54º Congressso Nacional de Botânica - 13 a 18 de julho de 2003 - Belém - Pará - Brasil DESENVOLVIMENTO MORFOLÓGICO DE ESPÉCIMES DE TABEBUIA CARAIBA (Mart.) Bur. EM SEU HÁBITAT NATURAL: O CERRADO DE EMAS. SOUSA, A.V.G. de1 & MORRETES, B.L. de2 1Professor Titular de Botânica da Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo (SP) e da Universidade Guarulhos, Guarulhos (SP); 2Professor Titular de Botânica da Universidade de São Paulo, São Paulo (SP). ([email protected]) Tabebuia caraiba (Mart.) Bur., de hábito arbóreo, cresce naturalmente no cerrado de Emas, Pirassununga; geralmente ocorrem vários espécimes próximos com quatro metros ou mais de altura. Para estudos in loco do comportamento de T. caraiba, foram feitas excursões mensais, durante 12 meses. Durante esse período, foram estudadas suas partes aéreas e subterrâneas. Os exemplares arbóreos impressionam pelo aspecto tortuoso do tronco e ramos recobertos de casca espessa, freqüentemente enegrecida pela ação das queimadas de inverno. A atividade cambial do tronco exerce pressão na casca, ocasionando um fendilhamento longitudinal, originando estrias de crescimento. As folhas palmaticompostas são de cor verde fosco, com 5 a 7 folíolos; no outono, entram em senescência, tornando-se amareladas, marrons, até a sua queda parcial ou total. Os folíolos são os primeiros a sofrerem abscisão, seguidos pelos peciólulos e pecíolo. No inverno, as árvores apresentam-se desprovidas das folhas. A florada ocorre no término do inverno ou início da primavera. As flores grandes, vistosas, com 5 pétalas amarelas, dispõem-se em inflorescências volumosas com cerca de 180 botões, na maioria viáveis. O cálice possui 5 sépalas cimbiformes. Tabebuia caraiba é constantemente visitada por formigas. Os frutos, cápsulas bicarpelares coriáceas de até 19 centímetros de comprimento, abrem-se por duas fendas, exibindo cerca de 92 sementes aladas, dispostas em duas fileiras, facilmente levadas pelo vento. A parte subterrânea consta de porções caulinar e radical. Do caule subterrâneo partem muitas raízes adventícias cujo diâmetro, na região da emergência, pode medir 5 milímetros; essas raízes apresentam dois padrões de comportamento: geotropismo positivo e geotropismo positivo e geotropismo negativo. Estas últimas crescem em direção à superfície do solo, estendendo-se paralelamente a ela, a cerca de 5 centímetros abaixo do solo, emitindo gemas. A presença de raízes gemíferas explica a concentração de vários espécimes muito próximos.