deixou um homem soterrado durante

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Legenda 1: O Samu/192 vai ao local do acidente para atender a vítima o mais
rápido possível.
População pode contar com Samu/192 em situações
de risco
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência contribui para redução de mortes e
seqüelas por falta de socorro precoce. Para acionar serviço, basta ligar 192
O desabamento recente de um barraco, após uma forte enchente na região
metropolitana de Aracaju (SE), deixou um homem soterrado durante mais de uma
hora. Com o corpo coberto de terra, o trabalhador Antônio Almirante só escapou
graças à atuação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu/192.
Histórias desse tipo ilustram quase dois anos de atividades do Samu/192, programa
coordenado pelo Ministério da Saúde e que cobre cerca de 67,9 milhões de
brasileiros em situações de urgência e emergência, em 307 municípios.
Criado em 2003, inspirado em um modelo francês, o serviço é um dos
componentes da Política Nacional de Urgências, do Ministério da Saúde, e
conseguiu uma proeza inédita no país: reduziu o número de mortes em acidentes
graves e as seqüelas da falta de socorro precoce. “O Samu vai ao local do acidente
atender a vítima o mais rapidamente possível. Isso evita uma série de complicações
que o paciente geralmente apresenta pela falta de socorro e que, na maioria dos
casos, leva à morte”, explica Marcio Barreto, coordenador do Samu de Aracaju,
serviço modelo para o resto do país.
Apenas na cidade de Fortaleza (CE), o Samu/192 registra por mês mais de 7
mil chamadas. São pacientes em busca de atendimento para casos de emergência,
como acidentes com vítimas, infartos, intoxicações, complicações renais, agravos
psiquiátricos e até partos. A técnica de enfermagem Rosangela Ferreira Mendes, 39
anos, não consegue esquecer o dia em que foi chamada para fazer o parto de uma
mulher, com o bebê enroscado no cordão umbilical. A equipe deixou a casa com
mãe e bebê salvos. É para esse tipo de situação que o Samu foi criado. “Salvamos
vidas e atendemos a população, com qualidade”, afirma a coordenadora geral de
urgência do Ministério da Saúde, Irani Ribeiro de Moura.
Na capital paraibana, João Pessoa, a equipe do Samu/192 e profissionais de
outras instituições guardam com emoção a história de Emanuel, um bebê prematuro
nascido no Instituto Cândida Vargas. Com poucas chances de sobrevivência,
Emanuel foi diagnosticado como portador de má formação congênita cardíaca.
Somente uma cirurgia muito complexa lhe daria chances de sobrevivência.
Sem condições de realizar o procedimento, a equipe do instituto reservou uma
das duas únicas vagas da UTI neonatal do Real Hospital Português, em Recife,
Pernambuco, onde o menino encontraria atendimento adequado.
O grande desafio era encontrar uma forma segura de transportar a criança,
em um dia atípico, em que todas as ambulâncias do Samu/192 estavam
sobrecarregadas. Os bombeiros também não dispunham de carros, por causa do
grande número de chamados. A solução veio graças à participação da Polícia
Rodoviária Federal, que cedeu um de seus veículos, rapidamente e sem burocracia.
Dentro dele, foi adaptada uma UTI neonatal, com incubadora e equipamentos do
Samu/192. A equipe, formada por enfermeiro e médico neonatologista, seguiu por
130 quilômetros, até Recife, a tempo de a criança garantir a vaga e a cirurgia.
Emanuel foi recebido no hospital em Recife, às 21h do dia 28 de junho, dois
dias depois de nascer. A cirurgia aconteceu no dia seguinte. O menino mama hoje,
tranqüilamente, no colo da mãe, dona Cícera, que nunca perdeu as esperanças de
ver seu filho salvo.
Hospital mais próximo – Além do benefício direto para quem precisa ser
atendido às pressas, o Samu/192 começou a colocar em prática algo que a saúde
pública no Brasil necessitava há bastante tempo. Mais do que oferecer ambulâncias
para situações de risco, o Samu/192 atua por meio de uma rede de logística, que
indica ao paciente o centro de saúde mais próximo de sua casa e onde poderá
encontrar a especialidade de que necessita.
O serviço começa a funcionar no momento em que alguém telefona para o
número 192, pedindo ajuda. Sua ligação é atendida por uma central de regulação. O
médico de plantão avalia se é necessário o deslocamento de uma ambulância ao
local. “Nos casos em que não é preciso, indicamos o hospital mais próximo, que
atende à especialidade procurada”, explica o médico Marcio Barreto.
O Samu/192 possui um imenso banco de dados com informações sobre
procedimentos médicos e serviços que os hospitais públicos brasileiros podem
oferecer à população. “A experiência internacional comprova que o serviço organiza
a assistência à saúde e é capaz de realocar os pacientes para centros de tratamento
mais adequados a cada caso”, afirma Irani Ribeiro de Moura.
O serviço também pode agir de forma muito importante em situações de
calamidade pública. Nessas ocasiões, as equipes do programa não só aplicarão os
primeiros socorros como poderão realizar a triagem de risco das vítimas, fazer o
encaminhamento dos pacientes para a rede hospitalar do SUS e organizar os
trabalhos da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, polícia e voluntários.
Como usar o serviço
O que muita gente não sabe é em quais situações pode solicitar o serviço. Os
plantonistas do Samu registram casos freqüentes de pessoas em busca de consultas
médicas pelo telefone ou de conselhos sobre que medicação tomar. “Nós não
passamos nomes de medicamentos a ninguém, pelo telefone. Em caso de urgência,
mandamos uma ambulância para o local e, quando o paciente está com dor de
cabeça, febre ou enjôo, fornecemos o endereço do posto de saúde mais próximo”,
esclarece Marcio Barreto, do Samu/192 de Aracaju.
Na prática, o profissional do outro lado da linha tem o poder de uma
autoridade sanitária e deve definir se a resposta à ocorrência será o envio de uma
ambulância básica, com auxiliar de enfermagem, uma unidade avançada, com
enfermeiro e médico ou orientações para que o paciente procure uma unidade de
saúde.
Mas como saber se o problema precisa de atendimento urgente ou de
emergência? A urgência é aquela em que o médico dispõe de algumas horas para
agir. A situação se relaciona a problemas de fratura e a alguns tipos de dor. Os
agravos com risco de morte são classificados como procedimentos de emergência.
O Samu atende os dois casos.
O Ministério da Saúde já investiu cerca de R$ 167 milhões no Samu, na
aquisição de equipamentos e na implantação do serviço. Para financiar o custo de
funcionamento do serviço, o ministério aplica mais de R$ 11 milhões por mês.
O investimento tem reflexo direto na saúde da população. O alagoano José
Nilson Tavares de Sousa, 54 anos, sofre com problemas renais há quase 10 anos.
Depois de incansáveis viagens a São Paulo, descobriu que podia contar com a
assistência do serviço em Aracaju, cidade onde mora há quase 20 anos. “Às vezes,
quando estou com muita dor, eles vêm me atender em casa rapidinho”, diz. Três dias
por semana, o agricultor aposentado faz hemodiálise em um hospital público da
cidade. O transporte até o local do tratamento é realizado pela ambulância do Samu.
“Ainda bem que criaram esse serviço. Não tinha como ir de ônibus sentindo tanta
dor”, agradece.
Em Brasília, o serviço recém-inaugurado possui uma estrutura bem
semelhante. Com uma frota de 37 ambulâncias e 450 profissionais de saúde, entre
médicos, auxiliares de enfermagem e enfermeiros, o serviço atende a população do
Distrito Federal e entorno. De acordo com o gerente de enfermagem do Samu-DF,
Antônio Vieira, o atendimento vai organizar e diminuir o número de pessoas que
buscam a emergência dos hospitais. “Sabemos que a assistência médica de
emergência não consegue dar conta do contingente de pessoas que procura
atendimento nos pronto-socorros. Vamos cobrir essa lacuna”, assegura.
Samu/192 em números:
O Samu/192 atende às urgências de qualquer natureza: traumática, clínica,
pediátrica, cirúrgica, gineco-obstétrica e psiquiátrica da população. Até hoje, o
Ministério da Saúde implantou 71 unidades do serviço, em 307 municípios
brasileiros. São 67,9 milhões de brasileiros atendidos pelo Samu/192 no Brasil.
Serviço:
Para requisitar atendimento pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(Samu/192) basta ligar 192 e informar ao atendente o endereço e histórico do
acidente. A ligação é atendida na central de regulação por um médico, presente 24
horas por dia. Pelo telefone, ele dá as primeiras orientações de que o caso necessita
e, em seguida, avalia se será enviada uma ambulância básica, com auxiliar de
enfermagem, ou uma unidade avançada, com enfermeiro e médico. Em casos que
não necessitam de atendimento de emergência, o médico dará orientações para que
o paciente procure uma unidade de saúde mais próxima de casa.
Mais informações
Assessoria de Comunicação do Ministério da Saúde: (61) 3315-2351.
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