PARECER DA COMISSÃO ORGANIZADORA DOS CONCURSOS PÚBLICOS CONCURSO PÚBLICO Nº 001/2014 MUNICÍPIO DE ANCHIETA - SC. RECORRENTE: candidato inscrição nº 8828 CARGO: Fiscal de Tributos Síntese do recurso: O Recorrente aduz em suas razões de reclamação que “a questão número 30, do tipo de prova 01, - Reflexibilidade Quando na função de objeto ou complemento, classifica-se os pronomes oblíquos em dois tipos distintos: reflexivos e não reflexivos. Todos os pronomes oblíquos assumem uma dessas duas posições; porém, o uso do pronome para indicar reflexibilidade é menos ocorrente do que para indicar a não reflexibilidade, por isso nomeia-se apenas estes de pronomes reflexivos devido a função que exercem e não a forma que possuem (apesar de que os reflexivos na 3° pessoa possuem formas próprias (se, si e consigo) e formas átonas nas demais pessoas). • Pronomes reflexivos: são os pronomes que, ao mesmo tempo, são o objeto e a representação do sujeito que praticou a ação expressa pelo verbo, ou seja, ocorre quando o pronome representa a pessoa da ação verbal que, reflexivamente, praticou a ação sobre si mesmo (ocupando, simultaneamente, o polo ativo e passivo da ação verbal). O criminoso entregou-se a tempo → note que a ação verbal entregar (verbo transitivo direto) partiu do substantivo-sujeito criminoso e recaiu sobre o pronome-objeto se. Defenda-se se for capaz → o verbo ordena que o sujeito tu (oculto na frase) defenda a pessoa que o pronome se representa, ou seja, o próprio sujeito. • Pronomes não reflexivos: são os pronomes que fazem o papel do objeto que recebeu (do sujeito) a ação expressa pelo verbo, ou seja, ocorre quando o pronome representa uma pessoa diferente da pessoa que, ativa ou passivamente, praticou a ação verbal. Joguei-a na cama → o sujeito oculto eu jogou alguém, representado pelo pronome a, na cama, ou seja, são pessoas completamente diferentes: uma pessoa joga, a outra é jogada; uma pratica a ação verbal no polo ativo, a outra recebe ação verbal no polo passivo. Formas dos oblíquos Os pronomes oblíquos não reflexivos mudam de forma em função da pessoa, do número e do gênero gramatical, bem como em função da acentuação que possuem (átona ou tônica). Os pronomes oblíquos reflexivos são os mesmos que os não reflexivos nas formas átonas da 1° e da 2° pessoa gramatical, e apresentam três formas próprias quando indicam alguém na 3° pessoa gramatical. Pronomes Oblíquos Não reflexivos 1° Pessoa me nos mim, comigo nós, conosco 2° Pessoa te vos ti, contigo vós, convosco 3° Pessoa o, a, lhe os, as, lhes ELE, ELA eles, elas Reflexivos 1º Pessoa me nos 2º Pessoa te vos 3º Pessoa se, si, consigo A identificação da função de um pronome oblíquo requer a percepção de algumas variáveis, tanto nas formas átonas quanto nas formas tônicas, sendo que cada forma possui suas peculiaridades Sendo assim impossível a utilização do ELE, na 3º pessoa Reflexiva. http://pt.wikibooks.org/wiki/Portugu%C3%AAs/Classifica%C3%A7%C3%A3o_das_palavras /Pronomes/Pessoais acesso 24 de novembro de 2014 É o parecer. A questão recorrida traz o seguinte enunciado: 30. Leia com atenção: I – Ele olhou-se no espelho. II – Tudo foi feito por nós. Os verbos das frases acima estão na voz: A) Ativa e passiva, respectivamente. B) Reflexiva e passiva, respectivamente. C) Passiva, ambos. D) Ativa, ambos. Analisando a insurgência do Recorrente, o professor responsável pela elaboração da questão assim se manifestou: INDEFERIDO. Prezado candidato, sua argumentação prolixa escapa da regra objetiva das vozes verbais que corrobora a questão, que consta da Gramática de Pasquale e Infante e que é a seguinte: Vozes do Verbo Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para indicar se o sujeito gramatical é agente ou paciente da ação. São três as vozes verbais: a) Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pelo verbo. Por exemplo: Ele sujeito agente fez o trabalho. ação objeto (paciente) b) Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a ação expressa pelo verbo. Por exemplo: Ele fez o trabalho. sujeito agente ação objeto (paciente) c) Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação. Por exemplo: O menino feriu-se. Diante dessas informações tem-se que a questão recorrida não merece ser anulada e/ou alterada. Posto isso, acolhemos a justificativa do professor e opinamos pelo INDEFERIMENTO do recurso apresentado, mantendo a questão inalterada. São Miguel do Oeste, 29 de dezembro de 2014. COMISSÃO ORGANIZADORA