proposições de melhoria para o nível de serviço das

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XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO
Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil
João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.
PROPOSIÇÕES DE MELHORIA PARA O
NÍVEL DE SERVIÇO DAS ATIVIDADES
EM UM ALMOXARIFADO DA ESFERA
PÚBLICA NO ESTADO DO RIO GRANDE
DO NORTE: ESTUDO DE CASO.
Adeliane Marques Soares (UFRN )
[email protected]
edicleide da silva marinho (UFRN )
[email protected]
Shirley Charlane Rodrigues de Oliveira (UFRN )
[email protected]
Deyse Gillyane Gomes Camilo (UFRN )
[email protected]
Este artigo tem como objetivo fazer uma análise das atividades
logísticas realizadas pelo almoxarifado de uma organização pública
localizada no estado do Rio Grande do Norte, voltado para a
aquisição, armazenagem e distribuição dos materiaiis, com a
finalidade de identificar oportunidades de melhorias que resultem na
eficiência do serviço prestado. Para isso, foi feita uma pesquisa
bibliográfica com o objetivo de abranger os conhecimentos sobre a
logística no setor público. Em seguida, realizou-se uma pesquisa de
campo a fim de conhecer o contexto em que o objeto de estudo estava
inserido. Posteriormente fez a análise dos dados e elaborou as
propostas de melhorias.
Palavras-chave: Logística, Setor Público, Armazenagem
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1. Introdução
Perante um mercado competitivo no qual os clientes exigem rapidez de resposta e qualidade
dos produtos, os processos eficientes na cadeia logística atuam como fator estratégico,
agregando valor ao produto final. De acordo com Islam et al (2013) a logística envolve uma
abordagem que integra informações, transporte, estoque, armazenagem, manuseio de
materiais e embalagem e segurança. Assim, é de “responsabilidade” da logística gerenciar de
forma eficiente os fluxos de materiais, minimizando custos e que gere valor para o cliente.
Uma das atividades presentes no processo logístico é a armazenagem que possui uma grande
participação na cadeia logística, ocupando-se com a estocagem ordenada e uma boa
distribuição da matéria prima ou de produtos acabados dentro de um âmbito empresarial.
Diante disso, percebe-se a importância de se analisar os processos, com o propósito de
agregar valor ao serviço prestado e reduzir os problemas existentes.
Assim como no setor privado, o setor público também busca pela excelência dos serviços
prestados. Entretanto, alguns problemas no tocante ao nível de serviço realizados são
evidenciados, tornando-o insatisfatório. Nesse contexto, o estudo tem como objetivo fazer
uma análise das atividades logísticas realizadas pelo almoxarifado de uma organização
pública localizada no estado do Rio Grande do Norte, voltado para a aquisição, armazenagem
e distribuição dos materiais, com a finalidade de identificar oportunidades de melhorias que
resultem na eficiência do serviço prestado. Como ferramenta auxiliar utilizou a matriz GUT
para identificar as demandas que seriam foco de estudo.
O trabalho está dividido em oito partes, com a primeira parte introdutória. O segundo, terceiro
e quarto tópico aborda o referencial teórico. Em seguida é apresentado o método de pesquisa e
a sexta parte insere o funcionamento da organização. O diagnóstico da situação logística é
feita na sétima etapa, sendo a sugestões de melhoria e Intervenção apresentada na etapa oito.
As considerações finais compõe a nona parte, seguida das referências.
2. Logística no Setor Público
A dinamicidade do mercado faz com que a logística se apresente como um fator essencial e
estratégico para as organizações. É por meio de uma gestão adequada das atividades inerentes
ao processo logístico que é possível fornecer aos clientes bens e serviços a um nível desejado.
No contexto público, Vaz e Lotta (2011) fala que a logística é parte essencial da gestão de
políticas públicas, visto que integra grande parte das atividades de movimentação de
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materiais, documentos, informações e pessoas. Além disso, esses mesmos autores relatam
ainda, que a logística nesse segmento gerencia paralelamente distintas cadeias de suprimentos
das várias políticas públicas existentes, o que lhe abre grandes possibilidades de integração e
otimização de esforços, o que a torna um elemento central para o cenário atual.
Contudo, o setor apresenta alguns problemas relacionados ao serviço prestado. Os mais
tradicionais são: falta de nível de serviço (não conseguem enxergar funcionário como um
cliente), falta de agilidade de picking, visão segregada entre etapas de compra estocagem,
problemas operacionais de armazenagem, ausência de cultura gerencial para resultados,
dentre outros. (FREITAS, 2006).
Embora a administração pública passe por uma reformulação lenta e gradual por meio das
novas políticas estaduais e federais de modernização da Gestão Pública, o processo de
mudança se torna muito lento devido aos graves problemas do atual cenário, marcado pela
ausência de uma cultura gerencial nos órgãos públicos.
3. Armazenagem
A armazenagem tem como objetivo estocar material da forma mais eficiente possível
(MOURA, 2011). Segundo Viana (2002), as instalações do armazém devem proporcionar a
movimentação rápida e fácil de suprimentos desde o recebimento até a expedição. O sistema
de armazenagem pode ser desmembrado em duas funções básicas: Guardar produtos e
manusear materiais. A primeira é o simples acúmulo de produtos com o passar do tempo,
enquanto a segunda engloba as atividades de carga e descarga, movimentação e separação de
pedidos (BALLOU, 2006).
Um dos locais onde são guardados recursos físicos é o almoxarifado, responsável pela
armazenagem, controle e distribuição dos materiais, bem como por determinar qual a
necessidade da empresa e, diante disso, desenvolver um processo que entenda as necessidades
levantadas da melhor forma pelo menor custo possível (POZO, 2008).
A gestão de almoxarifado é a administração dos meios necessários imprescindíveis ao
funcionamento da organização, no tempo oportuno, na quantidade necessária, na qualidade
requerida e pelo menor custo. Para que isto ocorra é necessário um planejamento logístico, de
modo que, o estoque possua um fluxo contínuo. (VENDRAME, 2013).
Segundo Viana (2002), o almoxarifado alcançará sua eficiência interna quando realizar as
cargas e descargas de veículos mais rápido, agilizar os fluxos internos (de materiais e de
informação), melhorar a capacidade volumétrica, o acesso for facilitado a todos os itens, a
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proteção for máxima aos itens estocados e a maior otimização do layout para reduzir as
distâncias e as perdas de espaço.
Portanto, para a eficiência interna de um almoxarifado ser atingida, é necessária a análise do
layout do armazém, pois ele interfere diretamente nas atividades do armazém leva em
consideração as características dos materiais a serem armazenadas, as quantidades, as
sequências de operações e de montagem, o espaço destinado a cada equipamento e a
movimentação dos operadores, e as informações sobre recebimento, expedição, estocagem de
matérias-primas e produtos acabados e os transportes utilizados.
4. Matriz GUT
A priorização dos problemas é um estratégia para iniciar as melhorias de uma organização, no
qual a matriz GUT (gravidade, urgência e tendência) tem o intuito de informar mediante
critérios de avaliação, quais sãos os problemas que devem ser solucionados rapidamente
(GOMES, 2006).
Segundo Rodrigues (2012) a matriz GUT representa uma ferramenta que auxilia na
priorização de problemas identificados em um estudo, analisando a Gravidade, Urgência e
Tendência dos problemas enfrentados. Assim, temos que este método proporciona ao gestor
da empresa uma avaliação quantitativa dos problemas, possibilitando assim a priorização de
ações mais relevantes, visando a eliminação parcial ou total dos problemas.
Para Gomes (2006) os fatores podem ser classificados como é mostrado a seguir:
 Gravidade: Corresponde ao impacto sobre processos, pessoas, organizações ou coisas,
analisando os efeitos futuros caso o problema não seja resolvido.
 Urgência: Consiste na relação entre o tempo disponível e o necessário para alcançar a
solução de determinado problema.
 Tendência: Equivale ao potencial de crescimento do problema encontrado, ou seja, realizar
a avaliação de sua tendência de crescimento, desaparecimento ou redução.
São atribuídas para cada problema encontrado notas, variando de 1 a 5 conforme o objetivo de
cada categoria (gravidade, urgência ou tendência) como apresentado na Tabela 1. A nota 1
equivale ao menor grau de importância e 5 a maior relevância. Após atribuir valores, o
produto entre essas notas mostrará qual deve ser priorizada. Logo, quanto maior o produto,
mais rapidamente deve ser realizada ações para melhorar a situação (GOMES, 2006).
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Tabela 1- Matriz GUT
Gravidade
1 - Sem gravidade
2 - Pouco grave
3 - Grave
4 - Muito grave
5 - Extremamente grave
Urgência
Tendência
1- Não tem pressa
1 - Situação melhorará
2 - Pode esperar um pouco
2 - Irá piorar em logo prazo
3 - Ação a médio prazo
3 - Vai piorar em médio prazo
4 - Com alguma urgência
4 - Vai piorar em pouco tempo
5 - Ação imediata
5 - Agravamento da Situação
Fonte: Adaptado de Gomes (2006)
5. Método de Pesquisa
A pesquisa pode ser caracterizada quanto ao seu objetivo como exploratória (MIGUEL,
2010), quanto à abordagem científica como qualitativa (CRESWELL, 2010), e no que diz
respeito ao procedimento técnico utilizado para o desenvolvimento do estudo, a pesquisa é
classificada como estudo de caso (YIN, 2001).
Foram definidas quatro fases para
desenvolvimento da pesquisa (Figura 2).
O método utilizado possui características descritivas, visto que serão relatados fenômeno e
situações reais de um entidade pública. No primeiro momento, foi feita uma pesquisa
bibliográfica com o objetivo de abranger os conhecimentos sobre o tema a ser abordado. Na
segunda fase, realizou-se uma pesquisa de campo, a fim de, conhecer a realidade do
almoxarifado no tocante as operações logísticas que este almoxarifado realiza. As ferramentas
utilizadas para obter os dados nessa fase resumiram-se a ações convencionais, por meio de
entrevistas semi-estruturadas (MARCONI; LAKATOS, 2003), registro fotográficos e
observações no local. Na terceira fase, fez uma análise dos dados para identificar as demandas
que poderiam ser potenciais oportunidades de melhoria. Assim, utilizou como ferramenta a
matriz GUT – gravidade, urgência e tendências, para priorizar a demanda que seria foco do
estudo. Na quarta fase, elaborou as propostas de melhorias.
Figura
2 – Etapas do Método de Pesquisa Fonte: Elaboração Própria
6. Estudo de Caso
6.1. Funcionamento Geral do Almoxarifado
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Em funcionamento há 12 anos, o local objeto de estudo está localizado no estado do Rio
Grande do Norte e é responsável pelo recebimento e expedição de cerca de 800 itens. Sua
estrutura física tem uma área total de 974,34 m², sendo composta por três depósitos, uma
recepção e o ambiente onde são estocados os materiais. Em relação à mão-de-obra, existem 6
funcionários que compõem o quadro efetivo (4 assistentes administrativos, 1 auxiliar
administrativo e 1 motorista) e 9 colaboradores terceirizados (6 trabalham na separação dos
produtos e 3 no recebimento).
Para entregar os produtos solicitados, o setor dispõe de dois veículos. O armazenamento dos
materiais é feito em “estantes” (existe um total de 110 estantes que possuem três níveis
(térreo, 1º andar, 2º andar)). Para materiais mais leves, os produtos são alocados em estrutura
de base metálica, já para produtos mais pesados, utiliza a estrutura do palets.
Em relação à solicitação dos itens, as unidades da organização fazem as requisições dos
materiais via sistema eletrônico de acordo com a necessidade entre os dias 1° e 20° de cada
mês. Esses itens são classificados no sistema de informação utilizado pelo órgão de acordo
com sua origem/natureza em grupos com numerações específicas, sendo contemplados pelo
almoxarifado itens de pelo menos 10 destes grupos. As requisições são enviadas para a
secretaria do almoxarifado e passam pela aprovação ou não do diretor, que analisa os pedidos
de acordo com os níveis de estoque do produto solicitado versus as quantidades pedidas.
Sendo autorizado pela diretoria, a requisição é repassada para o almoxarifado e o gestor
realiza a separação dos materiais. Porém, se os níveis de estoque não cobrirem o pedido
realizado, ele não é autorizado e o cliente solicitante é comunicado.
Para os pedidos autorizados, a separação dos materiais é feita manualmente, sem uso de
tecnologias de controle de estoque/informação, apenas com o auxílio de patinhas. Ao final de
cada separação, estes pedidos são deixados em um espaço destinado aos produtos que
aguardam pela expedição, identificados com “placas” que informam o destino de cada pedido
até que ele seja retirado pelo centro solicitante ou até que seja expedido pelo próprio
almoxarifado. Os produtos podem permanecer nas instalações do almoxarifado por até 3 dias.
Além dos pedidos de expedição, são recebidos também alguns materiais de trânsito, que usam
o almoxarifado central somente como veículo de entrega ao seu destino final. Esses materiais
ficam armazenados em média de uma semana. A roteirização para a distribuição dos materiais
nos destinos finais é definida pelos próprios funcionários com o auxílio de um mapa que
apresenta a localização dos locais.
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Em relação às compras dos itens pelo almoxarifado, viu-se que os materiais são solicitados
por meio de licitações entre duas ou mais empresas que ofertem o produto. Através de
critérios como, por exemplo, o preço, escolhe-se a opção mais viável e é recebida uma
amostra do produto. Se ele estiver condizente com as exigências do departamento, ele é
adquirido, caso contrário opta-se pela segunda empresa consultada.
Já em relação aos fornecedores destes produtos, existem representantes de todo o Brasil. No
entanto, a programação do recebimento não está explicitamente estruturada, tendo sido
relatado que mais de um fornecedor chega ao local ao mesmo tempo ocasionando, assim, a
formação de filas de espera, já que a estrutura do almoxarifado tem somente uma doca para
receber e expedir os produtos.
7. Diagnóstico da Situação logística
Conhecendo um pouco mais a realidade do funcionamento do almoxarifado, foi possível
analisar criticamente alguns quesitos e detectar as principais problemáticas referentes ao
funcionamento adequado e ao cumprimento das atividades para as quais a unidade se propõe.
7.1. Principais Demandas
A partir de uma análise observacional e por meio de conversas com os membros do setor,
pode-se relacionar as principais demandas (Tabela 2):
Tabela 2- Principais Demandas
Quantidade
Demanda
Motivo
Ferramentas
Utilizadas
Responsável
1
Ausência de
endereçamento
eletrônico dos
produtos
Controle manual do
recebimento e saída
dos produtos
Ficha de
preenchimento
manual
Funcionários
do setor
2
Existência de
somente uma
doca para
recebimento e
expedição
Prejudica o
recebimento de
materiais dos
fornecedores e a
expedição dos
mesmos
-
Funcionários
do setor
Observação
Este processo
ocasiona o
surgimento de falhas
de controle das
quantidades
recebidas e retiradas,
bem como erros de
localização dos
produtos e mudanças
constantes nos
endereços dos itens.
Gera filas internas
das cargas prontas
para expedição e
compromete a
agilidade no
atendimento de
novos clientes e
fornecedores
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3
Ocupação do
espaço por
materiais em
trânsito
Produtos que dão
entrada no
almoxarifado
esperando
autorização da
diretoria até que
chegue ao seu
destino final
-
Funcionários
do setor e
diretoria
4
Identificação
inadequada
dos materiais
para expedição
Para separar as
cargas por destino,
são colocadas placas
de identificação não
padronizadas
-
Funcionários
do setor
Informações
visuais sobre
destino de
entrega dos
materiais
A programação das
entregas, bem como
os eventos que são
sediados pela
organização e os
principais centros de
entrega são dispostos
em um quadro
branco na entrada do
almoxarifado de
maneira não tão
clara.
5
Funcionários
do setor
-
Caso estes produtos
fossem diretamente
enviados aos centros
de destino, uma área
considerável do
almoxarifado seria
desinterditada,
conferindo melhor
fluxo no processo de
separação dos
produtos.
Este procedimento
não assegura que os
materiais não serão
confundidos quanto
ao local ao qual se
destinam, já que a
identificação não
está claramente
definida e são
alocados nos palets
lado a lado dentro do
almoxarifado
Preenchidas
manualmente pelos
funcionários, as
informações não
estão claramente
definidas para
pessoas externas ao
processo, podendo
visualmente ser
melhorada.
7.2. Escolha da demanda a ser estudada
Diante das demandas relacionadas acima, foi considerado para uma melhor análise, os pontos
que além de ser consideravelmente crítico ao processo, fosse também passível de sugestões de
melhoria. Para tanto, utilizou-se a matriz de GUT (Tabela 3) para fornecer uma melhor
priorização das ações.
Problemas
1
2
3
4
5
Tabela 3 – Matriz GUT
GUT
Gravidade
Urgência Tendência
4
5
4
5
4
4
3
2
2
4
3
2
4
4
3
Total
GxUxT
80
80
48
24
12
8
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O problema considerado mais relevante foi a ausência de endereçamento eletrônico dos
produtos. Apesar de a matriz indicar também ação urgente em relação à existência de uma
única doca para recebimento e expedição, optou-se por escolher a opção que o permitisse
sugestão de progresso de forma mais rápida. Nesse sentido, proposições de melhorias foram
desenvolvidas com o intuito de reduzir as chances de erros nas movimentações do
almoxarifado. Apesar do item 1 ter sido a demanda considerada mais crítica e passível de
melhorias, foram também sugeridas ações de melhoramento em relação ao arranjo físico –
contribuindo para a reorganização do layout de modo que sejam melhor realocados os
materiais de trânsito –, à gestão visual, contribuindo para a explicitação dos destinos das
cargas, bem como no tocante à identificação destas cargas, e ao treinamento dos funcionários
do setor.
8. Sugestões de Melhoria e Intervenção
8.1. Arranjo Físico
Para um melhor aproveitamento do espaço físico buscando a eficiência no manuseio,
armazenagem e movimentação dos materiais é importante que esteja bem distribuído tanto no
tocante ao espaço entre as “estantes” e sua localização no ambiente. Observou-se que o
espaçamento entre parede e materiais empilhados não estavam de acordo com a NR 11Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais, item 11.3.3, que diz
respeito ao espaçamento entre o material empilhado e as estruturas laterais do prédio, que
devem ficar a uma distância de pelo menos 0,50m (cinquenta metros). Como proposta,
sugere-se que a distância entre parede e material empilhado seja de no mínimo 0,5m.
Outro aspecto observado foi o empilhamento de materiais em corredores. Segundo o item
11.3.4, da NR 11, a disposição da carga não deverá dificultar o trânsito, iluminação e o acesso
às saídas de emergência. Verifica-se que em alguns corredores possuem alocação de
materiais. Foi relatado que isso acontece devido à falta de espaço, o que dificulta a
movimentação dos materiais. Entretanto, para que essa situação venha as ser reduzida ou
eliminada é necessário que haja um planejamento no tocante a armazenagem dos materiais no
espaço físico existente.
8.2. Endereçamento e Gestão Visual
Mediante a inexistência de endereço fixo dos materiais elaborou-se sete etapas que
proporcionarão um melhor aproveitamento do espaço físico do local. Na etapa um, é
importante identificar todos os itens obsoletos existentes no local, em seguida fazer a
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separação e posteriormente dar um destino final aos mesmos.
Na etapa dois, deve-se
quantificar os materiais pertencentes a cada grupo e em seguida calcular o volume que o
mesmo ocupa. Como a maioria dos materiais são guardados em caixas, esse calculo é
realizado pela multiplicação entre seu comprimento, altura e largura. Entretanto, existem
alguns itens que chegam em peças cilíndricas. Nesse caso, mede-se o diâmetro da base
circular, o comprimento e utiliza a fórmula πr².comprimento para definir o volume do objeto.
A partir desses dados é possível dimensionar o espaço que será ocupado por cada grupo de
item.
A terceira etapa é composta pela identificação dos materiais que possuem uma alta
rotatividade, para que os mesmo fiquem dispostos o mais próximo a expedição, facilitando o
manuseio dos mesmos. Para tanto, é necessário fazer a classificação dos itens. Isso pode ser
possível por meio da classificação ABC, no qual, os produtos com maior giro receberiam
etiqueta com a letra A, os que tem giro intermediário receberiam etiqueta B e os que possuem
menor saída seriam etiquetados com a letra C.
Como beneficio, esse procedimento reduziria o número de viagens entre as áreas de
estocagem e expedição, minimização do “congestionamento” do trânsito interno, melhor
aproveitamento da mão de obra, pois, haverá um menor desgaste físico dos mesmo.
Na quinta etapa, será feito a disposição dos materiais de forma que o ambiente seja dividido
em quatro áreas distintas (Figura 3) e para indicar essa localização, a área do almoxarifado
pode ser dividida em quatro cores:
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Figure 3 - Proposta de Classificação das Áreas
Na fase seis, para facilitar a identificação dos materiais dentro do almoxarifado sugere-se uma
identificação dos corredores e codificação nas prateleiras. A Figura 4 apresenta o modelo da
identificação das ruas.
Figure 4 - Proposta de Classificação dos Corredores
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Na fase sete, propõe-se uma codificação para as prateleiras (Tabela 4), com o objetivo de
facilitar a localização dos materiais no almoxarifado. Os blocos serão classificados por
número, de 1 a 110 - total de estantes existes no local, os prédio estariam de acordo com as
ruas, ou seja, na rua A o prédio seria classificado como prédio A, na rua B o prédio seria
classificado como B1 de um lado e B2 do outro, e assim por diante e o andar será definido
como térreo, 1º andar e 2º andar.
Tabela 4 - Ficha de Localização dos Materiais
Prédio A
Código do Grupo Especificação: Gênero de
Bloco
Alimentação
XXXX
Açúcar Cristal Superior
1
XXXX0000001
1kg
Barra de Cereal Sabor
3
XXXX00000002
Brigadeiro 25g
Chá de Erva Cidreira 10g
4
XXXX0000003
Chá de Maçã 18g
5
XXXX00000004
Andar
Térreo
1º Andar
1º Andar
1º Andar
Para melhor visualização quando for separar os materiais, sugere que no momento em que for
preenchida a ficha de localização dos materiais, a especificação seja feita em ordem
alfabética. Além disso, para identificar os materiais em transição e expedição pode ser feito
uma etiqueta que possibilite identificar os locais de destino dos produtos (Figura 5).
Figura 5 - Locais para Fixação da Etiqueta
8.3. Informatização do Endereçamento
Com o objetivo de permitir o controle simples da entrada e saída de mercadorias e manter o
registro da localização de cada item sugere-se a utilização de uma planilha eletrônica (Figure
6).
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Figure 6 - Planilha Eletrônica
8.4. Treinamento dos Funcionários
Para a realização dos treinamentos, sugerem-se as seguintes ações:
- Realizar o treinamento no período do mês em que as atividades realizadas possuem menor
volume;
- O período da formação deve ser estruturado segundo o planejamento estratégico da
organização e do perfil dos servidores que participarão;
- Considerar as alterações na tecnologia e nos processos de trabalho;
- Realizar de palestras de ensino do novo método de estocagem, que deveram acontecer com
pequenos grupos de funcionários;
- Desenvolver um programa de treinamento à distância, como forma complementar ao ciclo
de palestras;
- Formar multiplicadores do conhecimento, no qual repetirão o conhecimento adquirido para
os seus colegas.
9. Considerações Finais
É perceptível a importância do gerenciamento dos materiais para continuidade da organização
no mercado. Diante da dinamicidade do mercado as empresas buscam cada vez mais métodos
e ferramentas que possibilitem realizar suas atividade com o máximo de eficiência. Nesse
contexto, percebe-se a importância do gerenciamento dos materiais dentro da cadeia logística
de uma organização como estratégia para reduzir desperdício de tempo e custos, minimizar o
desgaste humano, aumentar a qualidade do serviço prestado e consequentemente elevar a
satisfação do cliente.
Dessa forma, a partir da análise realizada no objeto de estudo foi possível identificar possíveis
gargalos que pudessem comprometer a ineficiência do serviço prestado e com o auxilio matriz
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de priorização GUT identificar a demanda que seria objeto de estudo. Como resultado,
desenvolveu algumas propostas de melhoria no tocante ao arranjo físico, endereçamento,
gestão visual, informatização do endereçamento e o treinamento dos funcionários para
manipular de modo eficiente as ferramentas que viessem a ser adotadas.
Assim, com as sugestões propostas espera-se que a unidade possa usufruir desses métodos
simples, mas que podem auxiliar de forma positiva no gerenciamento do estoque.
10. Referências
BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2006.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 11 - Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio
de
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CRESWELL, John. W. Projeto de Pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 3ª ed. Porto Alegre:
Artmed, 2010.
FREITAS, Felipe Fonseca Tavares, NASCIMENTO, Kelly Sales Corrêa, PELAES, Thiago Souza e FRANÇA,
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MIGUEL, Paulo Augusto Cauchick. Metodologia de pesquisa em engenharia de produção e operações. Rio
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MOURA, Reinaldo Aparecido. Armazenagem: Do Recebimento à Expedição. 7. ed. São Paulo: IMAM, 2011.
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RODRIGUES, Marcus Vinicius. Ações para a qualidade. 4ª ed. revisada e ampliada. Rio de Janeiro: Elsevier,
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