Caracterização morfológica de quatro cultivares de morango para

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Caracterização morfológica de quatro cultivares de morango
para região de Ponta Grossa, PR.
Fábio Corso1; Priscila Niesing2; Ana Elise de Oliveira1; Rosana Fernandes
Otto3.
1
2
Acadêmicos de graduação da UEPG, Mestranda UEPG,
E-mail: [email protected]
3
UEPG Dept° de fitotecnia
RESUMO
Na introdução de novos cultivares de morango é importante a caracterização
morfológica destes materiais. Para tal foi conduzido um experimento com o
objetivo de caracterização morfológica de quatro cultivares (Camarosa, Caminho
Real, Ventana, Aromas), O delineamento experimental foi no esquema de blocos
ao acaso, com quatro repetições. Foram avaliadas as características morfológicas
da fase vegetativa e reprodutiva do morangueiro. Camarosa apresentou maior
altura e dispersão das plantas em relação aos outros cultivares. Aromas
apresentou menores folíolos e frutos, e maior comprimentos de pecíolos. A
Caminho Real apresentou frutos de formato mais arredondado. Existem diferenças
significativas entre as cultivares avaliadas, sendo que estas podem ser utilizadas
para diferenciá-las.
Palavras-chave: fragaria x ananassa, caracterização, morfologia.
ABSTRACT - Morphologic characterization of four strawberry cultivars in
Ponta Grossa – PR.
An experiment with the objective to evaluate the strawberry’s morphologic
characterization four the cultivars (Camarosa, Caminho Real, Ventana, Aromas)
was carried out in the experimental area of the Ponta Grossa State University,
Brasil. The experimental design was randomized blocks with four replications. The
morphologic characteristics of the vegetative and reproductive phase of the
strawberry had been evaluated. ‘Camarosa’ presented greater height and
dispersion of the plants, in relation to the others cultivars. ‘Aromas’ presented small
leaves and fruits, and the biggest lengths of leaf stem. ‘Caminho Real’ presented
fruits more rounded.
Keywords: fragaria x ananassa, morphologic characterization,
INTRODUÇÃO
O morangueiro (Fragaria x ananassa Duch.) é pertencente à família das
Rosáceas. Produz planta herbácea, rasteira, formada de touceiras que aumentam
com a emissão de estolhos originados da planta-mãe (RONQUE, 1998). O
sistema radicular é pouco profundo. A planta quando jovem apresenta caule de
tamanho reduzido denominado coroa, que se alarga lentamente formando
entrenós, de onde se formarão as folhas e as gemas auxiliares. As folhas são do
tipo compostas, trifoliadas; cada folíolo possui pecíolo, estando esses unidos a um
pecíolo principal. As estípulas normalmente pontiagudas e o pecíolo pode ter entre
3 e 20 cm, sendo esta uma característica que pode ser usada como diferenciação
entre cultivares (FOLQUER, 1986), As flores são hermafrodita, possibilitando a
autopolinização. A flor apresenta simetria actinomorfa (radial), pedunculada, com
um grosso receptáculo que se hipertrofia depois da fecundação, convertendo-se
na parte carnosa comestível (pseudofruto), vulgarmente chamada de “fruto”
(FOLQUER, 1986). Essa parte comestível (pseudofruto), é o conjunto de carpelo;
que fica arrumado de forma aspiral sobre o receptáculo. Devido à importância
comercial da cultura, os produtores têm adotado novas tecnologias, visando
principalmente o aumento de produtividade. Uma medida que pode ser adotada
para incremento de produção é a introdução de novos cultivares, os quais
precisam ser descritos morfologicamente, bem como verificar a sua adaptabilidade
as diferentes regiões brasileiras. Assim o objetivo deste trabalho é a
caracterização morfológica de quatro novos cultivares de morango.
MATERIAIS E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental da Universidade Estadual
de Ponta Grossa (UEPG), a 880m de altitude. O delineamento experimental
utilizado foi o de blocos casualizados, distribuídos no esquema fatorial 2x4
(sistema de cultivo x cultivares), com quatro repetições, totalizando 32 unidades
experimentais.
Foram avaliados quatro cultivares de morango (Caminho Real, Ventana,
Camarosa, Aromas); sendo os três primeiros cultivares de dias curtos e o último
de dia neutro; em 2 sistemas de cultivo, ambiente Natural (AN), e ambiente
protegido com polipropileno branco (PP) com aproximadamente 20gm-2 de
gramatura. As mudas de morango foram transplantadas (0,30 x 0,30m) em
11/06/2005, em canteiros com 0,60 m de largura, que foram cobertos com
agrotextil preto (40 gm-2), e com duas linhas de gotejamento com emissores
espaçados em 0,30 m. Após uma semana do transplante o agrotextil foi colocado
sobre as plantas do tratamento coberto. A parcela experimental era constituída de
18 plantas, onde as oito plantas centrais foram avaliadas. Foi efetuada a
caracterização morfológica das quatro cultivares, para as folhas, frutos, flores.
Para isso foram efetuadas mediadas de: altura de planta, dispersão de planta,
comprimento e largura de folíolos e folhas, comprimento e diâmetro de pecíolos,
comprimento e largura de pétalas, diâmetro de cálice e corola, comprimento e
largura das sépalas, comprimento e largura do pedúnculo, comprimento e largura
do fruto.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os cultivares Aromas e Camarosa apresentaram as plantas com maior altura,
sendo que, Camarosa também foi mais dispersa, apresentando uma forma mais
volumosa e arredondada em relação aos outros cultivares. “Aromas” apresentou
os menores folíolos, sendo esta uma característica facilmente observada a campo.
Por outro lado apresentou os maiores comprimentos de pecíolos, que em média
eram o dobro do tamanho da Caminho Real. Segundo Folquer (1986), essa
característica pode ser usada como diferenciação entre cultivares. Essa
característica influência também na altura das plantas, dando um porte mais ereto
a cultura, sendo esta uma característica favorável para a planta, pois permite um
maior arejamento, desfavorecendo o desenvolvimento de doenças.
Para características de fase reprodutiva da planta, as flores apresentavam em
média 6 pétalas, a única cultivar que se diferiu significativamente das outras foi a
cultivar Aromas com 5,2 pétalas. A cultivar Camarosa apresentou pétalas mais
estreitas e curtas, e conseqüentemente o menor diâmetro de cálice e corola. Por
outro lado, essa cultivar apresentou um maior comprimento de pedúnculo, sendo
esta uma característica que diferencia a cultivar das demais. No referente aos
frutos, a cultivar Aromas apresentou os menores resultados, tanto em largura
como em comprimento, sendo também uma característica bem evidente a campo.
A cultivar Caminho Real apresentou frutos de forma mais arredondada, sendo a
única entre as quatro cultivares a expressar esta característica.
Como características que podem auxiliar a diferenciação entre cultivares,
“Camarosa” apresentou maior altura e dispersão das plantas, em relação aos
outros cultivares. “Aromas” apresentou menores tamanhos de folíolos e frutos, e
os maiores comprimentos de pecíolos. “Caminho Real” apresentou frutos de
formato mais arredondado. Existem características morfológicas que permitem
diferenciar as quatro cultivares de morango.
BIBLIOGRAFIA
RONQUE, E.,V.,Cultura do morangueiro, EMATER-PR, p. 21-47, 1998
FOLQUER, F., La frutilla o fresa, Editora Hemisfério Sur, Buenos Aires, 1986, p.
24-51.
Tabela 1: Valores para caracteres foliares de quatro cultivares de morango,
aproximadamente no meio do ciclo.
Valores médios(mm)
Altura da planta
Dispersão
Comprimento do folíolo
Largura do folíolo
Largura da folha mediana
Camarosa
156
331
73
76
142
Comprimento da folha mediana
Comprimento do pecíolo
94
77
Caminho real
129
324
68
73
139
91
59
Aromas
161
274
49
49
136
83
137
Ventana
136
317
71
66
137
88
105
Tabela 2: Valores para caracteres morfológicos de florescimento, e de frutos de
quatro cultivares de morango.
Valores médios
N° de pétalas
Comp. pétala (mm)
Largura pétala (mm)
Diâmetro cálice (mm)
Diâmetro corola (mm)
Comp. Sépala (mm)
Largura sépala (mm)
Comp.pedúnculo (mm)
Largura fruto (mm)
Comp. Fruto (mm)
Forma fruto
aPosição Cálice
Posição Aquênios
Camarosa
6
8,1
6,5
16,2
17,5
6,5
3,1
58,3
35,3
46,6
Cônica
Saliente
Incluso
Caminho Real
6,2
10,8
11,3
27,7
23,5
9,2
5,3
30,1
38,8
44,1
Côn. Arredondada
Saliente
Incluso
Aromas
5,2
9,9
10,5
19,8
21,5
7,5
4,1
43,5
29,1
37,8
Cônica
Saliente
Incluso
Ventana
6
10,9
9,9
17,7
25,9
5,1
3,8
33,2
34,7
43,6
Cônica
Saliente
Média
AGRADECIMENTOS
Às empresas FITESA e BioAgro pelo fornecimento de materiais e ao CNPq pela
concessão de bolsa.
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