ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1450, DE 22 DE JUNHO 2012, E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE Franchising llao llao garante margem bruta mínima de 75% para investidores Zippy chega à América Latina Vivafit prossegue expansão na Ásia Pág. 2 Pág. 4 Empresas incubadas no INESC TEC com elevada taxa de sucesso Pág. 5 Colaborações: Pág. 6 2 FRANCHISING E EMPREENDEDORISMO sexta-feira, 22 de junho 2012 Zippy reforça internacionalização da Sonae SR A Sonae vai reforçar a sua presença na América Latina, prevendo abrir mais de 25 lojas Zippy até 2016 em franchising. MARC BARROS [email protected] O plano de expansão prevê a entrada da área de retalho especializado da Sonae na Venezuela, Colômbia, República Dominicana e Panamá, estando a inauguração das primeiras lojas previstas para o Verão deste ano. Esta será efetuada seguindo uma estratégia “capital light”, tendo a Sonae celebrado um acordo com o grupo Phoenix, um dos maiores grupos de retalho de moda naquela região. A parceria agora celebrada envolve um acordo de franchising da marca Zippy (vestuário de bebé e criança) e permite à Sonae uma expansão acelerada na região, beneficiando das sinergias decorrentes dos negócios já desenvolvidos pelo parceiro da Sonae. Segundo Miguel Seixas, administrador da Sonae SR, a decisão sobre a escolha dos mercados da América Latina para prosseguir o processo de expansão da Zippy deve-se ao facto de estes apresentarem “taxas de crescimento económico acima da média” contando “com uma população jovem”. Nos quatro países onde a Zippy vai abrir lojas – Venezuela, Colômbia, República Dominicana e Panamá –, “existem cerca de 90 milhões de habitantes, o que nos permite aumentar o mercado potencial”, disse à VE. Assim, a empresa alarga a esfera de influência das marcas da Sonae SR para cerca de 300 milhões de consumidores, depois do reforço na Península Ibérica e da expansão no Médio Oriente. Recorde-se que a internacionalização do negócio de retalho especializado – a Sonae SR – iniciou-se em 2008 com a entrada da Sport Zone e Worten em Espanha, a que se seguiu a expansão da Zippy para aquele mercado em meados de 2009. Desde esse ano, a Sonae iniciou um processo de internacionalização acelerado, expandindo-se através de lojas próprias, mas também recorrendo a estratégias “capital light”, nomeadamente parcerias e acordos de franchising. No final do primeiro trimestre de 2012, as marcas da Sonae SR contavam com 133 lojas fora de Portugal, das quais 11 em regime de franchising, num total de 152 mil m2 de área de venda, repartidas por Espanha, Turquia, Arábia Saudita, Egito e Cazaquistão. Estratégia de adaptação ao mercado local Em termos de estratégia comercial, a marca deverá proceder a adaptações face às especificidades dos mercados locais. Até porque, adiantou aquele responsável, “o caminho de internacionalização da Zippy, que se iniciou Nos países onde a Zippy vai abrir lojas “existem cerca de 90 milhões de habitantes, o que nos permite aumentar o mercado potencial”, disse Miguel Seixas, administrador da Sonae SR. em 2009, tem-nos ensinado que temos de ter em conta as particularidades dos mercados e dos consumidores locais”. Por “particularidades nas preferências dos consumidores, por especificidades climatéricas, pela disponibilidade de espaços comerciais ou outras razões, acabamos por proceder a alguns ajustes na gama de produtos ou na dimensão das lojas”, exemplificou. No entanto, para Miguel Seixas, “o fundamental é idêntico: uma oferta abrangente de roupa e acessórios confortáveis para as crianças, com design e qualidade, e a preços muito competitivos. É este mix que preservamos em todos os mercados e que torna a Zippy uma marca tão interessante em termos internacionais”. O processo de expansão para a América Latina, adotando uma estratégia ‘capital light’, ou seja, “buscar crescimento com menores níveis de investimento do que através da abertura de lojas próprias”, implica o recurso ao franchising. “O grupo Phoenix é um dos principais grupos de retalho de moda na América Latina, com especial destaque para os merca- dos onde vamos entrar”, resumiu aquele responsável. “Para nós, é uma vantagem ter como parceiro alguém que conhece bem o mercado e que nos dá garantias adicionais pelo facto de trabalhar com algumas das mais importantes marcas mundiais de moda na região”. Mais ainda, disse, o crescimento através da abertura de lojas em regime de franchising faz parte da estratégia de expansão internacional da Sonae. Contudo, neste momento, “não está previsto o franchising de outras insígnias da Sonae para estes mercados”. ANTÓNIO GODINHO Administrador Sartorial [email protected] www.sartorial.pt O processo de venda de uma empresa (I) A venda de uma empresa ou de um negócio é um processo que deve ser efetuado com total profissionalismo e com várias etapas a seguir, com o objetivo final de maximizar o valor da venda. Porque são vendidas empresas de sucesso? Os negócios normalmente são vendidos pelas seguintes razões: o proprietário aposenta-se ou está cansado, existem motivos de saúde, disputas entre sócios, o proprietário não pretende crescer (embora perceba essa necessidade) ou não consegue gerir o negócio. Por outro lado, as empresas detidas por outras ou parte de um grupo são vendidas em função dos seguintes fatores: a empresa-mãe decide mudar de mercado, pretende reestruturar o focus do negócio, vende parte do grupo a fim de se concentrar na sua actividade principal (core business) ou a empresa será vendida a um concorrente com maior quota de mercado. 15 Passos para a venda da Empresa Os passos essenciais no processo de venda de uma empresa, são os seguintes: 1. Empenho: o vendedor está empenhado em vender o seu negócio por um preço e em moldes consistentes com as condições de mercado; 2. Documentação: o vendedor faculta toda a documentação e informações necessárias para que a venda se possa efectuar. Os compradores precisam de informação precisa e fidedigna; 3. Relatório, avaliação e preço de venda: deverá ser efetuada a análise financeira da empresa, através de um relatório confidencial de negócio e definido o preço considerado adequado para a venda. 4. Os termos: perante potenciais compradores qualificados, deverão ser demonstrados os termos da venda, por forma a ser reduzido o tempo necessário para a efetivação do negócio. 5. Procura ativa de potenciais compradores: é divulgada a oportunidade de venda do negócio com o objectivo de conseguir o maior número de interessados, aumentando assim o número de potenciais compradores. 6. Confidencialidade: é fundamentar, manter a confidencialidade sobre a venda da empresa e negociar apenas com compradores qualificados. 7. Seleção e qualificação: são selecionados os potenciais compradores mais qualificados que desejem adquirir o negócio. Esta medida poupa tempo e esforço preciosos. 8. Identificação da empresa vendedora: Após o potencial comprador assinar um compromisso de confidencialidade, é mostrada a atividade em questão aos compradores qualificados, de modo a que eles possam avaliar a empresa. 9. Proposta de compra: O comprador interessado elabora uma proposta de compra com as suas condições. Estas propostas contemplam todos os aspetos de maior importância, sendo o passo lógico seguinte do processo de venda. 10. Aceitação da proposta: O vendedor aceita a proposta de aquisição ou procede a ajustes em algumas das condições (contraproposta). 11. Aceitação mútua: As partes interessadas chegam a um acordo relativamente aos termos da venda, e o comprador fica autorizado a verificar a contabilidade e demais regis- tos, equipamentos e listagem de clientes (Due Dilligence). 12. Condições contratuais: São verificados todos os aspetos referentes às transfer^dencias de empréstimos, trespasses, transferências de contratos, cedências de posições contratuais de leasing de bens e equipamentos, assunção de dívidas, acordos de não concorrência, etc. 13. Eliminação de contingências: São resolvidas todas as condicionantes ou contingências e a proposta de aquisição é aceite sob a forma de um acordo vinculativo. É certificado de que toda a documentação necessária se encontra em ordem. 14. Preparam-se os documentos apropriados. As partes interessadas recebem cópias dos documentos relativos à efetivação da transação, a fim de poderem revê-los e oferecerem os seus comentários. Este processo tem lugar antes da assinatura de qualquer documentação de carácter vinculativo. 15. Fecho do negócio: As partes reúnemse a fim de assinarem toda a documentação necessária à transação. O vendedor recebe o pagamento. FRANCHISING E EMPREENDEDORISMO sexta-feira, 22 de junho 2012 3 Valores quer 275 agências até final do ano Reformulação legislativa “expectável para um segmento relativamente novo” para os consumidores, considera André Pinto, administrador da Valores. MARC BARROS [email protected] Dois anos volvidos após o lançamento do seu projeto de internacionalização, a Valores abriu a terceira agência em França (Frèjus), afirmando a rede no exterior, onde conta igualmente com uma presença efetiva em Espanha e no México – uma agência. Em Portugal, a Valores tem mais de 200 unidades em funcionamento. Para este ano os responsáveis da Valores definem como meta “ter 275 agências em funcionamento, 40 delas em mercados internacionais”, afirma André Pinto, administrador da marca de compra e venda de ouro em franchising. Angola e Brasil continuam a ser destinos preferenciais na rota de expansão. A Valores iniciou o seu projeto de internacionalização a 10 de junho de 2010 com a abertura de uma agência própria em Pontevedra. Dois anos depois, “temos mais de duas dezenas de agências alémfronteiras: 19 em Espanha, três em França e uma no México, onde estamos a preparar a abertura de uma segunda unidade”, disse à VE. “Fazendo as contas, e em jeito de balanço destes dois anos – 24 meses – de projeto internacional, temos quase a abertura de uma agência por mês” durante este período, o que, “para uma marca como a nossa, e em novos territórios, nos parece muito interessante”, referiu. Apesar da diversidade de mercados em que a rede está presente, “não temos necessidades específicas de adaptação do negócio, o que se revela uma grande vantagem”. Isto porque “o modelo de negócio do franchising Valores foi concebido já tendo em vista a internacionalização e a adaptação a diferentes contextos. A aposta nesse planeamento tem-se revelado uma excelente mais-valia”. Portugal com 200 unidades No que concerne ao desempenho da rede no mercado nacional, André Pinto traça um balanço “francamente positivo. Fomos pioneiros a nível nacional na apresentação do negócio de compra e venda e ouro, em regime de franchising e as nossas expetativas e objetivos iniciais Volume de negócios esperado de 125 milhões de euros para 2012 estão plenamente atingidos. Mas têm surgido novas oportunidades e sempre que uma boa oportunidade se revela um bom negócio para a dinamização e crescimento da rede, apostamos nesse sentido”. Ainda em Portugal, onde está prevista a introdução de um enquadramento normativo mais rigoroso neste segmento de mercado de compra e venda de ouro, André Pinto recorda que se trata “de um serviço relativamente novo para os consumidores, na realidade e dimensão que atualmente o mercado apresenta”. Por este facto considera que “tem assistido a uma evolução rápida e que irá trazer um ajustamento perfeitamente expectável”. Assim, “ao nível da regulação irão existir ajustamentos necessários ao mercado e a nível comercial será o ajustamento normal de um mercado que assistiu rapidamente a um grande crescimento de unidades abertas ao público”, disse. A marca possui atualmente mais de 200 unidades em funcionamento, sendo que o seu objetivo, até ao final deste ano, é ter em funcionamento 275 unidades, “40 das quais em mercados externos”. O volume de negócios esperado para este ano, e em termos globais de rede, é de 125 milhões de euros. PUB CONSULTÓRIO JOSÉ VIEIRA LOPES CEO Teamvision A internacionalização pela via do franchising – I Parte I - Planeamento Quando um negócio atinge os objetivos que delineou para o seu mercado local, a entrada em mercados internacionais torna-se necessariamente o próximo passo na estratégia de crescimento. A grande maioria dos empreendedores procura ter nos seus conceitos de negócio padrões uniformes e adaptáveis aos mercados externos, tornando deste modo o conceito mais global e de fácil penetração nos mercado alvo. Porém, existem sempre restrições à entrada de novos conceitos de negócio em mercados internacionais. As barreiras de entrada mais comuns são geralmente de ordem legal, cultural, social ou mesmo económica. Análise de mercado Antes de um investidor proceder a uma expansão internacional, deverá fazer uma análise do(s) país(es) em que pretende entrar e verificar qual a potencial aceitação do seu negócio no mercado em causa. Assim, qualquer empresa que deseje entrar no mercado internacional deverá criar uma aliança estratégica com uma empresa ou uma associação local, isto é, deverá procurar apoio no país onde pre- tende implementar o negócio. Sugiro o contacto com o ICEP (Instituto de Comércio Externo de Portugal), cujas delegações nos países externos têm como função apoiar os empresários portugueses que pretendem internacionalizar as suas empresas (contactos com instituições locais, base de dados de potenciais parceiros ou clientes, etc.). Visando a internacionalização e globalização de conceitos de negócio, existem associações (ex.: AEP) que têm meios de apoiar a entrada de novos conceitos, promovendo ações para exportação de redes existentes. Algumas empresas optam por promover diretamente os seus negócios nas feiras internacionais, e outras efetuam uma apresentação mais direcionada a um público objetivo e selecionado nos países de destino, fazendo-o através de visitas programadas e ações concertadas com associações empresariais dos países visados. Independentemente do método utilizado para a divulgação do negócio, o importante é sempre que este seja apoiado por conhecedores do mercado pretendido. A procura de possíveis investidores e locais de implementação estratégica é certamente mais simples para quem tem o conhecimento intrínseco do mercado e da conjuntura económico-social local. 4 FRANCHISING E EMPREENDEDORISMO sexta-feira, 22 de junho 2012 Vivafit prossegue internacionalização na Ásia A Vivafit continua a desenvolver o seu processo de internacionalização na Ásia, tendo celebrado recentemente o primeiro contrato de expansão na Malásia e o segundo acordo de “master” na Índia. Ao mesmo tempo, a rede decidiu reduzir os custos com o franchising no mercado nacional. MARC BARROS [email protected] A Vivafit, rede de ginásios para mulheres que opera em regime de franchising, assinou o primeiro contrato de expansão para a Malásia, elevando assim para sete o número de países em que marca presença a nível mundial. Celebrado durante o Fórum de Negócios Portugal-Singapura, este acordo prevê a abertura do primeiro Vivafit Malasia (e sexto espaço na Asia) nos próximos meses, e ficará situado em Kua- Pedro Reis, presidente da AICEP, Pedro Ruiz, CEO da Vivafit, Cecile Jamoulle-Ögren, General Manager da Vivafit Singapura, e William Delsemme, conselheiro da embaixada belga, na assinatura do contrato na Malásia. la Lumpur, a maior cidade do país, com 1,6 milhões de habitantes. Segundo Pedro Ruiz, CEO da marca, a Vivafit espera “até ao final do ano abrir mais dois ginásios em PUB Singapura e prepara a entrada na Indonésia”. Para além daquele país, a rede assinou um contrato de franchising para os quatros estados do sul da Índia e cujo primeiro ginásio estará pronto em Agosto na cidade de Bangalore. Com este acordo, a rede passa a deter dois acordos naquele país e antecipa “já mais um para o estado de Maharastra antes do final do ano”. O segundo “master” para aquele país asiático será Raman Nair, um empreendedor indiano com 15 anos de experiência à frente de uma multinacional americana no Dubai e que decidiu regressar ao seu país apostando no fitness. Aquele responsável estará em Lisboa em Julho para formação, onde também pretende contratar uma gerente portuguesa com experiência Vivafit para o primeiro centro. A aposta num mercado com mais de mil milhões de habitantes deve-se, segundo Pedro Ruiz, “às vantagens evidentes de um país onde impera a língua inglesa, uma das únicas economias em grande expansão económica” que integra o BRIC (Brasil, Índia, Rússia e China) e “no qual a Vivafit está a focar os seus esforços comerciais”. Assim, a marca consolida a sua presença externa, para além dos mercados de Uruguai, Chipre, Espanha e Portugal. Portugal dita flexibilização dos custos No caso nacional, a rede tem vindo a adotar uma postura de flexibilização que Custos com franchising caem 40% permita, quer aos franchisados, quer aos clientes, estarem mais preparados para enfrentarem a conjuntura atual e, sobretudo, os desafios colocados pelo aumento dos custos de operação, nomeadamente a subida do IVA dos ginásios de 6 para 23%. Assim, o “master franchise” já deu a conhecer a sua intenção de baixar os seus ‘royalties’ de sete para três por cento da faturação no primeiro ano e para cinco por cento no segundo e seguintes, numa medida de apoio aos franchisados. Ao mesmo tempo, a rede reduziu os direitos de entrada no franchise para 2500 euros para os franchisados atuais que queiram investir noutro espaço; 5000 euros para gerentes Vivafit; 7500 para comerciais e instrutoras da marca; e 9000 euros para terceiros. Trata-se de uma quebra de cerca de 40% para quem quiser investir na marca, pois, até agora, os direitos ascendiam a 15 650 euros. Recorde-se que a cadeia de ginásios exclusivos para mulheres obteve, em 2012, 12 novos contratos, o dobro do total de 2011. Das 10 mais recentes insígnias Vivafit, cinco são revendas, duas são novos ginásios no continente e até agora independentes, uma nova unidade da marca no Funchal, duas são mais dois espaços internacionais em Singapura. Campanha para crescer 30% em vendas O objetivo de crescer no mercado nacional na presente conjuntura, e tendo em conta que “se trata de um mercado maduro”, como referiu Pedro Ruiz, levou a rede a apostar numa campanha de captação de novas sócias. Esta pretende contribuir para o desiderato de “crescer em vendas 30% através da redução do custo da inscrição, de 44,90 euros para 24,90 euros”. Para além da oferta dada às novas sócias, vai também premiar as atuais que tragam novas sócias com descontos especiais nas mensalidades. Designada “Emagreça e sinta-se feliz dançando com as suas amigas”, esta campanha prossegue até ao final do mês de Junho. A campanha faz recurso aos benefícios de médio/ longo prazo do emagrecimento. A marca Vivafit dá ainda a última modalidade lançada, o Sh´bam; um tipo de dança que, para além de convidar ao convívio, oferece alegria e boa disposição. Para divulgar a campanha, o Vivafit socorre-se da distribuição de folhetos na rua, aulas de Sh’ bam em jardins e o evento do Dia das Amigas, que decorrerá hoje. FRANCHISING E EMPREENDEDORISMO sexta-feira, 22 de junho 2012 5 REFERE JOSÉ CARLOS CALDEIRA, DIRETOR DO INESC PORTO Reindustrialização da economia potencia aumento do investimento privado em I&D e inovação I&D é efetuado pela indústria transformadora - e vem criar espaço para um reforço da intervenção das infraestruturas tecnológicas. Principais setores de atuação incluem energia, indústria, telecomunicações, mar, saúde e sistemas de gestão, adiantou o diretor do INESC Porto. Desde 2004, o INESC TEC incubou nove empresas de base tecnológica. Quase metade dos oito milhões de atividade em 2011 resultou de projetos e contratos diretos com empresas e 30% foi proveniente de contratos internacionais. MARC BARROS [email protected] Vida Económica - Que balanço geral pode ser feito da Semana do Empreendedorismo e Inovação no que concerne ao INESC TEC? Jorge Carlos Caldeira - Penso que o balanço é muito positivo para todos os envolvidos e diversos fatores contribuíram para isso. O conjunto de visitas e apresentações efetuadas permitiu dar a conhecer o que representa atualmente a rede das infraestruturas tecnológicas e o papel absolutamente decisivo que desempenham na articulação entre as univer- sidades e as empresas, sobretudo as PME), intervindo em áreas como a investigação e a inovação, a formação e a qualificação, a normalização e certificação, e também na dinamização do empreendedorismo. Os diversos casos apresentados de projetos e outras atividades já realizados e com impacto económico, nomeadamente na geração de novos produtos e serviços com elevada diferenciação tecnológica, na criação de emprego qualificado e no aumento das exportações, e também de empresas que foram criadas ou que beneficiam do apoio das infraestruturas tecnológicas, são apenas alguns exemplos do muito que se faz atualmente neste domínio. E os números estão aí para o confirmar: mais de 100 milhões de euros anuais de prestação de serviços a um universo com mais de 6000 empresas, a grande maioria das quais PME. Finalmente, importa destacar a anunciada aposta na reindustrialização da nossa economia, a exemplo do que tem vindo a acontecer em diversos países europeus e nos Estados Unidos da América, o que permitirá potenciar um aumento do investimento privado em I&D e inovação – na Europa, mais de 2/3 do investimento privado em Projetos incubados com elevada taxa de sucesso O INESC Tecnologia e Ciência conta com mais de 600 investigadores, dos quais 200 doutorados, dedicados ao desenvolvimento científico e tecnológico e à valorização e transferência do conhecimento. Este desenvolve diversos tipos de projetos, desde os que, mais a montante, “visam sobretudo a criação de novo conhecimento, até contratos de prestação de serviços, direcionados para resultados muito concretos, passando por projetos de I&D aplicado, normalmente realizados em parceria com empresas, sem esquecer, naturalmente, a criação de novas empresas”, apontou José Carlos Caldeira. Os indicadores de sucesso dos vários tipos de projetos são diferentes e “avaliamos os resultados individuais e globais, à luz dessas medidas”. No caso mais específico do apoio ao empreendedorismo, “podemos referir que, das nove empresas criadas desde 2004, apenas uma delas foi encerrada, estando as restantes em atividade”. Importa referir que são na maioria empresas fortemente vocacionadas para o mercado internacional e criadoras de emprego qualificado. A percentagem “considerável” de projetos de I&D realizados em parceria com empresas e de contratos de prestação de serviços, a par com o facto de o INESC TEC “privilegiar as parcerias de médio e longo prazo com os seus clientes, e ter várias com mais de uma dezena de anos, traduz de facto uma capacidade efetiva de conceber e implementar projetos e outras atividades com elevado grau de satisfação para os seus clientes e parceiros”, concluiu. VE - De que forma se traduz o apoio do INESC no fomento de novas empresas de base tecnológicas? JCC - O INESC TEC apoia os promotores das iniciativas, que podem ser internos à organização ou externos, na fase que designamos habitualmente por pré-incubação, que vai da ideia inicial até à elaboração de um plano de negócios credível e à angariação de financiamento para o lançamento da empresa. Esta fase pode incluir atividades como geração de ideias (novos produtos, serviços), elaboração de estudos de préviabilidade e planos de desenvolvimento, conceção e implementação de protótipos industriais, identificação de parceiros, gestão da propriedade intelectual, elaboração do plano de negócios, negociação do financiamento e, se necessário, disponibilização de instalações, durante esta fase de pré-incubação. Naturalmente, privilegiamos o apoio a empresas que se enquadrem nas nossas áreas de competência tecnológica ou de negócio, possibilitando uma intervenção especializada e com custos e prazos compatíveis com esta fase do processo. Competências horizontais VE - Esse apoio estende-se ao “capital-semente” para arranque do projeto? JCC - O INESC TEC não tem um fundo de capital de risco ou capitalsemente. Nessa vertente, recorremos a entidades especializadas, com as quais temos acordos estabelecidos há vários anos. Procuramos focar a nossa intervenção nas nossas competências chave e atuar sempre em parceria e complementaridade com quem já está no mercado nessas áreas. Nos casos em que participamos no capital das empresas, a comparticipação inicial é normalmente realizada através da conversão em capital de custos associados ao licenciamento da tecnologia ou aos serviços prestados na fase de pré-incubação, o que corresponde a um apoio efetivo ao financiamento das empresas. VE - Que sectores de atividade o INESC está mais vocacionado para apoiar? JCC - Se quiser destacar os principais sectores onde atuamos, eles seriam a energia, a indústria, as telecomunicações, o mar, a saúde e os sistemas de gestão, nomeadamente para a administração central e local. PUB 6 FRANCHISING E EMPREENDEDORISMO sexta-feira, 22 de junho 2012 REFERIU PEDRO SENA, SÓCIO DO MASTER PORTUGUÊS DA MARCA LLAO LLAO, EM ENTREVISTA À VE Franchising llao llao garante margem bruta mínima de 75% para investidores Um conceito inovador, que pretende pôr os portugueses a comerem gelados todo o ano. A marca llao llao chegou a Portugal pela mão da Healthy Taste Factory, e já investiu mais de meio milhão de euros durante 2011; no decorrer deste ano o investimento previsto para Portugal é de um milhão de euros, visando abrir 12 unidades até ao final do ano. O prazo previsto de retorno dos franchisados é de dois anos. MARC BARROS [email protected] Vida Económica - Qual o conceito da marca - comer gelados todo o ano? Pedro Sena - O conceito da marca é o gelado de iogurte feito com leite magro. Totalmente saudável, não engorda é delicioso. Obviamente, somos facciosos nesta afirmação, mas pensamos que as filas constantes nas nossas lojas assim o comprovam. Segundo os nossos estudos, os portugueses consomem em média, per capita, entre 3 e 4 litros de gelado por ano. Na comunidade europeia, entre 6 e 7 litros, enquanto nos EUA se consomem 16 litros. Sabemos que o problema não está na penetração, uma vez que mais 90% da população consome gelados, mas sim na frequência com que o faz. É nesse sentido que o nosso gelado de iogurte, sendo saudável, permite reduzir a exposição à sazonalidade. Ao contrário de um dos principais operadores de gelados do mercado, em que mais de 70% das vendas ocorrem em quatro meses, no nosso caso, o mês mais fraco até agora foi 40% menor do que o pico do verão do ano passado, revelando níveis de vendas claramente acima das expectativas para aquela época. VE - Que balanço faz da atividade da marca em Portugal? PS - Antes da abertura da primeira loja, o objetivo era de uma loja em 2011, duas lojas em 2012, que culminariam em 30 ao final de quatro anos. Podemos dizer que no primeiro ano abrimos duas lojas, seguidas de três já abertas em 2012, e tudo em nove meses. Temos tam- bém confirmadas duas lojas em processo de construção e mais de 10 franchisados em processo final de assinatura para abertura de loja. Estamos convictos que teremos o mínimo de 12 lojas operativas antes do final do ano. Podemos também dizer-lhe que todas as lojas tiveram ‘break-even’ operacional logo no primeiro mês de atividade e que outra nota comum a todas as lojas são os vários momentos em que a procura excede a oferta, resultando em filas. Os factos até agora levam-nos a concluir que, pelo menos por agora, a aposta está ganha. Neste momento, a llaollao dá emprego a 45 pessoas em Portugal, maioritariamente exdesempregados, e acreditamos que chegaremos a 80 empregos diretos em menos de um ano e meio de atividade. 30 unidades em 2013 VE - Quais as expectativas que a marca tem para abertura de novas unidades em Portugal nos próximos anos? PS - A primeira loja foi no Alegro, em Julho, passado cinco meses no Porto (CC Parque Nascente), em Janeiro em Faro (Fórum Algarve), em Fevereiro no Cascais Shopping e em Maio no Dolce Vita Coimbra. Em Julho temos já confirmado outra loja no Porto e centro de Lisboa, esta última loja própria. As restantes cinco que estimamos abrir ainda em 2012 serão no Porto, Lisboa e Algarve. Pensamos que o objetivo de 30 lojas será cumprido já no próximo ano, um ano antes da expectativa inicial. VE - Existem localizações geográficas preferenciais nessa estratégia de crescimento? PS - Obviamente que o nosso foco são as zonas com alto índice de tráfego pedonal nos principais centros urbanos. O primeiro foco foi Lisboa e Porto e continuará a ser daqui em diante, pelo potencial da alta densidade de muitas localizações nestas cidades. Todas as capitais de distrito são também prioritárias, incluindo Madeira e Açores. A este nível, estamos já presentes em Faro e em Coimbra. Enquanto “master”, temos relações preferenciais e posições já negociadas com os grandes grupos detentores dos principais centros comerciais, que nos contactam sempre que surgem novas oportunidades, para disponibilizarmos dentro da nossa rede. Por outro lado, sendo as localizações um dos fatores-chave de êxito, acompanhamos cada um dos interessados ao longo de todo o processo de análise e contratação de localização. Margem bruta garantida de 75% VE - Dada a presente conjuntura, qual a estratégia definida pela marca para prosseguir a sua operação no país? PS - Acreditamos que a crise é uma oportunidade. Dizemos isto pelo facto de que o que predomina no sector de bens de consumo é um forte “downtrading” de marcas “premium” para marcas brancas devido às maiores restrições no rendimento disponível. No entanto, também sabemos que as pessoas continuam a consumir, simplesmente consomem menos e de forma mais racional. Em relação a investidores (franchisados), a principal dificuldade associada à conjuntura atual são as restrições de liquidez/ Estamos convictos que teremos o mínimo de 12 lojas operativas antes do final do ano, referiu Pedro Sena, sócio do Master para Portugal. financiamento. É nesta ótica que entra uma das vantagens competitivas da llaollao: cash-flow altamente favorável. Basicamente, o investimento necessário para abertura (máquinas e restante equipamento) é espaçado no tempo permitindo que o cashflow operacional da própria loja ajude na amortização do investimento. Em termos práticos, com aproximadamente 35 mil euros, poderemos ter espaço aberto ao público com restante investimen- “Master” procura dedicação e capacidade de investir A Healthy Taste Factory, empresa detentora do “master franchise” para Portugal, nasceu da união de quatro jovens empreendedores, arquitetos e economistas de profissão. Esta é assim a detentora da concessão do “master franchise” da marca espanhola para todo o território português. E o perfil procurado para futuros franchisados é também importante, refere Pedro Sena: “Não podemos negar que, dado o contexto da economia nacional, é muito importante que o potencial investidor disponha da liquidez necessária ou de fácil acesso a essa mesma liquidez”. Sobre o tema, Pedro Sena traça uma abordagem de “forma mais genérica e não especificamente ao caso do franchising”. As dificuldades de investimento são “comuns a todos os negócios”, atualmente. No entanto, “a nossa perspetiva é que os potenciais investidores utilizem como um dos principais critérios para o seu investimento, o retorno esperado”. No caso da llaollao, “não querendo garantir números futuros, uma vez que estes estão dependentes de diversas variáveis exógenas, mas com base na experiência da marca no passado, estamos a falar de recuperação do investimento em menos de dois anos”, assegura. Mas, para isso, e como segundo fator de seleção, destaca-se “o nível de dedicação que aporta ao negócio”. A experiência da marca é que “o êxito do negócio e respetiva rentabilidade está altamente correlacionada com a dedicação dos investidores, com especial importância nos primeiros meses”. Outros critérios, como “capacidade de liderança ou experiência passada”, são considerados. No entanto, “gostaríamos de referir que não exigimos experiência passada em restauração, pois, ao contrário desse setor específico, o nosso negócio é mais simples de gerir no dia-a-dia”. to a cair ao longo dos seguintes meses. Por outro lado, quanto ao investimento na construção, necessário para a abertura de espaços llaollao, desenvolvemos quiosques de alta qualidade a um preço bastante mais baixo, quando comparado a um investimento numa loja. Apesar de tudo, não nos podemos também esquecer que os espaços disponíveis estão a um preço menor, bastante menor, do que estavam há uns anos atrás. Nesse sentido, olhando para o nosso caso de investimento e expansão, é uma oportunidade. VE - Quais as condições de investimento e de funcionamento do franchising? PS - A llaollao é um negócio que, fora a construção, permite ter uma loja aberta chave na mão com aproximadamente 44 mil euros, espaçado no tempo. Este valor inclui direito de entrada, máquinas e restantes equipamentos. Quanto a royalties, estamos a falar de 4% sobre a faturação. A taxa de publicidade é de 2,5% sobre a mesma base. No entanto, de realçar que a llaollao garante aos franchisados uma margem bruta mínima de 75%, obtida essencialmente devido a sermos produtores de iogurte e não comprarmos a uma terceira entidade marca com mais de 80 lojas, permitindo tirar partido de economias de escala e preços mais baratos nas diversas matérias-primas utilizadas. FRANCHISING E EMPREENDEDORISMO sexta-feira, 22 de junho 2012 7 Esinow lança serviços de apoio a PME Estratégia recai sobre o lançamento de serviços virtuais que permitem às empresas reduzirem os seus custos em infraestruturas próprias. MARC BARROS [email protected] A Esinow, empresa do grupo Onebiz especializada em consultoria em tecnologias da informação, lançou dois serviços direcionados para a PME: o EAgora e o Assistente Virtual. Segundo Luís Centeno, responsável da marca, o serviço “Assistente Virtual” tem como objetivo “eliminar um dos problemas sentidos pelas PME” no que toca à sua relação com os clientes, ou seja, “fazer com que os clientes percebam que, por várias razões, nem sempre é possível atender as suas chamadas”, disse à VE. Isto porque, explicou, “o uso do ‘voicemail’ tem sido abandonado pelo sentimento de vazio que provoca em quem está a falar com a máquina”. Assim, “o assistente virtual permite que as chamadas não atendidas pelo empresário ou pela sua equipa comercial sejam atendidas por um operador, transmitindo a confiança de que o seu assunto será resolvido assim que possível”. Desta forma, “o cliente não estará constantemente a ligar, permitindo uma melhor organização do tempo e uma maior concentração na resolução dos diversos assuntos que preenchem a agenda”. Por seu turno, o “EAgora” é um serviço de suporte informático, “orientado para a resolução remota de problemas e dificuldades que surgem no dia-a-dia das organizações”. O serviço abrange apoio de microinformática, servidores e redes, suporte a sis- Serviços prestados de forma remota temas de gestão Primavera, PHC e Sage, disse Luís Centeno. Trata-se de “um serviço prestado de forma remota, podendo ser complementado com intervenções locais”, recorrendo à rede de parceiros Esinow. Porém, segundo Luís Centeno, a grande mais-valia associada a ambos os serviços é o facto de permitirem contribuir para reduzir os custos das empresas. “As empresas têm acesso a técnicos especializados na área das TIC, a um custo muito reduzido, aproveitando a sua capacidade técnica para solucionar rapidamente as questões técnicas que se coloquem”. Quanto ao serviço “Assistente Virtual”, “o cliente tem acesso a um serviço dedicado, com elevada disponibilidade, por um preço muito reduzido”. A quantificação dessa redução terá que ser feita tendo em conta, no que se refere ao “Assistente Virtual”, que a empresa “não perde chamadas dos seus atuais clientes, reduzindo assim o custo de fidelização dos mesmos”. Aos seus potenciais clientes, “é transmitida uma imagem de maior profissionalismo, permitindo assim uma maior facilidade na sua conversão de potenciais em reais clientes”. Com o serviço EAgora, as empresas têm acesso a um serviço “sem qualquer tipo de fidelização, num formato “pay-as-you-go”. Desta forma, referiu, “reduzem significativamente os seus custos com as TIC, ao mesmo tempo que passam a contar com um apoio profissional e orientado para a qualidade de serviço”. O EAgora, especialmente destinado às pequenas e médias empresas, é um serviço de suporte e manutenção de sistemas informáticos. O EAgora vai permitir às LDC pretende reforçar mercado de administração de condomínios MARC BARROS [email protected] O potencial mercado de administração de condomínios é vasto, dado que existem mais de 2,5 milhões de famílias portuguesas que residem em propriedade horizontal. Paralelamente, “a dimensão e capacidade destes edifícios também aumentou, tornando cada vez mais complexa e exigente a administração destes espaços. O já desajustado modelo de administração tornou-se assim insuficiente e a capacidade de resposta das empresas de administração escassa para corresponder expectativas dos condóminos”. Segundo a Loja do Condomínio (LDC), rede de administração de condomínios que atua em franchising, a administração de condomínios é, na sua esmagadora maioria, exercida por particulares. “Condóminos que, muitas vezes desprovidos de conhecimentos para o fazer, acreditam estar a eliminar mais uma despesa e, assim, poupar algum dinhei- 2,5 milhões de famílias residem em propriedade horizontal ro”. Porém, asseguram os responsáveis desta rede, os mesmos “ignoram, no entanto, que algumas empresas de administração de condomínios beneficiam de diversas sinergias, capacidade negocial na aquisição de bens e serviços para o condomínio”. Assim, os desafios para o futuro da administração de condomínios centram-se “no combate ao endividamento” e “na fuga fiscal nos condomínios”. Estes, “com o aumento da sua dimensão e pelas condições em que funcionam, são praticamente “miniempresas” sobre as quais não recai qualquer fiscalização da Autoridade Tributária, a qual traria maior transparência e regulamentação a este mercado”, conclui. Ambos os serviços têm como propósito contribuir para agilizar estrutura das PME, resume Luís Centeno, responsável da Esinow. empresas e aos empresários poderem concentrar-se no seu negócio, num serviço assegurado por profissionais certificados e com experiência nas áreas de microinformática, servidores e redes, serviços cloud (SaaS) e software de gestão. Os custos associados à utilização dos serviços envolvem, no caso do Assistente Virtual, um preço de 29 euros mensais e, no caso do serviço EAgora, pacotes a partir de 99 euros, para um mínimo de seis incidentes. PUB 8 FRANCHISING E EMPREENDEDORISMO sexta-feira, 22 de junho 2012 Science4you lança campos de férias de Verão A Science4you está a promover os Campos de Férias de Verão 2012. Estas atividades lúdicas desenvolvem-se no pavilhão C3 da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e dirigem-se aos jovens dos seis aos 12 anos que queiram aprender experiências científicas de Biologia, Química, Física e Geologia. Esta prática surge na sequência do desenvolvimento e comercialização de brinquedos científicos que caracteriza a atividade da empresa. Com uma linha de cerca de 80 brinquedos científicos, a empresa organiza também animações em festas de aniversário, batizados, casamentos e campos de férias, bem como formação a jovens e docentes. Assim, os campos de férias decorrem em Lisboa, entre 18 de Junho e 3 de Agosto, com turnos de uma semana, das 9h às 17h30, nos quais os participantes serão acompanhados por uma equipa científica que coordenará o desenvolvimento de atividades lúdicas e de ciência como a dissecação de minhocas, uma erupção vulcânica, a implosão de latas e a criação de pega-monstros. Recorde-se que as atividades e brinquedos da Science4you permitem compreender como pode ser realizado o desenvolvimento sustentável do nosso planeta, mas também outras ciências curiosas, como a química, a meteorologia, o vulcanismo, a mineralogia, o som e a economia. Campos de férias de verão serão acompanhados por equipas científicas Campos de férias científicos destinam-se a crianças e jovens dos seis aos 12 anos. Onebiz presente na ABF Franchising Expo 2012 O grupo Onebiz marcou presença na ABF Franchising Expo 2012, promovida pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). Esta teve lugar em São Paulo e tem como característica principal a geração de oportunidades de negócio em diversos setores da economia. O objetivo da Onebiz é o reforço da internacionalização de suas marcas, com grande enfoque no mercado brasileiro. Na sua 21ª edição, a feira contou com mais de 470 expositores, tendo recebido 50 mil visitantes. Os responsáveis do certame afirmam que este movimenta 400 milhões de reais (153,5 milhões de euros) em negócios. O evento, ainda maior este ano, ocupou 31 mil metros quadrados dos Pavilhões Azul e Branco do Expo Center Norte, na capital paulista. Para a Onebiz, a presença neste evento é vista como uma grande oportunidade tendo em conta o grande projeto de internacionalização que está em execução, sendo objetivo ampliar a presença das marcas que já atuam no Brasil – Morangos, Elevus e NBBrokers, e iniciar a expansão de outras áreas de negócio do grupo. JOÃO MASSANO Advogado, Assessor da APF, Sócio da ATMJ - Sociedade de Advogados, R.L. [email protected] A excepção de não cumprimento no contrato de franchising Tendo o franchisador resolvido o contrato de franchising com fundamento no alegado incumprimento desse contrato pelo franchisado, por exemplo, por falta de pagamento do direito de entrada ou dos “royalties”, existe algum meio de defesa oponível, em abstracto, pelo franchisado? Para responder a esta pergunta haverá que ponderar quais as obrigações assumidas quer pelo franchisador quer pelo franchisado, uma vez que essa ponderação é essencial para saber se o incumprimento do franchisado constituiria justa causa para resolução do contrato invocável pelo franchisador ou se, pelo contrário, o não cumprimento pelo franchisado das obrigações emergentes do contrato tinha justificação. Por um lado, o franchisador assume, nomeadamente, a obrigação de transmitir o saber-fazer (Know how), entendido como transmissão dos “conhecimentos e experiências atinentes à gestão empresarial e ao sector organizativo ou comercial (…), contidos em áreas como as da contabilidade, das análises de mercado, da gestão de stocks, do controle de qualidade, da pu- blicidade …”, do merchandising, etc., e a obrigação de prestar assistência ao franchisado, a qual pode consistir em “conselhos quanto à localização do estabelecimento, às necessidades de stock, à negociação com os fornecedores, ao arranjo da loja; informações sobre o mercado, as preferências dos consumidores, as qualificações do pessoal; apoio jurídico e contabilístico”; a realização de ações de formação. Por outro lado, o franchisado assume, essencialmente, a obrigação de ser “tutelado” no exercício da atividade franchisada pelo franchisador, como forma de garantir a qualidade dos produtos ou serviços e a “boa imagem” da rede, e a obrigação de efetuar os pagamentos previstos no contrato de franchising, como os direitos de entrada e os royalties. Deste modo, em caso de não cumprimento por uma das partes das obrigações assumidas no contrato de franchising, haverá que verificar se esse não cumprimento era admissível ou não e, caso fosse admissível, se seria tão relevante que permitisse à outra parte a resolução do contrato. Ora, quando as obrigações assumidas pelas partes devam ser realizadas simul- taneamente, qualquer das partes pode recusar-se a cumprir enquanto a outra não cumprir, ou, ainda que as obrigações estejam sujeitas a prazos diferentes, a parte que deva cumprir em segundo lugar pode recusar o cumprimento enquanto a outra parte não cumprir (por exemplo, e dependendo da análise do caso concreto, parece ser admissível o franchisador recusar-se a realizar ações de formação aos colaboradores do franchisado enquanto este não efetuar o pagamento do direito de entrada), esta situação é denominada juridicamente por exceção de não cumprimento. Nestas situações, a parte que recusa o cumprimento pretende forçar a outra parte a cumprir a sua obrigação a fim de poder receber a sua contraprestação, assim, no exemplo referido anteriormente, o franchisador pretende “forçar” o franchisado a realizar o pagamento do direito de entrada para, posteriormente, realizar as acordadas acções de formação. Salientamos que, neste caso, a parte que recusa o cumprimento ainda pretende que o contrato continue a vigorar, utilizando o mecanismo referido com o único objec- tivo de “coagir” a outra parte a cumprir; pelo contrário, podem ocorrer situações de tal maneira graves e reiteradas que possibilitem à outra parte a possibilidade de “terminar”/resolver o contrato alegando justa causa, como, por exemplo, o não pagamento reiterado pelo franchisador dos “royalties” previstos no contrato de franchising, após interpelação pelo franchisa- Franchisado pode recusar legalmente cumprimento do contrato dor para efectuar esse pagamento dentro de um prazo razoável. Em conclusão e em resposta à pergunta formulada inicialmente, o franchisado poderá ter recusado legalmente o cumprimento e, como tal, a resolução operada pelo franchisador poderá ser ilegal e gerar a obrigação de este indemnizar o franchisado por essa resolução.