that were randomly
xiv
assigned into two treatment arms: an education group, which received an educational booklet,
and the Pilates group which received the educational booklet and a modified Pilates treatment
approach. The outcomes assessed were: pain intensity, general and specific disability, global
perceived effect and kinesiophobia; these outcomes were assessed at baseline, six weeks and
six months after randomization. Treatment expectation and credibility were also assessed at
baseline and after the first session of treatment, respectively. This study started in October
2010 and is now concluded. Chapter four presents the results of this study which objective
was to investigate the effectiveness of the addition of a modified Pilates approach to a
minimal intervention in patients with chronic non-specific low back pain. Improvements in
pain intensity (mean difference = 2.2 points; 95% CI 1.1 to 3.2), general disability (mean
difference = 2.7 points; 95% CI 1.0 to 4.4) and global perceived effect (mean difference = 1.5 points; 95% CI -2.6 to -0.4) at short term were observed in favour to the Pilates method.
No differences were observed for any outcomes at 6 months follow up. We concluded that the
addition of a modified Pilates method is beneficial when compared to a minimal education
intervention at short term, however this effects were not sustained for the 6 months follow up.
All studies presented in this thesis are important due to their contribution in testing the
efficacy of the Pilates approach in the treatment of chronic low back pain. Firstly, previous
studies on the Pilates method have low methodological quality and their results should be
interpreted cautiously. Moreover, it is suggested that Pilates is better than a minimal
intervention in terms of disability, but not for pain intensity. Secondly, Pilates’ exercises
should be considered in the treatment of patients with chronic low back pain in terms of pain
intensity, disability and global perceived effect in a short term. More high-quality trials on
this topic should be performed in order to test the effects of this intervention in patients with
chronic non-specific low back pain.
1
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
2
INTRODUÇÃO
A dor lombar é um importante problema mundial do ponto de vista socioeconômico e
de saúde, representando uma das principais causas de incapacidade e absenteísmo em adultos
nas sociedades industrializadas1-3. Estima-se que entre 11 a 84% dos adultos sofrerão com um
episódio de dor lombar pelo menos uma vez em suas vidas, sendo que a prevalência pontual
varia entre 12 a 33% e a prevalência nos últimos 12 meses varia entre 22 a 65%1. Embora seja
difícil avaliar e comparar estudos de prevalência devido a diversas variações da definição e
severidade da dor lombar, ainda assim as estimativas claramente mostram a dimensão desse
problema1.
A dor lombar gera enormes custos sociais e econômicos. Os avanços da tecnologia
para fins diagnósticos e a introdução de novas intervenções terapêuticas para dor lombar ao
longo dos anos foram acompanhados por um rápido aumento destes custos4. Geralmente as
despesas são divididas em custos diretos, relacionados a gastos médicos e não médicos, e
indiretos, relacionados à produtividade e absenteísmo4. Uma revisão sistemática mostrou que
os custos diretos mundiais com dor lombar são maiores com fisioterapia (17%), serviços de
internação (17%), farmácia (13%) e cuidados primários (13%)4. Porém, os custos indiretos
apresentam maiores estimativas com despesas relacionadas à dor lombar em relação aos
custos diretos. Nos Estados Unidos, os custos indiretos chegam a 7,4 bilhões de dólares4. No
entanto, estimativas totais são difíceis de ser mensuradas, pois a metodologia dos estudos é
heterogênea. Além disso, há uma variação importante nas estimativas dos custos nos
diferentes países4. Até o momento, não existem estimativas desses custos feitas no Brasil.
O diagnóstico da dor lombar é importante para excluir doenças graves, direcionar o
tratamento e predizer o prognóstico dos pacientes, sendo baseado na avaliação clínica, a qual
inclui história clínica e exame clínico5. Definir um diagnóstico para dor lombar é difícil, pois
muitas vezes, o exame físico e exames radiográficos encontram-se normais, o que não exclui
uma patologia grave da coluna5. A dor lombar pode ser classificada em três grupos: 1) dor
lombar não específica relacionada à dor mecânica de origem musculoesquelética, em que sua
apresentação clínica geralmente ocorre entre 20 e 55 anos, apresentando dor entre as margens
costais e a prega glútea inferior que pode variar com atividade física e com o tempo; 2) dor
lombar por compressão de raiz nervosa que pode surgir a partir de uma hérnia discal,
estenoses da coluna ou cicatrizes cirúrgicas, caracterizada por dor irradiada para o membro
inferior até o pé ou a perna unilateralmente com parestesia, redução de força e alterações
motoras, sensitivas e reflexas; e 3) dor lombar por doenças graves da coluna vertebral
3
incluindo doenças inflamatórias, tumores e infecções da coluna vertebral5. A dor lombar não
específica representa grande parte das dores referidas pela população, sendo que somente 5%
pode ser incluída no grupo de compressão de raiz nervosa e menos de 1% no grupo de
patologias graves de coluna5. Esta classificação evita gastos com exames complementares
quando
requeridos
desnecessariamente,
auxilia
na
decisão
clínica
e
minimiza
comprometimentos psicológicos (como ansiedade e preocupação dos pacientes) que acabam
limitando as atividades diárias e profissionais decorrentes de resultados de exames
complementares que muitas vezes não têm relação com os sintomas clínicos5. Além disso,
esta classificação e a sua relação com a duração dos sintomas - até seis semanas: dor lombar
aguda; de seis a 12 semanas: subaguda; e mais de 12 semanas: crônica - auxilia no
prognóstico da dor lombar2, 5.
O prognóstico da dor lombar é considerado favorável para a forma aguda, mas para a
forma crônica, é moderadamente otimista6, 7. Uma revisão sistemática que analisa o
prognóstico para dor lombar aguda mostrou que a dor e a função relacionadas à coluna lombar
melhoram rapidamente em 58% dos casos e 82% dos pacientes retornam ao trabalho em um
mês. Estes pacientes continuam melhorando nos próximos três meses, porém 73% dos casos
apresentam recidivas6. Já em relação ao prognóstico para dor lombar crônica, 35% dos casos
podem estar livres de dor em nove meses e 42% em 12 meses. Destes pacientes que ficam
livres de dor em nove meses e em 12 meses, 35% e 41% dos casos apresentam recuperação
completa com redução da dor, melhora da função e retorno ao trabalho, respectivamente.
Deve-se considerar ainda que alguns fatores podem estar associados ao tempo de recuperação,
como licenças médicas anteriores devido à dor lombar, altos índices de incapacidade e dor no
início da cronicidade, baixos níveis de escolaridade e maior risco percebido de dor
persistente7. No entanto, a idade do paciente não tem relação direta com a incapacidade e a
intensidade da dor6, 7. A recuperação lenta da dor lombar crônica pode estar relacionada à
baixa taxa de sucesso dos tratamentos. Por isso, há uma necessidade vital de tratamentos mais
eficazes e acessíveis para estes pacientes8, 9.
A escolha do tratamento da dor lombar não específica depende da duração dos
sintomas3. Para a dor lombar aguda, as recomendações para o tratamento são: informar
adequadamente o paciente e orientá-lo a permanecer ativo sem interromper suas atividades
diárias e profissionais, se possível; cartilhas educativas; prescrever medicamentos para alívio
da dor, com intervalos regulares; e manipulação da coluna vertebral para pacientes que não
estão conseguindo retornar para suas atividades. Não é recomendado para dor lombar aguda:
repouso no leito, exercícios específicos, Back School, terapia comportamental, tração,
4
massagem, estimulação elétrica nervosa transcutânea, ultrassom, laser e acompanhamento
multidisciplinar2,
10
. Para dor lombar subaguda é recomendado acompanhamento
multidisciplinar, exercícios e restauração funcional com terapia comportamental11.
Finalmente, para dor lombar crônica é recomendada a prescrição de medicamentos (antiinflamatórios não esteróides, opióides fracos, antidepressivos e relaxantes musculares),
terapia comportamental, exercícios supervisionados, intervenções educativas (Back School e
breves intervenções educativas para autocuidado), acompanhamento multidisciplinar e terapia
manual. Não são recomendados: recursos físicos, massagem e tração3, 10, 11. A magnitude do
efeito destes tratamentos recomendados para dor lombar crônica é moderada; assim, ainda não
há nenhum tratamento verdadeiramente eficaz para estes pacientes8,
12
. Porém, boas
expectativas e preferências do paciente podem contribuir para uma melhor resposta ao
tratamento, pois aumentam a motivação, adesão e satisfação em relação ao tratamento13.
A dor lombar pode estar associada a alterações psicossociais como medos e crenças
sobre a dor, depressão e ansiedade3, 14. Esses medos e crenças podem afetar diretamente a
incapacidade e a dor de pacientes com dor lombar, influenciando inclusive no seu
prognóstico10,
15, 16
. Assim, intervenções educativas têm sido utilizadas na tentativa de
minimizar a influência das crenças na dor lombar, principalmente na persistência após
episódio agudo ou na sua recorrência15, 17. As intervenções educativas para dor lombar aguda
e subaguda podem ser igualmente eficazes a intervenções não educativas e são mais eficazes
quando comparadas a nenhuma intervenção. Com relação à dor lombar crônica, a eficácia das
intervenções educativas ainda é incerta18.
A terapia por exercícios é uma boa opção para o tratamento da dor lombar crônica não
específica, pois melhora a mobilidade e estabilização da coluna vertebral, força muscular,
coordenação motora e condicionamento aeróbico geral, além de ser um tratamento
relativamente de baixo custo5. Uma revisão da Biblioteca Cochrane com 43 estudos mostra
que o tratamento por exercícios para dor lombar crônica não específica é eficaz para a
melhora da dor e incapacidade, porém há uma evidência conflitante de que seja mais eficaz
que outras intervenções19. Ainda, a eficácia de um programa de exercícios é maior em
pacientes que procuram tratamento para dor lombar, do que para pacientes recrutados por
anúncios ou da comunidade, o que mostra a importância da motivação do paciente com
relação ao tratamento3,
19
. No entanto, as evidências encontradas neste estudo devem ser
analisadas cautelosamente, pois os resultados são superestimados pela falta de qualidade
metodológica nos estudos, principalmente quando se refere a exercícios específicos como:
exercícios de estabilização da coluna vertebral, Mckenzie e outros programas de exercício3, 19.
5
A dor lombar está associada às disfunções e deficiências dos músculos profundos do
tronco como transverso do abdome e multifídios, que são responsáveis pela coordenação e
estabilização da coluna vertebral20-22. As disfunções musculares na dor lombar não são
somente um problema de força e resistência muscular; em vez disso, ocorrem alterações nos
mecanismos neuromusculares que afetam a estabilidade do tronco e a eficiência do
movimento, e existem evidências de que os pacientes tendem a aumentar a rigidez da
musculatura do tronco para ganhar estabilidade em detrimento da função da coluna20-23. Por
esta razão sugere-se que exercícios de controle motor são eficazes para melhora dos sintomas
de pacientes com dor lombar23. Uma revisão sistemática sobre exercícios específicos de
estabilização da coluna, em que ocorre a contração dos músculos multifídios e transverso do
abdome, mostra que estes exercícios são mais eficazes que uma intervenção mínima e
adicionam benefícios em relação a outras formas de intervenção para a redução da dor e
incapacidade, pois promovem maior estabilidade da coluna lombar e modulação do controle
neuromuscular, porém são igualmente eficazes que terapia manual ou outros tipos de
exercícios24.
O método Pilates foi desenvolvido por Joseph Hubertus Pilates. Visa o controle dos
músculos para a realização dos movimentos, da forma mais consciente possível e promove
maior consciência corporal e melhora a postura25-29. Os exercícios envolvem seis princípios
básicos como centralização, concentração, controle, precisão, fluidez de movimento e
respiração25. A centralização geralmente envolve contrações musculares isométricas
denominadas power house associados aos exercícios concêntricos, excêntricos e,
ocasionalmente, isométricos25,
30
. Os componentes do centro de força são os músculos
abdominais anteriores (transverso abdominal, oblíquo externo, oblíquo interno e reto
abdominal), abdominais posteriores (multifídios), extensores do quadril (glúteo máximo,
isquiotibiais e parte posterior do adutor do quadril), flexores do quadril (iliopsoas, reto
femoral, sartório, tensor da fáscia lata e parte anterior do adutor do quadril) e assoalho
pélvico25. O centro de força é responsável pela estabilização da postura estática da coluna
lombar e pelve; além disso, auxilia na estabilidade dinâmica do corpo durante a execução dos
exercícios25. Alguns estudos biomecânicos sobre exercícios do método Pilates já foram
publicados, porém, envolvem objetivos, exercícios, grupos musculares e métodos de
avaliação heterogêneos e nenhuma conclusão sobre estes estudos pode inicialmente ser feita3134
.
Esse método contém vários exercícios de alongamento e fortalecimento, os quais
podem ser divididos em duas grandes categorias: mat Pilates (exercícios realizados no solo) e
6
studio Pilates (exercícios realizados em aparelhos). Os primeiros exercícios desenvolvidos por
Pilates eram realizados no solo, depois foram criados aparelhos para realização de exercícios
contra resistência fornecida por molas e polias25. Pode ser incorporado em um plano de
tratamento do paciente para melhorar a força, amplitude de movimento, coordenação,
equilíbrio e propriocepção9,
35
. Existem duas vertentes atualmente do método Pilates:
tradicional e modificado ou moderno. Os exercícios no método tradicional são mais
vigorosos, realizados com ritmo rápido e dinâmico, enfatizando a retificação da coluna.
Apresentam alta dificuldade de execução e são indicados para pessoas sem nenhuma lesão36.
Os exercícios do método modificado são adaptados às condições físicas dos indivíduos, há um
aumento gradual da dificuldade e complexidade do exercício, respeitando as habilidades e
características individuais, podendo ser prescritos para a população em geral, incluindo
pessoas em reabilitação36. Além disso, o método modificado enfatiza o alinhamento e a
postura neutra da coluna36, 37. Atualmente é o método utilizado nos estudos sobre o método
Pilates, e o que foi utilizado no presente estudo.
Uma revisão sistemática sobre o tratamento para dor lombar8 concluiu que os métodos
atualmente utilizados podem ser divididos em três grupos: os ineficazes, os eficazes e os que
ainda não foram devidamente estudados para definir sua eficácia. Foi recomendado que o
exercício é um dos tratamentos mais eficientes para esta disfunção, a curto e longo prazo, pois
reduz a dor e a incapacidade. Porém, refere-se ao Pilates como um método com valor
desconhecido, entre as técnicas que precisam ser mais estudadas. No entanto, recomenda
exercícios semelhantes aos do método Pilates como exercícios de estabilização da coluna.
Além disso, é importante ressaltar que estudos clínicos sobre este método só foram publicados
a partir de 200628, 30.
Em 2008 foi publicada uma revisão sistemática que reviu e analisou artigos científicos
em que o método Pilates foi utilizado como tratamento para dor lombar crônica não
específica. Seus resultados encontraram dois estudos controlados aleatorizados e um estudo
controlado, que demonstraram melhora da função geral e redução da dor em adultos com dor
lombar crônica não específica, após um programa de exercícios do método Pilates adaptados
às situações de cada paciente. Somente um estudo foi considerado com qualidade
metodológica alta, os demais foram classificados com qualidade metodológica baixa37.
Em 2011, foram publicadas três revisões sistemáticas. A primeira fez uma metaanálise comparando a dor e a incapacidade de indivíduos com dor lombar crônica não
específica persistente após tratamento baseado em exercícios do método Pilates em relação a
intervenções mínimas ou outras abordagens conservadoras. Nesta revisão, foram analisados
7
sete estudos controlados aleatorizados e incluídos na meta-análise. Seus resultados mostraram
maior redução da dor no tratamento com exercícios do método Pilates quando comparado à
intervenção mínima, porém não houve diferença significante para incapacidade. Com relação
à comparação entre tratamentos baseados em exercícios do método Pilates e outros tipos de
exercícios, não houve diferença significante para dor e incapacidade. Além disso, os estudos
apresentavam qualidade metodológica relativamente baixa. Esta revisão sistemática ressalta
que os estudos reunidos são heterogêneos, sugerindo uma interpretação cautelosa dos
resultados38. A segunda fez uma meta-análise comparando a eficácia do método Pilates sobre
a dor e incapacidade em adultos com dor lombar crônica não específica com grupo controle
ou exercícios de estabilização da coluna. Foram encontrados cinco estudos controlados
aleatorizados. Seus resultados mostraram que os exercícios do método Pilates não melhoram a
dor e a incapacidade em nenhuma das comparações (controle ou exercícios de estabilização)
39
. Outra revisão sistemática analisou estudos controlados sobre o método Pilates no
tratamento da dor lombar, em que os dados analisados foram: qualidade metodológica dos
estudos, dor, incapacidade e qualidade de vida dos indivíduos. Foram encontrados quatro
estudos (três estudos em que os pacientes apresentavam dor lombar crônica não específica e
um estudo em que apresentavam discopatias) com qualidade metodológica relativamente
baixa. Seus resultados mostraram que os estudos revisados eram heterogêneos sem
possibilidade de realizar uma meta-análise. Nenhuma conclusão definitiva pode ser feita,
embora os estudos mostrem alguma evidência sobre o efeito do método Pilates em pacientes
com dor lombar, sugerindo-se mais pesquisas com amostras maiores40. Estas revisões fizeram
uma análise a curto prazo dos efeitos (logo após o tratamento), assim, ainda não há uma
análise que mostre os efeitos deste método a médio prazo, que se refere a manutenção dos
benefícios após seis meses do tratamento.
Nos últimos anos, o método Pilates tornou-se uma das técnicas utilizadas por
fisioterapeutas para reforçar os programas de reabilitação de problemas ortopédicos, na área
esportiva e desordens neurológicas, focando principalmente a coluna vertebral e sua
estabilização. Isso faz tornar imprescindível que se conheçam suas aplicações,
contraindicações, forma de utilização, além de outras características; oferecendo ao paciente a
técnica de forma adequada às alterações apresentadas por ele. No entanto, ainda existe pouca
evidência científica com qualidade metodológica alta sobre seus benefícios, principalmente na
população sedentária28, 35, 37.
Sabe-se que os medos e as crenças sobre a dor de pacientes com dor lombar crônica
não específica podem afetar os resultados do tratamento, sendo importante a avaliação destes
8
fatores psicossociais13. Porém não há nenhum estudo sobre a eficácia do método Pilates
evidenciando o grau de cinesiofobia, expectativa e credibilidade em relação ao tratamento
destes pacientes após esta intervenção. Além disso, existem somente seis ensaios clínicos
sobre o método Pilates na dor lombar crônica não específica. Estes estudos incluíram uma
amostra entre 17 e 40 participantes e utilizaram basicamente escalas e questionários que
avaliam a intensidade da dor e a capacidade funcional geral, e não fazem questionamentos
sobre a capacidade funcional específica do paciente e o efeito global percebido relacionado ao
nível de recuperação do paciente9, 26, 41-44. Embora algumas revisões sistemáticas tenham sido
publicadas, nenhuma revisou e analisou apenas estes seis estudos (as revisões incluíram
estudos não publicados em periódicos indexados em bases de dados que passam por rígida
revisão por pares) e nem a eficácia do método Pilates a médio prazo28, 37, 38, 40.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Walker BF. The prevalence of low back pain: a systematic review of the literature from
1966 to 1998. J Spinal Disord. 2000; 13(3):205-17.
2. van Tulder M, Becker A, Bekkering T, Breen A, del Real MT, Hutchinson A, et al. Chapter
3. European guidelines for the management of acute nonspecific low back pain in primary
care. Eur Spine J. 2006; 15 Suppl 2:S169-91.
3. Airaksinen O, Brox JI, Cedraschi C, Hildebrandt J, Klaber-Moffett J, Kovacs F, et al.
Chapter 4. European guidelines for the management of chronic nonspecific low back pain.
Eur Spine J. 2006; 15 Suppl 2:S192-300.
4. Dagenais S, Caro J, Haldeman S. A systematic review of low back pain cost of illness
studies in the United States and internationally. Spine J. 2008; 8(1):8-20.
5. Waddell G. The Back Pain Revolution. Second ed: Churchill Livingstone; 2004.
6. Pengel LH, Herbert RD, Maher CG, Refshauge KM. Acute low back pain: systematic
review of its prognosis. BMJ. 2003; 327(7410):323.
7. Costa Lda C, Maher CG, McAuley JH, Hancock MJ, Herbert RD, Refshauge KM, et al.
Prognosis for patients with chronic low back pain: inception cohort study. BMJ. 2009;
339:b3829.
8. Maher CG. Effective physical treatment for chronic low back pain. Orthop Clin North Am.
2004; 35(1):57-64.
9. Gladwell V, Head S, Haggar M, Beneke R. Does a program of Pilates improve chronic
non-specific low back pain? J Sport Rehabil. 2006; 15(4):338-50.
9
10. Burton AK, Waddell G, Tillotson KM, Summerton N. Information and advice to patients
with back pain can have a positive effect. A randomized controlled trial of a novel educational
booklet in primary care. Spine (Phila Pa 1976). 1999; 24(23):2484-91.
11. Chou R, Qaseem A, Snow V, Casey D, Cross JT, Jr., Shekelle P, et al. Diagnosis and
treatment of low back pain: a joint clinical practice guideline from the American College of
Physicians and the American Pain Society. Ann Intern Med. 2007; 147(7):478-91.
12. Assendelft WJ, Morton SC, Yu EI, Suttorp MJ, Shekelle PG. Spinal manipulative therapy
for low back pain. Cochrane Database Syst Rev. 2004; (1):CD000447.
13. Main CJ, Foster N, Buchbinder R. How important are back pain beliefs and expectations
for satisfactory recovery from back pain? Best Pract Res Clin Rheumatol. 2010; 24(2):205-17.
14. Waddell G, Newton M, Henderson I, Somerville D, Main CJ. A Fear-Avoidance Beliefs
Questionnaire (FABQ) and the role of fear-avoidance beliefs in chronic low back pain and
disability. Pain. 1993; 52(2):157-68.
15. Coudeyre E, Tubach F, Rannou F, Baron G, Coriat F, Brin S, et al. Effect of a simple
information booklet on pain persistence after an acute episode of low back pain: a nonrandomized trial in a primary care setting. PLoS One. 2007; 2(8):e706.
16. Turk DC, Wilson HD. Fear of pain as a prognostic factor in chronic pain: conceptual
models, assessment, and treatment implications. Curr Pain Headache Rep. 2010; 14(2):88-95.
17. Burton AK, Balague F, Cardon G, Eriksen HR, Henrotin Y, Lahad A, et al. Chapter 2.
European guidelines for prevention in low back pain: November 2004. Eur Spine J. 2006; 15
Suppl 2:S136-68.
18. Engers A, Jellema P, Wensing M, van der Windt DA, Grol R, van Tulder MW. Individual
patient education for low back pain. Cochrane Database Syst Rev. 2008; (1):CD004057.
19. Hayden JA, van Tulder MW, Malmivaara A, Koes BW. Exercise therapy for treatment of
non-specific low back pain. Cochrane Database Syst Rev. 2005; (3):CD000335.
20. Hodges PW, Richardson CA. Inefficient muscular stabilization of the lumbar spine
associated with low back pain. A motor control evaluation of transversus abdominis. Spine
(Phila Pa 1976). 1996; 21(22):2640-50.
21. Hodges PW, Richardson CA. Delayed postural contraction of transversus abdominis in
low back pain associated with movement of the lower limb. J Spinal Disord. 1998; 11(1):4656.
22. Hodges PW, Richardson CA. Altered trunk muscle recruitment in people with low back
pain with upper limb movement at different speeds. Arch Phys Med Rehabil. 1999;
80(9):1005-12.
10
23. van Dieen JH, Selen LP, Cholewicki J. Trunk muscle activation in low-back pain patients,
an analysis of the literature. J Electromyogr Kinesiol. 2003; 13(4):333-51.
24. Macedo LG, Maher CG, Latimer J, McAuley JH. Motor control exercise for persistent,
nonspecific low back pain: a systematic review. Phys Ther. 2009; 89(1):9-25.
25. Musculino JE, Cipriani S. Pilates and the ‘‘powerhouse’’- I. J Bodyw Mov Ther. 2004;
8(1):15-24.
26. Rydeard R, Leger A, Smith D. Pilates-based therapeutic exercise: effect on subjects with
nonspecific chronic low back pain and functional disability: a randomized controlled trial. J
Orthop Sports Phys Ther. 2006; 36(7):472-84.
27. Latey P. The Pilates method: history and philosophy. J Bodyw Mov Ther. 2001; 5(4):27582.
28. Silva ACLG, Mannrich G. Pilates na reabilitação: uma revisão sistemática. Rev Fisiot
Mov. 2009; 22(3):449-55.
29. Lange C, Unnithan V, Larkam E, Latta PM. Maximizing the benefits of Pilates-inspired
exercise for learning functional motor skills. J Bodyw Mov Ther. 2000; 4(2):99-108.
30. Musculino JE, Cipriani S. Pilates and the ‘‘powerhouse’’- II. J Bodyw Mov Ther. 2004;
8:122-30.
31. Loss JF, Melo MO, Rosa CH, Santos AB, La Torre M, Silva YO. Electrical activity of
external oblique and multifidus muscles during the hip flexion-extension exercise performed
in the Cadillac with different adjustments of springs and individual positions. Rev Bras
Fisioter. 2010; 14(6):510-7. Epub 2011/02/23.
32. Melo MO, Gomes LE, Silva YO, Bonezi A, Loss JF. Assessment of resistance torque and
resultant muscular force during Pilates hip extension exercise and its implications to
prescription and progression. Rev Bras Fisioter. 2011; 15(1):23-30. Epub 2011/04/27.
33. Menacho MO, Obara K, Conceicao JS, Chitolina ML, Krantz DR, da Silva RA, et al.
Electromyographic effect of mat Pilates exercise on the back muscle activity of healthy adult
females. J Manipulative Physiol Ther. 2010; 33(9):672-8. Epub 2010/11/27.
34. Queiroz BC, Cagliari MF, Amorim CF, Sacco IC. Muscle activation during four Pilates
core stability exercises in quadruped position. Arch Phys Med Rehabil. 2010; 91(1):86-92.
35. Bryan M, Hawson S. The benefits of Pilates exercise in orthopaedic rehabilitation. Tech
Orthop. 2003; 18(1):126-29.
36. Latey P. Updating the principles of the Pilates method - Part 2. J Bodyw Mov Ther. 2002;
6(2):94-101.
11
37. La Touche R, Escalante K, Linares MT. Treating non-specific chronic low back pain
through the Pilates Method. J Bodyw Mov Ther. 2008; 12(4):364-70.
38. Lim EC, Poh RL, Low AY, Wong WP. Effects of Pilates-based exercises on pain and
disability in individuals with persistent nonspecific low back pain: a systematic review with
meta-analysis. J Orthop Sports Phys Ther. 2011; 41(2):70-80.
39. Pereira LM, Obara K, Dias JM, Menacho MO, Guariglia DA, Schiavoni D, et al.
Comparing the Pilates method with no exercise or lumbar stabilization for pain and
functionality in patients with chronic low back pain: Systematic review and meta-analysis.
Clin Rehabil. 2011.
40. Posadzki P, Lizis P, Hagner-Derengowska M. Pilates for low back pain: a systematic
review. Complement Ther Clin Pract. 2011; 17(2):85-9.
41. Curnow D, Cobbin D, Wyndham J, Boris Choy ST. Altered motor control, posture and the
Pilates method of exercise prescription. J Bodyw Mov Ther. 2009; 13(1):104-11.
42. da Fonseca JL, Magini M, de Freitas TH. Laboratory gait analysis in patients with low
back pain before and after a pilates intervention. J Sport Rehabil. 2009; 18(2):269-82.
43. Donzelli S, Di Domenica E, Cova AM, Galletti R, Giunta N. Two different techniques in
the rehabilitation treatment of low back pain: a randomized controlled trial. Eura Medicophys.
2006; 42(3):205-10.
44. Rajpal N, Arora M, Chauhan V. The study on efficacy of Pilates and McKenzie exercises
in postural low back pain - a rehabilitative protocol. Physiotherapy and Occupational Therapy
Journal. 2008; 1(1):33-56.
12
CAPÍTULO 2
EFICÁCIA DO MÉTODO PILATES NO TRATAMENTO DA DOR
LOMBAR CRÔNICA NÃO ESPECÍFICA: UMA REVISÃO
SISTEMÁTICA COM META-ANÁLISE
13
Eficácia do método Pilates no tratamento da dor lombar crônica não específica: uma revisão
sistemática com meta-análise
GISELA CRISTIANE MIYAMOTO1, LEONARDO OLIVEIRA PENA COSTA1,2,
CRISTINA MARIA NUNES CABRAL1*
1
Programa de Mestrado em Fisioterapia, Universidade Cidade de São Paulo – São Paulo SP –
Brasil
2
Musculoskeletal Division, The George Institute for Global Health, Sydney NSW - Australia
*Autor correspondente: (011) 2178-1565, Rua Cesário Galeno 445, São Paulo, CEP: 03071000 - SP; [email protected]
14
RESUMO
Introdução: O método Pilates tem sido utilizado no tratamento da dor lombar crônica não
especifica. Porém, revisões sistemáticas anteriores mostram resultados conflitantes sobre sua
eficácia e nenhum estudo revisou somente artigos publicados em periódicos indexados.
Objetivos: Revisar sistematicamente artigos científicos sobre a utilização do método Pilates
no tratamento da dor lombar não específica.
Métodos: A busca de artigos foi feita utilizando as seguintes bases de dados: Medline,
EMBASE, PEDro, CINAHL e Cochrane Library, sendo que o último dia da pesquisa foi 10
de fevereiro de 2011. As médias e desvio-padrão dos desfechos dor e incapacidade foram
extraídos convertendo as escalas de zero a 100 para incapacidade e zero a 10 para dor para
posterior combinação por meta-análise.
Resultados: Foram encontrados 1344 artigos, dos quais foram selecionados cinco estudos
randomizados controlados. Um estudo comparou o método Pilates com o método Mckenzie,
três estudos compararam com intervenção mínima e um estudo comparou três regimes
diferentes do método Pilates para o desfecho dor a curto prazo e dois estudos compararam o
método Pilates com intervenção mínima para o desfecho incapacidade a curto prazo. A metaanálise revelou que não houve diferença estatisticamente significante para dor na comparação
com intervenção mínima e método Mckenzie, mas para incapacidade foi observada melhora
superior a intervenção mínima (diferença entre as médias = 4,9 pontos; IC 95% 4 a 5,8).
Conclusões: Sugere-se que o método Pilates é mais eficaz que intervenção mínima para
melhora da incapacidade a curto prazo, porém não é mais eficaz que intervenção mínima ou
método Mckenzie a curto prazo. Mais estudos de alta qualidade metodológica devem ser
realizados para identificar os reais efeitos deste método para população estudada.
PALAVRAS CHAVE: Revisão sistemática; Meta-análise; Dor lombar; Terapia por
exercícios.
15
INTRODUÇÃO
A dor lombar é um importante problema de saúde e socioeconômico, representando
uma das principais causas de incapacidade e absenteísmo.1-4 Estima-se que entre 11 e 84%
dos adultos sofrerão com um episódio de dor lombar pelo menos uma vez em suas vidas5 e
aproximadamente 40% destes pacientes desenvolverão dor lombar crônica,6 definida por dor e
incapacidade persistente por mais de três meses.1,7 Estimativas mostram que a dor lombar leva
a um gasto de nove bilhões de dólares australianos na Austrália e 12 bilhões de libras
esterlinas no Reino Unido com custos diretos, relacionados a gastos médicos e não médicos, e
indiretos, relacionados à produtividade e absenteísmo.8
A magnitude do efeito dos tratamentos recomendados para dor lombar crônica pelas
diretrizes é moderada, evidenciando a necessidade de intervenções mais acessíveis e
eficazes.1,9,10 Os exercícios representam o tratamento fisioterapêutico para dor lombar crônica
que mostra os efeitos mais positivos e duradouros.10 Uma revisão sistemática sobre exercícios
específicos de estabilização da coluna mostra que são mais eficazes que uma intervenção
mínima e adicionam benefícios a outras formas de intervenções para redução da dor e
incapacidade, pois promovem maior estabilidade de coluna lombar e favorecem a modulação
do controle neuromuscular. Porém, não são mais eficazes que outros tipos de exercício.11
Os exercícios do método Pilates podem ser considerados exercícios de estabilização da
coluna,12 pois envolvem, principalmente, contrações dos músculos abdominais profundos,
como o transverso do abdome e multifídios, denominadas power house.13 Quando utilizado na
prática fisioterapêutica, o método necessita de modificações, como a adaptação e
simplificação em relação ao método tradicional, sendo descrito como exercícios baseados no
método Pilates.14 Assim, os exercícios são adaptados às condições dos pacientes e há um
aumento gradual da sua dificuldade usando movimentos mais dinâmicos, respeitando as
habilidades e características individuais.14,15
16
Durante um período, os exercícios baseados no método Pilates foram considerados
como uma técnica com valor desconhecido no tratamento da dor lombar.10 Porém, os estudos
controlados aleatorizados sobre este método começaram a ser publicados a partir de 2006.
Duas revisões sistemáticas sem meta-análise já foram publicadas. Em uma delas4 foram
analisados artigos científicos em que o método Pilates foi utilizado como tratamento para dor
lombar crônica não específica. Os resultados demonstraram redução da dor e melhora da
incapacidade destes pacientes, após um programa de exercícios baseados no método Pilates.
A segunda revisão sistemática16 analisou quatro estudos, sendo três estudos controlados
aleatorizados e um estudo controlado sobre os exercícios baseados no método Pilates no
tratamento da dor lombar, com qualidade metodológica relativamente baixa. Embora os
resultados dos estudos analisados favoreçam o método Pilates em relação ao tratamento
convencional para melhora da dor e incapacidade, nenhuma conclusão definitiva pode ser
feita, pois os autores sugerem que mais pesquisas com amostras maiores e melhor qualidade
metodológica devem ser realizadas.
Em 2011 foram publicadas duas revisões sistemáticas com meta-análise sobre os
exercícios baseados no método Pilates.12,17 Na primeira,17 foram analisados sete estudos
controlados aleatorizados. Os resultados mostraram que os exercícios baseados no método
Pilates são superiores a uma intervenção mínima para a redução da dor lombar crônica não
específica após a intervenção. A segunda12 também é uma revisão sistemática com metaanálise, que analisou cinco estudos sobre o efeito dos exercícios baseados no método Pilates
na dor e incapacidade de pacientes com dor lombar crônica. Seus resultados mostraram que
não há melhora significante da dor e incapacidade quando comparado os exercícios baseados
no método Pilates com grupo controle ou grupo de exercícios de estabilização da coluna
lombar.
17
Apesar de uma revisão sistemática sem meta-análise e duas revisões sistemáticas com
meta-análises terem sido publicadas recentemente, estes autores incluíram estudos ainda não
publicados na forma de artigo em periódicos indexados que passam por rigorosa revisão por
pares12,17 e estudos realizados em pacientes com discopatias.16 Nos últimos anos, os exercícios
baseados no método Pilates tornaram-se uma das técnicas utilizadas por fisioterapeutas para
reforçar os programas de reabilitação, focando principalmente a coluna vertebral e sua
estabilização. Isso faz tornar imprescindível que se conheça sua eficácia em pacientes com
dor lombar crônica não específica.18,19 Assim, o objetivo deste estudo é revisar
sistematicamente artigos científicos sobre a utilização dos exercícios baseados no método
Pilates no tratamento da dor e incapacidade de pacientes com dor lombar crônica não
específica comparando com grupo controle ou outros tipos de intervenção ou outros tipos de
exercícios.
MATERIAIS E MÉTODOS
Critérios de Inclusão
Os critérios utilizados para inclusão dos estudos a serem analisados foram: estudos
controlados aleatorizados, estudos realizados em adultos com dor lombar crônica não
específica que avaliaram a dor ou a incapacidade, estudos em que o tratamento foi baseado
nos exercícios do método Pilates comparados com grupo controle ou outros tipos de
intervenção ou outros tipos de exercícios, estudos publicados em revistas científicas entre
1980 e fevereiro de 2011 e trabalhos publicados em inglês, espanhol e português. Foram
excluídos estudos com baixa qualidade metodológica (considerando um escore abaixo de três
pontos em uma escala de zero a 10).
18
Estratégia de Busca
A busca de artigos foi feita utilizando as seguintes bases de dados: Medline,
EMBASE, PEDro, CINAHL e Cochrane Library. Os termos utilizados na pesquisa foram
baseados nas estratégias de busca da Cochrane Collaboration (Apêndice 1). Por exemplo, na
base de dados MEDLINE, foram utilizados alguns termos como “randomized controlled
trial”, “controlled clinical trial”, “low back pain”, “backache”, “back pain”, “Pilates” e
“exercise therapy” interligados por “and/or”. O limite utilizado foi “human”. A estratégia foi
modificada somente na base de dados PEDro, usando-se os termos “low back pain” and
“clinical trial” and “Pilates”. Os estudos encontrados passaram por uma primeira análise que
foi feita por dois revisores independentes, baseada nas informações fornecidas pelo título,
resumo e palavras-chave. A partir da primeira análise, os artigos selecionados foram
estudados mais profundamente pelo texto completo na fase de avaliação.
Seleção dos Estudos
A avaliação dos critérios de inclusão dos estudos encontrados após a pesquisa para
seleção dos estudos foi realizada pela análise de títulos e resumos de forma padronizada e
independente por dois revisores. Quando ocorriam desentendimentos entre os revisores, um
terceiro revisor foi solicitado para um consenso.
Avaliação da Metodologia dos Estudos
A qualidade metodológica dos estudos foi adquirida na base de dados PEDro. A escala
PEDro inclui 11 itens (0/10) que avaliam quatro aspectos metodológicos essenciais: processo
de randomização, técnica de cegamento, comparação entre grupos e dados de análise do
processo. A confiabilidade desta escala foi avaliada e resultados aceitáveis foram obtidos.20
19
Extração dos Dados e Análise Estatística da Meta-análise
Para análise dos estudos foram extraídos dados relacionados às características dos
participantes (idade e duração dos sintomas), à intervenção, à duração e frequência das
sessões do tratamento baseado no método Pilates e grupo controle (intervenção mínima,
outros tipos de intervenção, outros tipos de exercícios) e aos desfechos dor e incapacidade em
todos os pontos de avaliação.
Para meta-análise foi realizada a extração dos dados a partir dos dados apresentados
pelos artigos incluídos, sendo representados em média e desvio-padrão extraídos no texto,
tabelas ou figuras (para extração em figuras foi utilizado o software Corel Draw versão 3 a
fim de desenvolver grades milimétricas para obtenção dos valores médios e desvio-padrão
aproximados). Isso foi realizado para os desfechos dor e incapacidade a curto prazo
comparando o método Pilates com intervenção mínima, outros tipos de intervenção e outros
tipos de exercícios. As médias e desvio-padrão foram convertidas em escalas de zero a 10
pontos para o desfecho dor e de zero a 100 pontos para a incapacidade, uniformizando as
escalas utilizadas pelos estudos para realização da meta-análise. O I² foi calculado utilizando
o software Comprehensive Meta Analysis versão 2 (Englewood, NJ, USA) para análise
estatística da heterogeneidade, o qual descreve a porcentagem da variabilidade nas estimativas
dos efeitos devido à heterogeneidade, em vez de erro de amostragem. Um valor superior a
50% pode ser considerado como heterogeneidade substancial. Quando os valores foram
estatisticamente homogêneos, os efeitos médios (diferença entre as médias ponderadas) foram
calculados utilizando um modelo de efeito-fixo (I²<50%). Quando os estudos foram
estatisticamente heterogêneos, as estimativas dos efeitos médios (diferença entre as médias
ponderadas) foram obtidas utilizando um modelo de efeito-aleatório (I²>50%)11. Foi utilizada
a diferença entre as médias padronizadas com intervalo de confiança de 95%.
20
RESULTADOS
Seleção dos Estudos
Foram encontrados 1344 artigos, dos quais restaram cinco artigos em que o método
Pilates foi utilizado no tratamento de pacientes com dor lombar crônica não específica e
quatro foram incluídos na meta-análise (Figura 1).
Figura 1. Processo de seleção para estudos incluídos na análise
21
Características dos Estudos
Dos cinco artigos incluídos, um estudo comparou o método Pilates com o método
Mckenzie,21 três estudos compararam com intervenção mínima9,22,23 e um estudo24 comparou
três grupos com intervenções diferentes baseadas no método Pilates. Um estudo22 avaliou a
força de reação ao solo entre grupo controle (indivíduos saudáveis) e grupo com dor lombar
(dividido em dois grupos: grupo Pilates e grupo sem intervenção). Neste estudo somente os
grupos com pacientes com dor lombar foram considerados. A Tabela 1 apresenta as
características dos estudos de uma forma descritiva. De forma geral, os estudos incluíram
individualmente entre 17 a 39 participantes com idade entre 22 a 46 anos e duração de
sintomas maior que três meses, sendo que o tratamento foi com exercícios baseados no
método Pilates comparando com intervenção mínima (cuidados primários) ou método
Mckenzie ou três regimes diferentes de exercícios do método Pilates. A Tabela 2 mostra os
detalhes da extração dos dados dos estudos.
Resultados da Qualidade Metodológica
Na avaliação da qualidade metodológica com a escala PEDro, todos os escores dos
artigos já estavam disponíveis na base de dados da PEDro. Os escores variaram de 2 a 8
pontos em uma escala de zero a dez pontos (Tabela 3). Todos os estudos perderam pontos nos
itens que avaliam técnicas de cegamento e somente três estudos9,23,25 adquiriram um ponto no
item de cegamento do avaliador, sendo que um estudo24 obteve o mínimo de pontos e outro
estudo23 obteve o máximo de pontos considerado para este tipo de estudo.
Resultados para os desfechos dor e incapacidade
Todos os estudos incluídos na meta-análise avaliaram a dor a curto prazo. 9,21-23,25 Três
estudos9,22,23 avaliaram a dor antes e após a intervenção comparando o método Pilates com
22
intervenção mínima (n=90) e um estudo21 comparou o método Pilates com outros tipos de
exercícios (n=32). Na meta-análise desta comparação o nível de heterogeneidade foi alto (I² =
90%, τ² = 0,85, χ² = 21,28, df = 2, P < 0,01) sendo que o modelo de efeito-aleatório mostrou
que não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos na comparação entre o
método Pilates e intervenção mínima para a dor a curto prazo. Para a comparação entre
método Pilates e outros tipos de exercícios foi utilizado um modelo de efeito-fixo, em que
também não foi observada diferença estatisticamente significante entre os grupos a curto
prazo (Figuras 2 e 3).
Para a incapacidade, dois estudos foram incluídos na meta-análise, que avaliaram este
desfecho antes e após a intervenção comparando o método Pilates com intervenção mínima
(n=73). A Figura 4 mostra os resultados referentes a essa comparação para o desfecho
incapacidade, utilizando um modelo de efeito-fixo, em que foi observada melhora
estatisticamente significante da incapacidade favorecendo o método Pilates a curto prazo
(diferença entre as médias = 4,9 pontos; IC 95% 4 a 5,8), em que foi observado nível de
heterogeneidade baixo (I² = 29%, τ² = 3,68, χ² = 1,42, df = 1, P = 0,28).
Tabela 1. Características dos estudos
Autores
Participantes
Intervenção
Gladwell et al
Média de idade: GC: 45,9 anos; GP: 36,9 anos; n=34
GC: continuar com atividades
9
Gênero: GC: 4 homens e 10 mulheres; GP: 3 homens e 17 mulheres
GP: exercícios baseados no método Pilates no solo, 6 sessões com 1
Duração dos sintomas (média±DP): GC: 139±148; GP: 115±101 meses
hora de duração por 6 semanas
Média de idade: GC: 34 anos; GP: 37 anos; n=39
GC: continuar com atividades
Gênero: GC: 8 homens e 13 mulheres; GP: 6 homens e 12 mulheres
GP: exercícios baseados no método Pilates no solo e Reformer, 12
Duração dos sintomas (mediana (intervalo interquartil)): GC: 108 (12-240)
sessões com 1 hora de duração por 4 semanas
(ano)
(2006)
Rydeard et al
(2006)
23
meses; GP: 66 (6-324) meses
Rajpal et al
(2008)
21
Curnow et al
(2009)
Média de idade: GC: 21,6 anos; GP: 22,05 anos; n=32
30 sessões consecutivas
Gênero: apenas mulheres
GC: Mckenzie
Duração dos sintomas: > 3 meses ambos os grupos
GP: exercícios baseados no método Pilates no solo
Não especifica as características dos participantes; n=39
18 sessões em 6 semanas
24
GP A: exercícios baseados no método Pilates no solo
GP B: exercícios baseados no método Pilates no solo e relaxamento
GP C: exercícios baseados no método Pilates no solo, relaxamento e
treinamento de postura
Fonseca et al
(2009)
22
Média de idade: GP: 31,6 anos; Sem intervenção: 34,4 anos; n=17
GP: exercícios baseados no método Pilates no solo, 15 sessões com 1
Gênero: 5 homens e 12 mulheres
hora de duração, sendo 2 sessões por semana
Duração dos sintomas: > 6 meses ambos os grupos
Sem Intervenção: continuar com atividades
* GC: grupo controle; GP: grupo Pilates
23
Tabela 2. Detalhes da extração dos dados dos estudos, em médias e desvio-padrão
Autores
Amostra
Antes do tratamento
Após o tratamento
Resultados
Gladwell et
GC: 14
GC: RMEVA: 2,4 (0,9); QIO: 24,1
GC: RMEVA: 2,4 (0,8); QIO: 18,1
Melhora estatisticamente
al (2006)
GP: 20
(13,4)
(13,0)
significante da dor, mas não
GP: RMEVA: 2,7 (0,9); QIO: 19,7
GP: 2,2 (0,9); QIO: 18,1 (11,2)
da incapacidade
(ano)
(9,8)
Rydeard et al
GC: 18
GC: END: 30,4 (1,78); QIRM: 4,2
GC: END: 33,9 (1,48); QIRM: 3,2
Melhora estatisticamente
(2006)
GP: 21
(3,39)
(0,4)
significante da dor e da
GP: END: 23,0 (1,79) QIRM: 3,1
GP: END: 18,3 (1,47); QIRM: 2,0
incapacidade
(2,75)
(0,3)
Rajpal et al
GC: 15
GC: EVA: 4,4 (1,5)
GC: EVA: 2,1 (0,8)
Melhora estatisticamente
(2008)
GP: 17
GP: EVA: 5,6 (0,7)
GP: EVA: 2,1 (0,7)
significante da dor
Curnow et al
GP A: 13
Não descrevem os valores
Não descrevem os valores
Somente houve diferença
(2009)
GP B: 14
estatisticamente significante
GP C: 12
entre o grupo A e B, em que o
grupo B obteve melhora
superior com relação ao A
Fonseca et al
GC: 9
GC: EVA: 6,1 (1,8)
GC: EVA: 4,9 (2,5)
Melhora estatisticamente
(2009)
GP: 8
GP: EVA: 5,9 (2,0)
GP: EVA: 3 (3,4)
significante da dor
24
*GC: grupo controle; GP: grupo Pilates; EVA: escala visual analógica; QIO: questionário de incapacidade Oswestry; RMVAS: Roland Morris
escala visual analógica; END: escala numérica de dor-101; QIRM: questionário de incapacidade Roland Morris
Tabela 3. Avaliação da qualidade metodológica pela escala PEDro
Critérios
Os critérios de elegibilidade foram especificados
Os sujeitos foram aleatoriamente distribuídos por grupos
(num estudo cruzado, os sujeitos foram colocados em grupos
de forma aleatória de acordo com o tratamento recebido)
A alocação dos sujeitos foi secreta
Inicialmente, os grupos eram semelhantes no que diz respeito
aos indicadores de prognóstico mais importantes
Todos os sujeitos participaram de forma cega no estudo
Todos os terapeutas que administraram a terapia fizeram-no
de forma cega
Todos os avaliadores que mediram pelo menos um resultadochave, fizeram-no de forma cega
Mensurações de pelo menos um resultado-chave foram
obtidas em mais de 85% dos sujeitos inicialmente distribuídos
pelos grupos
Todos os sujeitos a partir dos quais se apresentaram
mensurações de resultados receberam o tratamento ou a
condição de controle conforme a alocação ou, quando não foi
esse o caso, fez-se a análise dos dados para pelo menos um dos
resultados-chave por “intenção de tratamento”
Os resultados das comparações estatísticas inter-grupos
foram descritos para pelo menos um resultado-chave
O estudo apresenta tanto medidas de precisão como medidas
de variabilidade para pelo menos um resultado-chave
Score 0/10
Gladwell et al
(2006)
1
Rydeard et al
(2006)
1
Rajpal et al
(2008)
1
Curnow et al
(2009)
1
Fonseca et al
(2009)
1
0
1
1
1
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
0
0
0
0
1
1
0
1
0
1
0
0
0
1
1
1
1
0
1
1
1
0
1
5
8
4
2
4
*1=sim; 0=não
25
Statistics for each study
Study name Outcome Time point
Mean and 95% CI
Standard
Lower Upper
Mean error Variance limit limit Z-Value p-Value
Gladwell, 2006 Pain Post-treatment 0,200 0,300
Rydeard, 2006 Pain Post-treatment 1,600 0,049
Fonseca, 2009 Pain Post-treatment 1,900 1,443
1,062 0,624
0,090
0,002
2,084
0,389
-0,388
1,503
-0,929
-0,161
0,788 0,667
1,697 32,390
4,729 1,316
2,285 1,702
0,505
0,000
0,188
0,089
-10,00
-5,00
0,00
Favours Minimal Intervention
5,00
10,00
Favours Pilates
Figura 2. Forest plot dos resultados de estudos controlados aleatorizados comparando o método Pilates com intervenção mínima para o desfecho dor.
Os valores apresentados são os efeitos médios (diferença entre as médias) e intervalo de confiança de 95%. O efeito médio foi calculado utilizando um
modelo de efeito-aleatório para dor a curto prazo.
26
Study name Outcome Time point
Statistics for each study
Mean and 95% CI
Lower Upper
Standard
Mean error Variance limit limit Z-Value p-Value
Rajpal, 2008 Pain Post-treatment 0,000 0,265
0,000 0,265
0,070 -0,519
0,070 -0,519
0,519
0,519
0,000
0,000
1,000
1,000
-6,00
-3,00
Favours Mckenzie
0,00
3,00
6,00
Favours Pilates
Figura 3. Forest plot dos resultados de estudos controlados aleatorizados comparando o método Pilates com o método Mckenzie para o desfecho
dor. Os valores apresentados são os efeitos médios (diferença entre as médias) e intervalo de confiança de 95%. O efeito médio foi calculado
utilizando um modelo de efeito-fixo para dor a curto prazo.
27
Study name
Outcome
Time point
Statistics for each study
Mean and 95% CI
Standard
Lower Upper
Mean error Variance limit limit Z-Value p-Value
Gladwell, 2006 Disability Post-treatment 0,000 4,173 17,414 -8,179 8,179 0,000 1,000
Rydeard, 2006 Disability Post-treatment 5,000 0,469 0,220 4,080 5,920 10,655 0,000
4,938 0,466 0,217 4,024 5,852 10,588 0,000
-10,00
-5,00
0,00
Favours Minimal Intervention
5,00
10,00
Favours Pilates
Figura 4. Forest plot dos resultados de estudos controlados aleatorizados comparando o método Pilates com intervenção mínima para o
desfecho incapacidade. Os valores apresentados são os efeitos médios (diferença entre as médias) e intervalo de confiança de 95%. O efeito
médio foi calculado utilizando um modelo de efeito-fixo para incapacidade a curto prazo.
28
29
DISCUSSÃO
Esta revisão sistemática mostra evidências de que os exercícios do método Pilates no
tratamento da dor lombar crônica não específica são mais eficazes para a melhora da
incapacidade quando comparados a intervenção mínima, porém não são mais eficazes para
redução da dor. Na comparação dos exercícios do método Pilates com o método Mckenzie, os
resultados mostram que ambas as técnicas são igualmente eficazes, já que não houve
diferença estatisticamente significante entre as comparações.
Até o momento, poucos estudos sobre a eficácia do método Pilates no tratamento da
dor lombar crônica não específica foram publicados. Esta revisão sistemática incluiu somente
estudos publicados na forma de artigo em periódicos indexados em bases de dados que
passam por rigorosa revisão por pares, que geralmente é realizada por especialistas da área.
Outras revisões sistemáticas incluíram dissertações de mestrado e teses de doutorado,12,17 que
são estudos de difícil acesso ao público e podem apresentar resultados sem relevância clínica.
Desta forma, para esta revisão sistemática com meta-análise, poucos estudos foram
encontrados e analisados. Consequentemente, a amostra considerada para cada comparação
foi pequena, podendo interferir no poder estatístico dos resultados.
Atualmente, duas revisões sistemáticas com meta-análise12,17 sobre a eficácia do
método Pilates no tratamento da dor lombar crônica não específica foram publicadas. Sendo
que, ambas as revisões sistemáticas incluíram estudos que não foram analisados por
especialistas e podem ser de baixa qualidade, assim, comprometendo a relevância clínica
destas revisões. Uma destas revisões sistemáticas com meta-análise17 incluiu sete estudos
controlados aleatorizados e comparou o método Pilates com intervenção mínima ou outras
abordagens conservadoras. Seus resultados mostraram redução da dor superior no tratamento
baseado em exercícios do método Pilates quando comparado à intervenção mínima, mas não
houve diferença estatisticamente significante para incapacidade. Com relação à comparação
30
entre o tratamento baseado em exercícios do método Pilates e outros tipos de exercícios ou
massagem, não foram observadas diferenças para dor e incapacidade.17 Estes resultados não
corroboram com os do presente estudo na comparação do método Pilates com intervenção
mínima. Talvez porque nesta revisão sistemática foram incluídos estudos com baixa qualidade
metodológica na meta-análise,25,26 além de incluir estudos que não estão na forma de artigo
em periódicos indexados em bases de dados.26-29 Assim, pode-se considerar o risco de viés, o
que interfere nos resultados dessa revisão. Já no presente estudo, foi excluído um estudo
controlado,25 além de um estudo de baixa qualidade metodológica para a meta-análise.24 A
outra revisão sistemática com meta-análise12 analisou cinco estudos controlados aleatorizados
e comparou exercícios baseados no método Pilates com intervenção mínima ou exercícios de
estabilização da coluna. Seus resultados mostraram que os exercícios baseados no método
Pilates não melhoram a dor e a incapacidade em nenhuma das comparações (controle ou
exercícios de estabilização).12 Esta conclusão dos autores pode ser considerada equivocada, já
que analisando a meta-análise realizada, é possível interpretar que não há diferença entre o
método Pilates e exercícios de estabilização mas não que o método Pilates não obteve efeitos
positivos para a população estudada. Os resultados referentes à dor na comparação com
intervenção mínima e com exercícios de estabilização, em que não houve diferença
estatisticamente significante, estão de acordo com os resultados do presente estudo. Os
resultados referentes à comparação com intervenção mínima para incapacidade não
corroboram com os do presente estudo, talvez porque esta revisão sistemática incluiu estudos
não publicados na forma de artigo em periódicos indexados em bases de dados.27-29
Nesta revisão, embora os resultados tenham sido favoráveis ao método Pilates para
incapacidade, estes efeitos foram analisados a curto prazo. Assim, ainda não existem
evidências de que o método Pilates tenha um efeito a médio e longo prazo (considerando os
períodos de seis e 12 meses). Para o desfecho dor, não foi observada melhora superior do
31
método Pilates com relação à intervenção mínima. Talvez porque a amostra utilizada para a
análise tenha sido pequena, pois ainda existem poucos estudos sobre a eficácia do método
Pilates no tratamento da dor lombar crônica não específica. Para a comparação da dor entre os
métodos Pilates e Mckenzie, também não foi observada diferença entre os grupos. Este
resultado está de acordo com outras revisões de exercícios específicos comparando com
outros tipos de exercícios ou outras intervenções conservadoras.11,30
O método Pilates tem sido utilizado em programas de reabilitação, principalmente, no
tratamento de pacientes com dor lombar crônica não específica. Porém, somente são
comprovados efeitos do método Pilates para pacientes com dor lombar crônica não específica
a curto prazo (após a intervenção) e ainda não é possível observar efeitos ao longo do tempo.
Para isso mais estudos que avaliem a aficácia deste método para esta população devem ser
realizados. Além disso, não existe uma padronização da duração do tratamento, da frequência
semanal, da intensidade e tipo de exercícios apropriados para pacientes com dor lombar
crônica não específica. Assim, há uma necessidade de estudos que avaliem estas variáveis
para garantir um programa de tratamento eficaz na melhora da dor e incapacidade de
pacientes com dor lombar crônica não específica. Os estudos sobre o método Pilates não
descrevem muito bem os exercícios utilizados no tratamento e existem poucos estudos sobre a
biomecânica dos exercícios do método Pilates, que são diferentes metodologicamente.31-34
Talvez por esta razão, há uma dificuldade de padronizar um programa de exercícios eficaz
para reabilitação de grupos específicos de pacientes. Como existem poucos estudos com alta
qualidade metodológica publicados sobre este tema, sugere-se que mais estudos que sigam
critérios de qualidade metodológica sobre os efeitos da dor lombar crônica não específica
sejam realizados e publicados.
32
CONCLUSÕES
Os resultados desta revisão sistemática sugerem que os exercícios do método Pilates
são mais eficazes que intervenção mínima na melhora da incapacidade a curto prazo. Porém,
para a redução da dor não foram mais eficazes que intervenção mínima ou o método
Mckenzie. Desta forma, os exercícios do método Pilates podem ser recomendados para
melhora da incapacidade, porém nenhuma conclusão definitiva pode ser feita para os
desfechos analisados (dor e incapacidade) a médio prazo. Além disso, poucos estudos
puderam ser incluídos nesta meta-análise.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Airaksinen O, Brox JI, Cedraschi C, et al. Chapter 4. European guidelines for the
management of chronic nonspecific low back pain. Eur Spine J. 2006;15 Suppl 2:S192-300.
2. Burton AK, Balague F, Cardon G, et al. Chapter 2. European guidelines for prevention in
low back pain: November 2004. Eur Spine J. 2006;15 Suppl 2:S136-168.
3. van Tulder M, Becker A, Bekkering T, et al. Chapter 3. European guidelines for the
management of acute nonspecific low back pain in primary care. Eur Spine J. 2006;15 Suppl
2:S169-191.
4. La Touche R, Escalante K, Linares MT. Treating non-specific chronic low back pain
through the Pilates Method. J Bodyw Mov Ther. 2008;12(4):364-370.
5. Walker BF. The prevalence of low back pain: a systematic review of the literature from
1966 to 1998. J Spinal Disord. 2000;13(3):205-217.
6. Costa Lda C, Maher CG, McAuley JH, et al. Prognosis for patients with chronic low back
pain: inception cohort study. BMJ. 2009;339:b3829.
7. Waddell G. The Back Pain Revolution. Second ed: Churchill Livingstone; 2004.
33
8. Dagenais S, Caro J, Haldeman S. A systematic review of low back pain cost of illness
studies in the United States and internationally. Spine J. 2008;8(1):8-20.
9. Gladwell V, Head S, Haggar M, Beneke R. Does a program of Pilates improve chronic
non-specific low back pain? J Sport Rehabil. 2006;15(4):338-350.
10. Maher CG. Effective physical treatment for chronic low back pain. Orthop Clin North
Am. 2004;35(1):57-64.
11. Macedo LG, Maher CG, Latimer J, McAuley JH. Motor control exercise for persistent,
nonspecific low back pain: a systematic review. Phys Ther. 2009;89(1):9-25.
12. Pereira LM, Obara K, Dias JM, et al. Comparing the Pilates method with no exercise or
lumbar stabilization for pain and functionality in patients with chronic low back pain:
Systematic review and meta-analysis. Clin Rehabil. Aug 19 2011.
13. Musculino JE, Cipriani S. Pilates and the ‘‘powerhouse’’- I. J Bodyw Mov Ther.
2004;8(1):15-24.
14. Latey P. Updating the principles of the Pilates method - Part 2. J Bodyw Mov Ther.
2002;6(2):94-101.
15. Lange C, Unnithan V, Larkam E, Latta PM. Maximizing the benefits of Pilates-inspired
exercise for learning functional motor skills. J Bodyw Mov Ther. 2000;4(2):99-108.
16. Posadzki P, Lizis P, Hagner-Derengowska M. Pilates for low back pain: a systematic
review. Complement Ther Clin Pract. 2011;17(2):85-89.
17. Lim EC, Poh RL, Low AY, Wong WP. Effects of Pilates-based exercises on pain and
disability in individuals with persistent nonspecific low back pain: a systematic review with
meta-analysis. J Orthop Sports Phys Ther. 2011;41(2):70-80.
18. Bryan M, Hawson S. The benefits of Pilates exercise in orthopaedic rehabilitation. Tech
Orthop. 2003;18(1):126-129.
34
19. Silva ACLG, Mannrich G. Pilates na reabilitação: uma revisão sistemática. Rev Fisiot
Mov. 2009;22(3):449-455.
20. Shiwa SR, Costa LOP, Costa LdCM, et al. Reproducibility of the Portuguese version of
the PEDro Scale. Cad. Saúde Pública. 2011;27(10):2063-2068.
21. Rajpal N, Arora M, Chauhan V. The study on efficacy of Pilates and McKenzie exercises
in postural low back pain - a rehabilitative protocol. Physiotherapy and Occupational
Therapy Journal. 2008;1(1):33-56.
22. da Fonseca JL, Magini M, de Freitas TH. Laboratory gait analysis in patients with low
back pain before and after a pilates intervention. J Sport Rehabil. 2009;18(2):269-282.
23. Rydeard R, Leger A, Smith D. Pilates-based therapeutic exercise: effect on subjects with
nonspecific chronic low back pain and functional disability: a randomized controlled trial. J
Orthop Sports Phys Ther. 2006;36(7):472-484.
24. Curnow D, Cobbin D, Wyndham J, Boris Choy ST. Altered motor control, posture and the
Pilates method of exercise prescription. J Bodyw Mov Ther. 2009;13(1):104-111.
25. Donzelli S, Di Domenica E, Cova AM, Galletti R, Giunta N. Two different techniques in
the rehabilitation treatment of low back pain: a randomized controlled trial. Eura Medicophys.
2006;42(3):205-210.
26. Quinn J. Influence of Pilates-Based mat exercise on chronic lower back pain [thesis].
Boca Raton, FL, Florida Atlantic University; 2005.
27. O´Brien N, Hanlon M, Meldrum D. Randomised, controlled trial comparing
physiotherapy and pilates in the treatment of ordinary low back pain. Phys Ther Rev.
2006;11:224-225.
28. Anderson B. Randomized clinical trial comparing active versus passive approaches to the
treatment of recurrent and chronic low back pain [thesis]. Miami, FL, University of Miami;
2005.
35
29. Gagnon L. Efficacy of Pilates exercises as therapeutic intervention in treating patients
with low back pain [thesis]. Knoxville, TN, University of Tennessee; 2005.
30. Hayden JA, van Tulder MW, Malmivaara A, Koes BW. Exercise therapy for treatment of
non-specific low back pain. Cochrane Database Syst Rev. 2005(3):CD000335.
31. Loss JF, Melo MO, Rosa CH, Santos AB, La Torre M, Silva YO. Electrical activity of
external oblique and multifidus muscles during the hip flexion-extension exercise performed
in the Cadillac with different adjustments of springs and individual positions. Rev Bras
Fisioter. 2010;14(6):510-517.
32. Melo MO, Gomes LE, Silva YO, Bonezi A, Loss JF. Assessment of resistance torque and
resultant muscular force during Pilates hip extension exercise and its implications to
prescription and progression. Rev Bras Fisioter. 2011;15(1):23-30.
33. Menacho MO, Obara K, Conceicao JS, et al. Electromyographic effect of mat Pilates
exercise on the back muscle activity of healthy adult females. J Manipulative Physiol Ther.
2010;33(9):672-678.
34. Queiroz BC, Cagliari MF, Amorim CF, Sacco IC. Muscle activation during four Pilates
core stability exercises in quadruped position. Arch Phys Med Rehabil. 2010;91(1):86-92.
APÊNDICE 1 – Estratégia de Busca
Search Strategy for MEDLINE (OVID)
1.
randomized controlled trial,pt.
2. controlled clinical trial.pt.
3.
randomized.ab.
4.
placebo.ab,ti.
5.
drug therapy.fs.
6.
randomly.ab,ti.
36
7.
trial.ab,ti.
8.
groups.ab,ti.
9.
or/1-8
10. (animals not (humans and animals)).sh.
11. 9 not 10
12. dorsalgia.ti,ab.
13. exp Back Pain/
14. backache.ti,ab.
15. exp Low Back Pain/
16. (lumbar adj pain).ti,ab.
17. coccyx.ti,ab.
18. coccydynia.ti,ab.
19. sciatica.ti,ab.
20. sciatica/
21. spondylosis.ti,ab.
22. lumbago.ti,ab.
23. or/12-22
24. pilates.mp
25. exercise therapy.mp
26. motor control exercise.mp
27. pilates based exercises.mp
28. exercise movement technics.mp
29. exercises movement techniques.mp
30. or/24-29
31. 11 and 23 and 30
37
Search Strategy for EMBASE (OVID)
1.
clinical article/
2.
exp clinical study/
3.
clinical trial/
4.
controlled study/
5.
randomized controlled trial/
6.
major clinical study/
7.
double blind procedure/
8.
multicenter study/
9.
single blind procedure/
10. phase 3 clinical trial/
11. phase 4 clinical trial/
12. crossover procedure/
13. placebo/
14. or/1-13
15. allocate$.mp.
16. assign$.mp.
17. blind$.mp.
18. (clinic$ adj25 (study or trial)).mp.
19. compar$.mp.
20. control$.mp.
21. cross?over.mp.
22. factorial$.mp.
23. follow?up.mp.
38
24. placebo$.mp.
25. prospectiv$.mp.
26. random$.mp.
27. ((singl$ or doubl$ ou trebl$ or tripl$) adj25 (blind$ or mask$)).mp.
28. trial.mp.
29. (versus or vs).mp.
30. or/15-29
31. 14 and 30
32. human/
33. nonhuman/
34. exp ANIMAL/
35. animal experiment/
36. 33 or 34 or 35
37. 32 not 36
38. 31 not 36
39. 37 and 38
40. 38 or 39
41. dorsalgia.mp.
42. back pain.mp.
43. exp LOW BACK PAIN/
44. exp BACKACHE/
45. (lumbar adj pain).mp.
46. coccyx.mp.
47. coccydynia.mp.
48. sciatica.mp.
39
49. exp ISCHIALGIA/
50. spondylosis.mp.
51. lumbago.mp.
52. or/41-51
53. pilates
54. exercise therapy
55. motor control exercises
56. pilates based exercises
57. exercise movement technics
58. exercise movement techniques
59. or/53-58
60. 40 and 52 and 59
Search Strategy for CINAHL (EBSCO)
S1. (MH “ Clinical Trials+”)
S2. “randomi?ed controlled trial*”
S3. “double-blind”
S4. “single-blind”
S5. “triple-blind”
S6. (MH “Placebo Effect”)
S7. (MH “Placebos”)
S8. “placebo*”
S9. “random*”
S10. (MH “Random Sample+”)
S11. (MH “Study Design+”)
40
S12. “latin square”
S13. (MH “Comparative Studies”)
S14. (MH “Evaluation Research+”)
S15. (MH “Prospective Studies+”)
S16. “follow-up stud*”
S17. “control*”
S18. prospectiv*
S19. “volunteer*”
S20. S19 or S18 or S17 or S16 or S15 or S14 or S13 or S12 or S11 or S10 or S9 or S8 or S7
or S6 or S5 or S4 or S3 or S2 or S1
S21. (MH “Animals+”)
S22. S20 not S21
S23. Dorsalgia
S24. (MH “Back Pain+”)
S25. (MH “Low Back Pain”)
S26. “backache”
S27. “lumbar pain”
S28. (MH “Coccyx”)
S29. (MH “Sciatica”)
S30. “coccyx”
S31. “sciatica”
S32. Coccydynia
S33. (MH “Lumbar Vertebrae”)
S34. (MH “Thoracic Vertebrae”)
S35. (MH “Spondylolisthesis”)
41
S36. (MH “Spondylolysis”)
S37. “lumbago”
S38. S37 or S36 or S35 or S34 or S33 or S32 or S31 or S30 or S29 or S28 or S27 or S26 or
S25 or S24 or S23
S39. pilates
S40. exercise therapy
S41. motor control exercise
S42. Pilates based exercises
S43. (MH “Therapeutic Exercise+”)
S44. S43 or S42 or S41 or S40 or S39
S45. S22 and S38 and S44
Search Strategy for CENTRAL – ONLINE (Cochrane Library)
1.
MeSH descriptor Back explode all trees in MeSH products
2.
MeSH descriptor Buttocks, this term only in MeSH products
3.
MeSH descriptor Leg, this term only in MeSH products
4.
MeSH descriptor Back Pain explode tree 1 in MeSH products
5.
MeSH descriptor Back Injuries explode tree 1 in MeSH products
6.
MeSH descriptor Low Back Pain, this tterm only in MeSH products
7.
(low next back next pain) in All Fields, from 1800 to 2011 in all products
8.
Ibp in All Fields, form 1800 to 2011 in all products
9.
MeSH descriptor Sciatica, this term only in MeSH products
10. (#1 or #2 or #3 or #4 or #5 or #6 or #7 or #8 or #9)
42
CAPÍTULO 3
THE EFFICACY OF THE ADDITION OF THE PILATES METHOD
OVER A MINIMAL INTERVENTION IN THE TREATMENT OF
CHRONIC NON-SPECIFIC LOW BACK PAIN: A STUDY PROTOCOL
OF A RANDOMISED CONTROLLED TRIAL
43
44
45
46
47
48
49
50
CAPÍTULO 4
EFETIVIDADE DA ADIÇÃO DO MÉTODO PILATES MODIFICADO A
UMA INTERVENÇÃO MÍNIMA NO TRATAMENTO DA DOR
LOMBAR CRÔNICA NÃO ESPECÍFICA: UM ESTUDO
CONTROLADO ALEATORIZADO
51
EFETIVIDADE DA ADIÇÃO DO MÉTODO PILATES MODIFICADO A UMA
INTERVENÇÃO MÍNIMA NO TRATAMENTO DA DOR LOMBAR CRÔNICA NÃO
ESPECÍFICA: UM ESTUDO CONTROLADO ALEATORIZADO
GISELA CRISTIANE MIYAMOTO1, LEONARDO OLIVEIRA PENA COSTA1,2,
THALISSA GALVANIN1, CRISTINA MARIA NUNES CABRAL1*
1
Programa de Mestrado em Fisioterapia, Universidade Cidade de São Paulo – São Paulo SP –
Brasil
2
Musculoskeletal Division, The George Institute for Global Health - Sydney NSW - Australia
*Autor correspondente: (011) 2178-1565, Rua Cesário Galeno 445, São Paulo, CEP:03071000 - SP; [email protected]
52
RESUMO
Introdução: A dor lombar é uma das grandes causas de incapacidade e absenteísmo e os
exercícios de estabilização da coluna, como o método Pilates, são eficazes na melhora dos
sintomas de pacientes com dor lombar crônica não específica. Porém, há pouca evidência
sobre a eficácia desse método nesta afecção. Objetivo: Investigar a efetividade da adição do
método Pilates modificado no tratamento de pacientes com dor lombar crônica não específica
nos desfechos propostos para análise no baseline e follow-ups de seis semanas e seis meses.
Materiais e métodos: Oitenta e seis participantes foram distribuídos aleatoriamente em dois
grupos de tratamento: Grupo Cartilha e Grupo Pilates. Os desfechos avaliados foram:
intensidade da dor, capacidade funcional geral e específica do pacientes, efeito global
percebido e cinesiofobia no baseline, e nos follow-ups de seis semanas e seis meses.
Resultados: Houve melhora significante a curto prazo na dor (média das diferenças = 2,2
pontos; IC 95% 1,1 a 3,2), capacidade funcional geral (média das diferenças = 2,7 pontos; IC
95% 1,0 a 4,4) e efeito global percebido (média das diferenças = -1,5 pontos; IC 95% -2,6 a 0,4) a favor do Grupo Pilates, mas não houve melhora a médio prazo em todos os desfechos
Conclusões: Conclui-se que o método Pilates modificado promove efeitos benéficos após a
intervenção quando comparado a intervenção mínima, porém estes efeitos não se mantêm ao
longo do tempo.
PALAVRAS CHAVE: Estudo controlado aleatorizado; Terapia por Exercícios; Dor Lombar
53
Introdução
A dor lombar crônica é caracterizada por dor na região entre as margens costais e a
prega glútea inferior, podendo ou não ser referida para o membro inferior, com duração
superior a 12 semanas.[1] É um problema grave de saúde pública com enormes custos sociais e
econômicos, sendo dispendidos nos Estados Unidos cerca de 14,5 bilhões de dólares com
despesas relacionadas a essa condição.[2] A dor lombar está fortemente associada a
incapacidade, absenteísmo no trabalho e alterações emocionais, tais como depressão e
ansiedade.[1, 3-5] Com base em uma revisão sistemática sobre a prevalência de dor lombar, são
estimados entre 12 a 33% de adultos afetados para prevalência pontual, de 22 a 65% para
prevalência nos últimos 12 meses e de 11 a 84% em algum momento da vida.[6] Além disso,
cerca de 40% dos pacientes desenvolvem dor lombar crônica após um episódio agudo.[7]
A dor lombar crônica pode estar associada às disfunções dos músculos profundos do
tronco como transverso do abdome e multifídios afetando a estabilidade da coluna.[8-11] A
terapia por exercícios tem sido recomendada pelas diretrizes como uma técnica eficaz para o
tratamento da dor lombar crônica não específica.[3,
12]
Uma revisão sistemática sobre
exercícios específicos de estabilização da coluna mostra que estes exercícios são mais
eficazes que uma intervenção mínima e adicionam benefícios em relação a outras formas de
intervenção para melhora dos sintomas de pacientes com dor lombar crônica não específica,
porém são igualmente eficazes que terapia manual ou outros tipos de exercícios.[13]
O método Pilates pode ser considerado um tipo de exercício de estabilização da
coluna. Os exercícios do método Pilates podem ser executados no solo e ou em equipamentos
visando à estabilidade estática e dinâmica do corpo; por isso têm sido utilizados no tratamento
da dor lombar crônica não específica.[14,
15]
Atualmente existem duas vertentes do método
Pilates: tradicional que envolve exercícios mais vigorosos, com alta dificuldade de execução e
54
indicados para pessoas sem lesões;[16] e modificado ou moderno que envolve exercícios do
método de forma modificada, adaptados às condições físicas dos indivíduos, com aumento
gradual da dificuldade e que podem ser prescritos para a população em geral, incluindo
pessoas em reabilitação.[16] Este método modificado tem sido utilizado nos estudos sobre o
método Pilates no tratamento da dor lombar crônica não específica.[17-19]
Nos últimos anos, o método Pilates tornou-se uma das técnicas utilizadas no
tratamento da dor lombar crônica não específica. Em 2011, duas meta-análises[20, 21] foram
publicadas sobre a eficácia do método Pilates no tratamento da dor lombar crônica não
específica. Uma delas[20] mostrou, após análise de sete estudos controlados aleatorizados,
maior redução da dor no tratamento com exercícios do método Pilates quando comparado à
intervenção mínima, porém sem diferença significante para incapacidade. Com relação à
comparação entre tratamentos baseados em exercícios do método Pilates e outros tipos de
exercícios, não houve diferença significante para dor e incapacidade. A outra revisão
sistemática[21] analisou cinco estudos controlados aleatorizados e sugeriu que os exercícios
baseados no método Pilates não melhoram a dor e a incapacidade comparando com grupo
controle ou exercícios de estabilização.
A literatura mostra que a educação dos pacientes com dor lombar é uma intervenção
utilizada para minimizar a influência dos medos e das crenças destes pacientes com relação a
suas condições de saúde, principalmente na recorrência da dor lombar ou na sua persistência
após episódio agudo, que pode afetar os resultados do tratamento.[22-24] Porém não há estudos
sobre a eficácia do método Pilates evidenciando o grau de cinesiofobia, expectativa e
credibilidade em relação ao tratamento destes pacientes. Além disso, existem somente seis
ensaios clínicos sobre o método Pilates na dor lombar crônica não específica. Estes estudos
incluíram uma amostra entre 17 e 40 participantes e somente um estudo é considerado de alta
qualidade metodológica.[17-19, 25-27] Assim, o objetivo deste estudo foi investigar a efetividade
55
da adição do método Pilates modificado no tratamento de pacientes com dor lombar crônica
não específica para os desfechos intensidade da dor, capacidade funcional geral e específica
do paciente, efeito global percebido e cinesiofobia. Além disso, os objetivos secundários
foram verificar a expectativa e a credibilidade em relação ao tratamento destes pacientes.
Materiais e métodos
Aprovação e registro do estudo
O presente estudo foi conduzido no Departamento de Fisioterapia da Universidade
Cidade de São Paulo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Cidade de
São Paulo (Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde - protocolo de pesquisa número
13508130) e registrado, anteriormente ao início da coleta dos dados, no Australian and New
Zealand
Clinical
Trials
Registry
sob
o
número
ACTRN12610000523000
(http://www.anzctr.org.au/ACTRN12610000523000.aspx). O protocolo deste estudo foi
anteriormente publicado, em que podem ser obtidos maiores detalhes metodológicos[28].
Cálculo amostral
A amostra de 86 participantes foi determinada por um cálculo amostral projetado para
detectar uma diferença clinicamente importante de um ponto na intensidade da dor na escala
numérica de dor (estimativa para desvio-padrão = 1,4 pontos); de quatro pontos no
questionário Roland Morris (estimativa para desvio-padrão = 4,9 pontos); de um ponto na
escala funcional específica do paciente (estimativa para desvio-padrão = 1,4 pontos); e de um
ponto na escala da percepção do efeito global (estimativa para desvio-padrão = 1,3 pontos).
Foram consideradas as especificações de α=0,05, poder estatístico de 80% e perda de followup de 15%.
56
Critérios de elegibilidade
Participaram do estudo 86 pacientes com dor lombar crônica não específica, com no
mínimo três meses de duração e idade entre 18 e 60 anos de ambos os gêneros, que
procuraram o serviço de fisioterapia, em função da divulgação por meio de jornal regional e
site da Universidade Cidade de São Paulo. Foram excluídos do estudo pacientes que
apresentavam qualquer contraindicação ao exercício físico (avaliado pelo Questionário de
Prontidão para Atividade Física),[29] pacientes regularmente envolvidos com o método Pilates,
gravidez, patologias graves da coluna, cirurgias prévias ou agendadas da coluna, dor lombar
por compressão de raiz nervosa, pacientes que realizaram tratamento fisioterapêutico para dor
lombar crônica nos últimos seis meses e não compreender a escrita e fala da língua
portuguesa.[1]
Avaliação
Inicialmente, um avaliador cego previamente treinado e com experiência na área
realizou uma avaliação, que continha informações para confirmação dos critérios de
elegibilidade, itens para obtenção de dados demográficos e antropométricos dos pacientes,
além de informações referentes à utilização de medicamentos para dor lombar e tipo,
realização de tratamento fisioterapêutico e tipo, realização de outros tipos de tratamento e a
sua descrição. Após a avaliação de elegibilidade dos participantes, o avaliador realizou a
avaliação dos desfechos primários (intensidade da dor e capacidade funcional geral) e
secundários (capacidade funcional específica do paciente, efeito global percebido e
cinesiofobia), além da avaliação da expectativa de melhora. Essa avaliação inicial ocorreu
antes da realização da distribuição aleatória dos pacientes para os grupos de tratamento. Antes
da avaliação, os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para
57
participação do estudo. Devido à natureza das intervenções não foi possível cegar pacientes e
terapeutas envolvidos no estudo.
Todas as escalas e o questionário descritos neste parágrafo já foram traduzidos e
adaptados para a língua portuguesa do Brasil e foram feitas as avaliações das propriedades de
medida.[30-33] A escala numérica de dor é um método para avaliação da intensidade da dor por
uma escala numérica de 11 pontos (zero a 10), sendo que zero é nenhuma dor e 10 a pior dor
possível. Foi solicitado ao paciente para que classifique a sua média de dor.[30] A escala de
percepção do efeito global avalia o efeito global percebido comparando o início dos sintomas
com os últimos dias. É uma escala numérica de 11 pontos (-5 a 5), sendo -5: extremamente
pior; zero: sem modificação; e 5: completamente recuperada, sendo que a maior pontuação
significa maior recuperação da condição.[30] Na escala funcional específica do paciente, os
pacientes identificam três importantes atividades em que estão tendo dificuldade ou que se
sentem incapazes de executar devido à dor lombar crônica no momento da avaliação. Ainda,
os pacientes assinalam em uma escala de 11 pontos (zero a 10) o quanto se sentem capazes de
realizar as atividades identificadas, sendo que zero é incapaz de realizar a atividade e 10 é
capaz de realizar a atividade como realizava antes da lesão. A pontuação varia de zero a 10,
em que foi calculada a média entre as três notas das atividades; quanto maior a pontuação,
maior a capacidade funcional.[30] O questionário Roland Morris de Incapacidade avalia a
capacidade funcional geral pelas limitações físicas resultantes das dores referidas sobre a
coluna lombar nas últimas 24 horas. O questionário é composto por 24 questões em que as
respostas são do tipo sim ou não, relacionadas às atividades normais da vida diária, em que
cada resposta afirmativa corresponde a um ponto. O escore final é determinado pela somatória
dos valores obtidos. Valores próximos a zero representam os melhores resultados, ou seja,
menor limitação, e valores próximos de 24 os piores resultados, ou seja, com maior limitação.
Valores acima de 14 pontos são considerados como um comprometimento severo de
58
coluna.[30, 31, 34] A escala Tampa para cinesiofobia consiste em um questionário auto-aplicável,
composto por 17 questões que abordam a dor e intensidade dos sintomas. Os escores variam
de um a quatro pontos, sendo que a resposta “discordo totalmente” equivale a um ponto,
“discordo parcialmente” a dois pontos, “concordo parcialmente” a três pontos, e “concordo
totalmente” a quatro pontos. Para o escore total final é necessária a inversão dos escores das
questões 4, 8, 12 e 16. O escore final pode variar entre 17 e 68 pontos, sendo que quanto
maior a pontuação, maior o grau de cinesiofobia.[32, 33] Estas escalas e o questionário foram
aplicados no baseline, no follow-up de seis semanas e de seis meses de ambos os grupos,
sendo que, nestas últimas avaliações, os participantes foram orientados a não fornecer
informações sobre o tratamento para o avaliador.
A escala numérica de expectativa de melhora é um método para avaliação da
expectativa de melhora que o paciente espera após o tratamento, mensurado por uma escala
numérica de 11 pontos (zero a 10), sendo que zero é expectativa de nenhuma melhora e 10 a
expectativa de uma maior melhora possível. Esta escala foi aplicada somente antes da
randomização para avaliar a expectativa de melhora do participante caso ele fosse incluído em
um ou no outro grupo de tratamento, antes do conhecimento do seu grupo de tratamento real.
Esta escala ainda não teve suas propriedades de medida testadas. A escala de credibilidade em
relação ao tratamento é composta por quatro questões que avaliam o quanto o participante
mostra confiança na melhora dos seus sintomas e também em relação ao tratamento que está
sendo proposto. A pontuação varia de zero a seis, em que zero representa “nada confiante” e
seis “completamente confiante”. Foi utilizada somente após a primeira sessão de tratamento
em ambos os grupos.[35] Esta escala ainda não foi validada e traduzida para o português
brasileiro, porém suas propriedades de medida foram testadas na versão original.[36]
59
Aleatorização e intervenções
O processo de aleatorização foi realizado através do software Microsoft Excel for
Windows por um pesquisador que não estava envolvido no recrutamento dos participantes. A
alocação foi secreta em sequências consecutivamente numeradas, seladas em envelopes
opacos. Após a avaliação, os participantes elegíveis foram encaminhados ao fisioterapeuta
responsável pelo tratamento que realizou a distribuição aleatória em dois grupos de
tratamento: Grupo Cartilha e Grupo Pilates.
Na primeira sessão, o Grupo Cartilha recebeu uma cartilha educativa, que continha
informações sobre a anatomia da coluna vertebral e pelve, a dor lombar e orientações em
relação à postura e aos movimentos relacionados a atividades de vida diária[4]. Os
participantes deste grupo não receberam exercícios adicionais e foi recomendado que não
realizassem tratamento em outro local durante as primeiras seis semanas de participação no
estudo. Porém, tiveram acesso direto ao fisioterapeuta responsável pela intervenção e
receberam ligações para esclarecer dúvidas em relação às orientações da cartilha duas vezes
por semana durante seis semanas. Após o follow-up de seis meses, a intervenção pelo método
Pilates modificado foi oferecida para este grupo.
O Grupo Pilates, na primeira sessão, recebeu a mesma cartilha educativa. Além disso,
os participantes deste grupo receberam um protocolo de tratamento que consiste em um
treinamento específico de exercícios do método Pilates modificado individual realizado no
solo. Cada sessão teve uma hora de duração, com frequência de duas vezes por semana,
durante seis semanas. Na segunda sessão, os participantes receberam orientações básicas
sobre o método e treinamento da ativação do centro de força, que corresponde,
principalmente, na contração isométrica dos músculos transverso do abdome e assoalho
pélvico durante a expiração.[14,
37, 38]
O centro de força é ativado durante a execução dos
exercícios ao longo da sessão. Os exercícios foram baseados no método Pilates modificado,
60
que consiste em exercícios que possam ser executados em três níveis de dificuldade: básico,
intermediário e avançado. O nível de dificuldade dos exercícios foi definido individualmente
e a evolução dos exercícios dependeu da diminuição das compensações posturais apresentadas
pelos participantes e facilidade na execução dos mesmos.[18, 25, 39] Alguns exercícios utilizados
no programa podem ser visualizados na Figura 1. Os participantes podiam repor as sessões
perdidas, desde que o período de intervenção, adicionando as reposições, não fosse superior a
oito semanas.
Figura 1 – Exemplos de exercícios do método Pilates modificado utilizados na intervenção do
Grupo Pilates.
61
Análise estatística
Os dados foram duplamente digitados. O estatístico recebeu os dados codificados,
sendo cego para a alocação dos participantes nos grupos de intervenção. Os efeitos médios
das intervenções e as diferenças entre grupos para todos os desfechos foram calculados
utilizando modelos lineares mistos, que incorporou termos para os grupos de tratamento,
tempo (follow ups) e termos de interação grupos de tratamento versus tempo. O termo tempo
foi codificado como uma variável categórica (ou seja, três variáveis foram criadas para as
categorias baseline, seis semanas e seis meses). Os coeficientes do tratamento versus
interações de tempo equivaleram as estimativas das diferenças entre grupos. As análises
seguiram os princípios de intenção de tratamento. Toda a análise estatística foi realizada com
5% de significância. Na análise estatística foi utilizado o software SPSS 19 for Windows.
Resultados
No total, 300 pacientes inscreveram-se para o processo de seleção do estudo entre
agosto de 2010 e abril de 2011 (Figura 2). Dos 300 pacientes inscritos para participar do
estudo, 214 foram excluídos, sendo que 40 se recusaram a participar e 174 não preencheram
os critérios de elegibilidade (10 realizaram cirurgia prévia da coluna, 24 tinham idade superior
a 60 anos, 20 apresentavam doenças graves da coluna, 86 apresentavam hérnia de disco, 12
tinham alguma contraindicação para realização de atividade física, 1 já praticava o método
Pilates, 15 praticavam regularmente atividade física e 6 já estavam fazendo fisioterapia).
62
Figura 2 – Fluxograma do estudo
Participaram do estudo 86 indivíduos com dor lombar crônica não específica, sendo 34
mulheres e nove homens no Grupo Cartilha com faixa etária média de 38 anos (DP=11,4), e
36 mulheres e sete homens no Grupo Pilates com faixa etária de 41 anos (DP=11,8). As
características demográficas da amostra estão descritas na Tabela 1. Entre os participantes que
realizaram fisioterapia prévia, o tratamento predominante foi terapia por exercício em 12
(27,9%) participantes no Grupo Cartilha e recursos físicos em 10 (23,3%) participantes do
Grupo Pilates. Além disso, nos participantes que utilizavam medicamento para controle dos
sintomas, o uso de analgésicos predominou em nove (20,9%) participantes do Grupo Cartilha
e de analgésicos e antiinflamatórios predominou em 14 (32,6%) participantes do Grupo
Pilates. Ainda, a Tabela 1 mostra as médias e desvio-padrão dos desfechos avaliados no
baseline. É possível observar que os grupos eram similares para todos os desfechos.
63
Com relação ao aproveitamento das sessões, o Grupo Cartilha realizou todas as
sessões oferecidas no tratamento, sendo 12 sessões por participante com um total de 516
sessões. Já no Grupo Pilates, das 516 sessões oferecidas, foram registradas 50 faltas (média de
sessões realizadas por participante = 10,8; desvio-padrão = 3,0) representando 90,3% das
sessões oferecidas. Além disso, não houve nenhuma perda de participantes nos follow-ups de
seis semanas e seis meses. Dois pacientes do Grupo Pilates não responderam a escala de
credibilidade em relação ao tratamento.
A Tabela 2 mostra as médias e desvio-padrão das escalas de expectativa de melhora e
credibilidade em relação ao tratamento. No baseline, os participantes mostraram maior
expectativa de melhora no tratamento baseado no método Pilates modificado do que na
cartilha educativa. No entanto, após a primeira sessão da intervenção, os participantes de
ambos os grupos mostraram alta credibilidade em relação ao tratamento variando de 4,7 a 5,3
pontos para o Grupo Cartilha e 5,4 a 5,7 pontos para o Grupo Pilates.
Na comparação entre os grupos, os resultados mostraram melhora superior
estatisticamente significante do Grupo Pilates para os desfechos intensidade da dor (diferença
entre as médias = 2,2 pontos; IC 95% 1,1 a 3,2 pontos), capacidade funcional geral (diferença
entre as médias = 2,7 pontos; IC 95% 1,0 a 4,4 pontos) e efeito global percebido (diferença
entre as médias = -1,5 pontos; IC 95% -2,6 a -0,4 pontos) no follow-up de seis semanas.
Porém, não foi observada diferença estatisticamente significante na comparação entre os
grupos no follow-up de seis semanas para a capacidade funcional específica do paciente e
cinesiofobia. No follow-up de seis meses, os resultados não mostraram diferença
estatisticamente significante entre os grupos para as variáveis analisadas, com p>0,05 (Tabela
3).
64
Tabela 1 - Características da amostra*
Características
Grupo Cartilha
(n=43)
Grupo Pilates
(n=43)
Gênero (%)
Feminino
34 (79,1)
36 (83,7)
Masculino
9 (20,9)
7 (16,3)
38,3 (11,4)
40,7 (11,8)
Idade (anos)
56,7 (53,5)
73,3 (79,6)
Duração da dor lombar (meses)
68,6 (12,0)
68,5 (14,3)
Peso (Kg)
1,7 (0,1)
1,6 (0,1)
Estatura (m)
24,6 (4,0)
25,5 (4,9)
IMC (Kg/m²)
Estado Civil (%)
Solteiro
17 (39,5)
13 (30,2)
Casado
22 (51,2)
22 (51,2)
Divorciado
4 (9,3)
8 (18,6)
Escolaridade (%)
Primeiro grau completo
5 (11,6)
1 (2,3)
Segundo grau completo
14 (32,6)
18 (41,9)
Superior incompleto
12 (27,9)
12 (27,9)
Superior completo
12 (27,9)
12 (27,9)
3,6 (2,8)
3,8 (2,8)
Renda (por salário mínimo)
Tratamento fisioterapêutico (%)
Sim
1 (2,3)
18 (41,9)
Não
42 (97,7)
25 (58,1)
Outro tipo de tratamento (%)
Sim
3 (7)
4 (9,3)
Não
40 (93)
39 (90,7)
Uso de medicamento (%)
Sim
18 (41,9)
17 (39,5)
Não
25 (58,1)
26 (60,5)
6,5 (1,7)
6,6 (1,5)
Intensidade da dor (0-10)
10,5 (5,4)
9,7 (4,5)
Capacidade funcional geral (0-24)
4,3 (1,8)
4,9 (1,8)
Capacidade específica do paciente
(0-30)
-1,0 (2,5)
-1,0 (2,3)
Efeito global percebido (-5 +5)
39,5 (7,1)
39,4 (6,1)
Cinesiofobia (17-68)
* As variáveis categóricas estão expressas em freqüência absoluta e relativa e as variáveis
contínuas estão expressas em média e desvio-padrão.
65
Tabela 2 – Expectativa de melhora e Credibilidade em relação ao tratamento
Característica
Expectativa de Melhora
Escala de Credibilidade com Relação ao
Tratamento
O quão confiante você se sente de que este
Se Grupo Cartilha
Se Grupo Pilates
(n=86)
(n=86)
6,9 (2,5)
9,0 (1,3)
Grupo Cartilha
Grupo Pilates
(n=43)
(n=41)
4,7 (1,3)
5,4 (0,6)
5,0 (1,2)
5,4 (0,5)
5,1 (1,1)
5,6 (0,6)
5,3 (1,0)
5,7 (0,5)
tratamento pode ajudá-lo a aliviar a sua dor?a
O quão confiante você se sente de que este
tratamento irá ajudá-lo a lidar com a sua dor?a
O quão confiante você estaria para recomendar
este tratamento para um amigo que apresente
queixas similares às suas?a
O quanto este tratamento faz sentido para
você?b
Dados expressos em média e desvio-padrão.
a
O escore varia entre zero (nada confiante) e seis (completamente confiante)
b
O escore varia entre zero (nenhum sentido) e seis (muito sentido)
Tabela 3 – Comparação dos desfechos no follow-up de seis semanas e de seis meses
Médias (DP) não ajustadas
Desfechos
Grupo
Cartilha
Grupo
Pilates
Grupo Cartilha versus Grupo
Pilates
Diferença entre as médias
p
ajustadas (IC 95%)
Intensidade da dor (0-10)
Follow-up de 6 semanas
5,2 (2,3)
3,1 (2,3)
2,2 (1,1 a 3,2)
<0,01a
Follow-up de 6 meses
5,3 (2,3)
4,5 (2,2)
0,9 (-0,1 a 1,9)
0,08
Capacidade Funcional Geral (0-24)
Follow-up de 6 semanas
7,1 (5,7)
3,6 (3,4)
2,7 (1,0 a 4,4)
<0,01a
Follow-up de 6 meses
6,7 (5,6)
4,5 (4,5)
1,4 (-0,03 a 3,1)
0,10
Capacidade específica do paciente (030)
Follow-up de 6 semanas
6,4 (2,0)
7,5 (2,1)
-0,4 (-1,3 a 0,4)
0,35
Follow-up de 6 meses
6,1 (2,0)
6,9 (1,8)
-0,2 (-1,1 a 0,6)
0,62
Efeito global percebido (- 5 +5)
Follow-up de 6 semanas
1,7 (2,2)
3,2 (1,5)
-1,5 (-2,6 a -0,4)
<0,01a
Follow-up de 6 meses
1,7 (2,1)
2,4 (1,7)
-0,7 (-1,8 a 0,4)
0,22
Cinesiofobia (17-68)
Follow-up de 6 semanas
38,1 (8,3)
36,3 (7,4)
1,6 (-0,9 a 4,1)
0,20
Follow-up de 6 meses
38,9 (7,3)
38,1 (7,2)
0,6 (-1,8 a 3,1)
0,61
a
Diferença estatisticamente significante entre os grupos no follow-up de seis semanas (p<0,01).
As linhas sombreadas em cinza se referem aos desfechos primários, as demais linhas se referem aos desfechos secundários.
66
67
Discussão
Este estudo controlado aleatorizado teve como objetivo investigar a efetividade da
adição do método Pilates modificado no tratamento de pacientes com dor lombar crônica não
específica nos desfechos intensidade da dor, capacidade funcional geral e específica do
paciente, efeito global percebido e cinesiofobia nos follow-ups de seis semanas e seis meses.
Os resultados mostraram melhora superior a curto prazo da intensidade da dor, da capacidade
funcional geral e do efeito global percebido do Grupo Pilates. Porém, para estes desfechos
não foram observadas diferenças entre grupos a médio prazo. Além disso, não foi observada
melhora a curto prazo e a médio prazo da capacidade funcional específica do paciente e da
cinesiofobia. Estes resultados mostram que os exercícios baseados no método Pilates
modificado podem trazer benefícios no tratamento de pacientes com dor lombar crônica não
específica após a intervenção. Porém, essa diferença não foi mantida ao longo do tempo,
talvez porque número de sessões oferecidas não tenha sido suficiente. Além disso, ainda não é
bem definida a melhor intensidade e quais exercícios básicos do método Pilates modificado
devem ser prescritos para pacientes com dor lombar crônica não específica, a fim de adquirir
efeitos benéficos a curto, médio e longo prazo (após o tratamento, após seis meses e após 12
meses, respectivamente).
A interpretação para os resultados deste estudo, com relação à importância clínica das
diferenças entre as médias dos grupos (baseado em parâmetros de pesquisas anteriores),[40, 41]
é que os exercícios baseados no método Pilates modificado produzem importante melhora
clínica da intensidade da dor e moderada para a capacidade funcional geral no follow-up de
seis semanas para esta população com dor lombar crônica não específica. Porém, ainda não é
bem definido o que pode ser considerada uma melhora clínica importante em dor lombar.[42]
Embora o efeito global percebido, que corresponde ao nível de percepção de recuperação do
68
paciente em relação ao tratamento, e a capacidade funcional específica do paciente sejam
importantes instrumentos para avaliar a percepção sobre a dor destes pacientes, nenhum
estudo sobre o método Pilates que avalie estes desfechos foi encontrado até o momento. Um
estudo sobre a eficácia dos exercícios de estabilização da coluna em indivíduos com dor
lombar crônica não específica mostrou melhora do efeito global percebido, capacidade
funcional geral e capacidade funcional específica do paciente a curto prazo, que se manteve a
médio prazo. Porém, para dor só houve redução significante de sua intensidade a longo
prazo.[43, 44] Estes resultados são semelhantes aos do presente estudo, exceto para intensidade
da dor e capacidade funcional específica do paciente. A distinção para estes desfechos pode
ser justificada pela diferença entre os programas de tratamento com relação à duração e
intensidade dos exercícios (por exemplo, 12 sessões de uma hora e meia, por oito semanas),
podendo ter favorecido um melhor manejo da dor ao longo do tempo destes pacientes.
Embora os medos e as crenças afetem a incapacidade e a intensidade da dor de
pacientes com dor lombar,[22, 23] ao analisar a cinesiofobia, nenhum estudo sobre o método
Pilates no tratamento da dor lombar crônica não específica foi encontrado. Um estudo com o
objetivo de comparar a eficácia de uma intervenção educativa e treinamento físico em
pacientes com dor lombar crônica, observou que o grupo que recebeu a intervenção educativa
melhorou a dor e a incapacidade a curto prazo e manteve a médio. Já o grupo que recebeu a
intervenção por exercícios melhorou a dor a curto prazo e manteve a médio, mas não mostrou
melhora significante para capacidade funcional e cinesiofobia. Na comparação entre grupos, a
intervenção educativa obteve melhora superior do grau de cinesiofobia a curto e a médio
prazo favorecendo a intervenção educativa.[45] Os resultados relacionados à cinesiofobia do
grupo de exercícios estão de acordo com os do presente estudo. No entanto, como o presente
estudo também ofereceu uma intervenção educativa, era esperado que os resultados fossem
semelhantes aos do estudo anterior com relação ao grupo de intervenção educativa referente a
69
este desfecho, porém não foi observada melhora da cinesiofobia para nenhuma das
comparações. Já na avaliação da expectativa de melhora dos pacientes foi observado que os
pacientes tiveram maior expectativa de melhora se fossem alocados no Grupo Pilates. Um
estudo sobre a importância das crenças e expectativas para recuperação satisfatória do
paciente com dor lombar mostra que boas expectativas e preferências do paciente contribuem
para melhorar a resposta ao tratamento, pois aumentam a adesão, a motivação e satisfação do
tratamento.[46] No presente estudo, esta relação não foi confirmada, já que os participantes
tinham maior expectativa de melhora se fossem alocados no Grupo Pilates. Assim, era
esperado que a melhora deste grupo observada após seis semanas se mantivesse, o que
efetivamente não ocorreu. Para esta análise, indicamos a realização de mais estudos
aprofundando a relação entre expectativa de melhora e melhor resposta ao tratamento. Na
avaliação da credibilidade em relação ao tratamento, os resultados apresentados para ambos
os grupos representam que os pacientes estavam confiantes e satisfeitos em relação ao
tratamento que receberam inicialmente. Estes resultados são semelhantes a um estudo que
avaliou a credibilidade em relação ao tratamento após exercícios de controle motor e placebo,
em que a pontuação das questões variou entre quatro e seis pontos em ambos os grupos.[44]
Uma revisão sistemática com meta-análise sobre a eficácia do método Pilates no
tratamento da dor lombar crônica não específica mostra que este método melhora a dor
quando comparado à intervenção mínima, porém não há melhora da capacidade funcional
geral. Na comparação entre o método Pilates e outros tipos de exercícios, não foi observada
nenhuma melhora significante para dor e capacidade funcional geral.[20] Porém, suas
conclusões devem ser interpretadas cauletosamente, pois a maioria dos estudos analisados
apresentam graves limitações metodológicas. Durante o desenvolvimento do presente estudo
foram evitados problemas metodológicos encontrados nos estudos anteriores, como nos
processos de aleatorização, cegamento do avaliador, análise por intenção de tratar e perda de
70
participantes maior que 15%. Por fim, os atendimentos pelo método Pilates foram realizados
por um profissional com experiência com o método para garantir a qualidade do tratamento.
Além disso, para os esclarecimentos de dúvidas durante as ligações realizadas no Grupo
Cartilha, foi realizado um treinamento para oferecer os atendimentos de acordo com o
protocolo.
A principal limitação deste estudo foi a impossibilidade de cegar os pacientes e o
terapeuta com relação à alocação do tratamento. Até o momento, não existem formas de
cegamento de terapeutas para estudos com exercícios da forma realizada neste estudo. Porém,
para minimizar preferência e interferência do terapeuta, o profissional envolvido com os
atendimentos não teve acesso a informações referentes às avaliações até a conclusão total dos
follow-ups de seis meses. Ainda, a eficácia de um programa de exercícios é maior em
pacientes que procuram tratamento para dor lombar, do que para pacientes recrutados por
anúncios ou da comunidade, o que mostra a importância da motivação do paciente com
relação ao tratamento.[3, 12] Outra potencial limitação foi a dificuldade de controlar a adesão
dos pacientes às orientações da cartilha educativa. É possível que os participantes do Grupo
Cartilha tenham aderido mais por conta de ter sido o único tratamento oferecido inicialmente.
Já os participantes do Grupo Pilates podem não ter aderido completamente porque um
tratamento com exercícios foi oferecido adicionalmente, fazendo-os acreditar que isso seria
suficiente para a melhora dos sintomas.
Conclusão
De modo geral, os resultados deste estudo controlado aleatorizado mostram que o
método Pilates modificado promoveu benefícios aos pacientes com dor lombar crônica não
específica após a intervenção, pois melhoraram a dor, a capacidade funcional geral e os
pacientes se sentiram relativamente recuperados a curto prazo. Porém estes efeitos não foram
71
mantidos ao longo do tempo. Além disso, as intervenções propostas neste estudo mostraram
ser métodos que não afetam a cinesiofobia destes pacientes.
Referências Bibliográficas
1. Waddell G. The Back Pain Revolution. Second ed: Churchill Livingstone; 2004.
2. Dagenais S, Caro J, Haldeman S. A systematic review of low back pain cost of illness
studies in the United States and internationally. Spine J. 2008;8(1):8-20.
3. Airaksinen O, Brox JI, Cedraschi C, Hildebrandt J, Klaber-Moffett J, Kovacs F, et al.
Chapter 4. European guidelines for the management of chronic nonspecific low back pain.
Eur Spine J. 2006;15 Suppl 2:S192-300.
4. Burton AK, Balague F, Cardon G, Eriksen HR, Henrotin Y, Lahad A, et al. Chapter 2.
European guidelines for prevention in low back pain: November 2004. Eur Spine J. 2006;15
Suppl 2:S136-68.
5. van Tulder M, Becker A, Bekkering T, Breen A, del Real MT, Hutchinson A, et al. Chapter
3. European guidelines for the management of acute nonspecific low back pain in primary
care. Eur Spine J. 2006;15 Suppl 2:S169-91.
6. Walker BF. The prevalence of low back pain: a systematic review of the literature from
1966 to 1998. J Spinal Disord. 2000;13(3):205-17.
7. Costa Lda C, Maher CG, McAuley JH, Hancock MJ, Herbert RD, Refshauge KM, et al.
Prognosis for patients with chronic low back pain: inception cohort study. BMJ.
2009;339:b3829.
8. Hodges PW, Richardson CA. Inefficient muscular stabilization of the lumbar spine
associated with low back pain. A motor control evaluation of transversus abdominis. Spine
(Phila Pa 1976). 1996;21(22):2640-50.
72
9. Hodges PW, Richardson CA. Delayed postural contraction of transversus abdominis in low
back pain associated with movement of the lower limb. J Spinal Disord. 1998;11(1):46-56.
10. Hodges PW, Richardson CA. Altered trunk muscle recruitment in people with low back
pain with upper limb movement at different speeds. Arch Phys Med Rehabil.
1999;80(9):1005-12.
11. van Dieen JH, Selen LP, Cholewicki J. Trunk muscle activation in low-back pain patients,
an analysis of the literature. J Electromyogr Kinesiol. 2003;13(4):333-51.
12. Hayden JA, van Tulder MW, Malmivaara A, Koes BW. Exercise therapy for treatment of
non-specific low back pain. Cochrane Database Syst Rev. 2005(3):CD000335.
13. Macedo LG, Maher CG, Latimer J, McAuley JH. Motor control exercise for persistent,
nonspecific low back pain: a systematic review. Phys Ther. 2009;89(1):9-25.
14. Musculino JE, Cipriani S. Pilates and the ‘‘powerhouse’’- I. J Bodyw Mov Ther.
2004;8(1):15-24.
15. Silva ACLG, Mannrich G. Pilates na reabilitação: uma revisão sistemática. Rev Fisiot
Mov. 2009;22(3):449-55.
16. Latey P. Updating the principles of the Pilates method - Part 2. J Bodyw Mov Ther.
2002;6(2):94-101.
17. Donzelli S, Di Domenica E, Cova AM, Galletti R, Giunta N. Two different techniques in
the rehabilitation treatment of low back pain: a randomized controlled trial. Eura Medicophys.
2006;42(3):205-10.
18. Gladwell V, Head S, Haggar M, Beneke R. Does a program of Pilates improve chronic
non-specific low back pain? J Sport Rehabil. 2006;15(4):338-50.
19. Rydeard R, Leger A, Smith D. Pilates-based therapeutic exercise: effect on subjects with
nonspecific chronic low back pain and functional disability: a randomized controlled trial. J
Orthop Sports Phys Ther. 2006;36(7):472-84.
73
20. Lim EC, Poh RL, Low AY, Wong WP. Effects of Pilates-based exercises on pain and
disability in individuals with persistent nonspecific low back pain: a systematic review with
meta-analysis. J Orthop Sports Phys Ther. 2011;41(2):70-80.
21. Pereira LM, Obara K, Dias JM, Menacho MO, Guariglia DA, Schiavoni D, et al.
Comparing the Pilates method with no exercise or lumbar stabilization for pain and
functionality in patients with chronic low back pain: Systematic review and meta-analysis.
Clin Rehabil. 2011.
22. Burton AK, Waddell G, Tillotson KM, Summerton N. Information and advice to patients
with back pain can have a positive effect. A randomized controlled trial of a novel educational
booklet in primary care. Spine (Phila Pa 1976). 1999;24(23):2484-91.
23. Coudeyre E, Tubach F, Rannou F, Baron G, Coriat F, Brin S, et al. Effect of a simple
information booklet on pain persistence after an acute episode of low back pain: a nonrandomized trial in a primary care setting. PLoS One. 2007;2(8):e706.
24. Engers A, Jellema P, Wensing M, van der Windt DA, Grol R, van Tulder MW. Individual
patient education for low back pain. Cochrane Database Syst Rev. 2008(1):CD004057.
25. Curnow D, Cobbin D, Wyndham J, Boris Choy ST. Altered motor control, posture and the
Pilates method of exercise prescription. J Bodyw Mov Ther. 2009;13(1):104-11.
26. da Fonseca JL, Magini M, de Freitas TH. Laboratory gait analysis in patients with low
back pain before and after a pilates intervention. J Sport Rehabil. 2009;18(2):269-82.
27. Rajpal N, Arora M, Chauhan V. The study on efficacy of Pilates and McKenzie exercises
in postural low back pain - a rehabilitative protocol. Physiotherapy and Occupational Therapy
Journal. 2008;1(1):33-56.
28. Miyamoto GC, Costa LOP, Galvanin T, Cabral CMN. The Efficacy of the addition of the
Pilates method over a minimal intervention in the treatment of chronic non-specific low back
74
pain: a study protocol of randomised controlled trial. Journal of Chiropractic Medicine.
2011;10:248-254.
29. Carvalho T, Nóbrega ACL, Lazzoli JK, Magni JRT, Rezende L, Drummond FA, et al.
Posição official da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte: atividade física e saúde. Rev
Bras Med Esport. 1996;2(4):79-81.
30. Costa LO, Maher CG, Latimer J, Ferreira PH, Ferreira ML, Pozzi GC, et al. Clinimetric
testing of three self-report outcome measures for low back pain patients in Brazil: which one
is the best? Spine (Phila Pa 1976). 2008;33(22):2459-63.
31. Costa LO, Maher CG, Latimer J, Ferreira PH, Pozzi GC, Ribeiro RN. Psychometric
characteristics of the Brazilian-Portuguese versions of the Functional Rating Index and the
Roland Morris Disability Questionnaire. Spine (Phila Pa 1976). 2007;32(17):1902-7.
32. de Souza FS, Marinho Cda S, Siqueira FB, Maher CG, Costa LO. Psychometric testing
confirms that the Brazilian-Portuguese adaptations, the original versions of the FearAvoidance Beliefs Questionnaire, and the Tampa Scale of Kinesiophobia have similar
measurement properties. Spine (Phila Pa 1976). 2008;33(9):1028-33.
33. Siqueira FB, Texeira-Salmela LF, Magalhães LC. Análise das propriedades psicométricas
da versão brasileira da Escala Tampa de Cinesiofobia. Acta Ortop Bras. 2007;15(1):19-24.
34. Nusbaum L, Natour J, Ferraz MB, Goldenberg J. Translation, adaptation and validation of
the
Roland-Morris
questionnaire--Brazil
Roland-Morris.
Braz
J
Med
Biol
Res.
2001;34(2):203-10.
35. Borkovec T D, Nau S. Credibility of analogue therapy rationales. J Behav Ther Exp
Psych. 1972;3:257–60.
36. Devilly GJ, Borkovec TD. Psychometric properties of the credibility/expectancy
questionnaire. J Behav Ther Exp Psychiatry. 2000;31(2):73-86.
75
37. Musculino JE, Cipriani S. Pilates and the ‘‘powerhouse’’- II. J Bodyw Mov Ther.
2004;8:122-30.
38. Rogers K, Gibson AL. Eight-week traditional mat Pilates training-program effects on
adult fitness characteristics. Res Q Exerc Sport. 2009;80(3):569-74.
39. Culligan PJ, Scherer J, Dyer K, Priestley JL, Guingon-White G, Delvecchio D, et al. A
randomized clinical trial comparing pelvic floor muscle training to a Pilates exercise program
for improving pelvic muscle strength. Int Urogynecol J Pelvic Floor Dysfunct.
2010;21(4):401-8.
40. Chou R, Qaseem A, Snow V, Casey D, Cross JT, Jr., Shekelle P, et al. Diagnosis and
treatment of low back pain: a joint clinical practice guideline from the American College of
Physicians and the American Pain Society. Ann Intern Med. 2007;147(7):478-91.
41. Ostelo RW, Deyo RA, Stratford P, Waddell G, Croft P, Von Korff M, et al. Interpreting
change scores for pain and functional status in low back pain: towards international consensus
regarding minimal important change. Spine (Phila Pa 1976). 2008;33(1):90-4.
42. Farrar JT, Portenoy RK, Berlin JA, Kinman JL, Strom BL. Defining the clinically
important difference in pain outcome measures. Pain. 2000;88(3):287-94.
43. Maher CG, Latimer J, Hodges PW, Refshauge KM, Moseley GL, Herbert RD, et al. The
effect of motor control exercise versus placebo in patients with chronic low back pain
[ACTRN012605000262606]. BMC Musculoskelet Disord. 2005;6:54.
44. Costa LO, Maher CG, Latimer J, Hodges PW, Herbert RD, Refshauge KM, et al. Motor
control exercise for chronic low back pain: a randomized placebo-controlled trial. Phys Ther.
2009;89(12):1275-86.
45. Sorensen PH, Bendix T, Manniche C, Korsholm L, Lemvigh D, Indahl A. An educational
approach based on a non-injury model compared with individual symptom-based physical
76
training in chronic LBP. A pragmatic, randomised trial with a one-year follow-up. BMC
Musculoskelet Disord. 2010;11:212.
46. Main CJ, Foster N, Buchbinder R. How important are back pain beliefs and expectations
for satisfactory recovery from back pain? Best Pract Res Clin Rheumatol. 2010;24(2):205-17.
77
CAPÍTULO 5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
78
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo desta dissertação de mestrado foi verificar a eficácia do método Pilates no
tratamento da dor lombar crônica não específica. Revisões sistemáticas com meta-análises1, 2
publicadas previamente sobre este mesmo tema mostram resultados conflitantes referentes aos
efeitos do método Pilates para esta população. Além disso, esta dissertação apresentará a
primeira revisão sistemática com meta-análise que incluiu somente estudos publicados na
forma de artigo em periódicos indexados em bases de dados que passam por rigorosa revisão
por pares, que geralmente é realizada por especialistas da área. Outras revisões sistemáticas
incluíram dissertações de mestrado e teses de doutorado1, 2, que são estudos de difícil acesso
ao público e podem apresentar resultados sem relevância clínica.
Os resultados do capítulo 2, referente à revisão sistemática com meta-análise,
mostraram limitações metodológicas nos estudos identificados, que investigam a eficácia do
método Pilates no tratamento da dor lombar crônica não específica. Estas limitações
metodológicas estão relacionadas com o pequeno tamanho da amostra dos estudos,
inconsistência no processo de randomização, falta de processos de cegamento e falta de
análise da “intenção de tratamento”. Porém, os estudos podem ser considerados de qualidade
metodológica moderada. Além disso, os resultados da meta-análise mostraram que os
exercícios do método Pilates são eficazes para a melhora da incapacidade a curto prazo
quando comparado com intervenção mínima. No entanto, não houve diferença significante
para dor quando comparado com intervenção mínima ou Mckenzie.
Para revisões sistemáticas futuras é necessário que mais estudos de alta qualidade
metodológica sejam publicados, com o objetivo de verificar o real efeito do método Pilates no
tratamento da dor lombar crônica não específica. Assim, para minimizar limitações
metodológicas que afetam a qualidade dos artigos, recomendamos que os próximos estudos
controlados aleatorizados sigam as recomendações do CONSORT Statement, a fim de facilitar
o desenvolvimento de estudos com mais critérios metodológicos, que por consequência podem
melhorar a qualidade metodológica dos estudos fornecendo resultados mais fidedignos sobre o
tema em questão3.
Ainda, esta dissertação fornece dados que mostram que os exercícios baseados no
método Pilates associado a uma cartilha educativa para pacientes com lombar crônica não
específica promovem efeitos benéficos a curto prazo, a partir de um estudo controlado
aleatorizado referente a 86 participantes (capítulos 3 e 4). Dos estudos similares publicados
até hoje, este é o primeiro estudo controlado aleatorizado sobre a efetividade do método
79
Pilates no tratamento da dor lombar crônica não específica com uma amostra superior a 40
participantes.
As conclusões do estudo controlado aleatorizado, apresentadas no capítulo 4,
demonstram que os exercícios baseados no método Pilates associados a uma cartilha
educativa são recomendados no tratamento de pacientes com dor lombar crônica não
específica, pois estas intervenções melhoram a dor, a capacidade funcional geral e a
percepção de recuperação destes pacientes a curto prazo. Porém, estes benefícios não se
mantêm ao longo do tempo. Já para a capacidade funcional específica do paciente e para a
cinesiofobia, não foram observados efeitos a curto e médio prazo. Estes resultados mostram
que os exercícios baseados no método Pilates associados à educação dos pacientes, com
relação à diminuição de medos e crenças, não foram suficientemente eficazes no tratamento
da população analisada para estes desfechos.
Embora as diretrizes4 recomendem a utilização de exercícios no tratamento de
pacientes com dor lombar crônica não específica, os efeitos deste tipo de intervenção
normalmente são relatados como pequenos ou moderados, porém significativos com relação a
outros tratamentos conservadores5. Estes resultados sugerem que diferentes tipos de pacientes
podem não responder as mesmas formas de tratamento. Assim, deve ser considerada a
individualidade de cada paciente, definindo o melhor tipo de exercício para diferentes
pacientes, de forma que o método Pilates pode ser mais uma forma de intervenção disponível
para a escolha dos terapeutas. Além disso, é importante que estudos futuros avaliem qual o
melhor tipo de exercício para diferentes subgrupos de pacientes, dentre eles os exercícios
realizados no solo ou em equipamentos ou associação de ambas as técnicas, bem como
determinar a frequência, duração e intensidade destes exercícios, a fim de promover maiores
efeitos no tratamento da dor lombar crônica não específica.
Os resultados do estudo controlado aleatorizado não mostram efeitos benéficos para a
cinesiofobia. Sabe-se que a educação do paciente interfere principalmente na persistência da
dor lombar após episódio agudo ou na sua recorrência. No entanto, para dor lombar crônica
sua eficácia ainda é incerta6-8. As intervenções educativas podem ser importantes para
minimizar os medos e as crenças dos pacientes com dor lombar crônica não específica,
repercutindo na melhora da dor e da capacidade funcional. Porém, mais estudos devem ser
realizados para investigar a eficácia dessas intervenções educativas no tratamento da dor
lombar crônica não específica associadas ou não a outras formas de tratamento. Além disso,
deve ser investigada a melhor estratégia para reeducar os pacientes utilizando as
recomendações das diretrizes4,9-12.
80
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Lim EC, Poh RL, Low AY, Wong WP. Effects of Pilates-based exercises on pain and
disability in individuals with persistent nonspecific low back pain: a systematic review with
meta-analysis. J Orthop Sports Phys Ther. 2011; 41(2):70-80.
2. Pereira LM, Obara K, Dias JM, Menacho MO, Guariglia DA, Schiavoni D, et al.
Comparing the Pilates method with no exercise or lumbar stabilization for pain and
functionality in patients with chronic low back pain: Systematic review and meta-analysis.
Clin Rehabil. 2011.
3. Group C. CONSORT: Transparent report of trials 1996 [updated 1996 2007;cited 2011];
Available from: http://www.consort-statement.org/.
4. Airaksinen O, Brox JI, Cedraschi C, Hildebrandt J, Klaber-Moffett J, Kovacs F, et al.
Chapter 4. European guidelines for the management of chronic nonspecific low back pain.
Eur Spine J. 2006; 15 Suppl 2:S192-300.
5. Hayden JA, van Tulder MW, Malmivaara A, Koes BW. Exercise therapy for treatment of
non-specific low back pain. Cochrane Database Syst Rev. 2005; (3):CD000335.
6. Burton AK, Waddell G, Tillotson KM, Summerton N. Information and advice to patients
with back pain can have a positive effect. A randomized controlled trial of a novel educational
booklet in primary care. Spine (Phila Pa 1976). 1999; 24(23):2484-91.
7. Coudeyre E, Tubach F, Rannou F, Baron G, Coriat F, Brin S, et al. Effect of a simple
information booklet on pain persistence after an acute episode of low back pain: a nonrandomized trial in a primary care setting. PLoS One. 2007; 2(8):e706.
8. Engers A, Jellema P, Wensing M, van der Windt DA, Grol R, van Tulder MW. Individual
patient education for low back pain. Cochrane Database Syst Rev. 2008; (1):CD004057.
9. Burton AK, Balague F, Cardon G, Eriksen HR, Henrotin Y, Lahad A, et al. Chapter 2.
European guidelines for prevention in low back pain: November 2004. Eur Spine J. 2006; 15
Suppl 2:S136-68.
10. van Tulder M, Becker A, Bekkering T, Breen A, del Real MT, Hutchinson A, et al.
Chapter 3. European guidelines for the management of acute nonspecific low back pain in
primary care. Eur Spine J. 2006; 15 Suppl 2:S169-91.
11. Waddell G. The Back Pain Revolution. Second ed: Churchill Livingstone; 2004.
12. Werner EL, Gross DP, Lie SA, Ihlebaek C. Healthcare provider back pain beliefs
unaffected by a media campaign. Scand J Prim Health Care. 2008; 26(1):50-6.
81
ANEXOS
82
Anexo 1 – Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa
83
Anexo 2 – Normas de Publicação Physical Therapy Journal
Information for Authors: Requirements for Systematic Reviews and Meta-analyses
PTJ endorses the Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals
put forth by the International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE). PTJ follows
the American Medical Association [AMA] Manual of Style, 10th ed, published by Williams &
Wilkins (Baltimore, Md). PTJ promotes "people-first" language. That is, patients and subjects
should not be referred to by disability or condition (eg, use "patients who have had a stroke"
or "patients with stroke," rather than "stroke patients" or "stroke survivors").
PRISMA Requirements
PTJ endorses the PRISMA statement (http://www.prisma-statement.org). Authors submitting
systematic reviews are required to follow these guidelines, include a flow diagram within the
manuscript, and submit the checklist.
Formatting
All manuscripts must be formatted double-spaced, with pages AND lines numbered. Please
use 12-point font. Submit both a masked copy and an unmasked copy. In the masked version,
please remove author names and any affiliations within the article.
Sections, in order of appearance: (1) Title page, (2) Abstract, (3) Body of article, (4)
Acknowledgments, (5) References, (6) Tables, (7) Figure legends, (8) Figures, (9) Video
legends, (10) Appendixes.
Title. Titles should not be vague and should reflect measured variables. For instance, instead
of using "physical therapy" to refer to intervention, state specific interventions (eg,
"strengthening exercises"). For studies that are meta-analyses or systematic reviews, add that
descriptor as the subtitle at the end of the title. Titles (including subtitles) should be no longer
than 150 characters (including punctuation and spaces).
Abstract. Word limit: 275 words. Structure: Background, Purpose, Data Sources, Study
Selection, Data Extraction, Data Synthesis, Limitations, Conclusions (see Haynes).
Body of Manuscript. Word limit: 4,500 words (excluding abstract and references). Please
provide the manuscript word count on the abstract page of your manuscript. Sections:
Introduction, Methods, Results, and Discussion. The Methods section subheadings should be:
Data Sources and Searches; Study Selection; Data Extraction and Quality Assessment; Data
84
Synthesis and Analysis. The Discussion section ideally should contain no more than 5
paragraphs and should address:
statement of principal findings
strengths and weaknesses of the study
strengths and weaknesses in relation to other studies, discussing important differences
in results
meaning of the study: possible explanations and implications for clinicians and
policymakers
unanswered questions and future research
Acknowledgments. Acknowledgments should be formal and as brief as possible and limited
to recognizing individuals who have made specific and important contributions to the work
being reported.
References. 75 or fewer. References should be listed in the order of appearance in the
manuscript, by numerical superscripts that appear consecutively in the text. If you use End
Notes, please use version 6.0 or higher.
Tables. Tables should be formatted in Word, numbered consecutively, and placed together.
In tables that describe characteristics of 2 or more groups:
Report averages with standard deviations when data are normally distributed.
Report median (minimum, maximum) or median (25th, 75th percentile [interquartile
range, or IQR]) when data are not normally distributed.
There should be no more than 6 tables and figures (total). Additional tables and figures can be
posted online only.
For more information, see "Tips for Figures and Tables."
Figures. For peer-review purposes, figures can be attached to the manuscript after the figure
legends; however, figures also should be submitted as separate, high-res graphic files in
tif, jpg, eps, or pdf format, with the resolution set at a minimum of 300 dpi. The separate
image files will help PTJ staff to produce the sharpest images both in print and online. Rule
of thumb: the larger the figure (eg, 8.5" × 11"), the better. If electronic formats are not
available to you, figures must be submitted as 5" × 7" camera-ready glossies and mailed to the
Editorial Office. Figures should be numbered consecutively. For helpful guidelines on
submitting figures online, visit Cadmus Journal Services. Lettering should be large, sharp, and
clear, and abbreviations used within figures should agree with Journal style. Color
photographs are encouraged, in sharp focus and with good contrast.
85
There should be no more than 6 tables and figures (total). Additional tables and figures can be
posted online only.
Appendixes. Appendixes should be numbered consecutively and placed at the very end of the
manuscript. Use appendixes to provide essential material not suitable for figures, tables, or
text.
Online-Only Materials. PTJ hosts a variety of supplemental data that cannot be published in
print or that exceeds allowed word, table, or figure counts. Supplemental files can include
tables, figures, appendixes, video clips, PowerPoint files, or Excel spreadsheets.
If a manuscript contains tables or figures that exceed PTJ's maximum, the review team may
recommend that some of them appear online only as a PDF. These tables and figures would
have the same format and style as those in the final published article.
To help the reader, PTJ recommends that Research Report and Case Report authors submit
study protocols, treatment manuals, detailed descriptions of evaluation and intervention
procedures, treatment progression algorithms, etc. These can be submitted as online-only
tables, figures, appendixes, or video clips. They are reviewed by the editors and Editorial
Board and should be submitted at the same time that the manuscript is submitted. The videos
can be of patients, procedures, interventions, or any other relevant part of the study or case.
(See Video Central for recent examples.)
Video Requirements. PTJ's preferred format for video clips is MPEG (Moving Picture
Experts Group). Because of sophisticated compression techniques, MPEG files are much
smaller than other formats for the same quality. These files also are compatible with both
Windows Media Player (PC) and QuickTime (Mac). Other acceptable formats include: .mov
(QuickTime Movie), .wmv (Windows Media Video), .mp4, and .avi (Audio Video
Interleave).
If the manuscript is accepted for publication, PTJ staff will convert the video file to MPEG
format and it will accompany the final print version of the article online.
File size: To minimize the time it takes for video files to download, the file size of the video
should be as small as possible but large enought to still preserve clarity and sharpnesss.
Minimum dimensions: 320 pixels wide by 240 pixels deep
Maximum length: 5 minutes
Where applicable, include a citation to each video in the manuscript text and include the title
(10-15 words maximum) and a legend for the video in the manuscript after the figure
captions.
86
If patients are in the video, either they should not be identifiable or they must give
written permission to use the video.
If you have questions about videos, please contact the Online Editor.
Measurements. Please use the International System of Units. (English units may be given in
parentheses.)
Equipment manufacturers. For all equipment and products mentioned in the text, place the
model name/number and the manufacturer and location (city and state) in parentheses in the
text.
In the "Data Analysis" section, specify the statistical software—version, manufacturer, and
manufacturer's location—that was used for analyses.
Explanatory footnotes. For any explanatory footnotes, use consecutive symbols (*, †, ‡, §, ||,
#, **, ††, ‡‡, §§, ||||, ##).
Statistics
Requirements for addressing clinical relevance. In reporting statistical results, P values
alone are insufficient. PTJ authors are required report the magnitude and/or precision of
statistical estimates (eg, 95% CI) to enhance data interpretation and clarify which results
potentially have an impact on clinical practice.
Percentages. Report percentages to one decimal place (ie, xx.x %).
Standard deviations. Use "mean (SD)" rather than "mean ± SD" notation. Report confidence
intervals (CI) rather than standard errors.
P values. Report exact P values to 2 decimal places, except when P≤.001 and in that case P
≤.001 is sufficient. P values alone are insufficient and must be accompanied with appropriate
magnitude and precision estimate.
Ethical Approval of Research and Informed Consent
In the cover letter that is submitted with the manuscript, authors of Research Reports should
provide the name of the institutional review board (IRB), institutional animal care and use
committee, or other similar body that approved the study. For those authors who do not have
formal ethics review committees, the principles outlined in the Declaration of Helsinki should
be followed, and authors should include a statement within the manuscript (eg, in the
"Participants" section) confirming that these principles were followed. Authors also should
submit patient consent forms for photographs or videos. Within the manuscript, authors must
include a statement in the "Method" section that they obtained informed consent of
participants, when required for protection of human subjects.
87
Photograph and Video Release—Patient Permission
Authors must obtain and submit written permission to publish photographs or post video clips
in which patients are recognizable. This statement must be signed by the patient, parent, or
guardian.
Reprinted Materials
Authors must obtain and submit written permission from the original sources, in the name of
APTA, to publish in their article illustrations, photographs, figures, or tables taken from those
sources.
Related Articles
If other articles using the same data set or otherwise related to this manuscript have been
published or are under review by other journals, submit a masked copy of the article(s) along
with your manuscript.
Raw Data
PTJ works to maintain the highest levels of integrity and accountability. The Editors
therefore reserve the right to ask researchers to provide the raw data for their studies during
review or at any time up to 5 years after publication in PTJ. This would likely happen only in
rare instances, when credibility of the research is brought into serious question.
88
Anexo 3 – Normas de Publicação Annals of the Rheumatic Diseases
Instructions for Authors
For guidelines on BMJ Journals policy and submission please click on links below.
Manuscript Formatting
Editorial policies
Patient consent forms
Licence forms
Peer Review Process
Online First process
Editorial policy
Annals of the Rheumatic Diseases seeks to publish significant scientific advances which are
likely to impact on clinical practice within the medium term. Articles illustrating basic
mechanisms and their application to clinical material will be welcomed. We aim to cover all
areas of Rheumatology and the journal has two main sections for original research articles one for clinical and epidemiological research and one for basic and translational research. The
priorities are originality and excellence. We aim to ensure a fair and independent peer review
system and to publish articles which follow the highest ethical standards concerning research
conduct.
Open access/Unlocked articles
Authors are able to make their articles freely available online, immediately on publication, for
a fee, using the Unlocked service. This service is available to any author publishing original
research in a BMJ Journal for a fee of £1,700(+VAT)/€2,515(+VAT)/$3,145.
Colour figure charges
During submission you will be asked whether or not you agree to pay for the colour print
publication of your colour images. This service is available to any author publishing within
this journal for a fee of £250 per article. Authors can elect to publish online in colour and
black and white in print, in which case the appropriate selection should be made upon
submission.
Article types and word counts
Editorials
View Points
Review articles
Recommendations and criteria articles
89
Original research articles - Extended reports
Original research articles - Concise reports
Letters to the editor
Matters arising (eLetter correspondence)
Supplements
The word count excludes the title page, abstract, tables, acknowledgements and contributions
and the references.
Supplementary material (eg additional tables, figures and text files (eg details from the
methodology)) can be published online only.
Papers reporting on animal studies should follow the ARRIVE (Animal Research: Reporting
of In Vivo Experiments) guidelines.
Editorials
The aim of an Editorial is to stimulate thought (often with more questions than answers)
rather than review the subject exhaustively. Editorials are usually linked to one or more
articles published in the same issue. Personal opinion and comment are perfectly legitimate
since the Editorial is not anonymous, though of course such opinion needs to be reasonable
and backed up by appropriate evidence.
Word count: up to 1200-1500 words.
Illustrations/Tables: Maximum 2 tables and/or figures.
References: up to 30.
Viewpoints
The aim of a viewpoint article is to communicate personal opinions and interpretation of
available scientific data within a certain area. The viewpoint article can for example provide
an interpretation of data that is relevant for clinical practice or clinical decision making or
present a research agenda within a specific area based on available evidence.
Word count: up to 1200-1500 words
Illustrations/Tables: Maximum 2 tables and/or figures
References: up to 30.
Review Articles
Although these are usually commissioned, authors are invited to discuss directly with the
Editor possible topics for review.
Word count: the length will be indicated by or will be discussed with the editor, but will
usually be less than 3000 words.
Abstract: up to 250 words.
90
Tables/Illustrations: Maximum 6 tables and/or figures
References: to be discussed with the Editor.
Recommendations and criteria articles
Recommendations for management of rheumatic diseases or new disease criteria are
published in a separate section of the journal.
Word count: the length will be indicated by or will be discussed with the editor, but will
usually be less than 3000 words.
Abstract: up to 250 words.
Tables/illustrations: Maximum 6 tables and/or figures.
References: to be discussed with the Editor.
Original research articles - Extended reports
These represent a substantial body of laboratory or clinical work. Extended reports should not
exceed 3000 words plus references; articles that exceed this word limit may be returned for
revision before peer review. Additional data may be presented as supplementary information,
which will be published online only should the article be accepted (this can be in any format:
text, tables, images, videos, etc.). Extended reports should be presented in sections - namely:
1.
Abstract
No more than 250 words, summarising the problem being considered, how the study was
performed, the salient results and the principal conclusions under subheadings 'Objectives',
'Methods', 'Results', and 'Conclusions'.
2.
Key words
No more than 5. These should be given beneath the Abstract and in the box provided in the
online submission process.
3.
Introduction
Brief description of the background that led to the study (current results and conclusions
should not be included).
4.
Methods
Details relevant to the conduct of the study. Wherever possible give numbers of subjects
studied (not percentages alone). Statistical methods should be clearly explained at the end of
this section.
5.
Results
Work should be reported in SI units. Undue repetition in text and tables should be avoided.
Comment on validity and significance of results is appropriate but broader discussion of their
implication is restricted to the next section.
91
Subheadings that aid clarity of presentation within this and the previous section are
encouraged.
6.
Discussion
The nature and findings of the study are placed in context of other relevant published data.
Caveats to the study should be discussed. Avoid undue extrapolation from the study topic.
7.
Acknowledgments and affiliations
Individuals with direct involvement in the study but not included in authorship may be
acknowledged. The source of financial support and industry affiliations of all those involved
must be stated.
8.
References (no limit - but usually below 50).
Please see References for further style guidance.
9.
Figure legends Maximum 6 tables and/or figures.
Please see Illustrations and tables for further style guidance.
Original research articles - Concise reports
The format is identical to that of an Extended Report (see above) and should include an
Abstract, Keywords, Introduction, Methods, Results and Discussion (for cases, 'Case Reports'
will substitute for Methods and Results).
Word count: up to 1500 words.
Abstract: up to 200 words.
Tables/illustrations: Maximum 3 tables and/or figures.
References: up to 20.
Letters to the editor
Short clinical or laboratory observations may be presented as a Letter to the Editor. Letters are
not divided into sections, while instructions for references, tables, and figures are the same as
for full length articles. Case reports may be published as a letter if the case is of exceptional
importance and interest.
Word count: up to 500 words. Abstract: not required. Tables/Illustrations: Maximum 2 tables
and/or figures. References: Maximum 10.
Matters arising (eLetter correspondence)
Letters in response to articles published in ARD are welcome and should be submitted
electronically via the website. Contributors should go to the abstract or full text of the article
in question. At the top right corner of each article is a "contents box". Click on the "eLetters:
Submit a response to this article" link.
92
Letters relating to or responding to previously published items in the journal will be reviewed
by the editor and shown to the authors of the original article, when appropriate.
Supplements
The BMJ Publishing Group journals are willing to consider publishing supplements to regular
issues. Supplement proposals may be made at the request of:
1.
The journal editor, an editorial board member or a learned society may wish to
organise a meeting, sponsorship may be sought and the proceedings published as a
supplement.
2.
The journal editor, editorial board member or learned society may wish to commission
a supplement on a particular theme or topic. Again, sponsorship may be sought.
3.
The BMJPG itself may have proposals for supplements where sponsorship may be
necessary.
4.
A sponsoring organisation, often a pharmaceutical company or a charitable
foundation, that wishes to arrange a meeting, the proceedings of which will be published as a
supplement.
In all cases, it is vital that the journal's integrity, independence and academic reputation is not
compromised in any way. Annals of Rheumatic Diseases are currently publishing
supplements from the EULAR congress and the European Workshop for Rheumatological
Research (EWRR).
When contacting us regarding a potential supplement, please include as much of the
information below as possible.
Journal in which you would like the supplement published
Title of supplement and/or meeting on which it is based
Date of meeting on which it is based
Proposed table of contents with provisional article titles and proposed authors
An indication of whether authors have agreed to participate
Sponsor information including any relevant deadlines
An indication of the expected length of each paper Guest Editor proposals if
appropriate
For further information on criteria that must be fulfilled, download the supplements
guidelines (PDF).
93
Manuscript format
Cover letter
Title page
Manuscript format
Statistics
Style
Figures/illustrations
Tables
References
Supplementary files
All material submitted is assumed to be submitted exclusively to the journal unless the
contrary is stated. Submissions may be returned to the author for amendment if presented in
the incorrect format. It should be in both the manuscript and the details page during
submission.
Please note that only the article text (from first word of main text to the last word in reference
list) will be used to typeset your article.
All other data (known as the metadata), such as article title, author names and addresses,
abstract, funding (etc) statements will be taken from the fields you have filled in at
submission, so you must ensure that these are up to date and accurate.
Cover letter
Your cover letter should inform the Editor of any special considerations regarding your
submission, including but not limited to:
1.
Details of related papers published or submitted for publication.
Copies of related papers should be submitted as “Supplementary files not for
•
review” to help the Editor decide how to handle the matter.
2.
•
Details of previous reviews of the submitted article.
The previous Editor's and reviewers' comments should be submitted as Supplementary
material along with your responses to those comments. Editors encourage authors to submit
these previous communications - doing so may expedite the review process.
94
3. Indication as to whether any of your article (for example, appendices, large tables) could be
published as Web only files rather than in the print version of the article. Please label any files
for online publication only with this designation.
Title page
The title page must contain the following information:
1.
Title of the article.
2.
Full name, postal address, e-mail, telephone and fax numbers of the corresponding
author.
3.
Full names, departments, institutions, city and country of all co-authors.
4.
Up to five keywords or phrases suitable for use in an index (it is recommended to
use MeSH terms).
5.
Word count - excluding title page, abstract, references, figures and tables.
Acceptance
Please note: If any of this information is repeated in the final Word document it will be
removed by the typesetters and replaced with the information from the submission system.
Therefore please check the metadata on ScholarOne Manuscripts carefully and make any
changes before submitting the final version of your Word document.
List of the information taken from submission system only:
• Article type
• Title
• Author names
• Author affiliations, and corresponding author’s full details
• Abstract (where applicable)
• Keywords
• Study approval
• Patient consent
• Funding statement
• Competing interests
• Contributor statement
• Trial Registration number (for clinical trials)
95
Manuscript format
Please note, this instruction is for submission only.
The manuscript must be submitted in Word. PDF format is not accepted.
The manuscript must be presented in the following order:
1. Title page.
2. Abstract (or summary for case reports) (note: references not allowed in abstracts or
summaries).
3. Main text (provide appropriate headings and subheadings as in the journal. We use the
following hierarchy: BOLD CAPS, bold lower case, Plain text, Italics).
4. Tables should be in the same format as your article (ie Word) and not another format
embedded into the document. They should be placed where the table is cited and they must be
cited in the main text in numerical order.
5. Acknowledgments, Competing interests, Funding.
6. Reference list.
Appendices (these should be Web only files to save space in the print journal; if so, please
ensure you upload appendices as Web Only files and ensure they are cited in the main text as
such.)
Images must be uploaded as separate files (view further details in Figures/illustrations) All
images must be cited within the main text in numerical order.
Do not use the automatic formatting features of your word processor such as endnotes,
footnotes, headers, footers, boxes etc. Please remove any hidden text.
Statistics
Statistical analyses must explain the methods used.
Guidelines on presenting statistics.
Guidelines on RCTs: CONSORT, QUORUM, MOOSE, STARD, and Economic submissions.
Style
Abbreviations and symbols must be standard and SI units used throughout except for blood
pressure values which are reported in mm Hg.
Whenever possible, drugs should be given their approved generic name. Where a proprietary
(brand) name is used, it should begin with a capital letter.
Acronyms should be used sparingly and fully explained when first used.
View more detailed style guidelines.
96
Figures/illustrations
Colour images and charges
If you wish to publish colour figures in print you will be charged a fee that will cover the cost
of printing. The journal charges authors for the cost of reproducing colour images on all
unsolicited articles, see the journal web pages for cost information. Alternatively, authors are
encouraged to supply colour illustrations for online colour publication and black and white
publication in the print. This is offered at no charge.
File type
Ideally, submit your figures in TIFF or EPS format. We can also accept figure files of the
following types: BMP, EPI, GIF, JPEG, PDF, PNG,PNG8, PNG24, PNG32, PS, PSD, SVG,
WMF.
Resolution requirements apply (9cm across for single column, 18cm for double column):
1. For B/W, the format should be either TIFF or EPS. The resolution should be in 300 DPI.
2. For 4-colour, the format should be either tiff or eps in CMYK. The resolution should be
300 DPI.
3. For line-art, vector format is preferable. Otherwise, the resolution should be 1200 DPI.
During submission, when you upload the figure files label them with the correct File
Designation: for example Mono Image,for black and white figures, and Colour Image for
colour figures.
Histograms should be presented in a simple, two-dimensional format, with no background
grid.
Figures are checked using automated quality control and if they are below standard you will
be alerted and provided with suggestions in order to improve the quality.
All images should be mentioned in the text in numerical order and figure legends should be
listed at the end of the manuscript.
Please ensure that any specific patient/hospital details are removed or blacked out.
NOTE: we do NOT accept figures which use a black bar to obscure a patient’s identity.
Online only material
Additional figures and tables, methodology, references, raw data, etc may be published online
only to link with the printed article. If your paper exceeds the word count you should consider
if any of the article could be published online only as a "data supplement". These files will not
be copyedited or typeset.
All data supplement files should be uploaded using the File Designation: "Web only files".
Please ensure any data supplement files are cited within the text of the article.
97
Multimedia files
You may submit video and other files to enhance your article (video files should be supplied
as .avi, .wmv, .mov .mp4 or .H264). When submitting video files, ensure you upload them
using the File Designation “Video Files”.
Using material already published elsewhere
If you are using any figures, tables or videos that have already been published elsewhere you
must obtain permission from the rightsholder (this is usually the publisher and not the author)
to use them and add any required permission statements to the legends.
Tables
Tables should be submitted in the same format as your article (Word) and not another format
embedded into the document. They should appear where the table should be cited, cited in the
main text and in numerical order. Please note: we cannot accept tables as Excel files within
the manuscript.
If your table(s) is/are in Excel, copy and paste them into the manuscript file.
Tables should be self-explanatory and the data they contain must not be duplicated in the text
or figures - we will request that any tables that are longer/larger than 2 pages be uploaded as
web only data.
References
Authors are responsible for the accuracy of cited references: these should be checked against
the original documents before the paper is submitted. It is vital that the references are styled
correctly so that they may be hyperlinked.
Citing in the text
References must be numbered sequentially as they appear in the text. References cited in
figures or tables (or in their legends and footnotes) should be numbered according to the place
in the text where that table or figure is first cited. Reference numbers in the text must be given
in square brackets immediately after punctuation (with no word spacing)—for example,[6]
not [6].
Where more than one reference is cited, separate by a comma—for example, [1, 4, 39]. For
sequences of consecutive numbers, give the first and last number of the sequence separated by
a hyphen—for example, [22-25]. References provided in this format are translated during the
production process to superscript type, which act as hyperlinks from the text to the quoted
references in electronic forms of the article.
Please note, if your references are not cited in order your article will be returned to you before
acceptance for correct ordering.
98
Preparing the reference list
References must be double spaced (numbered consecutively in the order in which they are
mentioned in the text) in the [slightly modified] Vancouver style (see example below). Only
papers published or in press should be included in the reference list. (Personal
communications or unpublished data must be cited in parentheses in the text with the name(s)
of the source(s) and the year. Authors should get permission from the source to cite
unpublished data.).
References must follow the [slightly modified] Vancouver style:
12 Surname AB, Surname CD. Article title. Journal abbreviation Year;Vol:Start page–End
page.
Use one space only between words up to the year and then no spaces. The journal title should
be in italic and abbreviated according to the style of Medline. If the journal is not listed in
Medline then it should be written out in full.
Check journal abbreviations using PubMed.
List the names and initials of all authors if there are 3 or fewer; otherwise list the first 3 and
add et al. (The exception is the Journal of Medical Genetics, which lists all authors.)
Example references:
Journal article
13 Koziol-Mclain J, Brand D, Morgan D, et al. Measuring injury risk factors: question
reliability in a statewide sample. Inj Prev 2000;6:148–50.
Chapter in book
14 Nagin D. General deterrence: a review of the empirical evidence. In: Blumstein A, Cohen
J, Nagin D, eds. Deterrence and Incapacitation: Estimating the Effects of Criminal Sanctions
on Crime Rates. Washington, DC: National Academy of Sciences 1978:95–139.
Book
15 Howland J. Preventing Automobile Injury: New Findings From Evaluative Research.
Dover, MA: Auburn House Publishing Company 1988:163–96.
Abstract/supplement
16 Roxburgh J, Cooke RA, Deverall P, et al. Haemodynamic function of the carbomedics
bileaflet prosthesis [abstract]. Br Heart J 1995;73(Suppl 2):P37.
Electronic citations
Websites are referenced with their URL and access date, and as much other information as is
available. Access date is important as websites can be updated and URLs change. The "date
99
accessed" can be later than the acceptance date of the paper, and it can be just the month
accessed. See the 9th edition of the AMA Manual of Style for further examples.
Electronic journal articles
Morse SS. Factors in the emergency of infectious diseases. Emerg Infect Dis 1995 JanMar;1(1). www.cdc.gov/nciod/EID/vol1no1/morse.htm (accessed 5 Jun 1998).
Electronic letters
Bloggs J. Title of letter. Journal name Online [eLetter] Date of publication. url
eg: Krishnamoorthy KM, Dash PK. Novel approach to transseptal puncture. Heart Online
[eLetter] 18 September 2001. http://heart.bmj.com/cgi/eletters/86/5/e11#EL1
Check your citation information using PubMed.
Digital Object Identifiers (DOIs)
DOIs are a unique string created to identify a piece of intellectual property in an online
environment; particularly useful for articles which have been published online before
appearing in print (and therefore the article has not yet been assigned the traditional volume,
issue and page number reference). The DOI is a permanent identifier of all versions of an
article, whether raw manuscript or edited proof, online or in print. Thus the DOI should
ideally be included in the citation even if you want to cite a print version of an article.
How to cite articles before they have appeared in print
1. Alwick K, Vronken M, de Mos T, et al. Cardiac risk factors: prospective cohort study. Ann
Rheum Dis Published Online First: 5 February 2004. doi:10.1136/ard.2003.001234
How to cite articles once they have appeared in print
1. Vole P, Smith H, Brown N, et al. Treatments for malaria: randomised controlled trial. Ann
Rheum Dis 2003;327:765–8 doi:10.1136/ard.2003.001234 [published Online First: 5
February 2002.
More comprehensive guidance about DOIs.
PLEASE NOTE: RESPONSIBILITY FOR THE ACCURACY AND COMPLETENESS
OF REFERENCES RESTS ENTIRELY WITH THE AUTHORS.
Supplementary files
Supplementary material
You may submit supplementary material which may support the submission and review of
your article. This could include papers in press elsewhere, published articles, appendices,
video clips (please see Multimedia files instructions), etc.
All supplementary material files should be uploaded using the File Designation:
Supplementary material
100
Online only material
Additional figures and tables, methodology, references, raw data, etc may be published online
only to link with the printed article. If your paper exceeds the word count you should consider
if any of the article could be published online only as a "data supplement". These files will not
be copyedited or typeset.
All Appendices should be considered Online only material.
All data supplement files should be uploaded using the File Designation: Web Only files.
Please ensure any data supplement files are cited within the text of the article.
Multimedia files
You may submit video and other files to enhance your article (video files should be supplied
as .avi, .wmv, .mov .mp4 or .H264). When submitting video files, ensure you upload them
using the File Designation “Video Files”.
Download