SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA - SOBRATI MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA ADRIANE BONOTTO SALIN PERFIL DOS ATENDIMENTOS PSIQUIÁTRICOS REALIZADOS PELO SAMU DE PORTO VELHO-RO, AMAZÔNIA OCIDENTAL. Porto Velho 2016 ADRIANE BONOTTO SALIN PERFIL DOS ATENDIMENTOS PSIQUIÁTRICOS REALIZADOS PELO SAMU DE PORTO VELHO-RO, AMAZÔNIA OCIDENTAL. Dissertação de Mestrado Profissionalizante apresentado à Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva – SOBRATI, como requisito obrigatório para obtenção do título de Mestre em Terapia Intensiva. Orientador (a) Profª Drª. Mara Benedicta de Rezende Monte Correia Coorientador (a): Profª Drª. Cláudia Conforto de Sá td Porto Velho 2016 ADRIANE BONOTTO SALIN PERFIL DOS ATENDIMENTOS PSIQUIÁTRICOS REALIZADOS PELO SAMU DE PORTO VELHO-RO, AMAZÔNIA OCIDENTAL. Dissertação de Mestrado Profissionalizante apresentada a Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva – SOBRATI, como requisito parcial á obtenção de grau de Mestre em Terapia Intensiva. Aprovado em ____ de _____________ de 2016. ______________________________________________________ Dr. Douglas Ferrari – Diretor da SOBRATI DEDICATÓRIA Dedico aos meus familiares que sempre me apoiaram, em especial a minha filha Giulia, meu marido Alcemar que estiveram juntos nessa caminhada. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por ter me dado à chance de concretizar este sonho, por ter me iluminado em todos os momentos de minha vida, me dando força, coragem e sabedoria. Aos meus pais e ao meu marido pelo sacrifício e apoio incondicional. A minha filha por ter me esperado com paciências o tempo dos meus estudos e por ter tornado minha vida mais cheia de amor, à Equipe do SAMU e a Secretaria de Saúde do Municipio – SEMUSA – Porto Velho – RO, permitiram a realização desse trabalho, em especial a Diretora do SAMU Mara Benedicta Mara Benedicta de Rezende Monte Correia ao Secretario José Carlos Coutinho de Oliveira e o Chefe de Assessoria Técnica Marcuce Antônio Miranda dos Santos, pela disponibilidade e acesso aos arquivos, que muito contribuíram para este estudo. Á minha orientadora Mara Benedicta de Rezende Monte Correia e a coorientadora Drª. Cláudia Conforto de Sá pelo incentivo durante as orientações e pela sua importante contribuição neste processo de ensino-aprendizagem. Aos amigos e a todos os outros que conheci no decorrer desse processo por suas manifestações de apoio, carinho, lembrança e crescimento pessoal. RESUMO Este projeto de pesquisa tem como objetivo conhecer o Perfil dos atendimentos psiquiátricos realizados pelo SAMU de Porto Velho-RO, Amazônia Ocidental. Tratase de um estudo com abordagem quantitativa, através de pesquisa de campo, de natureza retrospectiva em fichas de ocorrência dos atendimentos de ordem psiquiátrica, armazenadas nos bancos de dados na sede do Serviço de Atendimento Móvel de Urgências de Porto Velho - Rondônia. O instrumento para coleta de dados, constituiu-se um questionário com 15 perguntas fechadas. A pesquisa somente foi iniciada após anuência do Secretário de Saúde do municipio, da direção do SAMU e aprovação pelo comitê de Ética e Pesquisa do Centro de Ensino São Lucas, sob o número do parecer 1.592.218. Os resultados apontaram que o número de emergência psiquiatricas estão aumentando, e podem ser devido e a não adesão das pessoas ao tratamento e o uso de drogas, associação destes é responsável pela piora no curso da doença mental e acentuando os sintomas, tornando as crises mais frequentes. Os homens lideram a lista das ocorrências de ordem psiquiátrica e a faixa etária de preponderância correspondeu a de pessoas que encontram-se em idade ativa, 85,4% dos atendimentos envolviam pacientes de 15 a 50 anos, e ocorreram em sua maioria no período matutino e noturno com 69% dos casos. A viatura disponibilizada para as ocorrencias foi a USB, e os profissionais envolvidos foram em 100% dos caso estavam o condutor e o técnico de enfermagem, 5,9% foi necessário a intervenção médica e da polícia militar em 9,3% dos atendimentos. Houve evidências consideráveis sobre histórico de uso medicação psicotrópicas e/ou drogas, Quanto os parâmetros vitais com exceção de um pequeno número de casos que continham registro de dispneia 0,2%, hipertensão 2,3% e hipotensão 0,8%, e das fichas que não continham informações ou estavam incompletas, as demais fichas que continham informações mostraram parâmetros vitais estáveis. O Hospital e Pronto Socorro João Paulo II foi considerado a porta da entrada para situações de urgência e emergência psiquiátricas. O resultado desta pesquisa pode contribuir de forma a tornar evidente que a estruturação de um serviço eficiente e eficaz que traz à população segurança e garantia da qualidade na assistência ao paciente com distúrbio mental, fomentando discussões acerca da temática, bem como ao serviço trazendo contribuições de melhorias no atendimento. Palavras-chave: Serviço de atendimento Móvel de Urgência. Psiquiatria. Atendimento Pré Hospitalar. ABSTRACT This research project aims to evaluate the profile of psychiatric care provided by SAMU in Porto Velho, western Amazon. This is a study with a quantitative approach, through field research, retrospective nature of occurrence of records of psychiatric care order, stored in databases at the headquarters of the Emergency Mobile Service of Porto Velho - Rondônia. The instrument for data collection, was a questionnaire with 15 closed questions. The research was initiated only after approval of the municipality of the Health Secretary, the direction of the SAMU and approval by the Ethics Committee and Research Luke Education Center, on the advice of the number 1592218. The results showed that the psychiatric emergency number is increasing, and may be due and non-adherence of people to treatment and drug use, association is responsible for worsening the course of mental illness and exacerbating the symptoms, making more frequent crises. The men lead the list of psychiatric order events and the age of preponderance corresponded to people who are of working age, 85.4% of cases involved patients 15-50 years and occurred mostly in the morning and night with 69% of cases. The car made available to the occurrences was the USB, and professionals were involved in 100% of cases were the driver and the nursing technicians, 5.9% was required medical intervention and military police in 9.3% of cases. There was considerable evidence on psychotropic medication use history and / or drugs, The vital parameters with the exception of a small number of cases containing dyspnea record 0.2%, 2.3% hypertension and hypotension 0.8%, the other records containing information showed stable vital parameters. Hospital and Emergency Room John Paul II was considered the entrance gate to emergency situations and psychiatric emergency. The result of this research can contribute in order to make clear that the structuring of an efficient and effective service that brings the population safety and quality assurance in patient care with mental disorder, fostering discussions on the theme, as well as service bringing contributions improvements in care KEYWORDS: Emergency mobile care service. Psychiatry. Customer Pre Hospital. LISTA DE SIGLAS E ABREVIATRURAS APH Atendimento Pré-Hospitalar CAPS Centro de atenção Psicosocial CEP Comitê de Ética e Pesquisa CNS Conselho Nacional de Saúde DEMAC Departamento de Média e Alta Complexidade IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística NEP Núcleo de Educação Permanente SAMDU Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência SAMU Serviço de atendimento móvel às urgências SAV Suporte Avançado de Vida SBV Suporte Básico de Vida SMUR Serviço Móveis de Urgência, Emergência e Reanimação SUS Sistema Único de Saúde UPA Unidades de Pronto Atendimento UR Unidade de Resgate USA Unidade de Suporte Avançado LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Distribuição dos dados demográficos, dos pacientes em crise psiquiátrica atendidos e/ou removidos pelo SAMU de Porto Velho-RO, 20132015..................................................................................................................... 27 Tabela 2 - Descrição do turno do atendimento e/ou remoção de ordem psiquiátrica pelo SAMU de Porto Velho-RO, 2013-2015..................................... 28 Tabela 3 – Parâmetro dos sinais vitais, oxigenação periférica e nível de consciência no momento do atendimento e/ou remoção de pacientes em crise psiquiátrica pelo SAMU de Porto Velho-RO, 2013-2015..................................... 38 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Número de atendimentos e/ou remoções, de pacientes de ordem psiquiátrica, realizados no triênio, pelo SAMU de Porto Velho-RO, 2013-2015.............. 25 Gráfico 2: Profissionais envolvidos no atendimento e/ou remoção de ordem psiquiátrica pelo SAMU de Porto Velho-RO, 2013-2015..................................... 29 Gráfico 3 – Relação do histórico de medicações e/ou drogas dos paciente atendidos e/ou removidos em crise psiquiátrica pelo SAMU de Porto VelhoRO, 2013-2015................................................................................................... 32 Gráfico 4 – Relação quanto a presença de agravos além do distúrbio mental 34 nos paciente atendidos e/ou removidos em crise psiquiátrica pelo SAMU de Porto Velho-RO, 2013-2015............................................................................... Gráfico 5 – Presença de escoriações, hematomas ou lesões nos paciente atendidos e/ou removidos em crise psiquiátrica pelo SAMU de Porto VelhoRO, 2013-2015................................................................................................... 36 Gráfico 6 – Unidade de destino dos paciente atendidos e/ou removidos em crise psiquiátrica pelo SAMU de Porto Velho-RO, 2013-2015............................ 40 UMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 12 2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................. 2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL.................................................................................................................. 2.2 SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA NO BRASIL............ 2.2.1 Serviço de Atendimento Móvel de Urgência em Porto Velho …............ 2.3 SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA E AS OCORRÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS...................................................................... 14 18 3 METODOLOGIA................................................................................................ 3.1 DESENHO DO ESTUDO................................................................................ 3.2 LOCAL DA PESQUISA................................................................................... 3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA............................................................................ 3.4 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS........................................................ 3.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO.................................................... 3.6 PRINCÍPIOS ÉTICOS E LEGAIS.................................................................... 3.8ANÁLISES DOS DADOS................................................................................. 3.7 RISCO BENEFÍCIO........................................................................................ 20 20 20 20 21 21 22 22 23 14 15 17 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................... 24 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 41 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... APENDICE APÊNDICE - INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS.............................. 44 ANEXOS............................................................................................................... ANEXO I - TERMO DE ANUÊNCIA SECRETÁRIO DA SAÚDE.......................... ANEXO II - TERMO DE ANUÊNCIA DIRETORA DO SAMU................................ ANEXO III - PARECER CONSUBSTANCIADO DA FACULDADE SÃO LUCAS 50 51 55 57 48 12 1 INTRODUÇÃO No final da década de 70 no Brasil, ocorre o processo da reforma Sanitária Brasileira em decorrência, da crise nos paradigmas da psiquiatria clássica que tinha o hospital psiquiátrico como única alternativa de tratamento, proporcionando a cronicidade e a exclusão das pessoas com doença mental, e como resultado dos esforços dos movimentos sociais pelos direitos dos pacientes psiquiátricos (VOLPE, et al., 2010). A Reforma Psiquiátrica foi um movimento social e político que contribuiu para a desconstrução da proposta de internação em hospitais psiquiátricos, como estratégia principal no atendimento do paciente em crise psíquicas, criando serviços substitutivos que dessem conta da nova demanda e oferecessem uma abordagem de tratamento voltada para necessidade da convívio comunitário e a inserção ou reinserção desses pacientes na sociedade (BONFADA & GUIMARÃES, 2010). Lino, et al. (2010) complementam a ideia dos autores supracitados ao mencionar que o intuito da nova política de saúde mental é redirecionar o modelo de assistência em saúde mental centrado na enfermidade psiquiátrica e ajustado a cuidados que provocam a exclusão social e preconceito, para um molde fundamentado em diretrizes de amparo e cuidado integral no próprio território do sujeito, inclusive no momento da crise. De acordo com a Portaria nº 2048/GM, que regulamenta a Política Nacional de Atenção as Urgências, foi definido que a crise psiquiátrica é comumente identificada como urgências psiquiátricas, e quando ocorrem em domicilio ou em via pública é atribuída com competência técnica Serviços de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), compartilhada com a rede de atenção à saúde mental, a polícia e ao corpo de bombeiros (BRASIL, 2002). No Brasil, para criação do Atendimento Pré Hospitalar (APH) móvel o Ministério da Saúde (MS) publicou, a Política Nacional de Atenção às Urgências, no ano de 2003, resultando na criação do SAMU. Segundo esta legislação este serviço presta assistência direta e indiretamente, por meio da regulação médica, via telefone e no local do evento, de modo que, pela rapidez do socorro prestado, possa diminuir o número de óbitos e maiores sequelas (GONSAGA ETAL, 2013). Para Machado, Salvador e O’dwyer (2011) a implantação do SAMU como ação primária desta política foi pautada na comprovação da importância que as 13 centrais de regulação médica tinham para a atenção integral às urgências e emergências. Os autores destacam ainda que esta estratégia seria um artifício de colaborar, com o planejamento das atividades exercidas além de expandir e qualificar o acesso a estes serviços no Brasil, desta forma o SAMU pode ser considerado uma das portas de entrada dos usuários ao sistema, uma vez que além de receber e atender às demandas pertinentes na população, poderá evidenciar as deficiências que a rede possuí. De acordo com Bonfada e Guimarães (2010), após o atendimento pelo SAMU, os pacientes são encaminhados às instituições de suporte à saúde mental, que a partir da regulação feita no atendimento inicial, os pacientes poderão ser encaminhados a alguma unidade de saúde que o município que oferte assistência, podendo ser Centro de atenção Psicosocial (CAPS), nos seus mais diversos modelos ou ainda a hospitais psiquiátricos ou hospitais gerais, e desta forma haverá uma distribuição nas instituições de saúde. Os autores afirmam ainda que a urgência em saúde mental ocorre quando o paciente em crise necessita de uma assistência adequada em um curto espaço de tempo, de modo a evitar danos permanentes ou temporários a sua integridade física e psíquica no futuro. Salvador (2010) em seu estudo explana sobre o fato de que o SAMU pode ser considerado de forma ampla uma forma sitemática de avaliar um serviço de saúde, em determinado local, este fato permite que seja realizado um planejamento de soluções, bem como uma reorganização dos serviços já existentes, a fim prever e viabilizar soluções para diferentes problemas existentes. Diante do exposto o SAMU pode ser considerado observatório da Rede de Atenção à Saúde brasileira, é mandatório a realização de estudos que tracem um perfil epidemiológico e de saúde das ocorrências realizadas (SALVADOR 2010). No município de Porto Velho ainda não existem estudos que discutem a temática sobre o perfil dos atendimentos prestados ao paciente em crise psiquiátrica pelo SAMU, fato este que serve como motivação inicial para pesquisa, uma vez que um estudo desta natureza poderá contribuir sobremaneira para a criação de estratégias que visam formulação de políticas e programas de saúde e fortalecimento da qualidade da assistência oferecida aos pacientes acometido por doenças mentais, os resultados deste estudo contribuirá para futuras pesquisas que contemplem a mesma temática, disponibilizando dados capazes de fomentar discussões relacionadas ao APH a paciente em crise psiquiátrica. 14 Diante do exposto, este estudo tem como objetivo conhecer o perfil dos pacientes psiquiátrico atendidos pelo SAMU em Porto velho-RO, Amazônia Ocidental, no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2015. Como objetivos secundários apresentam os seguintes tópicos: levantar o número de atendimento psiquiátrico no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2015; Caracterizar o perfil demográfico obtidos dos atendimentos do SAMU referente ao sexo, faixa etária; Caracterizar as ocorrências decorrentes do atendimento psiquiátrico realizado, em relação ao horário da ocorrência, destino final, configuração da unidade de resgate e equipe envolvida no atendimento, histórico de medicações e/ou drogas e o nível de conciência e sinais vitais no momento do atendimento. 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DO ATENDIMENTO PRÉ-HOPITALAR MÓVEL Oliveira (2012) define APH como sendo toda assistência efetivada fora do âmbito hospitalar, seja de forma direta ou indiretamente a fim estabilizar condições vitais e redução de sequelas até a chegada a um hospital, a mesma pode ser desde uma simples orientação médica via telefone até o envio de envio de uma viatura de suporte básico ou avançado ao local da ocorrência, com o objetivo de manter a vida e minimizar sequelas. Segundo Vargas (2006) o Atendimento Pré-Hospitalar teve início na América do Norte e Europa, apresentando notável expansão após a Guerra do Vietnã, quando as autoridades perceberam que a atuação de socorristas nos locais de batalha e nos transportes para hospitais reduzia significativamente a mortalidade e aumentava o tempo de sobrevida dos soldados feridos. Segundo França e Martino (2013) as guerras foram que deram impulso e aperfeiçoaram APH móvel e o resgate uma vez que careciam de atendimento instantâneo e eficaz. Silva et al. (2010) discorre sobre a criação da ambulância no século XVIII idealizadas pelo médico do exército Napoleônico Dominique Jean Larrey, que tinha necessidade de resgatar os feridos imediatamente, desta forma projetou as unidades de transporte as quais deu o nome de “ambulâncias voadoras”, eram construídas em madeira leve, com rodas pequenas e o teto arredondado afim de evitar retenção de água durante a chuva, estas eram puxadas por cavalos. 15 França e Martino (2013) corroboram com o autor supracitado e acrescentam que esta iniciativa foi mantida até o século XIX, quando foi criada a Cruz Vermelha Internacional, responsável pelo atendimento imediato do feridos, ganhando destaque durante as guerras mundiais no século XX. Os autores discorrem ainda sobre o decreto sobre os Serviço Móveis de Urgência, Emergência e Reanimação (SMUR) criado na França e posteriormente criam o Serviço de atendimento Móvel de Urgência (SAMU) que era responsável por coordenar as atividades do SMUR, incorporando uma central de Regulação Médica. Durante a primeira e segunda Guerra mundial, estas ambulâncias foram aperfeiçoadas, surgem os primeiros modelos motorizados, e foram adequadas ao serviço primeiramente pelas equipes da Cruz Vermelha Internacional e posteriormente pelos serviços do corpo de Bombeiro brasileiro (SILVA et al.,2010). Há dois modelo de APH vigentes no mundo, o americano e o francês (FRANÇA E MARTINO, 2013). Segundo Machado, Salvador e O’dwyer (2011) o modelo norte americano propõe remoção imediata do paciente do local e este é realizado pelos paramédicos, habilitados em Suporte Básico de Vida (SBV) e Suporte Avançado de Vida (SAV) ou Técnicos em Emergências Médicas. Enquanto que o modelo francês é constituído por equipe de saúde com a presença de médicos e enfermeiros no caso de atendimentos com maior gravidade no caso SAV ou técnicos de enfermagem no caso de SBV. 2.2 SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA NO BRASIL O atendimento médico pré-hospitalar é uma área de atuação relativamente recente no Brasil, baseou-se no modelo Francês e sobre influências do modelo americano (CORDOBA, 2012). França e Martino (2013) discorrem que o APH brasileiro foi idealizado por anestesistas intensivistas emergenciais que basearam-se no modelo de atendimento de resgate francês, cuja as equipes são constituídas por profissionais de saúde. Segundo as autoras Ramos e Sanna (2005) a primeira ambulância com tração animal foi inaugurada no Rio de Janeiro no final do século XIX, com aprovação de lei pelo senado da República, que pretendia estabelecer na capital do país o socorro médico de emergência. As autoras fazem menção que em meados do século XX na 16 cidade de São Paulo foi implantado o Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU) o qual ficou sobre responsabilidade do município. França e Martino (2013) relatam em seus estudos sobre o Grupo de Emergência do Corpo de Bombeiros no Rio de Janeiro e o Projeto de Resgate em São Paulo na década de 80. O projeto na cidade de São Paulo foi desenvolvido juntamente com a Secretaria Estadual de Saúde, eles dispunham de viaturas de resgate com bombeiros treinados, viaturas de salvamentos e helicópteros tripulados com médicos e enfermeiros. No entanto, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência no Brasil ganhou destaque a partir de 2003, o propósito deste serviço foi melhorar o acesso e a qualidade no atendimento das urgências e emergências no país, nas áreas clínica, traumática, pediátrica, saude mental e gineco-obstétrica (MACHADO; BAPTISTA; NOGUEIRA, 2011). Segundo Brasil (2011), em 2003 quando entrou em vigor a Portaria 1864/GM, através da qual o Ministério da Saúde implementou a assistência pré-hospitalar no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecendo assim, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, no território nacional, nesta portaria fica claro que cabe ao SAMU realizar atendimentos psiquiátricos quando acionados, configurandose como porta de entrada, que articula o regulador do fluxo de Saúde Mental para encaminhar ao serviço mais adequado. A rede SAMU foi criada com a finalidade de funcionar vinte e quatro horas por dia, com equipes de profissionais de saúde - médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem - com vistas ao atendimento de urgências e emergências nas áreas clínica, pediátrica, cirúrgica, gineco-obstétrica, de saúde mental, dentre outras, diante da necessidade, em tais situações, de prestar o atendimento com o transporte adequado, encaminhando os pacientes a um serviço integrado ao SUS (BRASIL, 2003). De acordo com a Portaria n.º 2048/GM, de 05 de novembro de 2002, e ampliada em 2006, a qual faz parte da Política Nacional de Atenção às Urgências, a área de Urgência e Emergência constitui-se em um importante elemento da assistência à saúde e normatiza o serviço de APH. Ainda, estabelece regras que vão desde a especialização da equipe até as características dos veículos e os equipamentos a serem utilizados nas ambulâncias (BRASIL, 2006). De acordo com Brasil (2009) o SAMU é composto por uma equipe multidisciplinar, treinada e capacitada para atender as demandas de urgência. Este 17 serviço é administrado pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, tem parceria com o Ministério da Saúde. O serviço pode ser acionado pelo telefone 192 e atende a três objetivos: atendimento para casos clínicos, a regulação do sistema de vagas de urgência e emergência em hospitais secundários e terciários por uma central 24h e educação em urgência e emergência. Segundo dados do SAMU (2016), os Serviços de Atendimentos Móveis de Urgência contam com 177 centrais de regulação presentes em 3.049 municípios. Atualmente, o Brasil possui ambulâncias básicas 2.525, ambulâncias avançadas 583, 226 motolância, 13 embarcações e 7 equipes de aeromédicos, desta forma, o país possui cobertura para 157.299.697 milhões de pessoas, o que significa dizer que cerca de 77% a população brasileira é beneficiada pelos serviços do SAMU. Este serviço realiza atendimento de urgência e emergência em qualquer lugar, podendo ser desde uma simples resolução por atendimento telefônico ou mesmo pelo envio de uma viatura de suporte avançado de vida para o local, de acordo com o julgamento dos médicos reguladores das centrais que atendem ao público, visando sempre a manutenção da vida e à minimização de sequelas. 2.2.1 Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em Porto Velho De acordo com o último senso realizado pelo IBGE em 2010 com o município de Porto Velho possui uma população de 428.527 mil habitantes, com uma área de 34.096,394 Km². O SAMU no município de Porto Vellho foi implantado em 2005 pela Portaria nº 1.103/GM de 5 de julho de 2005, com 04 (quatro) equipes de Suporte Básico, 01 (uma) equipe de Suporte Avançado e 01 (uma) central SAMU 192. De acordo com Brasil (2002) a implantação do Samu 192, suas centrais de regulação e os Núcleos de Educação em Urgência são implantados nos municípios do território brasileiro com população igual ou superior a 100.000 habitantes. O SAMU no município atende 450 mil Porto-velhenses, os autores referem que antes de sua implantação deste serviço o resgate era realizado apenas pelo Corpo de Bombeiros. O bom desempenho e qualidade dos serviços prestados que o serviço de atendimento móvel de urgência tem oferecido a comunidade Porto-velhense, contribuíu para o aumento da confiança da população no serviço que atua com viaturas prontas para qualquer tipo de atendimento, e este fato faz a diferença entre a vida e a morte. (CORREIA E D’ANDREA, 2014) 18 Atualmente o SAMU no municipio de Porto Velho conta com 05 ambulâncias de suporte básico e 01 ambulância de suporte avançado, sendo responsáveis pelos atendimentos de urgência e emergência do município. Todas as ligações independentes do tipo de ocorrência são triadas pelo médico regulador de plantão na Central de Regulação Médica. Atualmente o quadro de funcionários do SAMU do municipio de Porto Velho, é constituído de 134 profissionais: 10 enfermeiros, 18 médicos, 33 condutores, 69 técnicos de enfermagem e 4 prestadores de serviços gerais. De acordo com dados da prefeitura do municipio de Porto Velho (2015) os profissionais do SAMU são divididos em 6 equipes, distribuídas entre ambulância básica, com 1 técnico e 1 motorista socorrista e ambulância avançada, com 1 técnico, 1 motorista, 1 enfermeiro e 1 médico, estes profissionais são treinados contínuamente, para prestarem os atendimentos com qualidade a toda população que solicitar o serviço em questão. Salienta-se que o SAMU conta ainda com uma base descentralizada, no município em Jacy Paraná, instalada em julho de 2014, com 6 técnicos, 6 motoristas e 1 ambulância básica. Segundo dados publicados pela prefeitura de Porto Vellho (2013) o SAMU do município, com o objetivo de aumentar a capacitação profissional instituiu o Núcleo de Educação Permanente (NEP). Esse tem por finalidade educar e capacitar os profissionais do quadro de prestação de serviços da saúde, e ainda é responsável por outros setores da sociedade, promovendo campanhas educativas em escolas, pits stop, simpósios e outros eventos. O NEP com é constituído por 18 profissionais compreendendo: médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, condutor, técnico atendente de regulação médica e operador de frota. Em Porto Velho, segundo Correia e D’ Andrea (2014) após os cuidados iniciais, os pacientes são conduzidos para as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e conforme a gravidade da ocorrência são transferidos para o Hospital e Pronto Socorro João Paulo II. 2.3 SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA E AS OCORRÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS Segundo o Ministério da Saúde, o atendimento pré-hospitalar pode ser definido como a assistência prestada em um primeiro nível de atenção, aos portadores de 19 quadros agudos, de natureza clínica, traumática ou psiquiátrica, quando ocorrem fora do ambiente hospitalar, podendo acarretar sequelas ou até mesmo a morte (RAMOS, 2005). Bonfada (2010) coloca que o aumento das urgências psiquiátricas levou a Política Nacional de Atenção às Urgências a defender que o atendimento préhospitalar dessas ocorrencias também seriam de responsabilidade do SAMU, quando o municipio tiver esse serviço disponível. O autor define ainda situação de urgência em saúde mental, como aquela em que o sujeito em crise necessita de uma assistência apropriada de modo a evitar danos permanentes ou temporários a sua integridade física e psíquica no futuro. De acordo com Brasil (2002), o atendimento prestado em domicílio e/ou em via pública a um indivíduo em crise psiquiatria, é geralmente realizado pelo Serviço SAMU. Encontramos ainda neste documento o conceito do termo crise, em psiquiátrica é usado para caracterizar as urgências e emergências psiquiátricas, como as psicoses, tentativa de suicídio, depressões, síndromes cerebrais orgânicas. O atendimento à crise psiquiátrica, conforme a legislação e diretrizes da Reforma Psiquiátrica pode ser realizado pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), emergência em hospital geral e emergência psiquiátrica, atenção básica e SAMU (SOUSA; SILVA; OLIVEIRA, 2010). Segundo a Portaria 2048/GM, que regulamenta o atendimento das urgências e emergências, a crise em saúde mental é geralmente identificada como urgência psiquiátrica, e desta forma atribuída como uma das responsabilidades do SAMU, a qual é compartilhada com a rede de atenção à saúde mental, a polícia e ao corpo de bombeiros (BRASIL, 2002). Após atendimento pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, os pacientes em crise psiquiátrica são encaminhados à instituições de suporte à saúde mental, podem ser encaminhados a alguma unidade de saúde que o município que oferte assistência, podendo ser CAPS, nos seus mais diversos modelos ou hospitais psiquiátricos e gerais, e com isso haver uma distribuição nas instituições de saúde (BONFADA, 2010). 20 3 METODOLOGIA 3.1 DESENHO DO ESTUDO Trata se de uma pesquisa documental com caráter descritivo e exploratório de abordagem quantitativa com delineamento retrospectivo com objetivo levantar dados a partir de um instrumento elaborado pelas pesquisadoras, baseado nas informações da ficha de atendimento utilizado no serviço do município de Porto Velho-RO no período de 01 de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2015. Segundo Fonseca (2002), a abordagem quantitativa é utilizada para quantificar os resultados centrados na objetividade. Quanto ao objetivo o referido estudo é classificado como exploratório proporcionando familiaridade com o problema, tornando mais explícito as fases da pesquisa e será descritiva sendo sistematizadas suas informações. O uso de procedimentos para análise de informações viabiliza o desenvolvimento do estudo. Nessa pesquisa, optou‐se pelos procedimentos da análise documental, que consiste em saber esclarecer a especificidade e o campo de análise de conteúdo. Seu objetivo resume-se na reapresentação condensada da informação (JÚNIOR, 2014). Para atender os critério específicos deste conceito, será realizado levantamento e análise nas ficha de ocorrência de ordem psiquiátrica, dos paciente atendidos e/ou removidos pelo Serviço de atendimento Móvel de Urgência (SAMU). 3.2 LOCAL DA PESQUISA O estudo foi realizado no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) no Município de Porto Velho/RO no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2015. O SAMU está localizado na Lourenço Pereira Lima n: 2276, bairro Embratel. O mesmo tem como finalidade realizar atendimentos médico pré-hospitalar de urgência, oferecendo os cuidados de urgências apropriados ao estado de saúde do cidadão. 3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA A população a estudada constituiu-se de pacientes em crise psiquiátrica removidos ou atendidos pelo Serviço de atendimento Móvel de Urgência Município de Porto Velho-RO. 21 A amostra foi constituída da totalidade dos casos que receberam atendimento e/ou foram removidos pelo SAMU no período de 01 de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2015. 3.4 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS O método utilizado para realização da coleta de dados constituiu-se de artigos científicos, metodológicos, livros bibliográficos, e pesquisa realizada nas bases de dados Lilacs, Scielo e BIREME. O estudo foi desenvolvido mediante autorização da direção do órgão Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). A coleta dos dados foi realizada na própria instituição de estudo o SAMU. O instrumento inicial para a coleta de dados organizou-se inicialmente de artigos científicos, metodológicos e livros bibliográficos. Após a autorização e a aprovação da direção do SAMU, foi agendado horários para realizar a pesquisa nos arquivos, nas fichas de ocorrência, utilizando um o questionário composto de 15 perguntas fechadas. A partir da fonte de dados secundários, foi construído um banco de dados contendo informações referentes a data, turno da ocorrência, UR (unidade de resgate) e equipe de socorristas envolvidos, parâmetros vitais e nível de conciência no momento do atendimento, histórico de uso de medicações e/ou drogas, presença de agravos além do distúrbio mental, dados demográficos (sexo e faixa etária) e unidade de destino dos pacientes atendidos ou removidos pelo SAMU, que apresentavam se em crise psiquiátrica, no período de 01 de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2015. A pesquisa somente foi iniciada após anuência do Secretário de Saúde do municipio (ANEXO I), da direção do SAMU (ANEXO II) e aprovação pelo comitê de Ética e Pesquisa (CEP) (ANEXO III) conforme a resolução n° 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). 3.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO A seleção da população de estudo foi realizada mediante aos critérios de inclusão: paciente atendido e/ou removido pelo SAMU em crise psiquiátrica, o atendimento ter ocorrido no período de 01 de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2015, ser residentes em Porto Velho. 22 Foram excluídos da pesquisa, fichas dos pacientes que não residiam no município de Porto Velho/RO, aqueles que a resolução do problema ocorreu apenas por atendimento telefônico, as ocorrências que foram canceladas, ou seja, não geraram atendimento e fichas com datas anteriores e posteriores a data da pesquisa, bem com as fichas em que o motivo da chamada não seja crises ou distúrbios psiquiátricos. 3.6 PRINCÍPIOS ÉTICOS E LEGAIS Para efetuar o estudo foram apresentados os parâmetros contidos na resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde que dispõe sobre pesquisas envolvendo seres humanos. Na resolução nº 466 de 12 de dezembro de 2012, em especial o inciso III.1, alínea A “respeito ao participante da pesquisa em sua dignidade e autonomia, reconhecendo sua vulnerabilidade, assegurando sua vontade de contribuir e permanecer, ou não, na pesquisa, por intermédio de manifestação expressa, livre e esclarecida”, inciso III.2 alínea G “ obter consentimento livre e esclarecido do participante da pesquisa e/ou seu representante legal”, a alínea I “prever procedimentos que assegurem a confidencialidade e a privacidade, a proteção da imagem e a não estigmatização dos participantes da pesquisa, garantindo a não utilização das informações em prejuízo das pessoas”. Alínea N “assegurar aos participantes da pesquisa os benefícios resultantes do projeto, seja em termos de retorno social, acesso aos procedimentos, produtos ou agentes da pesquisa”. A coleta de dados nas fichas de ocorrência, para construção do banco de dados foi realizada após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) pelo Centro de Ensino São Lucas, sob o número do parecer 1.592.218, e anuência do Secretário de Saúde do Município e da Direção do SAMU. 3.7 ANÁLISES DE DADOS Após a coleta de dados, as informações foram organizadas no programa Microsoft Office Excel 2013, formatando os dados pela análise estatística e descritiva. Após a tabulação dos dados foram organizados em gráficos e tabelas com categorias e percentuais relacionados às questões da pesquisa e discutidos com literatura pertinente. 23 3.8 RISCOS E BENEFÍCIOS Essa pesquisa foi iniciada após o consentimento e autorização da direção do Serviço de atendimento Móvel de Urgência (SAMU) do município de Porto Velho-RO e mediante aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa, pelo Centro de Ensino São Lucas, sob o número do parecer 1.592.218. Em nenhum dos momentos esta pesquisa trará complicações legais. A conduta adotada nesta pesquisa obedeceu aos Critérios da Ética em Pesquisa com Seres Humanos conforme Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Nenhum dos procedimentos usados ofereceu risco à dignidade dos participantes pesquisados. Como benefício acreditamos que esta pesquisa contribua de forma a tornar evidente que a estruturação de um serviço eficiente e eficaz traz à população segurança e garantia da qualidade na assistência, fomentando discussões acerca da temática, bem como ao serviço, trazendo contribuições de melhorias no atendimento do paciente em crise psiquiátrica 24 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Para a análise dos dados, considerou-se os motivos registrados nas fichas de atendimento do SAMU que levaram os usuários da cidade Porto Velho-RO a acionarem o serviço para atendimento e/ou remoção de paciente psiquiátrico. Neste estudo foram analisadas 42.105 (100%) fichas de ocorrências no SAMU período de 01 de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2015, destas 1.179 (2,9%) se encaixaram nos critérios de inclusão da pesquisa. Constataram-se dados relevantes acerca dos atendimentos e ou remoções de paciente em crise psiquiátrica realizados pelo SAMU em Porto Velho-RO. Os resultados foram analisados de acordo com a sequência dos objetivos propostos: levantar o número de atendimento psiquiátrico no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2015; caracterizar o perfil demográfico obtidas dos atendimentos do SAMU referente ao sexo, faixa etária; caracterizar as ocorrências decorrentes do atendimento psiquiátrico realizado, em relação ao horário da ocorrência, destino final, configuração da unidade de resgate e equipe envolvida no atendimento, histórico de medicações e/ou drogas e o nível de conciência e sinais vitais no momento do atendimento. Dados do estudo de Costa, Silva e Santana (2015) apresentaram uma média superior aos dados encontrados no estudo realizado no triênio (2013 a 2015) no SAMU de Porto Velho. Conforme estudo realizado pelos autores em Macapá - AP durante biênio (2013- 2014) onde analisaram 8.902 ocorrências atendidas pelo SAMU onde 5% das ocorrências foram caracterizadas como de ordem psiquiátrica. Resultados divergente desta pesquisa foi o realizado por Dias et.al (2016) em um estudo que buscou identificar o perfil epidemiológico e de saúde dos atendimentos realizados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do Rio Grande do Norte no período de janeiro a abril do ano de 2014, os autores analisaram um total de 3.209 ocorrências e dessas 180 (5,6%) foram por motivos psiquiátricos. Avaliando as ocorrências separadamente as ocorrências no triênio, o ano de 2013 apresenta o menor número atendidos realizados pelo SAMU, no entanto o maior número de ocorrências envolvendo paciente com disturbio mental, foram analisadas 11.269 fichas e destas 451 (4%) foram categorizados como de ordem pisiquiátrica. No ano de 2014 apresentou o maior número de ocorrências atendidas pelo serviço, gerando um total de 16.640, no entanto apenas 57 (2,1%) destes envolviam casos psiquiátricos, no ano 2015 voltam a diminuir os atendimento no serviço, no entanto 25 pontuando um aumento relacionado as ocorrências psiquiátricas dos 14.096 casos atendidos, 2,6% foram de ordem psiquiátrica. Gráfico 1 – Número de atendimentos e/ou remoções, de pacientes de ordem psiquiátrica, realizados no triênio, pelo SAMU de Porto Velho-RO, 2013-2015 18,000 16,000 14,000 12,000 10,000 8,000 6,000 4,000 4,0% 2,000 0 Ocorrências no Samu Ocorrências de ordem psiquiátrica 2,6% 2,1% 2013 11,269 2014 16,740 2015 14,096 452 358 369 Fonte: Salin (2016). Estudo realizado por Campos (2010) no SAMU-Cuiabá encontrou em estudo 19.400 atendimentos quando investigou sobre os atendimentos de natureza psiquiátrica no Samu-Cuiabá, em 2010 onde 3,7% foram de natureza psiquiátrica. O autor menciona ainda após analisar dados de um estudo realizado sobre as ocorrências atendidas pelo SAMU-Cuiabá em 2009 onde apresentou 3,8% do total dos atendimentos eram natureza psiquiátrica e conclui que não houve alteração significativa entre as pesquisas do biênio (2009-2010). Estes dados divergem dos resultados encontrados nesta pesquisa onde percebemos um decréscimo de 2013 para 2014 e deste para 2015 as ocorrencias envolvendo pacientes psiquiátricos volta a aumentar. Um levantamento sobre os atendimentos a pacientes psiquiátricos colhido no Setor de Pronto Atendimento e no Setor de Estatística do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do estado de Alagoas, indica que a cada ano aumenta o número de atendimentos psiquiátricos. De acordo com a coordenadora médica do Samu do estado de Alagoas, Valdenice Oliveira este aumento e veridico, segundo ela nos três primeiros meses de 2014 foram realizados 944 atendimentos uma média 26 10,48 dia e; enquanto no mesmo período de 2015 o número passou para 1.041 uma média 11,41 atendimentos por dia. (ALAGOAS, 2015). Essa informações corrobora com o encontrados na pesquisa onde houve um aumento no número de atendimentos entre os últimos anos da pesquisa, mesmo que ainda seja um aumento discreto. De acordo com o que observamos em estudo realizados em diferentes contextos podemos afirmar que os atendimentos de ordem psiquiátrica podem variar na avaliação geral dos atendimentos. Segundo Campos (2010) não como há uma padronização para coleta e registro de informações a origem dos dados, podendo incorrer em diferentes resultados e pode dificultar comparações entre eles. Diante dos dados coletados a caracterização demográfica dos pacientes em crise psiquiátrica atendidos pelo SAMU, a Tabela 1 aborda as variáveis referentes a idade e sexo. Observou-se no triênio (2013 à 2015), que a maioria das ocorrências era do sexo masculino (66,8%) e o sexo feminino apresenta-se apenas com 33,2% dos casos atendidos. Quanto à faixa etária no sexo masculino houve predominância de 22,1% na faixa etária de 21 a 30, seguido 16,9% com idade de 31 a 40 anos, 11,2% com idade inferior a 21 anos e 7,7% as de 41 a 50 anos, enquanto que no sexo feminino a maior incidência ocorreu na faixa etária de 31 a 40 anos de idade 10,5%, seguido de 6,9 % com 41 á 50 anos, 6,4% as de 21 a 30 anos de idade e 3,8% das ocorrências envolviam paciente psiquiátricas menores 21 anos. Com base nestes dados afirmar que o maior número de ocorrências de ordem psiquiátrica reunem paciente de 15 a 50 anos totalizando 85,4% dos atendimentos. Os outros 14,6% estão distribuídos, entre as fichas que não constavam registro de idade (4,6%) e entre as faixas etárias: de 41 a 50 (7,7%), 51 a 60 (3,7%) e maiores que 60 (2,2%) nos homens e nas fichas das mulheres entre a faixas etárias: menor de até 21 anos (3,8%), 51 a 60 (3,0%) e maiores que 60 (1,5%), conforme apresentado na tabela 1. 27 Tabela 1 – Distribuição dos dados demográficos, dos pacientes em crise psiquiátrica atendidos e/ou removidos pelo SAMU de Porto Velho-RO, 2013-2015 Sexo Faixa etária Masculino Feminino Total n % n % n % Menores de 21 132 11,2% 45 3,8% 177 15,0% 21 á 30 anos 260 22,1% 75 6,4% 335 28,4% 31 á 40 anos 199 16,9% 124 10,5% 323 27,4% 41 á 50 anos 91 7,7% 81 6,9% 172 14,6% 51 à 60 anos 44 3,7% 35 3,0% 79 6,7% > que 60 anos 26 2,2% 13 1,1% 39 3,3% Não registrados 36 3,1% 18 1,5% 54 4,6% TOTAL 788 66,8% 391 33,2% 1179 100,0% Fonte: Salin (2016). Resultado semelhante a um estudo realizado nos atendimentos de ocorrências de ordem psiquiátrica realizados em Palmas - TO, onde apresentou um predominou dos caso em sexo masculino (56,7%) (NABI, 2012). Corroborando com o resultado da pesquisa e com o autor supracitado, um estudo sobre os atendimentos de natureza psiquiátricas no SAMU de Cuiabá, em 2010, realizado por Campos (2012) apontou uma preponderância no sexo masculino com 53,0% dos caso envolvendo pacientes com distúrbios mentais, e 43,5% do sexo feminino, neste estudo 3,5% das fichas das ocorrências não continham registro sobre o sexo. Ratificando o resultado deste estudo Sousa, Silva e Oliveira (2010), em um estudo com a população de internados no Serviço de Emergência Psiquiátrica em Hospital Geral do município de Sobral- CE no ano de 2007 aponta que 70,1% das ocorrências envolvendo pacientes psiquiátricos eram do sexo masculino e apenas 29,85% sexo feminino. Ainda no mesmo estudo diante da característica sociodemográfica, idade, os autores apontam que 64,4% das ocorrencias de ordem psiquiatricas ocorreram com paciente na faixa etária dos paciente menores de 21 à 49 anos, dados muito semelhante ao encontrados neste estudo . Para Organização Mundial de Saúde a idade é um determinante dos transtornos psiquiátricos. Corroborando com outros estudos esta pesquisa assinala que a faixa etária de preponderância corresponde a das pessoas que encontram-se 28 em idade ativa. De acordo com Drummond, Radicchi e Gontijo (2014) e a presença de distúrbios mentais nessa faixa etária influência de maneira geral no estilo de vida dos indivíduos uma vez que comumente são marcados por apresentarem situações de risco, fato este marca a gravidade clínica. O autores afirmam ainda que os fatores sociais contribuem na evolução dos casos e interferem diretamente no dia-a-dia dos indivíduos, dificultando e até impedindo a o desenvolvimento das atividades cotidianas. Em relação a descrição do turno de atendimento e/ou remoção de ordem psiquiátrica no triênio (2013 à 2015) os turnos manhã (07h00min-12h59min), tarde (13h00min-18h59min) e noite (19h00min-06h59min) praticamente equipararam-se, em termos de solicitação de atendimentos para tais ocorrências, com os respectivos percentuais sendo 34,3%, 31% e 34,7%. Tabela 2 - Descrição do turno do atendimento e/ou remoção de ordem psiquiátrica pelo SAMU de Porto Velho-RO, 2013-2015 Sexo Turno da demanda Masculino Feminino Total n % n % n % Manhã 277 23,5% 127 10,8 % 404 34,3% Tarde 237 20,1% 129 10,9 % 366 31,0% Noite 274 23,2% 135 11,5 % 409 34,7% Total 788 66,8% 391 33,2 % 1179 100,0% Fonte: Salin (2016). Quanto ao horário de atendimento, ao analisar a tabela 2, observa-se que a maior concentração no atendimento de ordem psiquiátrica ocorreu no período matutino e noturno com 69%, e as demais ocorrências com um percentual de 31% no período vespertino, valor semelhante foi encontrado no estudo de Dias (2012) que apresentou uma concentração de 54,85%, no entanto os turnos em que os eventos ocorreram divergem dos encontrados no estudo, os turnos de maior concentração citado por Dias foram manhã e tarde com respectivamente 27,91% e 26,94% Outros estudos sobre a descrição do horário no atendimento de caso envolvendo pacientes com distúrbios mentais, mostram um percentual semelhante ao estudo, no entanto também divergem nos turnos de maior ocorrências. Como o de 29 Campos (2012) mostra que 64,5% dos atendimentos aconteceram no período diurno, ou seja, matutino e vespertino, e 35,5% no período noturno, ou o estudo de Cruz et.al (2010), realizado no Chile em um serviço de Urgências do Instituto Psiquiátrico apontou que atendimentos às urgências psiquiátricas aconteceram no turno matutino e vespertino com um percentual de 76,7% dos eventos, embora seja uma taxa maior do que a encontrada pelos autores supracitados, os turnos se enquadram. O estudo realizado no Samu de Cuiabá por Duarte; Lucena; Morita (2011) corroboram com os autores supracitados quando mencionam sobre os turnos de maior incidência das ocorrências psiquiatricas, onde o maior número de atendimentos ocorreu no período diurno. No que se refere ao tipo de veículo de suporte utilizado para o atendimento das 1.174 (100%) ocorrências a atendimentos a pacientes em surto psicóticos realizadas no triênio, destaca-se a apresentação das Unidades de Suporte Básico (USB) em 100% dos casos. Quanto configuração dos profissionais envolvidos no atendimento, em 100% das ocorrências estiveram presentes condutor e Técnico e /ou Auxiliar de Enfermagem e em 5,9% (n=69) houve participação do médico via telefone e em 9,3% (n=110) das ocorrências foi solicitado auxílio de uma equipe de apoio, polícia militar, para conter o paciente e auxilar no atendimento ou/e remoção a uma unidade de saúde de acordo com o gráfico 2. Gráfico 2: Profissionais envolvidos no atendimento e/ou remoção de ordem psiquiátrica pelo SAMU de Porto Velho-RO, 2013-2015 100% 100% 1200 1000 800 600 400 5,9% 200 0 Series1 Total da ocorrências de ordem psiquiátrica 1179 Com participação do Téc/Aux de enfermagem e Condutor 1179 Com participação do médico regulador via telefone 69 9,3% Com participação da equipe apoio polícia militar 110 Fonte: Salin (2016). O resultado encontrado no estudo está de acordo com o preconizado pelas diretrizes, para regulação médica, estabelecidas na Política Nacional de Atenção às 30 Urgências, uma vez que em 100% das fichas, de ocorrências a pacientes psiquiátricos, avaliadas foram enviadas USB. Dados estes vem ao encontro ao descrito por Bonfada e Guimaraes (2012) onde afirmam que assistência durante os eventos que envolvem indivíduos com distúrbios mentais, prestado pelo SAMU devem ser encaminhadas viaturas que contam apenas com equipamentos básicos e com a presença de um socorrista condutor e um técnico de enfermagem, no entanto cabe a regulação medica decidir pelo envio de uma unidade de suporte básico ou avançado. O autor supracitado afirma ainda que os socorristas da USB devem deslocarse até o ponto da ocorrência, conforme a necessidade ou dúvida sobre qual conduta seguir entram em contato com o médico regulador na base do serviço. Fato esse vem ao encontro dos resultados encontrados na pesquisa no qual a equipe de resgate entrou em contato com médico regulador em 5,9% dos atendimentos a paciente em surto psicóticos, e seguiram as orientações recebidas por telefone, na maioria destas a regulação médica, prescreveu via telefone contenção química com Haldol® e Fenergan®. De acordo com a diretora do Samu Porto Velho Mara Benedicta de Rezende Monte Correia, assim que a equipe retorna para base colhem assinatura do médico regulador responsável pela prescrição via telefone, a diretora salienta que no final de cada turno de trabalho a equipe técnica repassa as fichas referente aos atendimentos realizados durante o plantão ao enfermeiro supervisor do plantão e este é responsável pela conferência do preenchimento. A ação da regulação médica do Samu de Porto Velho quando a prescrição de drogas psicotrópicas via telefone é com a intenção de não prejudicar as ocorrências psiquiátricas que são atendidas em 100% dos casos pelas ambulâncias de suporte básico de vida, onde os profissionais deste tipo de ambulância iriam somente dispor da contenção Mecânica, onde muitas vezes pode levar a um atendimento com atitudes repressivas e violentas que aumentam o desespero e angústia dos pacientes em crise psíquica. De acordo com Brito, Bonfada e Guimaraes (2015) o uso de psicotrópicos permitiu uma melhoria na assistência em saúde mental, uma vez que estas medicações estão contidas nos planos terapêuticos dos pacientes psiquiátricos dos serviços. No entanto o autor salienta que a utilização destas drogas não deve ser vista como a única opção disponível aos profissionais no tratamento ou abordagem, nem como uma formula mágica para sanar os comportamentos do paciente em crise, que devido a visão estigmatizada da doença mental, possa ocasionar incômodo, 31 constrangimento ou medo a equipe. A contenção química deve ser realizada de forma criteriosa e com indicativo clínico condizente, ou seja nas situações em que o paciente põe em risco a sua integridade ou a de outras pessoas. Quanto a participação de equipe de apoio nas ocorrências a pesquisa assinala que em 9,3% os atendimento envolvendo pacientes psiquiátricos, a Polícia Militar (PM) foi acionada. Segundo (Brasil 2002) a Portaria 2.048/GM assegura que o SAMU tem responsabilidade de reconhecer a precisão de acionar a PM ou outros atores durante o atendimento a pacientes psiquiátricos, quando a ocorrência se configurar como uma situações de risco para si e para os outros Brito, Bonfada e Guimaraes (2015) avaliam a participação da Policia Militar PM como positiva, pois auxilia no atendimento ao paciente em crise psíquica, uma vez que e diminui o tempo já que a maioria dos pacientes psiquiátricos sentem-se intimidados ou tem medo tem da polícia. No estudo a polícia militar é acionada pelo fato de grande parte dos profissionais socorristas do SAMU de Porto Velho ser constituído basicamente por mulheres e frequentemente em algumas situações quando as tentativas de intervenção verbal não é suficiente na abordagem ao paciente, e este precisa de contenção física e/ou química. Bonfada (2010) corrobora com o autor supracitado no entanto, descreve que o apoio polícia militar, nos atendimentos a indivíduos com distúrbios psíquicos, deve ser restrito às circunstâncias em que haja comprovadamente perigo para a equipe, paciente e/ou terceiros, pois ao acionarmos corriqueiramente esse apoio nas ocorrências contribuiremos com estigma criado a respeito de que pacientes com distúrbios mentais trazem perigo à sociedade, e desta forma não fortaleceremos a socialização e humanização no cuidado aos indivíduos com distúrbios mentais. Brito, Bonfada e Guimaraes (2015) descrevem o tempo como um agravante em a participação da PM nos atendimento às urgências psiquiátricas. Uma vez que o protocolo de atendimento e indicadores de qualidade do Samu são orientados pelo menor tempo para chegar no local da ocorrência. E para A PM fator tempo não é prioridade quando refere-se ao auxilio no atendimento de casos envolvendo pacientes psiquiátricos. Percebeu-se a partir do dados do gráfico 2 que 847 das fichas (71,8%) de ocorrências do triênio exibiam registo sobre histórico de uso medicação psicotrópicas e/ou drogas e deste percentual 660 (56%) com apenas histórico de mediação e 187 32 (15%) com histórico de uso de mediação e drogas, e restante das fichas 332 (28,2%) não apresentavam registro sobre histórico de medicação e/ou drogas. Ao analisarmos a totalidade de ocorrências que exibiram histórico de uso medicação psicotrópicas e/ou drogas por sexo, evidenciou-se que nos homens 445 (37,7%) apresentaram histórico de uso de medicações e 134 (11,4%) histórico de medicação e drogas, enquanto que nas mulheres 215 (18,2%) apresentaram histórico de medicações e 53 (4,5%) mediação e drogas. Gráfico 3 – Relação do histórico de medicações e/ou drogas dos paciente atendidos e/ou removidos em crise psiquiátrica pelo SAMU de Porto Velho-RO, 2013-2015 700 56% 600 500 37,7% 400 28,2% 300 18,2% 200 15,9% 11,4% 100 4,5% 0 homens Histórico de medicações mulheres total de fichas Histórico de medicações e drogas Sem registro do uso de medicação e/ou droga Fonte: Salin (2016). No que diz respeito ao histórico de uso medicação e drogas nos casos de surtos psicóticos atendidos pelo Samu no triênio, apesar de encontrarmos um número significativo, acredita-se que estes valores podem estar subestimados, uma vez que a pesquisa foi coletada de dados secundários, fichas de registro de atendimentos, o que pode ser comum durante uma atendimento de emergência o esquecimento de alguns detalhes no momento, ou ainda pelo fato frequentemente os agravos ocorrem em vias públicas, onde os socorroistas não conseguem informações específicas com a população ou paciente que está em crise, não sabe responder e a família nem sempre está no local. É importante salientar quando em domicílio ou locais em que o 33 familiar está presente o relato mais frequente é sobre a não adesão do paciente ao tratamento medicamentoso. A não adesão ao tratamento dos transtornos mentais pelos pacientes psiquiátricos é relatado no estudo de Cardoso et.al (2011) em cerca de 50% do pacientes, e isso pode, além de dificultar o tratamento terapêutico e abordagens psicossociais, prejudicando a convivência familiar e social do paciente. E essa é considerada uma das principais causas de recaída e frequentes a reinternação dos pacientes como afirmam em seu estudo Cardoso e Galera (2009), os autores sugerem ainda que o risco de recaída gira aproximadamente em torno de 3.5 a 10% ao mês. Miasso, Carmo e Tirapelli (2012) corroboram com os autores supracitados e apontam que em sua pesquisa com 101 pacientes psiquiátricos em tratamento em um Núcleo de Saúde Mental de um município do interior de São Paulo, 63% destes não aderiam ao tratamento, fato que aumentava a recorrência das crises. Santos (2014) em sua pesquisa sobre atendimento do SAMU de Maceió – AL a pacientes com distúrbios mentais, encontrou uma prevalência maior de homens. O autor menciona ainda que este fato está relacionado se a não adesão das pessoas do sexo masculino ao tratamento, dados estes corroboram com nosso estudo onde os homens foram homens as maiores vítimas socorridas pelo Samu em crise psiquiátrica. Em nosso estudo encontramos um número relativamente significativo de fichas com histórico de uso de drogas. Há evidências consideráveis em estudos de que uso dessas substâncias está associado com risco aumentado de piorar o curso das doenças mentais e ainda exacerbar os sintomas. (D'SOUZA et al., 2009; REALINI et al., 2009; WELCH et al., 2011). Observa se pelo gráfico 03, que das 1179 fichas que geraram ocorrência ao paciente psiquiátricos, 1.159 (98,2%) das fichas não exibiram relatos de outros agravos além da doença mental, e apenas 21 (1,8%) apresentaram outros agravos, que foram distribuídos em: 10 (0,85%) casos de Hipertensão Arterial Sistêmica, 3 (0,25%) Diabetes Mellitos, 2 (0,17%) Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e 1 (0,08%) Acidende Vascular encefálico, encontramos 5 (0,42%) das fichas de registro de ocorrências com relato de gestantes em crise psiquiátricas. 34 Gráfico 4 – Relação quanto a presença de agravos além do distúrbio mental nos paciente atendidos e/ou removidos em crise psiquiátrica pelo SAMU de Porto Velho-RO, 2013-2015 Fonte: Salin (2016). Segundo estudo realizado por Branquinho et.al (2014), com 146 prontuários de pacientes psiquiátricos, em um Centro de Atenção Psicossocial II (CAPS II), no município de Três Lagoas-MS no ano de 2013 a 2014, apontou que 15 destes apresentavam além do distúrbio mental, hipertensão arterial sistêmica e/ou Diabetes Mellitos. Os autores mencionam sobre a probabilidades de esse número ser ainda maior, visto a omissão de anotações nos registros. Em nossa pesquisa se levarmos em consideração a falta de registro nas fichas das ocorrências sobre o nível de pressão arterial dos paciente, na tabela 3, pode ocorrer que o número de pacientes acometidos por HAS seja maior. Outro estudo onde encontramos informações sobre pacientes psiquiátricos acometidos por outros agravos, foi o realizado por Farias et.al (2013) no qual ele investigou sobre o cotidiano de 20 pacientes psiquiátricos portadores do vírus HIV, os resultados da do estudo não limitou-se a apresentar números, mas sim discutir o sentimento de medo da morte, a rejeição e o preconceito marca o cotidiano desses indivíduos. Apesar dos dois estudos apresentarem dados muito superiores aos da pesquisa, eles corroboram sobre o fato dos pacientes psiquiátricos serem acometidos por outros agravos. E isso pode tornar a vida mais sofrida e difícil, pois sabemos o quão é desafiador e complexo é o tratamento de um paciente acometido apenas de 35 moléstia psiquiátrica, imagina além desta ser portador de outros agravos que exijam além de tratamento medicamentoso por um período longo de tempo. Esse necessitará acompanhamento integral pela equipe e supervisão familiar, e ainda necessita da cooperação do paciente para com a rotina e hábitos alimentares a fim de evitar comorbidades. Moreira (2010) afirma que o paciente e frequentemente os familiares escondem os diagnósticos da soropositividade para HIV como um mecanismo de proteção em relação ao preconceito e à discriminação da sociedade. Levando em conta essa colocação pode-se supor que o número de pacientes doentes mentais com esta afecção pode ser superior ao relatado na pesquisa. Em relação a presença de agravos além do distúrbio mental, 5 (0,42%) dos casos de ocorrências em que assistiram a pacientes psiquiátricas gestantes. Um estudo desenvolvido por Kassada et.al (2015) a população utilizada pelo autor na pesquisa constituiu-se 394 gestantes cadastradas em Unidades Básicas de Saúde localizadas na cidade de Maringá – PR no ano de 2012, e desta amostra 51 (12,94%) entrevistadas afirmaram ter disturbio mental na gestação, durante a consulta nos prontuários das gestantes para confirmar as informações alem de ratificar as informações, outro achado foi levantado onde identificou que apenas 4 gestantes (1.01%) apresentava transtorno psiquiátrico prévio. Em um estudo no Rio Grande do Sul para determinar a prevalência de prováveis transtornos mentais durante a gestação realizado por Almeida (2012) mostrou que das 712 gestantes que construíram sua amostra, 297 (41,7%) das apresentaram transtorno psiquiátrico. Os resultados apresentados nos estudos acima aparentam valores significativos sobre a presença de gestantes com distúrbios mentais, portanto pela falta de informações sobre o tempos ou tipo do distúrbio não poderemos afirmar semelhança ou divergência do nosso estudo. Quanto a presença de lesões, escoriações ou hematomas 945 (80,2%) dos atendimentos, os pacientes psiquiátrico não apresentaram nenhum tipo lesões, enquanto que 207 (17,6%) não continham registros sobre a presença ou ausência de lesões no momento do assistência, e apenas 27 (2,3%) mencionava presença de lesões, escoriações e hematomas pelo corpo, e foram distribuídas da seguinte forma: 12 (1,02%) na região da cabeça e face, 8 (0,68%) nos membros superiores (MMSS), 5 (0,42%) nos membros inferior, 1 (0.08%) na região dorsal e 1 (0,08%) com lesões no corpo todo, conforme gráfico 5. 36 Gráfico 5 – Presença de escoriações, hematomas ou lesões nos paciente atendidos e/ou removidos em crise psiquiátrica pelo SAMU de Porto Velho-RO, 2013-2015 Fonte: Salin (2016). Nos registros das fichas de ocorrência que geraram atendimento a pacientes psiquiátricos, constam que apenas os locais das lesões, escoriações ou hematomas, não a etiologia destas, podemos suspeitar que a pessoa possa ter sido agressão física ou foi autolesão. O estudo de Albuquerque e Barros (2013) mencionam que os portadores de distúrbios mentais são caracterizados como um fator de risco para sofrer agressão física. Salles e Barros (2013) corroborando com a fala do autor supracitados, mencionam que mais provável que pacientes psiquiátricos sejam vítimas de agressão físicas do que agressores, afirmam ainda que a frequência de agressões fisicas e verbais são extremamente superiores a sofrida pela população geral. Estudo realizado com 7.403 pessoas entrevistadas na Inglaterra sobre prevalência de resultados de saúde mental por orientação sexual, demonstrou que 2, 82% dos pacientes apresentaram automutilação (CHAKRABORTY, A. et al. apud ALBUQUERQUE 2016). Garreto (2015) em seu estudo avaliou 33 pacientes, que buscaram auxilio para com a auto mutiliação, o autor mencionar que é comum o indivíduo causar lesões em seu corpo, em busca de alívio ou sensação de bem estar. Durante a investigação foi comprovado que todos os pacientes eram portadores de distúrbios mentais. E que as lesões eram geralmente na parte anterior do corpo pela facilidade do acesso. 37 Giusti (2013) define autolesão como atos impulsivos e intencionais de agressão em alguma parte do corpo, sem intenção suicida. Relata que em sua pesquisa as formas mais frequentes de mutilação foram: cortes na pele, interferência no processo de cicatrização de ferimentos fazendo com que aumentam, bate em si mesmo, beliscar-se, morder-se, queimar-se, arranhar-se, arranca cabelos, entre outras agressões contra si mesmo. E aponta ainda que atos foram utilizados como uma forma de enfrentamento de sentimentos intensos, como: ansiedade, tristeza, raiva, parar algo ruim, para punir-se, para relaxar ou mesmo pedir ajuda. A amostra para realização da pesquisa supracitada foi constituída por 70 pacientes e desses 40 (57%) apresentaram sinais de mutilações. Além da entrevista com essas pessoas, uma análise dos prontuários foi realizada, e através foi possivel confirmar pontos comuns entre o início e evolução da automutilação, n maioria dos pacientes iniciou como ato impulsivo em momentos de raiva ou tristeza e quando se maltratavam sentiam-se aliviado com sensação de bem estar. E sempre que um paciente enfrentar situações desagradáves irão buscar por essas sensações, e com o passar do tempo tornam-se mais frequente e aumentam inclusive o número de cortes ou demais agressões contra si mesmo. Através da tabela 03 podemos observar os parâmetros dos sinais vitais dos paciente com distúrbios mentais no momento do atendimento e/ou remoção. Das 1.179 fichas analisadas 1.012 (85,5%) continham informação sobre nível de conciência a vítima, 167 (14,2%) não continham nenhum registro neste quesito. Quanto a presença do pulso (radial) 961 (81,5%) havia relatos que estava presente, enquanto que em 218 (18,5%) não continham descrição sobre a verificação do pulso. Sobre a verificação da frequência respiratória 830 (70,4%) continham informações sobre este sinal vital, e dessas apenas 2 (0,2%) com registros sobre presença de dispneia, enquanto que 828 (70.2%) apontado como FR presente, e o restante das fichas 349 (29,6%) não continham nenhum tipo de anotação relacionada a respiração. Quanto a mensuração da pressão arterial 204 (17,3%) apresentavam-se normotensos, 27 (2,3%) com hipertensão arterial, 10 (0,8%) com hipotensão arterial e o restante das fichas selecionadas 938 (79,9%) não continham informação alguma sobre esse sinal vital. Na verificação da saturação de O2, 148 (12%) apresentavam nível de saturação, de oxigênio normal e 1.031 (87,4%) não continham informações sobre Sat de O2. 38 Tabela 3 – Parâmetros dos sinais vitais, oxigenação periférica e nível de consciência no momento do atendimento e/ou remoção dos pacientes em crise psiquiátrica pelo SAMU de Porto Velho-RO, 2013-2015 Variáveis Número Percentual (%) 1.012 0 167 85,8% 0,0% 14,2% 100% 961 0 218 81,5% 0,0% 18,5% 100% Nível de conciência Consciente Inconsciente Não Registrado TOTAL Pulso radial Presente Ausente Não registrado TOTAL Frequência Respiratória Presente Ausente Dispneico Não registrado TOTAL Pressão Arterial Normotenso Hipertenso Hipotenso Não registrado TOTAL Saturação de Oxigênio 96 à 100% 90 à 95% < 90% < 80% Não registrado TOTAL 828 0 2 349 70,2% 0,0% 0,2% 29,6% 100% 204 27 10 938 17,3% 2,3% 0,8% 79,6% 100% 148 0 0 0 1.031 12,6% 0,0% 0,0% 0,0% 87,4% 100% Fonte: Salin (2016). Em relação os parâmetros vitais analisados em nosso estudo, estavam dentro dos padrões considerados normais, encontramos registros pequenos de casos de dispneia e hipotensão, provavelmente sendo uma comorbidades dos agravos de saúde. A falta de registros dos parâmetros vitais foi o que mais chamou atenção ao analisar os dados. A pesar da intenção da pesquisa seja analisar o preenchimento da ficha de ocorrência, diante da quantidade da ausência de registros ou do preenchimento parcial dos parâmetros vitais e dados que fazem parte da avaliação primária e secundária da vítima, ou ainda da evolução clínica e do relato de condutas realizadas, achou se necessário discorrer um pouco sobre esta situação. 39 Presume-se que a falta de informações na ficha pode ser devido os registros não serem realizados no momento da assistência, e sim apenas após a conclusão do atendimento e neste caso é comum que haja esquecimento de alguns detalhes. Neste caso além de não anotar detalhes de relevância, devido a rotina das atividades do socorrista, pode ser que antes que ele conclua os registros da última ocorrência, já é acionado para outro atendimento, gerando a ausência total ou parcial das informações. No entanto, pode ser que o que está ocorrendo seja por negligência no momento de colher os dados, ou devido não saber a relevância desses dados para a avaliar da qualidade dos atendimentos, ou por desconhecer termos contidos na ficha, e ainda pode ser ausência avaliação da vítima. Bragas (2015) descrever em seu trabalho que os registros da assistência prestada a um paciente, além de auxiliar na continuidade do cuidado, são usados para processo de auditoria, faturamentos e cobranças, obtenção de dados estatísticos sobre a qualidade das atividades desenvolvidas pelo serviço, servem ainda para investigações científicas e deligências legais. Nosso estudo é sobre atendimento a pacientes em crise psiquiátrica, isso justifica a não realização de alguns procedimentos, devido estado do paciente, porém não justifica a ausência de registros sobre estes parâmetros. A gráfico 5 apresenta as unidades de destino dos paciente atendidos e removidos em crise psiquiátrica pelo SAMU de Porto Velho-RO. O hospital usado como porta de entrada para ocorrências psiquiatricas foi o Hospital e Pronto Socorro João Paulo II, recebeu 69,2% (n=816) dos casos, os outros 30,8% (n=363) dos atendimentos estão distribuídos entre os pacientes recusaram atendimento ou remoção 111 (9,4%), os que evadiram se do local 111 (9,4%), aqueles foram removidos por terceiros ou pela polícia militar 31 (2,6%) e os 110 (9,3%) que foram removidos para outras Instituições de Saúde públicas ou privadas a constar: o Hospital de Base Drº. Ary Pinheiro foi a instituição que recebeu 35 (2,97%) dos pacientes, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) zona Leste 30 (2,54%), a Policlínica Drª Ana Adelaide 15 (1,27%), a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) zona Sul 12 (1,02%), a Unimed 08 (0,68%), a Associação Tiradentes dos Policiais Militares e Bombeiros Militares do Estado de Rondônia (ASTIR) 03 (0,25%), o Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) 03 (0,25%), O Hospital Central 02 (0,17%) e o Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron) 02 (0,17%) das ocorrencias do Samu, com pacientes psiquiátricos no triênio. 40 Gráfico 6 – Unidade de destino dos paciente atendidos e/ou removidos em crise psiquiátrica pelo SAMU de Porto Velho-RO, 2013-2015 Fonte: Salin (2016). O destino final dos episódios envolvendo indivíduos em crise psiquiátrica, que foram atendidos pelo SAMU de Porto Velho, foi para o Hospital e Pronto Socorro João Paulo II, que é considerado a porta da entrada para situações de urgência e emergência no municipio de Porto Velho. A central de regulação, decidi sobre o deslocamento para o destino levando em conta a complexidade e ou gravidade do caso, como em Porto Velho não tem CAPS III, com atendimento 24 hs a pacientes com distúrbios mentais, o Hospital e Pronto Socorro João Paulo II é a unidade de referência de acordo com o protocolo de regulação para atendimentos de urgência e emergência. No trabalho de Correia e D’Andrea (2014), sobre o perfil de atendimento das ocorrências no Samu de Porto Velho, no primeiro semestre de 2013, apresentou semelhança na unidades de destino final das ocorrências, o Hospital João Paulo II único existente na cidade e referência de trauma em Porto Velho recebeu das 9.530 (100%) casos 3621 (38%), as outros unidades responsáveis por receber número significativo de pacientes atendidos pelo Samu foram UPA Zona Leste, Hospital de Base Drº Ary Pinheiro e a Policlínica Drª Ana Adelaide com os respectivos percentuais 14%, 12% e 9%. 41 CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo permitiu conhecer o perfil dos pacientes psiquiátricos atendidos pelo SAMU em Porto Velho-RO. Observou-se que número de pacientes nas emergências psiquiatricas atendidas pelo Samu estão aumentando novamente, após um declínio no ano de 2014, em 2015 voltam a subir, a não adesão ao tratamento e uso de drogas podem ser os responsável pela piora no curso da doença mental e acentuando os sintomas, tornando as crises mais frequentes. Os atendimentos psiquiátricos realizados pelo SAMU Porto Velho, assim como em outros estudos os homens lideram a lista das ocorrências de ordem psiquiátrica. A faixa etária de preponderância corresponde a das pessoas que encontram-se em idade ativa, 85,4% dos atendimentos envolviam pacientes de 15 a 50 anos. Os turnos das ocorrências praticamente se equipararam, no entanto observou-se que a maior concentração no atendimento de ordem psiquiátrica ocorreu no período matutino e noturno com 69%. Esse percentual apresentou semelhança com outros estudos, no entanto não sabemos a razão, mas o predomínio foi manhã e tarde divergindo do estudo. O condutor e um técnico de enfermagem estavam envolvidos em todos os atendimentos, já que a regulação do serviço enviou a USB para todas as ocorrências de ordem psiquiátrica, ação está condiz com o recomendado pelas diretrizes, estabelecidas na Política Nacional de Atenção às Urgências. No entanto em 5,9% das ocorrências foi necessário a intervenção médica, todas via telefone, uma vez que determinada situação no local da ocorrência exigia da equipe atribuições as quais não eram de sua competência, ligavam para base de regulação, em todos contatos a regulação médica ordenou a realização de contenção química com Haldol e Fenergan. A equipe de socorristas do SAMU de Porto Velho é constituída basicamente por mulheres, fato que levou o acionamentos da polícia militar em 9,3% dos atendimentos de ordem psiquiátrica, pois em algumas situações as tentativas de intervenção verbal não são suficientes na abordagem ao paciente em surto psicótico, e este necessita de contenção mecânica e/ou química, para evitar risco a equipe, ao paciente e/ou terceiros. Há evidências consideráveis sobre histórico de uso medicação psicotrópicas e/ou drogas, 71,8%, no entanto há possibilidade destes valores estarem 42 subestimados, uma vez que a pesquisa foi coletada a partir de dados secundários e pode ser comum durante uma atendimento de emergência o esquecimento de registrar de alguns detalhes, ou ainda pela falta de informações sobre este item, já que os agravos ocorrem frequentemente em vias públicas, onde os socorroistas não conseguem informações específicas com a população, nem com o paciente e a família nem sempre está no local, e quando conseguem tal informação, relato mais frequente é sobre a não adesão do paciente ao tratamento. Encontramos relatos sobre presença de lesões, escoriações e hematomas pelo corpo em 2,3% das fichas, no entanto não apresenta a etiologia, no entanto com base em estudos podemos suspeitar que a pessoa possa ter sofrido um acidente, uma agressão física ou pode ser caso de automutilação, evento frequente em algumas doença mentais. Quanto os parâmetros dos sinais vitais houve uma carência grande de informações. Com exceção de um pequeno número de casos que continham registro de dispneia 0,2%, hipertensão 2,3% e hipotensão 0,8%, as demais fichas que continham informações mostraram parâmetros vitais estáveis. A ausência de registros ou o preenchimento parcial dos parâmetros vitais foi bastante marcante neste item da ficha. No entanto esta carência de informações foi encontrada em vários outros pontos da ficha, onde dados referente a avaliação primária e secundária da vítima, ou ainda da evolução clínica e do relato de condutas realizadas, que não continham nenhum registro. Nosso estudo é sobre atendimento a pacientes em crise psiquiátrica, isso justifica a não realização de alguns procedimentos, devido estado do paciente, porém não justifica a ausência de registros sobre estes parâmetros. De acordo com o protocolo da central de regulação, o médico regulador que decidi sobre o destino final dos episódios envolvendo indivíduos em crise psiquiátrica, que receberam atendimento do SAMU de Porto Velho, levam em conta a complexidade e ou gravidade do caso. Como não há na cidade CAPS III, serviço que oferece atendimento 24 horas para pessoas com transtornos mentais, nem emergências psiquiátricas, a maioria do casos foram encaminhados para o Hospital e Pronto Socorro João Paulo II que é considerado a porta da entrada para situações de urgência e emergência no municipio de Porto Velho. O estudo permitiu uma visão mais ampla sobre o perfil dos pacientes psiquiátrico atendidos pelo SAMU em Porto Velho-RO. Acredita-se que o resultado desta pesquisa possa contribuir de forma a tornar evidente que a estruturação de um 43 serviço eficiente e eficaz que traz à população segurança e garantia da qualidade na assistência ao paciente com distúrbio mental, fomentando discussões acerca da temática, bem como ao serviço trazendo contribuições de melhorias no atendimento, pois ao saber as características dos usuários, possibilitará planejamento da assistência voltada as necessidades desses pacientes, e melhoras nos registros referente a assistência do paciente em crise psiquiátrica. O preenchimento completo e adequado das fichas poderá contribuir com a produção estatística do SAMU, para melhorar esses quesitos deverão ocorrer capacitação sobre preenchimento desses impressos e neste momento deverão entra em ação os atores: Enfermeiro Supervisor do plantão, o Gerente de Enfermagem e o NEP, respectivamente supervisionando as atividades, pontuando as deficiências da equipe e realização de capacitações. 44 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, Fernando Pessoa de; BARROS, Claudia Renata dos Santos; SCHRAIBER, Lilia Blima. Violência e sofrimento mental em homens na atenção primária à saúde. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 47, n. 3, p. 531-539, Jun. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php. Acesso em: 27 Jul 2016. ALMEIDA, Michele Scortegagna de et al. Transtornos mentais em uma amostra de gestantes da rede de atenção básica de saúde no Sul do Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 28, n. 2, p. 385-394, Feb. 2012. Disponível em: <http://www.scielosp.org/scielo.php>. Acesso em 26 Jul 2016. BRASIL, Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção às Urgências Portaria n. 2048/GM de 5 de novembro de 2002. 3ª ed. Brasília, 2006. Disponível em: Acesso em: 12 jan.2016. _______ Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção às Urgências. Brasília. Portaria n.º 1863/GM, em 29 de setembro de 2003. Brasília, 2003.Acesso em: 22 dez.2015. _______ Ministério da Saúde. Portaria nº 1863, de 29 de setembro de 2003a. Institui a Política Nacional de Atenção às Urgências. Publicada no Diário Oficial da Nação no dia 06 de outubro de 2003, seção 1, p. 58. _______ Política Nacional de Atenção as Urgências: Diretrizes e mecanismos para a implantação do componente Sala de Estabilização –SE da Rede de Atenção às Urgências. Brasília: Ministério da Saúde; 2011. _______Portaria 1.103/GM, 05 d e Julho de 2005. Habilita os Serviços de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU 192 e dá outras providências. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2005/prt1103_05_07_2005.htm. Acesso em 15 fevereiro 2016. Bonfada D. Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e a Assistência às Urgências Psiquiátricas. [Dissertação de Mestrado] [online]. Natal (RN): Universidade Federal do Rio Grande do Norte; 2010. Disponível em: http:// www.pgenf.ufrn.br/arquivos/teses/dissertacao_diego.pdf BONFADA, Diego; GUIMARAES, Jacileide. Serviço de atendimento móvel de urgência e as urgências psiquiátricas. Psicol. estud., Maringá, v. 17, n. 2, p. 227236, Jun. 2012 . Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v44n3/35.pdf.acesso em 03 mar. 2016. BRANQUINHO, Jaqueline da Silva et al. Doenças crônicas em pacientes com transtornos mentais. Gestão e Saúde, Brasília, DF. Brasil, p. pag. 2458-2464, out. 2014. ISSN 1982-4785. Disponível em: <http://gestaoesaude.unb.br/index.php/gestaoesaude/article/view/1093>. Acesso em: 28 Jul. 2016. 45 BRASIL - Ministério da Saúde Política Nacional de atenção às urgências. 3ª ed. ampl. [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2006 [acesso em 20 FEV 2016]. Disponível: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacionalatencao_urgencias_3ed. pdf BRITO, Andiara Araújo Cunegundes de; BONFADA, Diego; GUIMARAES, Jacileide. Onde a reforma ainda não chegou: ecos da assistência às urgências psiquiátricas. Physis, Rio de Janeiro, v. 25, n. 4, p. 1293-1312, Dec. 2015 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo. Acesso em: 19 Jul 2016. CAMPOS, A.G. Os atendimentos de natureza psiquiátricas no SAMU – Cuiabá, em 2012. Disponível em: <www.saude.mt.gov.br> Acesso em 18 jul. 2016 CARDOSO, Lucilene et al. Grau de adesão e conhecimento sobre tratamento psicofarmacológico entre pacientes egressos de internação psiquiátrica. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 19, n. 5, p. 1146-1154, Oct. 2011 Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo. Acesso 25 Jul 2016. CARDOSO, Lucilene; GALERA, Sueli Aparecida Frari. Doentes mentais e seu perfil de adesão ao tratamento psicofarmacológico. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 43, n. 1, p. 161-167, Mar. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo. Acesso 25 Jul 2016. CORREIA, M.B.R.M; D’ANDREA, N.A. Perfil De Atendimento das Ocorrências no Samu de Porto Velho. Revista do Intensivista. SOBRATI, C07, EDIÇÃO 02, mar. 2014. Disponível em: www.revistasobrati.com.br/. Acesso em out.2015. COSTA, D.F.; SILVA, F.S.; SANTANA, I.M.C. Ocorrências atendidas pelo suporte básico de vida no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Revista Eletrônica Estácio Saúde, n.2.2015. Disponível em: < http://periodicos.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/article/view/1760 > acesso em 20 jul.2016 CRUZ M, Carlos et al. Epidemiología de la Urgência Psiquiátrica en el Instituto DIAS, J.MC. et.al. Perfil de atendimento do serviço pré-hospitalar móvel de urgência estadual. Cogitare Enfermagem.v 21.n1.2016 Disponível em: < http://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/42470> Acesso em 19 jul.2016 DRUMMOND, B. L. D. C., RADICCHI, A. L. A., & GONTIJO, E. C. D. Fatores sociais associados a transtornos mentais com situações de risco na atenção primária de saúde. Revista de Epidemiologia. 2014. Disponível em < www.scielo.br/pdf >. Acesso em 18 Jul 2016 DUARTE, S.J.H; LUCENA, B.B; MORITA L.H.M. Atendimentos prestados pelo Serviço móvel de urgência em Cuiabá, MT, Brasil. Rev. Eletr. Enf. v.13, n.3, p. 5027, Jul/Set. 2011 46 FRANÇA, S.P.S; MARTINO, M.M.F. Atendimento Pré Hospitalar como Estratégia de Promoção de Saúde Pública: Revisão Integrativa.Revista de enfermagem. UFPE, C07, nº04, 2013 GARRETO, A.K.R. O desempenho executivo em pacientes que apresentam automutilação. 2015. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-06082015-124601/pt-br.php. Acesso 20 Jul. 2016. GIUSTI, Jackeline Suzie. Automutilação: características clínicas e comparação com pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo. 2013. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-03102013-113540/pt-br.php. Acesso em Jul 2016. GONSAGA RAT, BRUGUGNOLLI ID, ZANUTTO TA, GILIOLI JP, SILVA LFC, FRAGA GP. Características dos atendimentos realizados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência no município de Catanduva, Estado de São Paulo, Brasil, 2006 a 2012. Epidemiol. Serv. Saúde. Disponível em:http://portovelho.ro.gov.br/artigo/samu-porto-velho-cria-nucleo-educacaopermanente acesso em 20 de março de 2016. HORWITZ, JOSÉ: Un nuevo estudio comparativo. neuropsiquiatra.Santiago, v. 48, n.3, p. 175-183, set. 2010. Rev. chil. http://www.saude.al.gov.br/2015/06/01/atendimentos-de-pacientes-psiquiatricoscrescem-a-cada-ano-no-samu/ Atendimentos de pacientes psiquiátricos crescem a cada ano no Samu. SECRETARIA DO ESTADO DE ALAGOAS INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE Disponível em: http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=110020 Acesso em 23 Jan. 2016 Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo. Acesso em: 19 Jul 2016. KASSADA, Danielle Satie et al. Prevalência de transtornos mentais e fatores associados em gestantes. Acta paul. enferm. São Paulo, v. 28, n. 6, p. 495-502, Dec. 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php >. Acesso 26 Jul 2016. LINO, M.M.; BACKES V.M.S.; FERRAZ F; REIBNITZ K.S.; MARTINI J.G. Análise da produção científica dos grupos de pesquisa em educação em Enfermagem da região sul do Brasil. Texto & Contexto Enfermagem 2010;19(2):265-73. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/tce/v19n2/07.pdf>. Acesso em: 06 novembro 2015. MACHADO, C.V.; BAPTISTA, T.W.V; NOGUEIRA, C.O.Políticas de saúde no Brasil nos anos 2000: agenda federal de prioridades. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, V07, nº3, p.521-532, 2011. MACHADO, Cristiani Vieira; BAPTISTA, Tatiana Wargas de Faria; NOGUEIRA, Carolina de Oliveira. Políticas de saúde no Brasil nos anos 2000: a agenda federal 47 de prioridades. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 27, n. 3, p. 521532, Mar. 2011. Acesso em 01 Mar. 2016. MACHADO, Cristiani Vieira; SALVADOR, Fernanda Gonçalves Ferreira; O'DWYER, Gisele. Serviço de Atendimento Móvel de Urgência: análise da política brasileira. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 45, n. 3, p. 519-528, Jun. 2011 acesso em 02 Jan. 2016. MIASSO, Adriana Inocenti; CARMO, Bruna Paiva do; TIRAPELLI, Carlos Renato. Transtorno afetivo bipolar: perfil farmacoterapêutico e adesão ao medicamento. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 46, n. 3, p. 689-695, Jun. 2012. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php>. Acesso 25 Jul 2016. MINAYO, Maria Cecília de Souza; DESLANDES, Suely Ferreira. Análise da implantação do sistema de atendimento pré-hospitalar móvel em cinco capitais brasileiras. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 8, p. 18771886, Aug. 2008. Acesso em 26 Maio 2015 MOREIRA, Virginia et al. Fenomenologia do estigma em HIV/AIDS: coestigma. Mental, Barbacena, v. 8, n. 14, p. 115-131, 2010. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php >. Acesso em 26 Jul. 2016. NABI, Maria Rita Simões. Perfil epidemiológico do usuário do serviço de atendimento móvel de urgência por transtornos psiquiátricos Na cidade de Bauru. 2012. 69 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, Faculdade de Medicina de Botucatu, 2012. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/96435>. Acesso 19 Jul 2016. OLIVEIRA, R. S. Um estudo sobre o risco ocupacional em atendimento Préhospitalar. 2012. 31 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização) –Instituição de Tecnologia Especialização ITESA, Faculdade Redentor. São Paulo, 2012. PEREIRA, Waleska Antunes da Porciúncula; LIMA, Maria Alice Dias da Silva. Atendimento pré-hospitalar: caracterização das ocorrências de acidente de trânsito. Acta paul. enferm. São Paulo, v. 19, n. 3, p. 279-283, Sept. 2006. Acesso em 26 Jan 2016. RAMOS, V.O, SANNA, M.C. A inserção da enfermeira no atendimento préhospitalar: histórico e perspectivas atuais. Rev Bras Enferm. 2005. SALLES, Mariana Moraes; BARROS, Sônia. Representações sociais de usuários de um Centro de Atenção Psicossocial e pessoas de sua rede sobre doença mental e inclusão social. Saude soc., São Paulo, v. 22, n. four, p. 1059-1071, Dec. 2013 Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo>. Acesso 27 Jul 2016. SALVADOR P.T.C.O, ALVES K.Y.A., DANTAS R.AN., DANTAS D.V. O Cuidado PréHospitalar de Enfermagem Frente a um Acidente Com Múltiplas Vítimas: Revisão Integrativa de Literatura. Rev. Enferm. UFPE on line [Internet] 2010; Disponível:http://www.revista.ufpe.br/revistaenfermagem/index.php/revista/article/viFi le/1090/ pdf_89. Acesso em 12 Jul 2016 48 APÊNDICE INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS Data da ocorrência:______/_____/_____ 01 - Horário da ocorrência Matutino Vespertino Noturno Não registrado 02 - Qual a UR de resgate? Básica Avançada 03 – Socorrista? Médico Enfermeiro Téc. enfermagem Condutor 04 - Qual o Sexo? Masculino Feminino Não registrado 05 - Qual a idade do paciente? < 21 anos 21 à 30 anos 31 à 40 anos 41 à 50 anos 51 à 60 anos ≥ 61 anos Não registrado 06 - Estava utilizando meio de locomoção? Sim Qual?.................................................................................................. Não Não registrado 07 - Paciente apresentava lesões, escoriações ou hematomas corporais? Sim Local:.................................................................................................... Não Não registrado 49 08- Histórico de drogas, medicações ou intoxicações? Sim Não Não registrado 09 - Paciente apresenta agravos, além do distúrbio mental? Sim Qual?................................................................................................. Não Não registrado 10 - Nível de conciência? Consciente Inconsciente Não registrado 11- Como apresentava –se o pulso radial do paciente? Presente Ausente Não registrado 12 - Como apresentava –se a pressão arterial do paciente? Normotenso Hipertenso Hipotenso Não registrado 13- Como apresentava –se a frequência respiratória do paciente? Presente Ausente Dispneico Não registrado 14 – Como apresentava –se a saturação de O2? 96 à 100 % 90 à 95 % < 90 % < 80 % Não registrado 15 - Unidade de destino? Hospital João Paulo II CAPS UPA Outro Não registrado 50 ANEXOS 51 ANEXO I TERMO DE ANUÊNCIA SECRETÁRIO DE SAÚDE 52 53 54 55 ANEXO II TERMO DE ANUÊNCIA DA DIRETORA DO SAMU 56 57 ANEXO III PARECER CONSUBSTANCIADO DO CENTRO DE ENSINO SÃO LUCAS 58 59 60 CURRICULO LATTES http://lattes.cnpq.br/4228299686569815