Disciplina de Filosofia, I.E.E Olavo Bilac. Prof. estagiário: Marcelo Fischborn Aula 3, Unidade 1, 19 de Maio de 2011. AVALIAÇÃO: na próxima aula – 26 de Maio – haverá uma avaliação sobre os conteúdos da primeira unidade. Ela será composta de questões objetivas e uma dissertação orientada sobre ambiguidade e vagueza. A avaliação será individual e o material de aula poderá ser consultado. AMBIGUIDADE E VAGUEZA II: Cantada: Ele: – Moça, eu nunca tirei o olho de você! Ela: – Sorte minha, não é? Se não eu ficaria cega! Na aula: Professora: – Qual é o futuro de roubar? Joãozinho: – Ir para prisão. Nos casos acima, o caráter cômico das respostas se deve à maleabilidade que por vezes as expressões que usamos para nos comunicar apresentam. Em ambos os casos há uma falta de precisão na formulação das frases. No primeiro caso, a expressão “tirei o olho” é ambígua: ela tem mais de um significado ou interpretação aceitável. Assim, há um sentido mais literal em que o verbo “tirar” significa extrair algo, arrancar. O outro sentido que podemos atribuir a essa expressão, mais metafórico, é aquele em que “não tirar o olho” significa algo como prestar atenção ou ficar olhando o tempo inteiro. No segundo caso, por outro lado, a ambiguidade está em podermos tanto usar verbo “roubar” como mencioná-lo. O uso desse verbo tem o sentido de cometer um crime, fazer algo. Sua menção, por outro lado, serve para que tomemos a expressão enquanto um objeto linguístico – neste caso um verbo que pode ser conjugado em vários tempos, pessoas etc. VERDADE, FALSIDADE E Considere as seguintes afirmações: 1: Todos os casos de aborto são moralmente errados. (Asserção Universal Afirmativa) Como poderíamos convencer alguém de que essa afirmação é falsa? Regra: …............................................................................................................................................................ Exemplo: …............................................................................................................................................................ 2: Nenhum mamífero voa. (Frase Universal Negativa) Quando ela é falsa? Regra: …............................................................................................................................................................ Exemplo: …............................................................................................................................................................ A VERDADE E FALSIDADE DE FRASES AMBÍGUAS: “Todas as mangas têm caroços” é verdadeira ou falsa? Diante dessa pergunta ficamos oscilantes. Alguém poderia ficar tentado a dizer que essa frase é falsa e verdadeira. Ela parece ser obviamente falsa, pois sabemos que mangas de roupas e mangas de molhar o jardim não têm caroços. Mas, por outro lado, se estivéssemos nos restringindo à fruta, parece que todas elas têm, sim, caroços e, portanto, a frase seria verdadeira. Essa oscilação pode ocorrer em muitos outros casos, como por exemplo: “Juliano estava colando na prova de artes” (“colar” tem o sentido de grudar e o de fraudar. Se Juliano fez apenas uma dessas coisas, então se poderia dizer que a frase é verdadeira num certo sentido e falsa no outro). Assim, em casos de ambiguidade, pode parecer que uma certa frase ou afirmação é verdadeira e falsa ao mesmo tempo. Essa aparência pode ser eliminada no momento em que esclarecemos que a frase é ambígua e tem mais de um sentido: ela pode ser verdadeira em um sentido e falsa em outro sentido. A VERDADE E FALSIDADE DE FRASES VAGAS: “João, que têm 1,81m de altura, é alto” é uma afirmação verdadeira ou falsa? Nossa dificuldade aqui é que o qualificativo “alto” não tem um significado muito preciso. Essa palavra é vaga, e por isso não é muito claro se ela se aplica a uma pessoa de 1,81 metros ou não. Para resolver esse problema de vagueza poderíamos, talvez, tentar tornar mais precisa essa frase. Poderíamos dizer, por exemplo, que João não é alto em relação a jogadores de basquete profissionais, mas que, por outro lado, pode ser considerado alto em relação à estatura média das mulheres brasileiras. Entretanto, é importante frisar que o caso aqui é diferente da ambiguidade. Aqui não temos vários significados para uma mesma expressão, mas um único significado que não é muito preciso ou delimitado. Termos vagos apresentam casos-borda, isto é, casos intermediários em que não é claro se algo é A ou não é A – onde “A” é um termo vago. O QUADRADO DE OPOSIÇÕES: 3: Alguns peixes não têm escamas. (Frase Particular Negativa) Como poderíamos convencer alguém de que essa afirmação é falsa? Regra: …............................................................................................................................................................ Exemplo? …............................................................................................................................................................ 4: Alguns livros têm índices. (Frase Particular Afirmativa) Quando ela é falsa? Regra: …............................................................................................................................................................ Exemplo: …............................................................................................................................................................