NUTRIÇÃO APLICADA À ENFERMAGEM

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Unidade IV –Nutrição
Nutrição no diabetes melitus e doenças
cardiovasculares
NUTRIÇÃO APLICADA À
ENFERMAGEM
Profa Dra Milena Baptista Bueno
Diabetes melitus
A dieta adequada para pacientes diabéticos
poderá reduzir a hemoglobina glicada em 1
a 2%.
Objetivos da dietoterapia:
- Manter a glicemia o mais próximo da
normalidade;
- Manter níveis adequados de lípideos
séricos e pressão arterial
- Manter ou
adequado.
recuperar
peso
- Prevenir e tratar complicações, tais como hipoglicemia
corporal
Dietoterapia do Diabetes
Não existe uma dieta padrão para o
diabético. A avaliação nutricional orientará
o profissional da saúde a desenvolver um
plano alimentar que melhor se adeque às
necessidades individuais.
Estratégias para perda de peso e
controle da hipertensão, dislipidemias
(caso também estejam presentes) estão
apresentadas nas demais aulas sobre a
temática. A perda de peso em paciente com
excesso de peso esta associado ao melhor
controle da glicemia. Ressalta-se que 80%
dos novos casos de diabetes
tipo II apresentam excesso de peso.
Dietoterapia do Diabetes
Entre os diabéticos com excesso de peso,
a perda de peso de 5% a 10% do peso
corporal trazem benefícios metabólicos
significativos.
O
diabético
necessita
de
uma
alimentação
equilibrada,
considerando
todos os princípios de uma alimentação
saudável.
Macronutrientes (% do valor calorico)
Carboidratos: 50 a 60%
Proteinas: 15 – 20%
Lipideos: 20 – 30%
Dietoterapia do Diabetes
Lipideos
< de 7% da energia proveniente de gordura
saturada
< 200 mg de colesterol.
Ressalta-se que o diabetes já é um
importante fator de risco para doenças
cardiovasculares e que manter os niveis de
lipideos séricos no limite da normalidade é
essencial para melhor prognostico do
paciente.
Dietoterapia do Diabetes
Carboidratos
Acreditava-se que o consumo de
açúcares simples deveria ser proibido, no
entanto não há evidências cientificas
suficientes para tal restrição. Os açúcares
devem ser evitados (não encorajá-los a
comer), porém quando consumidos, o
limite é de 20 a 30 g/dia de forma fracionada
e substituindo outro tipo de carboidrato.
Atualmente, a dietoterapia aplicada a
diabéticos enfatiza a quantidade de
carboidratos
(simples
e
complexos)
consumidos e não somente o tipo.
Dietoterapia do Diabetes
Adoçantes
O uso de adoçantes não nutritivos
(sacarina, aspartame, acessulfame-K e
sucralose) é seguro quando consumidos
em quantidades moderadas. A energia e
carboidratos de adoçantes calóricos, tal
como a frutose, devem ser contabilizada no
plano alimentar.
Alimentos diet são isentos de sacarose
mas podem ter valor calórico elevado por
seu
teor
de
gorduras
ou
outros
componentes,
como
por
exemplo
chocolates, sorvetes e biscoitos.
Dietoterapia do Diabetes
Adoçantes
O consumo de frutose, sob a forma de
adoçante, deve ser desestimulado, por
aumentar os níveis de lipídeos plamáticos.
Porém, não se recomenda que indivíduos
evitem a frutose naturalmente presente nos
alimentos.
Dietoterapia do Diabetes
Fibras
Recomenda-se consumo de 25 a 30 g/dia (=
individuos sadios)
Sódio
Recomenda-se consumo de 2400 a 3000 mg/dia
(= individuos sadios)
Vitaminas e Minerais
Recomendação semelhante a da população em
geral.
Dietoterapia do Diabetes
O
plano
alimentar
deve
ser
fracionado com menor volume, horário
rígido, e intervalos regulares, sendo
propostas em torno de 5-6 refeições por dia.
Os carboidratos provenientes dos
alimentos integrais, das frutas, dos vegetais
e dos produtos lácteos com menor teor de
gordura devem ser priorizados.
Pacientes que utilizam insulina
devem procurar manter seu padrão
alimentar constante, incluindo o valor
energético total da dieta, a quantidade de
carboidratos e a distribuição nas diferentes
refeições.
Dietoterapia do Diabetes
Alcool
Deve ser consumido com moderação (10 a
20 g/alcool/dia ou 1 a 2 doses/dia) e de
preferência com as refeições.
Uma taça de vinho (90 ml)= 1,1 doses
1 lata de cerveja (350 ml) = 1,7 doses
1 dose de destilados (35 ml) = 2 doses
Gestantes, lactantes e portadores de
dislipiemias, pancratite e nefropatias
devem evitar o consumo de alcool
Dietoterapia para dislipidemias
Hipercolesterolemia
Gordura total: 25 a 35% do do valor
calórico da dieta (VCT)
Ácidos graxos polinsaturados: < 10% do
VCT
Ácidos graxos monoinsaturados: < 20%
do VCT
Ácidos graxos saturados: < 7% do VCT
Energia ajustada ao peso ideal
Fibras: 20 a 30 g/dia
Dietoterapia para dislipidemias
Hipercolesterolemia
Diminuir o consumo de alimentos de
origem animal, em especial as vísceras
(fígado, rim, coração, entre outros), leite
integral e seus derivados, embutidos,
frios, pele de aves e frutos do mar
(camarão,
ostra,
marisco,
polvo,
lagosta), óleo de coco e de dendê.
Aumento do consumo de alimentos ricos
em fibras solúveis (frutas, aveia, cevada,
feijões, lentilha, grãos de bico, soja):
ajudam na eliminação do colesterol.
Dietoterapia para dislipidemias
Hipercolesterolemia
Diminuir o consumo de gorduras trans
presente
em
sorvetes
cremosos,
chocolates, pães recheados, molhos
para salada, sobremesas cremosas,
biscoitos recheados, alimentos com
consistência
crocante
(nuggets,
croissants,
tortas),
bolos
industrializados, margarinas duras e
alguns alimentos produzidos em redes
de “fast-foods”.
Aumento do consumo de alimentos ricos
em fibras: frutas, aveia (farelo), feijões,
lentilha, grãos de bico, lentilha,
ervilha, soja
Dietoterapia para dislipidemias
Hipercolesterolemia
Antioxidantes: Flavonóides (presente em
uva, cereja, jabuticaba, morango, amora,
feijão marrom, batata, berinjela,rabanete,
couve escarola, nabo, castanhas, vinho
tinto e chá verde) e Vitaminas C e E: Inibem
a oxidação do LDL
Dietoterapia para dislipidemias
Hipertrigliceridemias:
Redução da ingestão de gordura total da
dieta (Em casos graves: < 15% da
energia da dieta)
Quando presente em conjunto com a
obesidade: dieta hipocalórica.
Restrição do consumo de álcool
Dietoterapia da Hipertensão arterial
A alimentação faz parte do tratamento
não farmacológico da hipertensão assim como
o abandono do tabagismo e aumento de
atividade física.
O excesso do cloreto de sódio, contido
principalmente no sal, eleva a pressão arterial
por aumento da volemia e do débito cardíaco.
Consequentemente, há aumento de resistência
vascular periférica: Além disso, ativa
mecanismos pressores.
Os individuos apresentam sensibilidade
diferente ao sódio, ou seja, a redução do
consumo de sódio não altera a pressão arterial
para alguns individuos.
Dietoterapia da Hipertensão arterial
O consumo médio de sal pela
população está entre 10 e 12 gramas/dia, no
entanto a recomendação é de 6 gramas/dia
(2400 mg de sódio).
O sal light contém a metade de sódio
quando comparado ao sal comum.
O sódio esta muito presente em alguns
alimentos processados. A tabela a seguir
mostra a quantidade em alguns alimentos:
Dietoterapia da Hipertensão arterial
Alimentos (100 gramas)
Sódio (g)
Margarina com sal
1,08
Margarina sem sal
0,03
Salsicha
0,95
Presunto
1,28
Salame
1,06
Linguiça
2,04
Atum
0,32
Queijo mussarela
0,37
Queijo parmesão
1,69
Catchup
1,04
Caldo de carne/galinha
16,98
Azeitona
2,02
Sopa pronta
4,60
Dietoterapia da Hipertensão arterial
A orientação a pacientes hipertensos
deve preconizar a não ingestão de
enlatados, embutidos (salame, mortadela,
presunto, linguiça, salsicha), sopas e
temperos
industrializados,
congelados,
conservas, salgadinhos tipo snacks, molhos
prontos e bebidas isotonicas além de
preparações com pouco sal e não utilizar
saleiro a mesa.
Deve ser incentivado o uso de
temperos naturais tais como limão, alho,
cebola,
salsinha, cebolinha, orégano,
manjericão, vinagrete entre outros.
Dietoterapia da Hipertensão arterial
O potássio induz a queda da
pressão. A recomendação de potássio é de
2 a 4 g/dia. Frutas (banana, maracujá,
melão, abacate), hortaliças (almeirão,
couve,
chicória,
espinafre,
rabanete,
beterraba, cenoura), batata, mandioca,
feijão, grão de bico, ervilhas e aveia são
fontes de potássio.
O consumo de bebidas alcoolicas
deve ser abolido ou restringido. Em
situações esporádicas é recomendável que
o consumo não ultrapasse a 60 ml de
bebidas destiladas, 240 ml de
vinho e 720 ml de cerveja.
Dietoterapia da Hipertensão arterial
A dieta deve enfatizar o consumo de
frutas, verduras, alimentos integrais, leite
desnatado
e
derivados,
quantidade
reduzida de gorduras saturadas (< 7% da
energia da dieta) e colesterol (< 200 mg),
maior quantidade de fibras, potássio, cálcio
e magnésio.
Fonte: V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial
Dietoterapia para Infarto Agudo do
Miocárdio
Após o infarto permanecer em jejum por
4 a 12 horas.
Realimentação
Fracionamento: 4 a 6 refeições/dia,
Consistência líquida a pastosa,
Evitar temperaturas extremas,
Incluir fibras alimentares,
Necessidade hídrica: adulto: 1500 ml/dia
idoso: 1700 ml/dia
Dietoterapia para Insuficiência
cardiaca
Freqüentemente apresentam desnutrição.
Motivos:
- Compreensão gástrica e congestão
hepática: sensação de saciedade
- Edema das alças intestinais: diminuição
da absorção
- Náuseas e anorexia
Dietoterapia para Insuficiência
cardiaca
Energia
Suficiente para manter o peso o mais
próximo do ideal. 25 a 30 kcal/peso
ideal/dia
Carboidratos
50 a 60% do valor energético total
Lipídios
25 a 30% do valor energético total
Proteínas
1a 2 g/kg peso /dia. Diminuição da
função renal: 0,8g/kg peso/dia)
Potássio
Dieta rica em potássio
Sódio
A restrição será de acordo com o
estado do paciente. No entanto é
prudente diminuir o consumo
e não utilizar alimentos
ricos em sódio.
Questão
Pacientes com hipertensão têm restrição
ao consumo de sal (cloreto de sódio).
Alguns alimentos apresentam sal na sua
composição em grande quantidade,
portanto, também devem ser evitados
por hipertensos. Dentre estes alimentos
podemos destacar:
a) Salame
b) Arroz integral
c) Leite integral
d) Milho
e) Feijão
Resposta
A alternativa correta é letra A
ATÉ A PRÓXIMA!
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