Curso Continuado de Cirurgia Geral 2008 Colégio Brasileiro do Cirurgiões Câncer do Reto Fang Chia Bin, Coloproctologia, Faculdade de Ciêcnias Médicas da Santa Casa de SP Distribuição anatômica do carcinoma colorretal 9% 6% 18% 25% 42% Câncer do Reto 1 2 3 1 5 4 4 3 2 5 Mulheres Brasil Homens FCMSCSP 2008 Incidência de câncer no Brasil 1 2 4 3 1 3 4 2 http://www.inca.gov.br/estimativa/2008/versaofinal.pdf INCA – Instituto Nacional de Câncer Sudeste 1 2 3 1 3 2 Câncer do Reto Histórico ► Lisfranc 1826 – Excisão local ► Amussat 1835 – Colostomia, câncer retal obstrutivo ► Deaver 1891 – Colostomia lombar ► Kraske 1885 – Protectomia perineal (sacral) ► Czerny 1894 – Amputação abdomino-perineal ► Miles 1908 – Dissecção linfonodal proximal e distal ► Lloyd-Davies 1939 – Síncrona, Mort. 36% -> 3% FCMSCSP 2008 do reto Câncer do Reto FCMSCSP 2008 Câncer do Reto Amputação de reto evolução FCMSCSP 2008 Câncer do Reto 1º Problema ► Mutilação ► Colostomia definitiva FCMSCSP 2008 Câncer do Reto ► Cirurgias de Preservação esfincteriana Conceito da disseminação linfática Anastomose mecânica – grampeadores Margem cirúrgica 3 cm Conceito do mesorreto Tratamento neoadjuvante - Down-staging FCMSCSP 2008 Câncer do Reto 2º problema ► Radicalidade da ressecção cirúrgica ► Recidiva e sobrevida FCMSCSP 2008 Câncer do Reto Ligadura da artéria mesenterica inferior ► Adachi Ye col. J Clin Gastroenterol. 1998 Apr;26(3):179-82 N=172 Peri-retal (35.5%) Peri-cólica sigmóide (10.5%), AMI (7.7%) Artéria sigmoidiana (6.3%), Raiz da AMI (0.7%, 1 of 135 patients). ► Hida J e col. Dis Colon R ectum . 1998 Aug;41(8):984-7 N= 198 Incidencia linf. AMI 8,6% Sobrev 38,5% x 73,4% Freq em T3 T4 ► K anem itsu Y e col. Br J Surg. 2006 M ay;93(5):609-15 N=20 linf. AMI sobrev. 5-10a 40% - 21% N=99 linf. retal sup 50% - 35% FCMSCSP 2008 Câncer do Reto Ligadura da artéria mesenterica inferior Sem Benefício Pezim ME, Nicholls RJ. Survival after high or low ligation of the inferior mesenteric artery during curative surgery for rectal cancer. Ann Surg 1984;200:729 Surtees P, Ritchie JK, Phillips RKS. High versus low ligation of the inferior mesenteric artery in rectal cancer. Br J Surg 1990;77:618 Systematic review - Level of Arterial Ligation in Rectal Cancer Surgery: Low Tie Preferred over High Tie. Lange MM, Buunen M, van de Velde CJ, e col. Dis Colon Rectum. 2008 May 16. Prós Melhor estadiamento Contras Cooperman e col - Assessment of anastomotic blood supply in operations upon the colon by Doppler ultrasound. Surg Gynecol Obstet 1979;149:15 Iwai e col - Use of transanal intubation in Doppler ultrasonic assessment of blood flow of the rectal wall. Surg Gynecol Obstet 1989;169:263 FCMSCSP 2008 Câncer do Reto Excisão do mesorreto ► Heald RJ, Husband EM, Ryall RD. The mesorectum in rectal cancer surgery-the clue to pelvic recurrence? Br J Surg. 1982 Oct;69(10):613-6 ► Heald RJ, Ryall RDH. Recurrence and survival after total mesorectal excision for rectal cancer. Lancet 1986;1:1479 FCMSCSP 2008 Câncer do Reto Frequência da disseminação neoplásica extramural no meso-reto distal ao tumor e sua distância do tumor primário Autor Extensão distal n Disseminação distal N (%) 118 5 (4,2) 1a2 1500 98 (6,5) 0,6 a 2 100 5(5) 1a4 Williams e col 1983 50 3 (6) 0,7 a 1,3 Scott e cols 1995 20 4 (20) 1a3 Reynolds e col 1996 50 12 (24) 2a3 198 40 (20,2) 1a4 Grinnell, 1950 Goligher e col 1951 Heald e col 1982 Hida e col 1997 (cm) FCMSCSP 2008 Câncer do Reto Excisão do mesorreto FCMSCSP 2008 Câncer do Reto Excisão do mesorreto ► Radicalidade oncológica – menor recidiva local • McCall e col 1995 - revisão de 51 trabalhos de 1982 a 1992, 10.465 doentes com câncer no reto Cirurgia exclusiva com intenção curativa Recidiva local média = 18,5% - 1.033 doentes submetidos a ETM - recidiva local média = 7,1%. FCMSCSP 2008 Câncer do Reto Margem lateral (circunferencial) FCMSCSP 2008 Câncer do Reto Técnica ETM parece ter reduzido a recidiva local às custas de maior risco de deiscência da anastomose Karanjia e col (17,4%), Hainsworth e col (16,2%), Carlsen e col ( de 8% para 16%) FCMSCSP 2008 Câncer do Reto Ressecção alargada Linfadenectomia pélvica Enker WE, e col 1986 Ann Surg 1986;203:426 En bloc pelvic lymphadenectomy and sphincter preservation in rectal cancer. 63.8 and 54.3% Moriya e col 1989 - Dis Colon Rectum 1989;32:307 76%x67% Fujita e col 2003 Br J Surg 2003;90:1580 Sobrevida 5 a livre de doença 73.3% x 35.3% (p = .013) Estudo não randomizado Ueno e col 2007 Ann Surg. 2007 Jan;245(1):80-7 Linfonodos pélvicos em 17% (41) estadio III Sobrevida 5a - 42% FCMSCSP 2008 Câncer do Reto 3º PROBLEMA Disfunção eréctil Cunsolo 1990 59% H sexualemte ativos Alteração da ejaculação Bexiga neurogênica Janu 1988 25% - infeção urinária 22% - disfunção vesical FCMSCSP 2008 Câncer do Reto Preservação de nervos autonômicos ► Enker WE. Potency, cure, and local control in the operative treatment of rectal cancer. Arch Surg 1992;127:1396 ► Lindsey I, Mortensen NJ McC. Iatrogenic impotence and rectal dissection. Br J Surg 2002;89:1493 ► Yamakoshi e col. metastases to lymph nodes or lymphatic permeation in the tissue around the autonomic nerves 14.3% . Dis Colon R ectum 1997;40:1079 ► Liang JT e col 2007 Laparoscopic pelvic autonomic nerve-preserving surgery for patients with lower rectal cancer after chemoradiation therapy Ann Surg Oncol. 2007 Apr;14(4):1285-7 Disfunção vesical 29% (53/74) Ejaculação 44% (10/32) dimimuição 18% (6/32) ausência 25% (8/32) Disfunção eretil 38% (12/32) regular 16%(5/32) péssima 21%(7/32) FCMSCSP 2008 Câncer do Reto 4º PROBLEMA ► Complicações ► Fístulas cirúrgicas e deiscências FCMSCSP 2008 Câncer do Reto EFICÁCIA DA ILEOSTOMIA EM ALÇA NA PREVENÇÃO DAS FÍSTULAS APÓS RESSECÇÃO RETAL POR CÂNCER COM PRESEVAÇÃO ESFINCTERIANA Problema: O risco de deiscência das anastomoses colo-anais é alto, Não existe fator preditivo Pesquisa: Eficácia da ileostomia de proteção nas taxas de deiscências de anastomoses e suas complicações, em pacientes submetidos a ressecção retal por câncer com anastomose colo-anal. Tese: Daltro Lemos da Rosa, 2005 FCMSCSP 2008 Complicações pós-operatórias de 33 doentes submetidos a ressecção retal por carcinoma com ileostomia de proteção Complicações n Morbidade geral* % 13 39,4 Complicações locais 9 27,3 Deiscência da anastomose 4 12,1 Fístula anastomótica 1 3,0 Abscesso pélvico 1 3,0 Infecção de FO 3 9,1 Evisceração 1 3,0 Complicações sistêmicas 4 12,1 Broncopneumonia 1 3,0 Atelectasia pulmonar 1 3,0 Coagulopatia 1 3,0 IRA 1 3,0 Mortalidade 1 3,0 *Houve doentes com mais de uma complicação FCMSCSP 2005 Câncer do Reto EFICÁCIA DA ILEOSTOMIA EM ALÇA NA PREVENÇÃO DAS FÍSTULAS APÓS RESSECÇÃO RETAL POR CÂNCER COM PRESEVAÇÃO ESFINCTERIANA Análise do risco estimado de fístula anastomótica. Fístula Odds ratio Intervalo de confiança de 95% Presente ( n=33) 1 0,737 0,550-0,972 Ausente ( n=21) 6 9,429 1,220-72,881 Ileostomia P = 0,006 FCMSCSP 2008 Câncer do Reto 5º PROBLEMA ►Resultado funcional ►Qualidade de Vida FCMSCSP 2008 Câncer do Reto 2001 FCMSCSP 2008 Câncer do Reto Avaliação funcional: 31 pacientes Anastomose colorretal: 18 Anastomose coloanal: 13 Período: 1993 - 1998 Maior freqüência evacuatória Incontinência Coloanal: 30% (4/13) Colorretal: 0 ( 18 ) p = 0,01 Questionário: Índice de incontinência anal (Jorge, Wexner 1994) Grau de incontinência: (variação 0 a 20) score 1 a 6 - 10 score > 6 -4 FCMSCSP 2008 Câncer do Reto QUALIDADE DE VIDA APÓS RESSECÇÃO RETAL, COMPARANDO ANASTOMOSE ANAL X AMPUTAÇÃO DO RETO Souza et al., 2005 Santinho 2003 - Tese Doutorado Questionários : EORC/QLQ-C30- Qualidade de vida do paciente oncológico – 1993 EORTC/QLQ-CR 38 – Qualidade de vida do paciente com carcinoma do reto – 1999 RESULTADOS: 1. 2. 3. 4. Sem variação relativa ao sexo Melhor adaptação em pacientes mais jovens Sem variação quanto ao tempo de seguimento Em favor da anastomose: vida geral melhor vida emocional mais satisfatória melhor imagem corporal função sexual mais preservada menos problemas urinários FCMSCSP 2008 Câncer do Reto Bolsa colônica em J Lazorthes e col 1986 Parc e col 1986 ► Heriot AG e col, Br J Surg. 2006 Jan;93(1):19-32 Metanálise 35 estudos n=2240 Anatomose T-T 1066 Bolsa J 1050 coloplastia 124 ► Koh e col, Int J Colorectal Dis. 2007 May;22(5):543-8 revisão sistemática ► Remzi FH, Dis Colon Rectum. 2005 Apr;48(4):735-43 - coloplastia Longo prazo • • JOO, Wexner e col Dis Colon Rectum. 1998 Jun;41(6):740-6 Ho, Seow-Choen, Tan. World J Surg. 2001 Jul;25(7):876-81 Colonic J-pouch function at six months versus straight anastomosis two years: randomized controlled trial. FCMSCSP 2008 Câncer do Reto Estadiamento Clínico (pré-operatório) Exame anatomopatológico (Bx) T – Tumor primário N – Metástase linfonodos M - Metástase à distância Retossigmoidoscopia RX Tórax TC de Abdômen e Pelves Ultrasson Endorretal Ressonância magnética UICC Estadio I Estadio II Estadio III Estadio IV Colonoscopia FCMSCSP 2008 Câncer do Reto . FCMSCSP 2008 Câncer do Reto FCMSCSP 2008 Câncer do Reto FCMSCSP 2008 Câncer do Reto FCMSCSP 2008 Câncer do Reto Acessível ao toque ou < 12 cm BA T1 < 5cm Estadio I Cirurgia Excisão local Ressecção anterior Estadio II Amputação de reto Estadiamento pré-operatório RT QT Neoadjuvante Estadio III Mestastases ressecaveis Estadio IV QT sistêmica FCMSCSP 2008 Câncer do Reto Quimio-radioterapia terapêutica Remissão completa – Observação (28 – 30%) Habr-Gama A e col - Ann Surg. 2004 Oct;240(4):711-7 Habr-Gama A e col - J Gastrointest Surg. 2006 Dec;10(10):1319-28 FCMSCSP 2008 Câncer do Reto Opções de tratamentos Am putação abdom inoperineal R essecção anterior (anatom ose colorretal ou anal com bolsa em J) Colostom ia or ileostom ia Operação de Hartm ann Transsacral resection (K raske's) Ex cisão local Operações de pull-through Maunsell 1892 Weir 1901 Bacon 1939 Babcock 1945 Turnbull Cutait 1961 Ressecção Abdominosacral (coccígeo) Localio 1969 Excisão transfíncterica Mason 1970 Eletrocoagulação Fotocoagulação com Laser Congelação - Criocirurgia Radioterapia Intersticial ou intracavitária FCMSCSP 2008