DOR NO IDOSO - Anestesiologia USP

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III Programa de Educação Continuada em Fisiopatologia e
Terapêutica da Dor - 2013
DOR EM IDOSOS
-ParticularidadesKarol Bezerra Thé
Médica especialista em Geriatria pela SBGG/AMB
Pós-Graduação em Dor pelo Hospital Israelita Albert Einstein
Afiliada do Ambulatório de Dor e doenças Osteoarticulares da Disciplina de Geriatria
e Gerontologia da EPM/UNIFESP
Médica do Serviço de Assistência Domiciliar do Hospital Israelita Albert Einstein
Panorama do
Envelhecimento no Mundo
 Envelhecimento
populacional é um
fenômeno mundial
 No mundo (OMS):
>60 anos é a que mais
cresce
Em 2000: 400milhões de
idosos
Em 2050: >1,5 bilhão
Panorama do Envelhecimento no Brasil
IBGE – censo 2010:
Na década de 60: 3 milhões
Em 2000: 14 milhões (9%)
Em 2050: 38milhões (18%) – se por um lado isso é uma conquista, por
outro isso será um grande desafio!
ENVELHECIMENTO
↓
Aumento da prevalência de problemas crônicos de saúde e
incapacidades associadas
↓
Diversas doenças associadas à DOR
CONSEQUÊNCIAS DO ENVELHECIMENTO
• Multimorbidades
• Polifarmácia e suas complicações
• Necessidade de monitoramento clínico constante
• Interações medicamentosas
• Dificuldade na aderência ao tratamento
ENVELHECIMENTO x DOR
É o sintoma que mais frequentemente induz a procura
por assistência médica → problema de saúde pública
Nos consultórios médicos, 73% dos idosos queixam-se de
algum tipo de dor.
(Sleep. 2007 Mar 1;30(3):274-80)
Dos que sofrem de dor crônica, 50 a 60% ficam parcial ou
totalmente incapacitados, transitória ou
permanentemente, comprometendo de modo
significativo a qualidade de vida.
ENVELHECIMENTO x DOR
Prevalência:
• 20-50% em idosos na comunidade
• 45-80% em institucionalizados
• 50% com dor de moderada a intensa em pacientes
portadores de câncer, no momento do diagnóstico
• 80% no câncer avançado
Controle da dor:
• <50% tem controle adequado
• >25% morrem sem dor controlada
(FOX PL, Raina P, Jadad AR. Prevalence and treatment of pain in older adults in nursing homes and
other long-term care institutions: a sistematic review. Can Med Assoc J 1999; 160: 329-33)
Mitos
“Dor da velhice”
“com esta idade só pode doer tudo mesmo”
“A idade do condor....”
“ah, Doutor! Mas isso é da idade né?!”
2006/2007 – ANO MUNDIAL
CONTRA A DOR NO IDOSO
“Se muitos problemas que
acompanham a idade são
incuráveis, como reumatismo,
desgastes articulares, dor na
coluna, entre outros, a dor
tem uma possibilidade de
alívio e, ao contrário do que
muitos pensam,
envelhecimento e dor não
são sinônimos”
Newton Barros 07/12/2006
CONSEQUÊNCIAS:
Ansiedade
Distúrbios do sono
Isolamento social
Depressão
Prejuízo na capacidade funcional
Aumento no uso dos serviços médicos e custos
Piora do déficit cognitivo
Impacto negativo na qualidade de vida
BRUMMEL-Smith K, et al. Outcomes of pain in frail older adults with dementia. J Am Geriatr
Soc 2002;50:1847-51
FUNCIONALIDADE
AUTONOMIA
INDEPÊNDENCIA
DOR
DECISÃO
COGNIÇÃO
HUMOR
EXECUÇÃO
MOBILIDADE
COMUNICAÇÃO
Dor no Idoso
Pós- Graduação em Dor
Hospital Israelita
Albert Einstein
• Karol Bezerra Thé
• Médica, especialista em Geriatria
SBGG/AMB
• Home Care Einstein
• PósGraduação em Dor
• Estudo
transversal
–HIAE
60 idosos
• 2013
• Avaliar a capacidade
funcional do idosos asilados não
dementes, com dor persistente
• Presença de dor e ABVD: banho (p=0,015), vestir-se
(p=0,041), transferência (p=0,032), deambulação
(p=0,010) e subir escadas (p=0,008)
Rev Bras Enferm, Brasília 2011, mar-abr, 64 (2):274-80
Dor no Idoso
Pós- Graduação em Dor
Hospital Israelita
Albert Einstein
• Karol Bezerra Thé
• Médica, especialista em Geriatria
SBGG/AMB
• Home Care Einstein
• Estudo
transversal – 48 idosos da comunidade RS
• Pós- Graduação em Dor HIAE
• 2013
• 56,25% dor crônica
• 85,1% algum prejuízo nas AVD (44,4% transferência/locomoção,
37% - vestuário, 14,8% - trabalhar e banho, 7,4% - higiene pessoal.
• 51,8% a dor compromete alguma atividade social (igreja 22%,
dançar – 18,5%, passear ou participar de grupos de 3ª idade –
14,8%, viajar – 11,1%.
Rev Bras Geriat Gerontol, 2009; 12(3): 345-59
no Idoso no Idoso
DorDor
e funcionalidade
•
•
•
•
Pós- Graduação em Dor
Estudo Israelita
transversal
– Einstein
dados do
Hospital
Albert
• Karol Bezerra Thé
projeto SABE (Saúde, Bem-estar e
Envelhecimento)
• Médica, especialista em Geriatria
213 idosos SBGG/AMB
• Home
Care
Einstein em idosos com dor >1ano foi de 56,29%
Prevalência
de
quedas
• PósGraduação em Dor
Maior
frequência
deHIAE
quedas em idosos com dor intensa ou
moderada • 2013
DOR – EXPERIÊNCIA SENSORIAL COMPLEXA
IDOSO – MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS HETEROGÊNEAS
IDOSO
“O bom doente”
AQUELE QUE NÃO SE QUEIXA:
A dor é uma consequência natural
Medo de se tornar um “peso”
Medo da relação dor/doença grave
Preocupação de aumento nos custos com a saúde.
Resignação → sofre sozinho → isolamento
IDOSO
“O poliqueixoso”
Estresse psicológico acumulado ao longo do tempo
• Perdas da saúde física, de entes queridos,
• Redução do status socioeconômico
• Adaptação de uma nova capacidade biológica
Múltiplas queixas pode ser uma tentativa socialmente
aceitável de buscar a atenção e o interesse pela sua pessoa
QUEIXA DOLOROSA
SINTOMATOLOGIA DOLOROSA
ALTERAÇÕES
PSICOLÓGICAS OU
DE COMPORTAMENTO
processos nociceptivos
ou
reflete a necessidade de
relações sociais mais seguras
PECULIARIDADES DA DOR NO IDOSO
• Diante de uma causa orgânica de dor, as reações de
comportamento associados a dor, demonstram ser
tão úteis para o paciente , que seguem se
comportando desse modo mesmo quando se reduz
parcialmente ou desaparece a doença causadora da
dor.
• O paciente se dá conta que lamentando-se
constantemente, consegue manipular a família,
amigos e médicos.
DIFICULDADE NO MANEJO DA DOR NO IDOSO
• Idosos se queixam menos de dor
“ser um bom doente”
• Dificuldade de avaliar a dor corretamente
• Os profissionais acreditam que os idosos sentem
menos dor
DIFICULDADE NO MANEJO DA DOR NO IDOSO
• O tratamento instituído pode ser inadequado: medo
de efeitos adversos dos opioides
• Baixa acessibilidade a equipes multidisciplinares:
EQUIPE ESPECIALIZADA EM
DOR
+
MÉDICO ESPECIALISTA EM
IDOSO
(GERIATRA)
MÁ ADESÃO DO TRATAMENTO
FATORES RELACIONADOS
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Custo das medicações
Déficit sensorial
Isolamento social
Insatisfação com o médico
Presença de doenças psiquiátricas
Polifarmácia
Desempenho funcional baixo
Gravidade das doenças crônicas
Ocorrência de reações adversas
POLIFARMÁCIA
Consumo de ≥ 5 medicamentos simultaneamente
Prevalência:
• 40% >=5 medicamentos
• 12% >=12 medicamentos
Por que é tão comum?
• Idoso passa por vários especialistas
• Transcrição de receitas sistemáticas
• Reações adversas interpretadas como uma nova
entidade clínica (cascata iatrogênica)
• Propaganda dirigida ao consumidor
POLIFARMÁCIA
PROBLEMAS:
• Complexidade do regime terapêutico
polifarmácia: erros de tomada >70%
• Maior vulnerabilidade aos eventos adversos (EA), seja
por reações adversa, seja por interação medicamentosa.
• Alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas
inerentes ao processo natural do envelhecimento
• Risco de comprometimento na capacidade funcional
• Maior custo para o sistema de saude.
Estudo SABE – 2012
1.115 idosos entrevistados
36% usavam > =5 medicamentos
Fatores:
• sexo feminino (questões de ordem biológica – mulheres são mais
expostas a problemas de saude não fatais etc)
• idade>75anos,
• maior renda,
• autoavaliação de saúde regular/ruim,
• comorbidades (HAS, doença reumática, cardíaca, DM)
POLIFARMÁCIA
Medicamentos consumidos mais comumento associados a
iatrogenia em idosos:
•
•
•
•
•
•
•
•
Medicamentos cardiovasculares
Analgésicos
Antidiabéticos orais
Antidepressivos (AD)
Relaxantes musculares
Psicotrópicos
Antiarrítmicos
Antibióticos
POLIFARMÁCIA
Idosos hospitalizados
• Prevalência de complicações iatrogênicas foi 43,7%
• 58,2% complicações eram por medidas terapêuticas
iatrogênicas
• 5,2% morte
Carvalho Filho ET, Saporetti L, Souza MAR, Arantes ACLQ, et al. Iatrogenia em
Pacientes Idosos Hospitalizados. Rev Saúde Pública. 1998; 32(1)
Fatores de Risco para Reações Adversas no Idoso
ATENÇÃO A CLASSES ESPECÍFICAS
AINEs
•
•
•
•
•
Medicamentos mais prescritos após os 65 anos
Evitar os de meia-vida longa
Usar a menor dosagem clinicamente efetiva
Idosos são mais suceptíveis a reações adversas
Mulheres idosas:
considerar ajuste entre a dose x peso corporal
↓ do muco gástrico relacionado à carência estrogênica
• Possibilidade de reações mais graves: HDA e perfurações do TGI
• HDA é 7x mais prevalente no idoso e 10% são casos fatais
ATENÇÃO A CLASSES ESPECÍFICAS
AD
• São metabolizados mais lentamente
• Maior concentração sérica, taxa de depuração prolongada e maior
meia-vida
• ADT com estreita margem de segurança (dose tóxica próxima a
dose terapêutica)
• Em altas doses, complicações cardiovasculares mais frequentes
(bloqueios cardíacos e arritmias)
• Hipotensão postural é o efeito adverso cardiovascular mais
comum
• Piorar instabilidade postural, risco de quedas.
ATENÇÃO A CLASSES ESPECÍFICAS
OPIOIDES
• Considerar a experiência profissional do prescritor
• A meta terapêutica envolve uma titulação gradativa
avaliando a dose terapêutica eficaz/efeitos adversos
• Os efeitos adversos relacionados ao uso de opioides são
uma barreira para a continuidade do tratamento a longo
prazo
• A constipação intestinal é efeito comum
Fatores Facilitadores à boa aderência
• Relação médico/paciente
• Avaliação global do idoso – considerer as
dimensões física, psíquica e social
• Risco/benefício do tratamento
• Priorizar a qualidade de vida
ORIENTAÇÕES PARA REDUZIR RISCOS DE
IATROGENIA DOS TRATAMENTOS
MEDICAMENTOSOS AOS IDOSOS
• APURAR um diagnóstico clínico e funcional do paciente
• CONSIDERAR um tratamento não-medicamentoso, ao menos como parte
coadjuvante
• ESTRATIFICAR o risco do paciente ao tratamento sugerido, quer por suas
condições fisiológicas e clínicas, quer pelos riscos inerentes às drogas a
serem utilizadas
• ELEGER as prioridades dos pacientes a serem tratadas e iniciá-las
individualmente, administrando uma medicação de cada vez e “tateando” a
dose adequada para cada paciente
• OUVIR as queixas dos pacientes após a instituição da terapêutica
medicamentosa, valorizando seu potencial iatrogênico
• REAVALIAR com frequência a relação risco/benefício do tratamento
instituido
Causas
 Doenças osteoarticulares
 Doença vascular periférica
 Neuropatia diabética
 Neuralgia pós-herpética
 Síndrome dolorosa pósAVE
 Polimialgia reumática
 Doenças neoplásicas
 Distúrbios
musculoesqueléticos
 Complicações da
imobilidade
Envelhecimento x
Processamento e Modulação da Dor
No SNP:
- Redução no número de fibras
mielínicas e amielínicas
- Redução da Veloc de condução
nervosa e do fluxo SG endoneural
- Regeneração anormal dos nervos
após agravos
- Menor número de sinapses colaterais
- Maior numero de fibras com danos e
degenerações
No Cérebro:
- Redução do volume cerebral
- Perda neuronal
- Acúmulo de placas neuríticas e
emaranhados neurofibrilares
- Morte neural e gliose na formação
reticular, bulbo e subst cinzenta
periaquedutal
- Redução na quantidade de
neurotransmissores
Na Medula Espinhal:
- Aumento do mRNA dos neuropeptídeos galanina e tirosina nos
neuronios dos gânglios sensoriais das raízes dorsais
- Redução do conteúdo celular do peptídeo geneticamente
relacionada a calcitonina e substância P
- Perda progressiva dos neurônios noradrenérgicos e serotoninérgicos
na lâmina superficial do corno posterior
ALTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS E FARMACODINÂMICAS NO
ENVELHECIMENTO
• O idoso é especialmente mais suscetível a efeitos adversos
• Estudos mostram que a mesma dose de determinada droga
administrada a indivíduos de mesmo peso e sexo pode produzir
respostas diferentes e inesperadas em idosos em comparação
com adultos jovens.
AGS panel on persistent pain in older persons. The management of persistent pain in
older persons. J Am Geriatric Soc. 2002; 50 (6 suppl): S205-24.
• Maior sensibilidade aos analgésicos
• Maior meia-vida
• Maior chance de interação medicamentosa
ALTERAÇÕES FARMACOLÓGICAS NO ENVELHECIMENTO
ABSORÇÃO
DISTRIBUIÇÃO
↓fluxo sanguíneo esplâncnico
↓ Secreção gástrica
↓ superfície de absorção
↓ motilidade gastrointestinal
↑ pH gastrointestinal
↓ volume plasmático (8%)
↓ débito cardíaco
↓ água corporal (25%)
↓ albumina plasmática (20%)
Substituição de massa muscular
por gordura (30 a 40%)
METABOLIZAÇÃO
EXCREÇÃO
↓ massa hepática
↓ fluxo sanguineo hepático
↓ atividade enzimática
(citocromo P450)
↓ fase I metabolismo
(hidroxilação, n-metilação,
oxidação e hidrólise)
↓ massa renal (30% menor aos 80
anos)
↓ número de néfrons funcionais
↓ fluxo sanguíneo renal (1-2%/ano,
chegando a 50% na idade avançada)
↓ filtração glomerular (30-50%)
↑ incidência de esclerose glomerular
espontânea
• IDOSO ≠ ADULTO JOVEM
• Manifestações dolorosas complexas e multifatoriais
• Idosos relatam menos dor
• Atenção a múltiplas comorbidades
• > incidência de efeitos adversos – relacionadas a
procedimentos diagnósticos e ao tratamento
IMPORTANTE:
•
•
•
•
Avaliação ativa para todos os idosos
Rastreamento de rotina
Avaliação cuidadosa/interdisciplinar
Autorrelato/escalas de avaliação
QUEM É CANDIDATO A TERAPIA FARMACOLÓGICA?
• Dor que prejudica a funcionalidade
• ATENÇÃO À:
Polifarmácia
Iatrogenia
• Idosos tem > risco de efeitos
adversos a drogas
• Segurança e a Efetividade no uso de
Analgésicos e coadjuvantes vai
depender de uma avaliação
criteriosa
de
todas
as
comorbidades/fatores de risco
PRINCIPIOS GERAIS NO MANEJO FARMACOLÓGICO
• Não há recomendação de ajustes de doses para a maioria dos
analgésicos
• Iniciar com dose baixa e titular gradativamente
• Preferência pela via oral
• Doses de demanda podem ser usadas na dor episódica
• Atenção aos idosos com comprometimento cognitivo
• Doses fixas podem ser antecipadas em alguns casos
• Uso de placebo é antiético na prática clinica e o manejo da dor
• Combinação com estrategias não-farmacológicas são efetivas
no alivio da dor persistente
• Medidas não-farmacológicas efetivas:
Fisioterapia
Terapia Cognitivo Comportamental
Intervenções educativas de pacientes e cuidadores
• “polifarmácia racional” :
Associação de medicações com sinergismo em
mecanismos de ação é recomendado, no lugar de aumentar a
dose de um agente único para evitar maior toxicidade
Dor no Idoso
Pós- Graduação em Dor
Hospital Israelita
Albert Einstein
• Karol Bezerra Thé
• Médica, especialista em Geriatria
SBGG/AMB
• Home Care Einstein
• Abordagem
formada por educação sobre a dor, treinamento para
• Pós- Graduação em Dor HIAE
identificar e modificar
pensamentos negativos, estabelecimento de
• 2013
metas, exercícios de relaxamento e uso de terapias físicas
• Objetivo de reduzir a dor, melhorar o humor e o funcionamento
psicossocial
• 20 idosos (12 GI x 8GC)
Rev Dor. São Paulo, 2011 jul-set; 12(3): 209-14
Dor no Idoso
Pós- Graduação em Dor
Hospital Israelita
Albert Einstein
• Karol Bezerra Thé
• Médica, especialista em Geriatria
SBGG/AMB
• Home Care Einstein
• Cartilhas
educativas (técnica educacional passiva) x AGD semanal
• Pós- Graduação em Dor HIAE
por 7 semanas• 2013
• Resultado: Melhorou a capacidade funcional para AIVD e mostrou
tendência em melhorar a dor e qualidade de vida.
Rev Dor. São Paulo, 2011 jul-set; 12(3): 209-14
Dor no Idoso
Pós- Graduação em Dor
Hospital Israelita
Albert Einstein
• Karol Bezerra Thé
• Médica, especialista em Geriatria
SBGG/AMB
• Home Care Einstein
• 141 idosos
com dor crônica
• Pós- Graduação em Dor HIAE
• 2013
• Impacto de um Programa envolvendo Terapia Cognitivo
Comportamental (TCC) e exercícios em idosos x grupo controle.
• Grupo intervenção resposta superior a capacidade funcional,
sintomas depressivos, auto-eficácia de dor, catastrofização, dor
relacionada a estresse.
USO DE FÁRMACOS ANALGÉSICOS E A CAPACIDADE
EM DIRIGIR VEÍCULOS
• Evidências do efeito no uso de opioides, AD, Anticonvulsivantes e
benzodiazepínicos na cognição, capacidade de condução de
veículos e risco de acidentes
• É dever do profissional de saúde informar aos pacientes do risco e
o assessorar adequadamente
AVALIAÇÃO DO IMPACTO DOS FÁRMACOS NA CONDUÇÃO
• O rendimento na condução de veiculos é afetado por múltiplos
mecanismos que alteram a atenção e o tempo de reação, afetando
o juizo e a tomada de decisão frente a um perigo.
ALGUMAS CONTRADIÇÕES:
Evidências de piora do rendimento na condução em pacientes com
dor crônica não-oncológica que não recebem analgesia de ação
central.
Veldhuijzen DS et al. Effect of chronic nonmalignant pain on highway driving performance.
Pain. 2006; 122: 28: 35.
O rendimento cognitivo pode melhorar com o uso de analgesia eficaz
com opioides a longo prazo
Jamison RN et al. Neuropsychological effects of long-term opioid use in chronic pain patiets. Journal of
Pain and Symptom Management. 2003; 26: 913-921
Em pacientes com câncer com e sem uso de morfina e voluntários
sadios, a deterioração cognitiva se associa mais ao câncer em si, que
com o uso de morfina
Clemons M et al. Alertness, cognition and morphine in patients with advanced cancer. Cancer Treatment
Reviews. 1996; 22: 451-468
DROGAS X CONDUÇÃO DE VEICULOS: RESUMO DE EVIDÊNCIAS
CLASSE DE DROGA
IMPACTO NO RISCO DE
ACIDENTE DE TRANSITO
COMENTÁRIOS
OPIOIDES
Não aumenta o risco com o
uso crônico de dose estável
A cognição e o rendimento
para dirigir está alterado por
1 sem do inicio do
tratamento e após o
aumento de dose
ANTICONVULSIVANTES
Não aumenta o risco com o
uso crônico de dose estável
A cognição está afetada com
doses elevadas, um pouco
menos com as novas dorgas
(ex. Gabapentina)
ANTIDEPRESSIVOS
ADT tem o dobro do risco
em idosos (>65anos)
Prejuízo por 1 sem do início
do TTO
BENZODIAZEPÍNICOS
Dobra o risco
O risco reduz parcialmente
com o tempo e depende da
dose, da vida-média e uso
de alcool. O risco de uso
noturno de BZD hipnóticos
não está claro.
MAIOR RISCO EM IDOSOS?
• A prioridade de conduta
diante de um paciente idoso
com doenças cronicas e dor
vincula-se necessariamente a
qualidade de vida
• Manter o idoso com
capacidade de autodecisão e
independencia é altamente
humano e significativo
• O paciente deve se medicado
para viver e não viver para ser
medicado
Dor no Idoso
Pós- Graduação em Dor
Hospital Israelita
Albert Einstein
• Karol Bezerra Thé
• Médica, especialista em Geriatria
SBGG/AMB
OBRIGADA!
• Home Care Einstein
• Pós- Graduação em Dor HIAE
• 2013
www.drakarolthe.com
Dor no Idoso
Dor nos Idosos com Demência?
Pós- Graduação em Dor
Hospital Israelita
Albert Einstein
• Karol Bezerra Thé
• Médica, especialista em Geriatria
SBGG/AMB
• Home Care Einstein
• Pós- Graduação em Dor HIAE
• 2013
Dor no Idoso
Alta prevalência de dor em idosos com
Pós- Graduação em Dor
Hospital Israelita
Albert Einstein
• Karol Bezerra Thé
demência.
• Médica, especialista em Geriatria
SBGG/AMB
 Os idosos
com demência avançada são
• Home Care Einstein
Graduação emde
Dor HIAE
em geral• Pósincapazes
comunicar suas
• 2013
experiências dolorosas.
 O prejuízo na comunicação representa
a maior barreira para a avaliação da dor.
DorE DEMÊNCIA
no Idoso
DOR
Pós- Graduação em Dor
Hospital Israelita
Albert Einstein
• Karol Bezerra Thé
Pacientes com doença de Alzheimer recebem menos
• Médica, especialista em Geriatria
analgésicos
que aqueles com demência vascular.
SBGG/AMB
• Home Care Einstein
Possivelmente,
por terem mais prejuízo na linguagem
• Pós- Graduação em Dor HIAE
e mais
dificuldade em expressar seus sentimentos.
• 2013
(SEMLA et al: Drug Use Patterns of Persons with Alzheimer’s Disease and
Related Disorders Living in the Community . J Am Geriatrics Society
1993;41:208-13.)
no Idoso
DORDor
E DEMÊNCIA
Graduação
em Dor
Pós-Idosos
dementes
com fratura de femur recebiam
Hospital Israelita
Albert
Einstein
•
Karol
Bezerra
Thé
menos analgésicos que aqueles cognitivamente
• Médica, especialista em Geriatria
intactos.SBGG/AMB
• Home Care Einstein

• Pós- Graduação em Dor HIAE
Diversos
estudos corroboram esse fato e apontam
• 2013
como fator predisponente independente, a
gravidade da demência
MORRISON et SIU: A Comparision of Pain and its Treatment in Advanced Dementia and
Cognitively Intact Patients with a Hip Fracture (J Pain Symptom Manage 2000;19:240-8).
Dor
no Idoso
DOR
E DEMÊNCIA
Pós- Graduação em Dor
Hospital Israelita
Albert Einstein
• Karol Bezerra Thé
Menos analgésicos são prescritos e administrados
Médica, especialista em Geriatria
para• idosos
dementes residentes em casas de repouso,
SBGG/AMB
• Home Care Einstein
mesmo quando
apresentam o mesmo número de
• Pós- Graduação em Dor HIAE
diagnósticos
dolorosos que aqueles residentes sem
• 2013
déficit cognitivo.
(HORGAS, AL, Tsai P. Analgesic drug prescription and use in cognitively impaired nursing home
residents. Nurs Res 1998;47:235-42)
Dor
no Idoso
DOR
E DEMÊNCIA
Pós- Graduação em Dor
CAUSAS:
Hospital Israelita
Albert
Einstein
•
Karol
Bezerra
Thé
Osteoartrites
• Médica, especialista em Geriatria
Fratura
de quadril
SBGG/AMB prévia
• Home Care Einstein
Osteoporose
• Pós- Graduação em Dor HIAE
Úlceras
de pressão
• 2013
Depressão
História recente de queda
PROCTOR WR, Hirdes JP. Pain and cognitive status among nursing home residents in
Canada. Pain Res Manag 2001;6:119-25
Dor no Idoso
Como Avaliar a Dor no Idoso
Pós- Graduação em Dor
portador
de demência?
Hospital Israelita
Albert Einstein
• Karol Bezerra Thé
• Médica, especialista em Geriatria
SBGG/AMB
• Home Care Einstein
• Pós- Graduação em Dor HIAE
• 2013
Dor no– Idoso
AVALIAÇÃO
Cinco Princípios
The
American
Society
PósGraduação
em Dorfor Pain Management Nursing:
Hospital Israelita
Albert Einstein
• Karol Bezerra Thé
1- Obter
o autorrelato
dor sempre que possível
• Médica,
especialista em de
Geriatria
SBGG/AMB
• Home Care Einstein
2- Investigar possíveis patologias que possam estar causando dor
• Pós- Graduação em Dor HIAE
• 2013
3- Relato da família/cuidador
4- Observar comportamentos que podem sugerir presença de
dor
5- Usar analgésicos para avaliar resposta frente a suspeita de um
quadro doloroso
Dor noDEIdoso
AVALIAÇÃO
DOR NO IDOSO
Pós- Graduação em Dor
Hospital Israelita
Albert Einstein
• Karol Bezerra Thé
1- ANAMNESE DIRIGIDA
• Médica, especialista em Geriatria
SBGG/AMB
• Autorrelato
• Home Care Einstein
• Relato
do Familiar/cuidador
• Pós- Graduação em Dor HIAE
• 2013
2- INSTRUMENTOS
• Unidimensionais
• Multidimensionais
Dor no Idoso
Pós- Graduação em Dor
Hospital Israelita
Albert Einstein
• Karol Bezerra Thé
• Médica, especialista em Geriatria
SBGG/AMB
• Home Care Einstein
• Pós- Graduação em Dor HIAE
• 2013
DorDEno
Idoso
RELATO
FAMILIAR/CUIDADOR
Pós- Graduação em Dor
Hospital Israelita
Albert Einstein
• Karol Bezerra Thé
• Informações obtidas de familiares ou cuidadores
• Médica, especialista em Geriatria
podem
auxiliar
de forma significativa para a avaliação
SBGG/AMB
da dor.• Home Care Einstein
• Pós- Graduação em Dor HIAE
• 2013
• Estudos mostram que podem reconhecer a presença
de dor e não a intensidade.
SHEGA, JW, et al. Pain in community-dwelling persons with dementia: frequency, intensity, and
congruence between patient and caregiver report.J Pain Symptom Manage 2004;28:585-92.
Dor no Idoso
Manifestações
comuns de dor em idosos com déficit
cognitivo
Pós- Graduação em Dor
Hospital FACIAL
Israelita
Albert Einstein
EXPRESSÃO
• Karol Bezerra Thé
• Médica, especialista em Geriatria
SBGG/AMB
• Home Care Einstein
• Pós- Graduação em Dor HIAE
Tristeza, fácies de raiva,
Assustado, caretas
Piscadas rápidas
VERBALIZAÇÃO/VOCALIZAÇÃO
• 2013
Gemidos, gritos
Suspiros, respiração nasal
Pedidos de socorro
MOVIMENTOS CORPORAIS
Rigidez , tensão articular e muscular
a movimentação
Perambulação, inquietude
Mudanças na mobilidade e marcha
(American Geriatrics Society. Panel on Persistent Pain in Older Adults. The management
of persistent pain in older persons. J Am Soc 2002:50:S211)
Dor no comuns
Idoso
Manifestações
de Dor em idosos com deficit
cognitivo
Pós- Graduação em Dor
Hospital
Israelita
Albert Einstein
MUDANÇAS
NAS
INTERAÇÕES
• Karol
Bezerra ThéINTERPESSOAIS
• Médica, especialista em Geriatria
SBGG/AMB
MUDANÇAS NAS
ATIVIDADES
ROTINEIRAS
• Home
Care Einstein
• Pós- Graduação em Dor HIAE
• 2013
MUDANÇAS NO ESTADO MENTAL
Agressividade, apatia
Isolamento social
Alteração de apetite, recusa
alimentar
Sonolência, perambulação
Confusão mental
Choros
Irritabilidade, agitação
(American Geriatrics Society. Panel on Persistent Pain in Older Adults. The management of
persistent pain in older persons. J Am Soc 2002:50:S211)
Dor no Idoso
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DE DOR EM IDOSOS NÃOCOMUNICANTES
Pós- Graduação em Dor
Hospital Israelita
Albert Einstein
• Karol Bezerra Thé
• Numerosas escalas tem sido desenvolvidas.
• Médica, especialista em Geriatria
SBGG/AMB
• Home Care Einstein
• Objetivo
de oferecer mais confiabilidade na
• Pós- Graduação em Dor HIAE
avaliação.
• 2013
• Foco na observação do comportamento do
paciente.
Dor no Idoso
Pós- Graduação em Dor
Hospital Israelita
Albert Einstein
• Karol Bezerra Thé
• Médica, especialista em Geriatria
SBGG/AMB
• Home Care Einstein
• Pós- Graduação em Dor HIAE
• 2013
Avaliar as escalas de avaliação de dor existentes nessa
população.
 Dez escalas escolhidas
Dor no Idoso
Abbey (Abbey Pain Scale)
 RAPID (Rating Pain in Dementia)
 NOPPAIN (Noncommunicative Patient’s Pain Assessment
Pós- Graduação em Dor
Instrument)
Hospital Israelita
Albert Einstein
• Karol Bezerra Thé
 CNPI• (Checklist
of Nonverbal Pain Indicators)
Médica, especialista em Geriatria
SBGG/AMB
 PADE (Pain Assessment
for the Dementing Elderly)
Home Care Einstein
 ECS (The• Simplified
Behavioural Scale)
Pós- Graduação
em Dor HIAE
 ECPA•(L’échelle
comportemenntale
pour Personnes Agées)
 DOLOPLUS 2 • 2013
 PAINAD (Pain Assessment in Advanced Dementia)
 PACSLAC (Pain Assessment Checklist for Seniors with Limited
Ability to Communicate)
 Observational Pain Behaviour Tool
 Pain Assessment Scale for Use with Cognitively Impaired Adults
Dor no Idoso
Pós- Graduação em Dor
Hospital Israelita
Albert Einstein
• Karol Bezerra Thé
• Médica, especialista em Geriatria
SBGG/AMB
• Home Care Einstein
• Pós- Graduação em Dor HIAE
• 2013
Dor no Idoso
• Os resultados indicam que embora as escalas
PósGraduação em
Dor
demonstrem
potencial,
ainda estão em estágios iniciais
Hospital Israelita
Albert
Einstein
• Karol Bezerra Thé
de desenvolvimento
e testes.
• Médica, especialista em Geriatria
SBGG/AMB
• Home
Careno
Einstein
• Ainda não
há
momento uma escala padrão baseada
• Pós- Graduação em Dor HIAE
em indicadores
comportamentais
não-verbais
de
dor
• 2013
que possa se recomendada na prática clínica.
Dor no Idoso
Pós- Graduação em Dor
Hospital Israelita
Albert Einstein
• Karol Bezerra Thé
• Médica, especialista em Geriatria
SBGG/AMB
• Home Care Einstein
• Pós- Graduação em Dor HIAE
• 2013
• Objetivo: abordar as principais estratégias terapêuticas
utilizadas pela enfermagem e pela fisioterapia no
tratamento da dor em pacientes geriátricos terminais.
Geriatria e Gerontologia. 2010; 4(3):146-153
PAPEL DO ENFERMEIRO:
Dor no Idoso
Ações:
Graduação em Dor
• PósPosicionamento
confortável
Hospital Israelita
Albert Einstein
• Karol Bezerra Thé
• Médica, especialista em Geriatria
SBGG/AMB
• Controle dos Fatores Ambientais
• Home Care Einstein
• Pós- Graduação em Dor HIAE
• Controle
da• 2013
Ansiedade relacionada a dor
Terapia cognitiva-comportamental (TCC)
• Educação em Dor
• Monitoramento no tratamento farmacológico
PAPEL DO FISIOTERAPEUTA:
Dor no Idoso
Pós- Graduação em Dor
Ações:
Hospital Israelita
Albert Einstein
• Karol Bezerra Thé
• Termoterapia superficial
• Médica, especialista em Geriatria
• Calor superficial
SBGG/AMB
• Home Care Einstein
• Gelo
• Pós- Graduação em Dor HIAE
• 2013
• Estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS)
• Mobilizações articulares
• Alongamentos
• massoterapia
Dor no Idoso
Pós- Graduação em Dor
Hospital Israelita
Albert Einstein
• Karol Bezerra Thé
• Médica, especialista em Geriatria
SBGG/AMB
• Home Care Einstein
• Pós- Graduação em Dor HIAE
• 2013
“Se eu puder diminuir o sofrimento ou aliviar a dor de
alguém, ou ajudar um pássaro ferido a voltar para o
seu ninho, não terei vivido em vão…”
Emily Dickinson
Dor no Idoso
Pós- Graduação em Dor
Hospital Israelita
Albert Einstein
• Karol Bezerra Thé
• Médica, especialista em Geriatria
SBGG/AMB
OBRIGADA!
• Home Care Einstein
• Pós- Graduação em Dor HIAE
• 2013
www.drakarolthe.com
Dor no
VITAMINA
D EIdoso
DOR CRÔNICA
Pós- Graduação em Dor
• Estudos
demonstram
relação entre hipovitaminose D e
Hospital Israelita
Albert
Einstein
• Karol Bezerra Thé
as • Médica,
síndromes
dolorosas, principalmente a dor
especialista em Geriatria
SBGG/AMB
musculoesquelética
• Home Care Einstein
• Pós- Graduação em Dor HIAE
• Mecanismo:
• 2013
hipovitaminose D
DOR
hipocalcemia
ABSORÇÃO DE
LÍQUIDO E
EXPANSÃO DA
MATRIZ ÓSSEA
↑ PTH
↓ DMO
Altera arquitetura
óssea
↓ consistência da
superfície óssea
VITAMINA D E DOR CRÔNICA EM IDOSOS: ESTUDO DE REVISÃO
Oliveira WS, Moraes N, Santos FC
Serviço de Dor e Doenças Osteoarticulares da Disciplina de Geriatria e
Gerontologia/Universidade Federal de São Paulo-UNIFESP
2012
Pós- Graduação em Dor
Dor no Idoso
Hospital Israelita
Albert Einstein
• Karol Bezerra Thé
• Revisão
na literatura do papel da vitamina D na dor crônica
• Médica, especialista em Geriatria
SBGG/AMBem idosos
musculoesquelética
• Home Care Einstein
•
• PósDor trabalhos
HIAE
Últimos
10Graduação
anos =em10
(1 revisão sistemática, 5 estudos
• 2013
analíticos transversais,
2 retrospectivos, 1 observacional
prospectivo, 1 trial clinico randomizado)
•
Estudos ainda escassos
•
Maior prevalência de dor crônica em indivíduos com
hipovitaminose D, principalmente nas mulheres, e a sua
suplementação se mostrou benéfica em alguns casos, mas não
em outros.
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