Edna Pereira Soares

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Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Engenharia Civil
Trabalho de Conclusão de Curso
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE INFILTRAÇÃO DOS
PAVIMENTOS DRENANTES
Autora: Edna Pereira Soares
Orientador: Profº. Msc. Haroldo Da Silva Paranhos
Brasília - DF
Junho/2014
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EDNA PEREIRA SOARES
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE INFILTRAÇÃO DOS PAVIMENTOS
DRENANTES
Trabalho apresentado a Graduação em Engenharia
Civil da Universidade Católica de Brasília, como
requisito de Aprovação no Trabalho de Conclusão
de Curso.
Orientador:
Profº. Msc. Haroldo Da Silva Paranhos
Junho/2014
3
Artigo de autoria de Edna Pereira Soares, intitulado “AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE
INFILTRAÇÃO DOS PAVIMENTOS DRENANTES”, apresentado como requisito parcial
para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil da Universidade Católica de Brasília,
em 09 de junho de 2014, defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada:
__________________________________________________
Prof. Msc. Haroldo Da Silva Paranhos
Orientador
Curso de Engenharia Civil – UCB
__________________________________________________
Profº. Dro. Redeci De Jesus Da Costa Farias
Examinador
Curso de Engenharia Civil – UCB
Junho/2014
4
DEDICATÓRIA
Dedico este artigo a minha família e familiares
que de várias formas me incentivaram ao
longo da graduação com amor, carinho e
confiança.
5
AGRADECIMENTOS
Primeiramente а Deus, pela permissão dessa realização, pois ao longo da minha vida
aprendi que ele não atende nossa vontade, e sim, nossas necessidades.
Ao professor e orientador Haroldo Paranhos, pela orientação, apoio е confiança, muito
obrigada pela oportunidade de elaborar este trabalho.
A todos os professores, que foram tão importantes na minha vida acadêmica e no
desenvolvimento desse trabalho.
A minha família e familiares, que de forma especial e carinhosa me deram força e
coragem, me apoiando nos momentos de dificuldade.
A todas as amigas e colegas de curso que estiveram presentes em minha trajetória
acadêmica compartilhando conhecimentos e conquistas.
Muito obrigada a todos.
6
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE INFILTRAÇÃO DOS PAVIMENTOS
DRENANTES
Autora: Edna Pereira Soares
Orientador: MSc.Haroldo da Silva Paranhos
RESUMO
O problema da infiltração ou de pouca infiltração das águas pluviais tem representado um
grande problema para a sociedade moderna, pois, muitas vezes por culpa dessa mesma
sociedade, muitos sofrem com o problema de cheias, que acabam por destruir patrimônios,
deixar desabrigados, entre outras consequências. O presente artigo focaliza a solução para o
problema da pouca infiltração pela comparação entre dois tipos de bloquetes, Vazado
(24x35x06 cm) e em S (24x11x06 cm), a fim de descobrir qual deles tem a capacidade maior
de absorção das águas. Um estudo de natureza qualitativa foi realizado, e técnicas de
avaliação de resultados foram aplicadas a fim de se descobrir qual dos dois obteria melhores
resultados. Após a superação de todas as dificuldades que se interpuseram no estudo, chegouse à conclusão de que o bloquete Vazado tem maior eficiência, pois apresentou capacidade de
infiltração superior ao bloquete em S.
Palavras-chave: Infiltração. Ação antrópica. Bloquetes Vazadoe em S. Solução.
ABSTRACT
The problem of low infiltration or seepage of rainwater has represented a major problem for
modern societies, for, many times because of the society, many suffer from the problem of
flooding, which ultimately destroy assets, leaving many homeless, among other
consequences. This paper focuses on the solution to the problem of low infiltration by
comparing two types of bloquetos, leaked (24x35x06 cm) and in S (24x11x06 cm ) in order to
find out which one has the highest absorption capacity of water . A qualitative study was
conducted, and results evaluation techniques were applied in order to discover which of the
two would get better benefits. After overcoming all the difficulties which intervened in the
study, there was the conclusion that bloquete Vazadohas higher efficiency, it showed capacity
that exceeds the intert pavi 's infiltration capacity.
Keywords: Infiltration. Human action. Bloquetos leaked and in S. Solution.
7
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 8
1.2 Consequências do Crescimento Urbano ............................................................................ 10
1.4 Soluções Propostas para o Problema da Pouca Infiltração ................................................ 12
2. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................ 18
2.1 Pavimentos em blocos de concreto .................................................................................... 18
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 20
4. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ............................................................................. 23
4.1. Considerações Finais ........................................................................................................ 23
4.2 Recomendações. ................................................................................................................ 23
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 25
8
1. INTRODUÇÃO
O mundo está em movimento constante, isso pode ser notado em pequenas e grandes
cidades. O trânsito, cada vez maior, precisa fluir. As pessoas andam de um lugar para outro e
necessitam de espaço definido para essa ação utilizam as calçadas. Estas, para que apresentem
um grau de eficiência, necessitam de condições de usabilidade, em nível, livre de obstáculos,
com as ruas escoadas de forma apropriada, sem buracos ou acúmulo de água. Conforto
precisa ser oferecido à sociedade como um todo.
Nesse aspecto, considerando-se tudo o que foi dito, é um fato que todos os anos
ocorrem os períodos chuvosos nas diversas regiões do país, o que geralmente é uma coisa boa
já que é necessário que haja água da chuva como ciclo vital para a manutenção da vida
humana e animal.
Entretanto, com a mudança no estilo de vida moderna, cada dia mais a sociedade se
defronta com situações em que a água se acumula na superfície, causando inundações. Ruas
asfaltadas que não têm por onde escoar águas acabam por causar dissabores e prejuizos à
população. Loteamentos irregulares destroem as margens de rios e lagos, fazendo com a àgua
que deveria estar escoando pelos rios passe a circular pelo meio das cidades, destruindo
patrimônio público e fazendo com que as pessoas anseiem por uma forma de solução para o
problema.
O problema se agrava quando do exame do tipo de construção de calçamentos usual,
vias públicas ou estacionamento. Percebe-se que a escolha das construções determinadas
vezes não corresponde às necessidades de escoamento do lugar, fazendo com que a água se
acumule no espaço, causando destruição ao seu redor.
As considerações iniciais aqui apresentadas mostram a necessidade de um estudo mais
aprofundado sobre o assunto . Assim, este artigo tem como principal objetivo, avaliar e
analisar a infiltração em um determinado tempo, mostrando de forma experimental a
eficiência da infiltração em dois tipos de bloquetes de concreto utilizados em pavimentações.
Como objetivos específicos, será identificada a taxa de infiltração nos dois tipos de
bloquetes que serão avaliados, sendo bloquetes Vazado e em S; serão analisados e avaliados
os resultados dos ensaios realizados.
9
A elaboração desse artigo se justifica no fato do reconhecimento de que, diante do
crescimento desordenado dos centros urbanos e uso indevido do solo, tornando-o cada vez
mais impermeável, e por causa da ineficiência da drenagem das precipitações, que apenas
causam enchentes e alagamentos a jusante, se faz necessário a utilização de soluções que
desenvolva uma infiltração eficiente das águas pluviais, visando à diminuição do escoamento
superficial evitando ou amenizando os alagamentos constantes enfrentados nas áreas urbanas.
Com esse estudo, espera-se contribuir no desenvolvimento de soluções, que aumentem a
infiltração importante para o abastecimento das águas subterrânea e uma menor vazão do
escoamento superficial.
1.1 O problema urbano nas sociedades modernas
Por causa do grande crescimento populacional que se percebe no mundo inteiro, os
órgãos governamentais se veem obrigados a pavimentar cada vez mais ruas. Como resultado,
as áreas de florestas se reduzem para atender à essa necessidade, acomodar o máximo de
pessoas. Segundo Ronaldo Miotto Martins (2014, p. 15), “com o desenvolvimento industrial
houve o avanço tecnológico e centros especializados foram criados, aliados à formação de
uma sociedade de consumo”. Não apenas isso, mas citando Ross (1996, p. 215), ele completa
que:
[...] nas regiões que, em curto espaço de tempo, se transformaram em áreas
industrializadas através da importação de tecnologia, capital e a instalação
maciça de empresas transnacionais, como ocorreu na América Latina,
na Ásia e na África, os problemas ambientais urbanos são mais sérios
e agravados pelos problemas sociais.
O processo de urbanização, quando se manifesta de forma alheia da presença estatal,
faz com que surjam espaços de moradia – cidades e municípios – que não detém condições
habitacionais, sem planejamento, com crescimento desordenado. Sem deixar de se levar em
conta que as pessoas, quando estão em busca de moradia, não se importam se o lugar é área
de preservação ambiental, ou se é área de várzea, com deficiência visível no saneamento, o
que apresenta problemas sociais imediatos.
Percebendo o problema, os governos em atuação decidiram pelo processo de
urbanização, criando infraestrutura urbana. Não se pode negar que tal ato não tenha
beneficiado pessoas. Porém, a possivel falta de integração com a área governamental trouxe
10
problemas incontáveis ao ambiente. Sobre isso, Paulo Cézar Dias de Alencar (2013, p. 7)
afirma:
Na tentativa de combater o uso desordenado do solo, os legisladores têm
buscado definir parâmetros para o parcelamento do solo urbano e para
saneamento básico. Isso por meio de vários diplomas, como a Lei Federal n.º
6.766/79 (com suas modificações) e a Lei Federal n.º 11.445/07, cabendo
aos municípios promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da
ocupação do solo urbano (Constituição Federal, 1988).
Obedecendo-se aos parâmetros das leis, então, cidades são construídas, bairros são
legalizados, aumenta-se a quantidade de moradores de determinadas áreas que, muitas vezes,
não são destinadas à moradias. E os números crescem cada vez mais.
1.2 Consequências do crescimento urbano
Não há necessidade de ir muito longe para perceber que o crescimento urbano tem se
mostrado cada vez mais desordenado.Tem se como exemplo o Distrito Federal, muitas
cidades surgiram de invasões. Pessoas sem condições mínimas de moradia tomam conta de
determinados pedaços de terrenos e constroem barracos de madeira, como é o caso da Cidade
Estrutural. Os anos passam, a situação
permanece da mesma forma, a quantidade de
invasores aumentam, que deixam de construir barracos de madeira e passam a utilizar
alvenaria. Depois de muitos anos, impossibilitado de derrubar todas as moradias que se
encontram no lugar, não resta ao Governo senão a opção de legalizar os espaços.
As consequências não são poucas. Entre elas estão as mencionadas por Alessi;
Kokoto; Gomes (2006, p. 141):
Com o crescimento acelerado das grandes cidades, houve um aumento
significativo nos níveis de inundações. Como causas desta elevação dos
níveis de inundações, pode-se citar o inadequado planejamento e projeto de
drenagem e o aumento da ocupação urbana, com conseqüente aumento de
áreas impermeáveis, representadas por telhados, passeios, ruas e
estacionamentos e que alteram as características de quantidade e qualidade
do ciclo hidrológico.
Esse é um problema bastante visível na sociedade moderna. Os noticiários apontam
para frequentes inundações nas diversas regiões do mundo, o que causou perdas de moradias e
até mesmo perda de vida de pessoas. Não apenas isso. Marchioni; Silva (2011, p. 6) destacam:
11
Este problema é agravado pelo efeito das “ilhas de calor”, onde o aumento
de temperatura em áreas densamente povoadas acaba por intensificar a
precipitação. Além dos impactos decorrentes diretamente do escoamento
da água, o acúmulo de detritos diversos nas superfícies das ruas,
calçadas, estacionamentos e garagens acabam sendo levados para os rios e
canais durantes as enxurradas. Este tipo de poluição é ainda mais difícil
de controlar por não possuir uma fonte pontual definida, como o caso da
descarga de esgoto de uma fábrica ou de uma residência.
Em adição, Paulo Cézar Dias de Alencar (2013, p. 10) relata as seguintes alterações
ambientais:
o desmatamento, impermeabilização de parcela do solo e os movimentos
de terra que alteram a conformação topográfica, incluindo -se os aterros
de áreas alagadiças ou o corte de elevações.
As principais
consequências dessas alterações podem ser citadas como o aumento
tanto da frequência e de magnitudes das enchentes nos meios urbanos,
como do transporte de sedimentos e poluentes.
Enfim, todos os problemas contribuem para o aumento na dificuldade da drenagem
urbana, pela falta de meios eficientes de infiltração das águas pluviais. A partir de então,
passa-se a considerar as alternativas oferecidas para que a situação seja amenizada.
1.3. Soluções para o problema da infiltração
A infiltração no solo é uma necessidade em vários aspectos. A pavimentação
resultante do crescimento habitacional, faz com que a água que deveria se infiltrar no solo
acabe por correr por áreas asfaltadas, evaporando ou indo direto a bueiros instalados no meio
do pavimento. Sobre o destino das águas, Carvalho; Carvalho; Leuzinger (2012, p. 1)
afirmam:
Contextualizando o tema Infiltração, na natureza, a depender de uma série de
fatores, parte ou mesmo a totalidade das águas pluviais precipitadas sobre as
áreas não inundadas se infiltram, e parte é conduzida aos lagos, mares e
oceanos de modo disperso ou concentrado em sistemas de drenagem
naturais, tais como talvegues, córregos e rios. Esse processo estabeleceu ao
longo dos anos certo equilíbrio que pode ser rompido com a ocupação e o
uso do solo , de forma desordenada, alterando as características de suporte
do meio físico.
Os autores mencionados apontam para isso como um problema social, que depende da
educação, também, como forma de prevenção, tanto que eles dizem que, “para evitar que isso
ocorra, surge como elemento indispensável no trato do tema a Educação, voltada para a
12
informação, para a construção de uma consciência fundamentada nas causas e consequências
da impermeabilização.” (CARVALHO; CARVALHO; LEUZINGER, 2012, p. 1).
Vários autores definem infiltração da seguinte forma:Segundo Carvalho; Silva (2006,
p. 60) a definem como: “o processo pelo qual a água atravessa a superfície do solo. É
um processo de grande importância prática, pois afeta diretamente o escoamento
superficial, o componente do ciclo hidrólogico responsável pelos processos de erosão e
inundações”. Tucci; Beltrame (2009, p. 253) apontam que:
Infiltração de água no solo refere-se à passagem de água através de
sua superfície, proveniente da chuva ou água de irrigação. Em termos do
ciclo hidrológico, a infiltração consiste de uma parcela fundamental,
uma vez que a mesma governa processos importantes do ponto de
vista ambiental, destacando-se a geração do escoamento superficial
direto, o qual produz efeitos negativos para o manejo da bacia, com perdas
de água e transporte de sedimentos (solo agricultável, insumos
agrícolas, como adubos, corretivos, pesticidas e outros), com
conseqüências negativas para a agricultura e meio ambiente.
Esclarecendo o processo de infiltração, Barbosa Junior (2007, p. 56) diz que dentro do
solo, o espaço que há para o acúmulo de água é determinado pelos espaços promovidos pelos
grãos que lá existem, e que a porosidade é o que determina a máxima retenção da água, sendo
que a saturação se define pela relação quantidade de água e a quantidade de vazios em
existência.
Outros autores apresentam definições semelhantes. Porém, com as que aqui foram
apresentadas pode-se entender que a infiltração é parte importante e integrante do equilíbrio
do meio ambiente, quando é vista pela própria dinâmica da natureza.
1.4 Soluções propostas para o problema da pouca infiltração
Na busca por uma saída para a pouca infiltração, várias soluções foram propostas. O
armazenamento de água no solo é de importância vital, mas o sistema de drenagem deve ser
eficiente, evitando o acúmulo das águas pluviais. Ao perceber-se que o sistema tradicional de
drenagem, de se transferir a àgua à jusante imediatamente não apresenta a eficiência desejada,
buscaram-se alternativas. Foram criadas as chamadas tecnologias alternativas ou de
compensação, que buscam a neutralização dos efeitos da vida urbana na hidrologia.
13
Righetto (2009, p. 22) divide as etapas de manejo das águas pluviais em duas, a saber:
o levantamento e conhecimento do estado atual de uma sub-bacia hidrográfica urbana, e o
diagnóstico da infraestrutura de drenagem existente, além das regras estabelecidas pelo Poder
Público quanto ao cumprimento de leis que regulam a ocupação urbana. E diz mais:
Duas vertentes de trabalho dão continuidade às atividades voltadas ao
manejo das águas pluviais urbanas. A primeira trata da infraestrutura, dos
elementos hidráulicos estruturais, das práticas de contenção e transporte das
águas pluviais, tanto nas fontes geradoras de deflúvios superficiais, como
lotes, praças e parques, quanto no sistema viário, dos sistemas de micro e
macrodrenagem, dos sistemas de transposição, do carreamento e deposição
de sedimentos e resíduos sólidos etc. A segunda trata dos dispositivos legais
e de administração da infraestrutura de drenagem, envolvendo a
operacionalidade do sistema, a manutenção, a fiscalização e medidas de
remediação em tempo real, em função de anomalias inevitáveis naturais ou
geradas em função da dinâmica de ocupação do espaço urbano (RIGHETTO,
2009, p. 23).
Esses são pontos de vistas importantes, porque não se pode tratar da questão da
drenagem pluvial sem planejamento. Com o passar do tempo, a natureza do problema tornouse séria demais para a busca de soluções impensadas. Entre as sugestões para o problema da
infiltração oferecidas pelo autor está a que se deve reduzir os deflúvios provenientes de lotes e
condomínios habitacionais. Segundo ele:
O controle da geração de deflúvios em lotes e condomínios habitacionais
pode ser eficientemente realizado por meio de um paisagismo que integre
adequadamente as áreas impermeabilizadas com as áreas verdes. Cisternas e
microrreservatórios de infiltração são componentes hidráulicos eficazes para
reduzir os efluentes pluviais de áreas urbanizadas, e estes podem ser
amplamente implementados mediante incentivos do Poder Público com
relação a abatimentos no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), em
função da redução da contribuição de deflúvios e, consequentemente, da
atenuação das cheias no sistema de macrodrenagem. Evidentemente, de nada
vale essas implementações se não houver mecanismos sistemáticos de
divulgação, de fiscalização e de manutenção continuada (RIGHETTO, 2009,
p. 24).
Ao mesmo tempo em que o autor sugere passos para a melhora da infiltração, ele
sugere que todo esforço dispendido de nada valerá se não houver alguma forma de controle
sobre as ações tomadas. Outros passos tomados em direção à técnicas compensatórias são
registradas por Tecedor et al (2009), sendo a primeira delas o que eles chamam de Filtro
Vala-Trincheira de infiltração, ou FVT. Segundo os autores, estas as trincheiras são:
técnicas compensatórias lineares implementadas junto à superfície com
pequena largura e profundidade, porém com dimensões longitudinais mais
14
significativas. Podem ser usadas em canteiros centrais e passeios, ao longo
do sistema viário, em jardins, áreas verdes ou terrenos esportivos
(TECEDOR et al, 2009, p. 9).
Sobre a forma de utilização deste recurso, os autores afirma mais ainda que estas
trincheiras:
tem como finalidade receber a água de escoamento superficial e armazená-la
provisoriamente, facilitando a infiltração desta no solo, fazendo com que
diminua as vazões e os volumes de escoamento para a drenagem
convencional e contribuindo também para a melhoria da qualidade da água
pluvial (TECEDOR et al, 2009, p. 9).
Figura 1: Esquema do transporte das águas pluviais para o poço de infiltração
Fonte: Tecedor et al (2009)
Outras técnicas são definidas por Barbosa; Teixeira Filho; Nascimento (2007, p. 39),
que mencionam as técnicas para controle na fonte, que são implantadas junto a parcelas ou
pequenos conjuntos de parcelas associadas à drenagem de pequenas áreas, conforme figura
abaixo.
15
Figura 2: Valetas e planos para armazenamento e/ou infiltração
Fonte: Barbosa; Teixeira Filho; Nascimento (2007)
Esta é uma técnica prática, segundo os autores, porque tem um baixo custo, cerca de
R$94,00 o metro e manutenção de R$ 19,00, o que facilitaria a manutenção. Embora a sua
aplicação seja designada a pequenas áreas, no montante, o trabalho apresentaria um grande
resultado.
Os mesmos autores também sugerem uma técnica que é o objetivo desse estudo. Tratase da técnica para controle no sistema, que deve ser colocado perto dos sistemas viários que já
existem. São apresentados dados de valores de 2007, mas o que interessa a este estudo são as
várias opções sugeridas.
Figura 4: Técnicas de drenagem – tipos de pavimentos
Fonte: Barbosa; Teixeira Filho; Nascimento (2007)
Sugerem os autores que esse tipo de materiais pode ser utilizado em estacionamentos
ou em pátios, empregando-se os diversos tipos de pisos permeáveis. A figura abaixo mostra
sua aplicação em pátios e estacionamentos.
16
Figura 5: Aplicações dos pavimentos para drenagem
Fonte: Barbosa; Teixeira Filho; Nascimento (2007)
Esses tipos de pavimentos são recomendados pela sua eficiência em absorver as águas
pluviais. Araújo; Tucci; Goldenfum (2000, p. 3) afirma sobre eles que “são capazes de reduzir
volumes de escoamento superficial e vazões de pico a níveisiguais ou até inferiores aos
observados antes da urbanização, redução do impacto da qualidade da água e dos
sedimentos”, o que apresenta resultados otimizados ao escoamento.
Além disso, Araújo; Tucci; Goldenfum (2000, p.4), destacando sua capacidade de
infiltração, informam que:
O escoamento infiltra rapidamente na capa ou revestimento poroso
(espessura de 5 a 10 cm), passa por um filtro de agregado de 1,25 cm de
diâmetro e espessura de aproximadamente 2,5 cm e vai para uma câmara ou
reservatório de pedrasmais profundo com agregados de 3,8 a 7,6 cm de
diâmetro. A capa de revestimento permeável somente age como um conduto
rápido para o escoamento chegar ao reservatório de pedras. O escoamento,
neste reservatório, poderá então ser infiltrado para o subsolo ou ser coletado
por tubosde drenagem e transportado para uma saída. Assim, a capacidade
de armazenamento dos pavimentos porosos é determinada pela profundidade
do reservatório de pedras 2 subterrâneo (mais o escoamento perdido por
infiltração para o subsolo).
A literatura aponta para uma determinada variedade de pisos drenantes, entre eles
pode-se citar: solo compactado; o pavimento impermeável feito de concreto de cimento, areia
e brita; o pavimento semi-permeável, produzido a partir de blocos de concreto industrializado
do tipo ‘Pavi S’ (blockets) e paralelepípedos de granito; e o pavimento permeável, que são
blocos de concreto industrializados e vazados do tipo “S” e uma parcela de concreto poroso.
Araújo; Tucci; Goldenfum (2000) apresentam seus modelos na figura abaixo:
17
Figura 6: Tipos diversos de pavimentos para drenagem
Fonte: Araújo; Tucci; Goldenfum (2000)
Ainda sobre as vantagens destes tipos de pavimentos, Acioly (2005) diz que estas
podem reduzir as vazões máximas e os volumes que foram escoados. Pode servir de
reservatório de amortecimento além de remover e controlar os agentes que poluem contidos
na superfície. Logo, estas estruturas se prestam a desempenhar papel eficiente na infiltração,
aumentando sua eficiência.
18
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Para o desenvolvimento deste artigo, aplicou-se o método de infiltração superficial, o
qual foi utilizado os seguintes equipamentos e materiais:
 Anel de 50 cm de diâmetro com borda biselada e 30 cm de altura,
 Depósito de água,
 Mangueira,
 Registro,
 Cronômetro,
 Saco plástico
 Trena,
 Bloquetes de concreto,
 Brita 1 areia grossa.
2.1 Pavimentos em blocos de concreto
Os bloquetes utilizados foram Vazado(24x35x06 cm) e Em S (24x11x06 cm)
aplicados em pavimentações, a área escolhida para realizar uma analise destes bloquetes
localiza-se no campus I da Universidade Católica de Brasília próximo à área destinada ao
reuso. Primeiramente, foi realizada a limpeza e nivelamento da área. Em seguida cravaram-se
os anéis sobre solo não compactado, colocou - se uma camada de brita 1, camada de areia e os
bloquetes em S, solo orgânico nos vazados e grama, após a instalação do equipamento como
mostram as fotos seguintes.
19
Figura 7: Fotos 1,2 bloquete de concreto; 3 e 4 . Etapas do procedimento. 5 e 6. Área de Reuso do
Campus I da Universidade Católica de Brasília preparada para avaliação da infiltração superficial.
Fonte: pesquisa de campo elaborada pela autora
Figura 8: Fotos 7, 8, 9,10,11 e 12 Área de Reuso do Campus I da Universidade Católica de Brasília
referente as etapas da infiltração.
Fonte: pesquisa de campo elaborada pela autora
Ao iniciar o método de infiltração colocou-se o saco plástico sobre o pavimento com
uma lamina de água de 5 cm, acionou o cronômetro ao mesmo tempo que era retirada o saco
plástico mantendo a lâmina de água a 5cm , o tempo de infiltração observado e anotado foi
durante 1 hora, contabilizados da seguinte maneira primeiro 1’, 2’ 5’ e os demais a cada 5’
completando assim um ciclo de 60’.
Sendo três equipamentos distante de 6m um do outro, no qual será calculada média
para obter resultado mais preciso.
20
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados apresentados foram obtidos através dos ensaios de infiltração em
bloquetes Vazado e em S, nos dias 19 e 31 de março de 2014, depois de várias tentativas.
Encontrou-se muita dificuldade na instalação do cilindro sobre os pavimentos, principalmente
pavigrama, pois não se conseguia a vedação em volta do anel, apesar de terem sido utilizados
vários materiais. Apenas depois da ideia de preparar a área onde se realizariam os ensaios é
que se conseguiram os resultados apresentados.
Os dados de tempo e leitura foram coletados os demais itens foram calculados através
das fórmulas:
 Quantidade Infiltrada - Qd.Inf = Leitura 1 – Leitura 2
 Taxa de infiltração - Taxa Inf = Qd/Tempo
 Infiltração acumulada - Inf. Ac = Qd Inf1 + Qd In f2
Média Infiltração Superficial
Qd.
Taxa de
Tempo Infiltrada Infiltração
(s)
(cm)
(mm/s)
0
60
10,5
1,75
120
6,3
0,53
300
6,9
0,23
600
10,77
0,18
900
8,7
0,1
1200
13,27
0,11
1500
9,4
0,06
1800
10,1
0,06
2100
9,57
0,05
2400
12,17
0,05
2700
11
0,04
3000
10,3
0,03
3300
10,57
0,03
3600
9,17
0,03
Infiltração
acumulada
10,5
16,8
23,7
34,47
43,17
56,43
65,83
75,93
85,5
97,67
108,67
118,97
129,53
138,7
Tabela 1: resultado da infiltração bloquete pavigrama.
Há falta de ensaio normatizado que possua valores para comparação de resultados
obtidos, portanto não se tem parâmetros a seguir. Os ensaios foram todos realizados em
21
período de chuva, quando o solo se encontrava saturado. Observa-se nos gráficos 1 e 2 o pico
da infiltração nos primeiros segundos, em seguida, a infiltração vai se estabilizando até quase
tocar no eixo x.
Observou-se pouca diferença na estabilização da infiltração quanto à taxa de
infiltração dos dois tipos de pavimentos, em um período de uma hora. Em relação aos picos, a
diferença é praticamente o dobro do Vazado para o em S, pois a área de infiltração é maior. O
ensaio precisa de adaptações para ser realizado em área que estejam sendo utilizado para fazer
comparações com os resultados. Com o tempo de uso, o solo vai se compactando e
diminuindo a eficiência. Entre a base e o pavimento é necessário que se faça não só material
drenante, como a brita usual, mas também um dreno, para que as águas possam escoar sem
ficar empossada, como ocorre nesses tipos de pavimentação em período de chuva.
Gráfico 1: referente a tabela 1
22
Média Infiltração Superficial bloquete
Qd.
Taxa de
Tempo Infiltrada Infiltração Infiltração
(s)
(cm)
(mm/s)
acumulada
0
60
120
300
600
900
1200
1500
1800
2100
2400
2700
3000
3300
3600
4,07
1,53
9,37
4,23
3,57
4,13
4,73
6,00
5,60
5,03
5,20
4,83
6,43
5,5
0,68
0,13
0,31
0,07
0,04
0,03
0,03
0,03
0,03
0,02
0,02
0,02
0,02
0,02
4,07
5,60
14,97
19,20
22,77
26,90
31,63
37,63
43,23
48,27
53,47
58,30
64,73
70,23
Tabela 2: Resultado da infiltração bloquete Em S
Gráfico 2: Referente à tabela 2.
Avaliando os resultados obtidos o bloquete pavigrama, este tem maior eficiência, pois
apresentou capacidade de infiltração superior ao em S.
23
4. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
4.1. Considerações Finais
Analisando-se o problema de infiltrações, percebeu-se que cada vez mais, por causa da
interferência humana nos processos da natureza, a sociedade está sujeita a problemas com as
águas que não são drenadas de forma apropriada. O crescimento populacional faz com que
áreas maiores sejam ocupadas e pavimentadas, e a partir daí, quando as águas pluviais se
precipitam sobre o solo, deixam de ser absorvidas, causando inundações em várias cidades do
país.
Apesar da seriedade do problema, é possível perceber que este é um problema que
deveria ser visualizado por toda a sociedade, por meio da criação de formas de escoar as
águas da chuva, através do desenvolvimento de tecnologias visando esse fim. E uma dessas
formas é pela criação e aprimoramento de bloquetes que possam absorver uma maior
quantidade de água das chuvas.
O presente estudo analisou dois tipos, seja o Vazado e Em S. Realizou-se um trabalho
de avaliação desses dois tipos de pavimento para encontrar sua capacidade de infiltração,
favorecendo a absorção da água no solo, e a pesquisa mostrou que entre os dois escolhidos, o
bloquete Vazados e mostrou mais eficiente em comparação com em S, por causa de sua
capacidade de infiltrar em maior quantidade, as águas pluviais.
4.2 Recomendações
Os resultados obtidos podem ser mais positivos se forem realizados em outras estações
do ano, pois quando da realização pois quando ocorreu esta pesquisa de campo, o solo se
encontrava em condição desfavorável, o que não impediu que esse estudo fosse realizado .
Entretanto, em período seco e chuvoso, a pesquisa pode apresentar resultados diferentes, o
que poderia mudar o rumo dos estudos. Recomenda-se então que o estudo seja continuado por
outros grupos, com outros materiais, para que se possa realizar, novas descobertas quanto a
24
forma de infiltração de águas pluviais, favorecendo o escoamento das águas e preservando a
natureza para as gerações presentes e futuras.
25
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