JESSICA LANE OLIVEIRA PALMA MELANIE LAURA CONCEIÇÃO RIBEIRO CRIAÇÃO DE VALOR DA MARCA POR MEIO DO MARKETING CULTURAL: ESTUDO DE CASO ITAÚ E O FESTIVAL DE CURITIBA CURITIBA 2011 JESSICA LANE OLIVEIRA PALMA MELANIE LAURA CONCEIÇÃO RIBEIRO CRIAÇÃO DE VALOR DA MARCA POR MEIO DO MARKETING CULTURAL: ESTUDO DE CASO ITAÚ E O FESTIVAL DE CURITIBA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Especialização MBA em Gestão da Comunicação Pública e Empresarial da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas, da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Gestão da Comunicação Pública e Empresarial. Nota: 10,00 Orientador: Fábio Henrique Feltrin Coordenação: Denise Stacheski CURITIBA 2011 RESUMO O presente trabalho tem por objetivo estudar o método utilizado pela empresa Itaú para agregar valor à marca, como patrocinadora oficial do Festival de Curitiba. Além disso, busca analisar como o marketing cultural pode ser uma estratégia eficaz para as empresas que buscam destacar-se no mercado. Analisou-se as ações de comunicação desenvolvidas pelo Festival e a presença da marca antes, durante e após o evento. Buscou-se explicar como os métodos adotados pelo marketing são trabalhados e a importância desta alternativa para as empresas patrocinadoras. A fundamentação teórica, as entrevistas com personagens atuantes no Festival e na comunicação do Itaú foram estudados para desempenho na solução do problema proposto. Palavras-chave: Marketing, Marketing Cultural, Itaú, Festival de Curitiba, Marca. LISTA DE FIGURAS 1 O DIAGRAMA DA COMUNICAÇÃO....................................................................13 2 O PATROCÍNIO COMO CONSTRUTOR DE MARCA.........................................27 3 TAREFAS NA CONSTRUÇÃO DE MARCA.......................................................28 4 MARCA DO ITAÚ................................................................................................29 5, 6, 7, 8 OUTDOORS DA CAMPANHA..................................................................33 9, 10 - MÍDIA INDOOR NA MESA DOS RESTAURANTES- EDIÇÃO DE 2010 DO FESTIVAL................................................................................................................47 11 EXEMPLO- GUIA 2009.......................................................................................47 12 ANÚNCIO REVISTA VEJA.................................................................................51 13 ANÚNCIO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO....................................................52 14,15 A MARCA ITAÚ NOS ANÚNCIOS DO MOBILIÁRIO URBANO....................53 16 BANCAS DE JORNAIS E REVISTAS TAMBÉM LEVARAM A MARCA ITAÚ...54 17- BANCA DE JORNAL EM COPACABANA- RIO DE JANEIRO..........................54 18- PAINEL LOCALIZADO NA AVENIDA N. SRª APARECIDACURITIBA................................................................................................................55 19- OUTDOOR LOCALIZADOPRÓXIMO AO SHOPPING PALLADIUM................56 20 -MEGAPAINEL POSICIONADO NA BR 277......................................................56 21- SALA DE EMBARQUE- AEROPORTO INTERNACIONAL DE CURITIBA......57 22- BANDEIROLAS ENFEITARAM A CIDADE COM AS MARCAS PATROCINADORAS- O ITAÚ ESTAVA PRESENTE..............................................58 23- BANNERS COM O ANÚNCIO DO FESTIVAL E A MARCA ITAÚ POSICIONADA NO TOPO ................................................................................................................59 24- BACK BUS……………………………………………………………………………60 25- DIVULGAÇÃO NOS SHOPPINGS…………………………………………………60 26- PÚBLICO NO TEATRO DA REITORIA CURITIBA.............................................62 27- BILHETERIA SHOPPING MULLER- CURITIBA.................................................63 28 e 29 - QG- MEMORIAL DE CURITIBA.................................................................64 30- A LOGO DO ITAÚ TAMBÉM ESTAMPOU UMA PARCELA DOS VALEINGRESSOS. ............................................................................................................65 31- A PROJEÇÃO MAPEADA REFORÇOU A MARCA DO ITAÚ, NA FOTO ABAIXO É POSSÍVEL VISUALIZAR AS CORES DA MARCA................................................66 32- SITE OFICIAL E A PRESENÇA DA MARCA ITAÚ..........................................67 33- CANAL DO YOUTUBE- FESTIVAL TV- MARCA ITAÚ PRESENTE..............................................................................................................68 34- GUIA 2011.........................................................................................................69 SUMÁRIO 1 CONCEITO DE MARKETING ................................................................................ 10 2. COMPOSTO DE MARKETING..............................................................................11 1.1.1 El ementos da Comunicação............................................................................12 1.2 NECESSIDADES DO CONSUMIDOR.................................................................14 1.3 O PROCESSO DA INFORMAÇÃO E A PERCEPÇÃO HUMANA NO CONSUMO..........................................................................................................15 2 MARKETING CULTURAL...................................................................................17 2.1 DEFINIÇÃO DE CULTURA................................................................................17 2.2 CONCEITOS DE MARKETING CULTURAL.......................................................18 2.3 MARKETING DE PATROCÍNIO..........................................................................20 2.3.1 Lei Rouanet.....................................................................................................21 2.4 MARKETING CULTURAL E VALORIZAÇÃO DA MARCA..................................23 2.4.1 Marketing de Imagem.....................................................................................25 2.4.2 Marketing Institucional....................................................................................25 3. A RELAÇÃO DO PATROCÍNIO COM A CONSTRUÇÃO DA MARCA.................27 3.1 A EMPRESA ITAÚ..............................................................................................29 3.1.1 A marca Itaú....................................................................................................30 3.1.2 A comunicação do Itaú....................................................................................32 3.1.3 Campanha que marcou...................................................................................33 3.1.4 Itaú nas redes sociais......................................................................................34 3.1.5 Relação com os públicos................................................................................35 3.2 O FESTIVAL DE CURITIBA..............................................................................36 3.2.1 A história..........................................................................................................36 3.2.2 Momentos relevantes na trajetória do Festival de Curitiba............................37 3.2.3 Relação do Festival de Curitiba com os patrocinadores...............................40 3.3 ITAÚ NO FESTIVAL.........................................................................................43 3.3.1 Campanhas publicitárias anteriores............................................................44 3.3.1.1 Spot de rádio............................................................................................44 3.3.1.2 Vídeo publicitário......................................................................................44 3.3.1.3 Intervenção urbana..................................................................................45 3.3.1.4 Comercial.................................................................................................45 3.3.1.5 Vantagens exclusivas para o úblico externo do Itaú................................46 3.3.1.6 Mídia Indoor.............................................................................................46 3.3.1.7 Guias programação do Festival de Curitiba.............................................47 3.4 RELATÓRIO FESTIVAL 2011........................................................................48 3.4.1 As campanhas de comunicação..................................................................50 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................72 REFERÊNCIAS.....................................................................................................75 -8- INTRODUÇÃO Este trabalho irá abordar a estratégia utilizada pela empresa Itaú, através de patrocínio no Festival de Teatro de Curitiba, para agregar valor à marca. As discussões a respeito desse tema nasceram da hipótese de que o Festival de Curitiba seria um bom investimento para as empresas patrocinadoras que buscam a valorização de sua marca. A suspeita de que o marketing cultural é uma alternativa vantajosa para as empresas motivou este estudo. O evento, realizado anualmente na capital paranaense, reúne uma série de atrações culturais, entre elas, teatro, improviso, música, gastronomia e moda. A ideia inicial surgiu de uma conversa informal entre amigos. Após 19 anos, adquiriu notoriedade e tornou-se conhecido em todo país, reunindo, na última edição, mais de 200 mil espectadores. Logo no início das pesquisas percebeu-se que o evento oferece alternativas diferenciadas para cada empresa patrocinadora e preocupa-se em planejar em conjunto as ações que serão realizadas. Atualmente, existem mais de 60 empresas envolvidas no projeto. Para melhor compreensão do tema, foi escolhida a empresa Itaú como foco da investigação, pois foi considerada, em 2010, a marca mais valiosa do Brasil e possui uma união de 11 anos com o Festival de Curitiba. As informações presentes neste trabalho são o resultado de pesquisas em livros, periódicos, relatórios e investigações feitas durante o período de divulgação e realização do evento, além da observação de campo em ruas e locais em que as peças foram apresentadas. -9- Além disso, foram necessárias entrevistas com coordenadores do Festival. Por meio delas, foi possível obter um panorama geral dos métodos de trabalho das equipes de comunicação e patrocínio, além dos resultados obtidos. Por fim, foram realizados diversos contatos com a equipe do Itaú, por meio dos setores: assessoria de imprensa, Itaú Cultural, marketing e patrocínio. Desta forma, foi possível produzir o material final apresentado neste trabalho. Este estudo é organizado da seguinte forma: O capítulo 1 apresenta os conceitos de marketing. O capítulo 2 traz a definição de marketing cultural, políticas de patrocínio, Lei Rouanet, valorização da marca e marketing de imagem. O capítulo 3 demonstra a relação do patrocínio com a marca da empresa e destaca informações sobre a empresa Itaú e sua comunicação. Além disso, são apresentados dados sobre o Festival de Curitiba e suas estratégias comunicacionais e relacionamento com os patrocinadores. - 10 - 1. CONCEITO DE MARKETING Para a compreensão do estudo de caso referente ao marketing cultural, é preciso analisar o conceito de marketing nos estudos de comunicação e na sociedade. O primeiro passo é compreender o que é marketing nas definições de alguns autores da área. Kotler (1998) define que marketing é o processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros. Observando este contexto citado por Kotler, outros autores fundamentam as teorias de marketing. Para Schewe e Smith (1982) “o objetivo do marketing é assegurar satisfação no comportamento de troca da sociedade”. Sobre esse aspecto, os autores complementam o pensamento de Kotler, pois a meta é alcançar o entendimento dos desejos e necessidades dos consumidores através desta troca. O instrumento utilizado é a informação, e os consumidores são suas fontes iniciais e podem aceitar ou rejeitar os bens ou serviços oferecidos, ocorrendo à venda ou não do mesmo neste sentido, portanto, os consumidores são a chave para manter as trocas econômicas em equilíbrio através da comunicação. Esta comunicação retrógrada dos consumidores aos produtores é essencialmente o que o conceito de marketing quer dizer. Uma organização de sucesso e saudável é a que reconhece os desejos dos consumidores e ajusta suas atividades para atender às suas necessidades e desejos. (SCHEWE e SMITH, 1982, p. 22). Neste mesmo conceito Kotler, juntamente com outros autores, define o marketing em diversas formas para explanar a teoria. As análises das características relacionadas as ações e ferramentas utilizadas complementam e esclarecem o estudo. - 11 - Kotler e Keller (2006) afirmam que o marketing é uma arte e ciência na escolha de mercados-alvos e da captação, manutenção e fidelização de consumidores. Mas para isso é necessário foco na criação, inovação, distribuição e comunicação de um valor superior para este mesmo consumidor. Em 2007, Kotler e Armstrong, ampliam o conceito de marketing, na qual as ações de venda e propaganda são partes de um conjunto de ferramentas que interrelacionadas alcançam com eficiência o mercado. Os autores definem o marketing como um processo social e gerencial, pois tanto individualmente como coletivamente, existe a aquisição de necessidades e desejos, criando e trocando dessa forma, valores uns com os outros. Dias (2003) traz outro parâmetro, indicando o desenvolvimento de um relacionamento satisfatório, de longo prazo, no qual pessoas ou grupos de pessoas adquirem aquilo que necessitam e desejam. Nesta perspectiva, com a análise das citações anteriores, é possível perceber que o marketing é fundamental na sociedade, pois as ações de troca entre os indivíduos são essenciais para atender as necessidades básicas de cada um. Para a compreensão deste trabalho é fundamental o entendimento dessas definições, pois a pesquisa contempla ações ligadas ao marketing cultural, em especial o envolvimento do público do Festival de Curitiba e a marca Itaú. Muitas ações realizadas em longo prazo podem gerar o relacionamento citado e a necessidade de troca. 1.1 COMPOSTO DE MARKETING Nos estudos de marketing, classificam-se quatro elementos que foram - 12 - criados para atender o consumidor: produto, preço, ponto e promoção. O produto ou serviço atende às necessidades e desejos do consumidor. A escolha do ponto está ligada ao mercado consumidor, isto é o local mais acessível para a distribuição do produto. Ajusta-se o preço através do ponto onde o produto se localiza. O estímulo para a venda é a promoção. Tanto ela quanto a divulgação são feitas por profissionais de comunicação (COBRA, 1985). Observa-se que a comunicação em marketing é essencial, sem ela não existiria a troca, isto é, os consumidores precisam ser comunicados que existe tal produto e o mercado necessita apresentar como este combina com as necessidades da sociedade. Schewe e Smith (1982) analisam que os consumidores que formam um mercado precisam saber que existe um produto; do contrário, não podem saber como este tem a possibilidade de satisfazer a seus desejos e necessidades. Por isso, o primeiro propósito da comunicação em marketing é dar informação. Mas ainda assim os consumidores podem hesitar em fazer uma troca. Precisam ter a garantia de que o produto pode proporcionar o que querem ou necessitam. Donde é necessário um pouco de persuasão para encorajar os consumidores a cruzarem o limiar do comportamento de troca e darem os passos para ficarem de posse do produto. Este aspecto de persuasão da comunicação mercadológica vence a hesitação dos consumidores por induzir ou criar uma disposição psicológica favorável para ser feita uma troca. (SCHEWE e SMITH, 1982, p. 394). É preciso observar que após esta comunicação acontece um processo de percepção do público até o ato da ação. No composto promocional destacam-se quatro estágios: a atenção, o interesse, o desejo e a ação. Os profissionais de comunicação buscam uma forma de despertar a atenção para o produto, utilizando meios para se comunicar (SCHEWE e SMITH, 1982). 1.1.1 Elementos da Comunicação - 13 - Neste estudo, é preciso continuar a explicação dos processos de marketing e partir para o composto do mesmo, porém antes é necessário orientar como funciona o processo da comunicação humana, para que enriquecer a fundamentação teórica do estudo de caso e sua compreensão. Para compreender o processo da comunicação humana é necessário entender alguns elementos que o compõem. Sob a percepção de Andrade (1965, p.134) aborda-se três elementos básicos da comunicação: o comunicador, a mensagem e o recebedor. Da falha em qualquer um destes elementos decorre a falta de comunicação. As barreiras e obstáculos do processo impedem o livre fluxo de informações e estímulos de tudo isso resulta que uma boa comunicação está na dependência de certos requisitos de ordem geral adaptados a cada caso, com inteligência e honestidade. O autor de “L'Arte de Comunicare” estabelece seis condições para o sucesso de uma comunicação, a saber: 1) conhecer o destinatário de nossa comunicação; 2) usar apropriados veículos de comunicação; 3) saber suscitar o interesse; 4) informar exaustivamente; 5) ouvir e valorizar as reações do destinatário; 6) melhorar, se necessário, o conteúdo da informação transmitida. (ANDRADE 1965, p. 135). A estrutura para exemplificar o processo de comunicação, apresentada por Lampreia (1996, p. 23) é: FIGURA 1 – O DIAGRAMA DA COMUNICAÇÃO Emissor Mensagem Receptor FONTE: Lampreia (1996, p.23) O emissor é aquele que emite a informação. A mensagem é composta pela ideia que será transmitida e o receptor é aquele que recebe determinada - 14 - mensagem. Para complementar o estudo é citado por Lampreia (1996, p. 23), Harold Lasswel no qual define o processo em: Quem diz? (emissor) O quê? (mensagem) A quem? (receptor) Como? (o meio) Por quê? (a finalidade) Nesta situação, o processo recebe novos elementos, o “como” e o “por quê”. O “como” é o meio, isto é, o suporte da mensagem por onde ela é transmitida e qual veículo ou canal utiliza-se para a transmissão. O “por quê” é a finalidade, qual a verdadeira intenção da mensagem e reação que se espera no receptor. 1.2 AS NECESSIDADES DO CONSUMIDOR É necessário compreender o comportamento humano para planejar e realizar as ações em marketing. Cobra (1985, p. 55) explica que o comportamento humano se faz principalmente através da análise de suas necessidades e no processo de tomada de decisão perante a satisfação de compra. Vincula-se a satisfação num processo despercebido pelo consumidor: a motivação de consumo, que significa o mover do indivíduo para a ação de compra e satisfação que advém do impulso consciente e inconsciente. - 15 - Muitas vezes nossas ações são levadas por fatores que dizem respeito a motivos freqüentemente estranhos, isto é, não são conscientes, o consumidor não tem uma idéia daquilo que é a sua necessidade. Até que ponto o consumidor tem consciência ou não das suas necessidades é um ponto importante para uma análise psicológica de seu comportamento, e até mesmo para uma análise psicológica de aplicação de fatores que provocariam estímulo ao indivíduo para reagir motivadamente à compra. (COBRA, 1985, p. 57). O autor Honorato (2004), defende que o estudo do comportamento do consumidor identifica o quanto os atributos mercadológicos influenciam na decisão de compra. Neste caso: [...] é de grande importância sabermos usufruir da contribuição das ciências sociais, como sociologia e psicologia, para entendimento das influências de fatores intrapessoais como hábitos, atitudes e motivação, traçar o perfil do consumidor por meio de critérios, desenvolver estratégias para as demais variáveis mercadológicas. (HONORATO, 2004, pág. 125). Entende-se que é relevante analisar o perfil do consumidor para as ações de comunicação e marketing. A conduta de cada indivíduo ou de um grupo segmentado é que poderá traçar o destino de uma campanha. Para este trabalho é importante salientar que as ações de marketing do banco Itaú, no patrocínio do Festival de Curitiba, foram realizadas para atingir diversos perfis de pessoas. Analisando o comportamento do público é possível perceber os resultados com mais clareza. 1.3 O PROCESSO DA INFORMAÇÃO E A PERCEPÇÃO HUMANA NO CONSUMO No universo da psicologia, Gade (1998) aponta que é possível entender o comportamento do consumidor com base nas atividades físicas, mentais e emocionais, relacionadas à seleção, compra e uso de produtos e serviços. Para o marketing, o entendimento da percepção humana é crucial assim como o estudo das influências dos fatores culturais, pessoais, psicológicos e sociais. - 16 - Ainda segundo Gade, os fatores culturais estão voltados aos hábitos, costumes e ideologia. Nos sociais estão incluídos as referências, os líderes, inovadores e seguidores. Os fatores pessoais abrangem a idade, sexo, posição no ciclo de vida, escolaridade, situação econômica e estilo de vida. Com os fatores psicológicos, em que se insere o processamento de informações, sua captação e decodificação, através de sensação, percepção, aprendizado e memória, incluindo a personalidade. A junção destes fatores leva o consumidor à compra, consumo e uso (GADE, 1998). O comportamento humano é resultante de várias forças cujo somatório tem sido chamado de campo psicológico. O ser humano é motivado por necessidades básicas e influenciado pelo seu meio social, o que obrigará cada indivíduo a construir e adaptar seu campo psicológico particular. (GADE, 1998, p.14). Os objetos de consumo do mundo são identificados pelo indivíduo através de sua percepção utilizando os órgãos dos sentidos, são eles visão, audição, olfato e paladar. A exposição acontece quando o consumidor entra em contato com a comunicação, recebendo assim informações sobre os produtos e serviços anunciados, sendo estimulados a consumi-los. A partir desse momento o cérebro decodifica a atenção dispensada pelo consumidor e percebe a necessidade de satisfazer seus desejos. A parte do processamento de informações, na qual os estímulos são decodificados e identificados, é a interpretação (GADE, 1998). Com base no exposto acima, conclui-se que marketing é um fenômeno social no qual os indivíduos têm contato com os produtos e serviços os quais necessitam ou desejam. Para este estudo de marketing cultural é necessário compreender este processo comunicacional, no qual o receptor é estimulado a consumir. - 17 - 2. MARKETING CULTURAL 2.1 DEFINIÇÃO DE CULTURA Para compreender as ações do marketing cultural, após análise do marketing é necessário entender o processo cultural, a definição de cultura e sua importância na sociedade. De acordo com Muylaert (2000), cultura pode ser entendida como manifestações espontâneas de um determinado grupo social, no qual caracteriza e o distigue dos demais. A definição corrente para o termo cultura, entretanto, refere-se às atividades nos campos da arte, da literatura, da música, do teatro, da dança, ou qualquer outra que expresse uma forma de organização social, não só como manifestação original e de característica exclusiva de um determinado povo, mas também de outros, num intercâmbio permanente de experiências e realizações, isto é, o conceito primitivo de cultura, regional e caracterizante, passa a ter um sentido universal e pleno, pressuposto que leva a considerar um povo culturalmente avançado aquele que tem acesso ao conhecimento e à informação. (MUYLAERT, 2000, p. 18). Santos (2006) complementa com duas concepções de cultura. A primeira diz respeito à realidade social, as características de um povo ou nação. A segunda contempla o conhecimento, às ideias e crenças da sociedade. Após a explanação do processo de marketing e as definições de cultura é possível analisar o marketing cultural. Nesta perspectiva, de acordo com Smiers (2006), a cultura atual pode ser analisada na era digital, com os novos meios de comunicação, fornecendo oportunidades de aproximação da produção e distribuição da arte. - 18 - Os artistas podem localizar pessoas potencialmente interessadas no seu trabalho, e podem desenvolver seus próprios mercados, adequando-os aos seus tipos de criações artísticas e apresentações. [...] Toda sociedade censura certas formas de comunicação e aprova outras. A arte está no centro de nossos campos de batalha simbólicos. (SMIERS, 2006, pág. 321). A definição do que significa cultura é fundamental para a compreensão da ligação com o marketing e o que cada um representa na sociedade. A junção será apresentada como uma estratégia de comunicação eficaz para as empresas. 2.2 CONCEITOS DE MARKETING CULTURAL É relevante fazer a junção dos conceitos de marketing com as definições do que é cultura, pois deste modo é possível explanar o seu significado e sua importância para as organizações. Muylaert (2000) explica que o marketing cultural é um conjunto de recursos de marketing que permite projetar a imagem de uma organização, através de ações culturais. É importante ressaltar que para um projeto obter um retorno institucional é preciso falar de mídia e verificar como o patrocinador poderá ser beneficiado. Normalmente, o retorno de uma participação em um evento cultural é a longo prazo, com a fixação da imagem, conforme explica Muylaert: A estratégia de venda de um produto é composta por várias ações, sendo que uma das principais é a fixação da imagem, que pode ser conseguida por uma campanha institucional. Mas, para conseguir o retorno institucional a partir de um evento, é preciso investir duas vezes o que foi gasto no evento, na sua divulgação por outras mídias. Esse reforço se dará ao público a dimensão real do acontecimento e a certeza da impossibilidade de sua realização sem o patrocinador, valorizando sua presença. (MUYLAERT, 2000, p. 31). - 19 - A revista online Marketing Cultural1, define que se esta ferramenta de comunicação for aplicada com critério e seriedade, oferece vantagens para os patrocinadores, artistas, produtores e, alvo maior, a sociedade. Como instrumento de comunicação de uma organização junto ao consumidor, pode-se considerar marketing cultural quando o projeto cultural tem a capacidade de transportar uma informação de um universo, que é o público que consome aquele produto cultural, para um outro universo, que é o público consumidor do produto ou do serviço da empresa patrocinadora (ALMEIDA, 1992, P. 15-16). Humphreys2, ressalta que isso só é possível porque este tipo de marketing possibilita divulgar a marca da empresa para um público segmentado, no qual o patrocinador tem a possibilidade de optar por um investimento em projetos culturais que sejam direcionados para o mesmo público alvo de sua organização. Neste caso, proporciona uma ligação direta entre marca, consumidor e comunidade, isto de uma forma diferenciada da comunicação realizada através de outras ações. O Instituto Cultural Cidade Viva3 (2003) apresenta uma pesquisa com 431 empresas brasileiras que se destacaram no mercado cultural através de apoio, patrocínio e outras ações culturais. Dentre estas empresas encontram-se semelhanças positivas nos resultados destas ações e o principal motivo de patrocínio das empresas está focado no fortalecimento da imagem institucional 1 Revista Online Marketing Cultural, disponível em http://www.marketingcultural.com.br/oquemktcultural.asp?url=O%20que%20%E9%20Mkt.%20Cultural &sessao=%20oqueemarketingcultural 2 Ellen Humphreys, publicitária, professora e coordenadora do Projeto Experimental em Publicidade e Propaganda do curso de Comunicação Social com ênfase em Publicidade e Propaganda do Cesumar - Centro Universitário de Maringá. Autora do artigo “A percepção das marcas patrocinadoras no marketing cultural”, extraído da página http://www.cesumar.br/comunicacao/arquivos/artigo_percepcao_marcas.pdf. Acesso em 03 março 2011. 3 Livro Perfil de Empresas Patrocinadoras, 2003. - 20 - (19,49 %). A pesquisa aponta que dentre os segmentos culturais de interesse, as Artes Cênicas ocuparam o primeiro lugar, com 17,62%. No contexto da comunicação empresarial, é importante ressaltar que a preocupação dos empresários está voltada nas questões como o sucesso do evento, sua receptividade, repercussão e qualidade. Neste sentido, Fischer (2002) atenta para esta preocupação, pois o marketing cultural abrange aspectos como a expectativa de ampliação das vendas, o mercado e os critérios baseados na mídia. Para ele é importante a observação do tipo de evento, perfil do público, quantidade de pessoas que assistirão ao evento e tempo de exposição da marca do patrocinador. 2.3 POLÍTICAS DE PATROCÍNIO Gabriel (2005), orienta que é preciso compreender que as organizações patrocinam as artes em troca de reconhecimento e prestígio para a sua marca e seu objetivo principal é dialogar com seu público consumidor. Afirma também que o patrocínio é uma relação de negócio, dirigida pelo equilíbrio entre o custo e o benefício da ação. É relevante ressaltar que “patrocínio é o investimento que uma organização faz com o intuito de receber em troca um retorno institucional e/ou de marketing coerente com o valor aplicado no projeto”, diz Gabriel (2005, p. 24). Ele está ligado à utilização das leis culturais de incentivo fiscal, tanto em caráter federal, estadual ou municipal. Para isso, o projeto ao patrocinador deve quantificar qual é o valor do retorno que esta ação lhe trará. - 21 - Costa (2004) afirma que apenas o patrocínio não é suficiente para vincular a marca ao evento, é necessário conjugar outras ações para reforçar esse vínculo. Transferência gratuita, em caráter definitivo, à pessoa física ou jurídica de natureza cultural com ou sem fins lucrativos, de numerário para a realização de projetos culturais com finalidade promocional e institucional de publicidade. (MUYLAERT, 2000, p. 282). O Ministério da Cultura (2007) apresenta outra definição para patrocínio, na qual resulta na transferência definitiva ou gratuita de numerário para a realização de projetos culturais. 2.3.1 Lei Rouanet Segundo o código de ética, a Lei Rouanet é federal, assinada em 23 de dezembro de 1991. Popularmente conhecida pelo nome do então ministro da Cultura Sérgio Paulo Rouanet, a Lei 8.313 permite às empresas patrocinadoras um abatimento de até 4% do imposto de renda. Os projetos precisam passar pela aprovação do Ministério da Cultura para serem enquadrados na lei. A Rouanet já foi alterada algumas vezes e sofreu regulamentações, nas quais o governo federal propõe uma nova reforma, para ampliar a capacidade de fomento à cultura e aumentar as formas como o produtor pode acessar os recursos. De acordo com o Sindicato dos Profissionais4 de Relações Públicas, o código de ética da Lei Rouanet, restabelece os princípios da Lei n. 7505, de 2 de julho de 1986, e institui o Programa Nacional de Apoio à Cultura – PRONAC. Sendo assim: 4 Disponível em http://www.sinprorp.org.br/Codigo_de_etica/007.htm. Acesso em 03 março 2011. - 22 - FNC – O Fundo Nacional de Cultura já existe na atual Rouanet, mas permite apenas doação de 80% do valor do projeto, com 20% de contrapartida. Com a Nova Rouanet, o FNC poderá fazer empréstimos, associar-se a projetos culturais e fazer repasse para fundos municipais e estaduais. Isso permitirá que o Fundo Nacional de Cultura se torne mais atrativo para produtores culturais e se transforme, verdadeiramente, numa alternativa para aqueles que não conseguem captar financiamento via renúncia. Renúncia fiscal – O mecanismo continua existindo, assim como a CNIC (Comissão Nacional de Incentivo à Cultura), que analisa os projetos. A única mudança é que, em vez de apenas ter duas faixas – de 30% e 100% – passa a ter mais quatro – 60%, 70%, 80% e 90%.A lei vai definir quais os critérios serão usados pela CNIC, que, além de analisar aspectos orçamentários do projeto, vai analisar em qual faixa ele se encaixa. O objetivo da mudança é permitir uma maior contribuição das empresas – hoje, de cada R$ 10 investidos pela Rouanet, R$ 9 são públicos – e permitir que projetos com menor atratividade de investimento tenham faixa de renúncia maior. Ficart – O Fundo de Investimento Cultural e Artístico também já existe. No entanto, nunca saiu do papel, por falta de interesse das empresas. A Nova Rouanet vai aumentar a atratividade, com maior dedução fiscal, para que seja uma alternativa atrativa para projetos com grandes chances de retorno financeiro. Vale Cultura - Grande novidade do projeto, o vale de R$ 50 para trabalhadores vai, além de facilitar o consumo de bens culturais para 12 - 23 - milhões de trabalhadores, injetar, pelo menos, R$ 7,2 bilhões por ano, o que é mais de seis vezes o montante atual da Rouanet. Observa-se que as ações de marketing cultural (incluindo patrocínios) para uma organização possui uma importância, pois a empresa ganha benefícios e vantagens divulgando a própria marca e apoiando os projetos culturais na sociedade. Neste estudo de caso a importância do marketing cultural é o foco principal para compreender as ações da empresa Itaú no patrocínio do Festival de Curitiba. 2.4 MARKETING CULTURAL E VALORIZAÇÃO DA MARCA A união do marketing cultural com as ações de valorização da marca e sua publicidade institucional, poderá trazer resultados positivos para a empresa. Ressalta-se que a marca é o signo usado para identificar o produto e a organização, para que seja diferenciada entre seus concorrentes. Vaz (1995) define que a marca é formada por um signo verbal (nome), um signo visual (representação pictórica) ou uma combinação de ambos (assinatura institucional). Quando adota uma configuração padronizada, a marca tem a denominação especial de Logomarca. (VAZ, 1995, p. 147). Os autores Aaker e Joachimsthaler (2000) reforçam esta afirmação, com a óptica de que o patrocínio de eventos tem o potencial de contribuir para a construção das marcas de diversas formas. Das quais se sobressaem a mobilização da organização, pois os funcionários e outros parceiros da marca podem receber - 24 - benefícios emocionais, resultantes do orgulho de estarem associados a uma empresa que apóia iniciativas e que tem valores que vão ao encontro dos seus, fazendo com que se sintam mais motivados e comprometidos com a empresa. Além disso, o fornecimento de uma experiência para os clientes fazendo parte e proporcionando acesso a uma atividade que faz parte da identidade, personalidade ou estilo de vida do cliente. Outra é quando cria exposições de marca nos meios utilizados para divulgação do evento e torna-se parte do vínculo evento-cliente quando a marca está associada a determinado evento por um longo período e está também ligada a um produto ou serviço que desempenha um papel importante na atividade patrocinadora. Humphreys5, conclui que mensurar este potencial exige a aplicação de pesquisas minuciosas junto aos diversos públicos (internos e externos), mas é necessário detectar se as marcas patrocinadoras são percebidas pelo público que frequenta o evento. Nas explicações anteriores foi possível perceber que o marketing cultural auxilia na propagação da marca e valor dado à ela. A organização observa que as determinadas ações, direcionadas para o público certo no momento oportuno é relevante para a construção da publicidade institucional, da valorização da marca nos meios oferecidos por este determinado tipo de marketing. O evento levará consigo esta marca, atingindo o público alvo. 5 Ellen Humphreys, publicitária, professora e coordenadora do Projeto Experimental em Publicidade e Propaganda do curso de Comunicação Social com ênfase em Publicidade e Propaganda do Cesumar - Centro Universitário de Maringá. Autora do artigo “A percepção das marcas patrocinadoras no marketing cultural”, extraído da página: http://www.cesumar.br/comunicacao/arquivos/artigo_percepcao_marcas.pdf . Acesso em 03 março 2011. - 25 - 2.4.1 Marketing de imagem Nas ciências das comunicações humanas imagem é definida como um conjunto de ideias que um indivíduo ou um grupo tem ou identifica a respeito de um objeto. A partir disso, Vaz (1995) complementa em termos mercadológicos, a imagem é um quadro de referências a que o consumidor recorre para avaliar se uma determinada ideia merece ou não o seu interesse, a sua simpatia, o seu apoio. Ele a confronta com outras ideias não necessariamente específicas do objeto, mas pertinentes à sua apreciação, que são os referenciais próprios de cada pessoa, resultantes de nossas experiências individuais de vida. As ideias que a pessoa entende verdadeiras constituem as suas crenças. Compara ainda a imagem implícita na ideia recebida com a imagem prévia que tem do autor da ideia. Dessa forma, a construção de uma imagem é o resultado de várias ideias. (VAZ, 1995, p. 53). Kolter (apud Vaz, 1995, p. 55), afirma que existe uma tendência para as pessoas conservarem uma imagem já formada, pois as informações que reforçam a imagem são mais absorvidas. É preciso um investimento e um trabalho constante de formação de imagem institucional. Com isso é possível compreender que a imagem é o reflexo da identidade de uma organização, ou em outras palavras, é a organização sob o olhar e o ponto de vista de seus diferentes públicos, conforme Argentini (2006, pág. 81). Neste caso, pode-se concluir que é necessário se atentar ao público e o que ele pensando a respeito desta imagem criada. 2.4.2 Marketing Institucional A visão estratégica para o marketing institucional de uma organização complementa as ações citadas nas definições anteriores. De acordo com Vaz - 26 - (1995), a palavra “institucional” é utilizada para demonstrar as iniciativas através das quais a empresa procura fixar junto ao público uma imagem positiva da organização. O autor salienta que o Marketing Institucional incorpora sempre, em nível subjacente, um Marketing Ideológico. Ou seja, sob a estrutura da instituição está sempre uma ideia. O que diferencia as ações institucionais é a ênfase maior ora sobre a estrutura, ora sobre a ideia, ora sobre ambas. ( VAZ, 1995, p. 8) Já Cobra (2000) conceitua que a peça-chave é o composto de comunicações abordando promoção de vendas, merchandising, relações públicas e venda pessoal. Complementando esta teoria, os pontos de ação a serem tomados são: avaliar o grau de satisfação dos clientes internos e externos; avaliar o grau de respeito da marca e avaliar a imagem da instituição e da concorrência. Neste estudo de caso a comunicação e o relacionamento com os públicos da empresa Itaú serão citados, para que sejam analisados junto às ações no patrocínio do Festival. Não serão apresentados os resultados com os públicos, apenas as ações que realizaram para atingi-los. Por este motivo, é importante observar o composto de comunicação no marketing, para a construção de valor de marca. - 27 - 3 A RELAÇÃO DO PATROCÍNIO COM A CONSTRUÇÃO DA MARCA Compreende-se que o patrocínio de organizações para eventos culturais é relevante para a construção da marca e reforça seu relacionamento positivo com seu público alvo. Diversas ações já citadas nas definições de marketing cultural agregam a valorização das empresas patrocinadoras. Aaker (2000) afirma que o patrocínio tem a força de contribuir para a construção da marca das organizações. A principal mudança é normalmente criar exposições para a marca e desenvolver associações. Três outros benefícios da construção da marca, entretanto, podem ser bastante relevantes para a seleção e avaliação dos patrocínios: mobilização da organização para a construção da marca, fornecimento de uma experiência de evento para os clientes e demonstração de novos produtos ou tecnologias. Relacionar a marca ao vínculo „evento-cliente‟ é outra meta a que se aspira. (AAKER, 200, p. 216). FIGURA 2- O PATROCÍNIO COMO CONSTRUTOR DE MARCA (Aaeker, 2000) 2. Fornece uma experiência 3. Demonstra novos produtos/ 1. Mobiliza a organização tecnologias Como o patrocínio constrói marcas tecnologias 4. Cria exposições 6. Torna-se parte do vínculo evento-cliente 5. Desenvolve associações de marca FONTE: Como construir marcas líderes- AAKER (2000, pág. 217) - 28 - A figura mostra que é preciso envolver o público alvo, os clientes de determinada organização nas ações de patrocínio. Aaker afirma ainda que deste modo este público se envolve a ponto de sentir-se parte da mesma família ou equipe da marca, principalmente quando essa experiência se repete, como um evento anual, por exemplo. E por isso é possível criar um elevado nível de fidelidade de clientes, e realmente trazer um retorno positivo, pois o evento deve estar relacionado à própria identidade, personalidade ou estilo de vida do cliente. FIGURA 3- TAREFAS NA CONSTRUÇÃO DE MARCA (Aaker, 2000) Criar visibilidade Estabelecer associações e gerar diferenciação Construção de Marcas Desenvolver relacionamentos profundos com os clientes FONTE: Como construir marcas líderes- AAKER (2000, pág 276) Complementa-se esta imagem com a explicação de que o custo do patrocínio já se justifica pela ampla exposição do nome da marca por meio de toda a publicidade e cobertura do evento. Uma forma de medir o efeito dessa exposição é realizar levantamentos antes e depois dos - 29 - eventos no que tange à conscientização de marca. Uma significativa série de exemplos mostra que a conscientização aumenta de maneira considerável em razão de um patrocínio, especialmente quando as marcas dão continuidade ao patrocínio com outras atividades de marketing. (AAKER, 2000, p. 219 e 220). Com base na teorias mostradas foi possível explanar as teorias de marketing e cultura, e as ações de comunicação importantes para as organizações com a junção das duas. A relevância na construção da imagem institucional e da marca reforçou os conceitos dos principais benefícios e resultados do marketing cultural. O próximo passo é apresentar a organização do estudo de caso, patrocinadora oficial de um evento cultural conceituado no Brasil e as ações que foram relevantes nesta união. 3.1 A EMPRESA ITAÚ FIGURA 4- MARCA DO ITAÚ FONTE: Blog Mundo das Marcas (2006) A história da empresa está ligada diretamente à entrada do Brasil na segunda guerra mundial. Nesse cenário [...] o governo brasileiro baixou medidas de represálias econômicas contra alemães e italianos. Uma dessas medidas determinou a liquidação de filiais de bancos cujas matrizes estivessem nos países inimigos, o que provocou o encerramento das atividades de diversos bancos tradicionais em São Paulo. Foi neste contexto que surgiu o Banco ITAÚ. (MUNDO DAS MARCAS, 2006). - 30 - A primeira sede do Itaú, na época chamado de Banco Central de Crédito, foi fundada pelo advogado e empresário Alfredo Egydio de Souza Aranha, em 1945, na cidade de São Paulo. No contexto atual, o blogspot Mundo das Marcas6 (2006) afirma que a empresa Itaú possui em torno de três mil agências espalhadas pelo Brasil, mais de 23 mil caixas eletrônicos e 24 milhões de clientes. Considera-se o banco on-line mais conhecido do país e o mais moderno. A empresa contém serviços exclusivos e personalizados para os clientes. 3.1.1 A marca Itaú De acordo com o site Consumidor Moderno7 (2010), a gestão da marca do Itaú foi um processo sucessivo que iniciou-se há mais de 30 anos. Esta administração envolve o marketing, a comunicação corporativa e as áreas de negócios e de apoio. Para que este trabalho se concretize é necessária a realização de pesquisas de percepção que buscam compreender os símbolos que caracterizam o Itaú e o uso da marca. 6 As informações do blogspot Mundo das Marcas foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa Itaú (em diversas línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek, Time, Veja, Exame, Isto é Dinheiro e Época Negócios), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers). Disponível em http://mundodasmarcas.blogspot.com/2006/07/ita-feito-para-voc.html. Acesso em 23 fev. 2011. 7 Os artigos são escritos pela redação da equipe do site Consumidor Moderno que é uma autêntica plataforma convergente de mídias, idéias, conceitos e tendências que definem as melhores práticas de relacionamento com clientes no Brasil. Disponível em http://consumidormoderno.uol.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2167:itau-e-amarca-mais-valiosa-do-brasil&catid=108:marcas&Itemid=152. Acesso em 23 fev. 2011. - 31 - “A consolidação e a valorização da marca Itaú é fruto de um constante trabalho de imagem atrelado à preocupação em oferecer produtos e serviços inovadores e de qualidade. Temos consciência de que um dos principais ativos do banco hoje é a marca, sinônimo de valores como solidez, modernidade, transparência, ética e sustentabilidade”, afirma Fernando Chacon, diretor-executivo de marketing do Itaú. (Consumidor Moderno, 2010). O Relatório de Sustentabilidade 20108 do Itaú informa que a empresa possui a marca mais valiosa do Brasil, pela sétima vez consecutiva. Os fatores que contribuíram para estar neste lugar do pódium, em questão da valorização da marca, são os resultados financeiros crescentes e consistentes, a fusão progressiva das operações como um banco múltiplo sob a marca corporativa do Itaú e a forte atuação em questões ligadas à sustentabilidade. A união com o Unibanco, em 2008, foi relevante para a valorização da marca nos últimos anos. Na concepção de Chacon9 (2010), o peso da marca é muito importante. É fundamental que ela seja consistente já que o Itaú oferece produtos e serviços financeiros. Sobre esse aspecto, ele afirma que é preciso possuir uma marca consolidada para o consumidor ter interesse em investir. “Fazemos isso com muita consistência. Desde ter uma presença forte junto ao consumidor com a cor laranja até a consistência da comunicação ao longo do tempo, com uma marca que existe desde os anos 1970”, explica Chacon (2010). 8 O Relatório de Sustentabilidade é uma das principais ferramentas de comunicação do desempenho social, ambiental e econômico das organizações. Disponível em: http://www.itauunibanco.com.br/relatoriodesustentabilidade/index.htm. Acesso em 01 set. 2011. 9 Entrevista cedida ao portal Mundo do Marketing, disponível em http://www.mundodomarketing.com.br/7,15537,por-tras-das-estrategias-de-marketing-do-itau.htm. Acesso em 18 set. 2011. - 32 - 3.1.2 A comunicação do Itaú Para compreender como o Festival de Curitiba tornou-se uma ferramenta de marketing cultural para o Itaú, é fundamental uma análise do histórico da empresa e de sua comunicação. O Itaú atua com uma comunicação segmentada. Uma das ferramentas utilizadas pela empresa é o site institucional. Nele, é possível ter acesso a informações, como, por exemplo, tabela de tarifas, serviços de conveniência e abertura de conta. Nesse espaço, o cliente pode selecionar sua categoria e receberá informações específicas de sua área de interesse. O que pode tornar o atendimento mais rápido e preciso. O portal conta, ainda, com o histórico do Itaú, divulgação de notícias e ações de responsabilidade social, prêmios conquistados e clipping. O site possui também um espaço destinado aos profissionais de comunicação. A assessoria de imprensa do Itaú possibilita um contato mais próximo com os jornalistas pelo site, com divulgação de press releases, comunicados de imprensa e informações úteis para a área. O site demonstra a preocupação da empresa com a acessibilidade. Se o usuário for portador de deficiência visual poderá ter acesso as informações por um software sintetizador de voz. Desta forma, ouvirá todo conteúdo que aparece na tela do Itaú Bankline. - 33 - 3.1.3 Campanha que marcou O Mundo das Marcas apresentou uma das campanhas de mídia externa de grande sucesso da publicidade brasileira na qual o Itaú se destacou. A mesma foi criada, em 2003, pela agência África com o objetivo de atingir consumidores com perfis diversificados, no qual o slogan foi “O Itaú foi feito para você”. Alguns dos outdoors da campanha: FIGURAS 5, 6, 7, 8- OUTDOORS DA CAMPANHA FONTE: Blog Mundo das Marcas (2006) - 34 - 3.1.4 Itaú nas redes sociais Observando a importância das mídias sociais para a sociedade contemporânea, a empresa atualmente está presente no twitter, youtube, facebook, orkut, flickr, formspring e slideshare. No twitter, são sete perfis10 disponíveis, sendo eles: @itau – destinado à todos que desejam conhecer as novidades da empresa; @itau30horas – tem como objetivo atender as dúvidas dos clientes em horário comercial; @itaucorretora – oferece notícias sobre investimentos em ações – e @itauunibanco_ri – neste investidores do Itaú Unibanco Holding S.A podem interagir com a empresa. No @itausocial a população tem acesso a informações sobre a Fundação Itaú Social, que atua pela melhoria da educação. O @itaucultural é o perfil destinado à amantes da arte e tecnologia. Por fim, o Itaú dispõe do @inst_unibanco – perfil do Instituto Unibanco, projeto voltado aos jovens que lutam pela educação, trabalho e responsabilidade socioambiental. No YouTube, o canal11 Itaú oferece aos internautas a possibilidade de assistirem as campanhas e comerciais, vídeos explicativos sobre como utilizar os sistemas e recursos oferecidos aos seus clientes, além de vídeos motivacionais e programas patrocinados pelo Itaú. Também podem ser encontrados uma série de vídeos que utilizam o humor como atrativo para divulgar os novos serviços. O canal foi criado em 2006 e desde então já foi visualizado por mais de um milhão de internautas. O conteúdo é dividido nas categorias: Institucional; Itaú Personnalité; Itaú Cultural; Itaú Corretora e Instituto Unibanco. 10 Acesso em 23 out. 2011. 11 Disponível em http://www.youtube.com/user/BancoItau#p/a. Acesso em 23 out. 2011. - 35 - Os internautas também podem interagir com o banco pelo Facebook. Lá, existem as fanpages oficiais: Itaú; Itaú Universitários; Do que você é feito?; Instituto Unibanco e Itaú Cultural. Cada página apresenta conteúdo diferenciado para seu público alvo, com promoções e informações exclusivas. No Orkut existe um perfil intitulado Instituto Cultural. No slideshare estão disponíveis apresentações de projetos apoiados pelo Instituto Unibanco, já no flickr encontram-se fotos dos eventos patrocinados pelo Itaú Cultural. A empresa oferece, ainda, um perfil no Formspring com o recurso TiraDúvidas Itaú, feito para responder às perguntas da população. Com base nisso, é possível afirmar que o Itaú compreende a necessidade de estar inserido nas mídias sociais e os benefícios da interação com seu público pela internet. Desta forma, faz um trabalho de comunicação específico para cada uma das redes. 3.1.5 Relações com os públicos De acordo com o Relatório Anual de Sustentabilidade 2010, é fundamental o relacionamento da empresa com os públicos de interesse. Para isso é necessário a realização de ações. Ela reconhece a importância da imprensa e dos formadores de opinião, como intermediadores na comunicação com a sociedade. Além disso, [...] o contato com os demais públicos é fundamental, e uma das formas pelas quais ele se dá é por meio das ações de relações públicas. Assim, eventos institucionais, datas comemorativas, efemérides e patrocínios são algumas das oportunidades que temos para nos relacionar com essas pessoas. (Relatório Anual de Sustentabilidade 2010, p.117). - 36 - Esta relação, para o Itaú, contribui para a construção e consolidação da imagem. “O relacionamento próximo de longo prazo com as partes interessadas contribui para a boa reputação do banco” (Relatório Anual de Sustentabilidade 2010, p.117). Com bases nestes dados, é possível afirmar que o Itaú preocupa-se com sua publicidade institucional e demonstra interesse em realizar ações que agregam ao valor de sua marca. Neste sentido, vê na ação de patrocínio a oportunidade de se destacar no mercado. A empresa patrocina uma série de eventos, entre eles o Festival de Curitiba, objeto de estudo desta pesquisa. Segundo Ana Hupfer12 uma das coordenadoras do Festival, algumas empresas patrocinadoras acreditam que este investimento proporciona maior visibilidade, pois o evento gera um espaço de mídia diferenciado e de grande alcance. Muitas fazem investimentos em ações e campanhas específicas para o festival, o que em sua opinião aumenta a visibilidade de sua marca. 3.2 O FESTIVAL DE CURITIBA 3.2.1 A história Para a compreensão dos motivos que impulsionam muitos a investirem no evento, é fundamental a exposição do histórico do Festival de Curitiba. O evento é realizado anualmente, desde 1992, e traz aos palcos da cidade de Curitiba artistas de diversas cidades do Brasil. 12 Ana Hupfer faz parte da coordenação do Festival de Curitiba e concedeu entrevista por e-mail. - 37 - A história deste festival iniciou-se com ideias de um grupo de amigos reunidos em uma mesa de restaurante, o que viria ser um dos mais importantes eventos de teatro do país. De acordo com o site oficial do Fringe13, os estudantes Leandro Knopfholz e Carlos Eduardo Bittencourt, com 18 e 22 anos, assistiram a peça New York, New York, de Edson Bueno, no Teatro Guaíra e resolveram conversar num restaurante da cidade de Curitiba. Na ocasião, lamentaram o número restrito de peças de teatro em cartaz na cidade. E disso surgiu a ideia de organizar um festival na cidade. Carlos ficou preocupado, mas Leandro lhe desarmou com um “Porque não?”. A partir daí começou o corre-corre: campanha, patrocínios, programação e produção. Leandro e Carlos chamaram os amigos Cássio Chamecki e Victor Aronis Em dezembro de 1991 eles promoveram a festa de lançamento do Festival, que iria estreiar no dia 19 de março do ano seguinte. Ninguém acreditaria que aquela idéia, surgida em uma conversa de restaurante, seria realizada com tanta agilidade, e nem que duraria tanto. (Site oficial do Fringe). Em 1992, o Festival trouxe ao Paraná grandes nomes do teatro brasileiro como Antunes Filho, José Celso Martinez Correia e Gabriel Vilella. A partir deste ano o teatro brasileiro insere em sua história atores e diretores que mostram talento no novo evento cultural. 3.2.2 Momentos relevantes na trajetória do Festival de Curitiba No ano de 1992 o Festival de Teatro de Curitiba (antigo nome) inaugura a Ópera de Arame como o espetáculo Sonho de Uma Noite de Verão, do diretor Cacá Rosset, cuja apresentação havia sido proibida no Teatro Municipal de São Paulo. 13 Mostra paralela do Festival de Curitiba que será explicada na sequência da pesquisa. - 38 - No ano seguinte, 1993, pela primeira vez uma peça é encenada na Catedral Basílica, uma peça da trilogia bíblica. Neste ano o Festival recebeu 16 espetáculos. Em 1994, a atriz Malu Mader encabeça Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues e direção de Arthur Nunez. Com o Festival, em 1995, o teatro do Colégio Estadual do Paraná é reativado. No ano de 1996 o festival apresentou 21 peças, sendo nove estreias nacionais. O ator Marco Nanini conduziu uma série de jogos dramáticos com crianças que frequentavam os faróis do saber pela cidade de Curitiba. No ano seguinte, 1997, somam o total de 22 montagens e uma inédita feira de negócios. Um momento importante foi Aquariofobia, no qual foi colocado uma casa transparente na Praça Santos Andrade e deixou atores expostos à curiosidade do público. O ano de 1998 foi marcado pelo nascimento do Fringe, que em inglês significa “franja” ou “margem”, é inspirado no maior festival de artes do mundo, o Festival Internacional de Edimburgo, Escócia. Resumindo é uma mostra paralela ao festival. Em 1999 o número de peças chegou a 52. Já em 2000, ocorreu a Mostra de Teatro dos Excluídos, entre os espetáculos uma produção internacional era destaque: Ceasar, uma co-produção de povos croatas, eslovenos e macedônios. Fechava-se o total de 72 espetáculos. Em comemoração aos 10 anos de Festival, em 2001, ocorreu um recorde de público, foram 100 mil pessoas que lotaram os espetáculos, feira de arte, oficinas, performances, lançamento de livros. Os espetáculos se resumiram em: 23 peças da Mostra de Teatro Contemporâneo e 103 peças no Fringe, o total de 126 peças e 457 apresentações. - 39 - Desde então os números foram crescendo, tanto de espetáculos quanto de público. Nos anos seguintes o festival que no início só reunia as atrações teatrais, trouxe para o público novas experiências. Um espaço para todas as artes que mantém como essência o teatro, mas reúne dança, circo, stand-up, improviso, teatro e gastronomia. Alterou o nome para Festival de Curitiba, abrangendo propostas inovadoras e desafiantes para o público traçando novos horizontes para a arte. Entre teatros e outros espaços tradicionais, a cultura marca presença em barracões, ruas, praças, bares e os mais diversos locais de Curitiba. Inovador, autêntico e divertido, o Festival de Curitiba completa 20 edições, recebendo companhias de diversos estados do Brasil e do exterior, promovendo o encontro de uma enorme diversidade artística e humana na cidade – ingrediente especial que faz do evento um grande sucesso. Na plateia, gente de todo o Brasil. Essa visibilidade para o trabalho de quem participa do evento é nacional. Nessa caminhada de 20 anos, o Festival de Curitiba firmou a cidade como referência no cenário teatral brasileiro e 14 reservou seu espaço na agenda cultural do país. (Site do Fringe ). Em 2006, o festival surgiu com uma proposta diferente. A intenção era profissionalizar o evento, tornando-o mais organizado e atrativo para os patrocinadores e espectadores, afirma Rafael Perry15, coordenador de patrocínio do Festival. Para ele, “hoje o festival é encarado com uma empresa e no começo era comparado apenas com um evento cultural”. Perry explica que no início o evento era organizado em poucos meses, de três a quatro, e hoje é um evento anual. “Não pára nunca. Nós sempre estamos trabalhando” (Perry, 2011). Ele complementa que há cinco anos, o festival arrecadava cinco vezes menos. Tinha quatro ou cinco empresas que apoiavam, incluindo a prefeitura. A arrecadação era em torno de um milhão de reais. Hoje, existem mais de 60 empresas envolvidas no evento. 14 Site oficial do Fringe. Link: http://www.fringe.com.br/festival, acesso em 16 abril 2011. 15 Coordenador de patrocínio do Festival de Curitiba. Entrevista face a face, cedida em 27 set. 2011. - 40 - 3.2.3 Relação do Festival de Curitiba com os patrocinadores Para compreender o motivo que impulsiona uma empresa a investir no Festival de Teatro, é necessário estudar o sistema de relacionamento do evento cultural e as empresas patrocinadoras, além das ações realizadas antes, durante e após o término dos espetáculos. Neste sentido, Ana Hupfer ressalta que a relação com os patrocinadores é um fator crucial para garantir o sucesso do festival. “O patrocínio é fundamental para a realização do evento. Seria impossível realizá-lo somente com a entrada referente à bilheteria”, destaca. O Festival de Curitiba é pautado em cima da ideia de indústria criativa e o marketing cultural é o alicerce de grande parte do trabalho, pois é por meio do investimento que as empresas fazem nesse setor que se mantém alguns dos produtos desenvolvidos nessa área. (HUPFER, 2011). O contato com as empresas é feito por uma equipe terceirizada que é responsável pela captação de patrocínio e relacionamento com as empresas parceiras, incluindo a coordenação de ações antes, durante e após o evento. Não há um padrão de propostas oferecidas às empresas, mas projetos diferenciados visando o objetivo de cada uma. “Em vez de cotas, „soluções de comunicação‟”, reforça Perry16 (2009). Hoje, o evento é reconhecido nacionalmente e conta com a participação de artistas e espectadores de vários estados brasileiros. Levando em consideração a importância do Festival, as empresas têm demonstrado interesse em vincular sua 16 Entrevista para o jornal Gazeta do Povo, no Caderno de Economia, em 2009. Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?id=871405. Acesso em 23 fev. 2011. - 41 - marca às ações correspondentes a ele. Além da relevância cultural, elas buscam a consolidação da marca e o retorno nas vendas. Na relação comercial, as empresas também estão vendo o evento de uma forma mais profissional. As empresas entravam, poucas vezes por relações comerciais. O que mudou. Ao invés de chegarmos e perguntarmos se eles queriam investir. Nós damos a opção dele investir em um evento que movimenta mais de 200 mil pessoas. Que mexe com uma cidade como Curitiba e que durante 15 dias, às vezes um mês, só fala nisso [sic]. (PERRY, 2011). É apresentada a proposta do Festival para cada empresa. Se houver interesse, é elaborado um projeto comunicacional perguntamos: você quer ter contato com estas pessoas? Você quer conversar com elas? Se sim, a empresa passa qual é o interesse dela, quais são seus tipos de imagem, de comunicação. Vamos sentar juntos e debater como é que eles irão conversar com estas pessoas. Têm empresas que vem o retorno de imagem, de vendas, e cada dia aumentam o investimento no festival [sic]. (PERRY, 2011). Perry reforça que a empresa parceira não precisa investir no evento como um todo, pode optar por patrocinar eventos paralelos, como o “Risorama”, “Gastronomix” e “É Tudo Improviso”. Além disso, existe opção de investirem na realização de eventos próprios que acontecerão no mesmo período que o festival, chamados de eventos proprietários. Um exemplo disso foi uma patrocinadora que solicitou um evento de comemoração pelo seu aniversário voltado aos seus funcionários. Lá, ocorreu uma exposição retratando a história da empresa e exibição de filme institucional. Outra alternativa é a compra de ingressos corporativos, “pouca gente conhece, têm empresas que compram 50 mil reais em ingressos e distribuem para os seus funcionários”, destaca Perry. - 42 - Além disso, ele conta que uma empresa de telefonia, por exemplo, pode ser a operadora oficial, uma rede de hotéis tem a possibilidade de tornar-se o hotel oficial. Existem muitas oportunidades de fazer parte do festival. De acordo com Perry, “a empresa paga no que ela é relevante”. Desta forma, pode-se concluir que cada ação é feita no universo apropriado para a empresa. Elas, por sua vez, recebem no término do evento um relatório, onde estão contidas informações sobre as ações realizadas e os resultados finais. Neste cenário, os envolvidos tem uma visão real de tudo que foi alcançado. Perry explica que este produto passou a ser produzido nos últimos anos e representa um retorno mais palpável para aqueles que desejam investir. O material apresentado tem conteúdo completo e dinâmico. Formatado em slides, ele apresenta informações como o número de espectadores e apresentações, matérias publicadas na imprensa, número de ingressos disponibilizados e locais das bilheterias oficiais, assim como dados básicos de todas as atrações que deram vida ao Festival. As mídias sociais também não foram esquecidas. As ações realizadas, o número de interações nas redes e seguidores são alguns dos dados documentados. A matéria conta com dados minuciosos como o número de páginas acessadas no site oficial. Todos os momentos marcantes, além das autoridades e personalidades que prestigiaram o evento também estão presentes no conteúdo. Nele, estão contidas fotos dos participantes, peças, shows, desfiles, eventos, além de outras ações e peças publicitárias. - 43 - A interatividade é um dos destaques do relatório. Além do conteúdo estático, a mídia oferece links dos vídeos publicitários, matérias vinculadas na Tv do Festival, além de spots vinculados nas rádios para promoção do evento e conteúdos transmitidos nos teatros antes dos espetáculos. Com base no material, é possível observar a riqueza e importância do evento para a capital paranaense, moradores locais e turistas que se reúnem para celebrar a cultura e apreciar os artistas que participam deste movimento. Neste ambiente, as empresas patrocinadoras se destacam e podem associr a sua imagem ao Festival de Curitiba. 3.3 ITAÚ NO FESTIVAL DE CURITIBA A relação do Itaú com o Festival de Curitiba é longa. De acordo com a Assessoria de Imprensa do banco, completou-se 11 anos desta união na qual mantém uma forte parceria na realização do maior encontro de artes cênicas do país. Em suma, é possível apresentar algumas das ações de marketing dentro do Festival ao longo destes anos. - 44 - 3.3.1 Campanhas publicitárias anteriores 3.3.1.1 Spot de rádio Um anúncio publicitário sonorizado é considerado um spot. Na Edição do Festival, do ano de 2009, um spot de rádio 17 foi produzido para a divulgação do evento, citando o nome de alguns dos patrocinadores, neste caso o Itaú é citado duas vezes. Na primeira parte do roteiro é possível identificar estas citações da marca: “Banco Itaú apresenta: Um estrela, uma luz, uma chama, uma vela, uma lua, uma ponte, um Punto, um palco, um Itaú...”. 3.3.1.2 Vídeo publicitário Um vídeo18 produzido em 2008, pela BAT Produções19, na qual o Itaú apresenta o Festival com o seguinte roteiro: “Valorizar a cultura nacional, é valorizar o que o Brasil tem de melhor. Por isso o Itaú há oito anos patrocina o Festival de Curitiba, o maior e mais importante festival de teatro do Brasil. Neste ano (2008) serão 283 espetáculos e mais de 1000 apresentações feitas para você. O Itaú deseja a todos um bom espetáculo. Itaú, feito para você ganhar cultura.” 17 Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=0-IQdH8EWKA, acesso em 31 mar. 2011. 18 Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=615P1afTvdk, acesso em 31 mar. 2011. 19 Produtora de animação e computação gráfica para mídias eletrônicas no mercado publicitário e televisivo; Projetos de conteúdo para TV; Séries de animação; Vídeos institucionais, para eventos, lançamentos de produto e apresentação de cases. - 45 - 3.3.1.3 Intervenção urbana No ano de 2008, foi realizada uma “intervenção urbana”, na qual a marca Itaú foi exposta nos principais teatros da cidade de Curitiba, a ação foi executada com uma vinheta e oito projeções nas fachadas. A duração foi de 12 dias e de acordo com o site do Youtube, no qual o vídeo 20 está publicado pela Visualfarm (produtora), garantiu para o banco um enorme impacto na cidade, atingindo diversos públicos para o Festival. 3.3.1.4 Comercial Em 2007 um comercial21 foi criado, pela empresa Blu Comunicação Integrada, no qual o roteiro traz o nome do Itaú em primeiro lugar e em seguida faz uma narrativa da “migração” dos seres vivos para outros lugares em busca de alimento. Depois é relacionado a vinda das pessoas para o hemisfério Sul, no qual ocorrem os espetáculos. Resumindo, as pessoas migram para a cidade em busca de cultura, no caso o Festival de Teatro de Curitiba. Marionetes22 de roupas com as cores da marca do Itaú, estiveram presentes na edição de 2009. Foi uma divulgação realizada nos locais de bilheteria. 20 Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=yqR-_WTVQNw&feature=related. Acesso em 31 mar. 2011. 21 Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=gx2hJp5tSVE&feature=related. Acesso em 31 mar. 2011. 22 Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=Q0N0mnHv0zQ. Acesso em 11 abril 2011. - 46 - 3.3.1.5 Vantagens exclusivas para o público externo do Itaú Durante o período do Festival, a cada ano o Itaú oferece vantagens exclusivas23, oferecendo descontos para clientes em espetáculos. A Comunicação Corporativa do Itaú informa que o objetivo é sustentar o acesso à cultura para seu público externo, pois para obter esse benefício basta apresentar o cartão de débito, de crédito, de seguro ou o talão de cheques acompanhando de um documento de identificação nos guichês do teatro. 3.3.1.6 Mídia Indoor No ano de 2010, o Itaú veiculou uma mídia indoor em bares e restaurantes da cidade. Divulgado no site da empresa ENOX24, responsável pela criação, 130 mil pessoas foram impactadas. A campanha envolveu a veiculação de 36 displays clássicos e a utilização de 6 mil displays de mesa em 18 estabelecimentos da capital paranaense. As peças foram criadas pela FC Comunicação. Mais de 130 mil pessoas circulam mensalmente nos estabelecimentos que recebem as peças, tais como os bares Taco El Pacho, Matriz & Filial e os restaurantes Zapata e KF Grill. (BLOG ENOX, 2011). 23 Disponível nos links: http://www.guiasweb.com.br/noticia_1130patrocinio_do_itau_ao_festival_de_curitiba_completa_dez_anos.htm e http://www.aberje.com.br/acervo_not_ver.asp?ID_NOTICIA=2724&EDITORIA=Geral. Acesso em 11 abril 2011. 24 Empresa de comunicação responsável por planejamento de ponto de contato, comunicação indoor, entre outros. Blog oficial com a apresentação da campanha: http://blog.enox.com.br/post/view/474. Acesso em 11 abril 2011. - 47 - FIGURAS 9 E 10 - MÍDIA INDOOR NA MESA DOS RESTAURANTES- EDIÇÃO DE 2010 DO FESTIVAL FONTE: Blog ENOX (2010) 3.3.1.7 Guias programação do Festival de Curitiba Nos guias com a programação oficial do Festival, a marca do Itaú foi visualizada, com destaque em todas as edições em que foi patrocinadora. FIGURA 11- EXEMPLO- GUIA 2009 - 48 - Fonte: Aplauso Guia de Programação (2009) 3.4 RELATÓRIO DO FESTIVAL 2011 As informações e referências que confirmariam a hipótese de que o Itaú reconhece a relevância do patrocínio e a fórmula adotada pela empresa para destacar a sua marca no mercado, por meio do festival, são escassas nos materiais pesquisados. A continuidade da pesquisa revelou que o Itaú possui uma vertente chamada Itaú Cultural, mas este não é responsável pelo apoio à realização curitibana. A empresa demonstrou possuir uma política severa de discrição e sigilo de suas ações. Nos contatos realizados poucas informações foram disponibilizadas, entre elas, o relatório de sustentabilidade e release oficial. No site da empresa, havia poucas citações ao evento. Desta forma, a pesquisa teve como foco principal a obtenção de dados através do Relatório do Festival de Teatro 2011; entrevistas aos envolvidos na produção do evento e trabalho de observação. Segundo dados do relatório do Festival de Teatro 2011, a 20ª edição contou com resultados positivos, entre eles, grandes estréias e grande aceitação do público e da crítica. Entre as novidades apresentadas está a Mostra de Cinema, que de acordo com o balanço reuniu trabalhos que possibilitam um diálogo com o teatro. Os espetáculos foram distribuídos nas categorias Mostra, Fringe, Risorama, Mish Mash, Guritiba, É Tudo Improviso (antigo De Repente) e Gastronomix. Também foram apresentados eventos paralelos, entre eles shows, lançamento de livros e sessão de autógrafos, I Mostra de Cinema e Desfile de Moda. - 49 - Ao todo, 200 mil espectadores prestigiaram o evento, que contou com cerca de 400 espetáculos e 1.400 apresentações. Estes números são o resultado de um extenso trabalho realizado por uma equipe de comunicação. Durante o período de divulgação do Festival, a assessoria de imprensa entra em contato com diversos meios de comunicação, encaminhando notícias e materiais publicitários referentes ao evento. Com essa exposição, as empresas patrocinadoras acabam ganhando espaço nesse cenário e como resultado se projetam na mídia e podem garantir uma boa imagem perante a opinião pública. A NQM Comunicação foi a empresa responsável pelo gerenciamento das informações do Festival. O trabalho da empresa começou a ser realizado em setembro de 2010, com a definição do planejamento do evento. Talita Vanso25, afirma que o desafio era conquistar espaço em veículos de comunicação televisionados nacionais; trazer novos jornalistas para cobertura; estampar capas de jornais do Brasil; atingir os passageiros de revista de bordo, e veicular notícias do Festival em todo o país. Pela terceira vez, a agência realizou a assessoria de comunicação do Festival. Com know how, começou a desenvolver no último trimestre de 2010 as ações de relacionamento, com a mídia nacional, além da divulgação da mostra Fringe e a pesquisa sobre a história do Festival. (VANSO, 2011). Em janeiro, uma equipe de jornalistas foi contratada para colocar em prática o planejamento elaborado. As revistas mensais nacionais e de bordo foram as primeiras a serem contatadas. “O trabalho rendeu uma página na revista feminina 25 Jornalista responsável pela assessoria de comunicação da NQM durante o Festival de Curitiba de 2011. Entrevista cedida por e-mail. - 50 - Elle, uma matéria criativa na Revista da Gol, Revista Bravo, Revista Poder Joyce Pascowitch e ainda revista Voe Trip”, salienta Vanso. Ela complementa que neste período, o foco foi também estabelecer o contato com os principais programas de entrevista do Brasil. Entre eles Jô Soares, Marília Gabriela e Leda Nagle. Para a jornalista, o resultado foi positivo. Já que o evento teve espaço em programas como por exemplo Estúdio I; Bastidores, do Multishow e Metrópolis, da Tv Cultura. A entrevista com Leandro Knopfhloz no Jô Soares, foi um dos pontos altos, com 18 minutos no ar. De acordo com o relatório do festival, foram duas mil notícias publicadas; seis milhões de page-views; 10.957 followers twitter; 8.900 membros no facebook, além da colocação no 4° lugar no Trend Topics Brazil. A coletiva de imprensa contou com a participação de 46 jornalistas, dos principais veículos brasileiros. Durante o evento, o Festival foi destacado por jornais impressos de todo o país, entre as principais coberturas estão a do Jornal O Globo, com oito matérias publicadas; Folha de São Paulo com 15 veiculações; O Estado de São Paulo com nove e 159 na Gazeta do Povo. 3.4.1 As campanhas de comunicação Afim de constatar a existência da marca Itaú nos materiais do festival, foi necessária a análise dos produtos produzidos, entre eles, anúncios em jornais e revistas, painéis e divulgação em rádio. - 51 - Nos meses de março e abril, o anúncio do Festival estampou as revistas Veja, Veja Curitiba, Top View, além da Revista Mais, Revista Serafina, Revista SP. No topo de cada anúncio a logo do Itaú era exibida, conforme a imagem abaixo: FIGURA 12- ANÚNCIO REVISTA VEJA Fonte: Relatório 2011- Festival de Teatro de Curitiba A marca do Itaú ainda foi visualizada por leitores de outras mídias impressas. A campanha foi divulgada em jornais como Folha de São Paulo – meia página, página dupla, página inteira – e Gazeta do Povo – meia página e um quarto de página. A imagem abaixo exemplifica: - 52 - FIGURA 13- ANÚNCIO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO Fonte: Relatório 2011- Festival de Teatro de Curitiba Outra ação dentro da campanha do Festival, no qual a marca Itaú se destacou foram nos mobiliários urbanos espalhados pela cidade. Ferrari (2004) refere-se a este tipo de comunicação como conjunto de elemento materiais localizados em logradouros públicos ou em locais visíveis desses logradouros e que complementam as funções urbanas de habitar, trabalhar, recrear e circular: cabinas telefônicas, anúncios, idealizações horizontal, vertical e aérea; postes, torres, hidrantes, abrigos e pontos de parada de ônibus, bebedouros, sanitários públicos, monumentos, chafarizes, fontes luminosas etc. (FERRARI, 2004, pág. 240). Ao todo foram distribuídas 1.404 faces, em vários pontos da cidade. Cada material possuía a logo de uma marca patrocinadora, no entanto, o Itaú aparecia em todas as artes, com os dizeres: Itaú apresenta. Um exemplo pode ser visto abaixo: - 53 - FIGURAS 14 e 15- A MARCA ITAÚ NOS ANÚNCIOS DO MOBILIÁRIO URBANO Fonte: Relatório 2011- Festival de Teatro de Curitiba O público que passava ao lado de bancas de jornal e revistas visualizava a divulgação do Festival nas suas laterais. Era possível identificar a marca Itaú - 54 - presente na divulgação. De acordo com o Relatório do Festival, ao todo foram dez bancas, entre elas uma na cidade do Rio de Janeiro. FIGURA 16- BANCAS DE JORNAIS E REVISTAS TAMBÉM LEVARAM A MARCA ITAÚ FIGURA 17- BANCA DE JORNAL EM COPACABANA- RIO DE JANEIRO Fonte: Relatório 2011- Festival de Teatro de Curitiba - 55 - Painéis também fizeram parte desta campanha, sendo distribuídos em diversos locais. Ao todo foram: três painéis de 6x3; três painéis de 4,5x6,5; um painel de 9x5 e megapainel de 20x5; Além disso, dois painéis top sight de 3,5x5m e 21 outdoors lonados fizeram parte da ação. A seguir exemplos para visualização da marca Itaú presente: FIGURA 18- PAINEL LOCALIZADO NA AVENIDA N. SRª APARECIDACURITIBA - 56 - FIGURA 19- OUTDOOR LOCALIZADO PRÓXIMO AO SHOPPING PALLADIUM FIGURA 20- MEGAPAINEL POSICIONADO NA BR 277 Fonte: Relatório 2011- Festival de Teatro de Curitiba - 57 - A comunicação se estendeu até aeroportos de Curitiba, Porto Garulhos e Congonhas. Na capital paranaense, foram instalados um tótem e um painel na sala de embarque e um mega na entrada da BR 277. Além disso, seis painéis permaneceram em Porto Guarulhos e outra divulgação no aeroporto Congonhas. FIGURA 21- SALA DE EMBARQUE- AEROPORTO INTERNACIONAL DE CURITIBA Fonte: Relatório 2011- Festival de Teatro de Curitiba Nas pesquisas de campo foi possível observar a presença de bandeirolas nas praças onde as peças aconteciam ao ar livre. Neste sentido, moradores e visitantes tiveram a oportunidade de visualizar a marca do festival, graças as 420 bandeirolas de 0,30x0,50 que enfeitaram a cidade, consequentemente, o Itaú expôs a sua empresa à todos que circulavam pela área. - 58 - FIGURA 22- BANDEIROLAS ENFEITARAM A CIDADE COM AS MARCAS PATROCINADORAS- O ITAÚ ESTAVA PRESENTE Fonte: Relatório 2011- Festival de Teatro de Curitiba Os postes nas ruas também receberam uma divulgação especial, foram 300 banners de 0,40x0,57. Veja a imagem abaixo: - 59 - FIGURA 23- BANNERS COM O ANÚNCIO DO FESTIVAL E A MARCA ITAÚ POSICIONADA NO TOPO Fonte: Relatório 2011- Festival de Teatro de Curitiba O transporte coletivo também demonstrou ser uma alternativa para divulgação de eventos. Ônibus atravessavam a cidade comunicando que o Festival começaria. Ao todo foram seis back bus. Neste caso, percebe-se que a marca Itaú atingiu diversos públicos da cidade, a marca foi levada pelas ruas através desta ação também. Abaixo um exemplo: - 60 - FIGURA 24- BACK BUS Fonte: Relatório 2011- Festival de Teatro de Curitiba Os shoppings da cidade também fizeram parte dos cenários de divulgação do evento. Tótens e painéis foram instalados pelos corredores, perto das lojas e bilheterias. Exemplo: FIGURA 25- DIVULGAÇÃO NOS SHOPPINGS Fonte: Relatório 2011- Festival de Teatro de Curitiba - 61 - A divulgação também contou com a presença de mídia digital da Elemídia (agência responsável), com 75 monitores em diversos pontos comerciais da cidade com ampla cobertura de mídia indoor, ou seja, comunicação dentro de ambientes de espera. A marca Itaú aparecia na primeira imagem do vídeo criado, com “Itaú apresenta”. Outras localidades com grande fluxo de pessoas receberam monitores com informações do evento. A BRMídia Publicidade, foi responsável pela publicidade nestes monitores, espalhados em 20 estabelecimentos, entre academias, salões de beleza, hospitais, restaurantes, bares e hotéis. O Itaú também aparecia apresentando o evento neste vídeo. Um spot foi inserido em diversas rádios da cidade de Curitiba. No roteiro é possível identificar a citação: “Itaú apresenta”. Conforme o Relatório do Festival de Teatro 2011, entre os meses de março e abril, foram realizadas divulgações nos seguintes veículos de comunicação radiofônica: Rádio CBN – dez inserções de 30”; Rádio Mix – 120 inserções de 20”; Mundo Livre FM – 82 inserções de 30”, além de ações promocionais; Jovem Pan – 56 inserções de 30”, 130 vinhetas de passagem e 13 tinerante Boa da Pan, 26 vinhetas abertura, 13 comercias Cxcl e 13 testemunhais; Rádio Massa FM – 30 inserções de 30”; Lumen FM – 32 inserções de 30”; Club FM – 62 inserções de 30” – e Band News – 15 inserções de 30”. As mídias televisivas não foram esquecidas. Nelas foi trabalhado uma propaganda de um minuto. Logo na primeira cena aparecia a chamada “Itaú apresenta”. O material foi exibido na Tv Globo – 23 inserções; Tv SBT – 80 inserções; Tv Band – sete inserções; Portal GRPCOM – 1.750.000 impressões. - 62 - Além disso, a divulgação também ocorreu em diversos cinemas do Unibanco Artplex Curitiba, exibição da versão de um minuto da mesma propaganda apresentada nas Tvs. O Relatório informa que ao total foram 160 exibições e oito mil pessoas impactadas. Já nos espaços teatrais, onde cada peça seria apresentada, a seguinte locução de 30 segundos era transmitida antes de cada espetáculo: “Boa noite, sejam bem-vindos. Itaú apresenta o Festival de Teatro de Curitiba...”, após era divulgado os demais patrocinadores do evento. Alguns espaços receberam, ainda, um material adesivo inserido nas janelas de vidro de cada local. O Teatro da Reitoria foi um exemplo disso, conforme comprovado na imagem a seguir: FIGURA 26- PÚBLICO NO TEATRO DA REITORIA –CURITIBA Fonte: Relatório 2011- Festival de Teatro de Curitiba - 63 - Foram instaladas três bilheterias oficiais do evento em Curitiba. Shoppings: Muller, Palladium Shopping Center e ParkShoppingBarigui. Ao todo, 180 mil ingressos para as 31 peças da Mostra oficial e 376 do Fringe, além dos tickets para os eventos paralelos foram distribuídos. A opção de compra pelo telefone, internet e Memorial de Curitiba (QG do evento) reforçou as vendas. Era possível visualizar nas bancadas das bilheterias e também QG do Festival a presença do Itaú, conforme imagens abaixo: FIGURA 27- BILHETERIA SHOPPING MULLER- CURITIBA Fonte: Relatório 2011- Festival de Teatro de Curitiba - 64 - FIGURAS 28 e 29 - QG- MEMORIAL DE CURITIBA Fonte: Relatório 2011- Festival de Teatro de Curitiba e foto retirada no período do Festival pelas autoras do estudo de caso A marca do Itaú também foi exibida em uma parcela dos ingressos. A logo da empresa estampava o lado esquerdo dos convites. Desta forma, se a população não tivesse percebido a presença do banco nas outras ações de comunicação do festival, teria mais uma oportunidade de visualizar o patrocinador. - 65 - FIGURA 30- A LOGO DO ITAÚ TAMBÉM ESTAMPOU UMA PARCELA DOS VALEINGRESSOS. Fonte: Relatório 2011- Festival de Teatro de Curitiba Após toda a divulgação prévia do evento e primeiras vendas de ingressos, foi organizada uma festa de abertura no Museu Oscar Niemeyer (MON) que reuniu cerca de 150 pessoas. Entre os convidados estavam autoridades, formadores de opinião e produtores. O Itaú também esteve presente neste momento, representado pelo Diretor do Banco Itaú Região Sul. A Festa contou com uma projeção mapeada nas paredes do MON. De acordo com o site Consumidor Moderno26 (2010) a projeção mapeada é a criação de ilusões visuais através da projeção de filmes em diferentes superfícies. 26 Disponível em http://consumidormoderno.uol.com.br/ac-es/voce-ja-ouviu-falar-em-projec-omapeada. Acesso em 21 de out. 2011. - 66 - Esta projeção27 na fachada do museu Oscar Niemeyer, foi considerada, de acordo com a UAU Midia (produtora), a maior projeção horizontal em fachada da América Latina. Abaixo é possível visualizar um dos momentos deste espetáculo: FIGURA 31- A PROJEÇÃO MAPEADA REFORÇOU A MARCA DO ITAÚ, NA FOTO ABAIXO É POSSÍVEL VISUALIZAR AS CORES DA MARCA Fonte: Relatório 2011- Festival de Teatro de Curitiba Outra projeção mapeada28 foi realizada no campus da UFPR (Universidade Federal do Paraná), no prédio histórico. Já no Site Oficial do Festival era posível encontrar todas as informações do evento. A divulgação das redes sociais: twitter, facebook e Orkut; Festival TV (Canal 27 28 Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=jqnIo-JeJ0E. Acesso em 11 abril 2011. Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=s63Z8XyEzWM e http://www.youtube.com/watch?v=7WFhPYzymnM. Acesso em 11 abril 2011. - 67 - do Youtube criada para publicação dos vídeos); Blog de notícias; Agenda dinâmica, onde os usuários conseguiam programar suas peças e atividades, além de promoções. Ao todo, 125 mil pessoas acessaram o site do Festival, em 60 dias, e 60 milhões de páginas foram visualizadas. Dez minutos em média foi o tempo que cada usuário permaneceu no site, que contou com 3,5 milhões de pesquisas. A imagem abaixo é do Site Oficial: FIGURA 32- SITE OFICIAL E A PRESENÇA DA MARCA ITAÚ Fonte: Site Oficial do Festival de Curitiba (acesso em 11 de abril de 2011) - 68 - FIGURA 33- CANAL DO YOUTUBE- FESTIVAL TV- MARCA ITAÚ PRESENTE Fonte: Disponível em http://www.youtube.com/festivalcuritiba2011 A publicidade do evento foi veiculada, ainda, nos sites do Jornal Gazeta do Povo, Guia da Gazeta do Povo; Gazeta Maringá e Jornal de Londrina. Ao total foram 1,75 milhões de impressões. No site eram publicados banners de divulgações na área da publicidade e o Itaú estava presente. A programação do evento foi distribuída na cidade de Curitiba, o total de 120 mil guias distribuídos em bares, restaurantes e espaços culturais. A marca do Itaú apareceu em duas páginas, com destaque: - 69 - FIGURA 34- GUIA 2011 Fonte: Guia Oficial do 20º Festival de Curitiba Com base no material exposto, é possível perceber que a marca Itaú ficou presente na maior parte das ações de divulgação e comunicação do festival. Com estes dados é possível afirmar que o Itaú teve a oportunidade de ser visualizado por públicos de diferentes idades e classes sociais, de vários estados brasileiros e até visitantes internacionais. A possibilidade de alcançar e atingir diversos públicos é uma das principais características do marketing cultural. Levando isto em consideração, pode-se afirmar que esta pode ser uma tática eficaz para as empresas interessadas em projetar a sua marca no mercado. - 70 - De acordo com Leticia Born29, o Itaú é uma das empresas que destaca-se como apoiadora histórica do evento, desenvolvendo um trabalho de parceria sólida e de longo prazo. Como resultado, “o Festival constrói seu caminho de consolidação na agenda cultural do país e o acesso à arte qualificada aumenta, o que gera múltiplos benefícios”, afirma Born. As considerações apresentadas demonstram que o Itaú acredita na relevância do marketing cultural. Referencia nesta linha, é patrocinador de eventos, como, por exemplo, o Festival de Dança de Joinville; Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) e Rock in Rio. É possível perceber que a empresa compreende, em especial, a importância do Festival de Curitiba e reconhece nele uma oportunidade de ficar mais perto do público, já que é patrocinadora há tantos anos. Neste cenário, o evento torna-se uma vitrine para as empresas, como o Itaú, que desejam se expor de uma maneira diferenciada. Em todos os materiais analisado, o banco esteve presente fixando sua imagem, por meio de cartazes, spots, comerciais etc. Além da projeção, a empresa associou-se a essência da iniciativa, que é a cultura. Com isso, o Itaú teve a oportunidade de agregar valor à sua marca e tornar-se um diferencial, não só para aqueles que prestigiaram o evento, mas para todos que tiveram contato com os materiais de divulgação. 29 Autora do artigo “Marcas investem no Festival de Curitiba e consolidam suas atitudes”. Disponível em: culturaishttp://comatitude.com.br/2011/04/01/marcas-investem-no-festival-de-curitiba-econsolidam-suas-atitudes-culturais/. Acesso em: 14 nov. 2011 - 71 - Por fim, pode-se concluir que o marketing cultural beneficia tanto o patrocinador que tem sua marca projetada a um evento que movimenta todo o país, quanto ao festival que utiliza os recursos trazidos destas empresas para continuar existindo. - 72 - CONSIDERAÇÕES FINAIS As pesquisas realizadas para a elaboração deste estudo comprovaram a suspeita de que o marketing cultural é uma alterativa vantajosa para empresas que desejam divulgar sua marca positivamente. Levando isto em consideração, foi identificada uma série de organizações que buscam patrocinar eventos visando à projeção de sua marca. É demonstrado que as equipes de comunicação buscam chamar a atenção, o interesse e o desejo de seu público alvo e, como resposta, esperam receber uma ação. O marketing cultural utiliza recursos para divulgar a organização, através de eventos culturais, o que pode garantir uma boa imagem perante a opinião pública. Este estudo de caso buscou mostrar que uma empresa pode se tornar patrocinadora de um evento cultural com intenção de criar valor à marca. Para solucionar o problema do trabalho foi preciso pesquisar os conceitos de marketing, o processo de comunicação, o conceito de cultura, as ações de marketing cultural e seus benefícios para as empresas patrocinadoras. No cenário cultural da capital paranaense, destaca-se o Festival de Curitiba, realizado anualmente, desde 1992, e que traz aos palcos artistas de todo Brasil e atrações envolvendo música, teatro, circo, gastronomia, moda, entre outras atividades. A cada ano, o evento cresceu e amadureceu mais, aumentando o número de atrações e patrocinadores. Em 2011, foram 200 mil espectadores, 400 espetáculos e 1.400 apresentações. Mais de 60 empresas envolveram-se no projeto, o que comprova que muitos reconhecem a importância da iniciativa e enxergam nela uma oportunidade de se destacar. - 73 - A pesquisa revelou que a equipe de organização do evento atua o ano todo para elaboração do Festival. O patrocínio é coordenado por uma equipe que auxilia na conquista de empresas simpatizantes e nos projetos comunicacionais que cada patrocinador fará. O Festival de Curitiba oferece opções diferenciadas de patrocínio para cada apoiador. Neste cenário, surge o banco Itaú. Ligado à sustentabilidade, acessibilidade e cultura, recebeu o título de marca mais valiosa do Brasil, em 2010, pela sétima vez consecutiva. Há 11 anos, tem sua história ligada ao Festival de Curitiba, atuando como patrocinador oficial. Neste estudo, a demonstração de um investimento de patrocínio a longo prazo foi o foco para apresentar os benefícios que o marketing cultural pode trazer. Basta identificar quais as ações ideais para que a empresa seja reconhecida como patrocinadora da cultura, e iniciar um processo de criação de marca e valorização dos públicos. Uma das principais dificuldades encontradas no período da execução do estudo foi obter os resultados, em números, do investimento feito pelo Itaú e o resultado perante a opinião do público atingido pelas suas ações. Esta pesquisa poderia ter alcançado um nível maior de profundidade se um estudo com o público, durante o período do Festival e pós-evento, tivesse sido realizado para identificar a percepção dos mesmos perante a marca. Mesmo assim, foi possível identificar a relevância dessas ações com entrevistas de membros atuantes na comunicação da empresa e responsáveis pelo Festival. Este estudo agrega às empresas a percepção de que as ações de marketing cultural são relevantes e podem ser alternativas para a criação de valor à marca. - 74 - De acordo com o levantamento feito, foi comprovada a existência do Itaú em praticamente todos os materiais analisados. Guia oficial, jornais, revistas, banners, ingressos, spots, todos estamparam a marca da empresa. Desta forma, a exposição ocorreu em várias cidades do Brasil que receberam o material de divulgação. O patrocinador teve a chance de ser visualizado, tanto pelos espectadores que prestigiaram a realização, quanto por aqueles que apenas transitavam pelas ruas. Ou seja, a marca Itaú utilizou a movimentação fornecida pelos espetáculos para divulgar sua empresa de uma forma diferenciada. Pode-se concluir que além da divulgação, propriamente dita, a marca pode associar-se a uma imagem positiva com o seu público. Nela, o Itaú aparece como um apreciador e incentivador da cultura e arte do país. Este relacionamento realizado há longo prazo com o festival pôde contribuir para a boa reputação do banco. Desta forma, o Festival de Curitiba tornou-se uma ferramenta de marketing cultural para a empresa Itaú, auxiliando na valorização de sua marca. Em um universo onde os dois lados ganham, a marca teve a oportunidade de ser ainda mais valorizada, em contrapartida, o evento pode ser realizado em uma dimensão maior, o que seria impossível sem o patrocinador. - 75 - Referências AAKER, David A; JOACHIMSTHALER, Erich. Como construir marcas líderes. São Paulo: Futura, 2000. ABERJE, Associação Brasileira de Comunicação Empresarial. Patrocínio do ao Festival de Curitiba completa 10 anos, 2010. Disponível em: http://www.aberje.com.br/acervo_not_ver.asp?ID_NOTICIA=2724&EDITORIA=Geral. Acesso em: 11 abril 2011. ALMEIDA, Cândido J. Mendes de. Da-Rin, Silvio. Marketing Cultural ao Vivo: depoimentos. Francisco Alves. Rio de Janeiro, 1992. ANDRADE, Candido Teobaldo de Souza. Para entender relações públicas. 2 ed. São Paulo: Gráfica Biblios Limitada, 1965. ARGENTINI, Paul P. Comunicação Empresarial. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. BLOG ENOX. ENOX veicula mídia indoor para o Festival de Curitiba, 2010. 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