Abertura do Entendendo o Carnaval debate transgressões e

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Pernambuco Nação Cultural
11/02/2009 - 15:20
Abertura do Entendendo o Carnaval debate transgressões e simbolismos da
festa
Mestres de cultura popular e estudiosos marcaram presença no encontro que discutiu os significados do período
momesco
Joana Pires
A tradição do Carnaval associa o período às fantasias, à sensualidade, aos blocos e às diversas expressões da cultura local. Mas é
necessário lembrar que a história construiu o Carnaval como um acontecimento cheio de simbolismos e significações. Essa
percepção norteou o primeiro encontro do Entendendo o Carnaval, realizado pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de
Pernambuco (Fundarpe), ontem (10), no Teatro Arraial.
Estiveram presentes diversos membros da cultura popular, além dos palestrantes Michel Zaidan, professor da Universidade Federal
de Pernambuco, Severino Vicente, pesquisador de frevo e do diretor teatral Quiercles Santana. O debate sobre a presença da
transgressão no período carnavalesco marcou as três explanações e estimulou a participação do público.
Em sua palestra, o professor Michel Zaidan apresentou o Carnaval como um período marcante na expressão popular. Pensando
nisso, ele questionou o conceito de multiculturalismo, admitindo a possibilidade dessa convivência de diversidade corromper as
tradições populares. "Unir as várias nações (de maracatu) sob a regência de um percussionista pode homogeneizar, pasteurizar
essas manifestações", afirma Zaidan.
A questão do Carnaval como momento em que se permite a perda de fronteiras entre as classes sociais esteve presente em todo o
debate. "Como rito da passagem, o Carnaval não pede licença", destaca Zaidan, afirmando tratar-se de uma festa explosiva,
libidinosa, em que afloram todos os instintos.
Atento a esse aspecto, o diretor teatral Quiercles Santana explorou as teorias de Mikhail Bakhtin, filósofo russo que criou o conceito
de carnavalização. Para Bakhtin, o Carnaval é o momento em que a ordem fica suspensa e as fronteiras entre ricos e pobres, feios e
bonitos se diluem. É no Carnaval que a expressão dos desejos chega ao seu ápice, e o deboche e a sátira são utilizados como
formas de expressão do riso.
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