A ação da regulação médica do Samu de Porto Velho

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SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA - SOBRATI
MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA
ADRIANE BONOTTO SALIN
PERFIL DOS ATENDIMENTOS PSIQUIÁTRICOS REALIZADOS PELO SAMU DE
PORTO VELHO-RO, AMAZÔNIA OCIDENTAL.
Porto Velho
2016
ADRIANE BONOTTO SALIN
PERFIL DOS ATENDIMENTOS PSIQUIÁTRICOS REALIZADOS PELO SAMU DE
PORTO VELHO-RO, AMAZÔNIA OCIDENTAL.
Dissertação de Mestrado Profissionalizante
apresentado à Sociedade Brasileira de Terapia
Intensiva – SOBRATI, como requisito
obrigatório para obtenção do título de Mestre
em Terapia Intensiva.
Orientador (a) Profª Drª. Mara Benedicta de Rezende Monte Correia
Coorientador (a): Profª Drª. Cláudia Conforto de Sá
td
Porto Velho
2016
ADRIANE BONOTTO SALIN
PERFIL DOS ATENDIMENTOS PSIQUIÁTRICOS REALIZADOS PELO SAMU DE
PORTO VELHO-RO, AMAZÔNIA OCIDENTAL.
Dissertação de Mestrado Profissionalizante apresentada a Sociedade
Brasileira de Terapia Intensiva – SOBRATI, como requisito parcial á obtenção de grau
de Mestre em Terapia Intensiva.
Aprovado em ____ de _____________ de 2016.
______________________________________________________
Dr. Douglas Ferrari – Diretor da SOBRATI
DEDICATÓRIA
Dedico aos meus familiares que sempre me apoiaram,
em especial a minha filha Giulia, meu marido Alcemar
que estiveram juntos nessa caminhada.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter me dado à chance de concretizar este sonho, por ter
me iluminado em todos os momentos de minha vida, me dando força, coragem e
sabedoria. Aos meus pais e ao meu marido pelo sacrifício e apoio incondicional.
A minha filha por ter me esperado com paciências o tempo dos meus estudos
e por ter tornado minha vida mais cheia de amor, à Equipe do SAMU e a Secretaria
de Saúde do Municipio – SEMUSA – Porto Velho – RO, permitiram a realização
desse trabalho, em especial a Diretora do SAMU Mara Benedicta Mara Benedicta de
Rezende Monte Correia ao Secretario José Carlos Coutinho de Oliveira e o Chefe de
Assessoria Técnica Marcuce Antônio Miranda dos Santos, pela disponibilidade e
acesso aos arquivos, que muito contribuíram para este estudo.
Á minha orientadora Mara Benedicta de Rezende Monte Correia e a coorientadora
Drª. Cláudia Conforto de Sá pelo incentivo durante as orientações e pela sua
importante contribuição neste processo de ensino-aprendizagem. Aos amigos e a
todos os outros que conheci no decorrer desse processo por suas manifestações de
apoio, carinho, lembrança e crescimento pessoal.
RESUMO
Este projeto de pesquisa tem como objetivo conhecer o Perfil dos atendimentos
psiquiátricos realizados pelo SAMU de Porto Velho-RO, Amazônia Ocidental. Tratase de um estudo com abordagem quantitativa, através de pesquisa de campo, de
natureza retrospectiva em fichas de ocorrência dos atendimentos de ordem
psiquiátrica, armazenadas nos bancos de dados na sede do Serviço de Atendimento
Móvel de Urgências de Porto Velho - Rondônia. O instrumento para coleta de dados,
constituiu-se um questionário com 15 perguntas fechadas. A pesquisa somente foi
iniciada após anuência do Secretário de Saúde do municipio, da direção do SAMU e
aprovação pelo comitê de Ética e Pesquisa do Centro de Ensino São Lucas, sob o
número do parecer 1.592.218. Os resultados apontaram que o número de emergência
psiquiatricas estão aumentando, e podem ser devido e a não adesão das pessoas ao
tratamento e o uso de drogas, associação destes é responsável pela piora no curso
da doença mental e acentuando os sintomas, tornando as crises mais frequentes. Os
homens lideram a lista das ocorrências de ordem psiquiátrica e a faixa etária de
preponderância correspondeu a de pessoas que encontram-se em idade ativa, 85,4%
dos atendimentos envolviam pacientes de 15 a 50 anos, e ocorreram em sua maioria
no período matutino e noturno com 69% dos casos. A viatura disponibilizada para as
ocorrencias foi a USB, e os profissionais envolvidos foram em 100% dos caso estavam
o condutor e o técnico de enfermagem, 5,9% foi necessário a intervenção médica e da
polícia militar em 9,3% dos atendimentos. Houve evidências consideráveis sobre
histórico de uso medicação psicotrópicas e/ou drogas, Quanto os parâmetros vitais
com exceção de um pequeno número de casos que continham registro de dispneia
0,2%, hipertensão 2,3% e hipotensão 0,8%, e das fichas que não continham
informações ou estavam incompletas, as demais fichas que continham informações
mostraram parâmetros vitais estáveis. O Hospital e Pronto Socorro João Paulo II foi
considerado a porta da entrada para situações de urgência e emergência
psiquiátricas. O resultado desta pesquisa pode contribuir de forma a tornar evidente
que a estruturação de um serviço eficiente e eficaz que traz à população segurança e
garantia da qualidade na assistência ao paciente com distúrbio mental, fomentando
discussões acerca da temática, bem como ao serviço trazendo contribuições de
melhorias no atendimento.
Palavras-chave: Serviço de atendimento Móvel de Urgência. Psiquiatria. Atendimento
Pré Hospitalar.
ABSTRACT
This research project aims to evaluate the profile of psychiatric care provided by SAMU
in Porto Velho, western Amazon. This is a study with a quantitative approach, through
field research, retrospective nature of occurrence of records of psychiatric care order,
stored in databases at the headquarters of the Emergency Mobile Service of Porto
Velho - Rondônia. The instrument for data collection, was a questionnaire with 15
closed questions. The research was initiated only after approval of the municipality of
the Health Secretary, the direction of the SAMU and approval by the Ethics Committee
and Research Luke Education Center, on the advice of the number 1592218. The
results showed that the psychiatric emergency number is increasing, and may be due
and non-adherence of people to treatment and drug use, association is responsible for
worsening the course of mental illness and exacerbating the symptoms, making more
frequent crises. The men lead the list of psychiatric order events and the age of
preponderance corresponded to people who are of working age, 85.4% of cases
involved patients 15-50 years and occurred mostly in the morning and night with 69%
of cases. The car made available to the occurrences was the USB, and professionals
were involved in 100% of cases were the driver and the nursing technicians, 5.9% was
required medical intervention and military police in 9.3% of cases. There was
considerable evidence on psychotropic medication use history and / or drugs, The vital
parameters with the exception of a small number of cases containing dyspnea record
0.2%, 2.3% hypertension and hypotension 0.8%, the other records containing
information showed stable vital parameters. Hospital and Emergency Room John Paul
II was considered the entrance gate to emergency situations and psychiatric
emergency. The result of this research can contribute in order to make clear that the
structuring of an efficient and effective service that brings the population safety and
quality assurance in patient care with mental disorder, fostering discussions on the
theme, as well as service bringing contributions improvements in care
KEYWORDS: Emergency mobile care service. Psychiatry. Customer Pre Hospital.
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATRURAS
APH
Atendimento Pré-Hospitalar
CAPS
Centro de atenção Psicosocial
CEP
Comitê de Ética e Pesquisa
CNS
Conselho Nacional de Saúde
DEMAC
Departamento de Média e Alta Complexidade
IBGE
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
NEP
Núcleo de Educação Permanente
SAMDU
Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência
SAMU
Serviço de atendimento móvel às urgências
SAV
Suporte Avançado de Vida
SBV
Suporte Básico de Vida
SMUR
Serviço Móveis de Urgência, Emergência e Reanimação
SUS
Sistema Único de Saúde
UPA
Unidades de Pronto Atendimento
UR
Unidade de Resgate
USA
Unidade de Suporte Avançado
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Distribuição dos dados demográficos, dos pacientes em crise
psiquiátrica atendidos e/ou removidos pelo SAMU de Porto Velho-RO, 20132015.....................................................................................................................
27
Tabela 2 - Descrição do turno do atendimento e/ou remoção de ordem
psiquiátrica pelo SAMU de Porto Velho-RO, 2013-2015..................................... 28
Tabela 3 – Parâmetro dos sinais vitais, oxigenação periférica e nível de
consciência no momento do atendimento e/ou remoção de pacientes em crise
psiquiátrica pelo SAMU de Porto Velho-RO, 2013-2015..................................... 38
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Número de atendimentos e/ou remoções, de pacientes de ordem
psiquiátrica, realizados no triênio, pelo SAMU de Porto Velho-RO, 2013-2015..............
25
Gráfico 2: Profissionais envolvidos no atendimento e/ou remoção de ordem
psiquiátrica pelo SAMU de Porto Velho-RO, 2013-2015.....................................
29
Gráfico 3 – Relação do histórico de medicações e/ou drogas dos paciente
atendidos e/ou removidos em crise psiquiátrica pelo SAMU de Porto VelhoRO, 2013-2015...................................................................................................
32
Gráfico 4 – Relação quanto a presença de agravos além do distúrbio mental
34
nos paciente atendidos e/ou removidos em crise psiquiátrica pelo SAMU de
Porto Velho-RO, 2013-2015...............................................................................
Gráfico 5 – Presença de escoriações, hematomas ou lesões nos paciente
atendidos e/ou removidos em crise psiquiátrica pelo SAMU de Porto VelhoRO, 2013-2015...................................................................................................
36
Gráfico 6 – Unidade de destino dos paciente atendidos e/ou removidos em
crise psiquiátrica pelo SAMU de Porto Velho-RO, 2013-2015............................
40
UMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 12
2 REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................
2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
MÓVEL..................................................................................................................
2.2 SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA NO BRASIL............
2.2.1 Serviço de Atendimento Móvel de Urgência em Porto Velho …............
2.3 SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA E AS
OCORRÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS......................................................................
14
18
3 METODOLOGIA................................................................................................
3.1 DESENHO DO ESTUDO................................................................................
3.2 LOCAL DA PESQUISA...................................................................................
3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA............................................................................
3.4 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS........................................................
3.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO....................................................
3.6 PRINCÍPIOS ÉTICOS E LEGAIS....................................................................
3.8ANÁLISES DOS DADOS.................................................................................
3.7 RISCO BENEFÍCIO........................................................................................
20
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20
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17
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................... 24
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................
APENDICE
APÊNDICE - INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS..............................
44
ANEXOS...............................................................................................................
ANEXO I - TERMO DE ANUÊNCIA SECRETÁRIO DA SAÚDE..........................
ANEXO II - TERMO DE ANUÊNCIA DIRETORA DO SAMU................................
ANEXO III - PARECER CONSUBSTANCIADO DA FACULDADE SÃO LUCAS
50
51
55
57
48
12
1
INTRODUÇÃO
No final da década de 70 no Brasil, ocorre o processo da reforma Sanitária
Brasileira em decorrência, da crise nos paradigmas da psiquiatria clássica que tinha o
hospital psiquiátrico como única alternativa de tratamento, proporcionando a
cronicidade e a exclusão das pessoas com doença mental, e como resultado dos
esforços dos movimentos sociais pelos direitos dos pacientes psiquiátricos (VOLPE,
et al., 2010).
A Reforma Psiquiátrica foi um movimento social e político que contribuiu para
a desconstrução da proposta de internação em hospitais psiquiátricos, como
estratégia principal no atendimento do paciente em crise psíquicas, criando serviços
substitutivos que dessem conta da nova demanda e oferecessem uma abordagem de
tratamento voltada para necessidade da convívio comunitário e a inserção ou
reinserção desses pacientes na sociedade (BONFADA & GUIMARÃES, 2010).
Lino, et al. (2010) complementam a ideia dos autores supracitados ao
mencionar que o intuito da nova política de saúde mental é redirecionar o modelo de
assistência em saúde mental centrado na enfermidade psiquiátrica e ajustado a
cuidados que provocam a exclusão social e preconceito, para um molde
fundamentado em diretrizes de amparo e cuidado integral no próprio território do
sujeito, inclusive no momento da crise.
De acordo com a Portaria nº 2048/GM, que regulamenta a Política Nacional
de Atenção as Urgências, foi definido que a crise psiquiátrica é comumente
identificada como urgências psiquiátricas, e quando ocorrem em domicilio ou em via
pública é atribuída com competência técnica Serviços de Atendimento Móvel de
Urgência (SAMU), compartilhada com a rede de atenção à saúde mental, a polícia e
ao corpo de bombeiros (BRASIL, 2002).
No Brasil, para criação do Atendimento Pré Hospitalar (APH) móvel o
Ministério da Saúde (MS) publicou, a Política Nacional de Atenção às Urgências, no
ano de 2003, resultando na criação do SAMU. Segundo esta legislação este serviço
presta assistência direta e indiretamente, por meio da regulação médica, via telefone
e no local do evento, de modo que, pela rapidez do socorro prestado, possa diminuir
o número de óbitos e maiores sequelas (GONSAGA ETAL, 2013).
Para Machado, Salvador e O’dwyer (2011) a implantação do SAMU como
ação primária desta política foi pautada na comprovação da importância que as
13
centrais de regulação médica tinham para a atenção integral às urgências e
emergências. Os autores destacam ainda que esta estratégia seria um artifício de
colaborar, com o planejamento das atividades exercidas além de expandir e qualificar
o acesso a estes serviços no Brasil, desta forma o SAMU pode ser considerado uma
das portas de entrada dos usuários ao sistema, uma vez que além de receber e
atender às demandas pertinentes na população, poderá evidenciar as deficiências que
a rede possuí.
De acordo com Bonfada e Guimarães (2010), após o atendimento pelo SAMU,
os pacientes são encaminhados às instituições de suporte à saúde mental, que a partir
da regulação feita no atendimento inicial, os pacientes poderão ser encaminhados a
alguma unidade de saúde que o município que oferte assistência, podendo ser Centro
de atenção Psicosocial (CAPS), nos seus mais diversos modelos ou ainda a hospitais
psiquiátricos ou hospitais gerais, e desta forma haverá
uma distribuição nas
instituições de saúde. Os autores afirmam ainda que a urgência em saúde mental
ocorre quando o paciente em crise necessita de uma assistência adequada em um
curto espaço de tempo, de modo a evitar danos permanentes ou temporários a sua
integridade física e psíquica no futuro.
Salvador (2010) em seu estudo explana sobre o fato de que o SAMU pode ser
considerado de forma ampla uma forma sitemática de avaliar um serviço de saúde,
em determinado local, este fato permite que seja realizado um planejamento de
soluções, bem como uma reorganização dos serviços já existentes, a fim prever e
viabilizar soluções para diferentes problemas existentes.
Diante do exposto o SAMU pode ser considerado observatório da Rede de
Atenção à Saúde brasileira, é mandatório a realização de estudos que tracem um perfil
epidemiológico e de saúde das ocorrências realizadas (SALVADOR 2010).
No município de Porto Velho ainda não existem estudos que discutem a
temática sobre o perfil dos atendimentos prestados ao paciente em crise psiquiátrica
pelo SAMU, fato este que serve como motivação inicial para pesquisa, uma vez que
um estudo desta natureza poderá
contribuir sobremaneira para a criação de
estratégias que visam formulação de políticas e programas de saúde e fortalecimento
da qualidade da assistência oferecida aos pacientes acometido por doenças mentais,
os resultados deste estudo contribuirá para futuras pesquisas que contemplem a
mesma temática, disponibilizando dados capazes de fomentar discussões
relacionadas ao APH a paciente em crise psiquiátrica.
14
Diante do exposto, este estudo tem como objetivo conhecer o perfil dos
pacientes psiquiátrico atendidos pelo SAMU em Porto velho-RO, Amazônia Ocidental,
no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2015.
Como objetivos secundários apresentam os seguintes tópicos: levantar o
número de atendimento psiquiátrico no período de janeiro de 2013 a dezembro de
2015; Caracterizar o perfil demográfico obtidos dos atendimentos do SAMU referente
ao sexo, faixa etária; Caracterizar as ocorrências decorrentes do atendimento
psiquiátrico realizado, em relação ao horário da ocorrência, destino final,
configuração da unidade de resgate e equipe envolvida no atendimento, histórico de
medicações e/ou drogas e o nível de conciência e sinais vitais no momento do atendimento.
2
REVISÃO DE LITERATURA
2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DO ATENDIMENTO PRÉ-HOPITALAR MÓVEL
Oliveira (2012) define APH como sendo toda assistência efetivada fora do
âmbito hospitalar, seja de forma direta ou indiretamente a fim estabilizar condições
vitais e redução de sequelas até a chegada a um hospital, a mesma pode ser desde
uma simples orientação médica via telefone até o envio de envio de uma viatura de
suporte básico ou avançado ao local da ocorrência, com o objetivo de manter a vida
e minimizar sequelas.
Segundo Vargas (2006) o Atendimento Pré-Hospitalar teve início na América
do Norte e Europa, apresentando notável expansão após a Guerra do Vietnã, quando
as autoridades perceberam que a atuação de socorristas nos locais de batalha e nos
transportes para hospitais reduzia significativamente a mortalidade e aumentava o
tempo de sobrevida dos soldados feridos.
Segundo França e Martino (2013) as guerras foram que deram impulso e
aperfeiçoaram APH móvel e o resgate uma vez que careciam de atendimento
instantâneo e eficaz.
Silva et al. (2010) discorre sobre a criação da ambulância no século XVIII
idealizadas pelo médico do exército Napoleônico Dominique Jean Larrey, que tinha
necessidade de resgatar os feridos imediatamente, desta forma projetou as unidades
de transporte as quais deu o nome de “ambulâncias voadoras”, eram construídas em
madeira leve, com rodas pequenas e o teto arredondado afim de evitar retenção de
água durante a chuva, estas eram puxadas por cavalos.
15
França e Martino (2013) corroboram com o autor supracitado e acrescentam
que esta iniciativa foi mantida até o século XIX, quando foi criada a Cruz Vermelha
Internacional, responsável pelo atendimento imediato do feridos, ganhando destaque
durante as guerras mundiais no século XX. Os autores discorrem ainda sobre o
decreto sobre os Serviço Móveis de Urgência, Emergência e Reanimação (SMUR)
criado na França e posteriormente criam o Serviço de atendimento Móvel de Urgência
(SAMU) que era responsável por coordenar as atividades do SMUR, incorporando
uma central de Regulação Médica.
Durante a primeira e segunda Guerra mundial, estas ambulâncias foram
aperfeiçoadas, surgem os primeiros modelos motorizados, e foram adequadas ao
serviço primeiramente pelas equipes da Cruz Vermelha Internacional e posteriormente
pelos serviços do corpo de Bombeiro brasileiro (SILVA et al.,2010).
Há dois modelo de APH vigentes no mundo, o americano e o francês
(FRANÇA E MARTINO, 2013). Segundo Machado, Salvador e O’dwyer (2011) o
modelo norte americano propõe remoção imediata do paciente do local e este é
realizado pelos paramédicos, habilitados em Suporte Básico de Vida (SBV) e Suporte
Avançado de Vida (SAV) ou Técnicos em Emergências Médicas. Enquanto que o
modelo francês é constituído por equipe de saúde com a presença de médicos e
enfermeiros no caso de atendimentos com maior gravidade no caso SAV ou técnicos
de enfermagem no caso de SBV.
2.2 SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA NO BRASIL
O atendimento médico pré-hospitalar é uma área de atuação relativamente
recente no Brasil, baseou-se no modelo Francês e sobre influências do modelo
americano (CORDOBA, 2012).
França e Martino (2013) discorrem que o APH brasileiro foi idealizado por
anestesistas intensivistas emergenciais que basearam-se no modelo de atendimento
de resgate francês, cuja as equipes são constituídas por profissionais de saúde.
Segundo as autoras Ramos e Sanna (2005) a primeira ambulância com tração
animal foi inaugurada no Rio de Janeiro no final do século XIX, com aprovação de lei
pelo senado da República, que pretendia estabelecer na capital do país o socorro
médico de emergência. As autoras fazem menção que em meados do século XX na
16
cidade de São Paulo foi implantado o Serviço de Assistência Médica Domiciliar de
Urgência (SAMDU) o qual ficou sobre responsabilidade do município.
França e Martino (2013) relatam em seus estudos sobre o Grupo de
Emergência do Corpo de Bombeiros no Rio de Janeiro e o Projeto de Resgate em
São Paulo na década de 80. O projeto na cidade de São Paulo foi desenvolvido
juntamente com a Secretaria Estadual de Saúde, eles dispunham de viaturas de
resgate com bombeiros treinados, viaturas de salvamentos e helicópteros tripulados
com médicos e enfermeiros. No entanto, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
no Brasil ganhou destaque a partir de 2003, o propósito deste serviço foi melhorar o
acesso e a qualidade no atendimento das urgências e emergências no país, nas áreas
clínica, traumática, pediátrica, saude mental e gineco-obstétrica (MACHADO;
BAPTISTA; NOGUEIRA, 2011).
Segundo Brasil (2011), em 2003 quando entrou em vigor a Portaria 1864/GM,
através da qual o Ministério da Saúde implementou a assistência pré-hospitalar no
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecendo assim, o Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência, no território nacional, nesta portaria fica claro que
cabe ao SAMU realizar atendimentos psiquiátricos quando acionados, configurandose como porta de entrada, que articula o regulador do fluxo de Saúde Mental para
encaminhar ao serviço mais adequado.
A rede SAMU foi criada com a finalidade de funcionar vinte e quatro horas por
dia, com equipes de profissionais de saúde - médicos, enfermeiros, técnicos e
auxiliares de enfermagem - com vistas ao atendimento de urgências e emergências
nas áreas clínica, pediátrica, cirúrgica, gineco-obstétrica, de saúde mental, dentre
outras, diante da necessidade, em tais situações, de prestar o atendimento com o
transporte adequado, encaminhando os pacientes a um serviço integrado ao SUS
(BRASIL, 2003).
De acordo com a Portaria n.º 2048/GM, de 05 de novembro de 2002, e
ampliada em 2006, a qual faz parte da Política Nacional de Atenção às Urgências, a
área de Urgência e Emergência constitui-se em um importante elemento da
assistência à saúde e normatiza o serviço de APH. Ainda, estabelece regras que vão
desde a especialização da equipe até as características dos veículos e os
equipamentos a serem utilizados nas ambulâncias (BRASIL, 2006).
De acordo com Brasil (2009) o SAMU é composto por uma equipe
multidisciplinar, treinada e capacitada para atender as demandas de urgência. Este
17
serviço é administrado pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde,
tem parceria com o Ministério da Saúde. O serviço pode ser acionado pelo telefone
192 e atende a três objetivos: atendimento para casos clínicos, a regulação do sistema
de vagas de urgência e emergência em hospitais secundários e terciários por uma
central 24h e educação em urgência e emergência.
Segundo dados do SAMU (2016), os Serviços de Atendimentos Móveis de
Urgência contam com 177 centrais de regulação presentes em 3.049 municípios.
Atualmente, o Brasil possui ambulâncias básicas 2.525, ambulâncias avançadas 583,
226 motolância, 13 embarcações e 7 equipes de aeromédicos, desta forma, o país
possui cobertura para 157.299.697 milhões de pessoas, o que significa dizer que
cerca de 77% a população brasileira é beneficiada pelos serviços do SAMU. Este
serviço realiza atendimento de urgência e emergência em qualquer lugar, podendo
ser desde uma simples resolução por atendimento telefônico ou mesmo pelo envio de
uma viatura de suporte avançado de vida para o local, de acordo com o julgamento
dos médicos reguladores das centrais que atendem ao público, visando sempre a
manutenção da vida e à minimização de sequelas.
2.2.1 Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em Porto Velho
De acordo com o último senso realizado pelo IBGE em 2010 com o município
de Porto Velho possui uma população de 428.527 mil habitantes, com uma área de
34.096,394 Km².
O SAMU no município de Porto Vellho foi implantado em 2005 pela Portaria nº
1.103/GM de 5 de julho de 2005, com 04 (quatro) equipes de Suporte Básico, 01 (uma)
equipe de Suporte Avançado e 01 (uma) central SAMU 192. De acordo com Brasil
(2002) a implantação do Samu 192, suas centrais de regulação e os Núcleos de
Educação em Urgência são implantados nos municípios do território brasileiro com
população igual ou superior a 100.000 habitantes.
O SAMU no município atende 450 mil Porto-velhenses, os autores referem que
antes de sua implantação deste serviço o resgate era realizado apenas pelo Corpo de
Bombeiros. O bom desempenho e qualidade dos serviços prestados que o serviço de
atendimento móvel de urgência tem oferecido a comunidade Porto-velhense,
contribuíu para o aumento da confiança da população no serviço que atua com
viaturas prontas para qualquer tipo de atendimento, e este fato faz a diferença entre a
vida e a morte. (CORREIA E D’ANDREA, 2014)
18
Atualmente o SAMU no municipio de Porto Velho conta com 05 ambulâncias de
suporte básico e 01 ambulância
de suporte avançado, sendo responsáveis pelos
atendimentos de urgência e emergência do município. Todas as ligações
independentes do tipo de ocorrência são triadas pelo médico regulador de plantão na
Central de Regulação Médica.
Atualmente o quadro de funcionários do SAMU do municipio de Porto Velho,
é constituído de 134 profissionais: 10 enfermeiros, 18 médicos, 33 condutores, 69
técnicos de enfermagem e 4 prestadores de serviços gerais. De acordo com dados da
prefeitura do municipio de Porto Velho (2015) os profissionais do SAMU são divididos
em 6 equipes, distribuídas entre ambulância básica, com 1 técnico e 1 motorista
socorrista e ambulância avançada, com 1 técnico, 1 motorista, 1 enfermeiro e 1
médico, estes profissionais são treinados contínuamente, para prestarem os
atendimentos com qualidade a toda população que solicitar o serviço em questão.
Salienta-se que o SAMU conta ainda com uma base descentralizada, no município
em Jacy Paraná, instalada em julho de 2014, com 6 técnicos, 6 motoristas e 1
ambulância básica.
Segundo dados publicados pela prefeitura de Porto Vellho (2013) o SAMU
do município, com o objetivo de aumentar a capacitação profissional instituiu o Núcleo
de Educação Permanente (NEP). Esse tem por finalidade educar e capacitar os
profissionais do quadro de prestação de serviços da saúde, e ainda é responsável por
outros setores da sociedade, promovendo campanhas educativas em escolas, pits
stop, simpósios e outros eventos. O NEP com é constituído por 18 profissionais
compreendendo: médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, condutor, técnico
atendente de regulação médica e operador de frota.
Em Porto Velho, segundo Correia e D’ Andrea (2014) após os cuidados
iniciais, os pacientes são conduzidos para as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento)
e conforme a gravidade da ocorrência são transferidos para o Hospital e Pronto
Socorro João Paulo II.
2.3 SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA E AS OCORRÊNCIAS
PSIQUIÁTRICAS
Segundo o Ministério da Saúde, o atendimento pré-hospitalar pode ser definido
como a assistência prestada em um primeiro nível de atenção, aos portadores de
19
quadros agudos, de natureza clínica, traumática ou psiquiátrica, quando ocorrem fora
do ambiente hospitalar, podendo acarretar sequelas ou até mesmo a morte (RAMOS,
2005).
Bonfada (2010) coloca que o aumento das urgências psiquiátricas levou a
Política Nacional de Atenção às Urgências a defender que o atendimento préhospitalar dessas ocorrencias também seriam de responsabilidade do SAMU, quando
o municipio tiver esse serviço disponível. O autor define ainda situação de urgência
em saúde mental, como aquela em que o sujeito em crise necessita de uma
assistência apropriada de modo a evitar danos permanentes ou temporários a sua
integridade física e psíquica no futuro.
De acordo com Brasil (2002), o atendimento prestado em domicílio e/ou em via
pública a um indivíduo em crise psiquiatria, é geralmente realizado pelo Serviço
SAMU. Encontramos ainda neste documento o conceito do termo crise, em
psiquiátrica é usado para caracterizar as urgências e emergências psiquiátricas, como
as psicoses, tentativa de suicídio, depressões, síndromes cerebrais orgânicas.
O atendimento à crise psiquiátrica, conforme a legislação e diretrizes da
Reforma Psiquiátrica pode ser realizado pelos Centros de Atenção Psicossocial
(CAPS), emergência em hospital geral e emergência psiquiátrica, atenção básica e
SAMU (SOUSA; SILVA; OLIVEIRA, 2010). Segundo a Portaria 2048/GM, que
regulamenta o atendimento das urgências e emergências, a crise em saúde mental
é geralmente identificada como urgência psiquiátrica, e desta forma atribuída como
uma das responsabilidades do SAMU, a qual é compartilhada com a rede de atenção
à saúde mental, a polícia e ao corpo de bombeiros (BRASIL, 2002).
Após atendimento pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, os
pacientes em crise psiquiátrica são encaminhados à instituições de suporte à saúde
mental, podem ser encaminhados a alguma unidade de saúde que o município que
oferte assistência, podendo ser CAPS, nos seus mais diversos modelos ou hospitais
psiquiátricos e gerais, e com isso haver uma distribuição nas instituições de saúde
(BONFADA, 2010).
20
3
METODOLOGIA
3.1 DESENHO DO ESTUDO
Trata se de uma pesquisa documental com caráter descritivo e exploratório de
abordagem quantitativa com delineamento retrospectivo com objetivo levantar dados
a partir de um instrumento elaborado pelas pesquisadoras, baseado nas informações
da ficha de atendimento utilizado no serviço do município de Porto Velho-RO no
período de 01 de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2015.
Segundo Fonseca (2002), a abordagem quantitativa é utilizada para quantificar
os resultados centrados na objetividade. Quanto ao objetivo o referido estudo é
classificado como exploratório proporcionando familiaridade com o problema,
tornando mais explícito as fases da pesquisa e será descritiva sendo sistematizadas
suas informações.
O
uso de procedimentos para análise
de informações viabiliza
o
desenvolvimento do estudo. Nessa pesquisa, optou‐se pelos procedimentos da
análise documental, que consiste em saber esclarecer a especificidade e o campo de
análise de conteúdo. Seu objetivo resume-se na reapresentação condensada da
informação (JÚNIOR, 2014). Para atender os critério específicos deste conceito, será
realizado levantamento e análise nas ficha de ocorrência de ordem psiquiátrica, dos
paciente atendidos e/ou removidos pelo Serviço de atendimento Móvel de Urgência
(SAMU).
3.2 LOCAL DA PESQUISA
O estudo foi realizado no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)
no Município de Porto Velho/RO no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2015.
O SAMU está localizado na Lourenço Pereira Lima n: 2276, bairro Embratel. O mesmo
tem como finalidade realizar atendimentos médico pré-hospitalar de urgência,
oferecendo os cuidados de urgências apropriados ao estado de saúde do cidadão.
3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A população a estudada constituiu-se de pacientes em crise psiquiátrica
removidos ou atendidos pelo Serviço de atendimento Móvel de Urgência Município de
Porto Velho-RO.
21
A amostra foi constituída da totalidade dos casos que receberam atendimento
e/ou foram removidos pelo SAMU no período de 01 de janeiro de 2013 a 31 de
dezembro de 2015.
3.4 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS
O método utilizado para realização da coleta de dados constituiu-se de artigos
científicos, metodológicos, livros bibliográficos, e pesquisa realizada nas bases de
dados Lilacs, Scielo e BIREME.
O estudo foi desenvolvido mediante autorização da direção do órgão Serviço
de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). A coleta dos dados foi realizada na
própria instituição de estudo o SAMU.
O instrumento inicial para a coleta de dados organizou-se inicialmente de
artigos científicos, metodológicos e livros bibliográficos. Após a autorização e a
aprovação da direção do SAMU, foi agendado horários para realizar a pesquisa nos
arquivos, nas fichas de ocorrência, utilizando um o questionário composto de 15
perguntas fechadas. A partir da fonte de dados secundários, foi construído um
banco de dados contendo informações referentes a data, turno da ocorrência, UR
(unidade de resgate) e equipe de socorristas envolvidos, parâmetros vitais e nível
de conciência no momento do atendimento, histórico de uso de medicações e/ou
drogas, presença de agravos além do distúrbio mental, dados demográficos (sexo
e faixa etária) e unidade de destino dos pacientes atendidos ou removidos pelo
SAMU, que apresentavam se em crise psiquiátrica, no período de 01 de janeiro de
2013 a 31 de dezembro de 2015.
A pesquisa somente foi iniciada após anuência do Secretário de Saúde do
municipio (ANEXO I), da direção do SAMU (ANEXO II) e aprovação pelo comitê de
Ética e Pesquisa (CEP) (ANEXO III) conforme a resolução n° 466/12 do Conselho
Nacional de Saúde (CNS).
3.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO
A seleção da população de estudo foi realizada mediante aos critérios de
inclusão: paciente atendido e/ou removido pelo SAMU em crise psiquiátrica, o
atendimento ter ocorrido no período de 01 de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de
2015, ser residentes em Porto Velho.
22
Foram excluídos da pesquisa, fichas dos pacientes que não residiam no
município de Porto Velho/RO, aqueles que a resolução do problema ocorreu apenas
por atendimento telefônico, as ocorrências que foram canceladas, ou seja, não
geraram atendimento e fichas com datas anteriores e posteriores a data da pesquisa,
bem com as fichas em que o motivo da chamada não seja crises ou distúrbios
psiquiátricos.
3.6 PRINCÍPIOS ÉTICOS E LEGAIS
Para efetuar o estudo foram apresentados os parâmetros contidos na resolução
466/12 do Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde que dispõe sobre
pesquisas envolvendo seres humanos. Na resolução nº 466 de 12 de dezembro de
2012, em especial o inciso III.1, alínea A “respeito ao participante da pesquisa em sua
dignidade e autonomia, reconhecendo sua vulnerabilidade, assegurando sua vontade
de contribuir e permanecer, ou não, na pesquisa, por intermédio de manifestação
expressa, livre e esclarecida”, inciso III.2 alínea G “ obter consentimento livre e
esclarecido do participante da pesquisa e/ou seu representante legal”, a alínea I
“prever procedimentos que assegurem a confidencialidade e a privacidade, a proteção
da imagem e a não estigmatização dos participantes da pesquisa, garantindo a não
utilização das informações em prejuízo das pessoas”. Alínea N “assegurar aos
participantes da pesquisa os benefícios resultantes do projeto, seja em termos de
retorno social, acesso aos procedimentos, produtos ou agentes da pesquisa”.
A coleta de dados nas fichas de ocorrência, para construção do banco de dados
foi realizada após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) pelo Centro de
Ensino São Lucas, sob o número do parecer 1.592.218, e anuência do Secretário de
Saúde do Município e da Direção do SAMU.
3.7 ANÁLISES DE DADOS
Após a coleta de dados, as informações foram organizadas no programa
Microsoft Office Excel 2013, formatando os dados pela análise estatística e descritiva.
Após a tabulação dos dados foram organizados em gráficos e tabelas com categorias
e percentuais relacionados às questões da pesquisa e discutidos com literatura
pertinente.
23
3.8 RISCOS E BENEFÍCIOS
Essa pesquisa foi iniciada após o consentimento e autorização da direção do
Serviço de atendimento Móvel de Urgência (SAMU) do município de Porto Velho-RO
e mediante aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa, pelo Centro de Ensino São
Lucas, sob o número do parecer 1.592.218. Em nenhum dos momentos esta pesquisa
trará complicações legais.
A conduta adotada nesta pesquisa obedeceu aos Critérios da Ética em
Pesquisa com Seres Humanos conforme Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional
de Saúde.
Nenhum dos procedimentos usados ofereceu risco à dignidade dos
participantes pesquisados.
Como benefício acreditamos que esta pesquisa contribua de forma a tornar
evidente que a estruturação de um serviço eficiente e eficaz traz à população
segurança e garantia da qualidade na assistência, fomentando discussões acerca da
temática, bem como ao serviço, trazendo contribuições de melhorias no atendimento
do paciente em crise psiquiátrica
24
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a análise dos dados, considerou-se os motivos registrados nas fichas de
atendimento do SAMU que levaram os usuários da cidade Porto Velho-RO a
acionarem o serviço para atendimento e/ou remoção de paciente psiquiátrico.
Neste estudo foram analisadas 42.105 (100%) fichas de ocorrências no SAMU
período de 01 de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2015, destas 1.179 (2,9%) se
encaixaram nos critérios de inclusão da pesquisa. Constataram-se dados relevantes
acerca dos atendimentos e ou remoções de paciente em crise psiquiátrica realizados
pelo SAMU em Porto Velho-RO. Os resultados foram analisados de acordo com a
sequência dos objetivos propostos: levantar o número de atendimento psiquiátrico no
período de janeiro de 2013 a dezembro de 2015; caracterizar o perfil demográfico
obtidas dos atendimentos do SAMU referente ao sexo, faixa etária; caracterizar as
ocorrências decorrentes do atendimento psiquiátrico realizado, em relação ao horário
da ocorrência, destino final, configuração da unidade de resgate e equipe envolvida
no atendimento, histórico de medicações e/ou drogas e o nível de conciência e sinais vitais
no momento do atendimento.
Dados do estudo de Costa, Silva e Santana (2015) apresentaram uma média
superior aos dados encontrados no estudo realizado no triênio (2013 a 2015) no
SAMU de Porto Velho. Conforme estudo realizado pelos autores em Macapá - AP
durante biênio (2013- 2014) onde analisaram 8.902 ocorrências atendidas pelo SAMU
onde 5% das ocorrências foram caracterizadas como de ordem psiquiátrica.
Resultados divergente desta pesquisa foi o realizado por Dias et.al (2016) em
um estudo que buscou identificar o perfil epidemiológico e de saúde dos atendimentos
realizados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do Rio Grande do Norte
no período de janeiro a abril do ano de 2014, os autores analisaram um total de 3.209
ocorrências e dessas 180 (5,6%) foram por motivos psiquiátricos.
Avaliando as ocorrências separadamente as ocorrências no triênio, o ano de
2013 apresenta o menor número atendidos realizados pelo SAMU, no entanto o maior
número de ocorrências envolvendo paciente com disturbio mental, foram analisadas
11.269 fichas e destas 451 (4%) foram categorizados como de ordem pisiquiátrica. No
ano de 2014 apresentou o maior número de ocorrências atendidas pelo serviço,
gerando um total de 16.640, no entanto apenas 57 (2,1%) destes envolviam casos
psiquiátricos, no ano 2015 voltam a diminuir os atendimento no serviço, no entanto
25
pontuando um aumento relacionado as ocorrências psiquiátricas dos 14.096 casos
atendidos, 2,6% foram de ordem psiquiátrica.
Gráfico 1 – Número de atendimentos e/ou remoções, de pacientes de ordem psiquiátrica, realizados no triênio,
pelo SAMU de Porto Velho-RO, 2013-2015
18,000
16,000
14,000
12,000
10,000
8,000
6,000
4,000
4,0%
2,000
0
Ocorrências no Samu
Ocorrências de ordem
psiquiátrica
2,6%
2,1%
2013
11,269
2014
16,740
2015
14,096
452
358
369
Fonte: Salin (2016).
Estudo realizado por Campos (2010) no SAMU-Cuiabá encontrou em estudo
19.400 atendimentos quando investigou sobre os atendimentos de natureza
psiquiátrica no Samu-Cuiabá, em 2010 onde 3,7% foram de natureza psiquiátrica. O
autor menciona ainda após analisar dados de um estudo realizado sobre as
ocorrências atendidas pelo SAMU-Cuiabá em 2009 onde apresentou 3,8% do total
dos atendimentos eram natureza psiquiátrica e conclui que não houve alteração
significativa entre as pesquisas do biênio (2009-2010). Estes dados divergem dos
resultados encontrados nesta pesquisa onde percebemos um decréscimo de 2013
para 2014 e deste para 2015 as ocorrencias envolvendo pacientes psiquiátricos volta
a aumentar.
Um levantamento sobre os atendimentos a pacientes psiquiátricos colhido no
Setor de Pronto Atendimento e no Setor de Estatística do Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (Samu) do estado de Alagoas, indica que a cada ano aumenta o
número de atendimentos psiquiátricos. De acordo com a coordenadora médica do
Samu do estado de Alagoas, Valdenice Oliveira este aumento e veridico, segundo ela
nos três primeiros meses de 2014 foram realizados 944 atendimentos uma média
26
10,48 dia e; enquanto no mesmo período de 2015 o número passou para 1.041 uma
média 11,41 atendimentos por dia. (ALAGOAS, 2015). Essa informações corrobora
com o encontrados na pesquisa onde houve um aumento no número de atendimentos
entre os últimos anos da pesquisa, mesmo que ainda seja um aumento discreto.
De acordo com o que observamos em estudo realizados em diferentes
contextos podemos afirmar que os atendimentos de ordem psiquiátrica podem variar
na avaliação geral dos atendimentos. Segundo Campos (2010) não como há uma
padronização para coleta e registro de informações a origem dos dados, podendo
incorrer em diferentes resultados e pode dificultar comparações entre eles.
Diante dos dados coletados a caracterização demográfica dos pacientes em
crise psiquiátrica atendidos pelo SAMU, a Tabela 1 aborda as variáveis referentes a
idade e sexo. Observou-se no triênio (2013 à 2015), que a maioria das ocorrências
era do sexo masculino (66,8%) e o sexo feminino apresenta-se apenas com 33,2%
dos casos atendidos.
Quanto à faixa etária no sexo masculino houve predominância de 22,1% na
faixa etária de 21 a 30, seguido 16,9% com idade de 31 a 40 anos, 11,2% com idade
inferior a 21 anos e 7,7% as de 41 a 50 anos, enquanto que no sexo feminino a maior
incidência ocorreu na faixa etária de 31 a 40 anos de idade 10,5%, seguido de 6,9 %
com 41 á 50 anos, 6,4% as de 21 a 30 anos de idade e 3,8% das ocorrências
envolviam paciente psiquiátricas menores 21 anos. Com base nestes dados afirmar
que o maior número de ocorrências de ordem psiquiátrica reunem paciente de 15 a
50 anos totalizando 85,4% dos atendimentos. Os outros 14,6% estão distribuídos,
entre as fichas que não constavam registro de idade (4,6%) e entre as faixas etárias:
de 41 a 50 (7,7%), 51 a 60 (3,7%) e maiores que 60 (2,2%) nos homens e nas fichas
das mulheres entre a faixas etárias: menor de até 21 anos (3,8%), 51 a 60 (3,0%) e
maiores que 60 (1,5%), conforme apresentado na tabela 1.
27
Tabela 1 – Distribuição dos dados demográficos, dos pacientes em crise psiquiátrica atendidos e/ou
removidos pelo SAMU de Porto Velho-RO, 2013-2015
Sexo
Faixa etária
Masculino
Feminino
Total
n
%
n
%
n
%
Menores de 21
132
11,2%
45
3,8%
177
15,0%
21 á 30 anos
260
22,1%
75
6,4%
335
28,4%
31 á 40 anos
199
16,9%
124
10,5%
323
27,4%
41 á 50 anos
91
7,7%
81
6,9%
172
14,6%
51 à 60 anos
44
3,7%
35
3,0%
79
6,7%
> que 60 anos
26
2,2%
13
1,1%
39
3,3%
Não registrados
36
3,1%
18
1,5%
54
4,6%
TOTAL
788
66,8%
391
33,2%
1179
100,0%
Fonte: Salin (2016).
Resultado semelhante a um estudo realizado nos atendimentos de
ocorrências de ordem psiquiátrica realizados em Palmas - TO, onde apresentou um
predominou dos caso em sexo masculino (56,7%) (NABI, 2012).
Corroborando com o resultado da pesquisa e com o autor supracitado, um
estudo sobre os atendimentos de natureza psiquiátricas no SAMU de Cuiabá, em
2010, realizado por Campos (2012) apontou uma preponderância no sexo masculino
com 53,0% dos caso envolvendo pacientes com distúrbios mentais, e 43,5% do sexo
feminino, neste estudo 3,5% das fichas das ocorrências não continham registro sobre
o sexo.
Ratificando o resultado deste estudo Sousa, Silva e Oliveira (2010), em um
estudo com a população de internados no Serviço de Emergência Psiquiátrica em
Hospital Geral do município de Sobral- CE no ano de 2007 aponta que 70,1% das
ocorrências envolvendo pacientes psiquiátricos eram do sexo masculino e apenas
29,85% sexo feminino. Ainda no mesmo estudo diante da característica
sociodemográfica, idade, os autores apontam que 64,4% das ocorrencias de ordem
psiquiatricas ocorreram com paciente na faixa etária dos paciente menores de 21 à
49 anos, dados muito semelhante ao encontrados neste estudo .
Para Organização Mundial de Saúde a idade é um determinante dos
transtornos psiquiátricos. Corroborando com outros estudos esta pesquisa assinala
que a faixa etária de preponderância corresponde a das pessoas que encontram-se
28
em idade ativa. De acordo com Drummond, Radicchi e Gontijo (2014) e a presença
de distúrbios mentais nessa faixa etária influência de maneira geral no estilo de vida
dos indivíduos uma vez que comumente são marcados por apresentarem situações
de risco, fato este marca a gravidade clínica. O autores afirmam ainda que os fatores
sociais contribuem na evolução dos casos e interferem diretamente no dia-a-dia dos
indivíduos, dificultando e até impedindo a o desenvolvimento das atividades
cotidianas.
Em relação a descrição do turno de atendimento e/ou remoção de ordem
psiquiátrica no triênio (2013 à 2015) os turnos manhã (07h00min-12h59min), tarde
(13h00min-18h59min) e noite (19h00min-06h59min) praticamente equipararam-se,
em termos de solicitação de atendimentos para tais ocorrências, com os respectivos
percentuais sendo 34,3%, 31% e 34,7%.
Tabela 2 - Descrição do turno do atendimento e/ou remoção de ordem psiquiátrica pelo SAMU de
Porto Velho-RO, 2013-2015
Sexo
Turno da demanda
Masculino
Feminino
Total
n
%
n
%
n
%
Manhã
277
23,5%
127
10,8 %
404
34,3%
Tarde
237
20,1%
129
10,9 %
366
31,0%
Noite
274
23,2%
135
11,5 %
409
34,7%
Total
788
66,8%
391
33,2 %
1179
100,0%
Fonte: Salin (2016).
Quanto ao horário de atendimento, ao analisar a tabela 2, observa-se que a
maior concentração no atendimento de ordem psiquiátrica ocorreu no período
matutino e noturno com 69%, e as demais ocorrências com um percentual de 31%
no período vespertino, valor semelhante foi encontrado no estudo de Dias (2012) que
apresentou uma concentração de 54,85%, no entanto os turnos em que os eventos
ocorreram divergem dos encontrados no estudo, os turnos de maior concentração
citado por Dias foram manhã e tarde com respectivamente 27,91% e 26,94%
Outros estudos sobre a descrição do horário no atendimento de caso
envolvendo pacientes com distúrbios mentais, mostram um percentual semelhante ao
estudo, no entanto também divergem nos turnos de maior ocorrências. Como o de
29
Campos (2012) mostra que 64,5% dos atendimentos aconteceram no período diurno,
ou seja, matutino e vespertino, e 35,5% no período noturno, ou o estudo de Cruz et.al
(2010), realizado no Chile em um serviço de Urgências do Instituto Psiquiátrico
apontou que atendimentos às urgências psiquiátricas aconteceram no turno matutino
e vespertino com um percentual de 76,7% dos eventos, embora seja uma taxa maior
do que a encontrada pelos autores supracitados, os turnos se enquadram.
O estudo realizado no Samu de Cuiabá por Duarte; Lucena; Morita (2011)
corroboram com os autores supracitados quando mencionam sobre os turnos de
maior incidência das ocorrências psiquiatricas, onde o maior número de atendimentos
ocorreu no período diurno.
No que se refere ao tipo de veículo de suporte utilizado para o atendimento
das 1.174 (100%) ocorrências a atendimentos a pacientes em surto psicóticos
realizadas no triênio, destaca-se a apresentação das Unidades de Suporte Básico
(USB) em 100% dos casos. Quanto configuração dos profissionais envolvidos no
atendimento, em 100% das ocorrências estiveram presentes condutor e Técnico e /ou
Auxiliar de Enfermagem e em 5,9% (n=69) houve participação do médico via telefone e em
9,3% (n=110) das ocorrências foi solicitado auxílio de uma equipe de apoio, polícia militar,
para conter o paciente e auxilar no atendimento ou/e remoção a uma unidade de saúde de
acordo com o gráfico 2.
Gráfico 2: Profissionais envolvidos no atendimento e/ou remoção de ordem psiquiátrica pelo SAMU de
Porto Velho-RO, 2013-2015
100%
100%
1200
1000
800
600
400
5,9%
200
0
Series1
Total da
ocorrências de
ordem
psiquiátrica
1179
Com participação
do Téc/Aux de
enfermagem e
Condutor
1179
Com participação
do médico
regulador via
telefone
69
9,3%
Com participação
da equipe apoio polícia militar
110
Fonte: Salin (2016).
O resultado encontrado no estudo está de acordo com o preconizado pelas
diretrizes, para regulação médica, estabelecidas na Política Nacional de Atenção às
30
Urgências, uma vez que em 100% das fichas, de ocorrências a pacientes
psiquiátricos, avaliadas foram enviadas USB. Dados estes vem ao encontro ao
descrito por Bonfada e Guimaraes (2012) onde afirmam que assistência durante os
eventos que envolvem indivíduos com distúrbios mentais, prestado pelo SAMU devem
ser encaminhadas viaturas que contam apenas com equipamentos básicos e com a
presença de um socorrista condutor e um técnico de enfermagem, no entanto cabe a
regulação medica decidir pelo envio de uma unidade de suporte básico ou avançado.
O autor supracitado afirma ainda que os socorristas da USB devem deslocarse até o ponto da ocorrência, conforme a necessidade ou dúvida sobre qual conduta
seguir entram em contato com o médico regulador na base do serviço. Fato esse vem
ao encontro dos resultados encontrados na pesquisa no qual a equipe de resgate
entrou em contato com médico regulador em 5,9% dos atendimentos a paciente em
surto psicóticos, e seguiram as orientações recebidas por telefone, na maioria destas
a regulação médica, prescreveu via telefone contenção química com Haldol® e
Fenergan®. De acordo com a diretora do Samu Porto Velho Mara Benedicta de
Rezende Monte Correia, assim que a equipe retorna para base colhem assinatura do
médico regulador responsável pela prescrição via telefone, a diretora salienta que no
final de cada turno de trabalho a equipe técnica repassa as fichas referente aos
atendimentos realizados durante o plantão ao enfermeiro supervisor do plantão e este
é responsável pela conferência do preenchimento.
A ação da regulação médica do Samu de Porto Velho quando a prescrição de
drogas psicotrópicas via telefone é com a intenção de não prejudicar as ocorrências
psiquiátricas que são atendidas em 100% dos casos pelas ambulâncias de suporte
básico de vida, onde os profissionais deste tipo de ambulância iriam somente dispor
da contenção Mecânica, onde muitas vezes pode levar a um atendimento com
atitudes repressivas e violentas que aumentam o desespero e angústia dos pacientes
em crise psíquica.
De acordo com Brito, Bonfada e Guimaraes (2015) o uso de psicotrópicos
permitiu uma melhoria na assistência em saúde mental, uma vez que estas
medicações estão contidas nos planos terapêuticos dos pacientes psiquiátricos dos
serviços. No entanto o autor salienta que a utilização destas drogas não deve ser vista
como a única opção disponível aos profissionais no tratamento ou abordagem, nem
como uma formula mágica para sanar os comportamentos do paciente em crise, que
devido a visão estigmatizada da doença mental, possa ocasionar incômodo,
31
constrangimento ou medo a equipe. A contenção química deve ser realizada de forma
criteriosa e com indicativo clínico condizente, ou seja nas situações em que o paciente
põe em risco a sua integridade ou a de outras pessoas.
Quanto a participação de equipe de apoio nas ocorrências a pesquisa assinala
que em 9,3% os atendimento envolvendo pacientes psiquiátricos, a Polícia Militar
(PM) foi acionada. Segundo (Brasil 2002) a Portaria 2.048/GM assegura que o SAMU
tem responsabilidade de reconhecer a precisão de acionar a PM ou outros atores
durante o atendimento a pacientes psiquiátricos, quando a ocorrência se configurar
como uma situações de risco para si e para os outros
Brito, Bonfada e Guimaraes (2015) avaliam a participação da Policia Militar PM como positiva, pois auxilia no atendimento ao paciente em crise psíquica, uma vez
que e diminui o tempo já que a maioria dos pacientes psiquiátricos sentem-se
intimidados ou tem medo tem da polícia. No estudo a polícia militar é acionada pelo
fato de grande parte dos profissionais socorristas do SAMU de Porto Velho ser
constituído basicamente por mulheres e frequentemente em algumas situações
quando as tentativas de intervenção verbal não é suficiente na abordagem ao
paciente, e este precisa de contenção física e/ou química.
Bonfada (2010) corrobora com o autor supracitado no entanto, descreve que
o apoio polícia militar, nos atendimentos a indivíduos com distúrbios psíquicos, deve
ser restrito às circunstâncias em que haja comprovadamente perigo para a equipe,
paciente e/ou terceiros, pois ao acionarmos corriqueiramente esse apoio nas
ocorrências contribuiremos com estigma criado a respeito de que pacientes com
distúrbios mentais trazem perigo à sociedade, e desta forma não fortaleceremos a
socialização e humanização no cuidado aos indivíduos com distúrbios mentais.
Brito, Bonfada e Guimaraes (2015) descrevem o tempo como um agravante
em a participação da PM nos atendimento às urgências psiquiátricas. Uma vez que o
protocolo de atendimento e indicadores de qualidade do Samu são orientados pelo
menor tempo para chegar no local da ocorrência. E para A PM fator tempo não é
prioridade quando refere-se ao auxilio no atendimento de casos envolvendo pacientes
psiquiátricos.
Percebeu-se a partir do dados do gráfico 2 que 847 das fichas (71,8%) de
ocorrências do triênio exibiam registo sobre histórico de uso medicação psicotrópicas
e/ou drogas e deste percentual 660 (56%) com apenas histórico de mediação e 187
32
(15%) com histórico de uso de mediação e drogas, e restante das fichas 332 (28,2%)
não apresentavam registro sobre histórico de medicação e/ou drogas.
Ao analisarmos a totalidade de ocorrências que exibiram histórico de uso
medicação psicotrópicas e/ou drogas por sexo, evidenciou-se que nos homens 445
(37,7%) apresentaram histórico de uso de medicações e 134 (11,4%) histórico de
medicação e drogas, enquanto que nas mulheres 215 (18,2%) apresentaram histórico
de medicações e 53 (4,5%) mediação e drogas.
Gráfico 3 – Relação do histórico de medicações e/ou drogas dos paciente atendidos e/ou removidos
em crise psiquiátrica pelo SAMU de Porto Velho-RO, 2013-2015
700
56%
600
500
37,7%
400
28,2%
300
18,2%
200
15,9%
11,4%
100
4,5%
0
homens
Histórico de medicações
mulheres
total de fichas
Histórico de medicações e drogas
Sem registro do uso de medicação e/ou droga
Fonte: Salin (2016).
No que diz respeito ao histórico de uso medicação e drogas nos casos de
surtos psicóticos atendidos pelo Samu no triênio, apesar de encontrarmos um número
significativo, acredita-se que estes valores podem estar subestimados, uma vez que
a pesquisa foi coletada de dados secundários, fichas de registro de atendimentos, o
que pode ser comum durante uma atendimento de emergência o esquecimento de
alguns detalhes no momento, ou ainda pelo fato frequentemente os agravos ocorrem
em vias públicas, onde os socorroistas não conseguem informações específicas com
a população ou paciente que está em crise, não sabe responder e a família nem
sempre está no local. É importante salientar quando em domicílio ou locais em que o
33
familiar está presente o relato mais frequente é sobre a não adesão do paciente ao
tratamento medicamentoso.
A não adesão ao tratamento dos transtornos mentais pelos pacientes
psiquiátricos é relatado no estudo de Cardoso et.al (2011) em cerca de 50% do
pacientes, e isso pode, além de dificultar o tratamento terapêutico e abordagens
psicossociais, prejudicando a convivência familiar e social do paciente. E essa é
considerada uma das principais causas de recaída e frequentes a reinternação dos
pacientes como afirmam em seu estudo Cardoso e Galera (2009), os autores sugerem
ainda que o risco de recaída gira aproximadamente em torno de 3.5 a 10% ao mês.
Miasso, Carmo e Tirapelli (2012) corroboram com os autores supracitados e
apontam que em sua pesquisa com 101 pacientes psiquiátricos em tratamento em um
Núcleo de Saúde Mental de um município do interior de São Paulo, 63% destes não
aderiam ao tratamento, fato que aumentava a recorrência das crises.
Santos (2014) em sua pesquisa sobre atendimento
do SAMU de Maceió –
AL a pacientes com distúrbios mentais, encontrou uma prevalência maior de homens.
O autor menciona ainda que este fato está relacionado se a não adesão das pessoas
do sexo masculino ao tratamento, dados estes corroboram com nosso estudo onde
os homens foram homens as maiores vítimas socorridas pelo Samu em crise
psiquiátrica.
Em nosso estudo encontramos um número relativamente significativo de
fichas com histórico de uso de drogas. Há evidências consideráveis em estudos de
que uso dessas substâncias está associado com risco aumentado de piorar o curso
das doenças mentais e ainda exacerbar os sintomas. (D'SOUZA et al., 2009; REALINI
et al., 2009; WELCH et al., 2011).
Observa se pelo gráfico 03, que das 1179 fichas que geraram ocorrência ao
paciente psiquiátricos, 1.159 (98,2%) das fichas não exibiram relatos de outros
agravos além da doença mental, e apenas 21 (1,8%) apresentaram outros agravos,
que foram distribuídos em: 10 (0,85%) casos de Hipertensão Arterial Sistêmica, 3
(0,25%) Diabetes Mellitos, 2 (0,17%) Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e 1
(0,08%) Acidende Vascular encefálico, encontramos 5 (0,42%) das fichas de registro
de ocorrências com relato de gestantes em crise psiquiátricas.
34
Gráfico 4 – Relação quanto a presença de agravos além do distúrbio mental nos paciente atendidos
e/ou removidos em crise psiquiátrica pelo SAMU de Porto Velho-RO, 2013-2015
Fonte: Salin (2016).
Segundo estudo realizado por Branquinho et.al (2014), com 146 prontuários
de pacientes psiquiátricos, em um Centro de Atenção Psicossocial II (CAPS II), no
município de Três Lagoas-MS no ano de 2013 a 2014, apontou que 15 destes
apresentavam além do distúrbio mental, hipertensão arterial sistêmica e/ou Diabetes
Mellitos. Os autores mencionam sobre a probabilidades de esse número ser ainda
maior, visto a omissão de anotações nos registros. Em nossa pesquisa se levarmos
em consideração a falta de registro nas fichas das ocorrências sobre o nível de
pressão arterial dos paciente, na tabela 3, pode ocorrer que o número de pacientes
acometidos por HAS seja maior.
Outro estudo onde encontramos informações sobre pacientes psiquiátricos
acometidos por outros agravos, foi o realizado por Farias et.al (2013) no qual ele
investigou sobre o cotidiano de 20 pacientes psiquiátricos portadores do vírus HIV, os
resultados da do estudo não limitou-se a apresentar números, mas sim discutir o
sentimento de medo da morte, a rejeição e o preconceito marca o cotidiano desses
indivíduos.
Apesar dos dois estudos apresentarem dados muito superiores aos da
pesquisa, eles corroboram sobre o fato dos pacientes psiquiátricos serem acometidos
por outros agravos. E isso pode tornar a vida mais sofrida e difícil, pois sabemos o
quão é desafiador e complexo é o tratamento de um paciente acometido apenas de
35
moléstia psiquiátrica, imagina além desta ser portador de outros agravos que exijam
além de tratamento medicamentoso por um período longo de tempo. Esse necessitará
acompanhamento integral pela equipe e supervisão familiar, e ainda necessita da
cooperação do paciente para com a rotina e hábitos alimentares a fim de evitar
comorbidades.
Moreira (2010) afirma que o paciente e frequentemente os familiares
escondem os diagnósticos da soropositividade para HIV como um mecanismo de
proteção em relação ao preconceito e à discriminação da sociedade. Levando em
conta essa colocação pode-se supor que o número de pacientes doentes mentais com
esta afecção pode ser superior ao relatado na pesquisa.
Em relação a presença de agravos além do distúrbio mental, 5 (0,42%) dos
casos de ocorrências em que assistiram a pacientes psiquiátricas gestantes. Um
estudo desenvolvido por Kassada et.al (2015) a população utilizada pelo autor na
pesquisa constituiu-se 394 gestantes cadastradas em Unidades Básicas de Saúde
localizadas na cidade de Maringá – PR no ano de 2012, e desta amostra 51 (12,94%)
entrevistadas afirmaram ter disturbio mental na gestação, durante a consulta nos
prontuários das gestantes para confirmar as informações alem de ratificar as
informações, outro achado foi levantado onde identificou que apenas 4 gestantes
(1.01%) apresentava transtorno psiquiátrico prévio.
Em um estudo no Rio Grande do Sul para determinar a prevalência de
prováveis transtornos mentais durante a gestação realizado por Almeida (2012)
mostrou que das 712 gestantes que construíram sua amostra, 297 (41,7%) das
apresentaram transtorno psiquiátrico. Os resultados apresentados nos estudos acima
aparentam valores significativos sobre a presença de gestantes com distúrbios
mentais, portanto pela falta de informações sobre o tempos ou tipo do distúrbio não
poderemos afirmar semelhança ou divergência do nosso estudo.
Quanto a presença de lesões, escoriações ou hematomas 945 (80,2%) dos
atendimentos, os pacientes psiquiátrico não apresentaram nenhum tipo lesões,
enquanto que 207 (17,6%) não continham registros sobre a presença ou ausência de
lesões no momento do assistência, e apenas 27 (2,3%) mencionava presença de
lesões, escoriações e hematomas pelo corpo, e foram distribuídas da seguinte forma:
12 (1,02%) na região da cabeça e face, 8 (0,68%) nos membros superiores (MMSS),
5 (0,42%) nos membros inferior, 1 (0.08%) na região dorsal e 1 (0,08%) com lesões
no corpo todo, conforme gráfico 5.
36
Gráfico 5 – Presença de escoriações, hematomas ou lesões nos paciente atendidos e/ou removidos
em crise psiquiátrica pelo SAMU de Porto Velho-RO, 2013-2015
Fonte: Salin (2016).
Nos registros das fichas de ocorrência que geraram atendimento a pacientes
psiquiátricos, constam que apenas os locais das lesões, escoriações ou hematomas,
não a etiologia destas, podemos suspeitar que a pessoa possa ter sido agressão física
ou foi autolesão. O estudo de Albuquerque e Barros (2013) mencionam que os
portadores de distúrbios mentais são caracterizados como um fator de risco para
sofrer agressão física.
Salles e Barros (2013) corroborando com a fala do autor supracitados,
mencionam que mais provável que pacientes psiquiátricos sejam vítimas de agressão
físicas do que agressores, afirmam ainda que a frequência de agressões fisicas e
verbais são extremamente superiores a sofrida pela população geral.
Estudo realizado com 7.403 pessoas entrevistadas na Inglaterra sobre
prevalência de resultados de saúde mental por orientação sexual, demonstrou que 2,
82% dos pacientes apresentaram automutilação (CHAKRABORTY, A. et al. apud
ALBUQUERQUE 2016).
Garreto (2015) em seu estudo avaliou 33 pacientes, que buscaram auxilio
para com a auto mutiliação, o autor mencionar que é comum o indivíduo causar lesões
em seu corpo, em busca de alívio ou sensação de bem estar. Durante a investigação
foi comprovado que todos os pacientes eram portadores de distúrbios mentais. E que
as lesões eram geralmente na parte anterior do corpo pela facilidade do acesso.
37
Giusti (2013) define autolesão como atos impulsivos e intencionais de
agressão em alguma parte do corpo, sem intenção suicida. Relata que em sua
pesquisa as formas mais frequentes de mutilação foram: cortes na pele, interferência
no processo de cicatrização de ferimentos fazendo com que aumentam, bate em si
mesmo, beliscar-se, morder-se, queimar-se, arranhar-se, arranca cabelos, entre
outras agressões contra si mesmo. E aponta ainda que atos foram utilizados como
uma forma de enfrentamento de sentimentos intensos, como: ansiedade, tristeza,
raiva, parar algo ruim, para punir-se, para relaxar ou mesmo pedir ajuda.
A amostra para realização da pesquisa supracitada foi constituída por 70
pacientes e desses 40 (57%) apresentaram sinais de mutilações. Além da entrevista
com essas pessoas, uma análise dos prontuários foi realizada, e através foi possivel
confirmar pontos comuns entre o início e evolução da automutilação, n maioria dos
pacientes iniciou como ato impulsivo em momentos de raiva ou tristeza e quando se
maltratavam sentiam-se aliviado com sensação de bem estar. E sempre que um
paciente enfrentar situações desagradáves irão buscar por essas sensações, e com
o passar do tempo tornam-se mais frequente e aumentam inclusive o número de
cortes ou demais agressões contra si mesmo.
Através da tabela 03 podemos observar os parâmetros dos sinais vitais dos
paciente com distúrbios mentais no momento do atendimento e/ou remoção. Das
1.179 fichas analisadas 1.012 (85,5%) continham informação sobre nível de
conciência a vítima, 167 (14,2%) não continham nenhum registro neste quesito.
Quanto a presença do pulso (radial) 961 (81,5%) havia relatos que estava presente,
enquanto que em 218 (18,5%) não continham descrição sobre a verificação do pulso.
Sobre a verificação da frequência respiratória 830 (70,4%) continham informações
sobre este sinal vital, e dessas apenas 2 (0,2%) com registros sobre presença de
dispneia, enquanto que 828 (70.2%) apontado como FR presente, e o restante das
fichas 349 (29,6%) não continham nenhum tipo de anotação relacionada a respiração.
Quanto a mensuração da pressão arterial 204 (17,3%) apresentavam-se
normotensos, 27 (2,3%) com hipertensão arterial, 10 (0,8%) com hipotensão arterial e
o restante das fichas selecionadas 938 (79,9%) não continham informação alguma
sobre esse sinal vital. Na verificação da saturação de O2, 148 (12%) apresentavam
nível de saturação, de oxigênio normal e 1.031 (87,4%) não continham informações
sobre Sat de O2.
38
Tabela 3 – Parâmetros dos sinais vitais, oxigenação periférica e nível de consciência no momento
do atendimento e/ou remoção dos pacientes em crise psiquiátrica pelo SAMU de Porto Velho-RO,
2013-2015
Variáveis
Número
Percentual (%)
1.012
0
167
85,8%
0,0%
14,2%
100%
961
0
218
81,5%
0,0%
18,5%
100%

Nível de conciência
Consciente
Inconsciente
Não Registrado
TOTAL
 Pulso radial
Presente
Ausente
Não registrado
TOTAL
 Frequência Respiratória
Presente
Ausente
Dispneico
Não registrado
TOTAL
 Pressão Arterial
Normotenso
Hipertenso
Hipotenso
Não registrado
TOTAL
 Saturação de Oxigênio
96 à 100%
90 à 95%
< 90%
< 80%
Não registrado
TOTAL
828
0
2
349
70,2%
0,0%
0,2%
29,6%
100%
204
27
10
938
17,3%
2,3%
0,8%
79,6%
100%
148
0
0
0
1.031
12,6%
0,0%
0,0%
0,0%
87,4%
100%
Fonte: Salin (2016).
Em relação os parâmetros vitais analisados em nosso estudo, estavam dentro
dos padrões considerados normais, encontramos registros pequenos de casos de
dispneia e hipotensão, provavelmente sendo uma comorbidades dos agravos de
saúde. A falta de registros dos parâmetros vitais foi o que mais chamou atenção ao
analisar os dados. A pesar da intenção da pesquisa seja analisar o preenchimento da
ficha de ocorrência, diante da quantidade da ausência de registros ou do
preenchimento parcial dos parâmetros vitais e dados que fazem parte da avaliação
primária e secundária da vítima, ou ainda da evolução clínica e do relato de condutas
realizadas, achou se necessário discorrer um pouco sobre esta situação.
39
Presume-se que a falta de informações na ficha pode ser devido os registros
não serem realizados no momento da assistência, e sim apenas após a conclusão do
atendimento e neste caso é comum que haja esquecimento de alguns detalhes. Neste
caso além de não anotar detalhes de relevância, devido a rotina das atividades do
socorrista, pode ser que antes que ele conclua os registros da última ocorrência, já é
acionado para outro atendimento, gerando a ausência total ou parcial das
informações. No entanto, pode ser que o que está ocorrendo seja por negligência no
momento de colher os dados, ou devido não saber a relevância desses dados para a
avaliar da qualidade dos atendimentos, ou por desconhecer termos contidos na ficha,
e ainda pode ser ausência avaliação da vítima.
Bragas (2015) descrever em seu trabalho que os registros da assistência
prestada a um paciente, além de auxiliar na continuidade do cuidado, são usados para
processo de auditoria, faturamentos e cobranças, obtenção de dados estatísticos
sobre a qualidade das atividades desenvolvidas pelo serviço, servem ainda para
investigações científicas e deligências legais. Nosso estudo é sobre atendimento a
pacientes em crise psiquiátrica, isso justifica a não realização de alguns
procedimentos, devido estado do paciente, porém não justifica a ausência de registros
sobre estes parâmetros.
A gráfico 5 apresenta as unidades de destino dos paciente atendidos e
removidos em crise psiquiátrica pelo SAMU de Porto Velho-RO. O hospital usado
como porta de entrada para ocorrências psiquiatricas foi o Hospital e Pronto Socorro
João Paulo II, recebeu 69,2% (n=816) dos casos, os outros 30,8% (n=363) dos
atendimentos estão distribuídos entre os pacientes recusaram atendimento ou
remoção 111 (9,4%), os que evadiram se do local 111 (9,4%), aqueles foram
removidos por terceiros ou pela polícia militar 31 (2,6%) e os 110 (9,3%) que foram
removidos para outras Instituições de Saúde públicas ou privadas a constar: o Hospital
de Base Drº. Ary Pinheiro foi a instituição que recebeu 35 (2,97%) dos pacientes, a
Unidade de Pronto Atendimento (UPA) zona Leste 30 (2,54%), a Policlínica Drª Ana
Adelaide 15 (1,27%), a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) zona Sul 12 (1,02%),
a Unimed 08 (0,68%), a Associação Tiradentes dos Policiais Militares e Bombeiros
Militares do Estado de Rondônia (ASTIR)
03 (0,25%), o Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS) 03 (0,25%), O Hospital Central 02 (0,17%) e o Centro de
Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron) 02 (0,17%) das ocorrencias do Samu, com
pacientes psiquiátricos no triênio.
40
Gráfico 6 – Unidade de destino dos paciente atendidos e/ou removidos em crise psiquiátrica
pelo SAMU de Porto Velho-RO, 2013-2015
Fonte: Salin (2016).
O destino final dos episódios envolvendo indivíduos em crise psiquiátrica, que
foram atendidos pelo SAMU de Porto Velho, foi para o Hospital e Pronto Socorro João
Paulo II, que é considerado a porta da entrada para situações de urgência e
emergência no municipio de Porto Velho.
A central de regulação, decidi sobre o deslocamento para o destino levando
em conta a complexidade e ou gravidade do caso, como em Porto Velho não tem
CAPS III, com atendimento 24 hs a pacientes com distúrbios mentais, o Hospital e
Pronto Socorro João Paulo II é a unidade de referência de acordo com o protocolo de
regulação para atendimentos de urgência e emergência.
No trabalho de Correia e D’Andrea (2014), sobre o perfil de atendimento das
ocorrências no Samu de Porto Velho, no primeiro semestre de 2013, apresentou
semelhança na unidades de destino final das ocorrências, o Hospital João Paulo II
único existente na cidade e referência de trauma em Porto Velho recebeu das 9.530
(100%) casos 3621 (38%), as outros unidades responsáveis por receber número
significativo de pacientes atendidos pelo Samu foram UPA Zona Leste, Hospital de
Base Drº Ary Pinheiro e a Policlínica Drª Ana Adelaide com os respectivos percentuais
14%, 12% e 9%.
41
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo permitiu conhecer o perfil dos pacientes psiquiátricos atendidos pelo
SAMU em Porto Velho-RO. Observou-se que número de pacientes nas emergências
psiquiatricas atendidas pelo Samu estão aumentando novamente, após um declínio
no ano de 2014, em 2015 voltam a subir, a não adesão ao tratamento e uso de drogas
podem ser os responsável pela piora no curso da doença mental e acentuando os
sintomas, tornando as crises mais frequentes.
Os atendimentos psiquiátricos realizados pelo SAMU Porto Velho, assim
como em outros estudos os homens lideram a lista das ocorrências de ordem
psiquiátrica. A faixa etária de preponderância corresponde a das pessoas que
encontram-se em idade ativa, 85,4% dos atendimentos envolviam pacientes de 15 a
50 anos.
Os turnos das ocorrências praticamente se equipararam, no entanto
observou-se que a maior concentração no atendimento de ordem psiquiátrica ocorreu
no período matutino e noturno com 69%. Esse percentual apresentou semelhança
com outros estudos, no entanto não sabemos a razão, mas o predomínio foi manhã e
tarde divergindo do estudo.
O condutor e um técnico de enfermagem estavam envolvidos em todos os
atendimentos, já que a regulação do serviço enviou a USB para todas as ocorrências
de ordem psiquiátrica, ação está condiz com o recomendado pelas diretrizes,
estabelecidas na Política Nacional de Atenção às Urgências. No entanto em 5,9% das
ocorrências foi necessário a intervenção médica, todas via telefone, uma vez que determinada
situação no local da ocorrência exigia da equipe atribuições as quais não eram de sua
competência, ligavam para base de regulação, em todos contatos a regulação médica
ordenou a realização de contenção química com Haldol e Fenergan.
A equipe de socorristas do SAMU de Porto Velho é constituída basicamente
por mulheres, fato que levou o acionamentos da polícia militar em 9,3% dos
atendimentos de ordem psiquiátrica, pois em algumas situações as tentativas de
intervenção verbal não são suficientes na abordagem ao paciente em surto psicótico,
e este necessita de contenção mecânica e/ou química, para evitar risco a equipe, ao
paciente e/ou terceiros.
Há evidências consideráveis sobre histórico de uso medicação psicotrópicas
e/ou drogas, 71,8%,
no entanto há possibilidade destes valores estarem
42
subestimados, uma vez que a pesquisa foi coletada a partir de dados secundários e
pode ser comum durante uma atendimento de emergência o esquecimento de
registrar de alguns detalhes, ou ainda pela falta de informações sobre este item, já
que os agravos ocorrem frequentemente em vias públicas, onde os socorroistas não
conseguem informações específicas com a população, nem com o paciente e a família
nem sempre está no local, e quando conseguem tal informação, relato mais frequente
é sobre a não adesão do paciente ao tratamento.
Encontramos relatos sobre presença de lesões, escoriações e hematomas
pelo corpo em 2,3% das fichas, no entanto não apresenta a etiologia, no entanto com
base em estudos podemos suspeitar que a pessoa possa ter sofrido um acidente, uma
agressão física ou pode ser caso de automutilação, evento frequente em algumas
doença mentais.
Quanto os parâmetros dos sinais vitais houve uma carência grande de
informações. Com exceção de um pequeno número de casos que continham registro
de dispneia 0,2%, hipertensão 2,3% e hipotensão 0,8%, as demais fichas que
continham informações mostraram parâmetros vitais estáveis. A ausência de registros
ou o preenchimento parcial dos parâmetros vitais foi bastante marcante neste item da
ficha. No entanto esta carência de informações foi encontrada em vários outros pontos
da ficha, onde dados referente a avaliação primária e secundária da vítima, ou ainda
da evolução clínica e do relato de condutas realizadas, que não continham nenhum
registro. Nosso estudo é sobre atendimento a pacientes em crise psiquiátrica, isso
justifica a não realização de alguns procedimentos, devido estado do paciente, porém
não justifica a ausência de registros sobre estes parâmetros.
De acordo com o protocolo da central de regulação, o médico regulador que
decidi sobre o destino final dos episódios envolvendo indivíduos em crise psiquiátrica,
que receberam atendimento do SAMU de Porto Velho, levam em conta a
complexidade e ou gravidade do caso. Como não há na cidade CAPS III, serviço que
oferece atendimento 24 horas para pessoas com transtornos mentais, nem
emergências psiquiátricas, a maioria do casos foram encaminhados para o Hospital e
Pronto Socorro João Paulo II que é considerado a porta da entrada para situações de
urgência e emergência no municipio de Porto Velho.
O estudo permitiu uma visão mais ampla sobre o perfil dos pacientes
psiquiátrico atendidos pelo SAMU em Porto Velho-RO. Acredita-se que o resultado
desta pesquisa possa contribuir de forma a tornar evidente que a estruturação de um
43
serviço eficiente e eficaz que traz à população segurança e garantia da qualidade na
assistência ao paciente com distúrbio mental, fomentando discussões acerca da
temática, bem como ao serviço trazendo contribuições de melhorias no atendimento,
pois ao saber as características dos usuários, possibilitará planejamento da
assistência voltada as necessidades desses pacientes, e melhoras nos registros
referente a assistência do paciente em crise psiquiátrica.
O preenchimento completo e adequado das fichas poderá contribuir com a
produção estatística do SAMU, para melhorar esses quesitos deverão ocorrer
capacitação sobre preenchimento desses impressos e neste momento deverão entra
em ação os atores: Enfermeiro Supervisor do plantão, o Gerente de Enfermagem e o
NEP, respectivamente supervisionando as atividades, pontuando as deficiências da
equipe e realização de capacitações.
44
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48
APÊNDICE
INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS
Data da ocorrência:______/_____/_____
01 - Horário da ocorrência
Matutino
Vespertino
Noturno
Não registrado
02 - Qual a UR de resgate?
Básica
Avançada
03 – Socorrista?
Médico
Enfermeiro
Téc. enfermagem
Condutor
04 - Qual o Sexo?
Masculino
Feminino
Não registrado
05 - Qual a idade do paciente?
< 21 anos
21 à 30 anos
31 à 40 anos
41 à 50 anos
51 à 60 anos
≥ 61 anos
Não registrado
06 - Estava utilizando meio de locomoção?
Sim Qual?..................................................................................................
Não
Não registrado
07 - Paciente apresentava lesões, escoriações ou hematomas corporais?
Sim Local:....................................................................................................
Não
Não registrado
49
08- Histórico de drogas, medicações ou intoxicações?
Sim
Não
Não registrado
09 - Paciente apresenta agravos, além do distúrbio mental?
Sim Qual?.................................................................................................
Não
Não registrado
10 - Nível de conciência?
Consciente
Inconsciente
Não registrado
11- Como apresentava –se o pulso radial do paciente?
Presente
Ausente
Não registrado
12 - Como apresentava –se a pressão arterial do paciente?
Normotenso
Hipertenso
Hipotenso
Não registrado
13- Como apresentava –se a frequência respiratória do paciente?
Presente
Ausente
Dispneico
Não registrado
14 – Como apresentava –se a saturação de O2?
96 à 100 %
90 à 95 %
< 90 %
< 80 %
Não registrado
15 - Unidade de destino?
Hospital João Paulo II
CAPS
UPA
Outro
Não registrado
50
ANEXOS
51
ANEXO I
TERMO DE ANUÊNCIA SECRETÁRIO DE SAÚDE
52
53
54
55
ANEXO II
TERMO DE ANUÊNCIA DA DIRETORA DO SAMU
56
57
ANEXO III
PARECER CONSUBSTANCIADO DO CENTRO DE ENSINO SÃO LUCAS
58
59
60
CURRICULO LATTES
http://lattes.cnpq.br/4228299686569815
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