universidade anhanguera-uniderp programa de pós

Propaganda
UNIVERSIDADE ANHANGUERA-UNIDERP
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEIO AMBIENTE
E DESENVOLVIMENTO REGIONAL
JOSÉ CARLOS PINA
CRESCIMENTO DE Moringa oleifera Lam (Moringaceae), UMA ESPÉCIE
DE INTERESSE ECONÔMICO, EM DIFERENTES SUBSTRATOS E
LUMINOSIDADES
CAMPO GRANDE – MS
2015
JOSÉ CARLOS PINA
CRESCIMENTO DE Moringa oleifera Lam (Moringaceae), UMA ESPÉCIE
DE INTERESSE ECONÔMICO, EM DIFERENTES SUBSTRATOS E
LUMINOSIDADES
Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação
em
Meio
Ambiente
e
Desenvolvimento Regional da Universidade
Anhanguera-Uniderp,
como
parte
dos
requisitos para a obtenção do título de Mestre
em
Meio
Ambiente
e
Desenvolvimento
Regional.
Comitê de Orientação:
Prof. Dr. Ademir Kleber Morbeck de Oliveira
Profa. Dra. Rosemary Matias
Profa. Dra. Vera Lúcia Ramos Bononi
CAMPO GRANDE – MS
2015
2
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Anhanguera – Uniderp
P713c
Pina, José Carlos.
Crescimento de Moringa oleifera Lam (Moringaceae), espécie de
interesse econômico, em diferentes substratos e luminosidades / José
Carlos Pina. -- Campo Grande, 2015.
75f.
Dissertação (mestrado) – Universidade Anhanguera – Uniderp,
2015.
“Orientação: Prof. Dr. Ademir Kleber Morbeck de Oliveira.”
1. Cerrado 2. Moringa 3. Utilização medicinal 4. Características
nutricionais 5. Mudas I. Título.
CDD 21.ed. 633
583.131
3
Dedico
Às minhas filhas Talita e Camila: tantas vezes privadas da minha
presença, mas nunca do meu amor. Só de lembrar que em meu mundo
existem pessoas maravilhosas como vocês, ganho forças para continuar
seguindo em frente.
4
AGRADECIMENTOS
Ao Supremo Deus e a Meishu-Sama por se fazer presente nos caminhos
por nós incompreendidos, mas que conduzem à luz, ao amor e a felicidade;
À Universidade Anhanguera-Uniderp, pela oportunidade e pelo suporte
concedido na realização desta Dissertação;
Ao Prof. Dr. Ademir Kleber Morbeck de Oliveira, um exemplo de
competência e comprometimento com a pesquisa. Meus agradecimentos pela
orientação, compreensão, confiança e contribuição para evolução do meu
conhecimento científico e humano e, também, pela cessão de uso do
Laboratório Pesquisas em Sistemas Ambientais e Biodiversidade – PSAB;
À Profa. Dra. Rosemary Matias pela disponibilidade e gentileza
incontestáveis e pelas importantes sugestões que foram fundamentais para a
solidificação dos trabalhos e, também, por disponibilizar as instalações do
Laboratório do Instituto Nacional de Ciências e Tecnologia em Áreas Úmidas –
INAU, sem as quais a realização deste estudo não teria sido possível;
Ao Prof. Dr. José Antonio Maior Bono por seu interesse na construção e
auxílio com a estatística do trabalho e pela concessão do Laboratório de
Fertilidade do Solo para as análises do solo;
À Profa. Dra. Denise Renata Pedrinho e à Profa. Dra. Giselle Feliciani
Barbosa pelas sugestões técnico-científicas que em muito contribuíram para o
experimento;
Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e
Desenvolvimento regional: Prof. Dr. Celso Correia de Souza, Prof. Dr. Cleber
José Rodrigues Alho, Prof. Dr. Gilberto Luiz Alves, Prof. Dr. José Sabino, Profa.
Dra. Lídia Maria Lopes Rodrigues Ribas, Prof. Dr Mauro Henrique Soares da
Silva, Profa. Dra. Mercedes Abid Mercante, Profa. Dra. Neiva Maria Robaldo
Guedes, Prof. Dr. Sandino Hoff, Prof. Dr. Silvio Favero, Profa. Dra. Vânia Lúcia
Brandão Nunes, Prof. Dra. Vera Lúcia Ramos Bononi, pela amizade,
ensinamentos e pelo exemplo de dedicação à ciência, com sabedoria e
humildade. O compartilhamento de seus conhecimentos, sugestões e ideias,
foram mais do que decisivos para o sucesso desse trabalho;
5
À Profa. Dra. Antonia Railda Roel e ao Prof. Dr. Francisco de Assis
Rolim Pereira, por aceitarem gentilmente o convite de integrar essa banca e
pelas valiosas sugestões;
À Profa. M. Sc. Carla Dal Piva, minha grande incentivadora e minha
inspiração. Grato pela confiança e por acreditar em mim.
Ao meu genro Luiz Antonio pelo carinho e por compartilhar minhas
preocupações, maluquices, conquistas e alegrias.
À minha mãe Lúcia, meu pai José, pela minha existência, e meu irmão
Wilson: grato pelos almoços, pelo acesso à internet e por todo carinho
dispensado. Desculpem-me qualquer incômodo. Minha irmã Daniela, meu
cunhado Ednaldo, grato pelas conversas e risadas. Meus sobrinhos Ana Clara
e Pedro Felipe por suportarem minha chatice. Agradeço a todos pela
compreensão e apoio, e por torcer pelos resultados, e, acima de tudo, pela
tolerância. E também, pelas vezes em que não agradeci. Muito obrigado...
À Aline, Gisleine, Bartira, Mariana, Ademilton, Francisco, Gilmar, grato
pela amizade ofertada, o carinho dispensado e pelo sorriso nas horas certas.
Ao Sr. Marlos, Sr. Adão, Heder, Adenilton, Viviane, Edgar, João, Roni,
pela grande contribuição na instalação e acompanhamento do experimento.
Aos amigos do Laboratório de Produtos Naturais: Karen, Sthefany,
Jéssica, Fernanda, Adriana, que fizeram com que desde o primeiro momento
me sentisse parte integrante do grupo de trabalho.
À Evaneza e Sueli, pela grande ajuda na realização das análises de
solo, histoquímica. É bom poder contar com vocês em todos os momentos.
À Kelly, que disponibilizou seu precioso tempo, acima de tudo paciência,
para auxiliar na minha apresentação. Grato por repassar seus conhecimentos.
À Elvia, Ana, Larissa, Nayara, Mariza, Jorge, Edynho, Margareth,
Leonel, Vitor, Valtecir, pela amizade especial, pela disponibilidade, conselhos e
estímulos. É sempre bom saber que não estamos sozinhos.
Aos amigos Higino, Thaynara, Gustavo, Giselly Miguel, Schley, minha
gratidão por proporcionarem momentos incríveis na nossa vida acadêmica.
Aos meus amigos Luciano, Muriel, Waguinho e Mariana, minha gratidão
por permitirem que imprimisse minha dissertação. Levo-os no meu coração.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES), pela concessão da bolsa de estudos.
6
"O solo natural e puro está permeado com a energia espiritual da
terra, que é o verdadeiro fator de crescimento ou fertilidade".
Meishu-Sama
7
Sumário
1. Resumo Geral
...............................................................................
9
2. General Overview
...............................................................................
...........
10
..................................................................................
11
3. Introdução Geral
4. Revisão de Literatura
4.1. Moringa
.........................................................................
...
13
..............................................................................................
.......
13
4.2. Utilização Medicinal
..........................................................................
...
14
4.3. Alimentação Animal
..........................................................................
..
15
4.4. Substratos para a produção de mudas
4.4.1. Vermicomposto
............................................
16
........................................................................
.......
17
4.4.2. Casca de Arroz carbonizada
4.4.3. Solo Argiloso
.....................................................
.....
18
..............................................................................
.......
18
4.4.4. Neossolo Quartzarênico ou Areia Quartzosa
4.5.
NeosLuminosidade
...........................
.......
19
...................................................................................
.....
19
5.
Referências Bibliográficas
solo
................................................................
..
22
6.
Artigos ..................................................................................................
......
Quar
Artigo I
....................................................................................................
...
tzarê
32
Resumo
nico
Abstract
ou
..................................................................................................
.....
32
..................................................................................................
.....
32
Introdução
..............................................................................................
.....
Areia
Material e Métodos
................................................................................
.....
Quar
Resultados e Discussão .........................................................................
........
tzos
Conclusão ................................................................................................
a
Referências Bibliográficas .....................................................................
.......
33
32
35
38
45
46
Artigo II
....................................................................................................
..
52
Resumo
....................................................................................................
...
52
Abstract
....................................................................................................
...
52
................................................................................................
......
53
Introdução
Material e Métodos
................................................................................
..............
Resultados e Discussão
56
.........................................................................
58
Conclusão .................................................................................................
.....
65
Referências Bibliográficas
.....................................................................
................
66
..................................................................................
...........................................
74
7. Conclusão Geral
Geral
...
8
1. Resumo Geral
Por ser resistente a períodos de seca, a espécie Moringa oleifera Lam se torna
importante para a região do Cerrado, não só para o desenvolvimento da
silvicultura, mas também para a definição de sistemas de produção. Em virtude
da possibilidade dos usos múltiplos da moringa e de seu interesse comercial
como espécie medicinal, forrageira e em sistemas de silvipastoris, um fator
necessário para promover a proteção do meio ambiente buscando um
equilíbrio entre a Sociedade, o Ambiente e Desenvolvimento Regional
Sustentável, objetivou-se com este trabalho avaliar as primeiras etapas de
desenvolvimento, em diferentes substratos e luminosidades de plântulas da M.
oleifera para a produção de mudas. O experimento foi dividido em dois ensaios,
ambos, sob duas intensidades luminosas, a pleno sol e com 70% de radiação
solar. O delineamento experimental foi conduzido com blocos inteiramente
casualizados. Os tratamentos no ensaio um foram: neossolo quartzarênico
60%
x
40%
vermicomposto;
neossolo
quartzarênico
80%
x
20%
vermicomposto; neossolo quartzarênico 60% x 40% solo argiloso; e, 100%
neossolo quartzarênico. No ensaio dois foram: neossolo quartzarênico 60% x
40% casca de arroz carbonizada; neossolo quartzarênico 80% x 20% casca de
arroz carbonizada; neossolo quartzarênico 40% x 60% solo argiloso; e, 100%
neossolo quartzarênico, com quatro repetições por tratamento. As plantas
foram avaliadas aos 30, 60, 75, 90 e 105 dias após transplantio, determinandose a massa seca da raiz, da parte aérea e total, diâmetro do coleto,
comprimento da parte aérea. A utilização do substrato contendo Neossolo
quartzarênico e vermicomposto na proporção 60% x 40% mostra-se o mais
eficiente, proporcionando condições adequadas para a obtenção de mudas de
qualidade quando cultivadas em ambiente com 70% de radiação solar, com
crescimento homogêneo. Já o substrato neossolo quartizarênico 80% x 20%
casca de arroz carbonizada, propica crescimento irregular, alternando plântulas
com pequeno crescimento e outras mais desenvolvidas. Portanto, a M. oleifera
se adapta a solos mais férteis e ambientes de menor luminosidade.
Palavras-chave: Moringaceae; Cerrado; análise de crescimento; produção de
mudas.
9
General Overview
For being resistant to drought periods, the species Moringa oleifera Lam
becomes important for the Cerrado region, not only for the development of
forestry, but also for the development of production systems. Due to the
possibility of multiple uses of moringa and its commercial interests as a
medicinal species, forage and silvopastoral systems, this work aims to evaluate
the first stages of development of seedlings of M. oleifera in different substrates
and luminosities for the production of seedlings. The experiment was divided
into two tests, both under two light intensities, in full sun and 70% of solar
radiation. The experiment was conducted in a completely randomized design.
Treatments in the trial one were typic quartzipsamment 60% x 40%
vermicompost; typic quartzipsamment 80% x 20% vermicompost; typic
quartzipsamment 60% x 40% clay soil; and 100% typic quartzipisamment. In
the trial two were typic quartzipsamment 60% x 40% carbonized rice husk; typic
quartzipsamment 80% x 20% carbonized rice husk; typic quartzipsamment 40%
x 60% clay soil; and 100% typic quartzipisamment, with four replicates per
treatment. The plants were evaluated at 30, 60, 75, 90 and 105 days after
transplanting, determining the root dry mass, shoot and total part, stem
diameter,
length
of
shoot.
The
use
of
substrate
containing
typic
quartzipsamment and vermicompost in the proportion 60% x 40% appears to be
the most efficient, providing suitable conditions for obtaining quality seedlings
when grown in an environment with 70% of solar radiation, with homogeneous
growth. Now, the substrate typic quartzipsamment 80% x 20% carbonized rice
husk, provides irregular growth, alternating with small seedling growth and more
mature. Therefore, the M. oleifera fits most fertile soils and poorly lit
environments.
Keywords: Moringaceae; Cerrado; growing; seedling production.
10
2. Introdução Geral
A grande versatilidade dos bens e serviços que a espécie M. oleifera
fornece, tem despertado interesse de sua utilização em várias regiões do
planeta.
Porém
não
se
sabe
ao
certo
as
características
de
seu
desenvolvimento inicial em condições ambientais diferentes de seu lugar de
origem, no norte da Índia.
Os primeiros registros de frutos obtidos pelo plantio da Moringa no Brasil
foram do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Teve boa adaptação ao sertão
nordestino, notadamente pela característica de clima seco, ficando conhecida
nesta região como Lírio Branco ou Acácia-Branca (KERR, 2010).
É uma planta rústica, tolerante a solos pobres e de crescimento
extremamente rápido, considerada por botânicos e biólogos, como um milagre
da natureza. A espécie é uma hortaliça arbórea, e quando adulta alcança até
12 metros de altura. É uma das plantas mais úteis e as de mais diversificada
aplicação que existe, uma esperança para o combate da fome no mundo
(ANWAR et al., 2007; BARRETO et al. 2009). Há incentivo para sua utilização
em todo o mundo, principalmente, em países em desenvolvimento, onde
existem milhões de crianças menores de 5 anos subnutridas (UNICEF, 2007).
As regiões mais castigadas pela subnutrição humana, África, Ásia,
América Latina e Caribe, compartilham a capacidade de utilizar esta planta,
comumente referida como "The Miracle Tree" (FUGLIE, 1999), promovendo
sua utilização como fonte de alimento rica em macro e micronutrientes
(ANWAR et al., 2007).
Seus subprodutos (vagens, folhas, flores e sementes) obtidos através da
agricultura familiar, servem como fonte de suplemento alimentar humana,
animal, e como purificador de água. E ainda como fonte de óleo vegetal,
contido em suas sementes, para produção de biocombustível. Populações de
comunidades carentes de todo o mundo, têm utilizado as diferentes partes da
espécie para o tratamento de doenças de pele, doenças respiratórias, do
ouvido, infecções dentárias, hipertensão, diabetes e tratamento de câncer
(ANWAR et al., 2007; BAKKE et al., 2010).
Por ser resistente a períodos de seca, torna-se importante para a região
do Cerrado. Contudo, estudos necessitam ser realizados para verificar se a
11
espécie poderá suportar os limites impostos pelos fatores edafoclimáticos da
região.
O Cerrado, no Brasil, é considerado o segundo maior bioma, sendo
classificado como um complexo vegetacional devido a variação de suas
fitofisionomias, desde paisagens adensadas até as mais abertas. Seus solos,
na maioria oxisols e entisols, são ácidos e distróficos, e apresentam baixa
disponibilidade de nutrientes. De acordo com RATTER et al. (1997) e
HARIDASAN (2008), as plantas cultivadas são susceptíveis a toxicidade de
alumínio e manganês, independente da deficiência de nutrientes, e não
crescem bem na ausência de calagem e adubação.
O plantio de espécies arbóreas e o acompanhamento do seu
desenvolvimento através de medições periódicas são, portanto, importantes no
sentido de definir a escolha das espécies e a melhor forma de plantá-las.
Uma muda com boa qualidade passa por um bom substrato, pois o
crescimento inicial está associado com uma boa capacidade de aeração,
drenagem e retenção de água. A disponibilidade dos mesmos estão
intimamente ligados à qualidade do substrato usado (GONÇALVES e
POGGIANI, 1996).
De acordo com BEZERRA et al. (2004), quando se inicia o cultivo de
determinada
espécie
deve-se
primeiramente
verificar
as
formas
de
propagação, se elas são práticas e econômicas, para com isso, estabelecer um
manejo sustentável. No caso da propagação sexuada, o conhecimento do
processo
germinativo
é
de
fundamental
importância,
bem
como
a
domesticação e aclimatação de espécies nativas e exóticas. No que diz
respeito à moringa, essas informações são escassas no Brasil.
Em virtude da possibilidade do múltiplo uso da moringa, objetivou-se
com este trabalho avaliar o crescimento inicial da espécie M. oleifera para a
produção de mudas em diferentes substratos e intensidades luminosas,
levando-se em consideração seu crescimento, produção de matéria orgânica
em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
12
4. Revisão de Literatura
4.1. Moringa
Moringa oleifera Lam., pertence a família Moringaceae e é originária da
Índia chegando ao Brasil a cerca de 40 anos. O gênero é constituído por treze
espécies, amplamente distribuído em regiões tropicais e subtropicais como
Filipinas, Camboja, América Central, América do Norte, América do Sul, ilhas
do Caribe e África (SIGUEMOTO, 2013).
A espécie possui crescimento rápido, que pode alcançar altura média de
4,16 m durante o primeiro ano em casa de vegetação (MUNYANZIZA e
SARWATT, 2003). As árvores raramente crescem mais alto que 10 a 12 m,
porém, ocasionalmente podem atingir alturas de até 16 m, com diâmetros de
tronco de até 75 cm (PARROTTA, 1993).
Tem como características, a resistência a baixos índices pluviométricos,
mantendo sua capacidade de sobrevivência e produção em condições
adversas como: baixa umidade do solo, temperaturas elevadas do ar, altas
evaporações e grandes variações nas precipitações (ALMEIDA et al., 1999).
A produção de frutos começa cedo, aos 6 a 8 meses após o plantio, e o
rendimento é geralmente baixo durante os primeiros dois anos. Mas, a partir do
terceiro ano, uma única árvore pode produzir entre 600 e 1.600 frutos por ano
(RAMACHANDRAN et al., 1980).
A quantidade de sementes depende do manejo da planta, da
disponibilidade de água e do clima, podendo alcançar entre 20 a 24 mil
sementes por planta, que rendem de 35 a 40% de óleo de alta qualidade com
importância industrial, usado para lubrificar relógios, maquinarias delicadas,
fabricação de perfumes e biodiesel (MORTON, 1991; PINTO et al., 2012).
As sementes da espécie são uma alternativa viável de agente
coagulante em substituição aos sais de alumínio, utilizados no tratamento de
água em todo o mundo. Comparada ao alumínio, as sementes não alteraram
significativamente o pH (Potencial Hidrogeniônico) e a alcalinidade da água
após o tratamento, não causando problemas de corrosão (NDABIGENGESERE
e NARASIAH, 1996). O extrato de moringa diminui o barro e bactérias contidas
em água não tratada (KALOGO et al., 2001) e as sementes apresentam efeito
higiênico por remover 90% de cercaria (Schistosoma mansoni) (SAMBON,
1907) da água utilizada por habitantes da região sul do Sudão (OLSEN, 1987).
13
A espécie é utilizada, também, no enriquecimento de alimentos para
combater a desnutrição infantil e fonte útil de medicamentos (BOVEN e
MOROHASHI, 2002). GALLÃO et al. (2006) indicaram material protéico
presente no citoplasma das células das sementes, caracterizada por seu
elevado teor de proteínas e lipídeos. Cada 100 g de folhas de moringa seca
contêm 10 vezes + vitamina “A” do que a cenoura, 12 vezes + vitamina “C” do
que as laranjas, 17 vezes + cálcio do que o leite, 15 vezes + potássio do que as
bananas, 25 vezes + ferro do que o espinafre e 9 vezes + proteínas do que os
iogurtes (FUGLIE, 2001).
No Brasil, a espécie é conhecida no Maranhão desde a década de 1950,
e seu cultivo tem se difundido no semiárido nordestino, devido a sua utilização
no tratamento de água para uso doméstico (AMAYA et al., 1992).
O uso da moringa como adubo verde, enriquece, significativamente,
solos agrícolas e as árvores, plantadas como barreiras contra o vento, reduzem
a erosão eólica e acrescentam nitrogênio e matéria orgânica ao solo. Por ser
resistente a pragas, durante o plantio, não são utilizados insumos agrícolas
industriais reduzindo, assim, o custo de produção (BROWN, 2003; BRUNELLI,
2010; PÉREZ et al., 2010).
4.2. Utilização medicinal
Os benefícios desta árvore vão muito mais além do que seu mero uso
como alimento, pois apresenta grande quantidade de propriedades curativas
para o uso e tratamento na prevenção de doenças ou infecções a partir de
diversas dietas ou administração tópica das preparações de moringa, como:
extratos, decocção, cataplasmas, cremes, óleos, emolientes, pomadas, pós,
mingaus (PALADA, 1996).
Uma infinidade de referências da medicina tradicional atesta o seu poder
curativo. Na literatura científica é citada como possuindo poder de antibiótico,
antitripanossoma, hipotensor, antiespasmódico, anti-úlcera, anti-inflamatória,
hipocolesterolêmica, e atividades de hipoglicemia (FAHEY, 2005).
De acordo com JAHN (1998), na tentativa de isolar o produto coagulante
presente nas sementes, identificou-se seis polipeptídios na M. oleifera, de peso
molecular entre seis e 16.000 dáltons. Os aminoácidos detectados foram
14
majoritariamente o ácido glutâmico, a prolina, a metionina e a arginina. Mas, o
mecanismo de coagulação pelos polipeptídios é ainda desconhecido.
As sementes da moringa contêm quantidades significativas de proteínas
solúveis com carga positiva. Quando o pó das sementes é adicionado à água
turva, média ou de baixa turbidez, as proteínas liberam cargas positivas,
atraindo as partículas carregadas negativamente, formando flocos e agregando
as partículas presentes na água como barro, argila e bactérias, entre outras
partículas (SCHWARZ, 2000).
Os componentes antimicrobianos agem principalmente contra Bacillus
subtilis,
Mycobacterium
phlei,
Serratia
marcescens,
Escherichia
coli,
Pseudomonas aeruginosa, Shigella sp. e Streptococcus sp., o que justifica seu
emprego na preparação de pomada antibiótica (RANGEL, 2003).
FERREIRA et al. (2009) analisaram as atividades do extrato aquoso das
sementes de M. oleifera sobre ovos e larvas de Aedes aegypti e sua toxicidade
sobre animais de laboratório, Daphnia magna, camundongos e ratos. O extrato
apresentou um CL50 de 0,260 μg mL-1, causando 99,2 ± 2,9% de mortalidade
em 24 h na concentração de 5,200 μg mL-1, embora o mesmo não tenha sido
capaz de impedir a eclosão dos ovos de A. aegypti. Segundo o estudo, uma
das proteínas contidas nas sementes, a lectina, impede o processo de digestão
da larva, provocando sua morte por desnutrição.
A espécie tem sido reconhecida pelos praticantes da medicina popular
como tendo valor na terapia de tumores (HARTWELL, 1982) e potencial
preventivo do câncer (FAHEY, 2004).
Pesquisas recentes demonstraram que alguns de seus compostos são
potentes inibidores de éster de forbol (TPA) induzida por vírus de Epstein-Barr,
relacionado ao linfoma de Burkitt, e no crescimento de tumor em ratos
(MURAKAMI et al., 1998; GUEVARA et al., 1999)
BHARALI et al. (2003) examinaram a prevenção de tumores de pele
após a ingestão de extratos de baqueta (vagem de moringa) em ratos,
demonstrando redução drástica nos papilomas da pele.
4.3. Alimentação Animal
A produção de forragem de qualidade é condição fundamental para o
desenvolvimento da pecuária em qualquer região, sendo, que a principal
15
dificuldade deve-se aos períodos de estiagem (BAKKE et al., 2010). A carência
de forrageiras adaptadas aos rigores do clima tem provocado a busca
incessante por espécies tolerantes à seca (TRIER, 1995). Sendo assim, a
moringa é opção interessante para regiões com sazonalidade climática.
Por suas características nutricionais e socioeconômicas, é uma
excelente opção para ser usada como forragem fresca para o gado tanto como
um complemento proteico, quanto como substituto alimentar completo. No
entanto, por se tratar de planta exótica, há necessidade de período de
adaptação (FOIDL et al., 2003).
A espécie é de grande importância na nutrição animal, uma vez que o
conteúdo de proteínas e as vitaminas podem ser um suplemento importante na
criação de gado leiteiro, de engorda, aves, peixes e suínos (GARAVITO, 2008).
SÁNCHEZ et al. (2004) e SÁNCHEZ et al. (2006) em ensaio com gado
crioulo alimentado com três rações diferentes, obtiveram aumento na produção
de leite de vacas alimentadas com moringa, em mais de 2 litros vaca dia-1, se
comparada às que se alimentaram somente de feno.
4.4. Substratos para a Produção de Mudas
A produção de mudas, em quantidade e qualidade, é uma das fases
relevantes para o estabelecimento de povoamentos florestais com grande
repercussão sobre a produtividade. O substrato é um fator externo de marcada
influência no processo de enraizamento e qualidade das raízes formadas,
desempenhando papel importante na sobrevivência inicial da planta.
A escolha do substrato é de fundamental importância, pois, é onde o
sistema radicular irá se desenvolver, determinando o crescimento da parte
aérea da muda (JABUR e MARTINS, 2002).
Apesar de amplamente usados na produção de mudas das mais
variadas espécies vegetais, os substratos ainda são confundidos e, até mesmo,
comercializados como condicionadores de solo (KÄMPF, 2005).
O substrato deve possuir boa capacidade de retenção de água, volume
ótimo de espaços porosos preenchidos por gases e, adequada taxa de difusão
de oxigênio necessária à respiração das raízes4, além de apresentar fácil
disponibilidade de aquisição e transporte, ausência de patógenos, riqueza em
nutrientes essenciais, textura e, estrutura adequada (SILVA et al., 2001).
16
Como a diversidade de opções de materiais a serem utilizados é grande,
não há um substrato perfeito para todas as condições e espécies. É sempre
preferível usar componentes de um substrato em forma de mistura, visto que
podem apresentar características desejáveis e indesejáveis à planta, quando
usados isoladamente (WENDLING e GATTO, 2002).
De acordo com DUARTE (2002), é importante identificar matérias-primas
regionais e de baixo valor econômico, para que possam ser utilizadas como
novas opções para formação de substratos na propriedade que possibilitem,
consequentemente, a redução de custos, o aumento da rentabilidade e a
independência do agricultor na produção de mudas.
4.4.1. Vermicomposto
O vermicomposto é o resultado da alteração de resíduos de matéria
orgânica através das minhocas e vem sendo bastante estudado por conter
microrganismos humificantes alcalinos e bactérias. Estes constituem proteção
contra patógenos, dando maior vigor às plantas (ANTONIOLLI et al., 1995).
Os
benefícios
do
uso
de
vermicomposto
no
solo
são
bem
documentados, incluindo o efeito direto das substâncias húmicas sobre o
desenvolvimento e metabolismo de várias espécies de plantas (NARDI et al.,
2002). É um substrato promissor e vem sendo estudado especialmente na
produção de mudas de espécies florestais, por conter cálcio, potássio,
nitrogênio, além de outros (SCHUMACHER et al., 2001).
O uso de húmus, a partir de vermicompostagem, pode ser considerado
uma tecnologia artesanal eficiente e facilmente disponível aos agricultores. A
matéria-prima mais utilizada tem sido o esterco bovino (RODDA et al., 2006),
que é mais rico em nutrientes e apresentar vantagem de ser neutro, uma vez
que as minhocas possuem glândulas calcíferas, facilitando a correção do pH do
substrato (LONGO, 1987). O substrato é rico, principalmente, em nitrogênio,
cálcio, fósforo, magnésio e potássio, apresentando ótima capacidade de troca
de cátions e elevado teor de matéria orgânica (TIBAU, 1987).
Na agricultura o uso de vermicomposto produz melhorias significativas
na produtividade das culturas. Algumas pesquisas mostraram que as
aplicações deste material, em combinação com outros substratos aumenta a
17
absorção de nutrientes na produção de culturas prioritárias e, reduz a perda de
nitrogênio do solo por volatilização (ZHAO e FUN-ZHEN, 1992).
4.4.2. Casca de arroz carbonizada
A casca de arroz carbonizada é muito empregada como substrato, pois
serve como suporte onde as plantas fixarão suas raízes, sendo estável física e
quimicamente e, assim, mais resistente à decomposição, com a vantagem de,
o mesmo substrato, poder ser usado por mais de uma vez (MELO et al., 2006).
Este resíduo apresenta baixa capacidade de retenção de água,
drenagem rápida e eficiente, proporcionando boa oxigenação para as raízes,
elevado espaço de aeração ao substrato, resistência à decomposição, relativa
estabilidade de estrutura, baixa densidade e pH próximo à neutralidade
(MELLO, 2006). É material leve e inerte à hidratação, porém, pobre em
nutrientes, apenas com teor de potássio mais elevado, podendo ser equilibrado
com a mistura de outros elementos (GUERRINI e TRIGUEIRO, 2004).
Na produção de mudas, a casca de arroz é muito utilizada na forma
carbonizada, ou seja, após passar por combustão incompleta sob alta
temperatura e condições de baixo oxigênio. A carbonização da casca de arroz
in natura é utilizada como método para contornar o problema de excesso de
lignina e celulose, sílica e outros minerais presentes na casca (VILLELA, 2009).
4.4.3. Solo argiloso
Os solos argilosos são considerados solos pesados, com mais de 40%
de argila pura, por possuir uma quantidade maior de microporos, o que pode
dificultar a infiltração da água, fazendo com que ela escorra pela superfície,
reduzindo sua quantidade no interior do solo ou, fique empoçada. Entretanto,
existem solos que, apesar de terem textura argilosa ou muito argilosa, suas
partículas estão agregadas, tão fortemente, que formam pequenos grânulos
que permitem uma boa porosidade, facilitando a infiltração. O ideal é que o solo
possua
uma
textura
que
permita
uma
boa
infiltração
de
água
e
armazenamento, sem causar alagamentos (CAPECHE et al., 2004).
De acordo com MORELLI (2010), os solos argilosos tem alta capacidade
de retenção de água e tendência de ficarem compactados, dificultando o
desenvolvimento das raízes. Tem reduzido teor de cálcio e magnésio, alto teor
18
de alumínio, ferro, manganês e boro, presença de toxinas orgânicas e pouco
nitrogênio e fósforo. Com pH em torno de 4,5, é necessário correção de acidez,
para tornar disponíveis os nutrientes para as plantas.
Ainda, segundo MORELLI (2010), a combinação dos elementos areia
quartzosa e solo argiloso é que dá boa consistência ao solo. A classificação
para ser argiloso, é possuir mais de 40% de argila, arenoso menos de 20% de
argila e de 20-49% de argila, areno-argiloso, que são os que contêm frações
equilibradas entre os tipos de partículas que os constitui. O mesmo autor indica
que o substrato ideal deve ter mais de 85% de porosidade, 10 a 30% de
capacidade de aeração e 20 a 30% de água disponível.
4.4.4. Neossolo Quartzarênico ou Areia Quartzosa
As areias quartzosas são consideradas solos de baixa aptidão agrícola e
o aumento dos teores de matéria orgânica pode reduzir esse problema. Apesar
da adsorção de fósforo ser pequena nesses solos, existem problemas sérios
quanto à lixiviação de nitrogênio e à decomposição rápida da matéria orgânica.
A lixiviação de nitratos e de sulfatos é intensa pela grande macroporosidade e
da permeabilidade dos solos de textura arenosa. Por isso, culturas perenes são
opções mais recomendáveis do que as anuais (SOUZA e LOBATO, 2005).
A areia tem sido utilizada por diversos pesquisadores em ensaios com
emergência e crescimento de várias espécies, em qualquer granulometria e é
um importante condicionador da estrutura do solo. De acordo com
CAVALCANTI et al. (2001), a areia demonstra várias qualidades estruturais,
como alta porosidade, boa drenagem da água e aeração, fatores fundamentais
para a melhor arquitetura do sistema radicular e no crescimento das plantas.
Suas propriedades físicas proporcionam condicionamento às plântulas e disso
irão depender a aeração e a permeabilidade do solo.
Por se tratar de um material pobre em nutrientes, a areia pode fazer
parte da composição de um substrato, necessitando de suplementação através
da fertilização mineral ou orgânica (FACHINELLO et al.,1995)
4.5. Luminosidade
As práticas de manejo da luminosidade de mudas alteram sua
qualidade. O sombreamento com telas é utilizado para auxiliar no controle
19
excessivo de temperatura e redução da radiação solar, diminuindo a
temperatura no seu interior em até 5 °C (BRISSETE et al., 1991).
Por ser fonte primária de energia relacionada à fotossíntese, a luz é um
dos principais fatores que influenciam o crescimento dos vegetais (CAMPOS e
UCHIDA, 2002). A distribuição local das espécies em uma comunidade florestal
está fortemente influenciada pelas diferenças na disponibilidade de luz, que
condiciona direta ou indiretamente grande parte dos processos de crescimento
das plantas (ENGEL e POGGIANI, 1990).
A importância desse fator tem levado diversos autores a classificar as
espécies florestais em grupos ecológicos distintos de acordo com sua
capacidade de adaptação às condições de luminosidade ambiental, e cujo
conhecimento é chave importante para a compreensão da dinâmica das
florestas e seu manejo (AMO, 1985).
Dentre os parâmetros morfológicos, as variáveis de crescimento, são as
mais utilizadas para estabelecer as bases da adaptabilidade das plantas às
condições de maior ou menor grau de sombreamento (BOARDMAN, 1977).
No que se refere à fase inicial de desenvolvimento da planta, os dados
relacionados
ao
crescimento
estão
sempre
associados
ao
aspecto
luminosidade, condição de extrema importância no desenvolvimento das
mudas. Na dependência da espécie, faz-se necessário a utilização de materiais
de cobertura a fim de reduzir a incidência direta dos raios solares, diminuindo,
assim, os efeitos extremos da radiação, resultando em mudas vigorosas e de
boa qualidade para transplante (QUEIROGA et al., 2001).
De acordo com WHATLEY e WHATLEY (1982) e SCALON et al. (2003),
os diferentes graus de luminosidade causam mudanças morfológicas e
fisiológicas na planta. O grau de adaptação depende das características
genéticas da mesma em interação com seu ambiente. Os efeitos dessas
diferenças de intensidade de luz influenciam mais no crescimento da planta do
que na qualidade, principalmente, ao acúmulo de matéria seca, em condições
naturais. Sua intensidade afeta o crescimento da planta por efeito direto sobre
a fotossíntese, a abertura estomática e a síntese da clorofila.
As diferenças nas intensidades da luz são as maiores responsáveis
pelas variações no tamanho das folhas, pois, dentro de certos limites, quanto
maior a intensidade luminosa, menor e mais espessa será a folha (WHATLEY e
20
WHATLEY, 1982; CUTTER, 1987). Plantas mantidas em sombreamento
tendem a ser mais altas e ter uma área foliar maior em relação as que crescem
em plena luz do sol (KENDRICK e FRANKLAND, 1981). Isso porque quando as
plantas crescem em pleno sol, a luz intensa favorece o desenvolvimento de
células longas em paliçada, enquanto o sombreamento favorece a produção de
maior quantidade de parênquima lacunoso.
O uso de sombreamento se faz necessário, pois, protege as raízes das
mudas das altas intensidades luminosas, e diminui a temperatura do solo,
reduzindo a quantidade de regas, a transpiração da planta e a evaporação da
água no solo (MINAMI, 1995). Segundo MAZUCHOWSKI (2000), a cobertura
das mudas deve ser de, no mínimo, 30% nos trinta primeiros dias e o
sombreamento é obtido com uso de sombrite (70% de radiação solar).
21
5. Referências Bibliográficas
AMAYA, D. R.; KERR, W. E.; GODOI, H. T.; OLIVEIRA, A. L.; SILVA, F. R.
Moringa: hortaliça arbórea rica em β-caroteno. Horticultura Brasileira,
Brasília, v. 10, n. 2, p.126-126, 1992.
AMO, S. R. Alguns aspectos de la influencia de la luz sobre el crescimento de
estados juveniles de especies primarias. In: GOMEZ-POMPA, A.; AMO, S. R.
Investigaciones sobre la regeneración de selvas altas en Vera Cruz, México.
Alhambra Mexicana, Vera Cruz, v. 2, p. 79-92, 1985.
ANTONIOLLI, Z. I.; GIRACCA, E. M. N.; BAUER, C. V. Vermiconpostagem.
Informe Técnico, n. 2. Santa Maria: UFSM/Centro de Ciências Rurais, 1995. 3p.
ANWAR, F; LATIF, S; ASHRAF, M; GILANI, A. H. Moringa oleifera: A Food
Plant with Multiple Medicinal Uses. Phytotherapy Research, Faisalabad, v. 21,
n. 1, p. 17-25, 2007.
BAKKE, I. A.; SOUTO, J. S.; SOUTO, P. C.; BAKKE, O. A. Características de
crescimento e valor forrageiro da moringa (Moringa oleifera Lam) submetida a
diferentes adubos orgânicos e intervalos de corte. Engenharia Ambiental,
Espírito Santo do Pinhal, v. 7, n. 2, p. 133-144, 2010.
BARRETO, M. B.; FREITAS, J. V. B.; SILVEIRA, E. R.; GRAMOSA, N. V.;
BEZERRA, A. M. E.; NUNES, E. P. Constituintes químicos voláteis e não
voláteis de Moringa oleifera Lam., Moringaceae. Revista Brasileira de
Farmacognosia, Fortaleza, v. 19, n. 4, p. 893-897, 2009.
BEZERRA, A. M. E.; MOMENTÉ, V. G.; MEDEIROS FILHO, S. Germinação de
sementes e desenvolvimento de plântulas de moringa (Moringa oleifera Lam.)
em função do peso da semente e do tipo de substrato. Horticultura Brasileira,
Brasília, v. 22, n. 2, p. 295-299, 2004.
BHARALI, R.; TABASSUM, J.; AZAD, M. R. H. Chemomodulatory effect of
Moringa oleifera, Lam, on hepatic carcinogen metabolizing enzymes,
22
antioxidant parameters and skin papilloma genesis in mice. Asian Pacific
Journal of Cancer Prevention, Bangkok, v. 4, n. 2, p. 131-139, 2003.
BOARDMAN, N. K. Comparative photosynthesis of sun and shade plants.
Annual review of plant physiology, Palo Alto, v. 28, p. 355-377, 1977.
BOVEN, K.; MOROHASHI, J. (Eds.) Net, 2002. Best practices using
Indigenous
Knowledge.
UNESCO/MOST,
Nuffic,
Paris.
The
Hague,
The
Disponível
Netherlands
em:
and
<http://
www.unesco.org/most/Bpikpub2.pdf>. Acesso em: 29 set. 2013.
BRISSETE, J. C.; BARNETT, T. J.; LANDIS, T. D. Container seedlings. In:
DURYEA, M. L.; DOUGHERTY, P. M. (Eds). Forest regeneration manual.
Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, v. 36, p. 117-142, 1991.
BROWN, L. R. Eco-Economia: construindo uma economia para a terra.
Salvador: UMA, 2003. 368p.
BRUNELLI, R. Net, 2010. Moringa é alternativa de alimentação para o gado
na
seca.
Embrapa
Pantanal,
Corumbá.
Disponível
em:
<http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/2010/fevereiro/4a-semana/moringaealternativa-de-alimentacao-para-o-gado-naseca>. Acesso em: 11 out. 2013.
CAMPOS, M. A. A.; UCHIDA, T. Influência do sombreamento no crescimento
de mudas de três espécies amazônicas. Pesquisa Agropecuária Brasileira,
Brasília, v. 37, n. 3, p. 281-288, 2002.
CAPECHE, C. L.; MACEDO, J. R.; MELO, A. S.; ANJOS, L. H. C. Parâmetros
Técnicos Relacionados ao Manejo e Conservação do Solo, Água e
Vegetação. Comunicado Técnico n. 28, Rio de Janeiro: Embrapa solos, 2004.
16p.
CAVALCANTI, N. B.; RESENDE, G. M.; BRITO, L. T. L. Emergência e
crescimento de plântulas de umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.) em
23
diferentes substratos. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 58, Centro de
Pesquisa Agropecuária do Trópico Semiárido, Petrolina, Embrapa, 2001. 21p.
CUTTER, E. G. Anatomia vegetal: parte II - Órgãos. São Paulo: Grupo Gen Roca, 1987. 340p.
DUARTE, T. S. Substratos orgânicos para a produção de mudas de
tomateiro. 2002. 69f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Faculdade de
Agronomia Elizeu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.
ENGEL, E. L.; POGGIANI, F. Influência do sombreamento sobre o crescimento
de mudas de algumas essências nativas e suas implicações ecológicas e
silviculturais. Scientia Forestalis, Piracicaba, n. 43-44, p. 1-10, 1990.
FACHINELLO, J. C.; HOFFMANN, A.; NACHTIGAL, J. C.; KERSTEN, E.;
FORTES, J. R. L. Propagação de plantas frutíferas de clima temperado.
2ed. Pelotas: UFPEL, 1995. 178p.
FAHEY, J. W.; DINKOVA-KOSTOVA, A. T.; TALALAY, P. The “Prochaska”
microtiter plate bioassay for inducers of NQO1. In: SIES, H.; PACKER, H.
(Eds.). Methods in enzymology. San Diego: Elsevier Science Publishers, v.
382. Part B, p. 243-258, 2004.
FAHEY, J. W. Moringa oleifera: A review of the medical evidence for its
nutritional, therapeutic, and prophylactic properties. Part 1. Trees for Life
Journal, Baltimore, v. 1, n. 5, p. 1-15, 2005.
FERREIRA, P. M. P.; CARVALHO, A. F. U.; DAVI F. FARIAS, D. F.; NARA G.
CARIOLANO, N. G.; MELO, V. M. M.; QUEIROZ, M. G. R.; MARTINS, A. M. C.;
MACHADO-NETO, J. G. Larvicidal activity of the water extract of Moringa
oleifera seeds against Aedes aegypti and its toxicity upon laboratory animals
Anais da Academia Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro, v. 81 n. 2. p. 114, 2009.
24
FOIDL, N.; MAYORGA, L.; VÁSQUEZ, W. Utilización del marango (Moringa
oleifera) como forraje fresco para ganado. Manágua: Universidad Nacional
de Ingeniería, 2003. 10p.
FUGLIE, L. J. The Miracle Tree: Moringa oleifera: Natural Nutrition for the
Tropics. Dakar: Church World Service, 1999. 68p.
FUGLIE, L. J. The Miracle Tree: The Multiple Attributes of Moringa. Dakar:
Church World Service, 2001. 172p.
GALLÃO, M. I.; DAMASCENO, L. F.; BRITO, E. S. Avaliação química e
estrutural da semente de Moringa. Revista Ciência Agronômica, Fortaleza, v.
37, n. 1, p. 106-109, 2006.
GARAVITO, U. Net, 2008. Moringa oleifera, alimento ecológico para
ganado vacuno, porcino, equino, aves y peces, para alimentación
humana, también para producción de etanol y biodiesel. Bogotá. Disponível
em:
<http://www.engormix.com/MA-avicultura/nutricion/articulos/moringa-
oleifera-t1891/141-p0.htm>. Acesso em: 11 out. 2013.
GONÇALVES, J. L. M.; POGGIANI, F. Substrato para Produção de Mudas
Florestais. In: Solo-Suelo - Congresso Latino Americano de Ciência do Solo,
13. Resumos expandidos... SLCS: SBCS: ESALQ/USP: CEA-ESALQ/USP:
SBM. Águas de Lindóia: 1996. (CD-ROM).
GUERRINI, I. A.; TRIGUEIRO, R. M. Atributos físicos e químicos de substratos
compostos por biossólidos e casca de arroz carbonizada. Revista Brasileira
de Ciência do Solo, Viçosa, v. 28, n. 6, p. 1069-1076, 2004.
GUEVARA, A. P.; VARGAS, C.; SAKURAI, H.; FUJIWARA, Y.; HASHIMOTO,
K.; MAOKA, T.; KOZUKA, M.; ITO, Y.; TOKUDA, H.; NISHINO, H. An antitumor
promoter from Moringa oleifera Lam. Mutation Research, Maynila, v. 440, n. 2,
p. 181-188. 1999.
25
HARIDASAN, M. Nutritional adaptations of native plants of the Cerrado biome
in acid soils. Brazilian Journal of Plant Physiology, Brasília, v. 20, n. 3, p.
183-195, 2008.
HARTWELL, J. L. Plants used against cancer: a survey. Vol. 2. Bioactive
plants. University of the Michigan, Michigan: Quarterman Pub., Incorporated,
1982. 710p.
JABUR, M. A.; MARTINS, A. B. G. Influência de substratos na formação dos
porta-enxertos: limoeiro-cravo (Citrus Limonia Osbeck) e tangerineira-cleópatra
(Citrus Reshni Hort. Ex Tanaka) em ambiente protegido. Revista Brasileira de
Fruticultura, Jaboticabal, v. 24, n. 2, p. 514-518, 2002.
JAHN, S. A. A. Using Moringa seeds as coagulant in developing countries.
Journal of the American Water Works Association, Cartum, v.6, n. 80, p. 4350, 1998.
KÄMPF, A. N. Produção comercial de plantas ornamentais. 2ed. Guaíba:
Agrolivros, 2005. 256p.
KALOGO, Y.; M’BASSINGUIÈ SÈKA, A.; VERSTRAETE, W. Enhancing the
start-up of a UASB reactor treating domestic wastewater by adding a water
extract of Moringa oleifera seeds. Applied Microbiology Biotechnology,
Ghent, v. 55, n. 5, p. 644-651, 2001.
KENDRICK, R. E.; FRANKLAND, B. Fitocromo e crescimento vegetal.
Temas de biologia. São Paulo: EPU – Grupo Gen, 1981. 76p.
KERR, W. E. Net, 2010. Moringa é fonte de vitamina A. Globo Repórter, Rio
de
Janeiro.
Disponível
em:
<http://g1.globo.com/globo-
reporter/noticia/2010/10/moringa-e-fonte-de-vitamina.html>. Acesso em: 08 jun.
2014.
26
LONGO, A. D. Minhoca, de fertilizadora do solo a fonte alimentar. São
Paulo: Editora Ícone, 1987. 79p.
MAZUCHOWSKI, J. Z.; BRACHT, M. J.; MACCARI JUNIOR, A. Patentes
industriais e as prioridades para investimentos tecnológicos na cadeia
produtiva da erva-mate. Curitiba: Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da
Erva-mate do Paraná. MCT/ CNPq/Projeto PACDT Erva-mate, 2000. 162p.
MELLO, R. P. Consumo de água do Lírio Asiático em vaso com diferentes
substratos. 2006. 74f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) –
Universidade Federal de santa Maria, Santa Maria.
MELO, G. W. B.; BOTOLOZZO, A. R.; VARGAS, L. Net. , 2006. Produção de
morangos no sistema semi-hidropônico: substratos. Sistema de Produção,
15.
Embrapa
uva
e
vinho,
Bento
Gonçalves.
Disponível
em:
<http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Morango/Morango
SemiHidroponico/substratos.htm>. Acesso em 20 mar. 2014.
MILANEZE-GUTIERRE, M. A.; MELLO, J. C. P.; DELAPORTE, R. H. Efeitos da
intensidade luminosa sobre a morfoanatomia foliar de Bouchea fluminensis
(Vell.) Mold. (Verbenaceae) e sua importância no controle de qualidade da
droga vegetal. Revista Brasileira de Farmacognosia, São Paulo, v. 13, n. 1,
p. 23-33, 2003.
MINAMI, K. Produção de mudas de alta qualidade em horticultura. São
Paulo: T. A. Queiroz, 1995. 128p.
MORELLI, M. R. S. Guia de Produção para Plantas Medicinais, Aromáticas
e Flores Comestíveis. Porto Alegre: Cidadela Editorial, 2010. 252p.
MORTON, J. F. The horseradish tree, Moringa pterygosperma (Moringaceae) a boon to arid lands? Economic Botany, New York, v. 45, n. 3, p. 318-333,
1991.
27
MUNYANZIZA, E.; SARWATT, S. V. The evaluation of Moringa oleifera for food
security and environmental rehabilitation in Tanzanian rural areas. Journal of
Tropical Forest Science, Kuala Lumpur, v. 15, n. 3, p. 450–456, 2003.
MURAKAMI, A.; KITAZONO, Y.; JIWAJINDA, S.; KOSHIMIZU, K.; OHIGASHI,
H. Niaziminin, a thiocarbamate from the leaves of Moringa oleifera, holds a
strict structural requirement for inhibition of tumor-promoter- induced EpsteinBarr virus activation. Plant Med, Tokyo, v. 64, n. 4, p. 319-323, 1998.
NARDI, S. PIZZEGHELLO, D.; MUSCOLO, A.; VIANELLO, A. Physiological
effects of humic substances on higher plants. Soil Biology & Biochemistry,
Exeter, v. 34, n. 11, p. 1527-1536, 2002.
NDABIGENGESERE, A.; NARASIAH, S. K. Influence of operating parameters
on turbidity removal by coagulation with Moringa oleifera seeds. Environmental
Technology, Quebec, v. 17, n. 10, p.1103-1112, 1996.
OLSEN, A. Low technology water purification by bentonite clay and Moringa
oleifera seeds flocculation as performed in Sudanese villages: effect on
Schistosoma mansoni cercarie. Water Research, Charlottenlund, v. 21, n. 5, p.
517-522, 1987.
PALADA, M. C. Moringa (Moringa oleifera Lam.): A versatile tree crop with
horticultural potential in the subtropical United States. HortScience, Alexandria,
v. 31, n. 5, p. 794-797, 1996.
PARROTTA, J. A. Moringa oleifera Lam. Resedá, horseradish tree. New
Orleans:
Department
of
Agriculture,
Forest
Service,
Southern
Forest
Experiment Station, 1993. 6p.
PÉREZ, A.; SÁNCHEZ, T. ARMENGOL, N.; REYES, F. Características y
potencialidades de Moringa oleífera Lamark. Una alternativa para la
alimentación animal. Pastos y Forrajes, Matanzas, v. 33, n. 4, p. 1-16, 2010.
28
PINTO, C. H. C.; SOUZA, L.; SANTOS, A. G. D.; MATIAS, L. G. O.; OLIVEIRA,
D. S.; FARIAS, P. N. Obtenção do biodiesel de Moringa Oleifera Lam e do
ecodiesel na proporção B5, B10, B20 E B30. Química: Ciência, Tecnologia e
Sociedade, Mossoró, v. 1, n. 2, p. 49-60, 2012.
QUEIROGA, R. C. F.; BEZERRA NETO, F.; NEGREIROS, M. Z.; OLIVEIRA, A.
P.; AZEVEDO, C. M. S. B. Produção de alface em função de cultivares e tipos
de tela de sombreamento nas condições de Mossoró. Horticultura Brasileira,
Brasília, v.19, n.3, p. 324-328, 2001.
RAMACHANDRAN, C.; PETER, K. V.; GOPALAKRISHNAN, P. K. Drumstick
(Moringa oleifera) a multipurpose Indian vegetable. Economic Botany,
Thrissur, v. 34 n. 3, p. 276–283, 1980.
RANGEL, M. S. A. Net, 2003. Moringa oleifera: um purificador natural de
água e complemento alimentar para o nordeste do Brasil. Embrapa
Tabuleiros
Costeiros,
Aracajú.
Disponível
em:
<http://www.jardimdeflores.com.br/floresefolhas/A10moringa.htm>. Acesso em:
06 jul. 2014.
RATTER, J. A.; RIBEIRO, J. F.; BRIDGEWATER, S. The Brazilian cerrado
vegetation and threats to its biodiversity. Annals of Botany, Oxford, v. 80, n. 3,
p. 223-230, 1997.
RODDA, M. R. C.; CANELLAS, L. P.; FAÇANHA, A, R.; ZANDONADI, D. B.;
GUERRA, J. G. M.; ALMEIDA, D. L.; SANTOS, G. A. Estímulo no crescimento
e na hidrólise de ATP em raízes de alface tratadas com humatos de
vermicomposto: II - Efeito da Fonte de Vermicomposto. Revista Brasileira de
Ciência do Solo, Viçosa, v. 30, n. 4, p. 657-664, 2006.
SÁNCHEZ, N. R.; LEDIN, S.; LEDIN, I. Biomass production and chemical
composition of Moringa oleifera under different planting densities and cutting
frequencies in Nicarágua. Agroforestry Systems, Manágua, v. 66, n. 3, p. 231242, 2006.
29
SÁNCHEZ, N. R.; SILES, T. T.; JÁEN, A. L.; ALEMÁN, F.; OBANDO, R. B.;
AGUILAR, V. Marango: cultivo y utilización en la alimentación animal. Guía
Técnica n. 5. Dirección de Investigación, extensión y Postgrado, Manágua:
DIEP - Universidad Nacional Agraria, 2004. 23p.
SCALON, S. P. Q.; MUSSURY, R. M.; RIGONI, M. R.; SCALON FILHO, H.
Crescimento inicial de mudas de Bombacopsis glabra (Pasq.) A. Robyns sob
condições de sombreamento. Revista Árvore, Viçosa, v. 27, n. 6, p. 753-758,
2003.
SCHUMACHER, M. V.; CALDEIRA, M. V. W.; OLIVEIRA, E. R. V.; PIROLI, E.
L. Influência de vermicomposto na produção de mudas de Eucalyptus grandis
Hill ex Maiden. Ciência Florestal, Santa Maria, v.11, n.2, p.121-130, 2001.
SCHWARZ, D. Net, 2000. Water clarification using Moringa oleifera.
Technical
Information
W1e,
Deutsche
Gesellschaft
für
Technische
Zusammenarbeit: Gate, Eschborn, p. 1-7. Disponível em: <http://www.gateinternational.org/documents/techbriefs/webdocs/pdfs/w1e_2000.pdf>.
Acesso
em: 20 dez. 2013.
SIGUEMOTO, E. S. Composição nutricional e propriedades funcionais do
murici (Byrsonima crassifolia) e da moringa (Moringa oleifera). 2013. 125f.
Dissertação (Mestrado em Nutrição em Saúde Pública) – Faculdade de Saúde
Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo.
SILVA, R. P.; PEIXOTO, J. R.; JUNQUEIRA, N. T. V. Influência de diversos
substratos no desenvolvimento de mudas de maracujazeiro azedo (Passiflora
edulis Sims F. Flavicarpa DEG). Revista Brasileira de Fruticultura,
Jaboticabal, v. 23, n. 2, p. 377-381, 2001.
SOUZA, D. M. G.; LOBATO, E. Net, 2005. Bioma Cerrado. Agência de
Informação Embrapa, Parque Estação Biológica, Brasília. Disponível em:
<http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia16/AG01/arvore/AG01_2_1011
2005101955.html>. Acesso em: 20 jul. 2014.
30
TIBAU, A. O. Matéria Orgânica e Fertilizantes do Solo. 3ed. São Paulo:
Nobel, 1987. 220p.
TRIER, R. Uso da semente do gênero Moringa: uma proposta alternativa
para clarificação das águas do Nordeste. Recife: ASPTA. 1995. 17p.
UNICEF - United Nations Children’s Fund. Net, 2007. Progress for Children:
A World Fit for Children Statistical Review. n. 6 revised, New York.
Disponível
em:
<http://www.unicef.org/publications/files/Progress_for_Children_No_6_revised.p
df>. Acesso em: 16 fev. 2014.
VILLELA, N. T. Net, 2009. Casca de arroz carbonizada. In: Mungo verde:
onde a natureza cresce naturalmente, Santa Rita do Sapucaí. Disponível em:
<http://mungoverde.blogspot.com/2009/10casca-de-arroz-carbonizada.html>.
Acesso em: 19 jul. 2014.
WENDLING, I.; GATTO, A. Substratos, adubação e irrigação na produção
de mudas. Viçosa: Aprenda Fácil, 2002. 165p.
WHATLEY, J. M.; WHATLEY, F. R. A luz e a vida das plantas. (Temas de
Biologia, 30), São Paulo: EPU/EDUSP, 1982. 101p.
ZHAO, S. W.; FUN-ZHEN, H. The nitrogen uptake efficiency from N15
labelled chemical fertilizer in the presence of earthworm manure (cast). In:
VEERESH, G. K.; RAJAGOPAL, D.; VIRAKTAMATH, C. A. (Eds). New Dehli:
Advances in management and conservation of soil fauna, p. 539-542, 1992.
31
6. Artigos
Artigo I
Crescimento inicial de Moringa oleifera Lam (Moringaceae) em diferentes
substratos com Vermicomposto e Solo Argiloso sob duas luminosidades,
em Campo Grande – Mato Grosso do Sul
José Carlos Pina
Resumo
Os fatores edafoclimáticos são referidos como os mais importantes, não só
para o desenvolvimento das culturas, como também, para a definição de
sistemas de produção. A espécie M. oleifera é uma planta nativa do norte da
Índia e de importância socioeconômica significativa, com diversas utilidades na
indústria e na medicina. Em virtude de seus múltiplos usos, e seu interesse
comercial, objetivou-se com este trabalho avaliar as primeiras etapas de
crescimento em diferentes substratos e luminosidades, de plântulas da espécie
para a produção de mudas. O experimento foi conduzido em delineamento
experimental em blocos inteiramente casualizados, com quatro tratamentos:
T1) neossolo quartzarênico 60% x 40% vermicomposto; T2) neossolo
quartzarênico 80% x 20% vermicomposto; T3) neossolo quartzarênico 60% x
40% solo argiloso; e, T4) 100% neossolo quartzarênico, sob duas intensidades
luminosas, a pleno sol e com 70% de radiação solar, com quatro repetições por
tratamento. As coletas amostrais foram aos 30, 60, 75, 90 e 105 dias após o
transplantio (DAT). Foram determinadas: a massa seca da raiz, massa seca da
parte aérea, massa seca total, diâmetro do coleto e comprimento da parte
aérea. A utilização do substrato contendo neossolo quartzarênico e
vermicomposto na proporção 60% x 40%, é o mais eficiente para a produção
de mudas, propiciando condições adequadas para a obtenção de mudas de
qualidade, com 70% de radiação solar.
Palavras-chave: Moringaceae; Cerrado; crescimento de plântulas; compostos
orgânicos.
Abstract
The edaphoclimatic factors are considered very important, not only for the
development of crops, but also for the development of production systems. M.
32
oleifera species is a native plant of northern India and it has a significant socioeconomic importance, with many uses in industry and medicine. Because of its
many uses, and its commercial interests, the goals of this study are to assess
the first steps of the species seedlings M. oleifera on different substrates and
luminosities for the production of seedlings. The experiment was conducted in
an experimental design of randomized blocks with four treatments: T1) typic
quartzipsamment 60% x 40% vermicompost; T2) typic quartzipsamment 80% x
20% vermicompost; T3) typic quartzipsamment 60% x 40% clay soil; and T4)
100% typic quartzipisamment under two light intensities, in full sun and 70% of
solar radiation, with four replicates per treatment. The sample collections were
30, 60, 75, 90 and 105 days after transplanting (DAT). It was determined: the
root dry mass, shoot dry weight, total dry weight, stem diameter and shoot
length. The use of the substrate containing typic quartzipisamment and
vermicompost in the proportion 60% x 40% is most efficient for the production of
seedlings, providing suitable conditions for obtaining quality seedlings with 70%
of solar radiation.
Keywords: Moringaceae; Cerrado; seedling growth; organic compounds.
Introdução
Moringa oleifera Lam, família das Moringaceae, comumente chamada de
moringa, é uma planta perene cultivada em regiões tropicais e utilizada para
uma variedade de propósitos (JAHN, 1989). É nativa da Ásia, ocorrendo no sul
do Himalaia, norte da Índia, Paquistão, Bangladesh e Afeganistão (MAKKAR et
al., 1997) e também pode ser encontrada nas Filipinas, Tailândia, Nigéria, Egito
e na América Central e do Sul (RAMACHANDRAN et al., 1980; ANWAR e
BHANGER, 2003; BEZERRA et al., 2004).
Tradicionalmente, em seu local de origem, a moringa cresce melhor em
altitudes de 600 a 1000 m de altitude, com crescimento de 1 a 2 m por ano,
durante os primeiros 3 a 4 anos, atingindo até 12 m de altura (PARROTTA,
2009); requer precipitação anual entre 250 e 3.000 mm. Adapta-se melhor a
solos neutros para ligeiramente ácidos, crescendo melhor em solos bem
drenados com teor de argila médio. É resistente à seca, pouco decídua;
sobrevive em um intervalo de temperatura de 25 a 40 °C, mas existem casos
33
conhecidos de tolerância a temperaturas de 48 °C e geadas leves (HDRA,
2002).
Em especial, não apresenta dificuldades quaisquer que sejam os
métodos escolhidos para a sua propagação, que pode ser pelo plantio direto,
produção de mudas a partir de sementes ou de estacas e também por enxertos
(ESPLAR, 2006). Mesmo em solos pobres, produz flores e frutos dentro de um
ano de plantio. Nas regiões secas, seu cultivo é vantajoso, uma vez que suas
folhas podem ser colhidas quando nenhum outro vegetal fresco está disponível
(VERDCOURT, 1985).
Os seus frutos, folhas, flores, raízes, além de óleos obtidos a partir das
sementes, são amplamente utilizados na medicina tradicional em áreas onde é
nativa ou onde foi introduzido (PARROTTA, 1993).
Na Índia e na África, as folhas da moringa fazem parte da culinária local,
por apresentar um alto conteúdo de proteína (27%), além de serem ricas em:
vitamina A e C, cálcio, ferro e fósforo. Os frutos verdes possuem todos os
aminoácidos necessários à espécie humana e representam um alimento básico
à população. As flores, só devem ser consumidas cozidas, fritas ou misturadas
a outros alimentos (RANGEL, 2003; NUNES et al., 2010), indicando seu
potencial para uso na alimentação.
No Brasil, a espécie foi introduzida em 1950, como ornamental e
medicinal, adaptando-se as regiões do Cerrado e semiárido (BAKKE, 2001),
porém, o consumo é recente no Brasil. Em algumas escolas da região
Nordeste as folhas secas são consumidas como opção alimentar na merenda
escolar em substituição à farinha de mandioca (GERDES, 1997).
Por tratar-se de uma planta de uso diversificado, especialmente pelo
valor nutricional, adaptar-se a climas tropicais a quase todo tipo de solo e
possuir um bom poder de rebrota, a árvore M. oleifera desponta como
alternativa para cultivo em região de Cerrado (OLIVEIRA JÚNIOR et al., 2009).
Desta maneira, a produção de mudas assume importância, tornando-se
uma opção para suprir a necessidade de forrageiras que suportem os
diferentes fatores edafoclimáticos para a alimentação do rebanho regional, pois
além de se constituir alimento barato, oferece os nutrientes necessários para
um bom desempenho dos animais.
34
As mudas são as principais responsáveis pelo vigor das plantas e da sua
produção. Para uma correta produção de mudas da espécie, é necessário que
as mesmas apresentem um padrão, dado pela altura, diâmetro do caule,
número de ramos, tipo de enxertia, tipo de embalagem e estado vegetativo,
entre outros (CHALFUN e PIO, 2002).
Porém, para a produção, são necessários estudos relativos ao seu
comportamento em diferentes condições, principalmente luminosidade e
substrato. Uma das maneiras de se avaliar o crescimento da planta em
diferentes condições é por meio da análise de crescimento, utilizada para
predizer o grau de tolerância das diferentes espécies às mudanças na
quantidade de radiação recebida, empregando-se diferentes variáveis para
avaliação de suas respostas à intensidade luminosa (BENICASA, 2003).
A luz afeta a morfologia dos vegetais e, os ajustes morfofisiológicos que
ocorrem nas plantas quando submetidas a
diferentes condições de
luminosidade, estão relacionados à manutenção do balanço entre ganho do
carbono (fotossíntese) e perda de água (transpiração) (TAIZ e ZEIGER, 2009).
Dentre os muitos fatores que afetam o crescimento das plantas e a
qualidade da muda, o substrato exerce de grande influência. A mistura de
materiais orgânicos ao substrato favorece características químicas, físicas e
biológicas, criando um ambiente mais adequado para o desenvolvimento das
raízes e da planta como um todo (CASAGRANDE JÚNIOR et al., 1996). A
escolha do substrato deve ser feita em função das exigências da semente em
relação ao seu tamanho e formato. Suas funções básicas são a sustentação da
planta e o fornecimento de nutrientes, água e oxigênio (GONÇALVES, 1995).
Objetivou-se com este trabalho avaliar condições para a produção de
mudas
da
espécie
Moringa
oleifera
em
diferentes
proporções
de
vermicomposto e argila sob duas intensidades luminosas em Campo Grande,
Mato Grosso do Sul.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido na Unidade Agrárias da Universidade
Anhanguera-Uniderp, localizada na latitude 20°28’40”S e, Longitude 54°40’32”
W, cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, no período de janeiro a
maio de 2014.
35
O clima da região, segundo a classificação de Koppen-Geiger, situa-se
na faixa de transição entre o subtipo (Cfa) mesotérmico úmido sem estiagem
ou pequena estiagem e o subtipo (Aw) tropical úmido, com estação chuvosa e
quente no verão e seca no inverno, apresentando precipitação pluviométrica
média anual de 1.430,1 mm, com temperatura média anual de 22,7 ºC
(CPTEC-INPE, 2014).
O solo utilizado como base para todos os tratamentos foi classificado
como neossolo quartzarênico órtico (CPRM, 2005), de textura arenosa (84% de
areia, 4% de silte e 12% de argila) coletado na unidade Agrárias, na camada de
0 a 10 cm em área de Cerrado. A análise apresentou os seguintes resultados:
(potencial hidrogeniônico) pH em água (6,1) e pH em CaCl2 (5,5), determinado
pelo método potenciométrico; fósforo assimilável (15 mg dm-3), método de
Mehlich; potássio trocável (40 mg dm-3), fotometria de chama; cálcio trocável
(2,4 cmol+ dm-3) e magnésio trocável (1,2 cmol+ dm-3), titulometria; e, matéria
orgânica (MO) (20,1 g dm-3), pelo método colorimétrico, conforme SILVA
(2009). Para as análises físicas, utilizou-se o método da pipeta (VEIGA, 2011).
Os substratos foram formulados nas seguintes proporções: T1) neossolo
quartzarênico
(NQ)
60%
x
40%
vermicomposto
(VC);
T2)
neossolo
quartzarênico
(NQ)
80%
x
20%
vermicomposto
(VC);
T3)
neossolo
quartzarênico (NQ) 60% x 40% solo argiloso (SA); e, T4) 100% neossolo
quartzarênico; com quatro repetições.
O solo argiloso coletado na Fazenda Escola Três Barras, Município de
Campo Grande e, utilizado como substrato, possui as seguintes características:
pH em água (5,85), pH em CaCl2 (5,24), fósforo assimilável (8 mg dm-3),
potássio trocável (K+) (75 mg dm-3), cálcio trocável (Ca++) (3,25 cmol+ dm-3),
magnésio trocável (Mg++) (1,21 cmol+ dm-3) e matéria orgânica (MO) (32,2 g
dm-3); saturações da CTC7,0: (K=2,0), (Ca=34), (Mg=12); saturações da
CTCefetiva: (K=4), (Ca=70), (Mg=Mg); granulometria: argila (514 g kg-1), silte (52
g kg-1), areia total (434 g kg-1).
O
vermicomposto,
obtido
na
Universidade
Anhanguera-Uniderp,
apresenta os seguintes atributos: pH (7,0), condutividade elétrica (1,23 mS dm1
), P (260 mg kg-1), K+ (600 mg kg-1), Ca++ (25 cmol+ dm-3), H (6,54 cmol+ dm-3),
Ds (0,39g cm-3), MO (12,94%) e foi produzido com matéria orgânica composta
por resíduos sólidos (sangue coagulado) provenientes de frigorífico.
36
De acordo com as proporções estipuladas para cada tratamento, foram
realizadas as misturas dos componentes. Após a homogeneização dos
materiais, os substratos foram acondicionados em sacos plásticos de plantio
com capacidade volumétrica de 565 cm-³.
O delineamento experimental foi realizado em blocos ao acaso, em
esquema fatorial 2 x 4 x 5 (intensidades luminosas x substrato x épocas de
coleta), sendo utilizadas quatro plantas por tratamento, a cada coleta.
As sementes, provenientes de 12 matrizes da região da Nhecolândia no
Pantanal sul-mato-grossense, foram coletadas e acondicionadas em sacos de
papel e transportadas para o local do experimento em Campo Grande - MS.
Para evitar a influência de fungos na germinação, as sementes foram
colocadas em hipoclorito a 1%, por três minutos. Logo após, as sementes
foram distribuídas, proporcionalmente, em cinco bandejas de inox, forradas e
cobertas com duas folhas de papel germintest e embebidas com o fungicida
Rovral© na proporção de 5 mL litro-¹, vedadas com filme de PVC (Polyvinyl
chloride) e mantidas em temperatura de 30 °C em câmara B.O.D. (Biochemical
Oxygen Demand) com foto-fase de 12 horas diárias.
Após o período de 10 dias, 531 sementes germinaram (49,72%) com a
emissão da raiz primária. As plântulas foram colocadas em bandejas de
poliestireno expandido com 128 células contendo vermiculita e foram irrigadas
diariamente com água destilada. Após atingirem a altura de 4 cm acima do
substrato (limite observado do estiolamento), foram transplantadas para os
sacos de cultivo contendo substrato, com uma plântula por recipiente.
Com dois dias de aclimatação ao substrato, na sombra, as mudas foram
transferidas para o campo, totalizando 160 plântulas. O primeiro lote com 80
plântulas foi mantido a pleno sol, com radiação máxima, e o segundo, coberto
com tela de sombreamento, com passagem máxima 70% de radiação solar.
As coletas amostrais foram realizadas aos 30, 60, 75, 90, 105 dias após
o transplantio (DAT), com um intervalo entre a primeira e segunda coleta, de 30
dias. As demais, realizadas com um intervalo de 15 dias, levando-se em
consideração o rápido crescimento da espécie e o tamanho dos sacos de
plantio.
Para determinação da massa seca da raiz, da massa seca da parte
aérea e massa seca total (g), o material foi acondicionado em sacos de papel e
37
colocado em estufa de ventilação forçada a 40-50 °C, durante 48 h e após,
utilizada balança analítica de três dígitos. Para a medida do diâmetro do coleto,
foi utilizado paquímetro digital (mm). As mudas foram, também, mensuradas
quanto à altura da parte aérea, considerando, a distância do colo da plântula
até o ápice com régua graduada (cm), conforme BENICASA (2003).
Os dados foram analisados através de gráficos com curva de regressão,
pelo fato da análise de crescimento não atender as pressuposições básicas da
análise de variância (DIAS e BARROS, 2009). Devido a análise ser um modelo
não aditivo, constituindo-se de dados quantitativos, a maneira mais adequada
de tratá-los ao longo da ontogenia vegetal é por gráficos, com discussão
baseada na tendência da curva de crescimento (RADFORD, 1967).
Para análise do melhor desenvolvimento após 105 DAT, foram utilizados
os dados da última coleta e realizada a análise de variância (ANOVA), sendo a
média das variáveis significativas submetidas ao teste de Tukey a 5% (p <0,05)
de probabilidade.
Resultados e Discussão
Os maiores valores obtidos para o parâmetro altura foram obtidos nos
tratamentos NQ 80% x 20% VC com 70% radiação solar e pleno sol aos 105
dias do início do experimento, com 42,58 cm e 40,33 cm, respectivamente,
evidenciado pela proximidade entre as linhas de tendência (Figura 1), com
comportamento estatisticamente semelhante.
O maior valor para a altura da muda, ao final do experimento (Figura 1),
foi obtido em plantas cultivadas com 70% de radiação solar T1b (NQ 60% x
40% VC), com crescimento significativo de 99,85 cm, evidenciando o
desenvolvimento rápido, desta espécie, concordando com RANGEL (2003), em
condições favoráveis, quando comparado com o segundo maior valor (65,7 cm)
do tratamento T1a (NQ 60% x 40% VC) pleno sol, e os demais tratamentos. As
mudas nos tratamentos, T3a (NQ 60% x 40% SA) e T4a (NQ) pleno sol, e T3b
(NQ 60 x 40% SA), T4b (NQ) 70% radiação solar, apresentaram os menores
valores para esta variável, não diferindo estatisticamente entre si aos 105 DAT.
No experimento de NEVES et al. (2007), a mistura 75% areia + 25%
húmus de minhoca, foi o substrato mais adequado para o desenvolvimento
inicial de moringa. Este tipo de substrato possui alta porosidade, boa drenagem
38
da água e aeração, que são fatores fundamentais para a boa arquitetura do
sistema radicular e consequentemente, no crescimento das plantas.
O comprimento da parte aérea, nas cinco avaliações, apresentou
crescimento linear significativo com o aumento do período de sombreamento,
diferindo dos tratamentos pleno sol.
Comprimento da Parte Aérea - cm
180
160
140
120
100
80
60
T1a: y = 2,5607x2 - 5,1693x + 25,44
R² = 0,9632
T2a: y = 2,7653x2 - 9,5629x + 19,717
R² = 0,9738
T3a: y = 0,9875x2 - 2,6225x + 11,715
R² = 0,9808
T4a: y = 0,4964x2 - 1,7686x + 11,76
R² = 0,9356
T1b: y = 2,9339x2 + 0,5639x + 23,185
R² = 0,9806
T2b: y = 0,8446x2 + 2,7846x + 9,535
R² = 0,9296
T3b: y = -0,0714x2 + 1,5436x + 12,21
R² = 0,9834
T4b: y = 1,5286x2 - 6,0264x + 17,545
R² = 0,9766
T1a - NQ 6x4 VC sol
T2a - NQ 8x2 VC sol
T3a - NQ 6x4 SAsol
T4a - NQ sol
T1b - NQ 6x4 VC 70%
T2b - NQ 8x2 VC 70%
T3b - NQ 6x4 SA 70%
T4b - NQ 70%
40
20
0
30 dias
60 dias
75 dias
90 dias
105 dias
Dias
Figura 1. Comprimento médio da parte aérea de mudas de Moringa oleifera em
diferentes substratos e duas luminosidades no período de janeiro a maio de
2014 em Campo Grande, MS (a=pleno sol; b=70% de radiação solar;
NQ=Neossolo Quartizarênico; VC=Vermicomposto; SA=Solo Argiloso).
Em ambientes sombreados, algumas espécies apresentam rápido
crescimento como mecanismo de adaptação, visando escapar ao déficit de luz,
já que elas não são capazes de tolerar baixas intensidades luminosas, por
meio do reajuste de suas taxas metabólicas (MORAIS NETO et al., 2000)
A resposta da espécie quanto à altura, corrobora com os resultados
obtidos para plantas de Eucalyptus camaldulensis Dehnh. e Pinus elliottii
Engelm. (CALDEIRA et al., 2003) e Hovenia dulcis Thunb. (VOGEL et al.,
2003). Para essas espécies, os testes ocorreram em substratos contendo
proporções de até 40% de vermicomposto, ou seja, a mesma proporção do
tratamento T1b (NQ 60 x 40% VC) em luminosidade 70% de radiação solar.
39
De acordo com ARANCON et al. (2006), a adição de vermicomposto aos
substratos pode representar aumentos de até 80% no desenvolvimento das
plantas, estimulando o desenvolvimento das mudas. Este resultado é
consequência do efeito direto da presença de alguns hormônios e compostos
orgânicos, e de efeitos indiretos, pela bio-estimulação de microrganismos
benéficos às plantas que influencia na dinâmica de nutrientes e no
condicionamento físico do substrato.
Este mesmo comportamento foi observado para diferentes espécies,
como Croton urucurana Baill. e Genipa americana L. (MORAES NETO et al.,
2000), Pterogyne nitens Tul. e Inga uruguensis Hook. & Arn. (SCALON et al.,
2002) e Trema micrantha (L.) Blume. (FONSECA et al., 2002). A altura da parte
aérea, combinada com o diâmetro do coleto, constitui um dos mais importantes
parâmetros morfológicos para estimar o crescimento das mudas após o plantio
definitivo no campo (CARNEIRO, 1995).
Em relação ao sistema radicular a luminosidade provocou o aumento da
matéria seca (Figura 2) com acúmulo significativo no tratamento T1a (NQ 60%
x 40% VC) pleno sol, nos primeiros 30 DAT. Dos 60 DAT aos 75 DAT se
estabilizou e, a partir de então, voltou a ter um aumento significativo da massa
seca (25,30 g), até os 105 DAT. Resultados semelhantes foram observados
por CAMPOS e UCHIDA (2002), em que o sombreamento de 80% provocou
menor massa seca das raízes, em mudas de (Hymenaea courbaril L.)
O tratamento T1b (NQ 60% x 40% VC) 70% radiação solar, teve
inicialmente, acúmulo de massa seca significativa até os 75 DAT; porém, após
esse período ocorreu estabilidade no crescimento (Figura 2).
Os tratamentos T2a, T2b e T4b foram estatisticamente iguais no período
final, com 9,38, 9,95 e 8,03 g, respectivamente. O mesmo ocorreu com os
tratamentos T3a, T4a e T3b, com menor acúmulo de massa seca (Figura 2). O
tratamento T3b (NQ 60% x 40% SA) 70% radiação solar obteve o menor
acúmulo (2,37 g).
SILVA et al. (2007) realizaram experimento com Hymenaea parvifolia
(Huber) e, também, constataram que, sob sombreamento mais intenso (70% de
sombreamento), ocorreu redução na massa seca acumulada na raiz, em
relação a níveis mais altos de luz.
40
No acúmulo de massa seca das raízes de M. oleifera nos tratamentos
com sombreamento, não houve diferença significativa em relação a pleno sol,
resultados similares aos obtidos para mudas Peltophorum dubium (Spreng.)
Taub. e Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong (FERREIRA et al., 1977) e
Trema micranta por FONSECA et al. (2002).
Evidenciou-se que o substrato neossolo quartzarênico 60% x 40%
vermicomposto - pleno sol (T1a) apresentou maior acúmulo de massa seca de
raiz (25,30 g). Porém, os resultados indicaram que a espécie M. oleifera
responde positivamente a adição de matéria orgânica ao substrato, mas com
respostas diferentes quanto ao tipo de sombreamento.
SIEBENEICHLER et al. (2008), trabalhando com Tabebuia heterophylla
(DC.) Britton, observaram que esta espécie, submetida aos ambientes de pleno
sol e 50% de sombreamento, apresentou maior massa seca da raiz em
comparação a plantas em ambientes com 30% de luminosidade e com
sombreamento natural, resultados similares aos encontrados para M. oleifera.
40
Massa Seca - raiz - g
35
30
25
20
15
10
T1a: y = 0,7702x2 + 1,0277x + 0,099
R² = 0,953
T2a: y = 0,0186x2 + 2,1406x - 1,558
R² = 0,938
T3a: y = -0,0157x2 + 0,7623x - 0,47
R² = 0,9647
T4a: y = 0,2555x2 - 0,21x + 0,015
R² = 0,9513
T1b: y = -1,1257x2 + 10,766x - 9,88
R² = 0,95
T2b: y = -0,0377x2 + 2,8528x - 2,737
R² = 0,9476
T3b: y = -0,128x2 + 1,31x - 1,007
R² = 0,979
T4b: y = 0,5164x2 - 1,1456x + 0,964
R² = 0,9727
T1a - NQ 6x4 VC sol
T2a - NQ 8x2 VC sol
T3a - NQ 6x4 SA sol
T4a - NQ sol
T1b - NQ 6x4 VC 70%
T2b - NQ 8x2 VC 70%
T3b - NQ 6x4 SA 70%
T4b - NQ 70%
5
0
30 dias
60 dias
75 dias
90 dias
105 dias
Dias
Figura 2. Médias da massa seca de raízes de Moringa oleifera em diferentes
substratos e duas luminosidades no período de janeiro a maio de 2014 em
Campo Grande, MS (a=pleno sol; b=70% de radiação solar; NQ=Neossolo
Quartizarênico; VC=Vermicomposto; SA=Solo Argiloso).
41
Para variável massa seca da parte aérea (Figura 3), os tratamentos T3a,
T4a, pleno sol e, T3b, T4b, 70% radiação solar, apresentaram menor peso
seco
foliar, diferindo
significativamente dos demais tratamentos,
que
propiciaram as maiores médias. Os tratamentos T2a, T2b não diferiram
estatisticamente entre si ao final dos 105 DAT; no entanto, tiveram peso seco
intermediário (entre os melhores e piores resultados).
A maior produção de massa seca da parte aérea foi observada nas
plantas submetidas às condições de sombreamento (Figura 3) com destaque
ao tratamento T1b (NQ 60 x 40% VC) 70% radiação solar. Neste, obteve-se
maior acúmulo significativo e gradativo de massa seca (12,50 g), no final do
período de coleta. O tratamento T1a (NQ 60% x 40% VC) pleno sol, alcançou o
segundo melhor resultado, 7,70 g.
O maior valor médio para a massa de matéria seca da parte aérea foi
obtido em plantas cultivadas em sombreamento (Figura 3).
Massa Seca Parte Aérea - g
14
12
10
8
6
4
T1a: y = 0,3029x2 - 0,0506x + 0,5042
R² = 0,9615
T2a: y = 0,3863x2 - 1,3637x + 1,3727
R² = 0,9599
T3a: y = 0,0492x2 - 0,0585x + 0,1733
R² = 0,975
T4a: y = 0,0557x2 - 0,161x + 0,276
R² = 0,9213
T1b: y = 0,6855x2 - 1,1775x + 0,99
R² = 0,9936
T2b: y = 0,0393x2 + 0,4553x - 0,264
R² = 0,9838
T3b: y = 0,0552x2 - 0,1363x + 0,2282
R² = 0,9388
T4b: y = 0,1045x2 - 0,3248x + 0,4277
R² = 0,9812
T1a - NQ 6x4 VC sol
T2a - NQ 8x2 VC sol
T3a - NQ 6x4 SA sol
T4a - NQ sol
T1b - NQ 6x4 VC 70%
T2b - NQ 8x2 VC 70%
T3b - NQ 6x4 SA 70%
T4b - NQ 70%
2
0
30 dias
60 dias
75 dias
90 dias
105 dias
Dias
Figura 3. Médias da massa seca da parte aérea de Moringa oleifera em
diferentes substratos e duas luminosidades no período de janeiro a maio de
2014 em Campo Grande, MS (a=pleno sol; T=70% de radiação solar;
NQ=Neossolo Quartizarênico; VC=Vermicomposto; SA=Solo Argiloso).
42
A produção de massa seca de parte aérea teve aumento significativo
com o período de sombreamento, similar ao citado por FERREIRA et al. (1977)
que, trabalhando com Peltophorum dubium e Enterolobium contortisiliquum,
verificaram aumento de massa seca da parte aérea em sombreamento. Por
outro lado, mudas de Trema micranta (FONSECA et al., 2002), não indicaram
os mesmos efeitos no acúmulo de massa seca da parte aérea.
Em função do período de sombreamento, o maior acúmulo de massa
seca da parte aérea pode ser explicado, em parte, pelo pequeno porte e
volume do recipiente, que pode restringir a disponibilidade de água, de
nutrientes e a expansão do sistema radicular.
A luminosidade não ocasionou diferença significativa no acúmulo de
massa seca total (Figura 4), onde foi observado que a condição de 70% de
radiação solar apresentou pequena tendência de maior acúmulo de massa
total, seguido da condição de pleno sol, com 40,82 g (T1b – NQ 60 x 40% VC)
e 40,70 g (T1a - NQ 60% x 40% VC), respectivamente, diferindo
estatisticamente dos demais tratamentos.
60
Massa Seca Total - g
50
40
30
20
T1a: y = 1,3759x2 + 0,9264x + 1,1075
R² = 0,9648
T2a: y = 0,7913x2 - 0,5867x + 1,1875
R² = 0,9728
T3a: y = 0,0886x2 + 0,6051x - 0,072
R² = 0,9685
T4a: y = 0,3671x2 - 0,5334x + 0,5685
R² = 0,9747
T1b: y = 0,2454x2 + 8,4099x - 7,8985
R² = 0,9865
T2b: y = 0,0432x2 + 3,7467x - 3,2415
R² = 0,9651
T3b: y = -0,018x2 + 1,04x - 0,555
R² = 0,9676
T4b: y = 0,7254x2 - 1,7951x + 1,8195
R² = 0,9784
T1a - NQ 6x4 VC sol
T2a - NQ 8x2 VC sol
T3a - NQ 6x4 SA sol
T4a - NQ sol
T1b - NQ 6x4 VC 70%
T2b - NQ 8x2 VC 70%
T3b - NQ 6x4 SA 70%
T4b - NQ 70%
10
0
30 dias
60 dias
75 dias
90 dias
105 dias
Dias
Figura 4. Médias da massa seca total de Moringa oleifera em diferentes
substratos e duas luminosidades no período de janeiro a maio de 2014 em
Campo Grande, MS (a=pleno sol; b=70% de radiação solar; NQ=Neossolo
Quartizarênico; VC=Vermicomposto; SA=Solo Argiloso).
43
Os menores valores foram 4,32 g (T3b NQ 60% x 40% SA) 70%
radiação solar, 5,26 g (T3a – NQ 60% x 40% SA) e 6,97 g (T4a - NQ) pleno sol.
Os tratamentos T2a (pleno sol), T2b e T4b (70% radiação) obtiveram valores
intermediários de 10,92 g a 18,24 g.
CASTRO et al. (1996) encontraram em Muntingia calabura L., também, o
mesmo tipo de resposta, em razão de não ocorrer diferença entre a condição
de pleno sol e sombreamento. Do ponto de vista operacional, plantas a pleno
sol, podem ser mais viáveis economicamente, devido à diminuição de custos
com instalações, principalmente de viveiros para produção das mudas.
O diâmetro do colo das plantas (Figura 5) apresentou curvas de
crescimento semelhantes, nos tratamentos T3a, T4a, pleno sol e T3b, T4b,
70% radiação solar, com menor diâmetro do colo da muda. No entanto, não
ocorreu diferença significativa, entre os tratamentos T2a (NQ 80% x 20% VC)
pleno sol e T2b (NQ 80% x 20% VC) 70% radiação solar, sendo que, os
tratamentos T1a (NQ 60% x 40% VC) pleno sol, T1b (NQ 60% x 40% VC) 70%
radiação solar, apresentaram as melhores médias.
35
Diâmetro do Coleto - mm
30
25
T1a: y = 0,1118x2 + 1,8381x + 5,4619
R² = 0,9591
T2a: y = 0,2789x2 + 0,9198x + 1,4299
R² = 0,9401
T3a: y = -0,2869x2 + 2,9544x - 0,5699
R² = 0,9738
T4a: y = 0,1566x2 + 0,4856x + 1,7367
R² = 0,9405
T1b: y = -0,11x2 + 4,2405x + 0,7025
R² = 0,9544
T2b: y = -0,3121x2 + 4,3279x - 1,7399
R² = 0,9699
T3b: y = -0,1673x2 + 2,2387x - 0,121
R² = 0,9537
T4b: y = 0,1529x2 + 0,7784x + 1,6285
R² = 0,9767
20
T1a - NQ 6x4 VC sol
T2a - NQ 8x2 VC sol
T3a - NQ 6x4 SA sol
T4a - NQ sol
T1b - NQ 6x4 VC 70%
15
T2b - NQ 8x2 VC 70%
T3b - NQ 6x4 SA 70%
10
T4b - NQ 70%
5
0
30 dias
60 dias
75 dias
90 dias
105 dias
Dias
Figura 5. Médias do diâmetro do coleto de Moringa oleifera em diferentes
substratos e duas luminosidades no período de janeiro a maio de 2014 em
Campo Grande, MS (a=pleno sol; b=70% de radiação solar; NQ=Neossolo
Quartizarênico; VC=Vermicomposto; SA=Solo Argiloso).
44
Ressalta-se que as linhas de tendência dos tratamentos com menor
luminosidade, permaneceram praticamente sobrepostas no final do período. As
plantas cultivadas em sombreamento 70% radiação solar, apresentaram os
maiores valores que diferiram das mantidas a pleno sol, com menor valor para
a variável, diâmetro do coleto.
GONÇALVES et al. (2000), consideram que o diâmetro do coleto
adequado à mudas de espécies florestais de qualidade está entre 5 e 10 mm.
CAMPOS e UCHIDA (2002) citam o diâmetro do colo, como um bom indicador
da qualidade da muda para a sobrevivência e crescimento à campo. TAIZ e
ZEIGER (2009) ressaltam que, as plantas com maior diâmetro de colo
apresentam maiores tendências à sobrevivência, principalmente, pela maior
capacidade de formação e de crescimento de novas raízes.
Diante das considerações dos autores citados, as mudas de M. oleifera
chegaram ao ponto ideal de transplantio definitivo a campo a partir de 90 DAT.
Neste período todos os tratamentos, independentes da luminosidade ou
substratos, apresentaram diâmetro de caule superior a 5 mm. Os maiores
valores foram os tratamentos T1b (19,97 mm), T1a (17,70 mm), T2a (13,53
mm), T2b
(11,78 mm), que
diferiram significativamente dos demais
tratamentos, com diâmetro menor entre 7,05 mm (T3a – NQ 6x4 SA) pleno sol
e 9,51 mm (T4b – NQ) 70% radiação solar.
Os resultados estão de acordo com HIGASHI e SILVEIRA (2004), que
citam que as mudas florestais são consideradas aptas para transplantio após
passarem por um período de rustificação, que inicia no período de 70 a 90 dias
após o plantio, e termina aproximadamente aos 150 dias. Nesta fase, as mudas
tendem a engrossar o caule e expandir as raízes. No entanto, GOMES et aI.
(2002) estabeleceram o período de 90 a 100 dias como o ideal para a
avaliação, quanto à qualidade de mudas florestais.
Os resultados obtidos indicam que a M. oleifera se adapta a solos mais
férteis e com menor luminosidade.
Conclusão
O substrato contendo Neossolo Quartzarênico e Vermicomposto na
proporção 60% x 40% em ambiente com 70% radiação solar apresenta melhor
resultado.
45
Todas as mudas, independentes de sombreamento ou substrato, a partir
de 90 DAT, estão aptas para serem transplantadas para o campo.
Referências Bibliográficas
ALMEIDA, V. M., SOUTO, J. S., ARAÚJO, L. V. C., PEREIRA FILHO, J. M.,
SANTOS, R. V. Composição Química-Bromatológica da Moringa (Moringa
oleifera) no semiárido paraibano. In: Congresso Brasileiro de Medicina
Veterinária, 26, 22-26 nov. 1999, Campo Grande. Anais... Campo Grande:
1999.
ARANCON, N. Q.; EDWARDS, C. A.; LEE, S. BYRNE, R. Effects of humic
acids from vermicomposts on plant growth. European Journal of Soil Biology,
Braunschweig, v. 42, n. 1, p. 65-69, 2006.
ASSISTAT. Assistência Estatística. Net, 2014. Versão 7.7 beta. Campina
Grande. Disponível em: <www.assistat.com>. Atualizado em abr. 2014.
BAKKE, I. A. Características de crescimento e valor forrageiro da moringa
(Moringa oleifera Lam.) submetida a diferentes adubos orgânicos e
intervalos de corte. 2001. 46f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) –
Universidade Federal da Paraíba, Areias.
BENICASA, M. M. P. Análise de crescimento de plantas (Noções básicas).
2ed. Jaboticabal: FUNEP, 2003. 41p.
BEZERRA, A. M. E.; MOMENTÉ, V. G.; MEDEIROS FILHO, S. Germinação de
sementes e desenvolvimento de plântulas de moringa (Moringa oleifera Lam.)
em função do peso da semente e do tipo de substrato. Horticultura Brasileira,
Brasília, v. 22, n. 2, p. 295-299, 2004.
CALDEIRA, M. V. W.; SCHUMACHER, M. V.; OLIVEIRA, E. R. V.;
WATZLAWICK, F. Influência de vermicomposto na produção de mudas de
Pinus elliotti Engelm. Ciências Agrárias e Ambientais, Curitiba, v. 1, n. 3, p.
47-53, 2003.
46
CAMPOS, M. A. A.; UCHIDA, T. Influência do sombreamento no crescimento
de mudas de três espécies amazônicas. Pesquisa Agropecuária Brasileira,
Brasília, v. 37, n. 3, p. 281-288, 2002.
CARNEIRO, J. G. A. Produção e controle de qualidade de mudas
florestais. Curitiba: UFPR/FUPEF, 1995. 451p.
CASAGRANDE JÚNIOR, J. G.; VOLTOLINI, J. A.; HOFFMANN, A. Efeito de
materiais orgânicos no crescimento de mudas de araçaizeiro (Psidium
cattleyanum Sabine). Revista Brasileira de Agrociências, Pelotas, v. 2, n. 3,
p. 187-191, 1996.
CASTRO, E. M.; ALVARENGA, A. A.; GOMIDE, M. B. Crescimento e
distribuição de matéria seca de mudas de calabura (Muntingia calabura L.)
submetidas a três níveis de irradiância. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.
20, n. 3, p. 357-365, 1996.
CHALFUN, N. N. J.; PIO, R. Aquisição e plantio de mudas frutíferas. Boletim
Técnico, n. 113, Lavras: UFLA, 2002. 19p.
CPRM. Serviço Geológico do Brasil. Instruções e procedimentos de
padronização
no
tratamento
digital
de
dados
para
projetos
de
mapeamento da CPRM: manual de padronização, folha SF21. Rio de
Janeiro, v. 2, 2005.
CPTEC-INPE. Arquivos do Laboratório de Meteorologia e Climatologia,
vinculados ao CPTEC-INPE. Campo Grande, 2014.
DIAS, L. A. S.; BARROS, W. S. Biometria Experimental. 1ed. Viçosa:
Suprema Gráfica e Editora Ltda, 2009. 408p.
ESPLAR. Moringa. Net, 2006. Centro de Pesquisa e Assessoria, Fortaleza.
Disponível em: <http://www.esplar.org.br/publicacoes/moringa.htm>. Acesso
em: 01 jun. 2014.
47
FERREIRA, M. G. M.; CÂNDIDO, J. F.; CANO, M. A. O.; CONDÉ, A. R. Efeito
do sombreamento na produção de mudas de quatro espécies florestais nativas.
Revista Árvore, Viçosa, v.1, n.2, p.121-134, 1977.
FONSECA, E. P.; VALÉRI, S. V.; MIGLIORANZA, E.; FONSECA, N. A. N.;
COUTO, L. Padrão de qualidade de mudas de Trema micrantha (L.) Blume,
produzidas sob diferentes períodos de sombreamento. Revista Árvore, Viçosa,
v. 26, n. 4, p. 515-523, 2002.
GERDES, G. Como limpar e tratar a água suja com sementes de Moringa.
Boletim Técnico. Fortaleza: ESPLAR, 1997. 18p.
GOMES, J. M.; COUTO, L.; LEITE, H. G.; XAVIER, A.; GARCIA, S. L. R.
Parâmetros mofológicos na avaliação da qualidade de mudas de Eucalyptus
grandis. Revista Árvore, Viçosa, v. 26, n. 6, p. 655-664, 2002.
GONÇALVES, A. L. Substratos para produção de mudas de plantas
ornamentais. In: MINAMI, K. (Org.) Produção de mudas de alta qualidade em
horticultura. São Paulo: T. A. Queiroz, 1995, p. 107-116. 128p.
GONÇALVES, J. L. M.; POGGIANI, F. Substrato para Produção de Mudas
Florestais. In: Congresso Latino Americano de Ciência do Solo, Solo-Suelo, 13,
1996, Águas de Lindóia. Resumos expandidos... Águas de Lindóia: SLCS:
SBCS: ESALQ/USP: CEA-ESALQ/USP: SBM, 1996. (CD-ROM).
GONÇALVES, J. L. M.; SANTARELLI, E. G.; NETO, S. P. M.; MANARA, M. P.
Produção de mudas de espécies nativas: substrato, nutrição, sombreamento e
fertilização. In: GONÇALVES, J. L. M.; BENEDETTI, V. (Eds.). Nutrição e
fertilização florestal. Piracicaba: IPEF, 2000, p. 309-350. 427p.
HDRA. The organic organization. Coventry: The Tropical Advisory Service,
2002. 16p.
48
HIGASHI, E. N.; SILVEIRA, R. L. A. Fertirrigação em viveiros de mudas de
Eucalyptus e Pinus. In: BOARETO, A. E.; VILLAS BOAS, R. L.; SOUZA, W. F.;
PARRA, L. R. V. (Eds). 1ed. Fertirrigação: teoria e prática, Piracicaba, v. 1, p.
677-725, 2004. (CD-ROM)
JAHN, S. A. A. Monitored water coagulation with Moringa oleifera seeds in
village household. Journal of Analytical Science, Eschborn, v. 1, n. 89, p. 4041. 1989.
MAKKAR, H. P. S.; BECKER, K.; SPORER, F.; WINK, M. Studies on nutritive
potential and toxic constituents of different provenances of Jatropha curcas.
Journal of Agricultural and Food Chemistry, Heidelberg, v. 45, n. 8, p. 31523157, 1997.
MORAES NETO, S. P.; GONÇALVES, J. L. M.; TAKAKI, M.; CENCI, S.;
GONÇALVES, J. C. Crescimento de mudas de algumas espécies arbóreas que
ocorrem na Mata Atlântica, em função do nível de luminosidade. Revista
Árvore, Viçosa, v. 24, n. 1, p. 35-45, 2000.
NEVES, N. N. A.; NUNES, T. A.; RIBEIRO, M. C. C.; OLIVEIRA, G. L.; SILVA,
C. C. Germinação de sementes e desenvolvimento de plântulas de Moringa
oleifera Lam. Caatinga, Mossoró, v. 20, n. 2, p. 63-67, 2007.
NUNES, A. T.; BARROS, H. D. C.; BARBOSA, C. R. M.; BARBOSA, F. M.;
FILGUEIRA, P. P. A.; PANNIRSELVAM, P. V. Tecnologia de Moringa oleifera
como alimento funcional para saúde humana e animal. In: Encontro Nacional
de Moringa, 2, 03 a 05 de nov. 2010, Aracaju. Resumos... Aracajú: ENAM,
2010. p. 1-7.
OLIVEIRA JÚNIOR, S.; SOUTO, J. S.; SANTOS, R. V.; SOUTO, P. C.; SOUTO
MAIOR JÚNIOR, S. G. Adubação com diferentes estercos no cultivo de
moringa (Moringa oleifera Lam.). Revista Verde, Mossoró, v.4, n.1, p.125–134,
2009.
49
PARROTTA, J. A. Moringa oleifera Lam. Resedá, horseradish tree. SO-ITFSM-61. New Orleans: Department of Agriculture, Forest Service, Southern
Forest Experiment Station, 1993. 6p.
PARROTTA,
J.
A.
Moringa
oleifera
Lam.,
1785.
In:
ROLOFF,
A.;
WEISGERBER, H.; LANG, U.; STIMM, B.; SCHUTT, P. (Eds). Enzyklopädie
der Holzgewächse, Handbuch und Atlas der Dendrologie. Weinheim: WileyVCH Verlag GmbH & Co., 2009. p. 01-08.
RADFORD, P. J. Growth analysis formulae: their use and abuse. Crop
Science, Madison, v. 7, n. 3, p.171-175, 1967.
RANGEL, M. S. A. Net, 2003. Moringa oleifera: um purificador natural de
água e complemento alimentar para o nordeste do Brasil. Embrapa
Tabuleiros
Costeiros,
Aracajú.
Disponível
em:
<http://www.jardimdeflores.com.br/floresefolhas/A10moringa.htm>. Acesso em:
06 jul. 2014.
SCALON, S. P. Q.; MUSSURY, R. M.; RIGONI, M. R.; VERALDO, F.
Crescimento inicial de mudas de mudas de espécies florestais nativas sob
diferentes níveis de sombreamento. Revista Árvore, Viçosa, v. 26, n. 1, p. 1-5,
2002.
SIEBENEICHLER, S. C.; FREITAS, G. A.; SILVA, R. R.; ADORIAN, G. C.;
CAPELLARI, D. Características morfofisiológicas em plantas de Tabebuia
heptaphyilla
(Vell.)
tol.
em
condições
de
luminosidade.
Acta
Amazônica, Manaus, v. 38, n.3, p. 467-472, 2008.
SILVA, B. M. S.; LIMA, J. D.; DANTAS, V. A. V.; MORAES, W. S.; SABONARO,
D. Z. Efeito da luz no crescimento de mudas de Hymenaea parvifolia Huber.
Revista Árvore, Viçosa, v. 31, n. 6, p. 1019-1026, 2007.
SILVA, F. C. Manual de análises químicas de solos, plantas e fertilizantes.
Brasília: Embrapa Comunicação para transferência de tecnologia, 2009. 370p.
50
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 4ed. Porto Alegre: ARTMED, 2009.
722p.
VEIGA, M. Metodologia para coleta de amostras e análises físicas do solo.
Boletim Técnico n. 156. Florianópolis: EPAGRI, 2011. 52p.
VERDCOURT, B. A Synopsis of the Moringaceae. Kew Bulletin, v. 40, n. 1, p.
1-23, 1985.
VOGEL, H. L. M.; SCHUMACHER, M. V.; BARICHELO, L. R.; OLIVEIRA, L. S.;
CALDEIRA, M. V. W. Utilização de vermicomposto no crescimento de mudas
de Hovenia dulcis Thunberg. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 11, n. 1, p. 2127, 2001.
51
Artigo II
Crescimento inicial de Moringa oleifera Lam (Moringaceae) em diferentes
substratos com Casca de Arroz Carbonizada e Solo Argiloso sob duas
luminosidades, em Campo Grande – Mato Grosso do Sul
José Carlos Pina
Resumo
A espécie Moringa oleifera é uma árvore originária do norte a Índia, resistente à
seca e de uso diversificado, e de importância socioeconômica regional na
complementação alimentar humana, alimentação animal e na medicina.
Diferentes condições de luminosidades e substratos são fatores que podem
determinar as condições de sobrevivência de mudas de uma espécie para se
adaptar em ambientes fora do seu local de origem. Objetivou-se com este
trabalho avaliar o crescimento inicial de M. oleifera em diferentes proporções
de casca de arroz carbonizada e solo argiloso, sob duas intensidades
luminosas em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O experimento foi
conduzido em delineamento experimental em blocos inteiramente ao acaso,
com quatro tratamentos: T1) neossolo quartzarênico (NQ) 60% x 40% casca de
arroz carbonizada (CAC); T2) neossolo quartzarênico (NQ) 80% x 20% casca
de arroz carbonizada (CAC); T3) neossolo quartzarênico (NQ) 40% x 60% solo
argiloso (SA); e, T4) 100% neossolo quartzarênico (NQ), sob duas intensidades
luminosas, a pleno sol e com 70% de radiação solar, e quatro repetições. As
coletas amostrais foram aos 30, 60, 75, 90 e 105 dias após o transplantio e foi
determinada a massa seca da raiz, da parte aérea e total, diâmetro do coleto e
comprimento da parte aérea. A utilização do substrato neossolo quartzarênico
e casca de arroz carbonizada nas proporções 80% x 20%, para a produção de
mudas de M. oleifera apresenta-se mais eficiente, propiciando condições
adequadas para a obtenção de mudas de qualidade com 70% de radiação
solar.
Palavras-chave: Moringaceae, Cerrado; substratos.
Abstract
The species Moringa oleifera Lam is a native tree from north India, resistant to
drought and with diversified use, it also has a regional socio-economic
52
importance in complementing human food, animal feed and medicine. Different
conditions of luminosity and substrates are factors that may determine the
conditions of survival of seedlings of a species to adapt to environments outside
their place of origin. The goals of this study are to evaluate the initial growth of
M. oleifera in different rice husk proportions charred and clay soil under two light
intensities in Campo Grande, Mato Grosso do Sul. The experiment was
conducted in an experimental design of randomized blocks with four treatments:
T1) typic quartzipsamment 60% x 40% carbonized rice husk; T2) typic
quartzipsamment 80% x 20% carbonized rice husk; T3) typic quartzipsamment
40% x 60% clay soil; and T4) 100% typic quartzipsamment, under two light
intensities, in full sun and 70% of solar radiation, and four replicates per
treatment. The sample collections were 30, 60, 75, 90 and 105 days after
transplanting and it was determined the dry mass of the root, shoot and total
part, stem diameter and shoot length. The use of
substrate typic
quartzipsamment and carbonized rice husk in the proportions 80% x 20% for
the production of M. oleifera plants has become more efficient, providing
suitable conditions for obtaining quality seedlings with 70% solar radiation .
Keywords: Moringaceae, Cerrado; substrates.
Introdução
Originária do norte da Índia, a espécie Moringa oleifera Lam
(Moringaceae) é cultivada nos trópicos e usada para uma variedade de
propósitos (JAHN 1989) e por esse motivo, vem se tornando uma alternativa
para a produção (FOIDL et al., 2001; PHIRI e MBEWE, 2010; BAKKE et al.,
2010). A planta é muito interessante do ponto de vista do desenvolvimento
socioeconômico regional, se tornando ainda mais atrativa por ser de fácil
cultivo, baixo custo de produção e alto rendimento (OKUDA et al., 2001;
FERREIRA et al., 2008).
Sua madeira é pouco densa e possui fibra longa, usada na fabricação de
celulose, papel celofane e indústria têxtil. Porém, pouco explorada fora do local
de origem, no sul da Ásia, exceto, para combustível (FAO, 1982) e (NAUTIYAL
e VENHATARAMAN, 1987).
53
O pó de suas sementes é um bom purificador de água, pois, contém
polieletrólitos naturais como auxiliares de floculação no tratamento de águas
(MUYIBI e EVISON, 1995).
A árvore é valorizada, principalmente, por suas vagens tenras e
comestíveis, consumidas cozidas ou tostadas. As folhas jovens têm gosto de
agrião e são consumidas juntamente com as flores, cozidas ou cruas; são ricas
em proteínas, minerais, betacaroteno, tiamina, riboflavina e outras vitaminas,
particularmente, vitaminas, A e C (GUPTA et al., 1989; SZOLNOKI, 1985).
A maioria das partes da árvore é utilizada em várias regiões do mundo
no combate de doenças, que vão desde gota a inflamações e febres, podendo
agir como estimulantes cardíacos, antitérmicos, antiepiléptico, anti-inflamatório,
anti-úlcera,
antiespasmódico,
diurético,
anti-hipertensivo,
hepatoprotetor,
antibacteriana e antifúngica, entre outros usos (MIRACLE TREES, 2014).
A espécie adapta-se a uma ampla faixa de condições climáticas, desde
regiões semiáridas a regiões de clima tropical. De rápido crescimento atinge
5,0 metros de altura em pouco mais de um ano, forma fuste reto de madeira
frágil leve de baixa densidade (0,19 g cm-3) (BAUMER, 1983; MORTON, 1991).
A carência de forrageiras adaptadas aos rigores do clima tem provocado
a busca incessante por espécies tolerantes à seca. Portanto, a espécie pode
ser uma alternativa para os pecuaristas, devido à sua alegada adaptação a
estas
condições,
e
ao
seu
potencial
de
produção
de
forragem
(RAMACHANDRAN et al., 1980).
O Centro-Oeste brasileiro apresenta grande potencial para execução de
sistemas agroflorestais. Há grandes áreas de criação extensiva de gado com
pastagens degradadas, bacias leiteiras com problemas de forrageamento no
inverno, possibilidade de aplicação de cercas vivas, banco de proteínas e
árvores de sombra (DANIEL et al., 2000).
De acordo com BABILÔNIA (2013), a introdução de leguminosas
forrageiras em pastagens degradadas associadas à M. oleifera em sistemas
silvipastoris, pode ser uma alternativa de uso mais sustentável da terra, por
agregar valores econômicos e ambientais.
Segundo LISITA (2010), a árvore se destaca entre diversas espécies
estudadas como forrageira na alimentação do gado em período de seca, pelo
alto teor de proteína. Com apenas seis meses, a planta atinge o ponto de corte
54
para forragem; por ser de fácil cultivo e possuir hastes flexíveis, facilita o
manejo para o corte. É resistente a pragas e, durante o plantio, não são
utilizados insumos agrícolas industriais, reduzindo, assim, o custo de produção.
A crescente demanda de espécies florestais, concomitante à ausência
de conhecimentos básicos que envolvem a produção de mudas, tem
impulsionado a necessidade de estudos sobre os métodos de produção com
padrão de qualidade e vigor. Uma série de fatores exerce influências, dentre as
quais, a luz. Algumas espécies florestais têm sido estudadas em relação à luz e
mostram comportamentos variados (VARELA e SANTOS, 1992).
A adaptação das plantas depende do ajuste de seu aparelho
fotossintético, de modo que a luminosidade ambiental seja utilizada de maneira
mais eficiente possível. As respostas dessa adaptação serão refletidas no
crescimento global da planta. Assim, a eficiência do crescimento pode estar
relacionada com a habilidade de adaptação das plântulas e as condições de
intensidade luminosa do ambiente. Frequentemente as análises do crescimento
são utilizadas para predizer o grau de tolerância das diferentes espécies ao
sombreamento (PAIVA et al., 2003).
Estudos sobre a adaptação das espécies arbóreas à disponibilidade de
luz no seu ambiente de crescimento são importantes, pois contribui para o
desenvolvimento de técnicas de plantio e de manejo de mudas dessas
espécies, na perspectiva de múltiplos usos da floresta (LIMA et al., 2010).
Dentre os fatores importantes avaliados no processo de produção de
mudas, os diversos tipos de substratos, podem influenciar na germinação e o
desenvolvimento das plântulas (CARVALHO e NAKAGAWA, 2000).
Para BACKES e KÄMPF (1991), a escolha do substrato e o seu correto
manejo ainda é um sério problema técnico, devido à sua importância na
otimização dos resultados. Assim, o uso do substrato adequado é um dos
fatores para produção de mudas, garante o estabelecimento do plantio, reduz o
tempo de formação e as perdas em campo (VIEIRA et al., 1998), visto que tem
como funções básicas a de sustentação da planta e o fornecimento de
nutrientes, água e oxigênio (GONÇALVES, 1995).
A casca de arroz, quando carbonizada, apresenta alta capacidade de
drenagem, fácil manuseio, peso reduzido, pH levemente alcalino, forma
floculada, livre de patógenos e nematoides, teor adequado de K e Ca, macros55
nutrientes essenciais para o desenvolvimento vegetal (SAIDELLES et al.,
2009). A sua adição a outros materiais constitui-se em aliado na melhor
estruturação física do substrato, pois, se trata de material leve e inerte à
hidratação, capaz de aumentar a porosidade do substrato à medida que se
eleva sua percentagem na mistura (SILVA et al., 2012).
Objetivou-se com este trabalho avaliar o crescimento inicial de Moringa
oleifera Lam em diferentes proporções de casca de arroz carbonizada e solo
argiloso sob duas intensidades luminosas em Campo Grande – MS.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido na unidade Agrárias da Universidade
Anhanguera-Uniderp, localizada na latitude 20°28’40”S e, Longitude 54°40’32”
W, cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, no período de janeiro a
maio de 2014.
O clima da região, segundo a classificação de Koppen-Geiger, situa-se
na faixa de transição entre o subtipo (Cfa) mesotérmico úmido sem estiagem
ou pequena estiagem e o subtipo (Aw) tropical úmido. Estação chuvosa e
quente no verão e seca no inverno, apresentando precipitação pluviométrica
média anual de 1.430,1 mm, com temperatura média anual de 22,7 ºC
(CPTEC-INPE, 2014).
O solo utilizado como base para todos os tratamentos foi classificado
como neossolo quartzarênico órtico (CPRM, 2005), de textura arenosa (84% de
areia, 4% de silte e 12% de argila), coletado na Unidade Agrárias, na camada
de 0 a 10 cm, em área de Cerrado. A análise apresentou os seguintes
resultados: (potencial hidrogeniônico) pH em água (6,1) e pH em CaCl2 (5,5)
determinado pelo método potenciométrico; fósforo assimilável (15 mg dm-3),
método de Mehlich; potássio trocável (40 mg/dm-3), fotometria de chama; cálcio
trocável (2,4 cmol+ dm-3) e magnésio trocável (1,2 cmol+ dm-3), titulometria; e,
matéria orgânica (MO) (20,1 g dm-3), pelo método colorimétrico, conforme
SILVA (2009). Para as análises físicas, utilizou-se o método da pipeta (VEIGA,
2011).
Os substratos foram formulados nas seguintes proporções: T1) neossolo
quartzarênico (NQ) 60% x 40% casca de arroz carbonizada (CAC); T2)
neossolo quartzarênico (NQ) 80% x 20% casca de arroz carbonizada (CAC);
56
T3) neossolo quartzarênico (NQ) 40% x60 % solo argiloso (SA); e, T4) 100%
neossolo quartzarênico (NQ).
O solo argiloso coletado na Fazenda Escola Três Barras e utilizado,
possui as seguintes características: pH em água (5,85), pH em CaCl2 (5,24),
fósforo assimilável (8 mg dm-3), potássio trocável (K+) (75 mg dm-3), cálcio
trocável (Ca++) (3,25 cmol+ dm-3), magnésio trocável (Mg++) (1,21 cmol+ dm-3) e
matéria orgânica (MO) (32,2 g dm-3); saturações da CTC7,0: (K=2,0), (Ca=34),
(Mg=12); saturações da CTCefetiva: (K=4), (Ca=70), (Mg=Mg); granulometria:
argila (514 g kg-1), silte (52 g kg-1), areia total (434 g kg-1).
A casca de arroz carbonizada foi preparada por meio do sistema de
carbonização, indicado por KÄMPF (2005).
De acordo com as proporções estipuladas para cada tratamento, foram
realizadas as misturas dos componentes e após a homogeneização dos
materiais, os substratos foram acondicionados em sacos plásticos de plantio
com capacidade volumétrica de 565 cm-³.
O delineamento experimental foi realizado em blocos ao acaso, em
esquema fatorial 2 x 4 x 5 (intensidades luminosas x substrato x épocas de
coleta), sendo utilizadas quatro plantas por tratamento, a cada coleta.
As sementes foram provenientes de 12 matrizes da região da
Nhecolândia, Pantanal sul-mato-grossense, coletadas e acondicionadas em
sacos de papel e transportadas para Campo Grande - MS.
Para evitar a influência de fungos na germinação, as sementes foram
colocadas em hipoclorito a 1%, por três minutos. Logo após, as sementes
foram distribuídas, proporcionalmente, em cinco bandejas de inox, forradas e
cobertas com duas folhas de papel germintest e embebidas com o fungicida
Rovral© na proporção de 5 mL litro-¹ e vedadas com filme de PVC (Polyvinyl
chloride). Foram mantidas em temperatura de 30°C na câmara B.O.D.
(Biochemical Oxygen Demand), com foto-fase de 12 horas diárias.
Após o período de 10 dias, com pico de germinação no 5º dia, 531
sementes germinaram (49,72%) com a emissão da raiz primária. As plântulas
foram colocadas em bandejas de poliestireno expandido com 128 células
contendo vermiculita; foram irrigadas diariamente com água destilada e após
atingirem a altura de 4 cm (limite observado do estiolamento) acima do
57
substrato, foram transplantadas para os sacos de cultivo contendo substrato,
sendo, que cada recipiente recebeu uma única plântula.
Com dois dias de aclimatação ao substrato, na sombra, as mudas foram
transferidas para o campo totalizando 160 plântulas. O primeiro lote com 80
plântulas foi mantido a pleno sol, com radiação máxima, e o segundo,coberto
com tela de sombreamento, com passagem máxima 70% de radiação solar.
As coletas amostrais foram realizadas aos 30, 60, 75, 90, 105 dias após
o transplantio (DAT), com um intervalo entre a primeira e segunda coleta, de 30
dias. As demais, realizadas com um intervalo de 15 dias, levando-se em
consideração o rápido crescimento da espécie e o tamanho dos sacos de
plantio.
Para determinação da massa seca da raiz, da parte aérea e massa seca
total (g), foi utilizada balança analítica de três dígitos. O material foi
acondicionado em sacos de papel e colocado em estufa de ventilação forçada
a 40-50 °C, durante 48 h. Para a medida do diâmetro do colo, foi utilizado
paquímetro digital (mm); as mudas foram, também, mensuradas quanto à
altura da parte aérea, considerando, a distância do colo da plântula até o ápice
com régua graduada (cm), conforme BENICASA (2003).
Os dados foram analisados através de gráficos com curva de regressão
pelo fato da análise de crescimento não atender as pressuposições básicas da
análise de variância (DIAS; BARROS, 2009). Devido a análise ser um modelo
não aditivo, constituindo-se de dados quantitativos, a maneira mais adequada
de tratá-los ao longo da ontogenia vegetal é por gráficos, com discussão
baseada na tendência da curva de crescimento (RADFORD, 1967).
Para análise do melhor desenvolvimento após 105 DAT, foram utilizados
os dados da última coleta e realizada a análise de variância (ANOVA), sendo a
média das variáveis significativas submetidas ao teste de Tukey a 5% (p <0,05)
de probabilidade.
Resultados e Discussão
O crescimento médio da espécie M. oleifera foi de 75,85 cm da primeira
a ultima avaliação do tratamento T2b (NQ 80% x 20% CAC – 70% radiação
solar) (Figura 1), evidenciando o desenvolvimento rápido desta espécie,
concordando com (RANGEL, 2003) em condições de sombreamento.
58
Neste mesmo período, o crescimento dos tratamentos T1b e T2a,
alcançaram 59,13 e 51,33 cm, respectivamente, iguais estatisticamente no final
do experimento. Entre os tratamentos com menor valor, T1a (NQ 60% x 40%
CAC) e T3a (NQ 40% x 60% SA) a pleno sol não houve diferença significativa
entre si, ocorrendo o mesmo com os tratamentos T4a (NQ) pleno sol, T3b (NQ
40 x 60 SA) e T4b (NQ) 70% radiação solar, que apresentaram os menores
valores para esta variável.
Segundo MORAES NETO et al. (2000), dentre os parâmetros utilizados
para avaliar as respostas de crescimento de plantas à intensidade luminosa, o
uso mais frequente é a altura da planta. A capacidade em crescer rapidamente,
quando
sombreada,
é
um
mecanismo
de
adaptação
da
espécie,
Comprimento da Parte Aérea - cm
compreendendo uma valiosa estratégia para escapar do sombreamento.
80
70
60
50
40
30
T1a: y = 0,3786x2 + 0,0286x + 21,22
R² = 0,8587
T2a: y = 3,5643x2 - 14,506x + 32,825
R² = 0,9524
T3a: y = 0,7729x2 - 2,8751x + 14,241
R² = 0,9518
T4a: y = 0,4964x2 - 1,7686x + 11,76
R² = 0,9356
T1b: y = 3,4304x2 - 10,845x + 25,975
R² = 0,9795
T2b: y = 6,6232x2 - 27,247x + 41,385
R² = 0,9046
T3b: y = 2,1625x2 - 8,1875x + 16,645
R² = 0,9799
T4b: y = 1,5286x2 - 6,0264x + 17,545
R² = 0,9766
T1a - NQ 6x4 CAC sol
T2a - NQ 8x2 CAC sol
T3a - NQ 4x6 SA sol
T4a - NQ sol
T1b - NQ 6x4 CAC 70%
T2b - NQ 8x2 CAC 70%
20
T3b - NQ 4x6 SA 70%
T4b - NQ 70%
10
0
30 dias
60 dias
75 dias
90 dias
105 dias
Dias
Figura 1. Comprimento médio da parte aérea de mudas de Moringa oleifera em
diferentes substratos e duas luminosidades no período de janeiro a maio de
2014 em Campo Grande, MS (a=pleno sol; b=70% de radiação solar;
NQ=Neossolo Quartizarênico; CAC=Casca de Arroz carbonizada; SA=Solo
Argiloso).
Porém, os tratamentos contendo neossolo quartzarênico e casca de
arroz carbonizada nas duas proporções, em ambas as luminosidades,
59
resultaram em crescimento irregular, alternando plântulas com crescimento
muito pequeno e outras com maior desenvolvimento, o que ocorreu nos demais
tratamentos.
De acordo MINAMI (1995) e NICOLOSO et al. (2000), substratos com
boa
porosidade
e
densidade
são
fundamentais
para
favorecer
o
desenvolvimento das plântulas em formação. Segundo KÄMPF (2005), para
aprimorar as propriedades dos substratos, o melhor é em forma de mistura com
frações iguais ou menores que 50%. Dentre os principais, estão a areia e a
casca de arroz carbonizada, que não altera o crescimento inicial, tornando uma
opção para a moringa, pois, esta planta tolera solos com baixa fertilidade
(ANWAR et al., 2007; BARRETO et al. 2009). Segundo HERRERA e
ECHAVARRÍA (2009), o principal impedimento ao uso da casca de arroz, como
substrato único, é a deficiência de conservação de umidade homogênea.
GOMES et al. (2002), estudando parâmetros morfológicos na avaliação
da qualidade de mudas de Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden, afirmaram
que a adoção somente da altura para estimar a qualidade de mudas poderá ser
utilizada, já que ela foi um dos parâmetros que apresentou boa contribuição
relativa, além de sua medição ser muito fácil e não ser um método destrutivo.
Para FONSECA et al. (2002), a avaliação da qualidade das mudas não se deve
utilizar parâmetros isolados para a sua classificação, uma vez que se pode
selecionar mudas mais altas, porém mais fracas, descartando as menores.
SCALON et al. (2003), trabalhando com mudas de Bombacopsis
glabra (Pasq.) Robyns, sob diferentes intensidades luminosas, não verificaram
diferença significativa entre os tratamentos luminosos. No entanto encontraram
valores das taxas de crescimento superiores aos das mudas cultivadas sob
50% de sombreamento.
O beneficio do uso da casca de arroz carbonizada é evidenciado por
GARCIA et al. (2012) na produção de mudas de Bactris gasipaes Kunth. Assim
como relatado por NICOLOSO et al. (2000) com Maytenus ilicifolia D. J.
Mabberley, e VIEIRA NETO (1998) com Hancornia speciosa Gomez, que
observaram melhor crescimento de mudas, quando utilizaram casca de arroz
carbonizada nas misturas dos substratos.
O efeito de sombreamento na massa seca de raiz (Figura 2),
demonstrou que o maior valor foi obtido no tratamento T2b (NQ 80% x 20%
60
CAC) com acúmulo de 20,09 g, seguido do tratamento T1b (NQ 60% x 40%
CAC), 17,11 g, ambos, 70% radiação solar sem diferença estatística
significativa, ocorrendo o mesmo com as mesmas proporções de substratos a
pleno sol, porém, com valores intermediários menores (12,59 e 12,20 g) aos
105 DAT.
Os tratamentos (controle) apenas com neossolo quartzarênico (T4a;
T4b), em ambas as luminosidades (Figura 2), apresentaram comportamentos
semelhantes. Porém, diferiram estatisticamente entre si, mas com valor
superior dos tratamentos contendo solo argiloso (T3a e T3b), em ambas as
luminosidades, que apresentaram os piores resultados, com 2,52 e 2,14 g.
O neossolo quartizarênico tem sido utilizado em pesquisas associado a
outros substratos, em ensaios com emergência e crescimento de várias
espécies, por suas várias qualidades estruturais, devido sua alta porosidade,
boa drenagem da água e aeração. No entanto, são considerados, solos de
baixa aptidão agrícola (SOUZA e LOBATO, 2005; CAVALCANTI et al., 2001).
30
Massa Seca Raiz - g
25
20
T1a: y = 0,8702x2 - 2,4528x + 3,214
R² = 0,9606
T2a: y = 0,5468x2 - 0,4822x + 1,4405
R² = 0,9897
T3a: y = -0,0675x2 + 0,9165x - 0,4905
R² = 0,9122
T4a: y = 1,3233x - 1,7738
R² = 0,9041
T1a - NQ 6x4 CAC sol
T2a - NQ 8x2 CAC sol
T1b: y = 0,2709x2 + 2,7064x - 2,897
R² = 0,9954
15
10
T3a - NQ 4x6 SA sol
T2b :y = 1,8779x2 - 7,0291x + 6,6995
R² = 0,9114
T3b: y = -0,0916x2 + 1,0029x - 0,709
R² = 0,9368
T4a - NQ sol
T1b - NQ 6x4 CAC 70%
T4b: y = 0,5164x2 - 1,1456x + 0,964
R² = 0,9727
T2b - NQ 8x2 CAC 70%
T3b - NQ 4x6 SA 70%
T4b - NQ 70%
5
0
30 dias
60 dias
75 dias
90 dias
105 dias
DIAS
Figura 2. Médias da massa seca de raízes de Moringa oleifera em diferentes
substratos e duas luminosidades no período de janeiro a maio de 2014 em
Campo Grande, MS (a=pleno sol; b=70% de radiação solar; NQ=Neossolo
Quartizarênico; CAC=Casca de arroz carbonizada; SA=Solo Argiloso).
61
De acordo com MORELLI (2010), os solos argilosos, têm alta
capacidade de retenção de água e tendência de ficarem compactados com
tempo e dificultam o desenvolvimento das raízes. Segundo FOIDL et al. (2003),
a moringa se adapta a diversas classes de solos, exceto, aos mal drenados.
SOUZA (1993) considera a casca de arroz carbonizada um bom
substrato para enraizamento, por permitir a penetração e a troca de ar na base
das raízes, permitindo assim, boa aeração e drenagem, com volume constante,
seja seco ou úmido. No entanto, mudas produzidas por OLIVEIRA JUNIOR
(2009), a partir do substrato à base de casca de arroz carbonizada foram as
que apresentaram os menores valores médios de massa seca da raiz.
Para a massa seca da parte aérea (Figura 3), a maior média foi
observada no tratamento T2b (NQ 80% x 20% CAC) 70% radiação solar (12,50
g), aos 105 DAT, normalmente observado nessas condições, uma vez que, há
necessidade da planta em ampliar a superfície fotossintetizante para maximizar
a absorção luminosa (SCALON et al., 2001).
12
Massa Seca Parte Aérea - g
10
8
6
4
2
T1a: y = 0,3562x2 - 1,0415x + 1,31
R² = 0,9572
T2a: y = 0,6556x2 - 2,6814x + 2,8662
R² = 0,9546
T3a: y = 0,0376x2 - 0,1189x + 0,3263
R² = 0,9854
T1a - NQ 6x4 CAC sol
T4a: y = 0,0557x2 - 0,161x + 0,276
R² = 0,9213
T2a - NQ 8x2 CAC sol
T1b: y = 0,2445x2 - 0,6613x + 1,012
R² = 0,9344
T3a - NQ 4x6 SA sol
T2b: y = 1,2766x2 - 5,5704x + 5,255
R² = 0,8873
T4a - NQ sol
T1b - NQ 6x4 CAC 70%
T3b: y = 0,1145x2 - 0,3823x + 0,4315
R² = 0,9672
T2b - NQ 8x2 CAC 70%
T4b: y = 0,1045x2 - 0,3248x + 0,4277
R² = 0,9812
T3b - NQ 4x6 SA 70%
T4b - NQ 70%
0
30 dias
-2
60 dias
75 dias
90 dias
105 dias
Dias
Figura 3. Médias da massa seca da parte aérea de Moringa oleifera em
diferentes substratos e duas luminosidades no período de janeiro a maio de
2014 em Campo Grande, MS (a=pleno sol; b=70% de radiação solar;
NQ=Neossolo Quartizarênico; CAC=Casca de arroz carbonizada; SA=Solo
Argiloso).
62
Em contrapartida, a menor produção de massa seca da parte aérea foi
verificada nos tratamentos compostos com neossolo quartzarênico e solo
argiloso na proporção 40% x 60% e neossolo quartzarênico (controle), em
ambas as luminosidades. Estes apresentaram desde o inicio da avaliação,
valores muito baixos, 0,68 a 1,45 g, evidenciando, que os solos argilosos, pelas
suas características, são considerados solos pesados, por possuir uma
quantidade grande de micro poros, que dificultam a infiltração da água,
tornando-se compactados e dificultando o desenvolvimento das plantas e o
acúmulo de massa seca (CAPECHE et al., 2004).
Nos tratamentos T1a (NQ 60% x 40% CAC), T2a (NQ 80% x 20% CAC)
pleno sol e T1b (NQ 60% x 40% CAC) 70% radiação solar, não houve
diferença significativa e seus valores intermediários foram ao final da avaliação,
4,81, 6,19 e 4,04 g, respectivamente.
TRIGUEIRO e GUERRINI (2003) verificaram que na produção de massa
seca da parte aérea em mudas de Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden, os
tratamentos contendo biossólido+casca de arroz carbonizada nas proporções
de 80/20, 70/30 e 40/60 apresentaram massa seca da parte aérea de 0,86,
0,93 e 0,94 g planta-1 aos 120 dias, respectivamente; estes valores estão muito
abaixo dos encontrados nesse estudo, que apresentaram as maiores médias
de massa seca da parte aérea.
Verificou-se que o menor valor de massa seca total (Figura 4) ocorreu no
tratamento T3a (NQ 40% x 60% SA) pleno sol, 3,89 g, mas não diferiu
estatisticamente dos tratamentos T4a, T3b e T4b. Aferiu-se o maior valor
encontrado, 41,94 g, sob 70% radiação solar, no tratamento T2b (NQ 80% x
20% CAC), com diferença significativa, sendo que os tratamentos T1a, T2a
(pleno sol), e T1b (70% radiação solar), obtiveram valores intermediários de
21,83 a 25,97 g.
Em experimento com substratos alternativos, ARAÚJO NETO et al.
(2009), constituído de composto com coprólitos de minhoca e casca de arroz
carbonizada, relatam o melhor resultado para as características massa seca de
raiz e total. Um dos fatores que contribuiu o maior acúmulo pode ter sido a
composição com casca de arroz carbonizado presente no substrato, a qual
proporcionou maior porosidade e aeração e, consequentemente, maior
capacidade de retenção de água.
63
Massa Seca Total - g
48
43
T1a: y = 1,583x2 - 4,5385x + 5,8385
R² = 0,9592
38
T2a: y = 2,0009x2 - 6,5016x + 7,7715
R² = 0,9847
33
T3a: y = 0,008x2 + 0,678x + 0,1565
R² = 0,936
28
23
18
13
8
T1a - NQ 6x4 CAC sol
T4a: y = 0,3671x2 - 0,5334x + 0,5685
R² = 0,9747
T1b: y = 0,76x2 + 1,3825x - 0,8715
R² = 0,9993
T2b: y = 4,6102x2 - 18,994x + 17,962
R² = 0,8976
T3b: y = 0,1373x2 + 0,2383x + 0,154
R² = 0,9513
T4b: y = 0,7254x2 - 1,7951x + 1,8195
R² = 0,9784
T2a - NQ 8x2 CAC sol
T3a - NQ 4x6 SA sol
T4a - NQ sol
T1b - NQ 6x4 CAC 70%
T2b - NQ 8x2 CAc 70%
T3b - NQ 4x6 SA 70%
T4b - NQ 70%
3
-2
30 dias
60 dias
75 dias
90 dias
105 dias
Dias
Figura 4. Médias da massa seca total de Moringa oleifera em diferentes
substratos e duas luminosidades no período de janeiro a maio de 2014 em
Campo Grande, MS (a=pleno sol; b=70% de radiação solar; NQ=Neossolo
Quartizarênico; CAC=Casca de arroz carbonizada; SA=Solo Argiloso).
Foi verificada tendência de aumento linear nos valores do diâmetro do
coleto (Figura 5), com resultados das análises estatísticas indicando que não
houve diferença significativa (P<0,05), entre os tratamentos T3a, T4a, e T3b,
T4b; dentre eles, o tratamento NQ 40% x 60% SA – pleno sol (T3a) apresentou
a menor média, 6,79 mm. Os tratamentos T1a, T2a e T1b obtiveram médias
intermediárias, entre 13,52 e 15,80 mm. As mudas cultivadas no substrato T2b
(NQ 80% x 20% CAC – 70% radiação solar) foram as que apresentaram maior
incremento em diâmetro do coleto 18,87 mm, de modo que as características
físicas desse substrato possa ter favorecido o desenvolvimento das mudas.
O diâmetro do coleto é uma das variáveis mais importante a ser
avaliada na fase de produção de mudas, visto que ela esta diretamente
relacionada com o índice de sobrevivência e crescimento inicial das plantas em
campo (DANIEL et al., 1997; KRATZ, 2011).
GONÇALVES et al. (2000) consideram que uma muda de boa qualidade
apresenta altura variando de 20 a 35 cm e diâmetro de coleto entre 5 e 10 mm.
64
35
Diâmetro do Coleto - mm
30
25
20
15
10
T1a: y = 0,455x2 - 0,8785x + 7,2985
R² = 0,8465
T2a: y = 0,9118x2 - 3,2877x + 8,777
R² = 0,9379
T3a: y = -0,1236x2 + 1,8077x + 0,6804
R² = 0,9594
T4a: y = 0,1566x2 + 0,4856x + 1,7367
R² = 0,9405
T1b: y = 0,0214x2 + 2,4984x + 1,736
R² = 0,9886
T2b: y = 1,1196x2 - 3,1164x + 5,8085
R² = 0,9731
T3b: y = 0,0423x2 + 1,3488x + 0,386
R² = 0,9376
T4b: y = 0,1529x2 + 0,7784x + 1,6285
R² = 0,9767
T1a - NQ 6x4 CAC sol
T2a - NQ 8x2 CAC sol
T3a - NQ 4x6 SA sol
T4a - NQ sol
T1b - NQ 6x4 CAC 70%
T2b - NQ 8x2 CAC 70%
T3b - NQ 4x6 SA 70%
T4b - NQ 70%
5
0
30 dias
60 dias
75 dias
90 dias
105 dias
Dias
Figura 5. Médias do diâmetro do coleto de Moringa oleifera em diferentes
substratos e duas luminosidades no período de janeiro a maio de 2014 em
Campo Grande, MS (a=pleno sol; b=70% de radiação solar; NQ=Neossolo
Quartizarênico; CAC=Casca d arroz carbonizada; SA=Solo Argiloso).
Esses valores corroboram com os resultados apresentados, haja vista
que as mudas produzidas nos tratamentos T1a (21,90 cm altura-1; 7,16 mm
diâmetro coleto-1), T2a (20,33 cm altura-1; 5,89 mm diâmetro coleto-1)
ultrapassaram esses parâmetros aos 30 DAT. No entanto, todos os
tratamentos, após 90 DAT apresentaram excelente probabilidade sobrevivência
em campo, pois apresentaram, de acordo com TAIZ e ZEIGER (2009), valores
de diâmetro de 6,79 a 18,87 mm, com destaque para o tratamento T2b (NQ
80% x 20% CAC – 70% radiação solar), que alcançou o maior valor aos 105
DAT. Esses resultados confirmam com o que estabelece GOMES et aI. (2002),
que o período de 90 a 100 dias é o ideal para a avaliação, quanto à qualidade
de mudas florestais.
Conclusão
O substrato contendo neossolo quartizarênico e casca de arroz
carbonizada, proporção 80% x 20%, apresentou o melhor crescimento inicial,
65
para a espécie M. oleifera, em todas as características avaliadas, quando com
70% de radiação solar.
Referências Bibliográficas
ANWAR, F; LATIF, S; ASHRAF, M; GILANI, A. H. Moringa oleifera: a food plant
with multiple medicinal uses. Phytotherapy Research, Faisalabad, v. 21, n. 1,
p. 17-25, 2007.
ARAÚJO NETO, S. E.; AZEVEDO, J. M. A.; GALVÃO, R. O.; OLIVEIRA, E. B.
L.; FERREIRA, R. L. F. Produção de muda orgânica de pimentão com
diferentes substratos. Ciência Rural, Santa Maria, v. 39, n. 5, p. 1408-1413,
2009.
ASSISTAT. Assistência Estatística. Net, 2014. Versão 7.7 beta. Campina
Grande. Disponível em: <www.assistat.com>. Atualizado em abr. 2014.
BABILÔNIA, J. L. Pastagens consorciadas, estoques de carbono e
nitrogênio, produtividade e persistência de leguminosas. Lavras: UFLA,
2013. 159p.
BACKES, M. A.; KÄMPF, A. N. Substratos à base de composto de lixo urbano
para a produção de plantas ornamentais. Pesquisa Agropecuária Brasileira,
Brasília, v. 26, n. 5, p. 753-758, 1991.
BAKKE, I. A.; SOUTO, J. S.; SOUTO, P. C.; BAKKE, O. A. Características de
crescimento e valor forrageiro da moringa (Moringa oleifera Lam) submetida a
diferentes adubos orgânicos e intervalos de corte. Engenharia Ambiental,
Campina Grande, v. 7, n. 2, p. 113-114, 2010.
BARRETO, M. B.; FREITAS, J. V. B.; SILVEIRA, E. R.; GRAMOSA, N. V.;
BEZERRA, A. M. E.; NUNES, E. P. Constituintes químicos voláteis e não
voláteis de Moringa oleifera Lam., Moringaceae. Revista Brasileira de
Farmacognosia, Fortaleza, v. 19, n. 4, p. 893-897, 2009.
66
BAUMER, M. Notes on Trees and Shrubs in arid and semi-arid regions.
Roma: FAO, 1983. 280p.
BENICASA, M. M. P. Análise de crescimento de plantas (Noções básicas).
2ed. Jaboticabal: FUNEP, 2003. 41p.
CAPECHE, C. L.; MACEDO, J. R.; MELO, A. S.; ANJOS, L. H. C. Parâmetros
Técnicos Relacionados ao Manejo e Conservação do Solo, Água e
Vegetação. Comunicado Técnico n. 28, Rio de Janeiro: Embrapa solos, 2004.
16p.
CARVALHO, N. M.; NAKAGAWA, J. 4ed. Sementes: ciência, tecnologia e
produção. Jaboticabal: FUNEP, 2000. 588p.
CAVALCANTI, N. B.; RESENDE, G. M.; BRITO, L. T. L. Emergência e
crescimento de plântulas de umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.) em
diferentes substratos. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 58, Centro de
Pesquisa Agropecuária do Trópico Semiárido, Petrolina: Embrapa, 2001. 21p.
CPTEC-INPE. Arquivos do Laboratório de Meteorologia e Climatologia,
vinculados ao CPTEC-INPE. Campo Grande, 2014.
DANIEL, O.; PASSOS, C. A. M.; COUTO, L. Sistemas agroflorestais
(silvipastoris
e
agrissilvipastoris)
na
região
centro-Oeste
do
Brasil:
potencialidades, estado atual da pesquisa e da adoção de tecnologia. In:
CARVALHO, M. M.; ALVIM, M. J.; CARNEIRO, J. D. C. (Eds.). Simpósio
internacional sistemas agroflorestais pecuários na América do Sul, 2000, Juiz
de Fora. Anais... Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, FAO, 2000. CD-ROM.
DANIEL, O.; VITORINO, A. C. T.; ALOVISI, A. A.; MAZZOCHIN, L.; TOKURA,
A. M.; PINHEIRO, E. R.; SOUZA, E. F. Aplicação de fósforo em mudas de
Acacia mangium Willd. Revista Árvore, Viçosa, v. 21, n. 2, p. 163-168, 1997.
67
DIAS, L. A. S.; BARROS, W. S. Biometria Experimental. 1ed. Viçosa:
Suprema Gráfica e Editora Ltda, 2009. 408p
FAO. Food and Agriculture Organization. Fruit-bearing forest trees. Technical
notes. FAO For. Pap. 34. Rome: Food and Agriculture Organization, 1982.
177p.
FARIAS, V. C. C.; COSTA, S. S.; BATALHA, L. F. P. Análise de crescimento de
mudas de cedrorana (Cedrelinga catenaeformis (Ducke) Ducke), cultivadas em
condições de viveiro. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v. 19, n. 2, p.
193-200, 1997.
FERREIRA, P. M. P.; FARIAS, D. F.; OLIVEIRA, J. T. A.; CARVALHO, A. F. U.
Moringa oleifera: bioactive compounds and nutritional potential. Revista de
Nutrição, Campinas, v. 21, n. 4, p. 431-437, 2008.
FOIDL, N.; MAKKAR, H. P. S.; BECKER, K. The potential of Moringa oleifera
for agricultural and industrial uses. In: FUGLIE, L. J. (Ed.). The Miracle Tree:
The Multiple Attributes of Moringa. Dakar: CTA, 2001. 172p.
FOIDL, N.; MAYORGA, L.; VÁSQUEZ, W. Utilización del marango (Moringa
oleifera) como forraje fresco para ganado. Manágua: Universidad Nacional
de Ingeniería, 2003. 10p.
FONSECA, E. P.; VALÉRI, S. V.; MIGLIORANZA, E.; FONSECA, N. A. N.;
COUTO, L. Padrão de qualidade de mudas de Trema micrantha (L.) Blume,
produzidas sob diferentes períodos de sombreamento. Revista Árvore, Viçosa,
v. 26, n. 4, p. 515-523, 2002.
GARCIA, V. A.; MODOLO, V. A.; LAGÔA, A. M. M. A.; TUCCI, M. L. S.;
ERISMANN, N. M.; RODRIGUES, S. D. Crescimento de mudas de pupunheira
(Bactris gasipaes kunth) utilizando resíduo de mineração de areia como
componente de substratos. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 22, n. 3, p. 445455, 2012.
68
GOMES, J. M.; COUTO, L.; LEITE, H. G.; XAVIER, A.; GARCIA, S. L. R.
Parâmetros mofológicos na avaliação da qualidade de mudas de Eucalyptus
grandis. Revista Árvore, Viçosa, v. 26, n. 6, p. 655-664, 2002.
GONÇALVES, A. L. Substratos para produção de mudas de plantas
ornamentais. In: MINAMI, K. (Org.). Produção de mudas de alta qualidade
em horticultura. São Paulo: T. A. Queiroz, 1995, p. 107-116. 135p.
GONÇALVES, J. L. M.; SANTARELLI, E. G.; NETO, S. P. M.; MANARA, M. P.
Produção de mudas de espécies nativas: substrato, nutrição, sombreamento e
fertilização. In: GONÇALVES, J. L. M.; BENEDETTI, V. (Eds.) Nutrição e
Fertilização Florestal. Piracicaba: IPEF, 2000, p. 309-350. 427p.
GUPTA, K.; BARAT, G. K.; WAGLE, D. S.; CHAWLA, H. K. Nutrient contents
and
antinutritional factors in
conventional and
non-conventional leafy
vegetables. Food Chemistry, Hisar, v. 31, n. 2, p. 105-116, 1989.
HERRERA, R. M. M.; ECHAVARRÍA, V. C. Caracterización y distribución
celular del proceso de producción de forraje hidropônico. Rede de Revistas
Científicas de América Latina, Bogotá, v. 13, n. 25, p. 163-173, 2009.
JAHN, S. A. A. Monitored water coagulation with Moringa oleifera seeds in
village household. Journal of Analytical Science, Eschborn, v. 1, n. 89, p. 4041. 1989.
KÄMPF, A. N. Produção comercial de plantas ornamentais. 2ed. Guaíba:
Agrolivros, 2005. 256p.
LIMA, M. A. O.; MIELKE, M. S.; LAVINSKY, A. O.; FRANÇA, S.; ALMEIDA, A.
A. F.; GOMES, F. P. Crescimento e plasticidade fenotípica de três espécies
arbóreas com uso potencial em sistemas agroflorestais. Scientia Forestalis,
Piracicaba, v. 38, n. 87, p. 527-534, 2010.
69
LISITA, F. O. Os benefícios da Moringa. Net, 2010. Embrapa Pantanal.
Disponível
em:
<https://bonitopantanal.wordpress.com/2010/02/24/embrapa-
pantanal-divulga-os-beneficios-da-moringa/>. Acesso em: 09 dez. 2014.
MINAMI, K. Produção de mudas em recipientes. São Paulo: T. A. Queiroz,
1995. 128p.
MIRACLE TREES. Net, 2014. Moringa Oleifera - The Queen of Green! Berlin.
Disponível em: <http://miracletrees.org/moringa_book.pdf>. Acesso: 09 dez.
2014.
MORAIS NETO, S. P.; GONÇALVES, J. L. M.; TAKAKI, M.; CENCI, S.;
GONÇALVES, J. C. Crescimento de mudas de algumas espécies arbóreas que
ocorrem na mata atlântica em função do nível de luminosidade. Revista
Árvore, Viçosa, v. 24, n. 1, p. 35-45, 2000.
MORELLI, M. R. S. Guia de produção para plantas medicinais, aromáticas
e flores comestíveis. Porto Alegre: Cidadela Editorial, 2010. 252p.
MORTON, J. F. The horseradish tree, Moringa pterygosperma (Moringaceae) A boon to arid lands? Economic Botany, New York, v. 45, n. 3, p. 318-333,
1991.
MUYIBI, S. A.; EVISON, L. M. Moringa oleifera seeds for softening hard water.
Water Research, Newcastle, v. 29, n. 4, p. 1099-1105. 1995.
NAUTIYAL, B. P.; VENHATARAMAN, K. G. Moringa (drumstick) - an ideal tree
for social forestry, Part 1: Growing conditions and uses. My Forest, Aizawl, v.
23, n. 1, p. 53-58, 1987.
NICOLOSO, F. T.; FORTUNATO, R. P.; ZANCHETTI, F.; CASSOL, L. F.;
EISINGER, S. M. Recipientes e substratos na produção de mudas de Maytenus
ilicifolia e Apuleia leiocarpa. Ciência Rural, Santa Maria, v. 30, n. 6, p. 987992, 2000.
70
OKUDA, T.; BAES, A. U.; NISHIJIMA, W.; OKADA, M. Isolation and
characterization of coagulant extracted from Moringa oleifera seed by salt
solution. Water Research, Hiroshima, v. 35, n. 2, p. 405-410, 2001.
OLIVEIRA JÚNIOR, O, A. Qualidade de mudas de Eucalyptus urophylla
produzidas em diferentes substratos. 2009. 68f. Dissertação mestrado
(Programa de Pós-Graduação em Agronomia, área de concentração em
Fitotecnia), Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista.
PAIVA, L. C.; GUIMARÃES, R. J.; SOUZA, C. A. S. Influência de diferentes
níveis de sombreamento sobre o crescimento de mudas de cafeeiro (Coffea
arabica L.). Ciência Agrotecnologia, Lavras, v. 27, n. 1, p. 134-140, 2003.
PHIRI, C.; MBEWE, D. N. Influence of Moringa oleifera leaf extracts on
germination and seedling survival of three common legumes. International
Journal of Agriculture and Biology, Lusaka, v.12, n. 2, p. 315-317, 2010.
RADFORD, P. J. Growth analysis formulae: their use and abuse. Crop
Science, Madison, v. 7, n. 3, p. 171-175, 1967.
RAMACHANDRAN, C.; PETER, K. V.; GOPALAKRISHNAN, P. K. Drumstick
(Moringa oleifera) a multipurpose Indian vegetable. Economic Botany,
Thrissur, v. 34 n. 3, p. 276–283, 1980.
RANGEL, M. S. A. Net, 2003. Moringa oleifera: um purificador natural de
água e complemento alimentar para o nordeste do Brasil. Embrapa
Tabuleiros
Costeiros,
Aracajú.
Disponível
em:
<http://www.jardimdeflores.com.br/floresefolhas/A10moringa.htm>. Acesso em:
06 dez. 2014.
SAIDELLES, F. L. F.; CALDEIRA, M. V. W.; SCHIRMER, W. N.; SPERANDIO,
H. V. Casca de arroz carbonizada como substrato para produção de mudas de
tamboril-da-mata e garapeira. Ciências Agrárias, Londrina, v. 30, n. 1, p.
1173-1186, 2009.
71
SCALON, S. P. Q; MUSSURY, R. M.; RIGONI, M. R.; SCALON FILHO, H.
Crescimento inicial de mudas de Bombacopsis glabra (Pasq.) A. Robyns sob
condição de sombreamento. Revista Árvore, Viçosa, v. 27, n. 6, p. 753-758,
2003.
SCALON, S. P. Q.; SCALON FILHO, H.; RIGONI, M. R.; VERALDO, F.
Germinação e crescimento de mudas de pitangueira (Eugenia uniflora L.) sob
condições de sombreamento. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal,
v. 23, n. 3, p. 652-655, 2001.
SILVA, F. C. Manual de análises químicas de solos, plantas e fertilizantes.
Brasília: Embrapa Comunicação para transferência de tecnologia, 2009. 370p.
SILVA, R. B. G.; SIMÕES, D.; SILVA, M. R. Qualidade de mudas clonais de
Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis em função do substrato. Revista
Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 16, n. 3,
p. 297–302, 2012.
SOUZA, D. M. G.; LOBATO, E. Net, 2005. Bioma Cerrado. Agência de
Informação
Embrapa,
Parque
Estação
Biológica.
Brasília.
Disponível
em:<http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia16/AG01/arvore/AG01_2_1
0112005101955.html>. Acesso em: 20 jul. 2014.
SOUZA, F. X. Casca de arroz carbonizada: um substrato para a propagação de
plantas. Revista Lavoura Arrozeira, Porto Alegre, v. 46, n. 406, p.11, 1993.
SZOLNOKI, T. W. Food and fruit trees of the Gambia. Hamburg:
Bundesforschungsanstalt für Forstund Holzwirtschaft, 1985. 132p.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 4ed. Porto Alegre: ARTMED, 2009.
722p.
72
TRIGUEIRO, R. M.; GUERRINI, I. A. Uso de biossólido como substrato para
produção de mudas de eucalipto. Scientia Forestalis, Piracicaba, v. 64, p.150162, 2003.
VARELA, V. P.; SANTOS, J. Influência do sombreamento na produção de
angelim pedra (Dionizia excelsa Ducke). Acta Amazonica, Manaus, v. 22, n. 3,
p. 407-411, 1992.
VEIGA, M. Metodologia para coleta de amostras e análises físicas do solo.
Boletim Técnico n. 156. Florianópolis: EPAGRI, 2011. 52p.
VIEIRA, A. H.; RICCI, M. S. F.; RODRIGUES, V. G. S.; ROSSI, L. M. B. Efeito
de diferentes substratos para produção de mudas de freijó-louro Cordia
alliodora (Ruiz & Pav.) Oken. Boletim de Pesquisa, 25. Porto Velho:
EMBRAPA-CPAF Rondônia, 1998. 12p.
VIEIRA NETO, R. D. Efeitos de diferentes substratos na formação de mudas de
mangabeira (Hancornia speciosa Gomes). Revista Brasileira de Fruticultura,
Cruz das Almas, v. 20, n. 3, p. 265-271, 1998.
73
6. Considerações finais
A radiação solar a 70% é a que ofereceu a melhor condição para a
produção de mudas de M. oleifera, uma vez que a mesma favoreceu um
melhor desenvolvimento para as plântulas, haja vista que, nelas foi encontrada
maior produção de massa seca da parte aérea total, acarretando às mudas,
também, maior altura.
Não ocorreram diferenças significativas na produção de massa seca da
raiz e no diâmetro do coleto em função do nível de sombreamento.
O vermicomposto, conforme os resultados aqui apresentado, pode ser
utilizado na composição de substratos alternativos, pois demonstra boa fonte
orgânica. Entretanto, necessita ser combinado com um material que propicie
condições físicas adequadas, sendo indicado o neossolo quartazênico.
Portanto, o substrato mais indicado para produção de mudas de M.
oleifera é o constituído por neossolo quartzarênico e vermicomposto, na
proporção 60% x 40%, mantido em 70% radiação solar, o qual figurou como o
melhor tratamento em todos os parâmetros avaliados, com melhor média em
diâmetro de colo, parâmetro este, indicado para avaliar a capacidade de
sobrevivência das mudas à campo. Esse tratamento, também, apresentou uma
relação comprimento da parte aérea combinada com o diâmetro do coleto
excelente, observação importante para estimar a qualidade das mudas. No
entanto, a mesma proporção do substrato a pleno sol não reverteu em
resultado satisfatório.
Não é recomendado, conforme apresentado, o uso dos substratos
compostos com neossolo quartzarênico e solo argiloso na proporção 60% x
40% e 40% x 60% e, também, o substrato controle 100% neossolo
quartzarênico, tanto a pleno sol como em radiação solar 70%, que
apresentaram plântulas de menor desenvolvimento.
Em relação ao substrato contendo casca de arroz carbonizada (CAC) e
neossolo quartizarênico (NQ), a proporção 80% x 20%, apresentou maiores
médias em todas as características avaliadas.
Os níveis de sombreamento a 70% de radiação solar influenciaram
significativamente
proporcionando
melhores
resultados
na
taxa
de
comprimento da parte aérea, diâmetro do coleto, massa seca da raiz, massa
seca da parte aérea e massa seca total.
74
Uma maior proporção de casca de arroz carbonizada na composição do
substrato diminui o desenvolvimento de mudas de M. oleifera.
Para a produção de mudas com um adequado padrão de qualidade,
pode ser utilizado, também, o substrato 80% neossolo quartzarênico (NQ) com
20% de casca de arroz carbonizada (CAC).
Vale ressaltar, que o substrato composto por neossolo quartizarênico e
vermicomposto, proporção 60% x 40%, alcançou melhor resultado, com
desenvolvimento homogêneo, se comparados com o substrato neossolo
quartizarênico e casca de arroz carbonizada nas proporções 80% x 20%, que
produziram plântulas irregulares, com crescimento desigual em todo o período
de avaliação.
75
Download