Esteira Uma esteira carrega, digamos, areia que é despejada a uma taxa γ dm dt = de um reservatório acima do ponto O, tomado como a origem do sistema de coordenadas. O eixo x é paralelo à esteira e tem o mesmo sentido de seu movimento. A componente ao longo do eixo x da velocidade da areia, quando toca a esteira, é nula inicialmente. Qual a força que deve ser aplicada à esteira para manter seu movimento com velocidade v constante? Para responder essa questão, podemos usar a conservação do momentum. Seja m a massa de areia na esteira no instante t. Após um intervalo de tempo dt, uma quantidade de massa dm cai sobre a esteira e o momentum aumenta do valor inicial p0 = mv para o valor final, no instante t + dt, p0 + dp = (m + dm) v, já que a velocidade é para ser mantida constante. A variação de momentum durante o intervalo dt é, portanto, dada por dp = (m + dm) v − mv = vdm. Por unidade de tempo, a variação de momentum da esteira fica dp dt = v dm = γv. dt Pela segunda lei de Newton, precisamos aplicar uma força F ao longo de x tal que F = dp = γv. dt Veja também que a potência necessária para a aplicação dessa força é dada por Fv = γv 2 = v 2 dm dt e, como a velocidade é constante, Fv = d mv 2 . dt Note que essa potência aplicada, ao invés do esperado valor que é a derivada temporal da energia cinética, mv 2 /2, acabou sendo o dobro. A razão para isso 1 é que a areia inicialmente é acelerada da velocidade nula até a velocidade final, v, além de termos também que carregar mais massa. Assim, a aceleração da areia leva dm desde velocidade nula até velocidade final v, dando um trabalho igual à variação de energia cinética durante o intervalo de tempo dt, isto é, dW 1 2 v dm. 2 = No entanto, há um aumento de massa na esteira e devemos aumentar a energia cinética da esteira desde T0 1 mv 2 2 = até T0 + dT = 1 (m + dm) v 2 , 2 resultando em dT 1 2 v dm. 2 = Assim, a energia total, é gasta durante o tempo dt para acelerar a massa dm e para manter a velocidade de uma esteira cuja massa agora cresceu dm. A potência total, P, é dada pela soma dessas duas energias divididas por dt, isto é, P = dW + dT 1 dm 1 2 dm dm = v2 + v = v2 = F v, dt 2 dt 2 dt dt explicando de outra forma o resultado obtido acima. References [1] Keith R. Symon, Mechanics, terceira edição (Addison Wesley, 1971). 2