409 O CONCEITO DE IDEIA E SUA RELAÇÃO COM O SENSÍVEL EM DESCARTES E LEIBNIZ Sacha Zilber Kontic1 A revolução que Descartes opera no conceito de ideia em relação à escolástica repercutiu em toda a filosofia do século XVII, seja nos filósofos cartesianos, seja nos seus críticos. A ideia tal como por ele concebida não se coloca mais como um arquétipo divino ou como uma essência, mas como um conteúdo próprio da mente. Ela é, como afirma a Meditação Terceira, como uma imagem do objeto no intelecto. Por imagem, entretanto, não se deve pensar em uma reprodução fiel, mas sim como uma representação objetiva, como a coisa mesma enquanto conteúdo do intelecto. É justamente nesse ponto que Leibniz procura se afastar da tradição cartesiana. Descartes afirma na terceira meditação que “entre os meus pensamentos, alguns são como as imagens das coisas, e só àqueles convém propriamente o nome de ideia”. A imagem nesse caso não pode ser entendida como um retrato ou uma pintura. Como explica Descartes a Hobbes e a Gassendi nas respostas às objeções, por imagem não devemos entender a imagem sensível que recebemos pelos sentidos. A ideia intelectual cartesiana só pode ser compreendida enquanto imago na medida em que é imagem sem ser efígie. A ideia pode ser dita imagem por ser uma representação objetiva da coisa em nosso intelecto. Em outras palavras, a ideia imagética é uma representação da coisa mesma enquanto conteúdo do intelecto. Para algo ser imagem pressupõe-se uma semelhança sempre presente entre a ideia e a coisa; uma semelhança entre a ideia e aquilo de que ela é modelo2. Se Descartes, ao analisar as leis da ótica na Dióptrica, diferencia a imagem sensível que se forma no interior de nossas retinas e a imagem propriamente representativa, que é a ideia, é porque seja na sua produção, seja na sua natureza, essas duas concepções de imagem devem se diferir essencialmente, por mais que o paradigma permaneça o mesmo. A visão, apesar de lidar diretamente com a luz, e não com o movimento da matéria, como o tato, não opera de um modo essencialmente diferente dos outros sentidos. A analogia desenvolvida nessa obra entre a nossa percepção dos 1 Mestrando em Filosofia pela USP. Bolsista CNPq. E-mail: <[email protected]>. “Não tomo aqui a palavra imagem no sentido vulgar, isto é, como retrato ou pintura de uma outra coisa, mas num sentido mais amplo: o que possui semelhança com outra coisa” (Descartes, objeções e respostas, 3ª objeção, 8º ponto, grifo meu). Anais do Seminário dos Estudantes da Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar ISSN (Digital): 2358-7334 ISSN (CD-ROM): 2177-0417 IX Edição (2013) 2 410 raios de luz que atingem nossos olhos e a bengala de um cego é bastante representativa da noção cartesiana da imagem sensível. Assim como um cego consegue sentir e diferenciar os diferentes tipos de solo que toca com a ponta de sua bengala, pelas vibrações que se transmitem da ponta da bengala até suas mãos, nossos olhos percebem a luz nos corpos luminosos a partir de um certo movimento que passa para nossos olhos por intermédio do ar e de outros corpos transparentes3. As cores, do mesmo modo que o cego nota pela bengala as diferenças entre areia, terra e pedra, não são nada além de variações desses movimentos nos ar e nos corpos transparentes, variações que nos fazem perceber de tal modo e não de outro. É justamente por essa analogia que Descartes estabelece a dessemelhança entre nossas ideias das coisas e as imagens sensíveis que formamos delas: “Em consequência disso, tereis razão para julgar que não é necessário supor que ocorra alguma coisa de material desde os objetos até nossos olhos, para fazer que vejamos as cores e as luz, nem mesmo que haja algo nesses objetos que seja semelhante às ideias ou aos sentimentos [sentiments] que temos deles. Da mesma forma que não sai nada dos corpos que um cego sente, que deva passar ao longo de sua bengala à sua mão, e que a resistência ou o movimento desses corpos, que é a única causa das sensações que ele possui não é em nada semelhante às ideias que concebe desses corpos”4. Para sentir, a alma não precisa contemplar as imagens que são formadas em nosso cérebro pelos raios de luz que partem dos objetos, como pensa a tradição. Essa opinião supõe que haja efetivamente uma semelhança entre as imagens produzidas na alma pelo intelecto e aquelas que se formam em nosso cérebro a partir da pintura que é produzida em nossas retinas pelos raios de luz. Essa semelhança, entretanto, não pode ser assegurada somente pelo caráter fisiológico dos órgãos do sentido. Somente as ideias possuem uma semelhança estrita com os objetos que elas representam. Para Descartes, é impossível conceber como as ideias podem ser formadas pelos objetos que elas representam, recebidas pelos órgãos dos sentidos exteriores e transmitidas até o cérebro. De fato, existem outras coisas que podem excitar nosso pensamento, como, por exemplo, os signos e as palavras, que em nada se assemelham às coisas representadas. Os filósofos da tradição erraram por, ao perceber que o pensamento pode ser estimulado 3 4 Id, A.T. VI, p.84. Id, A.T. VI, p.85. (1º discurso). Anais do Seminário dos Estudantes da Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar ISSN (Digital): 2358-7334 ISSN (CD-ROM): 2177-0417 IX Edição (2013) 411 por um quadro a conceber o objeto que é pintado, imaginaram que os sentidos seriam como “alguns pequenos quadros que se formariam em nossa cabeça”5. Assim como as palavras e os signos, os sentidos nos dão a ocasião de pensar em um dado objeto, mas a ideia que é o objeto desse pensamento em nada se assemelha com o objeto exterior. E mesmo que os sentidos enviassem verdadeiramente imagens até o cérebro, “é impossível demonstrar como elas podem ser formadas por esses objetos, recebidas pelos órgãos dos sentidos externos e transmitidos pelos nervos até o cérebro”6. Pensar que nos vemos os próprios objetos a partir da imagem que formamos deles seria o mesmo que supor “outros olhos em nosso cérebro, com os quais poderíamos percebê-la”7. Podemos nos perguntar, então, em que sentido exatamente Descartes afirma, nas Meditações, que a ideia é como [tanquam] a imagem das coisas. Como vimos, a ideia só pode ser imagem na medida em que mantém uma semelhança com a coisa. Ela não deve ser imagem do mesmo modo que a figura pintada em um quadro é imagem da coisa representada, mas sim como uma realidade objetiva da coisa no pensamento. Descartes define essa realidade objetiva na exposição geométrica das segundas respostas como “a entidade ou o ser da coisa representada pela ideia, na medida em que essa entidade está na ideia; e do mesmo modo, podemos falar uma perfeição objetiva ou um artifício objetivo, etc. Pois tudo que concebemos como estando nos objetos das ideias, tudo isso está objetivamente, ou por representações, nas ideias”8. Segundo essa definição, a ideia deve conter em si um conteúdo representativo completo, subtraída de qualquer ação posterior do julgamento. A ideia segundo Descartes pode então ser dita como uma imagem por representar efetivamente a coisa em sua completude em nosso intelecto. As ideias claras e distintas se diferenciam da imagem sensível por ser a própria coisa representada enquanto está no espírito9. Assim, elas se distinguem dos signos pois são as únicas dotadas de um valor objetivo. As ideias claras e distintas, são imagens que são relacionadas a algo no exterior, são a própria coisa enquanto imagem dela em nosso intelecto. As ideias são entendidas como tanquam imago enquanto são os quadros fiéis 5 Id, A.T. VI, p.112. (4º discurso) Id, Ibid. 7 Id, A.T. VI, p.130 (6º discurso) 8 Id, A.T. IX, 124 (Segundas respostas, exposição geométrica). 9 As ideias podem ter um grau menor de realidade objetiva em relação à coisa representada. Mas ainda assim, elas devem ser entendidas como uma imitação, como uma cópia da coisa exterior no entendimento. Anais do Seminário dos Estudantes da Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar ISSN (Digital): 2358-7334 ISSN (CD-ROM): 2177-0417 IX Edição (2013) 6 412 de um original. Mostram positivamente uma natureza, mostram que elas são relativas a dado conteúdo, e não a outro. Ao opor o signo ao quadro, Descartes opõe a informação sensória, psicofisiológica, à informação teórica, ideia clara e distinta. Ao se opor a noção de ideia-quadro, tal como Descartes a apresenta, Leibniz erige uma concepção de ideia baseada em uma relação expressiva, que não se limita ao modelo da imitação. Na correspondência com Arnauld, Leibniz define a expressão nos seguintes termos: “Uma coisa exprime uma outra (em minha linguagem) quando há uma relação constante e regrada entre o que se pode dizer de uma e de outra”10. A expressão, portanto, é colocada como uma relação de ordem entre o que exprime e o que é expresso. O que ocorre com um dos elementos da expressão também ocorre com o outro sem a necessidade de uma relação de causalidade. É necessário somente que se mantenha uma mínima analogia entre ambos. E assim, através desta analogia, se mantém a lei ou regra entre os diferentes polos da expressão. Cada elemento opera segundo suas próprias leis, e a analogia garante a correspondência recíproca das relações. Se a ideia é expressiva, e se o que garante a correspondência entre a ideia e seu ideado é uma relação regrada, ou uma relação regrada entre os dois polos da expressão, “Diria antes que existe uma maneira de semelhança, não inteira e, por assim dizer, in terminis, mas expressiva, ou de relação de ordem, como uma elipse e mesmo uma parábola ou hipérbole se assemelham de alguma forma ao círculo do qual são a projeção sobre o plano, visto que existe uma certa relação exata e natural entre aquilo que é projetado e a projeção que se forma, sendo que cada ponto de um corresponde segundo uma certa relação a cada ponto de outro”11. A revolução feita por Leibniz na noção de “similitude” o permite pensar as semelhanças onde aparentemente só há a dessemelhança intuitiva. A percepção, sendo um modo da expressão, prescinde de um original que deve ser imitado em nosso intelecto. Esta relação de ordem não implica, portanto, uma imagem comum, mas sim, uma lei subjacente, um invariante que, segundo Lebrun, “designa justamente uma correspondência tão ampla – entre dois conteúdos, entre duas séries – que uma simples inspeção das imagens não poderia deixar supor”12. Não no sentido de uma fidelidade a 10 Leibniz, Carta de 9 de Outubro de 1687, pp. 180-181. Id, Novos ensaios sobre o entendimento humano, II, 8, §13 12 Lebrun, G. A noção de “semelhança” de Descartes a Leibniz, In: A filosofia e sua história, p.440, 2006 Anais do Seminário dos Estudantes da Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar ISSN (Digital): 2358-7334 ISSN (CD-ROM): 2177-0417 IX Edição (2013) 11 413 um original, a um modelo, como algo que precede essa correspondência. O invariante aparece apenas através do encadeamento das relações. Como afirma Leibniz em outro opúsculo: “Para a expressão de uma coisa em uma outra, basta que exista uma lei constante de relações pelas quais os elementos singulares da primeira possam ser relacionados aos elementos singulares que correspondem a eles na segunda”13. Podemos dizer que o círculo é tanto projeção da parábola quanto a parábola projeção do círculo. O que obtemos é a ordem única da relação entre ambos. É neste sentido que a geometria de um cego de nascença, que conhece as figuras apenas pelo tato, e a de um paralítico, que a conhece apenas pela vista, deve ser rigorosamente a mesma, na medida em que ambos devem necessariamente seguir as mesmas regras. “É necessário que essas duas geometrias se encontrem, concordem, e até voltem às mesmas ideias, embora não haja imagens comuns”14. Do mesmo modo, um cego de nascença pode conhecer perfeitamente as leis da ótica, enquanto dependentes das ideias distintas e da matemática, por mais que não possua nenhuma imagem que lhe permita dizer que é a luz ou a escuridão. A representação do objeto em nossa mente se torna assim um caso particular do conceito mais geral da expressão. De fato, Leibniz define a percepção na Monadologia como a representação passageira de uma multiplicidade em uma unidade. Ou, em outras palavras, como a representação da multiplicidade dos fenômenos na unidade da substância simples ou Mônada (aqui vale destacar que para Leibniz todas as Mônadas tem percepção, mesmo as ditas “Mônadas brutas”, que não são ligadas a um corpo orgânico). Todas as Mônadas são como um espelho perfeito do universo. Sendo criadas por Deus, elas o expressam, e ao o expressarem, expressam ao mesmo tempo a totalidade da Criação. E se todas as Mônadas percebem o mesmo universo, o que individualiza essas percepções é o ponto de vista que cada uma delas tem com o todo. Assim como uma mesma cidade é representada de modo diferente dependendo da posição daquele que a enxerga, cada Mônada tem um ponto de vista único desse mesmo universo. Esta analogia entre a visão da multiplicidade e o ponto de vista é fundamental para a compreensão da constituição do conhecimento na filosofia leibniziana. A Mônada é a única verdadeira unidade do sistema leibniziano. Ela é como que um ponto metafísico ou de substância, e é a partir dela que o ponto do ponto de vista deve ser 13 Leibniz, [Sur le principe de raison], In: Opuscules et fragments inédits de Lebniz (edité par L. Couturat), p.15, 1903 14 Id, Novos ensaios sobre o entendimento humano, L.II, Cap.IX, §8 Anais do Seminário dos Estudantes da Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar ISSN (Digital): 2358-7334 ISSN (CD-ROM): 2177-0417 IX Edição (2013) 414 compreendido. Tudo que é visto a partir de um ponto de vista tem uma perspectiva que lhe é própria, e é aqui que a teoria da percepção se desdobra em um modelo geométrico. Em uma carta a Des Bosses, Leibniz escreve: “a diferença que existe entre a aparição dos corpos para nós e a sua aparição para Deus é de mesma ordem que há entre a cenografia e a iconografia, pois as cenografias são diversas em função do situs do espectador, mas a iconografia ou representação geométrica é única”15. A nossa percepção do todo é então marcada pela perspectiva a partir do qual o conhecemos. Desse modo, a mesma perspectiva que, para Descartes, era um sinal da dessemelhança entre a imagem sensível e a ideia que temos da coisa no intelecto, é para Leibniz parte constitutiva do nosso intelecto16. Assim, podemos falar que na perspectiva há uma desfiguração que vai ao ponto de esconder a semelhança. Uma anamorfose levada ao extremo que faz a identidade real se apresentar como uma aparente alteridade. Em outras palavras, por mais que não haja imagens comuns, que não haja uma semelhança intuitiva, pode-se dizer que existe uma relação harmônica entre os incomensuráveis, como entre a reta e a curva, o corpo e a alma, as ideias da cor e da dor e suas causas. Assim, podemos dizer que embora não haja aparentemente nenhuma semelhança entre o movimento do ferro na carne e o sentimento de dor, se nos voltarmos às partes insensíveis de nossas percepções sensíveis, há a certeza de encontrar uma semelhança da mesma natureza daquela que une o círculo a suas projeções. Como explica Teófilo a Filaleto: “É verdade que a dor não se assemelha ao movimento de uma agulha, mas pode muito bem assemelhar-se a movimentos que esta agulha produz no nosso corpo, e representar tais movimentos na alma, como não duvido que em absoluto que o faça”17. Não há, em última análise, semelhanças ou símbolos totalmente arbitrários. Desse modo, a noção de semelhança é generalizada. Para haver semelhança entre a coisa e nossa representação dela, Leibniz exige apenas que se mantenha uma 15 Id, 5 de fevereiro de 1712. “A mesma coisa pode ser representada diferentemente; mas deve sempre haver uma relação exata entre a representação e a coisa, e por consequência, entre as diferentes representações de uma mesma coisa. As projeções de perspectiva, que projetam no círculo as seções cônicas, nos fazem ver que um mesmo círculo pode ser representado por uma elipse, por uma parábola e por uma hipérbole, e até mesmo por um outro círculo, por uma linha reta e por um ponto. Nada parece tão diferente nem tão dissemelhante que essas figuras, e entretanto há uma relação exata de cada ponto a cada ponto. Também é preciso admitir que cada alma representa o universo a si mesma segundo seu ponto de vista e por uma relação que lhe é própria, mas aqui uma perfeita harmonia subsiste sempre”. Id, Essais de Theodicée, §357. 17 Id, Novos ensaios sobre o entendimento humano, II, 8, §15 Anais do Seminário dos Estudantes da Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar ISSN (Digital): 2358-7334 ISSN (CD-ROM): 2177-0417 IX Edição (2013) 16 415 certa analogia entre os elementos, uma invariabilidade qualquer na relação. Mas aqui a analogia deve ser entendida em um sentido bastante específico: ela é o que permanece invariável de alguma forma, e a identidade é a totalidade das variações. Por mais que haja sempre algum elemento diferente, seja ele qual for, há também sempre um algum elemento conservado na correspondência das relações. A expressão, ao garantir a regra ou lei comum da correspondência, como a do círculo e de sua projeção, conserva sempre uma relação mínima. E é precisamente esta relação mínima que garante sempre a identidade. Se algo é conservado, a regra comum da relação também o é. É a partir disso que podemos entender a máxima leibniziana de que todo o efeito integral representa a sua causa plena, pois qualquer efeito é uma expressão de sua causa, e disso se segue que ele traz em si a regra ou lei que a relaciona com sua causa. A causalidade se torna apenas um caso particular dessa variação da ordem geral da correspondência expressiva ou representativa. Desse modo, “pela simples contemplação dos modos daquilo que exprime podemos chegar ao conhecimento das propriedades correspondentes da coisa a ser expressa”18. Assim, não faz mais sentido falar em uma diferença de gênero entre a imagem que recebemos pelos sentidos e a imagem propriamente intelectual que é a ideia. Pelo contrário, tanto a representação sensível de um objeto quanto a sua representação inteligível são, para Leibniz, diferentes expressões de uma mesma relação expressiva. Por isso, apesar das acusações de um idealismo extremado, Leibniz nunca recusou as descobertas da ciência experimental de seu tempo e, pelo contrário, foi um grande leitor dos químicos, anatomistas e cientistas naturais de seu tempo, cujas pesquisas foram por ele comentadas e integradas em seu pensamento. 18 Id, O que é a ideia, In : Os pensadores, p.165. Anais do Seminário dos Estudantes da Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar ISSN (Digital): 2358-7334 ISSN (CD-ROM): 2177-0417 IX Edição (2013) 416 BIBLIOGRAFIA: LEIBNIZ, G.W. Discours de métaphysique et correspondance avec Arnauld. Ed. G. Le Roy. Paris: J. Vrin, 1966. ________. Obras Escolhidas. In: Os Pensadores, São Paulo: Abril Cultural, 1980. ________. Die philosophischen Schriften. Herausgegeben von C. I. Gerhardt. Berlin, Weidmann, 1875-85, 7 vols. DESCARTES, R. Oeuvres de Descartes. Publiées par C. Adams e P. Tannery. 11 vol. Paris: Vrin, 1971. LEBRUN, G. A noção de “semelhança” de Descartes a Leibniz, In: A filosofia e sua história, São Paulo: Cosac Naify, 2006. SERRES, M. Le Système de Leibniz et ses Modèles Mathématiques. Paris: PUF, 2008. Anais do Seminário dos Estudantes da Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar ISSN (Digital): 2358-7334 ISSN (CD-ROM): 2177-0417 IX Edição (2013)