UNIVERSIDADE ANHANGUERA-UNIDERP PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO REGIONAL JOSÉ CARLOS PINA CRESCIMENTO DE Moringa oleifera Lam (Moringaceae), UMA ESPÉCIE DE INTERESSE ECONÔMICO, EM DIFERENTES SUBSTRATOS E LUMINOSIDADES CAMPO GRANDE – MS 2015 JOSÉ CARLOS PINA CRESCIMENTO DE Moringa oleifera Lam (Moringaceae), UMA ESPÉCIE DE INTERESSE ECONÔMICO, EM DIFERENTES SUBSTRATOS E LUMINOSIDADES Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da Universidade Anhanguera-Uniderp, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional. Comitê de Orientação: Prof. Dr. Ademir Kleber Morbeck de Oliveira Profa. Dra. Rosemary Matias Profa. Dra. Vera Lúcia Ramos Bononi CAMPO GRANDE – MS 2015 2 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Anhanguera – Uniderp P713c Pina, José Carlos. Crescimento de Moringa oleifera Lam (Moringaceae), espécie de interesse econômico, em diferentes substratos e luminosidades / José Carlos Pina. -- Campo Grande, 2015. 75f. Dissertação (mestrado) – Universidade Anhanguera – Uniderp, 2015. “Orientação: Prof. Dr. Ademir Kleber Morbeck de Oliveira.” 1. Cerrado 2. Moringa 3. Utilização medicinal 4. Características nutricionais 5. Mudas I. Título. CDD 21.ed. 633 583.131 3 Dedico Às minhas filhas Talita e Camila: tantas vezes privadas da minha presença, mas nunca do meu amor. Só de lembrar que em meu mundo existem pessoas maravilhosas como vocês, ganho forças para continuar seguindo em frente. 4 AGRADECIMENTOS Ao Supremo Deus e a Meishu-Sama por se fazer presente nos caminhos por nós incompreendidos, mas que conduzem à luz, ao amor e a felicidade; À Universidade Anhanguera-Uniderp, pela oportunidade e pelo suporte concedido na realização desta Dissertação; Ao Prof. Dr. Ademir Kleber Morbeck de Oliveira, um exemplo de competência e comprometimento com a pesquisa. Meus agradecimentos pela orientação, compreensão, confiança e contribuição para evolução do meu conhecimento científico e humano e, também, pela cessão de uso do Laboratório Pesquisas em Sistemas Ambientais e Biodiversidade – PSAB; À Profa. Dra. Rosemary Matias pela disponibilidade e gentileza incontestáveis e pelas importantes sugestões que foram fundamentais para a solidificação dos trabalhos e, também, por disponibilizar as instalações do Laboratório do Instituto Nacional de Ciências e Tecnologia em Áreas Úmidas – INAU, sem as quais a realização deste estudo não teria sido possível; Ao Prof. Dr. José Antonio Maior Bono por seu interesse na construção e auxílio com a estatística do trabalho e pela concessão do Laboratório de Fertilidade do Solo para as análises do solo; À Profa. Dra. Denise Renata Pedrinho e à Profa. Dra. Giselle Feliciani Barbosa pelas sugestões técnico-científicas que em muito contribuíram para o experimento; Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento regional: Prof. Dr. Celso Correia de Souza, Prof. Dr. Cleber José Rodrigues Alho, Prof. Dr. Gilberto Luiz Alves, Prof. Dr. José Sabino, Profa. Dra. Lídia Maria Lopes Rodrigues Ribas, Prof. Dr Mauro Henrique Soares da Silva, Profa. Dra. Mercedes Abid Mercante, Profa. Dra. Neiva Maria Robaldo Guedes, Prof. Dr. Sandino Hoff, Prof. Dr. Silvio Favero, Profa. Dra. Vânia Lúcia Brandão Nunes, Prof. Dra. Vera Lúcia Ramos Bononi, pela amizade, ensinamentos e pelo exemplo de dedicação à ciência, com sabedoria e humildade. O compartilhamento de seus conhecimentos, sugestões e ideias, foram mais do que decisivos para o sucesso desse trabalho; 5 À Profa. Dra. Antonia Railda Roel e ao Prof. Dr. Francisco de Assis Rolim Pereira, por aceitarem gentilmente o convite de integrar essa banca e pelas valiosas sugestões; À Profa. M. Sc. Carla Dal Piva, minha grande incentivadora e minha inspiração. Grato pela confiança e por acreditar em mim. Ao meu genro Luiz Antonio pelo carinho e por compartilhar minhas preocupações, maluquices, conquistas e alegrias. À minha mãe Lúcia, meu pai José, pela minha existência, e meu irmão Wilson: grato pelos almoços, pelo acesso à internet e por todo carinho dispensado. Desculpem-me qualquer incômodo. Minha irmã Daniela, meu cunhado Ednaldo, grato pelas conversas e risadas. Meus sobrinhos Ana Clara e Pedro Felipe por suportarem minha chatice. Agradeço a todos pela compreensão e apoio, e por torcer pelos resultados, e, acima de tudo, pela tolerância. E também, pelas vezes em que não agradeci. Muito obrigado... À Aline, Gisleine, Bartira, Mariana, Ademilton, Francisco, Gilmar, grato pela amizade ofertada, o carinho dispensado e pelo sorriso nas horas certas. Ao Sr. Marlos, Sr. Adão, Heder, Adenilton, Viviane, Edgar, João, Roni, pela grande contribuição na instalação e acompanhamento do experimento. Aos amigos do Laboratório de Produtos Naturais: Karen, Sthefany, Jéssica, Fernanda, Adriana, que fizeram com que desde o primeiro momento me sentisse parte integrante do grupo de trabalho. À Evaneza e Sueli, pela grande ajuda na realização das análises de solo, histoquímica. É bom poder contar com vocês em todos os momentos. À Kelly, que disponibilizou seu precioso tempo, acima de tudo paciência, para auxiliar na minha apresentação. Grato por repassar seus conhecimentos. À Elvia, Ana, Larissa, Nayara, Mariza, Jorge, Edynho, Margareth, Leonel, Vitor, Valtecir, pela amizade especial, pela disponibilidade, conselhos e estímulos. É sempre bom saber que não estamos sozinhos. Aos amigos Higino, Thaynara, Gustavo, Giselly Miguel, Schley, minha gratidão por proporcionarem momentos incríveis na nossa vida acadêmica. Aos meus amigos Luciano, Muriel, Waguinho e Mariana, minha gratidão por permitirem que imprimisse minha dissertação. Levo-os no meu coração. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela concessão da bolsa de estudos. 6 "O solo natural e puro está permeado com a energia espiritual da terra, que é o verdadeiro fator de crescimento ou fertilidade". Meishu-Sama 7 Sumário 1. Resumo Geral ............................................................................... 9 2. General Overview ............................................................................... ........... 10 .................................................................................. 11 3. Introdução Geral 4. Revisão de Literatura 4.1. Moringa ......................................................................... ... 13 .............................................................................................. ....... 13 4.2. Utilização Medicinal .......................................................................... ... 14 4.3. Alimentação Animal .......................................................................... .. 15 4.4. Substratos para a produção de mudas 4.4.1. Vermicomposto ............................................ 16 ........................................................................ ....... 17 4.4.2. Casca de Arroz carbonizada 4.4.3. Solo Argiloso ..................................................... ..... 18 .............................................................................. ....... 18 4.4.4. Neossolo Quartzarênico ou Areia Quartzosa 4.5. NeosLuminosidade ........................... ....... 19 ................................................................................... ..... 19 5. Referências Bibliográficas solo ................................................................ .. 22 6. Artigos .................................................................................................. ...... Quar Artigo I .................................................................................................... ... tzarê 32 Resumo nico Abstract ou .................................................................................................. ..... 32 .................................................................................................. ..... 32 Introdução .............................................................................................. ..... Areia Material e Métodos ................................................................................ ..... Quar Resultados e Discussão ......................................................................... ........ tzos Conclusão ................................................................................................ a Referências Bibliográficas ..................................................................... ....... 33 32 35 38 45 46 Artigo II .................................................................................................... .. 52 Resumo .................................................................................................... ... 52 Abstract .................................................................................................... ... 52 ................................................................................................ ...... 53 Introdução Material e Métodos ................................................................................ .............. Resultados e Discussão 56 ......................................................................... 58 Conclusão ................................................................................................. ..... 65 Referências Bibliográficas ..................................................................... ................ 66 .................................................................................. ........................................... 74 7. Conclusão Geral Geral ... 8 1. Resumo Geral Por ser resistente a períodos de seca, a espécie Moringa oleifera Lam se torna importante para a região do Cerrado, não só para o desenvolvimento da silvicultura, mas também para a definição de sistemas de produção. Em virtude da possibilidade dos usos múltiplos da moringa e de seu interesse comercial como espécie medicinal, forrageira e em sistemas de silvipastoris, um fator necessário para promover a proteção do meio ambiente buscando um equilíbrio entre a Sociedade, o Ambiente e Desenvolvimento Regional Sustentável, objetivou-se com este trabalho avaliar as primeiras etapas de desenvolvimento, em diferentes substratos e luminosidades de plântulas da M. oleifera para a produção de mudas. O experimento foi dividido em dois ensaios, ambos, sob duas intensidades luminosas, a pleno sol e com 70% de radiação solar. O delineamento experimental foi conduzido com blocos inteiramente casualizados. Os tratamentos no ensaio um foram: neossolo quartzarênico 60% x 40% vermicomposto; neossolo quartzarênico 80% x 20% vermicomposto; neossolo quartzarênico 60% x 40% solo argiloso; e, 100% neossolo quartzarênico. No ensaio dois foram: neossolo quartzarênico 60% x 40% casca de arroz carbonizada; neossolo quartzarênico 80% x 20% casca de arroz carbonizada; neossolo quartzarênico 40% x 60% solo argiloso; e, 100% neossolo quartzarênico, com quatro repetições por tratamento. As plantas foram avaliadas aos 30, 60, 75, 90 e 105 dias após transplantio, determinandose a massa seca da raiz, da parte aérea e total, diâmetro do coleto, comprimento da parte aérea. A utilização do substrato contendo Neossolo quartzarênico e vermicomposto na proporção 60% x 40% mostra-se o mais eficiente, proporcionando condições adequadas para a obtenção de mudas de qualidade quando cultivadas em ambiente com 70% de radiação solar, com crescimento homogêneo. Já o substrato neossolo quartizarênico 80% x 20% casca de arroz carbonizada, propica crescimento irregular, alternando plântulas com pequeno crescimento e outras mais desenvolvidas. Portanto, a M. oleifera se adapta a solos mais férteis e ambientes de menor luminosidade. Palavras-chave: Moringaceae; Cerrado; análise de crescimento; produção de mudas. 9 General Overview For being resistant to drought periods, the species Moringa oleifera Lam becomes important for the Cerrado region, not only for the development of forestry, but also for the development of production systems. Due to the possibility of multiple uses of moringa and its commercial interests as a medicinal species, forage and silvopastoral systems, this work aims to evaluate the first stages of development of seedlings of M. oleifera in different substrates and luminosities for the production of seedlings. The experiment was divided into two tests, both under two light intensities, in full sun and 70% of solar radiation. The experiment was conducted in a completely randomized design. Treatments in the trial one were typic quartzipsamment 60% x 40% vermicompost; typic quartzipsamment 80% x 20% vermicompost; typic quartzipsamment 60% x 40% clay soil; and 100% typic quartzipisamment. In the trial two were typic quartzipsamment 60% x 40% carbonized rice husk; typic quartzipsamment 80% x 20% carbonized rice husk; typic quartzipsamment 40% x 60% clay soil; and 100% typic quartzipisamment, with four replicates per treatment. The plants were evaluated at 30, 60, 75, 90 and 105 days after transplanting, determining the root dry mass, shoot and total part, stem diameter, length of shoot. The use of substrate containing typic quartzipsamment and vermicompost in the proportion 60% x 40% appears to be the most efficient, providing suitable conditions for obtaining quality seedlings when grown in an environment with 70% of solar radiation, with homogeneous growth. Now, the substrate typic quartzipsamment 80% x 20% carbonized rice husk, provides irregular growth, alternating with small seedling growth and more mature. Therefore, the M. oleifera fits most fertile soils and poorly lit environments. Keywords: Moringaceae; Cerrado; growing; seedling production. 10 2. Introdução Geral A grande versatilidade dos bens e serviços que a espécie M. oleifera fornece, tem despertado interesse de sua utilização em várias regiões do planeta. Porém não se sabe ao certo as características de seu desenvolvimento inicial em condições ambientais diferentes de seu lugar de origem, no norte da Índia. Os primeiros registros de frutos obtidos pelo plantio da Moringa no Brasil foram do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Teve boa adaptação ao sertão nordestino, notadamente pela característica de clima seco, ficando conhecida nesta região como Lírio Branco ou Acácia-Branca (KERR, 2010). É uma planta rústica, tolerante a solos pobres e de crescimento extremamente rápido, considerada por botânicos e biólogos, como um milagre da natureza. A espécie é uma hortaliça arbórea, e quando adulta alcança até 12 metros de altura. É uma das plantas mais úteis e as de mais diversificada aplicação que existe, uma esperança para o combate da fome no mundo (ANWAR et al., 2007; BARRETO et al. 2009). Há incentivo para sua utilização em todo o mundo, principalmente, em países em desenvolvimento, onde existem milhões de crianças menores de 5 anos subnutridas (UNICEF, 2007). As regiões mais castigadas pela subnutrição humana, África, Ásia, América Latina e Caribe, compartilham a capacidade de utilizar esta planta, comumente referida como "The Miracle Tree" (FUGLIE, 1999), promovendo sua utilização como fonte de alimento rica em macro e micronutrientes (ANWAR et al., 2007). Seus subprodutos (vagens, folhas, flores e sementes) obtidos através da agricultura familiar, servem como fonte de suplemento alimentar humana, animal, e como purificador de água. E ainda como fonte de óleo vegetal, contido em suas sementes, para produção de biocombustível. Populações de comunidades carentes de todo o mundo, têm utilizado as diferentes partes da espécie para o tratamento de doenças de pele, doenças respiratórias, do ouvido, infecções dentárias, hipertensão, diabetes e tratamento de câncer (ANWAR et al., 2007; BAKKE et al., 2010). Por ser resistente a períodos de seca, torna-se importante para a região do Cerrado. Contudo, estudos necessitam ser realizados para verificar se a 11 espécie poderá suportar os limites impostos pelos fatores edafoclimáticos da região. O Cerrado, no Brasil, é considerado o segundo maior bioma, sendo classificado como um complexo vegetacional devido a variação de suas fitofisionomias, desde paisagens adensadas até as mais abertas. Seus solos, na maioria oxisols e entisols, são ácidos e distróficos, e apresentam baixa disponibilidade de nutrientes. De acordo com RATTER et al. (1997) e HARIDASAN (2008), as plantas cultivadas são susceptíveis a toxicidade de alumínio e manganês, independente da deficiência de nutrientes, e não crescem bem na ausência de calagem e adubação. O plantio de espécies arbóreas e o acompanhamento do seu desenvolvimento através de medições periódicas são, portanto, importantes no sentido de definir a escolha das espécies e a melhor forma de plantá-las. Uma muda com boa qualidade passa por um bom substrato, pois o crescimento inicial está associado com uma boa capacidade de aeração, drenagem e retenção de água. A disponibilidade dos mesmos estão intimamente ligados à qualidade do substrato usado (GONÇALVES e POGGIANI, 1996). De acordo com BEZERRA et al. (2004), quando se inicia o cultivo de determinada espécie deve-se primeiramente verificar as formas de propagação, se elas são práticas e econômicas, para com isso, estabelecer um manejo sustentável. No caso da propagação sexuada, o conhecimento do processo germinativo é de fundamental importância, bem como a domesticação e aclimatação de espécies nativas e exóticas. No que diz respeito à moringa, essas informações são escassas no Brasil. Em virtude da possibilidade do múltiplo uso da moringa, objetivou-se com este trabalho avaliar o crescimento inicial da espécie M. oleifera para a produção de mudas em diferentes substratos e intensidades luminosas, levando-se em consideração seu crescimento, produção de matéria orgânica em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. 12 4. Revisão de Literatura 4.1. Moringa Moringa oleifera Lam., pertence a família Moringaceae e é originária da Índia chegando ao Brasil a cerca de 40 anos. O gênero é constituído por treze espécies, amplamente distribuído em regiões tropicais e subtropicais como Filipinas, Camboja, América Central, América do Norte, América do Sul, ilhas do Caribe e África (SIGUEMOTO, 2013). A espécie possui crescimento rápido, que pode alcançar altura média de 4,16 m durante o primeiro ano em casa de vegetação (MUNYANZIZA e SARWATT, 2003). As árvores raramente crescem mais alto que 10 a 12 m, porém, ocasionalmente podem atingir alturas de até 16 m, com diâmetros de tronco de até 75 cm (PARROTTA, 1993). Tem como características, a resistência a baixos índices pluviométricos, mantendo sua capacidade de sobrevivência e produção em condições adversas como: baixa umidade do solo, temperaturas elevadas do ar, altas evaporações e grandes variações nas precipitações (ALMEIDA et al., 1999). A produção de frutos começa cedo, aos 6 a 8 meses após o plantio, e o rendimento é geralmente baixo durante os primeiros dois anos. Mas, a partir do terceiro ano, uma única árvore pode produzir entre 600 e 1.600 frutos por ano (RAMACHANDRAN et al., 1980). A quantidade de sementes depende do manejo da planta, da disponibilidade de água e do clima, podendo alcançar entre 20 a 24 mil sementes por planta, que rendem de 35 a 40% de óleo de alta qualidade com importância industrial, usado para lubrificar relógios, maquinarias delicadas, fabricação de perfumes e biodiesel (MORTON, 1991; PINTO et al., 2012). As sementes da espécie são uma alternativa viável de agente coagulante em substituição aos sais de alumínio, utilizados no tratamento de água em todo o mundo. Comparada ao alumínio, as sementes não alteraram significativamente o pH (Potencial Hidrogeniônico) e a alcalinidade da água após o tratamento, não causando problemas de corrosão (NDABIGENGESERE e NARASIAH, 1996). O extrato de moringa diminui o barro e bactérias contidas em água não tratada (KALOGO et al., 2001) e as sementes apresentam efeito higiênico por remover 90% de cercaria (Schistosoma mansoni) (SAMBON, 1907) da água utilizada por habitantes da região sul do Sudão (OLSEN, 1987). 13 A espécie é utilizada, também, no enriquecimento de alimentos para combater a desnutrição infantil e fonte útil de medicamentos (BOVEN e MOROHASHI, 2002). GALLÃO et al. (2006) indicaram material protéico presente no citoplasma das células das sementes, caracterizada por seu elevado teor de proteínas e lipídeos. Cada 100 g de folhas de moringa seca contêm 10 vezes + vitamina “A” do que a cenoura, 12 vezes + vitamina “C” do que as laranjas, 17 vezes + cálcio do que o leite, 15 vezes + potássio do que as bananas, 25 vezes + ferro do que o espinafre e 9 vezes + proteínas do que os iogurtes (FUGLIE, 2001). No Brasil, a espécie é conhecida no Maranhão desde a década de 1950, e seu cultivo tem se difundido no semiárido nordestino, devido a sua utilização no tratamento de água para uso doméstico (AMAYA et al., 1992). O uso da moringa como adubo verde, enriquece, significativamente, solos agrícolas e as árvores, plantadas como barreiras contra o vento, reduzem a erosão eólica e acrescentam nitrogênio e matéria orgânica ao solo. Por ser resistente a pragas, durante o plantio, não são utilizados insumos agrícolas industriais reduzindo, assim, o custo de produção (BROWN, 2003; BRUNELLI, 2010; PÉREZ et al., 2010). 4.2. Utilização medicinal Os benefícios desta árvore vão muito mais além do que seu mero uso como alimento, pois apresenta grande quantidade de propriedades curativas para o uso e tratamento na prevenção de doenças ou infecções a partir de diversas dietas ou administração tópica das preparações de moringa, como: extratos, decocção, cataplasmas, cremes, óleos, emolientes, pomadas, pós, mingaus (PALADA, 1996). Uma infinidade de referências da medicina tradicional atesta o seu poder curativo. Na literatura científica é citada como possuindo poder de antibiótico, antitripanossoma, hipotensor, antiespasmódico, anti-úlcera, anti-inflamatória, hipocolesterolêmica, e atividades de hipoglicemia (FAHEY, 2005). De acordo com JAHN (1998), na tentativa de isolar o produto coagulante presente nas sementes, identificou-se seis polipeptídios na M. oleifera, de peso molecular entre seis e 16.000 dáltons. Os aminoácidos detectados foram 14 majoritariamente o ácido glutâmico, a prolina, a metionina e a arginina. Mas, o mecanismo de coagulação pelos polipeptídios é ainda desconhecido. As sementes da moringa contêm quantidades significativas de proteínas solúveis com carga positiva. Quando o pó das sementes é adicionado à água turva, média ou de baixa turbidez, as proteínas liberam cargas positivas, atraindo as partículas carregadas negativamente, formando flocos e agregando as partículas presentes na água como barro, argila e bactérias, entre outras partículas (SCHWARZ, 2000). Os componentes antimicrobianos agem principalmente contra Bacillus subtilis, Mycobacterium phlei, Serratia marcescens, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Shigella sp. e Streptococcus sp., o que justifica seu emprego na preparação de pomada antibiótica (RANGEL, 2003). FERREIRA et al. (2009) analisaram as atividades do extrato aquoso das sementes de M. oleifera sobre ovos e larvas de Aedes aegypti e sua toxicidade sobre animais de laboratório, Daphnia magna, camundongos e ratos. O extrato apresentou um CL50 de 0,260 μg mL-1, causando 99,2 ± 2,9% de mortalidade em 24 h na concentração de 5,200 μg mL-1, embora o mesmo não tenha sido capaz de impedir a eclosão dos ovos de A. aegypti. Segundo o estudo, uma das proteínas contidas nas sementes, a lectina, impede o processo de digestão da larva, provocando sua morte por desnutrição. A espécie tem sido reconhecida pelos praticantes da medicina popular como tendo valor na terapia de tumores (HARTWELL, 1982) e potencial preventivo do câncer (FAHEY, 2004). Pesquisas recentes demonstraram que alguns de seus compostos são potentes inibidores de éster de forbol (TPA) induzida por vírus de Epstein-Barr, relacionado ao linfoma de Burkitt, e no crescimento de tumor em ratos (MURAKAMI et al., 1998; GUEVARA et al., 1999) BHARALI et al. (2003) examinaram a prevenção de tumores de pele após a ingestão de extratos de baqueta (vagem de moringa) em ratos, demonstrando redução drástica nos papilomas da pele. 4.3. Alimentação Animal A produção de forragem de qualidade é condição fundamental para o desenvolvimento da pecuária em qualquer região, sendo, que a principal 15 dificuldade deve-se aos períodos de estiagem (BAKKE et al., 2010). A carência de forrageiras adaptadas aos rigores do clima tem provocado a busca incessante por espécies tolerantes à seca (TRIER, 1995). Sendo assim, a moringa é opção interessante para regiões com sazonalidade climática. Por suas características nutricionais e socioeconômicas, é uma excelente opção para ser usada como forragem fresca para o gado tanto como um complemento proteico, quanto como substituto alimentar completo. No entanto, por se tratar de planta exótica, há necessidade de período de adaptação (FOIDL et al., 2003). A espécie é de grande importância na nutrição animal, uma vez que o conteúdo de proteínas e as vitaminas podem ser um suplemento importante na criação de gado leiteiro, de engorda, aves, peixes e suínos (GARAVITO, 2008). SÁNCHEZ et al. (2004) e SÁNCHEZ et al. (2006) em ensaio com gado crioulo alimentado com três rações diferentes, obtiveram aumento na produção de leite de vacas alimentadas com moringa, em mais de 2 litros vaca dia-1, se comparada às que se alimentaram somente de feno. 4.4. Substratos para a Produção de Mudas A produção de mudas, em quantidade e qualidade, é uma das fases relevantes para o estabelecimento de povoamentos florestais com grande repercussão sobre a produtividade. O substrato é um fator externo de marcada influência no processo de enraizamento e qualidade das raízes formadas, desempenhando papel importante na sobrevivência inicial da planta. A escolha do substrato é de fundamental importância, pois, é onde o sistema radicular irá se desenvolver, determinando o crescimento da parte aérea da muda (JABUR e MARTINS, 2002). Apesar de amplamente usados na produção de mudas das mais variadas espécies vegetais, os substratos ainda são confundidos e, até mesmo, comercializados como condicionadores de solo (KÄMPF, 2005). O substrato deve possuir boa capacidade de retenção de água, volume ótimo de espaços porosos preenchidos por gases e, adequada taxa de difusão de oxigênio necessária à respiração das raízes4, além de apresentar fácil disponibilidade de aquisição e transporte, ausência de patógenos, riqueza em nutrientes essenciais, textura e, estrutura adequada (SILVA et al., 2001). 16 Como a diversidade de opções de materiais a serem utilizados é grande, não há um substrato perfeito para todas as condições e espécies. É sempre preferível usar componentes de um substrato em forma de mistura, visto que podem apresentar características desejáveis e indesejáveis à planta, quando usados isoladamente (WENDLING e GATTO, 2002). De acordo com DUARTE (2002), é importante identificar matérias-primas regionais e de baixo valor econômico, para que possam ser utilizadas como novas opções para formação de substratos na propriedade que possibilitem, consequentemente, a redução de custos, o aumento da rentabilidade e a independência do agricultor na produção de mudas. 4.4.1. Vermicomposto O vermicomposto é o resultado da alteração de resíduos de matéria orgânica através das minhocas e vem sendo bastante estudado por conter microrganismos humificantes alcalinos e bactérias. Estes constituem proteção contra patógenos, dando maior vigor às plantas (ANTONIOLLI et al., 1995). Os benefícios do uso de vermicomposto no solo são bem documentados, incluindo o efeito direto das substâncias húmicas sobre o desenvolvimento e metabolismo de várias espécies de plantas (NARDI et al., 2002). É um substrato promissor e vem sendo estudado especialmente na produção de mudas de espécies florestais, por conter cálcio, potássio, nitrogênio, além de outros (SCHUMACHER et al., 2001). O uso de húmus, a partir de vermicompostagem, pode ser considerado uma tecnologia artesanal eficiente e facilmente disponível aos agricultores. A matéria-prima mais utilizada tem sido o esterco bovino (RODDA et al., 2006), que é mais rico em nutrientes e apresentar vantagem de ser neutro, uma vez que as minhocas possuem glândulas calcíferas, facilitando a correção do pH do substrato (LONGO, 1987). O substrato é rico, principalmente, em nitrogênio, cálcio, fósforo, magnésio e potássio, apresentando ótima capacidade de troca de cátions e elevado teor de matéria orgânica (TIBAU, 1987). Na agricultura o uso de vermicomposto produz melhorias significativas na produtividade das culturas. Algumas pesquisas mostraram que as aplicações deste material, em combinação com outros substratos aumenta a 17 absorção de nutrientes na produção de culturas prioritárias e, reduz a perda de nitrogênio do solo por volatilização (ZHAO e FUN-ZHEN, 1992). 4.4.2. Casca de arroz carbonizada A casca de arroz carbonizada é muito empregada como substrato, pois serve como suporte onde as plantas fixarão suas raízes, sendo estável física e quimicamente e, assim, mais resistente à decomposição, com a vantagem de, o mesmo substrato, poder ser usado por mais de uma vez (MELO et al., 2006). Este resíduo apresenta baixa capacidade de retenção de água, drenagem rápida e eficiente, proporcionando boa oxigenação para as raízes, elevado espaço de aeração ao substrato, resistência à decomposição, relativa estabilidade de estrutura, baixa densidade e pH próximo à neutralidade (MELLO, 2006). É material leve e inerte à hidratação, porém, pobre em nutrientes, apenas com teor de potássio mais elevado, podendo ser equilibrado com a mistura de outros elementos (GUERRINI e TRIGUEIRO, 2004). Na produção de mudas, a casca de arroz é muito utilizada na forma carbonizada, ou seja, após passar por combustão incompleta sob alta temperatura e condições de baixo oxigênio. A carbonização da casca de arroz in natura é utilizada como método para contornar o problema de excesso de lignina e celulose, sílica e outros minerais presentes na casca (VILLELA, 2009). 4.4.3. Solo argiloso Os solos argilosos são considerados solos pesados, com mais de 40% de argila pura, por possuir uma quantidade maior de microporos, o que pode dificultar a infiltração da água, fazendo com que ela escorra pela superfície, reduzindo sua quantidade no interior do solo ou, fique empoçada. Entretanto, existem solos que, apesar de terem textura argilosa ou muito argilosa, suas partículas estão agregadas, tão fortemente, que formam pequenos grânulos que permitem uma boa porosidade, facilitando a infiltração. O ideal é que o solo possua uma textura que permita uma boa infiltração de água e armazenamento, sem causar alagamentos (CAPECHE et al., 2004). De acordo com MORELLI (2010), os solos argilosos tem alta capacidade de retenção de água e tendência de ficarem compactados, dificultando o desenvolvimento das raízes. Tem reduzido teor de cálcio e magnésio, alto teor 18 de alumínio, ferro, manganês e boro, presença de toxinas orgânicas e pouco nitrogênio e fósforo. Com pH em torno de 4,5, é necessário correção de acidez, para tornar disponíveis os nutrientes para as plantas. Ainda, segundo MORELLI (2010), a combinação dos elementos areia quartzosa e solo argiloso é que dá boa consistência ao solo. A classificação para ser argiloso, é possuir mais de 40% de argila, arenoso menos de 20% de argila e de 20-49% de argila, areno-argiloso, que são os que contêm frações equilibradas entre os tipos de partículas que os constitui. O mesmo autor indica que o substrato ideal deve ter mais de 85% de porosidade, 10 a 30% de capacidade de aeração e 20 a 30% de água disponível. 4.4.4. Neossolo Quartzarênico ou Areia Quartzosa As areias quartzosas são consideradas solos de baixa aptidão agrícola e o aumento dos teores de matéria orgânica pode reduzir esse problema. Apesar da adsorção de fósforo ser pequena nesses solos, existem problemas sérios quanto à lixiviação de nitrogênio e à decomposição rápida da matéria orgânica. A lixiviação de nitratos e de sulfatos é intensa pela grande macroporosidade e da permeabilidade dos solos de textura arenosa. Por isso, culturas perenes são opções mais recomendáveis do que as anuais (SOUZA e LOBATO, 2005). A areia tem sido utilizada por diversos pesquisadores em ensaios com emergência e crescimento de várias espécies, em qualquer granulometria e é um importante condicionador da estrutura do solo. De acordo com CAVALCANTI et al. (2001), a areia demonstra várias qualidades estruturais, como alta porosidade, boa drenagem da água e aeração, fatores fundamentais para a melhor arquitetura do sistema radicular e no crescimento das plantas. Suas propriedades físicas proporcionam condicionamento às plântulas e disso irão depender a aeração e a permeabilidade do solo. Por se tratar de um material pobre em nutrientes, a areia pode fazer parte da composição de um substrato, necessitando de suplementação através da fertilização mineral ou orgânica (FACHINELLO et al.,1995) 4.5. Luminosidade As práticas de manejo da luminosidade de mudas alteram sua qualidade. O sombreamento com telas é utilizado para auxiliar no controle 19 excessivo de temperatura e redução da radiação solar, diminuindo a temperatura no seu interior em até 5 °C (BRISSETE et al., 1991). Por ser fonte primária de energia relacionada à fotossíntese, a luz é um dos principais fatores que influenciam o crescimento dos vegetais (CAMPOS e UCHIDA, 2002). A distribuição local das espécies em uma comunidade florestal está fortemente influenciada pelas diferenças na disponibilidade de luz, que condiciona direta ou indiretamente grande parte dos processos de crescimento das plantas (ENGEL e POGGIANI, 1990). A importância desse fator tem levado diversos autores a classificar as espécies florestais em grupos ecológicos distintos de acordo com sua capacidade de adaptação às condições de luminosidade ambiental, e cujo conhecimento é chave importante para a compreensão da dinâmica das florestas e seu manejo (AMO, 1985). Dentre os parâmetros morfológicos, as variáveis de crescimento, são as mais utilizadas para estabelecer as bases da adaptabilidade das plantas às condições de maior ou menor grau de sombreamento (BOARDMAN, 1977). No que se refere à fase inicial de desenvolvimento da planta, os dados relacionados ao crescimento estão sempre associados ao aspecto luminosidade, condição de extrema importância no desenvolvimento das mudas. Na dependência da espécie, faz-se necessário a utilização de materiais de cobertura a fim de reduzir a incidência direta dos raios solares, diminuindo, assim, os efeitos extremos da radiação, resultando em mudas vigorosas e de boa qualidade para transplante (QUEIROGA et al., 2001). De acordo com WHATLEY e WHATLEY (1982) e SCALON et al. (2003), os diferentes graus de luminosidade causam mudanças morfológicas e fisiológicas na planta. O grau de adaptação depende das características genéticas da mesma em interação com seu ambiente. Os efeitos dessas diferenças de intensidade de luz influenciam mais no crescimento da planta do que na qualidade, principalmente, ao acúmulo de matéria seca, em condições naturais. Sua intensidade afeta o crescimento da planta por efeito direto sobre a fotossíntese, a abertura estomática e a síntese da clorofila. As diferenças nas intensidades da luz são as maiores responsáveis pelas variações no tamanho das folhas, pois, dentro de certos limites, quanto maior a intensidade luminosa, menor e mais espessa será a folha (WHATLEY e 20 WHATLEY, 1982; CUTTER, 1987). Plantas mantidas em sombreamento tendem a ser mais altas e ter uma área foliar maior em relação as que crescem em plena luz do sol (KENDRICK e FRANKLAND, 1981). Isso porque quando as plantas crescem em pleno sol, a luz intensa favorece o desenvolvimento de células longas em paliçada, enquanto o sombreamento favorece a produção de maior quantidade de parênquima lacunoso. O uso de sombreamento se faz necessário, pois, protege as raízes das mudas das altas intensidades luminosas, e diminui a temperatura do solo, reduzindo a quantidade de regas, a transpiração da planta e a evaporação da água no solo (MINAMI, 1995). Segundo MAZUCHOWSKI (2000), a cobertura das mudas deve ser de, no mínimo, 30% nos trinta primeiros dias e o sombreamento é obtido com uso de sombrite (70% de radiação solar). 21 5. Referências Bibliográficas AMAYA, D. R.; KERR, W. E.; GODOI, H. T.; OLIVEIRA, A. L.; SILVA, F. R. Moringa: hortaliça arbórea rica em β-caroteno. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 10, n. 2, p.126-126, 1992. AMO, S. R. Alguns aspectos de la influencia de la luz sobre el crescimento de estados juveniles de especies primarias. In: GOMEZ-POMPA, A.; AMO, S. R. Investigaciones sobre la regeneración de selvas altas en Vera Cruz, México. Alhambra Mexicana, Vera Cruz, v. 2, p. 79-92, 1985. ANTONIOLLI, Z. I.; GIRACCA, E. M. N.; BAUER, C. V. Vermiconpostagem. 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Em virtude de seus múltiplos usos, e seu interesse comercial, objetivou-se com este trabalho avaliar as primeiras etapas de crescimento em diferentes substratos e luminosidades, de plântulas da espécie para a produção de mudas. O experimento foi conduzido em delineamento experimental em blocos inteiramente casualizados, com quatro tratamentos: T1) neossolo quartzarênico 60% x 40% vermicomposto; T2) neossolo quartzarênico 80% x 20% vermicomposto; T3) neossolo quartzarênico 60% x 40% solo argiloso; e, T4) 100% neossolo quartzarênico, sob duas intensidades luminosas, a pleno sol e com 70% de radiação solar, com quatro repetições por tratamento. As coletas amostrais foram aos 30, 60, 75, 90 e 105 dias após o transplantio (DAT). Foram determinadas: a massa seca da raiz, massa seca da parte aérea, massa seca total, diâmetro do coleto e comprimento da parte aérea. A utilização do substrato contendo neossolo quartzarênico e vermicomposto na proporção 60% x 40%, é o mais eficiente para a produção de mudas, propiciando condições adequadas para a obtenção de mudas de qualidade, com 70% de radiação solar. Palavras-chave: Moringaceae; Cerrado; crescimento de plântulas; compostos orgânicos. Abstract The edaphoclimatic factors are considered very important, not only for the development of crops, but also for the development of production systems. M. 32 oleifera species is a native plant of northern India and it has a significant socioeconomic importance, with many uses in industry and medicine. Because of its many uses, and its commercial interests, the goals of this study are to assess the first steps of the species seedlings M. oleifera on different substrates and luminosities for the production of seedlings. The experiment was conducted in an experimental design of randomized blocks with four treatments: T1) typic quartzipsamment 60% x 40% vermicompost; T2) typic quartzipsamment 80% x 20% vermicompost; T3) typic quartzipsamment 60% x 40% clay soil; and T4) 100% typic quartzipisamment under two light intensities, in full sun and 70% of solar radiation, with four replicates per treatment. The sample collections were 30, 60, 75, 90 and 105 days after transplanting (DAT). It was determined: the root dry mass, shoot dry weight, total dry weight, stem diameter and shoot length. The use of the substrate containing typic quartzipisamment and vermicompost in the proportion 60% x 40% is most efficient for the production of seedlings, providing suitable conditions for obtaining quality seedlings with 70% of solar radiation. Keywords: Moringaceae; Cerrado; seedling growth; organic compounds. Introdução Moringa oleifera Lam, família das Moringaceae, comumente chamada de moringa, é uma planta perene cultivada em regiões tropicais e utilizada para uma variedade de propósitos (JAHN, 1989). É nativa da Ásia, ocorrendo no sul do Himalaia, norte da Índia, Paquistão, Bangladesh e Afeganistão (MAKKAR et al., 1997) e também pode ser encontrada nas Filipinas, Tailândia, Nigéria, Egito e na América Central e do Sul (RAMACHANDRAN et al., 1980; ANWAR e BHANGER, 2003; BEZERRA et al., 2004). Tradicionalmente, em seu local de origem, a moringa cresce melhor em altitudes de 600 a 1000 m de altitude, com crescimento de 1 a 2 m por ano, durante os primeiros 3 a 4 anos, atingindo até 12 m de altura (PARROTTA, 2009); requer precipitação anual entre 250 e 3.000 mm. Adapta-se melhor a solos neutros para ligeiramente ácidos, crescendo melhor em solos bem drenados com teor de argila médio. É resistente à seca, pouco decídua; sobrevive em um intervalo de temperatura de 25 a 40 °C, mas existem casos 33 conhecidos de tolerância a temperaturas de 48 °C e geadas leves (HDRA, 2002). Em especial, não apresenta dificuldades quaisquer que sejam os métodos escolhidos para a sua propagação, que pode ser pelo plantio direto, produção de mudas a partir de sementes ou de estacas e também por enxertos (ESPLAR, 2006). Mesmo em solos pobres, produz flores e frutos dentro de um ano de plantio. Nas regiões secas, seu cultivo é vantajoso, uma vez que suas folhas podem ser colhidas quando nenhum outro vegetal fresco está disponível (VERDCOURT, 1985). Os seus frutos, folhas, flores, raízes, além de óleos obtidos a partir das sementes, são amplamente utilizados na medicina tradicional em áreas onde é nativa ou onde foi introduzido (PARROTTA, 1993). Na Índia e na África, as folhas da moringa fazem parte da culinária local, por apresentar um alto conteúdo de proteína (27%), além de serem ricas em: vitamina A e C, cálcio, ferro e fósforo. Os frutos verdes possuem todos os aminoácidos necessários à espécie humana e representam um alimento básico à população. As flores, só devem ser consumidas cozidas, fritas ou misturadas a outros alimentos (RANGEL, 2003; NUNES et al., 2010), indicando seu potencial para uso na alimentação. No Brasil, a espécie foi introduzida em 1950, como ornamental e medicinal, adaptando-se as regiões do Cerrado e semiárido (BAKKE, 2001), porém, o consumo é recente no Brasil. Em algumas escolas da região Nordeste as folhas secas são consumidas como opção alimentar na merenda escolar em substituição à farinha de mandioca (GERDES, 1997). Por tratar-se de uma planta de uso diversificado, especialmente pelo valor nutricional, adaptar-se a climas tropicais a quase todo tipo de solo e possuir um bom poder de rebrota, a árvore M. oleifera desponta como alternativa para cultivo em região de Cerrado (OLIVEIRA JÚNIOR et al., 2009). Desta maneira, a produção de mudas assume importância, tornando-se uma opção para suprir a necessidade de forrageiras que suportem os diferentes fatores edafoclimáticos para a alimentação do rebanho regional, pois além de se constituir alimento barato, oferece os nutrientes necessários para um bom desempenho dos animais. 34 As mudas são as principais responsáveis pelo vigor das plantas e da sua produção. Para uma correta produção de mudas da espécie, é necessário que as mesmas apresentem um padrão, dado pela altura, diâmetro do caule, número de ramos, tipo de enxertia, tipo de embalagem e estado vegetativo, entre outros (CHALFUN e PIO, 2002). Porém, para a produção, são necessários estudos relativos ao seu comportamento em diferentes condições, principalmente luminosidade e substrato. Uma das maneiras de se avaliar o crescimento da planta em diferentes condições é por meio da análise de crescimento, utilizada para predizer o grau de tolerância das diferentes espécies às mudanças na quantidade de radiação recebida, empregando-se diferentes variáveis para avaliação de suas respostas à intensidade luminosa (BENICASA, 2003). A luz afeta a morfologia dos vegetais e, os ajustes morfofisiológicos que ocorrem nas plantas quando submetidas a diferentes condições de luminosidade, estão relacionados à manutenção do balanço entre ganho do carbono (fotossíntese) e perda de água (transpiração) (TAIZ e ZEIGER, 2009). Dentre os muitos fatores que afetam o crescimento das plantas e a qualidade da muda, o substrato exerce de grande influência. A mistura de materiais orgânicos ao substrato favorece características químicas, físicas e biológicas, criando um ambiente mais adequado para o desenvolvimento das raízes e da planta como um todo (CASAGRANDE JÚNIOR et al., 1996). A escolha do substrato deve ser feita em função das exigências da semente em relação ao seu tamanho e formato. Suas funções básicas são a sustentação da planta e o fornecimento de nutrientes, água e oxigênio (GONÇALVES, 1995). Objetivou-se com este trabalho avaliar condições para a produção de mudas da espécie Moringa oleifera em diferentes proporções de vermicomposto e argila sob duas intensidades luminosas em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Material e Métodos O experimento foi conduzido na Unidade Agrárias da Universidade Anhanguera-Uniderp, localizada na latitude 20°28’40”S e, Longitude 54°40’32” W, cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, no período de janeiro a maio de 2014. 35 O clima da região, segundo a classificação de Koppen-Geiger, situa-se na faixa de transição entre o subtipo (Cfa) mesotérmico úmido sem estiagem ou pequena estiagem e o subtipo (Aw) tropical úmido, com estação chuvosa e quente no verão e seca no inverno, apresentando precipitação pluviométrica média anual de 1.430,1 mm, com temperatura média anual de 22,7 ºC (CPTEC-INPE, 2014). O solo utilizado como base para todos os tratamentos foi classificado como neossolo quartzarênico órtico (CPRM, 2005), de textura arenosa (84% de areia, 4% de silte e 12% de argila) coletado na unidade Agrárias, na camada de 0 a 10 cm em área de Cerrado. A análise apresentou os seguintes resultados: (potencial hidrogeniônico) pH em água (6,1) e pH em CaCl2 (5,5), determinado pelo método potenciométrico; fósforo assimilável (15 mg dm-3), método de Mehlich; potássio trocável (40 mg dm-3), fotometria de chama; cálcio trocável (2,4 cmol+ dm-3) e magnésio trocável (1,2 cmol+ dm-3), titulometria; e, matéria orgânica (MO) (20,1 g dm-3), pelo método colorimétrico, conforme SILVA (2009). Para as análises físicas, utilizou-se o método da pipeta (VEIGA, 2011). Os substratos foram formulados nas seguintes proporções: T1) neossolo quartzarênico (NQ) 60% x 40% vermicomposto (VC); T2) neossolo quartzarênico (NQ) 80% x 20% vermicomposto (VC); T3) neossolo quartzarênico (NQ) 60% x 40% solo argiloso (SA); e, T4) 100% neossolo quartzarênico; com quatro repetições. O solo argiloso coletado na Fazenda Escola Três Barras, Município de Campo Grande e, utilizado como substrato, possui as seguintes características: pH em água (5,85), pH em CaCl2 (5,24), fósforo assimilável (8 mg dm-3), potássio trocável (K+) (75 mg dm-3), cálcio trocável (Ca++) (3,25 cmol+ dm-3), magnésio trocável (Mg++) (1,21 cmol+ dm-3) e matéria orgânica (MO) (32,2 g dm-3); saturações da CTC7,0: (K=2,0), (Ca=34), (Mg=12); saturações da CTCefetiva: (K=4), (Ca=70), (Mg=Mg); granulometria: argila (514 g kg-1), silte (52 g kg-1), areia total (434 g kg-1). O vermicomposto, obtido na Universidade Anhanguera-Uniderp, apresenta os seguintes atributos: pH (7,0), condutividade elétrica (1,23 mS dm1 ), P (260 mg kg-1), K+ (600 mg kg-1), Ca++ (25 cmol+ dm-3), H (6,54 cmol+ dm-3), Ds (0,39g cm-3), MO (12,94%) e foi produzido com matéria orgânica composta por resíduos sólidos (sangue coagulado) provenientes de frigorífico. 36 De acordo com as proporções estipuladas para cada tratamento, foram realizadas as misturas dos componentes. Após a homogeneização dos materiais, os substratos foram acondicionados em sacos plásticos de plantio com capacidade volumétrica de 565 cm-³. O delineamento experimental foi realizado em blocos ao acaso, em esquema fatorial 2 x 4 x 5 (intensidades luminosas x substrato x épocas de coleta), sendo utilizadas quatro plantas por tratamento, a cada coleta. As sementes, provenientes de 12 matrizes da região da Nhecolândia no Pantanal sul-mato-grossense, foram coletadas e acondicionadas em sacos de papel e transportadas para o local do experimento em Campo Grande - MS. Para evitar a influência de fungos na germinação, as sementes foram colocadas em hipoclorito a 1%, por três minutos. Logo após, as sementes foram distribuídas, proporcionalmente, em cinco bandejas de inox, forradas e cobertas com duas folhas de papel germintest e embebidas com o fungicida Rovral© na proporção de 5 mL litro-¹, vedadas com filme de PVC (Polyvinyl chloride) e mantidas em temperatura de 30 °C em câmara B.O.D. (Biochemical Oxygen Demand) com foto-fase de 12 horas diárias. Após o período de 10 dias, 531 sementes germinaram (49,72%) com a emissão da raiz primária. As plântulas foram colocadas em bandejas de poliestireno expandido com 128 células contendo vermiculita e foram irrigadas diariamente com água destilada. Após atingirem a altura de 4 cm acima do substrato (limite observado do estiolamento), foram transplantadas para os sacos de cultivo contendo substrato, com uma plântula por recipiente. Com dois dias de aclimatação ao substrato, na sombra, as mudas foram transferidas para o campo, totalizando 160 plântulas. O primeiro lote com 80 plântulas foi mantido a pleno sol, com radiação máxima, e o segundo, coberto com tela de sombreamento, com passagem máxima 70% de radiação solar. As coletas amostrais foram realizadas aos 30, 60, 75, 90, 105 dias após o transplantio (DAT), com um intervalo entre a primeira e segunda coleta, de 30 dias. As demais, realizadas com um intervalo de 15 dias, levando-se em consideração o rápido crescimento da espécie e o tamanho dos sacos de plantio. Para determinação da massa seca da raiz, da massa seca da parte aérea e massa seca total (g), o material foi acondicionado em sacos de papel e 37 colocado em estufa de ventilação forçada a 40-50 °C, durante 48 h e após, utilizada balança analítica de três dígitos. Para a medida do diâmetro do coleto, foi utilizado paquímetro digital (mm). As mudas foram, também, mensuradas quanto à altura da parte aérea, considerando, a distância do colo da plântula até o ápice com régua graduada (cm), conforme BENICASA (2003). Os dados foram analisados através de gráficos com curva de regressão, pelo fato da análise de crescimento não atender as pressuposições básicas da análise de variância (DIAS e BARROS, 2009). Devido a análise ser um modelo não aditivo, constituindo-se de dados quantitativos, a maneira mais adequada de tratá-los ao longo da ontogenia vegetal é por gráficos, com discussão baseada na tendência da curva de crescimento (RADFORD, 1967). Para análise do melhor desenvolvimento após 105 DAT, foram utilizados os dados da última coleta e realizada a análise de variância (ANOVA), sendo a média das variáveis significativas submetidas ao teste de Tukey a 5% (p <0,05) de probabilidade. Resultados e Discussão Os maiores valores obtidos para o parâmetro altura foram obtidos nos tratamentos NQ 80% x 20% VC com 70% radiação solar e pleno sol aos 105 dias do início do experimento, com 42,58 cm e 40,33 cm, respectivamente, evidenciado pela proximidade entre as linhas de tendência (Figura 1), com comportamento estatisticamente semelhante. O maior valor para a altura da muda, ao final do experimento (Figura 1), foi obtido em plantas cultivadas com 70% de radiação solar T1b (NQ 60% x 40% VC), com crescimento significativo de 99,85 cm, evidenciando o desenvolvimento rápido, desta espécie, concordando com RANGEL (2003), em condições favoráveis, quando comparado com o segundo maior valor (65,7 cm) do tratamento T1a (NQ 60% x 40% VC) pleno sol, e os demais tratamentos. As mudas nos tratamentos, T3a (NQ 60% x 40% SA) e T4a (NQ) pleno sol, e T3b (NQ 60 x 40% SA), T4b (NQ) 70% radiação solar, apresentaram os menores valores para esta variável, não diferindo estatisticamente entre si aos 105 DAT. No experimento de NEVES et al. (2007), a mistura 75% areia + 25% húmus de minhoca, foi o substrato mais adequado para o desenvolvimento inicial de moringa. Este tipo de substrato possui alta porosidade, boa drenagem 38 da água e aeração, que são fatores fundamentais para a boa arquitetura do sistema radicular e consequentemente, no crescimento das plantas. O comprimento da parte aérea, nas cinco avaliações, apresentou crescimento linear significativo com o aumento do período de sombreamento, diferindo dos tratamentos pleno sol. Comprimento da Parte Aérea - cm 180 160 140 120 100 80 60 T1a: y = 2,5607x2 - 5,1693x + 25,44 R² = 0,9632 T2a: y = 2,7653x2 - 9,5629x + 19,717 R² = 0,9738 T3a: y = 0,9875x2 - 2,6225x + 11,715 R² = 0,9808 T4a: y = 0,4964x2 - 1,7686x + 11,76 R² = 0,9356 T1b: y = 2,9339x2 + 0,5639x + 23,185 R² = 0,9806 T2b: y = 0,8446x2 + 2,7846x + 9,535 R² = 0,9296 T3b: y = -0,0714x2 + 1,5436x + 12,21 R² = 0,9834 T4b: y = 1,5286x2 - 6,0264x + 17,545 R² = 0,9766 T1a - NQ 6x4 VC sol T2a - NQ 8x2 VC sol T3a - NQ 6x4 SAsol T4a - NQ sol T1b - NQ 6x4 VC 70% T2b - NQ 8x2 VC 70% T3b - NQ 6x4 SA 70% T4b - NQ 70% 40 20 0 30 dias 60 dias 75 dias 90 dias 105 dias Dias Figura 1. Comprimento médio da parte aérea de mudas de Moringa oleifera em diferentes substratos e duas luminosidades no período de janeiro a maio de 2014 em Campo Grande, MS (a=pleno sol; b=70% de radiação solar; NQ=Neossolo Quartizarênico; VC=Vermicomposto; SA=Solo Argiloso). Em ambientes sombreados, algumas espécies apresentam rápido crescimento como mecanismo de adaptação, visando escapar ao déficit de luz, já que elas não são capazes de tolerar baixas intensidades luminosas, por meio do reajuste de suas taxas metabólicas (MORAIS NETO et al., 2000) A resposta da espécie quanto à altura, corrobora com os resultados obtidos para plantas de Eucalyptus camaldulensis Dehnh. e Pinus elliottii Engelm. (CALDEIRA et al., 2003) e Hovenia dulcis Thunb. (VOGEL et al., 2003). Para essas espécies, os testes ocorreram em substratos contendo proporções de até 40% de vermicomposto, ou seja, a mesma proporção do tratamento T1b (NQ 60 x 40% VC) em luminosidade 70% de radiação solar. 39 De acordo com ARANCON et al. (2006), a adição de vermicomposto aos substratos pode representar aumentos de até 80% no desenvolvimento das plantas, estimulando o desenvolvimento das mudas. Este resultado é consequência do efeito direto da presença de alguns hormônios e compostos orgânicos, e de efeitos indiretos, pela bio-estimulação de microrganismos benéficos às plantas que influencia na dinâmica de nutrientes e no condicionamento físico do substrato. Este mesmo comportamento foi observado para diferentes espécies, como Croton urucurana Baill. e Genipa americana L. (MORAES NETO et al., 2000), Pterogyne nitens Tul. e Inga uruguensis Hook. & Arn. (SCALON et al., 2002) e Trema micrantha (L.) Blume. (FONSECA et al., 2002). A altura da parte aérea, combinada com o diâmetro do coleto, constitui um dos mais importantes parâmetros morfológicos para estimar o crescimento das mudas após o plantio definitivo no campo (CARNEIRO, 1995). Em relação ao sistema radicular a luminosidade provocou o aumento da matéria seca (Figura 2) com acúmulo significativo no tratamento T1a (NQ 60% x 40% VC) pleno sol, nos primeiros 30 DAT. Dos 60 DAT aos 75 DAT se estabilizou e, a partir de então, voltou a ter um aumento significativo da massa seca (25,30 g), até os 105 DAT. Resultados semelhantes foram observados por CAMPOS e UCHIDA (2002), em que o sombreamento de 80% provocou menor massa seca das raízes, em mudas de (Hymenaea courbaril L.) O tratamento T1b (NQ 60% x 40% VC) 70% radiação solar, teve inicialmente, acúmulo de massa seca significativa até os 75 DAT; porém, após esse período ocorreu estabilidade no crescimento (Figura 2). Os tratamentos T2a, T2b e T4b foram estatisticamente iguais no período final, com 9,38, 9,95 e 8,03 g, respectivamente. O mesmo ocorreu com os tratamentos T3a, T4a e T3b, com menor acúmulo de massa seca (Figura 2). O tratamento T3b (NQ 60% x 40% SA) 70% radiação solar obteve o menor acúmulo (2,37 g). SILVA et al. (2007) realizaram experimento com Hymenaea parvifolia (Huber) e, também, constataram que, sob sombreamento mais intenso (70% de sombreamento), ocorreu redução na massa seca acumulada na raiz, em relação a níveis mais altos de luz. 40 No acúmulo de massa seca das raízes de M. oleifera nos tratamentos com sombreamento, não houve diferença significativa em relação a pleno sol, resultados similares aos obtidos para mudas Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. e Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong (FERREIRA et al., 1977) e Trema micranta por FONSECA et al. (2002). Evidenciou-se que o substrato neossolo quartzarênico 60% x 40% vermicomposto - pleno sol (T1a) apresentou maior acúmulo de massa seca de raiz (25,30 g). Porém, os resultados indicaram que a espécie M. oleifera responde positivamente a adição de matéria orgânica ao substrato, mas com respostas diferentes quanto ao tipo de sombreamento. SIEBENEICHLER et al. (2008), trabalhando com Tabebuia heterophylla (DC.) Britton, observaram que esta espécie, submetida aos ambientes de pleno sol e 50% de sombreamento, apresentou maior massa seca da raiz em comparação a plantas em ambientes com 30% de luminosidade e com sombreamento natural, resultados similares aos encontrados para M. oleifera. 40 Massa Seca - raiz - g 35 30 25 20 15 10 T1a: y = 0,7702x2 + 1,0277x + 0,099 R² = 0,953 T2a: y = 0,0186x2 + 2,1406x - 1,558 R² = 0,938 T3a: y = -0,0157x2 + 0,7623x - 0,47 R² = 0,9647 T4a: y = 0,2555x2 - 0,21x + 0,015 R² = 0,9513 T1b: y = -1,1257x2 + 10,766x - 9,88 R² = 0,95 T2b: y = -0,0377x2 + 2,8528x - 2,737 R² = 0,9476 T3b: y = -0,128x2 + 1,31x - 1,007 R² = 0,979 T4b: y = 0,5164x2 - 1,1456x + 0,964 R² = 0,9727 T1a - NQ 6x4 VC sol T2a - NQ 8x2 VC sol T3a - NQ 6x4 SA sol T4a - NQ sol T1b - NQ 6x4 VC 70% T2b - NQ 8x2 VC 70% T3b - NQ 6x4 SA 70% T4b - NQ 70% 5 0 30 dias 60 dias 75 dias 90 dias 105 dias Dias Figura 2. Médias da massa seca de raízes de Moringa oleifera em diferentes substratos e duas luminosidades no período de janeiro a maio de 2014 em Campo Grande, MS (a=pleno sol; b=70% de radiação solar; NQ=Neossolo Quartizarênico; VC=Vermicomposto; SA=Solo Argiloso). 41 Para variável massa seca da parte aérea (Figura 3), os tratamentos T3a, T4a, pleno sol e, T3b, T4b, 70% radiação solar, apresentaram menor peso seco foliar, diferindo significativamente dos demais tratamentos, que propiciaram as maiores médias. Os tratamentos T2a, T2b não diferiram estatisticamente entre si ao final dos 105 DAT; no entanto, tiveram peso seco intermediário (entre os melhores e piores resultados). A maior produção de massa seca da parte aérea foi observada nas plantas submetidas às condições de sombreamento (Figura 3) com destaque ao tratamento T1b (NQ 60 x 40% VC) 70% radiação solar. Neste, obteve-se maior acúmulo significativo e gradativo de massa seca (12,50 g), no final do período de coleta. O tratamento T1a (NQ 60% x 40% VC) pleno sol, alcançou o segundo melhor resultado, 7,70 g. O maior valor médio para a massa de matéria seca da parte aérea foi obtido em plantas cultivadas em sombreamento (Figura 3). Massa Seca Parte Aérea - g 14 12 10 8 6 4 T1a: y = 0,3029x2 - 0,0506x + 0,5042 R² = 0,9615 T2a: y = 0,3863x2 - 1,3637x + 1,3727 R² = 0,9599 T3a: y = 0,0492x2 - 0,0585x + 0,1733 R² = 0,975 T4a: y = 0,0557x2 - 0,161x + 0,276 R² = 0,9213 T1b: y = 0,6855x2 - 1,1775x + 0,99 R² = 0,9936 T2b: y = 0,0393x2 + 0,4553x - 0,264 R² = 0,9838 T3b: y = 0,0552x2 - 0,1363x + 0,2282 R² = 0,9388 T4b: y = 0,1045x2 - 0,3248x + 0,4277 R² = 0,9812 T1a - NQ 6x4 VC sol T2a - NQ 8x2 VC sol T3a - NQ 6x4 SA sol T4a - NQ sol T1b - NQ 6x4 VC 70% T2b - NQ 8x2 VC 70% T3b - NQ 6x4 SA 70% T4b - NQ 70% 2 0 30 dias 60 dias 75 dias 90 dias 105 dias Dias Figura 3. Médias da massa seca da parte aérea de Moringa oleifera em diferentes substratos e duas luminosidades no período de janeiro a maio de 2014 em Campo Grande, MS (a=pleno sol; T=70% de radiação solar; NQ=Neossolo Quartizarênico; VC=Vermicomposto; SA=Solo Argiloso). 42 A produção de massa seca de parte aérea teve aumento significativo com o período de sombreamento, similar ao citado por FERREIRA et al. (1977) que, trabalhando com Peltophorum dubium e Enterolobium contortisiliquum, verificaram aumento de massa seca da parte aérea em sombreamento. Por outro lado, mudas de Trema micranta (FONSECA et al., 2002), não indicaram os mesmos efeitos no acúmulo de massa seca da parte aérea. Em função do período de sombreamento, o maior acúmulo de massa seca da parte aérea pode ser explicado, em parte, pelo pequeno porte e volume do recipiente, que pode restringir a disponibilidade de água, de nutrientes e a expansão do sistema radicular. A luminosidade não ocasionou diferença significativa no acúmulo de massa seca total (Figura 4), onde foi observado que a condição de 70% de radiação solar apresentou pequena tendência de maior acúmulo de massa total, seguido da condição de pleno sol, com 40,82 g (T1b – NQ 60 x 40% VC) e 40,70 g (T1a - NQ 60% x 40% VC), respectivamente, diferindo estatisticamente dos demais tratamentos. 60 Massa Seca Total - g 50 40 30 20 T1a: y = 1,3759x2 + 0,9264x + 1,1075 R² = 0,9648 T2a: y = 0,7913x2 - 0,5867x + 1,1875 R² = 0,9728 T3a: y = 0,0886x2 + 0,6051x - 0,072 R² = 0,9685 T4a: y = 0,3671x2 - 0,5334x + 0,5685 R² = 0,9747 T1b: y = 0,2454x2 + 8,4099x - 7,8985 R² = 0,9865 T2b: y = 0,0432x2 + 3,7467x - 3,2415 R² = 0,9651 T3b: y = -0,018x2 + 1,04x - 0,555 R² = 0,9676 T4b: y = 0,7254x2 - 1,7951x + 1,8195 R² = 0,9784 T1a - NQ 6x4 VC sol T2a - NQ 8x2 VC sol T3a - NQ 6x4 SA sol T4a - NQ sol T1b - NQ 6x4 VC 70% T2b - NQ 8x2 VC 70% T3b - NQ 6x4 SA 70% T4b - NQ 70% 10 0 30 dias 60 dias 75 dias 90 dias 105 dias Dias Figura 4. Médias da massa seca total de Moringa oleifera em diferentes substratos e duas luminosidades no período de janeiro a maio de 2014 em Campo Grande, MS (a=pleno sol; b=70% de radiação solar; NQ=Neossolo Quartizarênico; VC=Vermicomposto; SA=Solo Argiloso). 43 Os menores valores foram 4,32 g (T3b NQ 60% x 40% SA) 70% radiação solar, 5,26 g (T3a – NQ 60% x 40% SA) e 6,97 g (T4a - NQ) pleno sol. Os tratamentos T2a (pleno sol), T2b e T4b (70% radiação) obtiveram valores intermediários de 10,92 g a 18,24 g. CASTRO et al. (1996) encontraram em Muntingia calabura L., também, o mesmo tipo de resposta, em razão de não ocorrer diferença entre a condição de pleno sol e sombreamento. Do ponto de vista operacional, plantas a pleno sol, podem ser mais viáveis economicamente, devido à diminuição de custos com instalações, principalmente de viveiros para produção das mudas. O diâmetro do colo das plantas (Figura 5) apresentou curvas de crescimento semelhantes, nos tratamentos T3a, T4a, pleno sol e T3b, T4b, 70% radiação solar, com menor diâmetro do colo da muda. No entanto, não ocorreu diferença significativa, entre os tratamentos T2a (NQ 80% x 20% VC) pleno sol e T2b (NQ 80% x 20% VC) 70% radiação solar, sendo que, os tratamentos T1a (NQ 60% x 40% VC) pleno sol, T1b (NQ 60% x 40% VC) 70% radiação solar, apresentaram as melhores médias. 35 Diâmetro do Coleto - mm 30 25 T1a: y = 0,1118x2 + 1,8381x + 5,4619 R² = 0,9591 T2a: y = 0,2789x2 + 0,9198x + 1,4299 R² = 0,9401 T3a: y = -0,2869x2 + 2,9544x - 0,5699 R² = 0,9738 T4a: y = 0,1566x2 + 0,4856x + 1,7367 R² = 0,9405 T1b: y = -0,11x2 + 4,2405x + 0,7025 R² = 0,9544 T2b: y = -0,3121x2 + 4,3279x - 1,7399 R² = 0,9699 T3b: y = -0,1673x2 + 2,2387x - 0,121 R² = 0,9537 T4b: y = 0,1529x2 + 0,7784x + 1,6285 R² = 0,9767 20 T1a - NQ 6x4 VC sol T2a - NQ 8x2 VC sol T3a - NQ 6x4 SA sol T4a - NQ sol T1b - NQ 6x4 VC 70% 15 T2b - NQ 8x2 VC 70% T3b - NQ 6x4 SA 70% 10 T4b - NQ 70% 5 0 30 dias 60 dias 75 dias 90 dias 105 dias Dias Figura 5. Médias do diâmetro do coleto de Moringa oleifera em diferentes substratos e duas luminosidades no período de janeiro a maio de 2014 em Campo Grande, MS (a=pleno sol; b=70% de radiação solar; NQ=Neossolo Quartizarênico; VC=Vermicomposto; SA=Solo Argiloso). 44 Ressalta-se que as linhas de tendência dos tratamentos com menor luminosidade, permaneceram praticamente sobrepostas no final do período. As plantas cultivadas em sombreamento 70% radiação solar, apresentaram os maiores valores que diferiram das mantidas a pleno sol, com menor valor para a variável, diâmetro do coleto. GONÇALVES et al. (2000), consideram que o diâmetro do coleto adequado à mudas de espécies florestais de qualidade está entre 5 e 10 mm. CAMPOS e UCHIDA (2002) citam o diâmetro do colo, como um bom indicador da qualidade da muda para a sobrevivência e crescimento à campo. TAIZ e ZEIGER (2009) ressaltam que, as plantas com maior diâmetro de colo apresentam maiores tendências à sobrevivência, principalmente, pela maior capacidade de formação e de crescimento de novas raízes. Diante das considerações dos autores citados, as mudas de M. oleifera chegaram ao ponto ideal de transplantio definitivo a campo a partir de 90 DAT. Neste período todos os tratamentos, independentes da luminosidade ou substratos, apresentaram diâmetro de caule superior a 5 mm. Os maiores valores foram os tratamentos T1b (19,97 mm), T1a (17,70 mm), T2a (13,53 mm), T2b (11,78 mm), que diferiram significativamente dos demais tratamentos, com diâmetro menor entre 7,05 mm (T3a – NQ 6x4 SA) pleno sol e 9,51 mm (T4b – NQ) 70% radiação solar. Os resultados estão de acordo com HIGASHI e SILVEIRA (2004), que citam que as mudas florestais são consideradas aptas para transplantio após passarem por um período de rustificação, que inicia no período de 70 a 90 dias após o plantio, e termina aproximadamente aos 150 dias. Nesta fase, as mudas tendem a engrossar o caule e expandir as raízes. No entanto, GOMES et aI. (2002) estabeleceram o período de 90 a 100 dias como o ideal para a avaliação, quanto à qualidade de mudas florestais. Os resultados obtidos indicam que a M. oleifera se adapta a solos mais férteis e com menor luminosidade. Conclusão O substrato contendo Neossolo Quartzarênico e Vermicomposto na proporção 60% x 40% em ambiente com 70% radiação solar apresenta melhor resultado. 45 Todas as mudas, independentes de sombreamento ou substrato, a partir de 90 DAT, estão aptas para serem transplantadas para o campo. Referências Bibliográficas ALMEIDA, V. M., SOUTO, J. S., ARAÚJO, L. V. C., PEREIRA FILHO, J. M., SANTOS, R. V. 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Diferentes condições de luminosidades e substratos são fatores que podem determinar as condições de sobrevivência de mudas de uma espécie para se adaptar em ambientes fora do seu local de origem. Objetivou-se com este trabalho avaliar o crescimento inicial de M. oleifera em diferentes proporções de casca de arroz carbonizada e solo argiloso, sob duas intensidades luminosas em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O experimento foi conduzido em delineamento experimental em blocos inteiramente ao acaso, com quatro tratamentos: T1) neossolo quartzarênico (NQ) 60% x 40% casca de arroz carbonizada (CAC); T2) neossolo quartzarênico (NQ) 80% x 20% casca de arroz carbonizada (CAC); T3) neossolo quartzarênico (NQ) 40% x 60% solo argiloso (SA); e, T4) 100% neossolo quartzarênico (NQ), sob duas intensidades luminosas, a pleno sol e com 70% de radiação solar, e quatro repetições. As coletas amostrais foram aos 30, 60, 75, 90 e 105 dias após o transplantio e foi determinada a massa seca da raiz, da parte aérea e total, diâmetro do coleto e comprimento da parte aérea. A utilização do substrato neossolo quartzarênico e casca de arroz carbonizada nas proporções 80% x 20%, para a produção de mudas de M. oleifera apresenta-se mais eficiente, propiciando condições adequadas para a obtenção de mudas de qualidade com 70% de radiação solar. Palavras-chave: Moringaceae, Cerrado; substratos. Abstract The species Moringa oleifera Lam is a native tree from north India, resistant to drought and with diversified use, it also has a regional socio-economic 52 importance in complementing human food, animal feed and medicine. Different conditions of luminosity and substrates are factors that may determine the conditions of survival of seedlings of a species to adapt to environments outside their place of origin. The goals of this study are to evaluate the initial growth of M. oleifera in different rice husk proportions charred and clay soil under two light intensities in Campo Grande, Mato Grosso do Sul. The experiment was conducted in an experimental design of randomized blocks with four treatments: T1) typic quartzipsamment 60% x 40% carbonized rice husk; T2) typic quartzipsamment 80% x 20% carbonized rice husk; T3) typic quartzipsamment 40% x 60% clay soil; and T4) 100% typic quartzipsamment, under two light intensities, in full sun and 70% of solar radiation, and four replicates per treatment. The sample collections were 30, 60, 75, 90 and 105 days after transplanting and it was determined the dry mass of the root, shoot and total part, stem diameter and shoot length. The use of substrate typic quartzipsamment and carbonized rice husk in the proportions 80% x 20% for the production of M. oleifera plants has become more efficient, providing suitable conditions for obtaining quality seedlings with 70% solar radiation . Keywords: Moringaceae, Cerrado; substrates. Introdução Originária do norte da Índia, a espécie Moringa oleifera Lam (Moringaceae) é cultivada nos trópicos e usada para uma variedade de propósitos (JAHN 1989) e por esse motivo, vem se tornando uma alternativa para a produção (FOIDL et al., 2001; PHIRI e MBEWE, 2010; BAKKE et al., 2010). A planta é muito interessante do ponto de vista do desenvolvimento socioeconômico regional, se tornando ainda mais atrativa por ser de fácil cultivo, baixo custo de produção e alto rendimento (OKUDA et al., 2001; FERREIRA et al., 2008). Sua madeira é pouco densa e possui fibra longa, usada na fabricação de celulose, papel celofane e indústria têxtil. Porém, pouco explorada fora do local de origem, no sul da Ásia, exceto, para combustível (FAO, 1982) e (NAUTIYAL e VENHATARAMAN, 1987). 53 O pó de suas sementes é um bom purificador de água, pois, contém polieletrólitos naturais como auxiliares de floculação no tratamento de águas (MUYIBI e EVISON, 1995). A árvore é valorizada, principalmente, por suas vagens tenras e comestíveis, consumidas cozidas ou tostadas. As folhas jovens têm gosto de agrião e são consumidas juntamente com as flores, cozidas ou cruas; são ricas em proteínas, minerais, betacaroteno, tiamina, riboflavina e outras vitaminas, particularmente, vitaminas, A e C (GUPTA et al., 1989; SZOLNOKI, 1985). A maioria das partes da árvore é utilizada em várias regiões do mundo no combate de doenças, que vão desde gota a inflamações e febres, podendo agir como estimulantes cardíacos, antitérmicos, antiepiléptico, anti-inflamatório, anti-úlcera, antiespasmódico, diurético, anti-hipertensivo, hepatoprotetor, antibacteriana e antifúngica, entre outros usos (MIRACLE TREES, 2014). A espécie adapta-se a uma ampla faixa de condições climáticas, desde regiões semiáridas a regiões de clima tropical. De rápido crescimento atinge 5,0 metros de altura em pouco mais de um ano, forma fuste reto de madeira frágil leve de baixa densidade (0,19 g cm-3) (BAUMER, 1983; MORTON, 1991). A carência de forrageiras adaptadas aos rigores do clima tem provocado a busca incessante por espécies tolerantes à seca. Portanto, a espécie pode ser uma alternativa para os pecuaristas, devido à sua alegada adaptação a estas condições, e ao seu potencial de produção de forragem (RAMACHANDRAN et al., 1980). O Centro-Oeste brasileiro apresenta grande potencial para execução de sistemas agroflorestais. Há grandes áreas de criação extensiva de gado com pastagens degradadas, bacias leiteiras com problemas de forrageamento no inverno, possibilidade de aplicação de cercas vivas, banco de proteínas e árvores de sombra (DANIEL et al., 2000). De acordo com BABILÔNIA (2013), a introdução de leguminosas forrageiras em pastagens degradadas associadas à M. oleifera em sistemas silvipastoris, pode ser uma alternativa de uso mais sustentável da terra, por agregar valores econômicos e ambientais. Segundo LISITA (2010), a árvore se destaca entre diversas espécies estudadas como forrageira na alimentação do gado em período de seca, pelo alto teor de proteína. Com apenas seis meses, a planta atinge o ponto de corte 54 para forragem; por ser de fácil cultivo e possuir hastes flexíveis, facilita o manejo para o corte. É resistente a pragas e, durante o plantio, não são utilizados insumos agrícolas industriais, reduzindo, assim, o custo de produção. A crescente demanda de espécies florestais, concomitante à ausência de conhecimentos básicos que envolvem a produção de mudas, tem impulsionado a necessidade de estudos sobre os métodos de produção com padrão de qualidade e vigor. Uma série de fatores exerce influências, dentre as quais, a luz. Algumas espécies florestais têm sido estudadas em relação à luz e mostram comportamentos variados (VARELA e SANTOS, 1992). A adaptação das plantas depende do ajuste de seu aparelho fotossintético, de modo que a luminosidade ambiental seja utilizada de maneira mais eficiente possível. As respostas dessa adaptação serão refletidas no crescimento global da planta. Assim, a eficiência do crescimento pode estar relacionada com a habilidade de adaptação das plântulas e as condições de intensidade luminosa do ambiente. Frequentemente as análises do crescimento são utilizadas para predizer o grau de tolerância das diferentes espécies ao sombreamento (PAIVA et al., 2003). Estudos sobre a adaptação das espécies arbóreas à disponibilidade de luz no seu ambiente de crescimento são importantes, pois contribui para o desenvolvimento de técnicas de plantio e de manejo de mudas dessas espécies, na perspectiva de múltiplos usos da floresta (LIMA et al., 2010). Dentre os fatores importantes avaliados no processo de produção de mudas, os diversos tipos de substratos, podem influenciar na germinação e o desenvolvimento das plântulas (CARVALHO e NAKAGAWA, 2000). Para BACKES e KÄMPF (1991), a escolha do substrato e o seu correto manejo ainda é um sério problema técnico, devido à sua importância na otimização dos resultados. Assim, o uso do substrato adequado é um dos fatores para produção de mudas, garante o estabelecimento do plantio, reduz o tempo de formação e as perdas em campo (VIEIRA et al., 1998), visto que tem como funções básicas a de sustentação da planta e o fornecimento de nutrientes, água e oxigênio (GONÇALVES, 1995). A casca de arroz, quando carbonizada, apresenta alta capacidade de drenagem, fácil manuseio, peso reduzido, pH levemente alcalino, forma floculada, livre de patógenos e nematoides, teor adequado de K e Ca, macros55 nutrientes essenciais para o desenvolvimento vegetal (SAIDELLES et al., 2009). A sua adição a outros materiais constitui-se em aliado na melhor estruturação física do substrato, pois, se trata de material leve e inerte à hidratação, capaz de aumentar a porosidade do substrato à medida que se eleva sua percentagem na mistura (SILVA et al., 2012). Objetivou-se com este trabalho avaliar o crescimento inicial de Moringa oleifera Lam em diferentes proporções de casca de arroz carbonizada e solo argiloso sob duas intensidades luminosas em Campo Grande – MS. Material e Métodos O experimento foi conduzido na unidade Agrárias da Universidade Anhanguera-Uniderp, localizada na latitude 20°28’40”S e, Longitude 54°40’32” W, cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, no período de janeiro a maio de 2014. O clima da região, segundo a classificação de Koppen-Geiger, situa-se na faixa de transição entre o subtipo (Cfa) mesotérmico úmido sem estiagem ou pequena estiagem e o subtipo (Aw) tropical úmido. Estação chuvosa e quente no verão e seca no inverno, apresentando precipitação pluviométrica média anual de 1.430,1 mm, com temperatura média anual de 22,7 ºC (CPTEC-INPE, 2014). O solo utilizado como base para todos os tratamentos foi classificado como neossolo quartzarênico órtico (CPRM, 2005), de textura arenosa (84% de areia, 4% de silte e 12% de argila), coletado na Unidade Agrárias, na camada de 0 a 10 cm, em área de Cerrado. A análise apresentou os seguintes resultados: (potencial hidrogeniônico) pH em água (6,1) e pH em CaCl2 (5,5) determinado pelo método potenciométrico; fósforo assimilável (15 mg dm-3), método de Mehlich; potássio trocável (40 mg/dm-3), fotometria de chama; cálcio trocável (2,4 cmol+ dm-3) e magnésio trocável (1,2 cmol+ dm-3), titulometria; e, matéria orgânica (MO) (20,1 g dm-3), pelo método colorimétrico, conforme SILVA (2009). Para as análises físicas, utilizou-se o método da pipeta (VEIGA, 2011). Os substratos foram formulados nas seguintes proporções: T1) neossolo quartzarênico (NQ) 60% x 40% casca de arroz carbonizada (CAC); T2) neossolo quartzarênico (NQ) 80% x 20% casca de arroz carbonizada (CAC); 56 T3) neossolo quartzarênico (NQ) 40% x60 % solo argiloso (SA); e, T4) 100% neossolo quartzarênico (NQ). O solo argiloso coletado na Fazenda Escola Três Barras e utilizado, possui as seguintes características: pH em água (5,85), pH em CaCl2 (5,24), fósforo assimilável (8 mg dm-3), potássio trocável (K+) (75 mg dm-3), cálcio trocável (Ca++) (3,25 cmol+ dm-3), magnésio trocável (Mg++) (1,21 cmol+ dm-3) e matéria orgânica (MO) (32,2 g dm-3); saturações da CTC7,0: (K=2,0), (Ca=34), (Mg=12); saturações da CTCefetiva: (K=4), (Ca=70), (Mg=Mg); granulometria: argila (514 g kg-1), silte (52 g kg-1), areia total (434 g kg-1). A casca de arroz carbonizada foi preparada por meio do sistema de carbonização, indicado por KÄMPF (2005). De acordo com as proporções estipuladas para cada tratamento, foram realizadas as misturas dos componentes e após a homogeneização dos materiais, os substratos foram acondicionados em sacos plásticos de plantio com capacidade volumétrica de 565 cm-³. O delineamento experimental foi realizado em blocos ao acaso, em esquema fatorial 2 x 4 x 5 (intensidades luminosas x substrato x épocas de coleta), sendo utilizadas quatro plantas por tratamento, a cada coleta. As sementes foram provenientes de 12 matrizes da região da Nhecolândia, Pantanal sul-mato-grossense, coletadas e acondicionadas em sacos de papel e transportadas para Campo Grande - MS. Para evitar a influência de fungos na germinação, as sementes foram colocadas em hipoclorito a 1%, por três minutos. Logo após, as sementes foram distribuídas, proporcionalmente, em cinco bandejas de inox, forradas e cobertas com duas folhas de papel germintest e embebidas com o fungicida Rovral© na proporção de 5 mL litro-¹ e vedadas com filme de PVC (Polyvinyl chloride). Foram mantidas em temperatura de 30°C na câmara B.O.D. (Biochemical Oxygen Demand), com foto-fase de 12 horas diárias. Após o período de 10 dias, com pico de germinação no 5º dia, 531 sementes germinaram (49,72%) com a emissão da raiz primária. As plântulas foram colocadas em bandejas de poliestireno expandido com 128 células contendo vermiculita; foram irrigadas diariamente com água destilada e após atingirem a altura de 4 cm (limite observado do estiolamento) acima do 57 substrato, foram transplantadas para os sacos de cultivo contendo substrato, sendo, que cada recipiente recebeu uma única plântula. Com dois dias de aclimatação ao substrato, na sombra, as mudas foram transferidas para o campo totalizando 160 plântulas. O primeiro lote com 80 plântulas foi mantido a pleno sol, com radiação máxima, e o segundo,coberto com tela de sombreamento, com passagem máxima 70% de radiação solar. As coletas amostrais foram realizadas aos 30, 60, 75, 90, 105 dias após o transplantio (DAT), com um intervalo entre a primeira e segunda coleta, de 30 dias. As demais, realizadas com um intervalo de 15 dias, levando-se em consideração o rápido crescimento da espécie e o tamanho dos sacos de plantio. Para determinação da massa seca da raiz, da parte aérea e massa seca total (g), foi utilizada balança analítica de três dígitos. O material foi acondicionado em sacos de papel e colocado em estufa de ventilação forçada a 40-50 °C, durante 48 h. Para a medida do diâmetro do colo, foi utilizado paquímetro digital (mm); as mudas foram, também, mensuradas quanto à altura da parte aérea, considerando, a distância do colo da plântula até o ápice com régua graduada (cm), conforme BENICASA (2003). Os dados foram analisados através de gráficos com curva de regressão pelo fato da análise de crescimento não atender as pressuposições básicas da análise de variância (DIAS; BARROS, 2009). Devido a análise ser um modelo não aditivo, constituindo-se de dados quantitativos, a maneira mais adequada de tratá-los ao longo da ontogenia vegetal é por gráficos, com discussão baseada na tendência da curva de crescimento (RADFORD, 1967). Para análise do melhor desenvolvimento após 105 DAT, foram utilizados os dados da última coleta e realizada a análise de variância (ANOVA), sendo a média das variáveis significativas submetidas ao teste de Tukey a 5% (p <0,05) de probabilidade. Resultados e Discussão O crescimento médio da espécie M. oleifera foi de 75,85 cm da primeira a ultima avaliação do tratamento T2b (NQ 80% x 20% CAC – 70% radiação solar) (Figura 1), evidenciando o desenvolvimento rápido desta espécie, concordando com (RANGEL, 2003) em condições de sombreamento. 58 Neste mesmo período, o crescimento dos tratamentos T1b e T2a, alcançaram 59,13 e 51,33 cm, respectivamente, iguais estatisticamente no final do experimento. Entre os tratamentos com menor valor, T1a (NQ 60% x 40% CAC) e T3a (NQ 40% x 60% SA) a pleno sol não houve diferença significativa entre si, ocorrendo o mesmo com os tratamentos T4a (NQ) pleno sol, T3b (NQ 40 x 60 SA) e T4b (NQ) 70% radiação solar, que apresentaram os menores valores para esta variável. Segundo MORAES NETO et al. (2000), dentre os parâmetros utilizados para avaliar as respostas de crescimento de plantas à intensidade luminosa, o uso mais frequente é a altura da planta. A capacidade em crescer rapidamente, quando sombreada, é um mecanismo de adaptação da espécie, Comprimento da Parte Aérea - cm compreendendo uma valiosa estratégia para escapar do sombreamento. 80 70 60 50 40 30 T1a: y = 0,3786x2 + 0,0286x + 21,22 R² = 0,8587 T2a: y = 3,5643x2 - 14,506x + 32,825 R² = 0,9524 T3a: y = 0,7729x2 - 2,8751x + 14,241 R² = 0,9518 T4a: y = 0,4964x2 - 1,7686x + 11,76 R² = 0,9356 T1b: y = 3,4304x2 - 10,845x + 25,975 R² = 0,9795 T2b: y = 6,6232x2 - 27,247x + 41,385 R² = 0,9046 T3b: y = 2,1625x2 - 8,1875x + 16,645 R² = 0,9799 T4b: y = 1,5286x2 - 6,0264x + 17,545 R² = 0,9766 T1a - NQ 6x4 CAC sol T2a - NQ 8x2 CAC sol T3a - NQ 4x6 SA sol T4a - NQ sol T1b - NQ 6x4 CAC 70% T2b - NQ 8x2 CAC 70% 20 T3b - NQ 4x6 SA 70% T4b - NQ 70% 10 0 30 dias 60 dias 75 dias 90 dias 105 dias Dias Figura 1. Comprimento médio da parte aérea de mudas de Moringa oleifera em diferentes substratos e duas luminosidades no período de janeiro a maio de 2014 em Campo Grande, MS (a=pleno sol; b=70% de radiação solar; NQ=Neossolo Quartizarênico; CAC=Casca de Arroz carbonizada; SA=Solo Argiloso). Porém, os tratamentos contendo neossolo quartzarênico e casca de arroz carbonizada nas duas proporções, em ambas as luminosidades, 59 resultaram em crescimento irregular, alternando plântulas com crescimento muito pequeno e outras com maior desenvolvimento, o que ocorreu nos demais tratamentos. De acordo MINAMI (1995) e NICOLOSO et al. (2000), substratos com boa porosidade e densidade são fundamentais para favorecer o desenvolvimento das plântulas em formação. Segundo KÄMPF (2005), para aprimorar as propriedades dos substratos, o melhor é em forma de mistura com frações iguais ou menores que 50%. Dentre os principais, estão a areia e a casca de arroz carbonizada, que não altera o crescimento inicial, tornando uma opção para a moringa, pois, esta planta tolera solos com baixa fertilidade (ANWAR et al., 2007; BARRETO et al. 2009). Segundo HERRERA e ECHAVARRÍA (2009), o principal impedimento ao uso da casca de arroz, como substrato único, é a deficiência de conservação de umidade homogênea. GOMES et al. (2002), estudando parâmetros morfológicos na avaliação da qualidade de mudas de Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden, afirmaram que a adoção somente da altura para estimar a qualidade de mudas poderá ser utilizada, já que ela foi um dos parâmetros que apresentou boa contribuição relativa, além de sua medição ser muito fácil e não ser um método destrutivo. Para FONSECA et al. (2002), a avaliação da qualidade das mudas não se deve utilizar parâmetros isolados para a sua classificação, uma vez que se pode selecionar mudas mais altas, porém mais fracas, descartando as menores. SCALON et al. (2003), trabalhando com mudas de Bombacopsis glabra (Pasq.) Robyns, sob diferentes intensidades luminosas, não verificaram diferença significativa entre os tratamentos luminosos. No entanto encontraram valores das taxas de crescimento superiores aos das mudas cultivadas sob 50% de sombreamento. O beneficio do uso da casca de arroz carbonizada é evidenciado por GARCIA et al. (2012) na produção de mudas de Bactris gasipaes Kunth. Assim como relatado por NICOLOSO et al. (2000) com Maytenus ilicifolia D. J. Mabberley, e VIEIRA NETO (1998) com Hancornia speciosa Gomez, que observaram melhor crescimento de mudas, quando utilizaram casca de arroz carbonizada nas misturas dos substratos. O efeito de sombreamento na massa seca de raiz (Figura 2), demonstrou que o maior valor foi obtido no tratamento T2b (NQ 80% x 20% 60 CAC) com acúmulo de 20,09 g, seguido do tratamento T1b (NQ 60% x 40% CAC), 17,11 g, ambos, 70% radiação solar sem diferença estatística significativa, ocorrendo o mesmo com as mesmas proporções de substratos a pleno sol, porém, com valores intermediários menores (12,59 e 12,20 g) aos 105 DAT. Os tratamentos (controle) apenas com neossolo quartzarênico (T4a; T4b), em ambas as luminosidades (Figura 2), apresentaram comportamentos semelhantes. Porém, diferiram estatisticamente entre si, mas com valor superior dos tratamentos contendo solo argiloso (T3a e T3b), em ambas as luminosidades, que apresentaram os piores resultados, com 2,52 e 2,14 g. O neossolo quartizarênico tem sido utilizado em pesquisas associado a outros substratos, em ensaios com emergência e crescimento de várias espécies, por suas várias qualidades estruturais, devido sua alta porosidade, boa drenagem da água e aeração. No entanto, são considerados, solos de baixa aptidão agrícola (SOUZA e LOBATO, 2005; CAVALCANTI et al., 2001). 30 Massa Seca Raiz - g 25 20 T1a: y = 0,8702x2 - 2,4528x + 3,214 R² = 0,9606 T2a: y = 0,5468x2 - 0,4822x + 1,4405 R² = 0,9897 T3a: y = -0,0675x2 + 0,9165x - 0,4905 R² = 0,9122 T4a: y = 1,3233x - 1,7738 R² = 0,9041 T1a - NQ 6x4 CAC sol T2a - NQ 8x2 CAC sol T1b: y = 0,2709x2 + 2,7064x - 2,897 R² = 0,9954 15 10 T3a - NQ 4x6 SA sol T2b :y = 1,8779x2 - 7,0291x + 6,6995 R² = 0,9114 T3b: y = -0,0916x2 + 1,0029x - 0,709 R² = 0,9368 T4a - NQ sol T1b - NQ 6x4 CAC 70% T4b: y = 0,5164x2 - 1,1456x + 0,964 R² = 0,9727 T2b - NQ 8x2 CAC 70% T3b - NQ 4x6 SA 70% T4b - NQ 70% 5 0 30 dias 60 dias 75 dias 90 dias 105 dias DIAS Figura 2. Médias da massa seca de raízes de Moringa oleifera em diferentes substratos e duas luminosidades no período de janeiro a maio de 2014 em Campo Grande, MS (a=pleno sol; b=70% de radiação solar; NQ=Neossolo Quartizarênico; CAC=Casca de arroz carbonizada; SA=Solo Argiloso). 61 De acordo com MORELLI (2010), os solos argilosos, têm alta capacidade de retenção de água e tendência de ficarem compactados com tempo e dificultam o desenvolvimento das raízes. Segundo FOIDL et al. (2003), a moringa se adapta a diversas classes de solos, exceto, aos mal drenados. SOUZA (1993) considera a casca de arroz carbonizada um bom substrato para enraizamento, por permitir a penetração e a troca de ar na base das raízes, permitindo assim, boa aeração e drenagem, com volume constante, seja seco ou úmido. No entanto, mudas produzidas por OLIVEIRA JUNIOR (2009), a partir do substrato à base de casca de arroz carbonizada foram as que apresentaram os menores valores médios de massa seca da raiz. Para a massa seca da parte aérea (Figura 3), a maior média foi observada no tratamento T2b (NQ 80% x 20% CAC) 70% radiação solar (12,50 g), aos 105 DAT, normalmente observado nessas condições, uma vez que, há necessidade da planta em ampliar a superfície fotossintetizante para maximizar a absorção luminosa (SCALON et al., 2001). 12 Massa Seca Parte Aérea - g 10 8 6 4 2 T1a: y = 0,3562x2 - 1,0415x + 1,31 R² = 0,9572 T2a: y = 0,6556x2 - 2,6814x + 2,8662 R² = 0,9546 T3a: y = 0,0376x2 - 0,1189x + 0,3263 R² = 0,9854 T1a - NQ 6x4 CAC sol T4a: y = 0,0557x2 - 0,161x + 0,276 R² = 0,9213 T2a - NQ 8x2 CAC sol T1b: y = 0,2445x2 - 0,6613x + 1,012 R² = 0,9344 T3a - NQ 4x6 SA sol T2b: y = 1,2766x2 - 5,5704x + 5,255 R² = 0,8873 T4a - NQ sol T1b - NQ 6x4 CAC 70% T3b: y = 0,1145x2 - 0,3823x + 0,4315 R² = 0,9672 T2b - NQ 8x2 CAC 70% T4b: y = 0,1045x2 - 0,3248x + 0,4277 R² = 0,9812 T3b - NQ 4x6 SA 70% T4b - NQ 70% 0 30 dias -2 60 dias 75 dias 90 dias 105 dias Dias Figura 3. Médias da massa seca da parte aérea de Moringa oleifera em diferentes substratos e duas luminosidades no período de janeiro a maio de 2014 em Campo Grande, MS (a=pleno sol; b=70% de radiação solar; NQ=Neossolo Quartizarênico; CAC=Casca de arroz carbonizada; SA=Solo Argiloso). 62 Em contrapartida, a menor produção de massa seca da parte aérea foi verificada nos tratamentos compostos com neossolo quartzarênico e solo argiloso na proporção 40% x 60% e neossolo quartzarênico (controle), em ambas as luminosidades. Estes apresentaram desde o inicio da avaliação, valores muito baixos, 0,68 a 1,45 g, evidenciando, que os solos argilosos, pelas suas características, são considerados solos pesados, por possuir uma quantidade grande de micro poros, que dificultam a infiltração da água, tornando-se compactados e dificultando o desenvolvimento das plantas e o acúmulo de massa seca (CAPECHE et al., 2004). Nos tratamentos T1a (NQ 60% x 40% CAC), T2a (NQ 80% x 20% CAC) pleno sol e T1b (NQ 60% x 40% CAC) 70% radiação solar, não houve diferença significativa e seus valores intermediários foram ao final da avaliação, 4,81, 6,19 e 4,04 g, respectivamente. TRIGUEIRO e GUERRINI (2003) verificaram que na produção de massa seca da parte aérea em mudas de Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden, os tratamentos contendo biossólido+casca de arroz carbonizada nas proporções de 80/20, 70/30 e 40/60 apresentaram massa seca da parte aérea de 0,86, 0,93 e 0,94 g planta-1 aos 120 dias, respectivamente; estes valores estão muito abaixo dos encontrados nesse estudo, que apresentaram as maiores médias de massa seca da parte aérea. Verificou-se que o menor valor de massa seca total (Figura 4) ocorreu no tratamento T3a (NQ 40% x 60% SA) pleno sol, 3,89 g, mas não diferiu estatisticamente dos tratamentos T4a, T3b e T4b. Aferiu-se o maior valor encontrado, 41,94 g, sob 70% radiação solar, no tratamento T2b (NQ 80% x 20% CAC), com diferença significativa, sendo que os tratamentos T1a, T2a (pleno sol), e T1b (70% radiação solar), obtiveram valores intermediários de 21,83 a 25,97 g. Em experimento com substratos alternativos, ARAÚJO NETO et al. (2009), constituído de composto com coprólitos de minhoca e casca de arroz carbonizada, relatam o melhor resultado para as características massa seca de raiz e total. Um dos fatores que contribuiu o maior acúmulo pode ter sido a composição com casca de arroz carbonizado presente no substrato, a qual proporcionou maior porosidade e aeração e, consequentemente, maior capacidade de retenção de água. 63 Massa Seca Total - g 48 43 T1a: y = 1,583x2 - 4,5385x + 5,8385 R² = 0,9592 38 T2a: y = 2,0009x2 - 6,5016x + 7,7715 R² = 0,9847 33 T3a: y = 0,008x2 + 0,678x + 0,1565 R² = 0,936 28 23 18 13 8 T1a - NQ 6x4 CAC sol T4a: y = 0,3671x2 - 0,5334x + 0,5685 R² = 0,9747 T1b: y = 0,76x2 + 1,3825x - 0,8715 R² = 0,9993 T2b: y = 4,6102x2 - 18,994x + 17,962 R² = 0,8976 T3b: y = 0,1373x2 + 0,2383x + 0,154 R² = 0,9513 T4b: y = 0,7254x2 - 1,7951x + 1,8195 R² = 0,9784 T2a - NQ 8x2 CAC sol T3a - NQ 4x6 SA sol T4a - NQ sol T1b - NQ 6x4 CAC 70% T2b - NQ 8x2 CAc 70% T3b - NQ 4x6 SA 70% T4b - NQ 70% 3 -2 30 dias 60 dias 75 dias 90 dias 105 dias Dias Figura 4. Médias da massa seca total de Moringa oleifera em diferentes substratos e duas luminosidades no período de janeiro a maio de 2014 em Campo Grande, MS (a=pleno sol; b=70% de radiação solar; NQ=Neossolo Quartizarênico; CAC=Casca de arroz carbonizada; SA=Solo Argiloso). Foi verificada tendência de aumento linear nos valores do diâmetro do coleto (Figura 5), com resultados das análises estatísticas indicando que não houve diferença significativa (P<0,05), entre os tratamentos T3a, T4a, e T3b, T4b; dentre eles, o tratamento NQ 40% x 60% SA – pleno sol (T3a) apresentou a menor média, 6,79 mm. Os tratamentos T1a, T2a e T1b obtiveram médias intermediárias, entre 13,52 e 15,80 mm. As mudas cultivadas no substrato T2b (NQ 80% x 20% CAC – 70% radiação solar) foram as que apresentaram maior incremento em diâmetro do coleto 18,87 mm, de modo que as características físicas desse substrato possa ter favorecido o desenvolvimento das mudas. O diâmetro do coleto é uma das variáveis mais importante a ser avaliada na fase de produção de mudas, visto que ela esta diretamente relacionada com o índice de sobrevivência e crescimento inicial das plantas em campo (DANIEL et al., 1997; KRATZ, 2011). GONÇALVES et al. (2000) consideram que uma muda de boa qualidade apresenta altura variando de 20 a 35 cm e diâmetro de coleto entre 5 e 10 mm. 64 35 Diâmetro do Coleto - mm 30 25 20 15 10 T1a: y = 0,455x2 - 0,8785x + 7,2985 R² = 0,8465 T2a: y = 0,9118x2 - 3,2877x + 8,777 R² = 0,9379 T3a: y = -0,1236x2 + 1,8077x + 0,6804 R² = 0,9594 T4a: y = 0,1566x2 + 0,4856x + 1,7367 R² = 0,9405 T1b: y = 0,0214x2 + 2,4984x + 1,736 R² = 0,9886 T2b: y = 1,1196x2 - 3,1164x + 5,8085 R² = 0,9731 T3b: y = 0,0423x2 + 1,3488x + 0,386 R² = 0,9376 T4b: y = 0,1529x2 + 0,7784x + 1,6285 R² = 0,9767 T1a - NQ 6x4 CAC sol T2a - NQ 8x2 CAC sol T3a - NQ 4x6 SA sol T4a - NQ sol T1b - NQ 6x4 CAC 70% T2b - NQ 8x2 CAC 70% T3b - NQ 4x6 SA 70% T4b - NQ 70% 5 0 30 dias 60 dias 75 dias 90 dias 105 dias Dias Figura 5. Médias do diâmetro do coleto de Moringa oleifera em diferentes substratos e duas luminosidades no período de janeiro a maio de 2014 em Campo Grande, MS (a=pleno sol; b=70% de radiação solar; NQ=Neossolo Quartizarênico; CAC=Casca d arroz carbonizada; SA=Solo Argiloso). Esses valores corroboram com os resultados apresentados, haja vista que as mudas produzidas nos tratamentos T1a (21,90 cm altura-1; 7,16 mm diâmetro coleto-1), T2a (20,33 cm altura-1; 5,89 mm diâmetro coleto-1) ultrapassaram esses parâmetros aos 30 DAT. No entanto, todos os tratamentos, após 90 DAT apresentaram excelente probabilidade sobrevivência em campo, pois apresentaram, de acordo com TAIZ e ZEIGER (2009), valores de diâmetro de 6,79 a 18,87 mm, com destaque para o tratamento T2b (NQ 80% x 20% CAC – 70% radiação solar), que alcançou o maior valor aos 105 DAT. Esses resultados confirmam com o que estabelece GOMES et aI. (2002), que o período de 90 a 100 dias é o ideal para a avaliação, quanto à qualidade de mudas florestais. Conclusão O substrato contendo neossolo quartizarênico e casca de arroz carbonizada, proporção 80% x 20%, apresentou o melhor crescimento inicial, 65 para a espécie M. oleifera, em todas as características avaliadas, quando com 70% de radiação solar. Referências Bibliográficas ANWAR, F; LATIF, S; ASHRAF, M; GILANI, A. H. Moringa oleifera: a food plant with multiple medicinal uses. Phytotherapy Research, Faisalabad, v. 21, n. 1, p. 17-25, 2007. ARAÚJO NETO, S. E.; AZEVEDO, J. M. A.; GALVÃO, R. O.; OLIVEIRA, E. B. L.; FERREIRA, R. L. F. Produção de muda orgânica de pimentão com diferentes substratos. Ciência Rural, Santa Maria, v. 39, n. 5, p. 1408-1413, 2009. ASSISTAT. Assistência Estatística. Net, 2014. Versão 7.7 beta. Campina Grande. Disponível em: <www.assistat.com>. Atualizado em abr. 2014. BABILÔNIA, J. L. 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Considerações finais A radiação solar a 70% é a que ofereceu a melhor condição para a produção de mudas de M. oleifera, uma vez que a mesma favoreceu um melhor desenvolvimento para as plântulas, haja vista que, nelas foi encontrada maior produção de massa seca da parte aérea total, acarretando às mudas, também, maior altura. Não ocorreram diferenças significativas na produção de massa seca da raiz e no diâmetro do coleto em função do nível de sombreamento. O vermicomposto, conforme os resultados aqui apresentado, pode ser utilizado na composição de substratos alternativos, pois demonstra boa fonte orgânica. Entretanto, necessita ser combinado com um material que propicie condições físicas adequadas, sendo indicado o neossolo quartazênico. Portanto, o substrato mais indicado para produção de mudas de M. oleifera é o constituído por neossolo quartzarênico e vermicomposto, na proporção 60% x 40%, mantido em 70% radiação solar, o qual figurou como o melhor tratamento em todos os parâmetros avaliados, com melhor média em diâmetro de colo, parâmetro este, indicado para avaliar a capacidade de sobrevivência das mudas à campo. Esse tratamento, também, apresentou uma relação comprimento da parte aérea combinada com o diâmetro do coleto excelente, observação importante para estimar a qualidade das mudas. No entanto, a mesma proporção do substrato a pleno sol não reverteu em resultado satisfatório. Não é recomendado, conforme apresentado, o uso dos substratos compostos com neossolo quartzarênico e solo argiloso na proporção 60% x 40% e 40% x 60% e, também, o substrato controle 100% neossolo quartzarênico, tanto a pleno sol como em radiação solar 70%, que apresentaram plântulas de menor desenvolvimento. Em relação ao substrato contendo casca de arroz carbonizada (CAC) e neossolo quartizarênico (NQ), a proporção 80% x 20%, apresentou maiores médias em todas as características avaliadas. Os níveis de sombreamento a 70% de radiação solar influenciaram significativamente proporcionando melhores resultados na taxa de comprimento da parte aérea, diâmetro do coleto, massa seca da raiz, massa seca da parte aérea e massa seca total. 74 Uma maior proporção de casca de arroz carbonizada na composição do substrato diminui o desenvolvimento de mudas de M. oleifera. Para a produção de mudas com um adequado padrão de qualidade, pode ser utilizado, também, o substrato 80% neossolo quartzarênico (NQ) com 20% de casca de arroz carbonizada (CAC). Vale ressaltar, que o substrato composto por neossolo quartizarênico e vermicomposto, proporção 60% x 40%, alcançou melhor resultado, com desenvolvimento homogêneo, se comparados com o substrato neossolo quartizarênico e casca de arroz carbonizada nas proporções 80% x 20%, que produziram plântulas irregulares, com crescimento desigual em todo o período de avaliação. 75