••• • ••• IIpC)R,TO FEUP - FACULOAOE Df ENC'::ENHAII14 U'NIV~RS:IIDIt(l;!: 00 PORTO il,stitutodclI::ol,struç::êio NÚCLEOS GEQUAL TEC/LESE Rua Dr. Roberto Frias, Edf. G, 4200-465 Tel: 22 508 1856/ Porto Fax: 22 508 1940 NIF: 502 164654 Parque Escolar, E.P.E. Escola Secundária do Padrão da Légua Patologias existentes nos edifícios O, E e F Análise das condições de segurança Parecer técnico I· Ref. a GC 30/2013 Este documento é constituído por esta folha de rosto e 18 páginas. A sua circulação e divul2.cação dependem da autorização expressa da Parque Escolar, E.P.E. e limitar-se-á as acções relacionadas com o âmbito que presidiu à sua elaboração. IC • Abril 2013 Parecer técnico Escola Secundária IC/Gequaltec/LESE do Padrão da Légua / Patologias dos edifícios - Ref. GC 30/2013 I Análise das condições de segurança de utilização Índice 1. INTRODUÇÃO 1 2. INFORMAÇÃO DE BASE 1 3. DESCRiÇÃO SUCINTA DA OBRA 1 3.1. Enquadramento 1 3.2. Edifícios 4 4. D,E e F PATOLOGIAS OBSERVADAS E POSSíVEIS CAUSAS 10 4.1. Edifício D 10 4.2. Edifícios 11 Ee F 4.3. Análise das causas 14 .~~;::~.:-:. S. ~"~••.. \~E SUC\"1 ~ O~~ CO"O\ÇÕE~OEI4t~'.t\zAÇ~O ~ 1. 5 ! .~ 5.1. Segurança Estrutural 15 5.2. Segurança na Utilização 15 6. CONCLUSÕES 16 Parecer técnico Escola Secundária IC/Gequaltec/LESE do Padrão da Légua / Patologias - Ref. GC 30/2013 dos edifícios / Análise das condições de segurança de utilização 1. INTRODUÇÃO O presente relatório vem na sequência da solicitação da Parque Escolar, E.P.E., ao Instituto da Construção (IC) da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), para realizar um parecer técnico relativo às patologias existentes, designadamente fissurações e movimentos atípicos nas juntas de dilatação, dos edifícios D, E e F da Escola Secundária do Padrão de Légua e avaliação das condições de segurança de utilização. O parecer fundamenta-se em informação de base existente no processo de empreitada de requalificação da ES do Padrão da Légua, disponibilizado no ProNIC - Protocolo para a Normalização da Informação Técnica na Construção e em testemunhos recolhidos pelo IC em 2 visitas realizadas nos dias 6 de Março e 10 de Abril de 2013, nomeadamente através de registo fotográfico. Nestas visitas deslocaram-se ao local os representantes do IC (la visita - Eng.Ps Rui Sousa e Pedro Mêda, 2a visita - Prof.s António Arêde e Nelsou Vila Pouca) que foram acompanhados por elementos do conselho diretivo da escola e por um funcionário. O IC analisou as condições de segurança existentes nos referidos edifícios. Tendo como base os elementos existentes, os elementos recolhidos e o carácter da obra é apresentada uma análise das condições de segurança estrutural e de utilização, bem como recomendações a implementar durante o período transitório até se dar início à segunda ~~~ps trabalhos. 2. INFORMAÇÃO DE BASE Foram consultados na aplicação ProNIC, os elementos constantes do processo de requalificação da referida escola, designadamente: • Peritagem do existente e avaliação estrutural • Ficha de caracterização da obra • Planta de localização • Planta topográfica e levantamento fotográfico do existente • Estudo geológico e geotécnico • Faseamento construtivo • Peças desenhadas Foi ainda realizada uma reportagem fotográfica que incidi~ sobre as patologias existentes e sobre o estado geral de conservação dos edifícios. 3. DESCRIÇÃO SUCINTA DA OBRA 3.1. Enquadramento A obra corresponde a um empreendimento escolar inserido no terceiro período das construções escolares, tendo sido inaugurado em 1981. Encontra-se implantado num lote com 22.624,00 m2, com uma área de implantação de 4.252,00 m2 e uma área bruta total aproximada de 7.720,00 m2. Este empreendimento, antes da intervenção, era composto por seis edifícios. Um edifício administrativo localizado junto à entrada da escola e à cota mais baixa (Edifício A), dois edifícios destinados a funções letivas com 2 pisos, situados à cota mais alta (Edifícios F e E), um pavilhão desportivo (Edifício D) e dois edifícios destinados a oficinas (Edifícios B e C) situados a uma cota intermédia. Neste nível localizam-se ainda dois espaços destinados a campo de jogos. A Figura 1 ilustra a situação descrita. Página 1 Parecer técnico Escola Secundária A IC/Gequaltec/LESE do Padrão da Légua / Patologias dos edifícios - Ref. GC 30/2013 / Análise das condições de segurança de utilização S"''''a"ía, ars::çâq Po!val!!rt~liefe.'i6!io B C D E F Fig.1 - Planta geral do empreendimento escolar antes da intervenção A requalificação do empreendimento será objeto de intervenções faseadas, prevendo-se 2 fases distintas. A primeira fase prevê a demolição dos edifícios administrativo e oficinas (A, B e C) e a realização de uma escavação do nível intermédio do terreno colocando-o ao nível da cota mais baixa. Esta escavação desenvolve-se até à periferia dos edificios destinados às funções letivas e do pavilhão desportivo (Edifícios D, E e F), sendo realizada uma cortina de estacas com ancoragem para sustentação terreno. No espaço livre será construído um novo edifício que interligará com os existentes a remodelar (Edifícios D, E e F). Página 2 Parecer técnico Escola Secundária IC/Gequaltec/LESE do Padrão da Légua / Patologias dos edifícios - Ref. GC 30/2013 / Análise das condições de segurança de utilização Planto cercr oe teccvccõc e ccnteoçõc Peritêrrco Fig.2 - Planta da obra com indicação aproximada dos limites da zona escavada e localização da cortina de estacas ancorada A segunda fase prevê a intervenção nos edifícios D, E e F. Está definida uma remodelação das instalações existentes caracterizada pelo reordenamento dos espaços, beneficiação dos revestimentos interiores e exteriores, manutenção das condições estruturais, ou seja a manutenção da estrutura existente com algumas alterações pontuais, e remodelação integral das infraestruturas elétricas, de telecomunicações e de águas e esgotos. A intervenção encontra-se na fase 1. Foram realizados os trabalhos de demolição dos edifícios A,B e C, de escavação e de construção da parede de contenção. À data das visitas, o novo edifício encontra-se em construção, estando a realizar-se a estrutura de betão armado (Fig.3). Página 3 Parecer técnico IC/Gequaltec/LESE Escola Secundária do Padrão da Légua / Patologias - Ref. GC 30/2013 dos edifícios / Análise das condições de segurança de utilização Fig.3 - Vista parcial da construção em curso numa zona adjacente ao edifício E 3.2. Edifícios D,E e F Estes edifícios são constituídos maioritariamente por salas de aula, casas de banho, arrumos, zonas de circulação nos pisos e um pátio interior no piso térreo. Os edifícios E e F possuem uma forma e volumetria semelhantes, tendo um contorno aproximadamente quadrada com 30 metros de lado, possuindo um piso térreo e 2 pisos elevados. Página 4 Parecer técnico Escola Secundária do Padrão da Légua I IC{Geo.ualtec{lESE Patologias dos edifícios - Ref. GC 3G{2GB I Análise das condições de segurança de utilização Fig.4 e 5 - Vista parcial do exterior e do interior do edifício F Página 5 Parecer técnico IC/Gequaltec/LESE - Ref. GC 30/2013 Escola Secundária do Padrão da légua / Patologias dos edifícios / Análise das condições de segurança de utilização De acordo com a informação de base, a estrutura é constituída por pórticos e lajes de betão armado. Os pilares apresentam dimensões próximas dos 0.25xO.50 m2 e as vigas dimensões variáveis, em função da localização no edifício (interior/fachada), vencendo vãos da ordem dos 2,00 m a 2, 50 m. Estas últimas dão apoio a lajes com espessuras variáveis da ordem dos 0,25 a 0,30 m. Não foi possível averiguar se as lajes dos pisos são maciças ou aligeiradas, ou se existem ambas soluções. Os revestimentos de piso interiores são realizados com ladrilhos cerâmicas colados. Existem duas juntas de movimento em todo o desenvolvimento dos edifícios, subdividindo-os em três corpos, sendo estas juntas visíveis ao nível das lajes (Fig.5 e Fig.6). ===== ~ ~ ~ ==' ~ ~ ="'" _ ... _--. - -- -- -""---= = = = = ~ - - ~ ~,'!"'I"I,~- 191i #Wn -~----- ~-_. = = == "" • ~ n n n i ~ Fig.6 - Planta genérica com indicação da localização aproximada das juntas de movimento existentes nos edifícios E e F Página 6 Parecer técnico IC/Gequaltec/LESE - Ref. GC 30/2013 Escola Secundária do Padrão da Légua / Patologias dos edifícios / Análise das condições de segurança de utilização Fig.7 - Pormenor de uma junta de movimento visível ao nível das lajes o edifício destinado a pavilhão desportivo (Edifício D) possui geometria retangular com desenvolvimento de aproximadamente 40x22m. Numa das zonas laterais tem um anexo (a demolir) destinado aos balneários. Fig.8 - Vista parcial do exterior e interior do edifício D o pavilhão é constituído uma estrutura porticada de betão armado preenchida por paredes de alvenaria. De acordo com a informação de base, os pilares possuem secções com dimensões próximas dos 0.32x0.47m e as vigas têm dimensões variáveis, vencendo vãos da ordem dos 5,00 m. Verifica-se um Página 7 Parecer técnico IC/Gequaltec/LESE - Ref. GC 30/2013 Escola Secundária do Padrão da Légua / Patologias dos edifícios / Análise das condições de segurança de utilização aumento da altura das vigas na proximidade dos pilares. A cobertura é inclinada (duas águas) e é constituída por asnas metálicas cobertas por chapas de fibrocimento. De acordo com os elementos existentes é suposto os edifícios (D,E,F) estarem assentes sobre fundações diretas em betão armado. No entanto, apesar de não terem sido obtidos dados escritos adicionais, aquando da 2a vista ao local pelos técnicos do IC, Prof. António Arêde e Prof. Nelson VilaPouca, foi transmitida verbalmente, pela senhora vice-diretora da escola e pelo funcionário que a acompanhava, que durante a execução da obra (inicial) teria sido despendida uma grande verba na execução das fundações dos edifícios E e F devido a problemas encontrados com o solo. Esta informação faz suspeitar que se tenha recorrido a fundações profundas, face ao tipo de solo realmente presente. Esta hipótese parece coerente com a caraterização atualmente disponível do solo de fundação nestes locais, que, de acordo com o relatório geológico-geotécnico que consta do processo (ensaio SPT S 11 e SI0), é constituído por várias camadas de solo d~enatureza diversa (Fig.9 e Fig.lO) mas pouco adequadas para fundações superficiais. De facto, a admitir que as fundações dos edifícios E e F fossem superficiais, e embora não tenha sido possível confirmar a respetiva cota de fundação, é razoável considerar-se que as fundações estariam assentes a uma profundidade entre os 2 a 3 m onde o número de pancadas do ensaio SPT (NSPT) varia entre 8 e 21. Embora o 2° estrato (areia média a grosseira) apresente um NSPT razoável para os edifícios em causa, não deve ~l'lb.enosprezada a presença de um estrato subjacente com menor resistência e em presença do nível freátict5:··ri~mazona situada entre os edifícios E e F. Assim sendo, é de admitir que, aquando da construção, se tenha encontrado deficientes condições de fundação e se tenha avançado para a realização de estacas. Este é um aspeto que, não tendo podido ser confirmado com os dados fornecidos, seria conveniente clarificar a fim de melhor suportar as considerações aqui tecidas. GE@-FUM0 ® Perfuração: Rotação Inclinação: Vertical Amostrador: T286mm Obra 267 Escola Sec.Padrão da Légua A400,Lda Cota da boca do furo: 103.35m Cota nível de água: 98.35m " -c -c " '6 ..;::c ~ "'0 ee 'õb o Õ .r; a r;:; "' •... 'f';l" 1[6 ~ l::I '" e ~~ .!l <> < E rll AI ~I ~ pág.\ de I o Q') ~< ~ z 't:l t~ tI)~ ::-2 P" Areia mMi.a a llrmseirn de cor aeastnnhada, urgilos.n. Apte~a seixos rol'.II1osdo dimensão mãxlma ()bscrY~ 1 de zcm. 4 S ym Salo: residual de cor acasmohado, de:nparência acenosílloso a ;ugiloso. Gnmito caulinizadc, esbranqutçado ,..7 I 20 40 o 20 40 60 80 100 "" rOt;;; 7 ~ 8(3+51 ~~ 7 21(11+101 ~ 7(3+4) :2 4 13(6~7) ~~ 21(8~13l 0% 0% ~4 Sr 6 preto- % de RQD I 2 ) %RQDe%Re<: castanho- (lc de recuperação s o Pólvimemo betuminosc, Aterro heleros~rteo de gênese nem seíectl \I.tI..! se M ercnesillOSOS Com Iragmemos de rocha Idimensüc m~imu oos:ervad:l de &-m.}. Data Início: 12-06-2010 Data Fim: 12-06-2010 Sondador: Sr.Dolbin Ensaio de SPT Numero de Pancadas ., ,l;\ "" "'O J:'" Descrição Litológica 'Z! I~ SONDAGEMW Sll/Pz /. dCCO•.'1pMIO com nódulos de cor ac;&St.anJmdQ 11. Oesilgrcp •.se com urenc-siltosa D argilosa. ~ W5 ,..5 -6 biOlÍlicos. 3 mão num sele de apílrl!n.eia , 0% 0% -7 "'5 -8 "'9 9 ~ 4 3 Pz ~p 47% ~ li"l- Fig.9 - Caraterização do solo numa zona próxima dos Edifícios E e F Página 8 I'arecer técnico K/Gequa\tec!LESE - Ret. Gc. 30/2013 Escola Secundária do Padrão da Légua I Patologias dos edifícios I Análise das condições de segurança SONDAGEM N° 510 Perfuração: Rotação I@\_RUM.t;\®Inchnação:vertical ~ ,J. '" ~ Amostrador: f-,:o-:---:-::-:=-----------==--! T2 86mm Obra 267 Escola Sec.Padrão da Légua Cota da boca do furo: 100.03m A400, Lda Cota nível de água: - GE Descrição oág.l 1020304050 At P" ytTI de I Data Início: 14-06-2010 Data Fim: 1.4-06-2010 Soridador: Sr.Dolbin Ensaio de SPT Numero de Pancadas Litológica %RQDe%Rec castanho% de recuperação preto- % de RQD 20 100 7% hct~~~~~~~~~j~~~"'~~;;;~"""'~~,,';,"',i~,,~~~~~~i:;;,v""n'''',:;;ol"'O"' ;;;""';;;"""IO"~ \Aterro siUosos com fragmcmos de rocha (dimcnsOo observadôl de 3cm). de utilização máxima Areia média a grosseiro de cor~h:lda. argilosa. Apresenta seixos rolados de dimcnsôo máximo observudn de 2em. 4 13(6+7) Granito cnufinizudo, decomposto de cor acastanhado ti WS csbranqutçcdo com nódulos bíoutícos. Desagrcgu-sc com a mão num solo de aparência areoo-sínosa a argilosa ...•• 5 21(8+13) 7 3203+19} 1-5 3 16(6+10) =10 "27% =21 33% 1=:zz 40% i=' pc. 40% 1-7 8 4 t(15+26) I- 10 I-H-+-I-+-I la t=- 11 ~It 1:-12 ~12~~~ Fim ele sondagem. ~~~~~~14 ~ 15 60(36+24) 25cm 60(26+34) 26crn 15 60(28+32) 25cIll 1=f:z, 33% ---··1··-- <Z 20% b2 20% -----e-e- 11-1 I 1-1,-1 ~13 Fig.l0 - Caraterização do solo numa zona próxima do Edifício D Página 9 Parecer técnico IC/Gequaltec/LESE - Ref. GC 30/2013 Escola Secundária do Padrão da Légua / Patologias dos edifícios / Análise das condições de segurança de utilização 4. PATOLOGIAS OBSERVADAS E POSSÍVEIS CAUSAS 4.1. Edifício D O edifício apresenta no interior algumas fissuras de dimensão desenvolvendo-se transversalmente a este elementos (Fig.ll e 12). reduzida, sobretudo nas vigas, Fig.ll e 12 - Exemplo de fissuras observadas em algumas vigas do edifício D a fachada oltada a Nordeste, na zona de intersecção dos pilares com uma cale ira em betão para a nagem de águas pluviais observaram-se sinais de fissuração da caleira (Fig.13). Página 10 Parecer técnico IC/Gequaltec/LESE Escola Secundária do Padrão da légua / Patologias - Ref. GC 30/2013 dos edifícios / Análise das condições de segurança de utilização Fig.13 - Fissuração da cale ira exterior na proximidade dos pilares 4.2. Edifícios E e F As patologias identificadas são semelhantes em ambos os edifícios, observando-se uma maior incidência no edifício E. Foram identificados sinais de destacamento dos revestimentos nas zonas interiores de circulação dos pisos elevados, e sinais de fissuração em algumas paredes interiores e exteriores de alvenaria. Pelo que foi possível observar, não foram detetados sinais de fissuração nos elementos estruturais. Relativamente aos revestimentos de piso, os sinais de destacamento ocorrem nas zonas próximas das juntas de movimento e em zona corrente (Fig.15) e (Fig.16). Nas paredes as fissuras ocorrem em locais próximas das juntas de movimento, não sendo contudo uma anomalia generalizada (Fig.14). Parecer técnico IC/Gequaltec/LESE Escola Secundária do Padrão da Légua / Patologias - Ref. GC 30/2013 dos edifícios / Análise das condições de segurança de utilização Fig.14 - Exemplos de fissuras em paredes interiores e exteriores Fig.15 e 16 - Exemplos de sinais de destacamento nos revestimentos existentes nos pisos elevados Página 12 Parecer técnico IC/Gequaltec/LESE - Ref. GC 30/2013 Escola Secundária do Padrão da Légua / Patologias dos edifícios / Análise das condições de segurança de utilização Por outro lado, observou-se sinais percetíveis de deslocamentos na zona das juntas de movimento que embora não sejam muito expressivos, provocaram alguns danos localizados nos elementos construtivos adjacentes (Fig.l7 a 20). Fig.17, 18 e 19 - Sinais de deslocamentos nas juntas de movimentos e exemplos de alguns danos observados nos elementos adjacentes Foram colocados dois testemunhos (um em cada junta) no último piso dos dois edifícios (total de 4 testemunhos) para monitorização dos deslocamentos das juntas de movimento, durante a execução do novo edifício adjacente. Na altura da visita, observou-se deslocamentos nas direções paralela e perpendicular às juntas de movimento da ordem dos 3 a 5 mm. Fig. 20 - Exemplo dum testemunho colocado nas juntas de movimentos Por outro lado, de acordo com os relatos dos representantes da escola estes deslocamentos foram mais expressivos na fase inicial dos trabalhos (sensivelmente correspondente na altura execução da escavação e cortina de estacas). Página 13 Parecer técnico IC/Gequaltec/LESE Escola Secundária do Padrão da légua / Patologias - Ref. GC 30/2013 dos edifícios / Análise das condições de segurança de utilização Nos pavimentos das zonas exteriores limítrofes aos edifícios D, E e F observaram-se sinais de fissuração nos revestimentos existentes, nomeadamente nas zonas mais próximas da cortina de estacas. Estas fissuras desenvolvem-se paralelamente ao desenvolvimento da referida obra de contenção (Fig.21). Embora os sinais sejam evidentes, contudo a largura das fissuras é pouco expressiva. De acordo com os relatos dos representantes da escola estas fissuras não existiam, surgindo durante o início dos trabalhos da fase 1. Fig.21 - Exemplo de fissuração nos revestimentos de piso exterior adjacente aos edifícios D, E e F (à direita) Por fim importa reportar que, aquando da 2a visita ao local, foi observado que recentemente tinha ocorrido uma cedência localizada do pavimento térreo entre os edifícios E e F na sua parte traseira. Essa cedência, manifestada pela abertura de uma expressiva cavidade de cerca de 1m de diâmetro, evidenciou uma camada terrosa de fraca qualidade e com claros sinais de existência de percolação de águas que provocam lavagem de finos e desagregação do solo. Embora não seja plausível alguma relação desta ocorrência com os danos observados nos edifícios E e F, importa não descurar a sua existência que faz suspeitar da existência de águas perdidas que vão desagregando o solo sob os pavimentos exteriores. 4.3. Análise das causas As fissuras existentes nos edifícios são associáveis ao assentamento do terreno resultante dos trabalhos realizados na fase 1, sendo este assentamento percetível pelas juntas de movimento, bem como pelos sinais de destacamento dos revestimentos dos pisos ou pela fissuração de algumas paredes na proximidade das juntas. Admite-se que a escavação do terreno, a execução da cortina de estacas numa zona muito próxima da periferia dos edifícios e a realização das correspondentes ancoragens possam ter originado a dessolidarização/descompressão temporária e localizada do terreno adjacente, provocando assentamentos diferenciais às fundações dos edifícios em análise. Página 14 Parecer técnico IC/Gequaltec/LESE Escola Secundária do Padrão da légua I Patologias dos edifícios - Ref. GC 30/2013 I Análise das condições de segurança de utilização Por outro lado, julga-se que estes assentamentos terão tendência para estabilizar para níveis cada vez menores, inclusivamente porque na atual situação, o maciço sobrelevado onde se encontram implantados e fundados os edifícios E e F, se encontra porventura em melhores condições de confinamento lateral (graças à cortina de estacas) do que anteriormente. No entanto, no que diz respeito ao destacamento dos revestimentos interiores dos pisos elevados em zona corrente, não é claro se foi provocado pelos motivos apresentados, ou se foi provocada por uma utilização mais intensiva dos pisos por parte dos utentes, ou seja, decorrentes de sobrecargas de utilização mais elevadas que podem gerar deformações incompatíveis entre as lajes e os revestimentos aplicados. Este aspeto pode ser agravado pelo fato dos revestimentos de piso já possuírem algum tempo de vida útil (cerca de 30 anos). 5. ANÁLISE SUCINTA DAS CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO 5.1. Segurança Estrutural Do ponto de vista de segurança estrutural, os danos encontrados afiguram-se concordantes com o que pode ser expetável no tipo de estrutura dos edifícios em causa (em particular o E e F) face aos trabalhos que os circundam. As juntas de contração/dilatação existentes entre os vários corpos de cada edifício desempenharam a sua função (nos locais onc$gtór;un bem materializadas), tendo permitido acomodar movimentos sem induzir danos nos elementos estruturais. Acresce que os movimentos dessas juntas foram reduzidos e perfeitamente compatíveis com o tipo e dimensões da estrutura porticada, pelo que não se afigura risco de segurança estrutural decorrente dos trabalhos até agora realizados. Além disso a realização da cortina de contenção poderá ter contribuído para um melhor confinamento lateral do maciço onde estão fundados os edifícios E e F, pelo que não é expetável qualquer agravamento dos danos observados até ao presente. Assim, os danos estruturais encontrados não se afiguram de molde a colocar em causa a segurança de pessoas e bens e admite-se que já estejam estabilizados. .•_!~ . 5.2. Segurança na Utilização Esta análise destina-se a avaliar a compatibilidade dos danos observados com a utilização dos edifícios, de forma a prevenir a ocorrência de acidentes com os utentes. Em geral, os danos observados em obra não colocam em. causa a segurança na utilização dos edifícios. Julga-se que não haverá ocorrência de danos significativos a curto prazo, pelo que se encontra assegurada, pelo menos temporariamente; a segurança na utilização dos edifícios até à realização das obras de remodelação previstas para a fase 2. Por outro lado, as anomalias devem ser objeto de reparação na fase 2, dado que o efeito estético e o conforto visual que estes danos provocam são evidentes e pouco ompatíveis com a utilização do edifício. ~or ú\úmo, sub\inn.a-se a\guma preocupação re\aúvamente aos sinais ôestacamento ôos revestimentos de piso. Esta anomalia pode provocar a queda de fragmentos ou o tropeçar dos utentes, pelo que se recomenda a inspeção dos pisos para encontrar ladrilhos soltos, os quais devem ser retirados. De forma a permitir a circulação mais segura dos utentes até à realização das obras de remodelação previstas para a fase 2, o piso deve ser nivelado nos locais onde não existam ladrilhos, bem como na zona das juntas de movimento. Página 15 Parecer técnico IC/Gequaltec/LESE - Ref. GC 30/2013 Escola Secundária do Padrão da légua / Patologias dos edifícios / Análise das condições de segurança de utilização 6. CONCLUSÕES De acordo com as informações disponíveis, os edifícios em análise (D, E e F) não sofreram intervenções de relevo desde a sua inauguração na década de 80. Atendendo ao descrito, considerando o uso intensivo a que estão sujeitos e as anomalias observadas, os edifícios apresentam um estado de onservação médio/suficiente. Atendendo ao tipo de utilização dos edifícios e ao fato de se tratar de uma utilização provisória no tempo até ao início da nova fase de intervenção (fase 2), conclui-se que as patologias verificadas não evidenciam um risco substancial para a segurança estrutural e segurança na utilização. Contudo, para este momento transitório, recomenda-se a implementação das seguintes medidas: - No âmbito da segurança na utilização: • Inspeção dos revestimentos dos pisos elevados (pisos 1 e 2 dos edifícios E e F), remoção de todos os elementos soltos (em zona corrente e nos rodapés), e nivelamento localizado dos pavimentos nas zonas com os revestimentos de piso removidos; • Colocação de pranchas metálicas sobre as zonas das juntas de movimento localizadas na proximidade da caixa de escadas, de forma a evitar o tropeçar dos utentes devido ao desnivelamento existente entre contíguos; • Condicionar a permanência dos alunos nesses pisos durante os períodos de intervalo, devendo ser privilegiado a ocupação dos espaços exteriores e do pátio interior localizado no piso térreo dos edifícios E e F; P~o~_. - No âmbito da segurança estrutural: ' • Continuar a monitorizar os possíveis movimentos estruturais dos edifícios E e F, porém recorrendo a instrumentos mais fidedignos do que os testemunhos que foram encontrados; • Tendo surgido dúvidas relativamente ao tipo de fundações dos edifícios E e F e estando previstas obras de reabilitação destes edifícios na 2a fase dos trabalhos, é fundamental confirmar-se esta questão. Recomendamos assim que sejam realizadas sondagens para a identificação das fundações destes edifícios no sentido de se confirmar o tipo de fundações (sapatas, estacas) e de se caracterizarem geometricamente estas fundações. Estas sondagens poderão ser realizadas quando se iniciarem os trabalhos nestes edifícios correspondentes à 2a fase devendo ser devidamente acompanhados pelo projetista da reabilitação que deverá confirmar as soluções definidas no projeto tendo em consideração a informação recolhida nestas sondagens. Refira-se ainda que os trabalhos executados na 1a fase para a realização da contenção junto ao edifício F poderá ter posto a descoberto as respetivas fundações no alinhamento adjacente à cortina de estacas, devendo cruzar-se esta informação com as sondagens que vierem a ser realizadas neste edifício. Página 16 Parecer . = :: - . ef. GC 30/2013 I Análise das condições . Escola Secundária do Padrão da Légua / Pa de segurança de utilização Por último sugere-se que na fase _ --:.:::.._.'-..•.. ....z;,c:...:L' realização duma intervenção geral das juntas de ;:""=::;:::::2:S C~~.aç1ões nas paredes interiores e exteriores, bem movimento, a reparação das hS;Sl!J;C:S e piso, respeitando as juntas de movimento como a colocação na totali existentes, bem como as deformações --.~~= e perante as sobrecargas de utilização. Porto, 24 de Abril de 2013. Os autores, .: .., FEep, IC / LESE) _.elson ila-Pouca ;-Auxiliar da FEUP, IC / LESE) ui Sousa (Eng.o Civil, TC / Gequaltec) Pedra Mêda (Eng.o Civil, IC / Gequaltec) Visto, .. G